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158230031416 MPMAGEST DIRCONST AULA05

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MINISTÉRIO PÚBLICO E MAGISTRATURAS ESTADUAIS 
Direito Constitucional – Aula 05 
Robério Nunes 
1 
Nacionalidade. 
José Afonso da Silva: 
A nacionalidade, no sentido e no sistema jurídico, é 
o vínculo jurídico-político de Direito Público interno 
que faz da pessoa um dos elementos componentes 
 da dimensão pessoal do Estado. 
 
Nacionalidade. 
Espécies de nacionalidade: 
1) Primária, de origem, originária, nata (art. 12, I da 
 CF):
Por critérios de origem sanguínea (jus sanguinis), 
ou de descendência ;
Por critérios de origem territorial (jus solis ); e
Por critérios mistos .
2) Secundária, adquirida, derivada, voluntária (art. 
 12, II da CF).
 
Nacionalidade. 
Nacionalidade primária na CF/88: 
 Art. 12. São brasileiros:
 I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Bra-
sil, ainda que de pais estrangeiros, desde que 
estes não estejam a serviço de seu país ;
 
Nacionalidade. 
Nacionalidade primária na CF/88: 
 Art. 12. São brasileiros:
 I – natos: (...) 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro 
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles este-
ja a serviço da República Federativa do Brasil ;
 
Nacionalidade. 
Nacionalidade primária na CF/88: 
 Art. 12. São brasileiros:
 I – natos: (...)
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro 
ou de mãe brasileira, desde que sejam registra-
dos em repartição brasileira competente ou ve-
nham a residir na República Federativa do Brasil 
e optem, em qualquer tempo, depois de atingida 
a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 
 2007)
 
Nacionalidade 
STF: 
“CONSTITUCIONAL. NACIONALIDADE: OPÇÃO. 
C.F., ART. 12, I, c, COM A EMENDA CONSTITU-
CIONAL DE REVISÃO Nº 3, DE 1994. I. - São bra-
sileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai 
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que ve-
nham a residir no Brasil e optem, em qualquer 
tempo, pela nacionalidade brasileira. II. - A opção 
pode ser feita a qualquer tempo, desde que venha 
o filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, nascido 
no estrangeiro, a residir no Brasil . Essa
 
Nacionalidade 
STF: 
opção somente pode ser manifestada depois de 
alcançada a maioridade. É que a opção, por de-
correr da vontade, tem caráter personalíssimo. 
Exige-se, então, que o optante tenha capacidade 
plena para manifestar a sua vontade, capacidade 
que se adquire com a maioridade. III. - Vindo o nas-
cido no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe 
brasileira, a residir no Brasil, ainda menor, passa 
a ser considerado brasileiro nato, sujeita essa 
nacionalidade a manifestação da vontade do 
 interessado, mediante a
 
Nacionalidade. 
STF: 
opção, depois de atingida a maioridade. Atingida 
a maioridade, enquanto não manifestada a op-
ção, esta passa a constituir-se em condição 
suspensiva da nacionalidade brasileira. IV. - Pre-
cedente do STF: AC 70-QO/RS, Ministro Sepúlveda 
Pertence, Plenário, 25.9.03, ‘DJ’ de 12.3.04. V. - RE 
conhecido e não provido.” (RE 418096, Rel. Min. 
CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, j. em 
 22/03/2005)
 
Nacionalidade 
STF: 
“Opção de nacionalidade brasileira (CF, art. 12, I, c): 
menor residente no País, nascido no estrangeiro e 
filho de mãe brasileira, que não estava a serviço do 
Brasil: viabilidade do registro provisório (L. Reg. 
Públicos, art. 32, § 2º), não o da opção definitiva. 
1. A partir da maioridade, que a torna possível, a 
nacionalidade do filho brasileiro, nascido no 
estrangeiro, mas residente no País, fica sujeita à 
condição suspensiva da homologação judicial 
da opção. 2. Esse condicionamento suspensivo, só 
 vigora
 
Nacionalidade. 
STF: 
a partir da maioridade; antes, desde que residen-
te no País, o menor - mediante o registro provi-
sório previsto no art. 32, § 2º, da Lei dos Regis-
tros Públicos - se considera brasileiro nato, para 
todos os efeitos. 3. Precedentes (RE 418.096, 2ª 
T., 23.2.05, Velloso; AC 70-QO, Plenário, 25.9.03, 
Pertence, DJ 12.3.04).” (RE 415957, Rel Min. SE-
PÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, j. em 
 23/08/2005)
 
Nacionalidade 
Nacionalidade secundária na CF/88 (“ordinária”): 
 Art. 12. São brasileiros: (...)
 
 
 
 
 
 
 
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 II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalida-
de brasileira, exigidas aos originários de países de 
língua portuguesa apenas residência por um ano 
ininterrupto e idoneidade moral ;
OBS: A lei é o “Estatuto do estrangeiro” (Lei 
6.815/80, arts. 111 e ss.). 
 
Nacionalidade. 
Nacionalidade secundária na CF/88 (“extraordiná-
ria”): 
 Art. 12. São brasileiros: (...)
 II – naturalizados: (...)
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, resi-
dentes na República Federativa do Brasil há mais 
de quinze anos ininterruptos e sem condenação 
penal, desde que requeiram a nacionalidade bra-
sileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
 de Revisão nº 3, de 1994)
 
Nacionalidade 
STF: 
“(...) CONCURSO PÚBLICO. ESTRANGEIRO. NA-
TURALIZAÇÃO. REQUERIMENTO FORMALIZA-
DO ANTES DA POSSE NO CARGO EXITOSA-
MENTE DISPUTADO MEDIANTE CONCURSO 
PÚBLICO. INEXISTÊNCIA DE OFENSA À ALÍNEA 
‘B’ DO INCISO II DO ARTIGO 12 DA MAGNA CAR-
TA. O requerimento de aquisição da nacionalidade 
brasileira, previsto na alínea ‘b’ do inciso II do art. 12 
da Carta de Outubro, é suficiente para viabilizar a 
 posse no cargo triunfalmente
 
Nacionalidade. 
STF: 
disputado mediante concurso público. Isto quan-
do a pessoa requerente contar com quinze anos 
ininterruptos de residência fixa no Brasil, sem 
condenação penal. A Portaria de formal reconhe-
cimento da naturalização, expedida pelo Ministro 
de Estado da Justiça, é de caráter meramente 
declaratório. Pelo que seus efeitos hão de retroa-
gir à data do requerimento do interessado. (...).” 
(RE 264848, Rel. Min. CARLOS BRITTO, Primeira 
 Turma, j. em 29/06/2005)
 
Nacionalidade. 
STF: 
“(...) O CASAMENTO CIVIL NÃO SE QUALIFICA, 
NO SISTEMA JURÍDICO VIGENTE NO BRASIL, 
COMO CAUSA DE AQUISIÇÃO DA NACIONALI-
DADE BRASILEIRA. - Não se revela possível, em 
nosso sistema jurídico-constitucional, a aquisi-
ção da nacionalidade brasileira ‘jure matrimonii’, 
vale dizer, como efeito direto e imediato resul-
tante do casamento civil. Magistério da doutrina. 
(...).” (Ext 1121, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Ple-
 no, j. em 18/12/2009)
Nacionalidade. 
Perda da nacionalidade na CF/88: 
Art. 12. (...) § 4º. Será declarada a perda da nacio-
nalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por senten-
ça judicial, em virtude de atividade nociva ao in-
teresse nacional ;
 
Nacionalidade. 
STF: 
“NATURALIZAÇÃO – REVISÃO DE ATO – COM-
PETÊNCIA. Conforme revela o inciso I do § 4º do 
artigo 12 da Constituição Federal, o Ministro de 
Estado da Justiça não tem competência para 
rever ato de naturalização.” (RMS 27840, Rel. p/ 
Acórdão Min. MARCO AURÉLIO, Pleno, j. em 
 07/02/2013)
 
Nacionalidade 
Perda da nacionalidade na CF/88: 
Art. 12. (...) § 4º. Será declarada a perda da nacio-
nalidade do brasileiro que:
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
(Redação da Emenda Constitucional de Revisão nº 
 3/1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária 
pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Consti-
 tucional de Revisão nº 3, de 1994)
 
Nacionalidade. 
Perda da nacionalidade na CF/88: 
Art. 12. (...) § 4º. Será declarada a perda da nacio-
nalidade do brasileiro que:
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
(Redação da Emenda Constitucional de Revisão nº 
 3/1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma 
estrangeira, ao brasileiro residente em estado 
estrangeiro, como condição para permanência em 
seu território ou para oexercício de direitos ci-
vis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revi-
 são nº 3, de 1994)
 
Nacionalidade. 
CF/88: 
 Art. 12. (...)
§ 1º Aos portugueses com residência permanen-
te no País, se houver reciprocidade em favor de 
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes 
ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta 
Constituição. (Redação dada pela Emenda Consti-
 tucional de Revisão nº 3, de 1994)
 
Ordem Econômica 
CF/88: 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valoriza-
ção do trabalho humano e na livre iniciativa, tem 
por fim assegurar a todos existência digna, con-
 
 
 
 
 
 
 
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forme os ditames da justiça social, observados os 
seguintes princípios :
 
Ordem Econômica 
CF/88: 
 Princípios da Ordem Econômica (Art. 170):
I - soberania nacional ;
II - propriedade privada ;
III - função social da propriedade ;
IV - livre concorrência ;
V - defesa do consumidor ;
 
Ordem Econômica 
CF/88: 
 Princípios da Ordem Econômica (Art. 170):
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante 
tratamento diferenciado conforme o impacto am-
biental dos produtos e serviços e de seus processos 
de elaboração e prestação; (Redação dada pela 
 Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
VII - redução das desigualdades regionais e so-
ciais ;
VIII - busca do pleno emprego ;
 
Ordem Econômica. 
CF/88: 
 Princípios da Ordem Econômica (Art. 170):
IX - tratamento favorecido para as empresas de 
pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras 
e que tenham sua sede e administração no País. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 
 1995)
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre 
exercício de qualquer atividade econômica, in-
dependentemente de autorização de órgãos pú-
blicos, salvo nos casos previstos em lei .
 
Ordem Social. 
STF: 
Súmula Vinculante nº 49: “Ofende o princípio da 
livre concorrência lei municipal que impede a insta-
lação de estabelecimentos comerciais do mesmo 
 ramo em determinada área”.
 
Ordem Econômica. 
CF/88: 
 Art. 173. (...)
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico 
que vise à dominação dos mercados, à elimina-
ção da concorrência e ao aumento arbitrário dos 
lucros .
OBS: Vide a Lei nº 12.529, de 30/11/2011. 
 
Ordem Econômica. 
CF/88: 
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios dispensarão às microempresas e às 
empresas de pequeno porte, assim definidas em 
lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a 
incentivá-las pela simplificação de suas obrigações 
administrativas, tributárias, previdenciárias e credití-
cias, ou pela eliminação ou redução destas por meio 
 de lei.
 
Ordem Econômica. 
Atuação do Estado (CF/88): 
1) Prestação de serviços públicos e sociais (art. 
 175); e
2) Atuação no domínio econômico :
a) Atuação direta (participação) – Agente explora-
 dor da atividade econômica:
Em regime de monopólio (exclusividade) (art. 177); 
 e
Em regime comum (concorrência com a iniciativa 
 privada) (art. 173).
b) Atuação indireta (intervenção) – Agente norma-
tivo, regulador, fiscalizador, incentivador e planeja-
 dor (art. 174).
 
Ordem Econômica 
CF/88: 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da 
lei, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, sempre através de licitação, a presta-
ção de serviços públicos .
 
Ordem Econômica 
CF/88: 
 Art. 175. (...) Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e per-
missionárias de serviços públicos, o caráter especial 
de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as 
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da 
 concessão ou permissão;
 
Ordem Econômica. 
CF/88: 
 Art. 175. (...) Parágrafo único. A lei disporá sobre:
 (...)
 II - os direitos dos usuários;
 III - política tarifária;
 IV - a obrigação de manter serviço adequado.
 
Ordem Econômica. 
CF/88: 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta 
Constituição, a exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado só será permitida quando 
necessária aos imperativos da segurança nacio-
nal ou a relevante interesse coletivo, conforme 
 definidos em lei.
 
Ordem Econômica 
Atuação do Estado (CF/88): 
1) Prestação de serviços públicos e sociais (art. 
 175):
 
 
 
 
 
 
 
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Administração direta ;
Administração indireta :
 Autarquias;
 Empresas públicas;
 Agências executivas; 
 Fundações Públicas; e
 Sociedades de economia mista.
 
Ordem Econômica 
Atuação do Estado (CF/88): 
2) Atuação no domínio econômico :
a) Atuação direta (participação) - Exploração dire-
ta da atividade econômica, em regime de monopólio 
(exclusividade) ou comum (concorrência com a ini-
 ciativa privada):
 Empresas públicas;
 Sociedades de economia mista;
Outras entidades estatais ou paraestatais (ex: as 
 subsidiárias das empresas acima).
 
Ordem Econômica. 
Atuação do Estado (CF/88): 
2) Atuação no domínio econômico :
b) Atuação indireta (intervenção) – Ação como 
agente normativo, regulador, fiscalizador, incentiva-
 dor e planejador:
 Administração direta; e
 Agências reguladoras.
 
Ordem Econômica 
 CF/88:
 Art. 173. (...)
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empre-
sa pública, da sociedade de economia mista e de 
suas subsidiárias que explorem atividade econô-
mica de produção ou comercialização de bens 
ou de prestação de serviços, dispondo sobre: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, 
 de 1998) 
 
Ordem Econômica 
 CF/88:
 Art. 173. (...) § 1º (...):
I - sua função social e formas de fiscalização 
pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela 
 Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
 
Ordem Econômica 
 CF/88:
 Art. 173. (...) § 1º (...):
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das em-
presas privadas, inclusive quanto aos direitos e 
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tri-
butários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
 19, de 1998)
 
Ordem Econômica 
 CF/88:
 Art. 173. (...) § 1º (...):
III - licitação e contratação de obras, serviços, 
compras e alienações, observados os princípios da 
administração pública; (Incluído pela Emenda 
 Constitucional nº 19, de 1998)
 
Ordem Econômica 
 CF/88:
 Art. 173. (...) § 1º (...):
IV - a constituição e o funcionamento dos conse-
lhos de administração e fiscal, com a participa-
ção de acionistas minoritários; (Incluído pela 
 Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
 
Ordem Econômica 
 CF/88:
 Art. 173. (...) § 1º (...):
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a 
responsabilidade dos administradores. (Incluído 
 pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de eco-
nomia mista não poderão gozar de privilégios 
fiscais não extensivos às do setor privado .
 
Ordem Econômica. 
 CF/88:
 Art. 173. (...)
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa 
pública com o Estado e a sociedade .
 
Ordem Econômica. 
CF/88: 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da 
atividade econômica, o Estado exercerá, na forma 
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e pla-
nejamento, sendo este determinante para o setor 
público e indicativo para o setor privado .
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do 
planejamento do desenvolvimento nacional 
equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os 
planos nacionais e regionais de desenvolvimen-
to .
 
Ordem Econômica 
Outros pontos importantes relativos à Ordem Eco-
nômica: 
1) Investimentos de capital estrangeiro, reinvesti-
 mento e remessa de lucros (art. 172);
2) Responsabilidadeda pessoa jurídica, sem 
prejuízo da responsabilidade individual dos seus 
dirigentes, sujeitando-a às punições compatíveis 
com sua natureza, nos atos praticados contra a 
ordem econômica e financeira e contra a economia 
 popular (art. 173, § 5º);
 
Ordem Econômica 
Outros pontos importantes relativos à Ordem Eco-
nômica: 
 
 
 
 
 
 
 
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3) Apoio e estímulo ao cooperativismo e a outras 
 formas de associativismo (art. 174, § 2º);
4) Favorecimento à organização da atividade ga-
rimpeira em cooperativas, levando em conta a 
proteção do meio ambiente e a promoção econômi-
co-social dos garimpeiros, concedendo às mesmas 
prioridade na autorização ou concessão para pes-
quisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais 
 garimpáveis (art. 174, §§ 3º e 4º);
 
Ordem Econômica 
Outros pontos importantes relativos à Ordem Eco-
nômica: 
5) Jazidas, em lavra ou não, recursos minerais e 
potenciais de energia hidráulica (art. 176, §§ 1º a 
 4º);
6) Monopólio da União (art. 177, §§ 1º a 4º);
7) Ordenação dos transportes aéreo, aquático e 
 terrestre, inclusive internacional (art. 178);
8) Promoção e incentivo ao turismo como fator de 
 desenvolvimento social e econômico (art. 180);
 
Ordem Econômica 
Outros pontos importantes relativos à Ordem Eco-
nômica: 
9) Necessidade de autorização do poder competen-
te para o atendimento de requisição de documento 
ou informação de natureza comercial, feita por auto-
ridade administrativa ou judiciária estrangeira, a 
pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no 
 País (art. 181);
10) Política urbana e função social da proprieda-
de urbana, inclusive a disciplina das hipóteses de 
desapropriação sanção urbana e usucapião es-
pecial urbano (artigos 182 e 183);
 
Ordem Econômica. 
Outros pontos importantes relativos à Ordem Eco-
nômica: 
11) Política agrícola e fundiária, reforma agrária, 
função social da propriedade rural, inclusive a 
disciplina das hipóteses de desapropriação por 
interesse social para fins de reforma agrária e 
usucapião especial rural (artigos 184 a 191); e
12) Sistema financeiro nacional (art. 192).
 
Ordem Social 
Ordem Social (Título VIII - artigos 193 a 232 da 
CF/88): 
 Disposição geral (art. 193);
 Seguridade Social (arts. 194 a 204):
 Disposições gerais (arts. 194 a 195);
 Saúde (arts. 196 a 200);
 Previdência Social (arts. 201 a 202); e
 Assistência Social (arts. 203 a 204).
 Educação (arts. 205 a 214);
 Cultura (arts. 215 a 216-A);
 
Ordem Social. 
Ordem Social (Título VIII - artigos 193 a 232 da 
CF/88): 
 Desporto (art. 217);
 Ciência, tecnologia e inovação (arts. 218 a 219-B);
 Comunicação social (arts. 220 a 224);
 Meio ambiente (art. 225);
Família, criança, adolescente, jovem e idoso (arts. 
 226 a 230); e
 Índios (arts 231 e 232).
 
Ordem Social. 
CF/88: 
Art. 193. A ordem social tem como base o primado 
do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a jus-
tiça sociais .
 
Ordem Social. 
STF: 
“(...) DIREITO À SAÚDE. TRATAMENTO MÉDICO. 
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES 
FEDERADOS. REPERCUSSÃO GERAL RECO-
NHECIDA. REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊN-
CIA. O tratamento médico adequado aos necessita-
dos se insere no rol dos deveres do Estado, por-
quanto responsabilidade solidária dos entes fe-
derados. O polo passivo pode ser composto por 
qualquer um deles, isoladamente, ou conjunta-
mente.” (RE 855.178 RG/SE, rel. Min. Luiz Fux, j. 
 em 6/3/2015. Tema 739 da repercussão geral) 
 
Ordem Social. 
STF: 
“É constitucional a regra que veda, no âmbito do 
Sistema Único de Saúde, a internação em aco-
modações superiores, bem como o atendimento 
diferenciado por médico do próprio Sistema 
Único de Saúde, ou por médico conveniado, 
mediante o pagamento da diferença dos valores 
correspondentes.” (RE 581488, Rel. Min. Dias 
Toffoli, j. em 03/12/2015. Tema 579 da repercussão 
 geral).
 
Ordem Social. 
STF: 
“(...) IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLI-
CAS. DETERIORAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DE 
INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO. CONSTRU-
ÇÃO DE NOVA ESCOLA. POSSIBILIDADE. INE-
XISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA 
SEPARAÇÃO DOS PODERES. GARANTIA DO 
DIREITO À EDUCAÇÃO BÁSICA. PRECEDENTES. 
(...)” (ARE 761127 AgR, Rel. Min. ROBERTO BAR-
 ROSO, Primeira Turma, j. em 24/06/2014)
 
Ordem Social. 
STF: 
 
 
 
 
 
 
 
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“(...) EDUCAÇÃO – DIREITO FUNDAMENTAL – 
ARTIGOS 206, INCISO IV, E 208, INCISO VI, DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ENSINO PROFISSI-
ONALIZANTE – ESTADO – ALIMENTAÇÃO – CO-
BRANÇA – IMPROPRIEDADE. Ante o teor dos 
artigos 206, inciso IV, e 208, inciso VI, da Carta de 
1988, descabe a instituição pública de ensino pro-
fissionalizante a cobrança de anuidade relativa à 
alimentação.” (RE 357148, Rel. Min. MARCO AU-
 RÉLIO, Primeira Turma, j. em 25/02/2014)
 
Ordem Social 
STF: 
“(...) A educação infantil representa prerrogativa 
constitucional indisponível, que, deferida às cri-
anças, a estas assegura, para efeito de seu desen-
volvimento integral, e como primeira etapa do pro-
cesso de educação básica, o atendimento em cre-
che e o acesso à pré-escola (CF, art. 208, IV). - 
Essa prerrogativa jurídica, em conseqüência, impõe, 
ao Estado, por efeito da alta significação social de 
 que se reveste a educação infantil, a
 
Ordem Social 
STF: 
obrigação constitucional de criar condições obje-
tivas que possibilitem, de maneira concreta, em 
favor das “crianças até 5 (cinco) anos de idade” (CF, 
art. 208, IV), o efetivo acesso e atendimento em 
creches e unidades de pré-escola, sob pena de 
configurar-se inaceitável omissão governamental, 
apta a frustrar, injustamente, por inércia, o integral 
adimplemento, pelo Poder Público, de prestação 
 estatal que lhe impôs o próprio texto da Constituição
 
Ordem Social 
STF: 
Federal. - A educação infantil, por qualificar-se co-
mo direito fundamental de toda criança, não se 
expõe, em seu processo de concretização, a avali-
ações meramente discricionárias da Administra-
ção Pública nem se subordina a razões de puro 
pragmatismo governamental. - Os Municípios - que 
atuarão, prioritariamente, no ensino fundamental e 
na educação infantil (CF, art. 211, § 2º) - não pode-
rão demitir-se do mandato constitucional, juridica-
 mente
 
Ordem Social. 
STF: 
vinculante, que lhes foi outorgado pelo art. 208, IV, 
da Lei Fundamental da República, e que representa 
fator de limitação da discricionariedade político-
administrativa dos entes municipais, cujas op-
ções, tratando-se do atendimento das crianças em 
creche (CF, art. 208, IV), não podem ser exercidas 
de modo a comprometer, com apoio em juízo de 
simples conveniência ou de mera oportunidade, a 
eficácia desse direito básico de índole social. (...)” 
(ARE 639337 AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, 
 Segunda Turma, j. em 23/08/2011)
 
Ordem Social. 
STF: 
“DIREITO CONSTITUCIONAL. EDUCAÇÃO. ENSI-
NO DOMICILIAR. LIBERDADES E DEVERES DO 
ESTADO E DA FAMÍLIA. PRESENÇA DE REPER-
CUSSÃO GERAL. 1. Constitui questão constitu-
cional saber se o ensino domiciliar (homeschoo-
ling) pode ser proibido pelo Estado ou viabiliza-
do como meio lícito de cumprimento, pela famí-
lia, do dever de prover educação, tal como pre-
visto no art. 205 da CRFB/1988. 2. Repercussão 
geral reconhecida.” (RE 888.815 RG/RS, rel. Min. 
Roberto Barroso, j. em 5/6/2015. Tema 822 da re-
 percussão geral) 
 
Ordem Social. 
STF: 
Súmula Vinculante nº 12: “A cobrança de taxa de 
matrícula nas universidades públicas viola o dis-
 posto no art. 206, IV, da Constituição Federal”.
 
Ordem Social 
STF: 
“(…) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDA-
DE. LEI N. 7.844/92,DO ESTADO DE SÃO PAULO. 
MEIA ENTRADA ASSEGURADA AOS ESTUDAN-
TES REGULARMENTE MATRICULADOS EM ES-
TABELECIMENTOS DE ENSINO. INGRESSO EM 
CASAS DE DIVERSÃO, ESPORTE, CULTURA E 
LAZER. COMPETÊNCIA CONCORRENTE ENTRE 
A UNIÃO, ESTADOS-MEMBROS E O DISTRITO 
FEDERAL PARA LEGISLAR SOBRE DIREITO 
ECONÔMICO. CONSTITUCIONALIDADE. (…) 4. 
 Se de um lado a Constituição
 
Ordem Social. 
STF: 
assegura a livre iniciativa, de outro determina ao 
Estado a adoção de todas as providências tenden-
tes a garantir o efetivo exercício do direito à educa-
ção, à cultura e ao desporto [artigos 23, inciso V, 
205, 208, 215 e 217 § 3º, da Constituição]. Na com-
posição entre esses princípios e regras há de ser 
preservado o interesse da coletividade, interesse 
público primário. 5. O direito ao acesso à cultura, 
ao esporte e ao lazer, são meios de complemen-
tar a formação dos estudantes. 6. Ação direta de 
inconstitucionalidade julgada improcedente.” (ADI 
1950, Rel. Min. EROS GRAU, Pleno, j. em 
 03/11/2005)
 
Ordem Social. 
STF: 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO E MAGISTRATURAS ESTADUAIS 
Direito Constitucional – Aula 05 
Robério Nunes 
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“(...) 1. Os serviços de educação, seja os prestados 
pelo Estado, seja os prestados por particulares, 
configuram serviço público não privativo, podendo 
ser desenvolvidos pelo setor privado independen-
temente de concessão, permissão ou autorização. 
(...)” (ADI 1007, Rel. Min. EROS GRAU, Pleno, j. em 
 31/08/2005)
 
Ordem Social. 
STF: 
“(...) PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE. ESTUDO 
PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL. DISPENSA 
PELO MUNICÍPIO. IMPOSSIBILIDADE. (...) O en-
tendimento adotado no acórdão recorrido não diver-
ge da jurisprudência firmada no âmbito deste Su-
premo Tribunal Federal, no sentido de violar o art. 
225, § 1º, IV, da Lei Maior, a previsão legal que 
dispense a elaboração de estudo prévio de im-
pacto ambiental. (...)” (RE 739998 AgR, Rel. Min. 
 ROSA WEBER, Primeira Turma, j. em 12/08/2014)
 
Ordem Social. 
STF: 
“(...) MEIO AMBIENTE. (...) ARTIGO 225, § 1º, III, 
CB/88. DELIMITAÇÃO DOS ESPAÇOS TERRITO-
RIAIS PROTEGIDOS. VALIDADE DO DECRETO. 
(...) 1. A Constituição do Brasil atribui ao Poder Pú-
blico e à coletividade o dever de defender um meio 
ambiente ecologicamente equilibrado. [CB/88, art. 
225, §1º, III]. 2. A delimitação dos espaços terri-
toriais protegidos pode ser feita por decreto ou 
por lei, sendo esta imprescindível apenas quando 
se trate de alteração ou supressão desses espaços. 
Precedentes. (...)” (MS 26064, Rel. Min. EROS 
 GRAU, Pleno, j. em 17/06/2010)
 
Ordem Social 
STF: 
“(...) PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DA FAUNA 
(CF, ART. 225, § 1º, VII) - DESCARACTERIZAÇÃO 
DA BRIGA DE GALO COMO MANIFESTAÇÃO 
CULTURAL - RECONHECIMENTO DA INCONSTI-
TUIONALIDADE DA LEI ESTADUAL IMPUGNADA - 
(...) - A promoção de briga de galos, além de carac-
terizar prática criminosa tipificada na legislação 
ambiental, configura conduta atentatória à Cons-
tituição da República, que veda a submissão de 
animais a atos de crueldade, cuja natureza per-
versa, à semelhança da “farra do boi” (RE 
153.531/SC ),
 
Ordem Social. 
STF: 
não permite sejam eles qualificados como ino-
cente manifestação cultural, de caráter mera-
mente folclórico. Precedentes. - A proteção jurídi-
co-constitucional dispensada à fauna abrange tanto 
os animais silvestres quanto os domésticos ou 
domesticados, nesta classe incluídos os galos 
utilizados em rinhas, pois o texto da Lei Fundamen-
tal vedou, em cláusula genérica, qualquer forma de 
submissão de animais a atos de crueldade. (...)” 
(ADI 1856, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno, j. 
 em 26/05/2011).
 
Ordem Social 
STF: 
“(...) “(…) O caput do art. 226 confere à família, base 
da sociedade, especial proteção do Estado. Ênfase 
constitucional à instituição da família. Família em 
seu coloquial ou proverbial significado de núcleo 
doméstico, pouco importando se formal ou infor-
malmente constituída, ou se integrada por casais 
heteroafetivos ou por pares homoafetivos. A Consti-
tuição de 1988, ao utilizar-se da expressão “família”, 
não limita sua formação a casais heteroafetivos nem 
a formalidade cartorária, celebração civil ou liturgia 
 religiosa. (…) Avanço da Constituição
 
Ordem Social 
STF: 
Federal de 1988 no plano dos costumes. (…) Com-
petência do Supremo Tribunal Federal para manter, 
interpretativamente, o Texto Magno na posse do 
seu fundamental atributo da coerência, o que passa 
pela eliminação de preconceito quanto à orientação 
sexual das pessoas. (…) A Constituição não interdi-
ta a formação de família por pessoas do mesmo 
sexo. Consagração do juízo de que não se proíbe 
nada a ninguém senão em face de um direito ou de 
proteção de um legítimo interesse de outrem, ou de 
toda a sociedade, o que não se dá na hipótese sub 
 judice. Inexistência
 
Ordem Social. 
STF: 
do direito dos indivíduos heteroafetivos à sua não-
equiparação jurídica com os indivíduos homoafeti-
vos. Aplicabilidade do §2º do art. 5º da Constituição 
Federal, a evidenciar que outros direitos e garantias, 
não expressamente listados na Constituição, emer-
gem “do regime e dos princípios por ela adota-
dos”(…)” (ADPF 132, Rel. Min. AYRES BRITTO, 
 Pleno, j. em 05/05/2011)
Vide ainda: ADI 4277, Rel. Min. AYRES BRITTO, 
 Pleno, j. em 05/05/2011.
 
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