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AULA 01 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRINCÍPIOS. BENS PÚBLICOS.

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OAB – INTENSIVO MODULAR – DIREITO ADMINISTRATIVO
AULA 01 – Profa. Patrícia Carla
Tema: Administração Pública. Princípios. Bens públicos. 
I. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1. Conceito
	A Administração Pública em sentido formal, orgânico ou subjetivo designa o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa, independentemente do poder que pertençam e da atividade exercida. 
	Por sua vez, a administração pública em sentido material ou objetivo designa a atividade desempenhada pela pessoa. 
2. Função administrativa
	É a atividade desenvolvida pelo Estado para o bem e toda a coletividade. 
3. Regime Jurídico Administrativo
“Regime jurídico é um conjunto de princípios e leis que regem determinado ramo ou instituto do Direito”.
O Regime Jurídico Administrativo é caracterizado por suas prerrogativas e sujeições. É um sistema que busca o balanceamento, ao ponto que, à medida que a AP exerce suas prerrogativas – como os prazos diferenciados, o Poder de Polícia e a Autoexecutoriedade -, justificadas pelo P. da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Particular, ela – a AP – é submetida a uma série de sujeições, como a obrigatoriedade das licitações e concursos públicos, justificadas pelo Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público.
4. Princípios do Direito Administrativo
4.1. Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado.
É princípio implícito e significa que em um eventual conflito de interesses [público x particular], há de prevalecer o Interesse Público – primário. Sua aplicação será realizada mediante as prerrogativas do estado. 
São exemplos de aplicação deste princípio a desapropriação e as cláusulas exorbitantes, previstas em contratos administrativos (art. 58 da Lei 8.666/93), que dão à Administração Pública prerrogativas como rescisão e alteração unilateral de contrato administrativo. 
4.2. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público [primário]
É princípio implícito e significa que o interesse público é indisponível e irrenunciável. O administrador público não pode dispor do interesse público porque não lhe pertence; o interesse é da coletividade – vai além dos bens e do dinheiro, mas do interesse em si. Sua aplicação será realizada mediante as sujeições do estado.
São exemplos de aplicação do princípio da indisponibilidade do interesse público a obrigatoriedade de licitação e de concursos públicos. 
4.3. Princípios do art. 37 da CF. LIMPE.
4.3.1. Princípio da Legalidade: a AP só pode fazer o que a lei permite ou determina. A lacuna de lei significa a proibição, ao contrário da regra determinada aos particulares, aos quais é permitido fazer tudo o que a lei não proíbe (art. 5º, II, CF).
	A legalidade, nesse sentido, deve ser observada em sentido amplo, de modo que deve ser observada a lei e os princípios. A violação de princípios ou leis é um ato arbitrário, ilegal. 
4.3.2. Princípio da Impessoalidade
	A Administração Pública deve ser objetiva e impessoal. 
4.3.2.1. Administrador público (art. 37, §1º, CF): exige do administrador uma conduta neutra, impessoal.
“§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.
4.3.2.2. Administrados: para os administrados, a impessoalidade exige que eles sejam tratados de forma impessoal/imparcial.
 “Toda discriminação em matéria de concurso público é ilegal? R. Não. Se houver pertinência lógica entre o fator de discriminação e o exercício esperado para aquele cargo, a discriminação será legal”.
4.3.3. Princípio da Moralidade: além de uma conduta legal, a AP deve ter uma conduta moral. A moral envolve os conceitos de probidade, honestidade, ética, boa-fé; não é a noção de moral do administrador, busca-se aqui a moralidade administrativa – do homem médio -, que geralmente gravita ao redor do instituto do interesse público.
	A Lei 8.429/92 (lei de Improbidade Administrativa) prevê os atos de improbidade administrativa, não havendo crime. Os crimes são enriquecimento ilícito (art. 9º), dano ao erário (art. 10) e violação aos princípios (art. 11).
	O enriquecimento ilícito tem como elemento subjetivo o dolo; dano erário tem como elemento subjetivo dolo ou culpa; violação aos princípios tem como elemento subjetivo o dolo. 
	A Súmula Vinculante 13 proíbe o nepotismo no serviço público, mas deixa de fora os cargos políticos. 
 
4.3.4. Princípio da Publicidade: esse princípio exige que a AP dê ampla divulgação de seus atos, obras e programas sem promoção pessoal dos administradores.
	A publicidade não se confunde com publicação, nos termos que a publicação torna efetiva a publicidade. Publicar o ato é condição de sua eficácia, não é condição de validade, ou seja, apesar de válido, o ato administrativo apenas produz efeitos a partir do momento em que é publicado. 
O ato ilegal publicado torna-se eficaz, mas não se convalida, ou seja, não se torna válido. Produzirá efeitos até que seja declarado ilegal. 
4.3.4.1. Efeitos
A. É preciso divulgar para que as pessoas possam dar cumprimento;
B. Oportunidade de impugnação; 
 	C. Contagem de prazos.
4.3.4.2. Exceções (art. 5º, X, XXXIII e LX, CF).
4.3.5. Princípio da Eficiência: envolve a administração pública gerencial; ser eficiente é fazer o melhor com os recursos disponíveis, no tocante a administração de custo, capacitação de servidores, etc. 
4.6. Lei 9.784/99: Lei do Processo Administrativo Federal
4.6.1. Princípio da razoabilidade: corresponde à adequação entre os meios e os fins. 
4.6.2. Princípio da proporcionalidade: envolve os princípios de adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. 
4.6.3. Princípio da segurança jurídica: também conhecido como princípio da proteção à confiança, veda novas interpretações por parte do poder público. As novas regras não atingirão aqueles que já tenham direito adquirido.
4.6.4. Princípio da motivação: a motivação é obrigatória. Na hipótese de motivação é falsa, o ato é anulado, com base na Teoria dos Motivos Determinantes. 
4.7. Princípio da autotutela
 A autotutela é um controle interno da Administração Pública, o que significa dizer que com base nesse instituto, a AP “toma conta de si mesma”.
Efeitos ex nunc
A revogação terá efeito do ato revocatório em diante.
Inconveniência
Revogação
 Inoportunidade
Administração pública
Efeitos ex tunc
A anulação retroagirá até a data da prática do ato anulado.
Atos ilegais
Anulação
II. BENS PÚBLICOS
1. Conceito
“São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”.
	Os bens privados, quando utilizados para o exercício da prestação de serviço público, recebem a proteção dos bens públicos. 
2. Regime jurídico diferenciado dos bens públicos
2.1. Imprescritibilidade: significa dizer que o bem público não pode ser objeto de ação de usucapião. Bem público não pode ser usucapido, nos termos dos arts. 183, §3º e 191, parágrafo único da CF, art. 102 do CC e Súmula 340 do STF.
Obs¹: A usucapião é uma das formas de prescrição aquisitiva.
Obs²: A AP pode, no entanto, usucapir.
2.2. Impenhorabilidade: [Como a AP garante seus débitos oriundos de ações judiciais? R. O regime de precatórios (art. 100, CF) está diretamente relacionado com a impenhorabilidade; é a forma de garantia da AP].
2.3. Alienabilidade condicionada: a alienabilidade dos bens públicos é relativa. Em regra, os bens públicos são inalienáveis, salvo nas hipóteses de desafetação, conforme o art. 17 da Lei 8.666/93.
	A alienação deve conter interesse público, avaliação prévia, licitação. Ainda, quando bem imóvel, é necessária autorização legislativa. 
2.5. Não são passíveisde oneração: não cabe restrição real aos bens públicos, como penhor, hipoteca ou anticrese. 
3. Classificação
3.1. Quanto à titularidade: pode ser federal, estadual ou municipal. 
3.2. Quando à destinação
3.2.1. Bem de uso comum do povo (art. 99, I, CC): aquele de uso indiscriminado por qualquer um do povo. Podem ser a título gratuito ou oneroso. 
3.2.2. Bem público de uso especial (art. 99, II, CC): serve como estabelecimento da AP. Têm acesso restrito.
3.2.3. Bens dominicais: são aqueles desafetados; que não têm destinação específica. Exemplo de bem dominial são as terras devolutas.

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