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www.cers.com.br MINISTÉRIO PÚBLICO E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Direito Constitucional – Aula 05 Robério Nunes 1 Nacionalidade. José Afonso da Silva: A nacionalidade, no sentido e no sistema jurídico, é o vínculo jurídico-político de Direito Público interno que faz da pessoa um dos elementos componentes da dimensão pessoal do Estado. Nacionalidade. Espécies de nacionalidade: 1) Primária, de origem, originária, nata (art. 12, I da CF): Por critérios de origem sanguínea (jus sanguinis), ou de descendência ; Por critérios de origem territorial (jus solis ); e Por critérios mistos . 2) Secundária, adquirida, derivada, voluntária (art. 12, II da CF). Nacionalidade. Nacionalidade primária na CF/88: Art. 12. São brasileiros: I – natos: a) os nascidos na República Federativa do Bra- sil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país ; Nacionalidade. Nacionalidade primária na CF/88: Art. 12. São brasileiros: I – natos: (...) b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles este- ja a serviço da República Federativa do Brasil ; Nacionalidade. Nacionalidade primária na CF/88: Art. 12. São brasileiros: I – natos: (...) c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registra- dos em repartição brasileira competente ou ve- nham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Re- dação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) Nacionalidade STF: “CONSTITUCIONAL. NACIONALIDADE: OPÇÃO. C.F., ART. 12, I, c, COM A EMENDA CONSTITU- CIONAL DE REVISÃO Nº 3, DE 1994. I. - São bra- sileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que ve- nham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira. II. - A opção pode ser feita a qualquer tempo, desde que venha o filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, nascido no estrangeiro, a residir no Brasil . Essa Nacionalidade STF: opção somente pode ser manifestada depois de alcançada a maioridade. É que a opção, por de- correr da vontade, tem caráter personalíssimo. Exige-se, então, que o optante tenha capacidade plena para manifestar a sua vontade, capacidade que se adquire com a maioridade. III. - Vindo o nas- cido no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, a residir no Brasil, ainda menor, passa a ser considerado brasileiro nato, sujeita essa nacionalidade a manifestação da vontade do interessado, mediante a Nacionalidade. STF: opção, depois de atingida a maioridade. Atingida a maioridade, enquanto não manifestada a op- ção, esta passa a constituir-se em condição suspensiva da nacionalidade brasileira. IV. - Pre- cedente do STF: AC 70-QO/RS, Ministro Sepúlveda Pertence, Plenário, 25.9.03, ‘DJ’ de 12.3.04. V. - RE conhecido e não provido.” (RE 418096, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, j. em 22/03/2005) Nacionalidade STF: “Opção de nacionalidade brasileira (CF, art. 12, I, c): menor residente no País, nascido no estrangeiro e filho de mãe brasileira, que não estava a serviço do Brasil: viabilidade do registro provisório (L. Reg. Públicos, art. 32, § 2º), não o da opção definitiva. 1. A partir da maioridade, que a torna possível, a nacionalidade do filho brasileiro, nascido no estrangeiro, mas residente no País, fica sujeita à condição suspensiva da homologação judicial da opção. 2. Esse condicionamento suspensivo, só vigora Nacionalidade. STF: a partir da maioridade; antes, desde que residen- te no País, o menor - mediante o registro provi- sório previsto no art. 32, § 2º, da Lei dos Regis- tros Públicos - se considera brasileiro nato, para todos os efeitos. 3. Precedentes (RE 418.096, 2ª T., 23.2.05, Velloso; AC 70-QO, Plenário, 25.9.03, Pertence, DJ 12.3.04).” (RE 415957, Rel Min. SE- PÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, j. em 23/08/2005) Nacionalidade Nacionalidade secundária na CF/88 (“ordinária”): Art. 12. São brasileiros: (...) www.cers.com.br MINISTÉRIO PÚBLICO E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Direito Constitucional – Aula 05 Robério Nunes 2 II – naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalida- de brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral ; OBS: A lei é o “Estatuto do estrangeiro” (Lei 6.815/80, arts. 111 e ss.). Nacionalidade. Nacionalidade secundária na CF/88 (“extraordiná- ria”): Art. 12. São brasileiros: (...) II – naturalizados: (...) b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, resi- dentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade bra- sileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) Nacionalidade STF: “(...) CONCURSO PÚBLICO. ESTRANGEIRO. NA- TURALIZAÇÃO. REQUERIMENTO FORMALIZA- DO ANTES DA POSSE NO CARGO EXITOSA- MENTE DISPUTADO MEDIANTE CONCURSO PÚBLICO. INEXISTÊNCIA DE OFENSA À ALÍNEA ‘B’ DO INCISO II DO ARTIGO 12 DA MAGNA CAR- TA. O requerimento de aquisição da nacionalidade brasileira, previsto na alínea ‘b’ do inciso II do art. 12 da Carta de Outubro, é suficiente para viabilizar a posse no cargo triunfalmente Nacionalidade. STF: disputado mediante concurso público. Isto quan- do a pessoa requerente contar com quinze anos ininterruptos de residência fixa no Brasil, sem condenação penal. A Portaria de formal reconhe- cimento da naturalização, expedida pelo Ministro de Estado da Justiça, é de caráter meramente declaratório. Pelo que seus efeitos hão de retroa- gir à data do requerimento do interessado. (...).” (RE 264848, Rel. Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, j. em 29/06/2005) Nacionalidade. STF: “(...) O CASAMENTO CIVIL NÃO SE QUALIFICA, NO SISTEMA JURÍDICO VIGENTE NO BRASIL, COMO CAUSA DE AQUISIÇÃO DA NACIONALI- DADE BRASILEIRA. - Não se revela possível, em nosso sistema jurídico-constitucional, a aquisi- ção da nacionalidade brasileira ‘jure matrimonii’, vale dizer, como efeito direto e imediato resul- tante do casamento civil. Magistério da doutrina. (...).” (Ext 1121, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Ple- no, j. em 18/12/2009) Nacionalidade. Perda da nacionalidade na CF/88: Art. 12. (...) § 4º. Será declarada a perda da nacio- nalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por senten- ça judicial, em virtude de atividade nociva ao in- teresse nacional ; Nacionalidade. STF: “NATURALIZAÇÃO – REVISÃO DE ATO – COM- PETÊNCIA. Conforme revela o inciso I do § 4º do artigo 12 da Constituição Federal, o Ministro de Estado da Justiça não tem competência para rever ato de naturalização.” (RMS 27840, Rel. p/ Acórdão Min. MARCO AURÉLIO, Pleno, j. em 07/02/2013) Nacionalidade Perda da nacionalidade na CF/88: Art. 12. (...) § 4º. Será declarada a perda da nacio- nalidade do brasileiro que: II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação da Emenda Constitucional de Revisão nº 3/1994) a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Consti- tucional de Revisão nº 3, de 1994) Nacionalidade. Perda da nacionalidade na CF/88: Art. 12. (...) § 4º. Será declarada a perda da nacio- nalidade do brasileiro que: II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação da Emenda Constitucional de Revisão nº 3/1994) b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para oexercício de direitos ci- vis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revi- são nº 3, de 1994) Nacionalidade. CF/88: Art. 12. (...) § 1º Aos portugueses com residência permanen- te no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Consti- tucional de Revisão nº 3, de 1994) Ordem Econômica CF/88: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valoriza- ção do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, con- www.cers.com.br MINISTÉRIO PÚBLICO E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Direito Constitucional – Aula 05 Robério Nunes 3 forme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios : Ordem Econômica CF/88: Princípios da Ordem Econômica (Art. 170): I - soberania nacional ; II - propriedade privada ; III - função social da propriedade ; IV - livre concorrência ; V - defesa do consumidor ; Ordem Econômica CF/88: Princípios da Ordem Econômica (Art. 170): VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto am- biental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) VII - redução das desigualdades regionais e so- ciais ; VIII - busca do pleno emprego ; Ordem Econômica. CF/88: Princípios da Ordem Econômica (Art. 170): IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995) Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, in- dependentemente de autorização de órgãos pú- blicos, salvo nos casos previstos em lei . Ordem Social. STF: Súmula Vinculante nº 49: “Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a insta- lação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área”. Ordem Econômica. CF/88: Art. 173. (...) § 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à elimina- ção da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros . OBS: Vide a Lei nº 12.529, de 30/11/2011. Ordem Econômica. CF/88: Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e credití- cias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. Ordem Econômica. Atuação do Estado (CF/88): 1) Prestação de serviços públicos e sociais (art. 175); e 2) Atuação no domínio econômico : a) Atuação direta (participação) – Agente explora- dor da atividade econômica: Em regime de monopólio (exclusividade) (art. 177); e Em regime comum (concorrência com a iniciativa privada) (art. 173). b) Atuação indireta (intervenção) – Agente norma- tivo, regulador, fiscalizador, incentivador e planeja- dor (art. 174). Ordem Econômica CF/88: Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a presta- ção de serviços públicos . Ordem Econômica CF/88: Art. 175. (...) Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e per- missionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; Ordem Econômica. CF/88: Art. 175. (...) Parágrafo único. A lei disporá sobre: (...) II - os direitos dos usuários; III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço adequado. Ordem Econômica. CF/88: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacio- nal ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. Ordem Econômica Atuação do Estado (CF/88): 1) Prestação de serviços públicos e sociais (art. 175): www.cers.com.br MINISTÉRIO PÚBLICO E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Direito Constitucional – Aula 05 Robério Nunes 4 Administração direta ; Administração indireta : Autarquias; Empresas públicas; Agências executivas; Fundações Públicas; e Sociedades de economia mista. Ordem Econômica Atuação do Estado (CF/88): 2) Atuação no domínio econômico : a) Atuação direta (participação) - Exploração dire- ta da atividade econômica, em regime de monopólio (exclusividade) ou comum (concorrência com a ini- ciativa privada): Empresas públicas; Sociedades de economia mista; Outras entidades estatais ou paraestatais (ex: as subsidiárias das empresas acima). Ordem Econômica. Atuação do Estado (CF/88): 2) Atuação no domínio econômico : b) Atuação indireta (intervenção) – Ação como agente normativo, regulador, fiscalizador, incentiva- dor e planejador: Administração direta; e Agências reguladoras. Ordem Econômica CF/88: Art. 173. (...) § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empre- sa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econô- mica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Ordem Econômica CF/88: Art. 173. (...) § 1º (...): I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Ordem Econômica CF/88: Art. 173. (...) § 1º (...): II - a sujeição ao regime jurídico próprio das em- presas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tri- butários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Ordem Econômica CF/88: Art. 173. (...) § 1º (...): III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Ordem Econômica CF/88: Art. 173. (...) § 1º (...): IV - a constituição e o funcionamento dos conse- lhos de administração e fiscal, com a participa- ção de acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Ordem Econômica CF/88: Art. 173. (...) § 1º (...): V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 2º As empresas públicas e as sociedades de eco- nomia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado . Ordem Econômica. CF/88: Art. 173. (...) § 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade . Ordem Econômica. CF/88: Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e pla- nejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado . § 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimen- to . Ordem Econômica Outros pontos importantes relativos à Ordem Eco- nômica: 1) Investimentos de capital estrangeiro, reinvesti- mento e remessa de lucros (art. 172); 2) Responsabilidadeda pessoa jurídica, sem prejuízo da responsabilidade individual dos seus dirigentes, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular (art. 173, § 5º); Ordem Econômica Outros pontos importantes relativos à Ordem Eco- nômica: www.cers.com.br MINISTÉRIO PÚBLICO E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Direito Constitucional – Aula 05 Robério Nunes 5 3) Apoio e estímulo ao cooperativismo e a outras formas de associativismo (art. 174, § 2º); 4) Favorecimento à organização da atividade ga- rimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômi- co-social dos garimpeiros, concedendo às mesmas prioridade na autorização ou concessão para pes- quisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis (art. 174, §§ 3º e 4º); Ordem Econômica Outros pontos importantes relativos à Ordem Eco- nômica: 5) Jazidas, em lavra ou não, recursos minerais e potenciais de energia hidráulica (art. 176, §§ 1º a 4º); 6) Monopólio da União (art. 177, §§ 1º a 4º); 7) Ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, inclusive internacional (art. 178); 8) Promoção e incentivo ao turismo como fator de desenvolvimento social e econômico (art. 180); Ordem Econômica Outros pontos importantes relativos à Ordem Eco- nômica: 9) Necessidade de autorização do poder competen- te para o atendimento de requisição de documento ou informação de natureza comercial, feita por auto- ridade administrativa ou judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País (art. 181); 10) Política urbana e função social da proprieda- de urbana, inclusive a disciplina das hipóteses de desapropriação sanção urbana e usucapião es- pecial urbano (artigos 182 e 183); Ordem Econômica. Outros pontos importantes relativos à Ordem Eco- nômica: 11) Política agrícola e fundiária, reforma agrária, função social da propriedade rural, inclusive a disciplina das hipóteses de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária e usucapião especial rural (artigos 184 a 191); e 12) Sistema financeiro nacional (art. 192). Ordem Social Ordem Social (Título VIII - artigos 193 a 232 da CF/88): Disposição geral (art. 193); Seguridade Social (arts. 194 a 204): Disposições gerais (arts. 194 a 195); Saúde (arts. 196 a 200); Previdência Social (arts. 201 a 202); e Assistência Social (arts. 203 a 204). Educação (arts. 205 a 214); Cultura (arts. 215 a 216-A); Ordem Social. Ordem Social (Título VIII - artigos 193 a 232 da CF/88): Desporto (art. 217); Ciência, tecnologia e inovação (arts. 218 a 219-B); Comunicação social (arts. 220 a 224); Meio ambiente (art. 225); Família, criança, adolescente, jovem e idoso (arts. 226 a 230); e Índios (arts 231 e 232). Ordem Social. CF/88: Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a jus- tiça sociais . Ordem Social. STF: “(...) DIREITO À SAÚDE. TRATAMENTO MÉDICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERADOS. REPERCUSSÃO GERAL RECO- NHECIDA. REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊN- CIA. O tratamento médico adequado aos necessita- dos se insere no rol dos deveres do Estado, por- quanto responsabilidade solidária dos entes fe- derados. O polo passivo pode ser composto por qualquer um deles, isoladamente, ou conjunta- mente.” (RE 855.178 RG/SE, rel. Min. Luiz Fux, j. em 6/3/2015. Tema 739 da repercussão geral) Ordem Social. STF: “É constitucional a regra que veda, no âmbito do Sistema Único de Saúde, a internação em aco- modações superiores, bem como o atendimento diferenciado por médico do próprio Sistema Único de Saúde, ou por médico conveniado, mediante o pagamento da diferença dos valores correspondentes.” (RE 581488, Rel. Min. Dias Toffoli, j. em 03/12/2015. Tema 579 da repercussão geral). Ordem Social. STF: “(...) IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLI- CAS. DETERIORAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DE INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO. CONSTRU- ÇÃO DE NOVA ESCOLA. POSSIBILIDADE. INE- XISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES. GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO BÁSICA. PRECEDENTES. (...)” (ARE 761127 AgR, Rel. Min. ROBERTO BAR- ROSO, Primeira Turma, j. em 24/06/2014) Ordem Social. STF: www.cers.com.br MINISTÉRIO PÚBLICO E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Direito Constitucional – Aula 05 Robério Nunes 6 “(...) EDUCAÇÃO – DIREITO FUNDAMENTAL – ARTIGOS 206, INCISO IV, E 208, INCISO VI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ENSINO PROFISSI- ONALIZANTE – ESTADO – ALIMENTAÇÃO – CO- BRANÇA – IMPROPRIEDADE. Ante o teor dos artigos 206, inciso IV, e 208, inciso VI, da Carta de 1988, descabe a instituição pública de ensino pro- fissionalizante a cobrança de anuidade relativa à alimentação.” (RE 357148, Rel. Min. MARCO AU- RÉLIO, Primeira Turma, j. em 25/02/2014) Ordem Social STF: “(...) A educação infantil representa prerrogativa constitucional indisponível, que, deferida às cri- anças, a estas assegura, para efeito de seu desen- volvimento integral, e como primeira etapa do pro- cesso de educação básica, o atendimento em cre- che e o acesso à pré-escola (CF, art. 208, IV). - Essa prerrogativa jurídica, em conseqüência, impõe, ao Estado, por efeito da alta significação social de que se reveste a educação infantil, a Ordem Social STF: obrigação constitucional de criar condições obje- tivas que possibilitem, de maneira concreta, em favor das “crianças até 5 (cinco) anos de idade” (CF, art. 208, IV), o efetivo acesso e atendimento em creches e unidades de pré-escola, sob pena de configurar-se inaceitável omissão governamental, apta a frustrar, injustamente, por inércia, o integral adimplemento, pelo Poder Público, de prestação estatal que lhe impôs o próprio texto da Constituição Ordem Social STF: Federal. - A educação infantil, por qualificar-se co- mo direito fundamental de toda criança, não se expõe, em seu processo de concretização, a avali- ações meramente discricionárias da Administra- ção Pública nem se subordina a razões de puro pragmatismo governamental. - Os Municípios - que atuarão, prioritariamente, no ensino fundamental e na educação infantil (CF, art. 211, § 2º) - não pode- rão demitir-se do mandato constitucional, juridica- mente Ordem Social. STF: vinculante, que lhes foi outorgado pelo art. 208, IV, da Lei Fundamental da República, e que representa fator de limitação da discricionariedade político- administrativa dos entes municipais, cujas op- ções, tratando-se do atendimento das crianças em creche (CF, art. 208, IV), não podem ser exercidas de modo a comprometer, com apoio em juízo de simples conveniência ou de mera oportunidade, a eficácia desse direito básico de índole social. (...)” (ARE 639337 AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, j. em 23/08/2011) Ordem Social. STF: “DIREITO CONSTITUCIONAL. EDUCAÇÃO. ENSI- NO DOMICILIAR. LIBERDADES E DEVERES DO ESTADO E DA FAMÍLIA. PRESENÇA DE REPER- CUSSÃO GERAL. 1. Constitui questão constitu- cional saber se o ensino domiciliar (homeschoo- ling) pode ser proibido pelo Estado ou viabiliza- do como meio lícito de cumprimento, pela famí- lia, do dever de prover educação, tal como pre- visto no art. 205 da CRFB/1988. 2. Repercussão geral reconhecida.” (RE 888.815 RG/RS, rel. Min. Roberto Barroso, j. em 5/6/2015. Tema 822 da re- percussão geral) Ordem Social. STF: Súmula Vinculante nº 12: “A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o dis- posto no art. 206, IV, da Constituição Federal”. Ordem Social STF: “(…) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDA- DE. LEI N. 7.844/92,DO ESTADO DE SÃO PAULO. MEIA ENTRADA ASSEGURADA AOS ESTUDAN- TES REGULARMENTE MATRICULADOS EM ES- TABELECIMENTOS DE ENSINO. INGRESSO EM CASAS DE DIVERSÃO, ESPORTE, CULTURA E LAZER. COMPETÊNCIA CONCORRENTE ENTRE A UNIÃO, ESTADOS-MEMBROS E O DISTRITO FEDERAL PARA LEGISLAR SOBRE DIREITO ECONÔMICO. CONSTITUCIONALIDADE. (…) 4. Se de um lado a Constituição Ordem Social. STF: assegura a livre iniciativa, de outro determina ao Estado a adoção de todas as providências tenden- tes a garantir o efetivo exercício do direito à educa- ção, à cultura e ao desporto [artigos 23, inciso V, 205, 208, 215 e 217 § 3º, da Constituição]. Na com- posição entre esses princípios e regras há de ser preservado o interesse da coletividade, interesse público primário. 5. O direito ao acesso à cultura, ao esporte e ao lazer, são meios de complemen- tar a formação dos estudantes. 6. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.” (ADI 1950, Rel. Min. EROS GRAU, Pleno, j. em 03/11/2005) Ordem Social. STF: www.cers.com.br MINISTÉRIO PÚBLICO E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Direito Constitucional – Aula 05 Robério Nunes 7 “(...) 1. Os serviços de educação, seja os prestados pelo Estado, seja os prestados por particulares, configuram serviço público não privativo, podendo ser desenvolvidos pelo setor privado independen- temente de concessão, permissão ou autorização. (...)” (ADI 1007, Rel. Min. EROS GRAU, Pleno, j. em 31/08/2005) Ordem Social. STF: “(...) PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE. ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL. DISPENSA PELO MUNICÍPIO. IMPOSSIBILIDADE. (...) O en- tendimento adotado no acórdão recorrido não diver- ge da jurisprudência firmada no âmbito deste Su- premo Tribunal Federal, no sentido de violar o art. 225, § 1º, IV, da Lei Maior, a previsão legal que dispense a elaboração de estudo prévio de im- pacto ambiental. (...)” (RE 739998 AgR, Rel. Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, j. em 12/08/2014) Ordem Social. STF: “(...) MEIO AMBIENTE. (...) ARTIGO 225, § 1º, III, CB/88. DELIMITAÇÃO DOS ESPAÇOS TERRITO- RIAIS PROTEGIDOS. VALIDADE DO DECRETO. (...) 1. A Constituição do Brasil atribui ao Poder Pú- blico e à coletividade o dever de defender um meio ambiente ecologicamente equilibrado. [CB/88, art. 225, §1º, III]. 2. A delimitação dos espaços terri- toriais protegidos pode ser feita por decreto ou por lei, sendo esta imprescindível apenas quando se trate de alteração ou supressão desses espaços. Precedentes. (...)” (MS 26064, Rel. Min. EROS GRAU, Pleno, j. em 17/06/2010) Ordem Social STF: “(...) PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DA FAUNA (CF, ART. 225, § 1º, VII) - DESCARACTERIZAÇÃO DA BRIGA DE GALO COMO MANIFESTAÇÃO CULTURAL - RECONHECIMENTO DA INCONSTI- TUIONALIDADE DA LEI ESTADUAL IMPUGNADA - (...) - A promoção de briga de galos, além de carac- terizar prática criminosa tipificada na legislação ambiental, configura conduta atentatória à Cons- tituição da República, que veda a submissão de animais a atos de crueldade, cuja natureza per- versa, à semelhança da “farra do boi” (RE 153.531/SC ), Ordem Social. STF: não permite sejam eles qualificados como ino- cente manifestação cultural, de caráter mera- mente folclórico. Precedentes. - A proteção jurídi- co-constitucional dispensada à fauna abrange tanto os animais silvestres quanto os domésticos ou domesticados, nesta classe incluídos os galos utilizados em rinhas, pois o texto da Lei Fundamen- tal vedou, em cláusula genérica, qualquer forma de submissão de animais a atos de crueldade. (...)” (ADI 1856, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno, j. em 26/05/2011). Ordem Social STF: “(...) “(…) O caput do art. 226 confere à família, base da sociedade, especial proteção do Estado. Ênfase constitucional à instituição da família. Família em seu coloquial ou proverbial significado de núcleo doméstico, pouco importando se formal ou infor- malmente constituída, ou se integrada por casais heteroafetivos ou por pares homoafetivos. A Consti- tuição de 1988, ao utilizar-se da expressão “família”, não limita sua formação a casais heteroafetivos nem a formalidade cartorária, celebração civil ou liturgia religiosa. (…) Avanço da Constituição Ordem Social STF: Federal de 1988 no plano dos costumes. (…) Com- petência do Supremo Tribunal Federal para manter, interpretativamente, o Texto Magno na posse do seu fundamental atributo da coerência, o que passa pela eliminação de preconceito quanto à orientação sexual das pessoas. (…) A Constituição não interdi- ta a formação de família por pessoas do mesmo sexo. Consagração do juízo de que não se proíbe nada a ninguém senão em face de um direito ou de proteção de um legítimo interesse de outrem, ou de toda a sociedade, o que não se dá na hipótese sub judice. Inexistência Ordem Social. STF: do direito dos indivíduos heteroafetivos à sua não- equiparação jurídica com os indivíduos homoafeti- vos. Aplicabilidade do §2º do art. 5º da Constituição Federal, a evidenciar que outros direitos e garantias, não expressamente listados na Constituição, emer- gem “do regime e dos princípios por ela adota- dos”(…)” (ADPF 132, Rel. Min. AYRES BRITTO, Pleno, j. em 05/05/2011) Vide ainda: ADI 4277, Rel. Min. AYRES BRITTO, Pleno, j. em 05/05/2011. Facebook: www.facebook.com/prof.roberionunes Instagram: @prof.roberionunes
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