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Apostila de Carcinicultura e Maricultura.

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Escola Estadual de 
Educação Profissional – EEEP 
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Curso Técnico em Aquicultura 
 
 
 
 
Carcinicultura e Maricultura 
2 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
 
 
 
EDIÇÃO DA APOSTILA: Marcus Vinícius – Técnico em Aquicultura 
09/2017 
3 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
 
UNIDADE I – ALGICULTURA .................................................................................................................................. 6 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O CULTIVO DE ALGAS ........................................................................................ 6 
2. PRINCIPAIS ESPÉCIES CULTIVADAS ........................................................................................................................ 8 
3. FORMAS DE CULTIVO E INFLUENCIAS NO AMBIENTE ............................................................................................ 11 
3.1 Seleção do local ....................................................................................................................................... 11 
3.2 Correntes ................................................................................................................................................... 11 
3.3 Salinidade .................................................................................................................................................. 12 
3.4 Temperatura .............................................................................................................................................. 12 
3.5 Presença de bancos de algas no local ................................................................................................. 12 
3.6 Tipo de solo marinho ............................................................................................................................... 12 
3.7 Profundidade ............................................................................................................................................. 13 
3.8 Acesso ao local ........................................................................................................................................ 13 
3.9 Influência de ondas .................................................................................................................................. 13 
4. ESTRUTURAS DE CULTIVO .................................................................................................................................... 13 
5. MANEJO DE CULTIVO ............................................................................................................................................ 15 
5.1 Preparação das mudas para plantio ..................................................................................................... 16 
5.2 Fixação das estruturas de cultivo .......................................................................................................... 18 
5.3 Manejo de cultivo ..................................................................................................................................... 18 
5.4 Ataque de animais herbívoros ................................................................................................................ 19 
5.5 Colheita ...................................................................................................................................................... 20 
UNIDADE II – CARCINICULTURA ......................................................................................................................... 21 
6. RECEPÇÃO, ACLIMATAÇÃO E TRATAMENTO TÉRMICO DAS PÓS-LARVAS NA FAZENDA ........................................ 21 
7. CULTIVO DE PÓS-LARVAS EM BERÇÁRIOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS .............................................................. 23 
7.1 Tratamento da água................................................................................................................................. 23 
7.1.1 Tratamento Químico da Água com Uso de Cloro: .............................................................................. 24 
7.2 Limpeza e Assepsia nas Instalações dos Berçários Intensivos: ....................................................... 24 
7.3 Preparação dos tanques berçários intensivos ..................................................................................... 25 
7.4 Monitoramento dos parâmetros físico-químicos .................................................................................. 29 
7.5 Ações emergenciais em caso de enfermidades de importância econômica .................................. 30 
8. CULTIVO EM VIVEIROS DE ENGORDA .................................................................................................................... 30 
8.1 Monitoramento da matéria orgânica e do pH no solo dos viveiros ................................................... 30 
8.2. Avaliação do Perfil do Solo: .......................................................................................................................... 31 
8.3. Monitoramento e tratamento da Matéria Orgânica no solo de viveiros de produção ........................... 31 
8.3.1 fontes de constituição da matéria orgânica .............................................................................................. 32 
8.4 Monitoramento e tratamento do pH do solo ............................................................................................... 32 
4 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
8.5 Povoamentos em viveiros de engorda ......................................................................................................... 34 
9. ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL..................................................................................................................................... 35 
9.1 Controle da qualidade da ração ............................................................................................................. 35 
CONTROLE DE QUALIDADE E ESTOCAGEM DE RAÇÃO .............................................................................................. 36 
9.2 Arraçoamento de viveiros ....................................................................................................................... 39 
9.4 Arraçoamento inicial ................................................................................................................................ 40 
9.4.1 Método de voleio ...................................................................................................................................... 40 
9.5 Alimentação em bandejas ....................................................................................................................... 41 
9.6 Limpeza das bandejas ............................................................................................................................. 42 
9.7 Sobras de alimento .................................................................................................................................. 42 
9.8 Alimentação em bandejas durante o ciclo de muda ........................................................................... 42 
9.9 Alimentação por faze lunar ..................................................................................................................... 42 
10. AERAÇÃO EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DE CAMARÕES ...................................................................................... 43 
11. CONTROLE DOS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DA ÁGUA DOS VIVEIROS .................................................... 44 
11.1 Monitoramento da água de cultivo.........................................................................................................44 
12. DESPESCA ....................................................................................................................................................... 45 
12.1 Despesca de rotina .................................................................................................................................. 45 
12.2 Despesca de emergência ....................................................................................................................... 46 
12.3 Neutralização do metabissulfito de sódio ............................................................................................. 46 
13. SANIDADE DE CAMARÕES ............................................................................................................................... 47 
13.1 Controles de vetores de enfermidades dentro dos viveiros de criação de camarão ..................... 47 
13.2 Principais enfermidades em camarões peneídeos ............................................................................. 50 
13.3 Influências do estresse no desempenho do camarão cultivado e o sistema imunológico. ........... 52 
13.4 Programa de biossegurança .................................................................................................................. 54 
Localização da Fazenda ........................................................................................................................................ 54 
Layout do Projeto ................................................................................................................................................... 55 
Recirculação .............................................................................................................................................................. 55 
Dimensionamento de viveiros e fazendas ................................................................................................................. 56 
Compartimentação ................................................................................................................................................... 56 
Profundidade dos viveiros ......................................................................................................................................... 57 
Desenho dos canais ................................................................................................................................................... 57 
Filtração .................................................................................................................................................................... 57 
Controle do acesso a fazenda .............................................................................................................................. 58 
Controle da aquisição e armazenamento de insumos, utensílios e equipamentos. .................................... 59 
Alimentos frescos e ração ..................................................................................................................................... 60 
Limpeza e sanitização do pessoal, veículos, utensílios e equipamentos. ..................................................... 60 
Limpeza da área de produção .............................................................................................................................. 62 
13.5 Controle de patógenos e vetores ........................................................................................................... 63 
5 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
Rotina de sanitização e biossegurança .............................................................................................................. 63 
Exclusão de patógenos da água .......................................................................................................................... 63 
Exclusão de patógenos do solo ........................................................................................................................... 65 
13.6 Monitoramento da sanidade dos camarões. ........................................................................................ 66 
13.7 Desinfecção de viveiros de criação de camarão. ................................................................................ 66 
13.8 Densidades de povoamento: .................................................................................................................. 67 
13.9 Uso de probióticos ................................................................................................................................... 68 
13.10 Uso de antibióticos para tratamento de enfermidades do camarão cultivado ........................... 68 
13.11 Análise presuntiva ............................................................................................................................... 69 
UNIDADE III – MALACOCULTURA ................................................................................................................................. 72 
14. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS MOLUSCOS ................................................................................................... 72 
14.1 Anatomia externa: .................................................................................................................................... 73 
14.2 Anatomia interna: ..................................................................................................................................... 74 
15. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CULTIVO DE MOLUSCOS NO MUNDO E NO BRASIL .............................................. 76 
16. CULTIVO DE MEXILHÕES E OSTRAS ................................................................................................................. 77 
16.1 Ciclo de reprodução ................................................................................................................................. 80 
16.2 Desenvolvimento larval ........................................................................................................................... 80 
17. FIXAÇÃO DAS LARVAS ...................................................................................................................................... 81 
18. SELEÇÃO DE LOCAIS PARA CULTIVO................................................................................................................ 81 
19. ESTRUTURAS DE APOIO ................................................................................................................................... 82 
20. COLETA DE SEMENTES .................................................................................................................................... 82 
20.1 Obtenção de sementes em laboratório ................................................................................................. 82 
20.2 Metodologia coleta nas estruturas de cultivo (repicagem) ................................................................. 83 
20.3 Coletas no ambiente natural ................................................................................................................... 83 
20.4 Coletores artificiais ................................................................................................................................... 83 
21. TIPOS DE CULTIVO ........................................................................................................................................... 85 
22. MANEJO DE CULTIVO ....................................................................................................................................... 87 
23. PROCEDIMENTO PARA AS COLHEITAS ............................................................................................................................. 92 
BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................................................................................95 
ANEXO I – CULTIVO DE CAMARÕES COM A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE BIOFLOCOS ................................................. 97 
ANEXO II – PROCEDIMENTOS PARA AQUISIÇÃO DE PÓS-LARVAS ................................................................................ 98 
ANEXO III - BACTÈRIAS USADAS COMO PROBIÒTICOS ............................................................................................... 100 
 
6 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
UNIDADE I – ALGICULTURA 
1. Considerações gerais sobre o cultivo de algas 
Quando se fala em cultivar algas, 
algumas perguntas costumam surgir. 
Porque gastar tempo e trabalho para 
cultivar algas? Quem vai comprar isto? 
Para que servem as algas? Na verdade, o 
interesse em cultivar as algas vem do valor 
que existe nos produtos extraídos delas. 
Quando alguém toma uma cerveja - há 
produto de alga para manter a espuma firme por mais tempo; quando alguém toma sorvete 
industrializado - há produto de alga para evitar que a água forme pedrinhas de gelo, 
deixando o sorvete todo macio; quando alguém toma um remédio em cápsulas - há 
produto de alga na parede daquela cápsula; quando um dentista faz uma prótese dentária, 
ele usa produto de alga na massa para moldar os dentes. Em alguns lugares do mundo, 
como por exemplo, no Japão, é comum comer algas em saladas, sopas e outros pratos. 
Portanto, muita gente usa, compra e vende produtos de algas e por isto, muita gente 
compra algas para fabricar estes produtos. Isto significa que a alga tem valor comercial. 
O Brasil tem algumas fábricas que extraem estes produtos, mas como as algas que 
existem naturalmente não são suficientes, estas fá- bricas compram algas do exterior. 
Além disso, tirar as algas dos recifes para vender, acaba com o crescimento natural em 
pouco tempo. Elas não costumam voltar a crescer no mesmo lugar. Isto prejudica não só 
quem tira as algas, mas também animais, como os peixes e lagostas, que precisam das 
algas sobre os recifes para viver. 
 Mas alguém descobriu que é possível cultivar algas, como uma fazenda, só que no 
mar. E este cultivo pode ser uma fonte de renda e preserva o ambiente, ajudando a manter 
outras formas de pesca. O mais importante e o melhor de tudo isto é que as algas ajudam 
a purificar o ambiente, a água, produzindo o oxigênio que respiramos, sendo conhecida 
como uma atividade ecologicamente desejável. Quer dizer, boa para a natureza, desde 
que tomemos alguns cuidados e boa para o ser humano. 
7 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
Existem algumas maneiras de cultivar algas, em geral todas muito simples. Por esta 
razão é uma atividade adequada tanto para homens como para mulheres, de todas as 
idades. O objetivo dos métodos de cultivo é atingir um rápido crescimento e uma alta 
produção. Isto é, produzir muitas algas em pouco tempo. Existe um método de cultivo 
próprio para cada lugar e cada época, por isso deve-se encontrar o melhor local, o melhor 
método para aquele local e suas variações para cada época. Mas é bom sempre lembrar 
que, qualquer que seja a situação, o mais importante é o comportamento do produtor, que, 
com interesse, prazer e zelo, sempre achará os melhores procedimentos para o seu 
cultivo. Um famoso pesquisador, Maxwell Doty afirmou que “o melhor fertilizante para fazer 
crescer bem as algas é a sombra do produtor.” 
Espécie cultivada 
As algas, também chamadas de sargasso, cisco, ou 
limo, são plantas muito simples que geralmente crescem 
dentro d’água, e não apresentam folhas, raízes, frutos ou 
flores. O seu corpo é formado por um apressório, que 
serve apenas para prender a planta, e todo o resto é 
chamado de talo que serve para tudo: crescer, absorver 
nutrientes, água e luz, e também reproduzir. O talo pode 
ter várias formas: cilíndrico como um macarrão, achatado 
como uma fita, achatado e largo como uma folha, com 
muitas ramificações formando um grande emaranhado ou 
até sem ramificações. O importante é que no cultivo qualquer pedaço do talo é capaz de 
crescer e viver normalmente se for preso, amarrado a alguma estrutura, pois normalmente 
o talo não forma um novo apressório. 
Como qualquer outra planta, as algas precisam de luz do sol, água e nutrientes. Além 
disso é preciso ter cuidado para que outras plantas indesejáveis não cresçam junto 
atrapalhando o crescimento do cultivo. Deve-se cuidar também para que animais não 
comam ou façam “casa” sobre as plantas do cultivo. Por isso, plantar algas se parece com 
plantar e cuidar de qualquer outro tipo de roça, a diferença é que é dentro d’água. 
 
 
8 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
Ciclo de vida 
As algas vermelhas crescem normalmente no mar ou nos manguezais, 
sempre presas a alguma superfície. Quando vemos uma alga vermelha solta 
na água ela já morreu ou certamente irá morrer. Existem 
plantas masculinas e plantas femininas, as quais geralmente 
têm forma semelhante. Do cruzamento destas plantas surgem 
plantas microscópicas que vivem como parasitas sobre as 
plantas-mãe, formando pequenas “verrugas” escuras sobre as 
plantas femininas – os cistocarpos. Estes cistocarpos produzem 
esporos que germinam e dão origem a plantas tetrasporofíticas. 
Estas plantas tetrasporofíticas também produzem esporos que 
germinam e dão origem a novas plantas femininas e 
masculinas. Para o cultivo é interessante usar plantas inférteis, que só 
crescem, não gastando energia com a reprodução. 
2. Principais espécies cultivadas 
 Chondrus cispus; 
 
 
 
 
 
 Hypnea musciformis; 
 
 
 
 
 
9 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
 Glacilaria chilensis: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Gracilaria parvispora: 
 
 
 
 
 
 Laminaria japonica: 
 
 
 
 
 
 Sarcothalia crispata: 
 
 
 
10 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
 Mazzaella laminarioides: 
 
 
 
 
 
 
 Gigartina skottsbergii: 
 
 
 
 
 
 Chondrachanthus chamissoi 
 
 
 
 
 Gelidium lingulatum: 
 
 
 
 
11 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
 
 Gracilaria conferta: 
 
3. Formas de cultivo e influencias no ambiente 
3.1 Seleção do local 
Para escolher o local de cultivo deve-se pensar em aspectos técnicos, para que seja 
bem produtivo, e nos aspectos legais, para que o cultivo tenha uma boa convivência com o 
ambiente, com a comunidade local e com os órgãos públicos que regulam esta atividade. 
O principal ponto é oferecer às plantas condições para que elas se desenvolvam bem, e ao 
mesmo tempo verificar também boas condições de trabalho, para que este seja realizado 
com disposição e satisfação. Tecnicamente existem vários parâmetros que devem ser 
observados para indicar a adequação do local ao cultivo de algas. Os mais importantes 
são os seguintes: 
3.2 Correntes 
Esta é uma característica importante que afeta o cultivo de várias formas. Com relação 
às plantas, é bom que haja correnteza, pois é o movimento da água que trará os nutrientes 
e movimentará as plantas fazendo com que elas tomem sol por todo o talo, além de fazer 
com que se limpem. Um local sem correnteza é completamente inadequado. No entanto, 
uma correnteza muito forte impedirá que as plantas cresçam muito, fazendo com que elas 
se quebrem ao atingir um determinado tamanho, obrigando a fazer colheitas mais 
frequentes. Outro ponto importante é que uma forte correnteza dificulta muito o trabalho 
que é realizado dentro d’água, além de danificar mais rapidamente os equipamentos e 
estruturas, obrigando a uma manutenção mais intensa e maior reposição de materiais.12 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
3.3 Salinidade 
Esse é um parâmetro necessário para o crescimento das algas, 
pois informa a quantidade de sal contida na água. Para a Gracilaria 
cornea quanto mais alta a salinidade melhor, ou seja, quanto mais 
afastado de rios e estuários melhor para o seu 
cultivo. Outra característica importante é a 
variação da salinidade: deve ser pequena entre a maré alta e a baixa. 
Para medir a salinidade pode-se usar salinômetros eletrônicos, 
refratômetro que é um aparelho óptico, ou ainda densímetro que é 
muito barato e pode ser comprado em lojas de material para aquários. 
3.4 Temperatura 
No nordeste, não há problemas com temperaturas baixas, que impediriam o 
crescimento da Gracilaria ou mesmo a matariam. Mas deve-se ter cuidado com locais onde 
a temperatura sobe demais. Pequenas baías rasas ou áreas abrigadas por recifes podem 
esquentar demais na baixa-mar durante o dia. Em geral a água deverá estar entre 22ºC e 
32ºC, ou seja, uma água com temperatura agradável a qualquer pessoa. A temperatura 
pode ser medida por termômetros para aquário, flutuantes e baratos, encontrados em lojas 
especializadas. 
3.5 Presença de bancos de algas no local 
A observação de que no local já crescem algas como Acanthophora, Hypnea, 
Gracilaria, Dictyota, ou o capim agulha Halodule é uma boa indicação de que o local é 
favorável para o cultivo da Gracilaria cornea. Isso revela que o local tem todos os 
parâmetros favoráveis. Para identificar as algas citadas pode-se usar alguns manuais 
técnicos disponíveis para o local. Outro meio é retirar algumas das plantas que crescem no 
local, colocá-las inteiras (com talo e apressório) e abertas para secar entre duas folhas de 
papel de jornal, por exemplo, e enviar para o serviço de extensão identificar. 
3.6 Tipo de solo marinho 
Essencial em vários aspectos do cultivo: indica, de uma forma geral, o tipo de água e 
correnteza que passa pelo local, e vai determinar o tipo de estrutura para fixação do 
cultivo. Os fundos de areia fina são os ideais. 
13 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
Os fundos de lama são muito bons para fixar o cultivo mas indicam que haverá grande 
deposição de partículas finas sobre as algas, o que reduzirá o crescimento, favorecerá o 
surgimento de epífitas. 
Fundos de areia grossa indicam uma água muito boa para o cultivo, mas certamente 
haverá um pouco mais de dificuldade para a fixação. 
Os fundos de pedra apresentam problemas na fixação do cultivo, além de haver uma 
grande possibilidade de ocorrerem animais herbívoros. 
3.7 Profundidade 
Quanto maior a profundidade, maior a dificuldade de se trabalhar, especialmente na 
instalação e manutenção das estruturas de cultivo, obrigando a fazer mergulhos profundos 
para estes trabalhos. No entanto, a profundidade na baixa-mar não pode ser tão pequena 
que as algas fiquem fora d'água, nem mesmo em algumas marés. 
3.8 Acesso ao local 
Deve ser fácil para o produtor chegar ao cultivo, seja para trabalhar no manejo seja 
para melhor vigiar seus bens. 
3.9 Influência de ondas 
Pequenas ondas, mesmo que quebrem sobre o cultivo, atrapalham pouco. A área não 
deve ser exposta a grande arrebentação ou sofrer intenso batimento durante as ressacas. 
Estas turbulências, além de danificarem as estruturas e as algas, podem tornar as 
condições de trabalho muito arriscadas, especialmente nos momentos mais críticos do 
cultivo. 
4. Estruturas de cultivo 
As estruturas utilizadas para o cultivo são basicamente os long-lines e balsas com 
redes tubulares. 
 
 
 
 
14 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
Os long-lines, geralmente são estruturas formadas por apenas uma corda ou por várias 
cordas fixas numa mesma estrutura. 
No caso de long-lines de múltiplas 
cordas, dois cabos mestres e fixos nas 
extremidades por um sistema de ancoragem, 
que pode ser estacas, poitas, pedras, dentre 
outras. 
Os dois cabos mestres devem ter o 
comprimento duas vezes maior do que a 
profundidade durante a maré cheia. Em 
seguida deve-se colocar entre cada conjunto 
de cabos mestres tubos de PVC com 25 
milímetros de diâmetro e 3 metros de comprimento e que devem ficar distantes um dos 
outro, a cada 4 metros. A distância entre cada tubo de PVC é chamado de quadro. Cada 
quadro será composto por 12 long-lines de 04 metros. 
Os quadros devem ser construídos fora da 
água e somente levados para o mar na 
ocasião de sua fixação aos cabos mestres. 
 Antes de plantar as mudas de algas toda 
a estrutura deve ficar em observação por 
alguns dias para se certificar que está bem 
fixada e na posição correta em relação à 
superfície da água. 
É muito importante a utilização de bóias 
de sinalização para identificar os locais onde 
as estruturas estão instaladas, tanto para que o produtor possa chegar ao local com 
facilidade, bem como, para alertar as embarcações que trafegam pela região. 
Outra estrutura que pode ser utilizada são as balsas de cultivo e que utilizam redes 
tubulares no lugar dos long-lines. 
15 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
Essas balsas de cultivo foram desenvolvidas pela empresa BIOMAR SETE ONDAS, do 
Estado do Rio de Janeiro, e que produz algas marinhas para extração de carragenana. 
Cada balsa ocupará uma área individual de 150m², com distância aproximada de 3-4m 
uma das outras, compostas por 10 módulos (3x5m cada) e sustentados por tubos de PVC 
com as extremidades fechadas. Os módulos serão conectados uns aos outros, por cabos 
de polipropileno onde serão colocadas em torno de 220 (duzentos e vinte) mudas em cada. 
Todo o conjunto será fixado ao fundo por uma garatéia e uma âncora, fixadas nas 
extremidades das estruturas. 
Todo o sistema de balsas de cultivo se assemelha as estruturas de long-lines, inclusive 
o sistema de ancoragem e sinalização. Os critérios legais para a solicitação do uso de 
águas da União, também seguem os mesmos preceitos. 
A única diferença é que no sistema de balsas flutuantes os long-lines, são substituídos 
por redes tubulares, onde as mudas de algas serão plantadas. 
 
 
 
 
 
 
5. Manejo de cultivo 
Finalizada a confecção e a instalação das estruturas de cultivo no local escolhido, tem 
início o plantio das mudas de algas nas estruturas. 
Essas mudas devem proceder de um banco de mudas criados no próprio local de 
cultivo, com o objetivo de não retirar as mudas de algas dos bancos naturais, evitando 
assim sua depredação, bem como pelo fato de na região alvo do cultivo não haver mudas 
de algas disponíveis. 
Provavelmente o produtor, para formar um banco de mudas de algas, necessitará 
extrair as matrizes das algas disponíveis na região. Com esse propósito recomendamos 
16 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
que as matrizes sejam adquiridas de algas “arribadas”, ou seja, algas que são arrancadas 
do banco natural pela ação das fortes correntes presentes na região. O fenômeno da 
“arribada” é comum e natural, o que não traz prejuízos para os bancos naturais e para o 
meio ambiente local. 
Recomendamos, ainda, que ao enviar a documentação para a solicitação de cessão de 
águas da União, junto ao MPA, o produtor envie um plano de formação e manutenção de 
bancos de mudas para dar suporte ao cultivo. 
 A formação de um banco de mudas é bastante simples, basta que o produtor reserve 
algumas estruturas de cultivo pra servir de banco de mudas. Essas estruturas não serviram 
para a comercialização e à medida que as algas forem crescendo, as mudas são retiradas 
e implantadas nas estruturas de produção. 
Porém é importante que o produtor faça o cálculo correto de quantasestruturas são 
necessárias para dar suporte a todas as outras estruturas de produção. Deve haver uma 
sincronia perfeita entre o crescimento das plantas no banco de mudas e o tempo do ciclo 
de produção. Com esse cuidado e planejamento, o produtor evita que as mudas cresçam 
demasiadamente, enquanto as estruturas de produção ainda estejam em operação. Da 
mesma forma as estruturas de produção, após a colheita, não devem ficar “paradas” por 
falta de mudas para novo plantio. 
 Recomendamos que os produtores busquem orientações para elaborar o plano de 
produção de mudas, junto a um profissional especializado. 
5.1 Preparação das mudas para plantio 
Obtenção de matrizes 
Escolhem-se plantas perfeitamente 
sadias, inférteis, e livres de epífitas e 
doenças. As matrizes podem ser obtidas 
nos recifes ou entre as plantas de outro 
cultivo. No caso de se obter as matrizes nos 
recifes, deve-se ter o cuidado de usar uma 
faca amolada, canivete ou tesoura, 
cortando as plantas logo acima do 
17 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
apressório. Esse procedimento irá garantir plantas menos machucadas por não terem sido 
arrancadas, permitindo que a planta nativa torne a crescer, não afetando a vegetação dos 
recifes. 
Preparação de mudas 
Cada matriz, dependendo do seu tamanho, dará origem a muitas mudas. Com uma 
faca ou canivete corta-se a matriz em pequenos pedaços de aproximadamente 1 grama. 
Estes pedaços terão uns 5 centímetros e serão chamados de mudas. 
As mudas devem ser bem ramificadas, limpas e sadias. Retiram-se quaisquer 
epífitas com a mão, tomando cuidado para não ferir ou machucar a muda. Estas mudas 
são amarradas com pedaços de fitilho. É preciso cortar pedaços de 20 centímetros e 
rasgar o fitilho ao comprido, separando-o em vários pedaços de 20 centímetros, bem finos. 
Com uma ponta deste fitilho amarra-se com um nó cego cada muda. É muito importante 
que este nó não aperte a muda, pois isso irá quebrar a planta, mas também não pode ficar 
tão folgado que deixe a muda sair. O ideal é amarrar o fitilho entre ramificações da muda. 
Amarração das mudas 
Deve-se preparar os long-lines com cabos de polipropileno 
torcido de 3 milímetros, cortando pedaços de exatamente 4,5 
metros e queimando as pontas para que não desfiem. A 25 
centímetros de cada ponta dar um nó que seja pouco comum, como 
o nó de frade, por exemplo, para marcar a extensão de 4 metros 
que iremos plantar e as partes finais que serão usadas para 
amarrar nos quadros do MLL. Estes cabos devem ser amarrados, 
não esticados, entre dois suportes a cerca de 1 metro de altura, 
para trabalhar confortavelmente ao longo de sua extensão. Amarra-
se então o fitilho das mudas ao cabo do long-line, destorcendo 
rapidamente o cabo e passando o fitilho por dentro dele e 
terminando com um nó tipo volta de fiel. 
As mudas ficam bem próximas ao cabo do long-line, não mais de 1 centímetro de 
fitilho entre a muda e o long-line. De uma muda para outra se deixa 2,5 centímetros, que 
corresponde a 160 mudas por long-line. Todo esse trabalho deve ser feito observando os 
mesmos cuidados usados para as matrizes e mudas. 
18 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
Porém em cultivos em regiões do Estado do Ceará, foi observado que o sistema de 
amarração provoca a perda de mudas devido às correntes e o próprio desgaste do fitilho 
utilizado. Uma alternativa é a utilização de pequenas redes que normalmente se usa para 
ensacar frutas. Relatos comprovam que essa metodologia está se mostrando eficiente em 
cultivo realizado no litoral de Camocim/CE. 
No caso das redes tubulares, as mudas são colocadas com o auxílio de um cano de 
PVC, que servirá como guia para que as mudas fiquem na rede de forma ordenada, o que 
irá contribuir para o seu melhor desenvolvimento. 
Em seguida o tubo de PVC é retirado e a rede estará pronta para ser instalada nas 
balsas de cultivo. 
 O produtor deve observar o tamanho ideal das malhas das redes tubulares para 
evitar que hajam perdas de mudas devido à ação das correntes locais. 
Uma forma de garantir que não haja perdas de mudas é colocar as mudas nos 
sacos para frutas e em seguida introduzi-las nas redes tubulares. 
Essa estratégia é recomendada, principalmente em cultivo de algas da espécie 
Hypnea musciformis, por se tratar de uma planta com talo bastante fino e que pode ser 
perder com facilidade no momento que são colocadas na água. 
5.2 Fixação das estruturas de cultivo 
Após a fixação das mudas, tanto nos long-lines quanto nas redes tubulares, às 
estruturas são devem ser levadas para os locais de cultivo com cuidado para não danificar 
as mudas. 
A melhor forma de fazer a fixação das estruturas nos locais de cultivo deve ficar a 
escolhas do produtor ao da própria comunidade. Apenas recomendamos cuidado com 
relação à manipulação das mudas para evitar perdas e dos cuidados com os trabalhos 
para evitar acidentes. 
5.3 Manejo de cultivo 
O manejo deve ter como princípio básico “tratar as plantas com carinho”, para que elas 
cresçam sem estresse. Isso evitará doenças e outros males, e tornará mais fácil entender 
e solucionar os problemas. 
19 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
Para que o produtor possa realizar os procedimentos de manejo é necessário contar 
com uma embarcação, seja canoa, jangada, bote e até mesmos caiaques. Isso dependerá 
da distância da costa até o local de cultivo, bem como das condições do mar na região. 
O manejo passa por quatro etapas: instalação, manutenção, colheita e replantio. As 
quatro devem ser conduzidas com esmero, pois qualquer problema em uma pode afetar 
toda a produção. 
Plantas faltando nos long-lines 
Se alguma planta se soltar do long-line, deve-se repor uma nova muda no lugar o 
quanto antes, de forma que a quantidade de plantas por long-line se mantenha sempre 
igual. 
Plantas doentes ou com pouca vitalidade 
Plantas que não estiverem sadias, apresentando coloração esbranquiçada, manchas, 
ou com poucos ramos e ápices deverão ser removidas, repondo em seu lugar uma nova 
muda. 
Epífitas ou incrustações sobre as plantas 
 Manter as plantas sempre limpas, sem outros organismos crescendo sobre elas. 
Retirar a sujeira, plantas ou animais das mudas, o quanto antes. 
No caso de sujeiras, que pode ser observado através da formação de uma camada de 
sedimento sobre as algas cultivadas, o produtor deverá balançar as cordas do long-line, ou 
a rede tubular, para que essa sujeira solte das plantas. A manutenção de limpeza e 
retirada de epífitas deve ser realizadas, no mínimo, a cada semana. 
5.4 Ataque de animais herbívoros 
Ficar sempre atento a sinais de que animais estão comendo as plantas. Há três tipos 
de sinais: 
1. As pontas das plantas foram mordidas, podendo-se até perceber pequenas marcas 
de dentes nas plantas; 
2. Ao longo do talo há pequenos sinais de mordidas; 
3. Plantas inteiras foram arrancadas. 
20 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
Dependendo da freqüência e intensidade com que estes ataques ocorrem, este 
problema pode ser resolvido mudando a profundidade ou distância do fundo ao cultivo, 
mudando o local de cultivo, ou apenas modificando a época das colheitas. 
5.5 Colheita 
Na colheita, as plantas são cortadas a cerca de 5 centímetros do long-line, com auxílio 
de tesoura ou faca. Usar uma faca bem amolada e manuseá-la com uma luva que proteja 
o polegar, pois é onde ela se apoiará para cortar as algas. O material colhido será 
colocado em cestos ou sacos de ráfia e transportado para onde vai ser secado. Separar 
uma parte com cuidado para ser usada como mudas de reposição. 
O material que fica no long-line deve serrapidamente limpo de epífitas, pois ficará 
como mudas para continuar crescendo e produzindo. É necessário bastante cuidado com o 
que fica no long-line, mantendo somente plantas sadias, bem ramificadas e inférteis. O 
trabalho precisa ser feito de forma contínua: primeiro corta-se, depois se faz uma rápida 
limpeza removendo com as mãos as epífitas e outras incrustações, e repõem-se mudas 
onde houver necessidade. Para isso são usadas as bóias de serviço, como na instalação e 
manutenção, não sendo necessário retirar os long-lines do quadro para a colheita. O 
serviço pode ser feito de cima da canoa ou jangada. Assim, os long-lines serão colhidos e 
já estarão instalados para continuar a produção. 
Uma questão importante no cultivo é quando colher? De quanto em quanto tempo? A 
resposta dependerá do local e da época do ano. É preciso avaliar como as plantas estão 
crescendo, até que tamanho elas crescem rapidamente, e como está o crescimento de 
epífitas. Todas estas observações servem para conseguir, com o menor trabalho, a melhor 
produção durante um longo tempo. Como uma base, pode-se pensar em uma colheita a 
cada dois meses. Com o tempo o produtor vai adquirir experiência para determinar a 
melhor frequência, para cada época do ano. 
É bom lembrar que a colheita é um processo contínuo, em cada dia de trabalho, com a 
manutenção, alguns quadros são colhidos. 
 
21 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
UNIDADE II – CARCINICULTURA 
Procedimentos para aquisição de pós-larvas – Anexo II 
6. Recepção, aclimatação e tratamento térmico das pós-larvas na fazenda 
Depois da aprovação prevista na avaliação preliminar, as PLs necessitam ser 
aclimatadas às novas condições dos berçários intensivos no caso de povoamento indireto, 
ou dos viveiros de engorda definitivo no caso de povoamento direto. 
OBS: Se o laboratório fornecedor já tiver realizado este procedimento não é 
necessário repeti-lo na fazenda. 
Uma série de precauções, desde a chegada das PL´s até o povoamento nos 
tanques, deve ser adotada para minimizar o estresse advindo do manuseio das larvas na 
execução deste procedimento. 
Procedimentos operacionais para recepção e aclimatação de pós-larvas 
Os procedimentos operacionais concernentes à recepção da pls deverão obedecer aos 
seguintes passos: 
• Montagem da estrutura de recepção das PLs com antecedência de 6 horas, para 
evitar o desperdício de tempo na hora da chegada das pós-larvas; 
• O condutor do veículo e seus auxiliares não devem entrar no Setor de Berçários 
sem que sejam efetuados os procedimentos de higienização. O condutor deverá 
entregar o Check-List do laboratório ao funcionário responsável pelo berçário, 
ainda no pátio de desembarque; 
• Após a entrega, as pós-larvas só poderão ser manuseadas pelos funcionários do 
Setor de Berçário, que obedecerão às normas de biossegurança aplicadas a 
essa unidade operacional; 
• Toda a área operacional do Berçário Intensivo, bem como os aparelhos e 
equipamentos utilizados, devem estar devidamente higienizados para eliminar a 
possibilidade de contaminação; 
• Devem ser utilizadas soluções de hipoclorito de cálcio, ou iodo, a 200ppm (308g 
de HTH a 65% / m3). As caixas de aclimatação podem ser desinfetadas com 
solução de ácido muriático a 10%, e depois enxaguadas três vezes consecutivas 
com água filtrada; 
22 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
• Os parâmetros salinidade, temperatura, pH, alcalinidade e dureza da água de 
transporte deverão estar compatibilizados com os da água dos tanques. Caso 
existam diferenças, a aclimatação deverá ser iniciada pelo parâmetro que 
apresentar a maior diferença; 
• Durante a aclimatação, as PLs deverão ser alimentadas com náuplios de 
Artemia na razão de 40 náuplios/PL/hora; 
• Os náuplios de Artemia deverão ser certificados em relação à ausência de 
enfermidades de importância econômica, principalmente aquelas de notificação 
obrigatória para a OIE; 
• Os náuplios de Artemia deverão ser descapsulados antes de serem 
disponibilizados para uso nas fazendas; 
• As unidades de descapsulação e incubação de cistos de Artemia deverão ser 
escovadas para remoção de toda sujidade, e depois preenchidas até o topo com 
água clorada a 200ppm (308g de hipoclorito a 65% / m3). Essa desinfecção 
deverá continuar por 2 dias seguidos; 
• A parte externa das unidades deverá ser pulverizada com água clorada a 
1.600ppm (2,461g de HTH a 65% / Litro); 
• A neutralização do cloro poderá ser conduzida com aplicação de Tiosulfato de 
Sódio na proporção de 2.78g do produto para cada grama de cloro ativo utilizado 
no procedimento; 
• Após o tratamento de desinfecção, as incubadoras deverão ser esvaziadas e 
lavadas com água doce tratada e expostas à secagem por 3 dias; 
• As embalagens lacradas de cistos de Artemia, bem como de outros produtos de 
uso comum no setor de berçários intensivos, devem ter sua superfície 
desinfetada com cloro (200ppm = 307gr de cloro a 65%) ou Iodóforo (200 ppm = 
2ml/Litro). 
• As embalagens contendo os náuplios de Artemia, fornecidas pelo laboratório, 
devem conter informação referente à quantidade de cada embalagem, para que 
seja possível o cálculo da oferta deste alimento em função do tempo previsto 
para a aclimatação. Os náuplios deverão ser mantidos em depósito adequado e 
com aeração; 
• O monitoramento dos parâmetros de qualidade da água (temperatura, pH, 
salinidade, oxigênio dissolvido, alcalinidade e dureza) deverá ser monitorado 
para assegurar um ambiente confortável durante o transporte das larvas; 
23 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
• O povoamento dos tanques berçários ou dos viveiros de engorda só deverá 
ocorrer quando os parâmetros da qualidade da água (principalmente 
temperatura, pH e salinidade) estiverem compatibilizados; 
• É importante monitorar a alcalinidade da água de cultivo para que, se 
necessárias, sejam aplicadas as devidas correções. A cal hidratada (CaOH) 
poderá ser utilizada na proporção de 100g/m3 para elevar a alcalinidade da água 
em 11,8 mg/L de CaCO3; 
• O equilíbrio iônico da água deverá ser corrigido para os valores observados no 
item 5.4.3 do Módulo III deste documento. 
7. Cultivo de pós-larvas em berçários primários e secundários 
O manejo da fazenda com a utilização de berçários intensivos e raceways oferece 
maior segurança em relação ao índice de sobrevivência. Isso devido ao maior controle da 
saúde das larvas pela eliminação de patógenos e predadores, pela melhor qualidade dos 
parâmetros físico-químicos e pelo melhor aproveitamento no consumo de ração. 
7.1 Tratamento da água 
A água bombeada para os tanques berçários primários e secundários deverá passar 
por um processo de tratamento que inclui filtração em bolsa-bag com abertura de malha 
entre 150 a 200 micras para os berçários primários, e 250 micras para os secundários. A 
bolsa de filtragem deverá ser colocada estrategicamente na saída do cano de 
abastecimento dos tanques. 
Na presença de surtos de enfermidade, um segundo tratamento com processo de 
desinfecção deverá ser adotado. Nesse caso, a recomendação é desinfetar a água com o 
uso de produtos específicos e em concentrações. Para que esse propósito seja alcançado 
é necessário um reservatório que tenha a capacidade de armazenar água tratada em 
quantidade suficiente para suprir a demanda exigida pelos berçários. 
A partir do reservatório a água tratada deverá ser bombeada para os tanques berçários 
passando pelas filtragens específicas em cada caso. 
Para melhor controle da qualidade da água, os tanques berçários e secundários devem 
possuir o fundo revestido. Esse tipo de revestimento impedirá o excesso deprodução de 
tóxicos metabólicos advindos da decomposição dos sedimentos infiltrados no solo, muito 
comuns nos viveiros desprotegidos. 
24 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
7.1.1 Tratamento Químico da Água com Uso de Cloro: 
NOTA: Adaptado da OIE - Manual of Diagnostics Tests for Aquatic Animals / 2009 – 
Chapter 1.1.3/ Methods for Disinfection of Aquaculture Establishments. 
 Aplicar 30ppm de cloro ativo (46g de hipoclorito a 65% / m3 ) e deixar agir por um 
período mínimo de 48h00min; 
 Rotineiramente a aeração contínua é suficiente para volatilizar o cloro aplicado 
48h00min depois definalizado o tratamento. Todavia, a neutralização alternativa do 
cloro residual poderá ser levada a cabo com uso de Tiosulfato de Sódio na razão 
de 2,85g do produto para cada grama de cloro ativo residual. 
OBS: O pessoal envolvido com a operação deverá usar EPIs apropriados. 
7.2 Limpeza e Assepsia nas Instalações dos Berçários Intensivos: 
O termo higiene compreende os procedimentos de limpeza e de sanitização, que são 
etapas distintas e complementares, com os seguintes significados: 
  Limpeza: consiste na remoção física das sujidades. 
  Sanitização: consiste na aplicação de produtos que reduzem ou exterminam 
microrganismos potencialmente patógenos das superfícies onde são aplicados. 
 A limpeza dos tanques berçários deverá ser realizada imediatamente após a última 
despesca de transferência para os viveiros de engorda. 
A sanitização deverá ser realizada por pessoal treinado e munido com 
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). 
Os procedimentos devem ser realizados conforme os passos descritos observados 
na Figura abaixo: 
 
 
 
 
 
25 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
7.3 Preparação dos tanques berçários intensivos 
7.3.1 Instalação das mangueiras de 
aeração: 
A forma mais recomendada é a instalação 
suspensa pela facilidade do método e por 
permitira sifonagem do fundo durante o ciclo de 
cultivo. Mangueiras suspensas também 
facilitam sua remoção para a sanitização e o 
melhor desempenho dos sopradores. A 
distribuição de difusores de ar no tanque 
berçário para atender um povoamento de até 
35 PLs/L, deve ficar na razão de 1 difusor para cada metro quadrado de fundo de tanque 
de cultivo. 
7.3.2 Instalação dos air-lifts 
A montagem de cada unidade deverá 
assegurar um distanciamento de 01 
metro linear no sentido da circunferência 
total do tanque. Cada air-lift deverá 
manter um ângulo de 45° em relação à 
parede do tanque e ser posicionado no 
sentido anti-horário. Além de 
proporcionar um movimento de circulação 
da água no sentido anti-horário, esse 
equipamento ajudará na 
homogeneização vertical da coluna da água. 
7.3.3 Equilíbrio iônico da água 
Além dos requisitos de salinidade, de alcalinidade e de dureza, é importante o 
monitoramento da constituição iônica da água, que pode sofrer alterações significativas por 
ocasião de fortes chuvas e afetar a saúde do camarão cultivado. Os resultados de cultivos, 
26 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
em recentes pesquisas, têm demonstrado que a composição iônica da água exerce 
influência direta no crescimento e na sobrevivência final. 
No processo de osmorregulação, os íons mais importantes são os cátions Sódio (Na+ ), 
Cálcio (Ca2+), Potássio (K+1 ), e Magnésio (Mg2+), e os ânions Cloretos (Cl- ), Carbonatos 
e Bicarbonatos (HCO3- ), e Sulfatos (SO4 - ). 
Atualmente existem duas formas de correção da composição iônica da água. A mais 
comum é a adição de sais minerais na forma de fertilizantes químicos ou orgânicos. A 
outra forma, ainda em fase de estudos, mas com resultados promissores, é a adição de 
suplementos desses íons na dieta alimentícia. 
Para se determinar as concentrações recomendáveis para os íons da água de cultivo, o 
procedimento correto consiste em multiplicar a salinidade (em ‰) da água de cultivo pelo 
fator do íon desejado. 
 
ÍON FATOR* 
Cálcio 11,6 
Magnésio 39,1 
Potássio 10,7 
Sódio 304,5 
Cloretos 551 
Sulfatos 78,3 
 
Ex.: Para uma água de salinidade de 1,5‰, a concentração de Potássio desejada 
deve ser de 10,7 (fator) x 1,5 (salinidade), que é igual a 16,5mg/L. Se a água apresentar 
níveis de potássio inferior a 16,5mg/L, deve-se proceder com a correção deste parâmetro e 
assim, sucessivamente, com os outros íons acima mencionados. 
Na Tabela não consta o íon bicarbonato, mas é sabido que os camarões encontram 
dificuldade para realizar a muda se a alcalinidade total for menor que 50mg/L de CaCO3, o 
que corresponde a 61mg/L de bicarbonato. Por esta razão, recomenda-se manter sempre 
a alcalinidade total acima 80mg/L de CaCO3 para garantir os níveis indicados deste 
parâmetro. 
Tabela 07 
27 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
 Outra observação importante diz respeito à relação entre o Cálcio e o Magnésio 
(Ca:Mg) na água do viveiro, que no caso da água do mar é de 1:1,34. O desequilíbrio entre 
esses dois elementos tem sido apontado como causa de outro problema que afeta a saúde 
do camarão cultivado, a câimbra muscular. 
7.3.4 Abastecimento e povoamento 
As PLs deverão ser estocadas logo após o tratamento da água seguido da fertilização 
para o desenvolvimento do plâncton. A ideia geral é não deixar a água estocada por 
período desnecessário e assim evitar riscos de contaminação. 
7.3.5 Calagem e fertilização 
Uma boa produtividade primária, controle do pH e da alcalinidade, será alcançada com 
o uso de um consistente programa de manejo. A Tabela 07 deverá ser usada como meta 
para que se obtenha um ambiente propício à produção do alimento natural e confortável 
para as PL’s com vistas à minimização do estresse. 
Fertilização orgânica: utilizar 1Kg de esterco curtido e bem seco ou de cama de 
frango peneirada para cada 28.000 L de água, a cada 15 dias. 
Fertilização química: Dissolver 60g de uréia, 30g de superfosfato triplo, 40mg de 
cloreto de ferro e 20mg de silicato de sódio para cada 1.000 L de água contida no pré-
berçário. 
7.3.6 Período de cultivo 
É importante manter o cultivo nos Berçários Intensivos por um período entre 10 e 15 
dias. No transcorrer do cultivo, a saúde dos animais deverá ser monitorada diariamente 
com análises visuais e, periodicamente, mediante avaliações microscópicas e análises 
presuntivas. 
7.3.7 Controle da alimentação 
O fornecimento de uma dieta balanceada é uma das principais estratégias para a 
produção de animais saudáveis, especialmente pela presença de nutrientes que são 
importantes para completar o desenvolvimento do sistema imunológico das PLs, antes do 
povoamento do viveiro de engorda a que se destinam. 
28 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
7.3.8 Qualidade da ração 
 A ração utilizada na alimentação das pós-larvas de camarão na fase inicial deverá 
atender os requisitos nutricionais que atendam o bom desempenho zootécnico durante 
esta fase de cultivo. A Tabela 08 servirá de orientação para esse acompanhamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.3.9 Uso de alimentos frescos 
O alimento fresco em tanques berçários deverá ser evitado. A biomassa de Artemia 
deverá ser substituída por alimento seco especialmente preparado para uso exclusivo 
nesse setor. As dietas secas devem ser ofertadas a cada duas horas ou de acordo com as 
recomendações técnicas do fornecedor. 
Biomassa de Artemia certificada contra enfermidades por meio do uso de PCR 
poderá ser utilizada sem restrições nas unidades de Berçários Intensivos e 
Raceways. 
29 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
7.4 Monitoramento dos parâmetrosfísico-químicos 
Os parâmetros físico-químicos deverão ser monitorados continuamente e, em caso 
necessário, devem ser corrigidos com precisão. Os principais parâmetros sujeitos ao 
monitoramento rigoroso são: Amônia Tóxica (NH3), Nitrito (NO2), H2S, Alcalinidade, pH e 
Oxigênio Dissolvido. 
 
PARÂMETRO FREQUÊNCIA HORÁRIOS ONDE MEDIR FAIXA IDEAL (LIMITES) 
Temperatura Diária 05h00min, 
11h00min, 
16h00min, 
20h00min; 
23h00min 
Superfície e Fundo 26 a 32ºC (18 a 34ºC) 
SALINIDADE Diária 13h00min Superfície e Fundo 15 a 25 ‰. (0,5 a 60 ‰) 
O2D Diária 05h00min, 
11h00min, 
16h00min, 
20h00min; 
02h00min 
Superfície e Fundo > 5mg/L (3,7 a 8mg/L) 
Alcalinidade Semanal 07h00min Meia água Água doce >80mg/L de CaCO3. 
Água Salgada > 120mg/L de 
CaCO3 
Dureza total Semanal 07h00min Meia água Água doce > 100mg/L. Água 
Salgada > 1000mg/L 
Transparência Diária 13h00min Iniciar na superfície 35 a 45cm 
Amônia (NH3) Semanal 17h00min Fundo < 0,12mg/L 
Nitrito (NO2) Semanal 17h00min Fundo < 0,1mg/L 
Silicatos Semanal 07h00min Meia água >1mg/L 
H2S Semanal 17h00min Fundo >0,001mg/L 
Relação Ca2+ : 
Mg2+ : K+ 
Semanal 06h00min Meia água 1 : 3 : 1 
 
 
30 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
7.5 Ações emergenciais em caso de enfermidades de importância econômica 
 Os tanques berçários positivos para enfermidade específica de importância 
econômica deverão ser desinfetados com aplicação de cloro na razão de 100ppm 
(154g Cloro a 65% / m3 ); 
 Após a neutralização do cloro, o tanque deverá ser esvaziado. As pós-larvas 
mortas deverão ser coletadas e incineradas ou, alternativamente, descartadas em 
vala sanitária com cobertura de óxido de cálcio na razão de 1:1; 
 Após o descarte da água, o tanque berçário deverá ser enxaguado com água 
corrente tratada e submetido à secagem por 2 dias. 
 Na presença de sintomas evidentes de enfermidades, amostras de pós-larvas 
deverão ser coletadas em triplicata, seguindo as seguintes recomendações: 
 
 Três amostras deverão ser fixadas em Solução de Davidson por 24 horas 
e depois transferidas para álcool a 70%, com vistas à análise laboratorial 
de Histopatologia; 
 Três amostras deverão ser fixadas em álcool a 95% para análise de PCR. 
 Duas amostras (fixadas em álcool e Davidson) deverão ser enviadas ao Laboratório 
para análise de PCR e Histopatologia; 
 Outras duas amostras (fixadas em álcool e Davidson) deverão ser enviadas ao 
Laboratório fornecedor para confirmação da presença da enfermidade e eventual 
ressarcimento; 
 As outras duas amostras (álcool e Davidson) deverão ser mantidas no Berçário 
Intensivo como contraprova. 
8. Cultivo em viveiros de engorda 
Preparação de viveiros de engorda de camarões. 
8.1 Monitoramento da matéria orgânica e do pH no solo dos viveiros 
A matéria orgânica presente no solo de viveiros de cultivo de camarão é de especial 
importância por influenciar diretamente a qualidade da água e a saúde dos camarões 
confinados. A oxidação da matéria orgânica causa depleção do oxigênio dissolvido na 
coluna da água provocando estresse e mortalidade. Ademais é na matéria orgânica onde 
se encontra uma comunidade de microrganismos que são potencialmente patógenos aos 
31 
 
Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
camarões, como é o caso das bactérias do gênero Víbrio. Várias espécies desse grupo 
são patógenos oportunistas do camarão cultivado. 
8.2. Avaliação do Perfil do Solo: 
 O estudo do perfil do solo dos viveiros da fazenda é fundamental para determinar a 
profundidade em que se encontra a infiltração da matéria orgânica, e assim determinar a 
profundidade do corte do arado durante o processo de revolvimento do solo. A infiltração 
da matéria orgânica no solo potencializa problemas com subprodutos de sua 
decomposição, principalmente o gás sulfuroso (H2S), produzido por bactérias anaeróbicas 
que atuam em ambientes sem oxigênio. 
 8.3. Monitoramento e tratamento da Matéria Orgânica no solo de viveiros de 
produção 
Para que seja possível um acompanhamento da curva de tendência da matéria 
orgânica no solo de viveiros, é necessário que as amostras sejam coletadas entre os ciclos 
de cultivo. A metodologia da coleta para avaliação da matéria orgânica varia de acordo 
com a sua textura. Abaixo estão discriminados os procedimentos para a coleta 
considerando as variadas constituições físicas do solo: 
Solo argiloso: a plasticidade desses solos não permite que a matéria orgânica se 
aprofunde para a camada abaixo dos primeiros 5 centímetros. Nesses casos, a coleta da 
amostra deverá ser realizada nessa camada superficial onde se encontra a matéria 
orgânica de interesse técnico; 
Solo areno-argiloso: as coletas deverão ser realizadas na camada superficial com 
espessura entre 5cm e 10cm, ou de conformidade com o conhecimento que se tem do 
perfil do solo do viveiro; 
Solo arenoso: a coleta deverá se aprofundar até a camada delimitada pelo estudo 
do perfil desse tipo de solo. 
OBS: Em geral, o valor máximo recomendado para o teor de matéria orgânica 
no solo do viveiro é de 4% (± 20m3 /ha) na primeira camada superficial com 
espessura de 5 centímetro. Nessa avaliação devem ser consideradas as 
características físicas do solo e a profundidade em que se encontra infiltrada a 
matéria orgânica. Ex: Se a matéria orgânica estiver infiltrada até uma profundidade 
32 
 
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de 10 centímetros, o volume de 20m3 /ha encontrado na camada superficial de 5cm 
somada à camada inferior de mais 5cm dobrará. 
8.3.1 fontes de constituição da matéria orgânica 
Esta tem sua fonte originada no plâncton, adubos orgânicos, restos de ração não 
consumida e fezes dos camarões e de outros animais presentes no ambiente de cultivo. A 
matéria orgânica de difícil decomposição é chamada de “refratária” e tem sua fonte em 
produtos de origem vegetal, ricos em lignina e celulose. Já a de fácil decomposição é 
chamada de matéria orgânica “lábil”. 
8.3.2 tratamento da matéria orgânica 
A forma moderna para tratamento da matéria orgânica é com o uso contínuo e 
sistemático de probióticos. Estes são comercializados nas formas de produtos líquidos ou 
liofilizados (pó), sendo que estes últimos podem ser usados diretamente após simples 
diluição na água do próprio viveiro, enquanto que os primeiros necessitam de produto base 
como fonte de carbono para a ativação das bactérias, sendo a melaça o produto 
comumente utilizado. Existem fórmulas comerciais de probióticos para uso diretamente no 
solo e outras direcionados para uso na água de cultivo e no alimento. As duas primeiras 
fórmulas têm o objetivo comum voltado para a redução da matéria orgânica na coluna da 
água e no solo dos viveiros, enquanto que a fórmula aplicada na ração ocasiona melhora 
na flora intestinal do sistema digestivo dos camarões, com reflexos positivos no 
aproveitamento do alimento ingerido e na sua saúde. 
Para aumentar o grau de eficiência dos probióticos na decomposição da matéria 
orgânica, recomenda-se realizar os seguintes procedimentos: 
 Avaliar o pH do solo e, se for necessário, corrigir para 7.5±1, para 
potencializar a capacidade dos decompositores; 
 Fazer a leitura da relação C:N do solo dos viveiros. Caso seja observada 
alguma deficiência, recomenda-se agregar os componentes necessários para 
equilibrar a relação C : N para a faixa desejada entre 10 e 14:1. 
8.4 Monitoramento e tratamento do pH do solo 
Metodologia Aplicada para Monitoramento do pH do Solo de Viveiros: 
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 As amostras deverão ser coletadas a uma profundidade média de 10cme 
colocadas em sacos plásticos esterilizados, dos quais se retira uma sub-
amostra de +/- 100gr; 
 A análise do pH se inicia com a secagem da amostra em estufa com 
temperatura controlada a 60°C por período de aproximadamente 2 horas, ou 
tempo suficiente que permita sua completa secagem; 
 As amostras secas deverão ser pulverizadas em peneiras de tela com 
abertura de malha de 1mm; 
 As amostras pulverizadas deverão ser umedecidas com água destilada na 
razão de 1:1 (peso x volume), até se obter forma homogenia. Em seguida, a 
mistura é deixada em repouso por meia hora para que o pH se estabilize; 
 A leitura do pH é realizada com peagâmetro de bancada, e os resultados deverão ser 
anotados em planilha com a anotação dos dados para cada amostra; 
 Após a leitura de todas as amostras, definir o valor do pH médio pelo cálculo da 
média aritmética de todas as amostras coletadas. Essas informações poderão servir para 
fazer um mapeamento do viveiro com ênfase nas diferenças observadas no pH das 
amostras. 
Nome comercial Composto Fórmula Efeito neutralizante 
Calcário calcítico Carbonato de cálcio CaCO3 100% 
Calcário dolomítico Carbonato de cálcio e magnésio CaCO3.Mg 108% 
Cal hidratada Hidróxido de cálcio Ca(OH)2 135% 
Cal de construção Hidróxido de cálcio e magnésio Ca(OH).Mg(OH ) 151% 
Cal virgem Óxido de cálcio CaO.MgO 178% 
Óxido de cálcio Óxido de cálcio e magnésio CaO 208% 
 
Tratamento do pH do Solo: 
A faixa ideal do pH do solo para início de cultivo é estimada entre 7.5 ± 1. A melhor 
forma para a correção do pH é mediante a aplicação de Óxido de Cálcio Micronizada ou 
Hidróxido de Cálcio. Esses materiais corretivos são agressivos e necessitam de uso de 
EPIs especiais durante seu manuseio. Equipamentos agrícolas para aplicação mais 
eficiente desses produtos estão disponíveis no mercado 
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Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
8.5 Povoamentos em viveiros de engorda 
Fazer o povoamento do viveiro 5 dias depois do tratamento químico. O povoamento 
deve ser feito sempre nas primeiras horas da manhã para minimizar o estresse das larvas. 
Antes do povoamento recomenda-se fazer o bioensaio para se assegurar de que o produto 
usado já foi neutralizado. O bioensaio é feito com o uso de 100 larvas colocadas dentro de 
uma caixa telada, a qual é fixada no viveiro perto da comporta de drenagem. Após 24 
horas se faz a verificação da sobrevivência. Caso haja mortalidades no bioensaio o 
povoamento deverá ser adiado e novo bioensaio deverá ser realizado. 
8.5.1 Bioensaio 
O bioensaio é uma ferramenta que pode ser utilizada para a avaliação da qualidade 
ambiental e para checar a sobrevivência no ato do povoamento. No primeiro caso, o 
bioensaio pode ser aplicado em viveiros recém-construídos para avaliação ambiental antes 
do primeiro povoamento e, no segundo 
caso, para verificar a sobrevivência após o 
povoamento rotineiro. Mediante o uso do 
bioensaio é possível avaliar o sucesso na 
operação de povoamento 
Por meio do Bioensaio é possível 
avaliar o sucesso do povoamento pela 
sobrevivência final do teste. Essa avaliação 
é realizada pela estocagem e observação 
posterior de quantidade conhecida de pós-larvas de camarões em gaiolas teladas e 
montadas em parte estratégica do viveiro de engorda. Caso se verifique mortalidade no 
bioensaio, o povoamento poderá ser recomposto pela adição das pós-larvas necessária 
para repor a perda observada. 
» Metodologia para execução do Bioensaio: 
Colocar 100 PLs na gaiola » Observar a sobrevivência após 24, 48 e 72h00min » 
Recompor a população perdida caso se faça necessária. As gaiolas utilizadas no 
Bioensaio poderão ser confeccionadas nas dimensões de 1 x 1 x 1m. 
 Importante: Durante o Bioensaio, as PLs não deverão ser alimentadas.. 
 
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Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
 
 
 
 
 
8.5.2 Transporte das PLs do Berçário Intensivo e Raceways para o Viveiro de 
Engorda: 
 Os equipamentos e utensílios deverão ser higienizados com solução de cloro 
a 100ppm (153gr de cloro a 65%) previamente ao transporte das PLs; 
 De preferência, a qualidade da água dos berçários deve ser previamente 
ajustada à qualidade da água dos viveiros de destino, para minimizar o tempo 
de aclimatação; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. Alimentação artificial 
9.1 Controle da qualidade da ração 
Em decorrência da importância da ração nos custos de produção de uma carcinicultura 
sustentável, torna-se imprescindível o monitoramento desse insumo por intermédio de um 
controle eficiente de qualidade quando da sua recepção na fazenda. A qualidade da ração 
depende da formulação, da qualidade e inocuidade de seus ingredientes, além de estar 
intrinsecamente relacionada ao desempenho desses ingredientes em termos da 
digestibilidade e aceitabilidade por parte da espécie cultivada. 
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Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
CONTROLE DE QUALIDADE E ESTOCAGEM DE RAÇÃO 
1. Avaliação do prazo de validade e do estado de conservação: 
 Na recepção, a carga de ração deve ser inspecionada quanto à data de fabricação, 
estabelecida como um máximo de validade de 90 dias, bem como quanto às 
determinações indicadas nas normativas do MAPA. Uma vez satisfeita essas condições, 
uma amostra representativa, correspondente a 2% das bolsas, deve ser examinada 
cuidadosamente com a observação de odor, temperatura, estado de agregação dos 
peletes, presença ou ausência de bolores, coloração e consistência das partículas. 
2. Avaliação do tempo de lixiviação: 
 Essa denominação se refere à solubilização do material hidrossolúvel e à liberação de 
óleo para a água. A metodologia consiste na coleta de 10 gramas de ração e sua imersão 
em água limpa, coletada dos viveiros, usando-se um recipiente de 100 ml. As amostras 
deverão ser observadas a cada 15 minutos e o tempo mínimo para o início desse processo 
deverá ser de 30 minutos, tempo que permite que os animais se alimentem do produto 
antes que este possa perder componentes importantes, como vitaminas, minerais, 
proteínas etc. 
3. Hidratação: 
O processo de hidratação ocorre na absorção de água pelo pelete. Da mesma amostra 
usada para o teste de lixiviação, deve ser retirada a quantidade para o teste de hidratação. 
O tempo assumido como ideal para a hidratação é considerado de 30 minutos a um 
máximo de 2 horas 
4. Desintegração 
A desintegração se inicia após a hidratação total dos peletes. Quantidades das 
amostras empregadas para os procedimentos anteriormente citados, também são usadas 
para essa avaliação, e as observações deverão ser realizadas, também, a cada 30 (trinta) 
minutos. É necessário que o pelete da ração inicie o seu processo de desintegração 
somente após um tempo mínimo de 3 horas (±½ hora), que corresponde ao intervalo de 
tempo normalmente necessário para o completo consumo da ração pelo animal. O tempo 
máximo determinado para a desintegração da ração deverá ser de 6 a 7 horas, caso esteja 
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Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
acima desse limite, sua estabilidade estará exagerada e, portanto, o seu consumo poderá 
estar comprometido. 
5. Flutuabilidade: 
A flutuabilidade se refere à constatação de peletes que flutuam na água. Tal 
constatação pode indicar perda do alimento ofertado, o que, por sua vez, pode influenciar 
negativamente a taxa de conversão alimentar com reflexos diretos na qualidade da água e 
sobre os custos de produção dos empreendimentos. A metodologia envolve a coleta de no 
mínimo três e até seis amostras aleatórias de 400 (quatrocentas) gramas de ração, 
retiradas de sacos diferentes e escolhidos aleatoriamente. O teste poderá ser realizadoem 
aquários com utilização da água dos viveiros. As amostras são atiradas na água e os 
peletes flutuantes são coletados com auxílio de puçás e contados para que seja estimado 
o porcentual de peletes que flutuam. Para que o cálculo seja estimado corretamente é 
necessário que se determine, previamente, o número de peletes por grama ou por 100 
(cem) gramas de cada ração utilizada. O resultado ideal para este teste é o percentual 
nulo; entretanto, admite-se como limite máximo o nível de 0,5%; 
6. Presença de finos: 
A presença de finos na ração é outro elemento importante para o acúmulo de matéria 
orgânica nos viveiros e a indução de degradação de qualidade de água. Para o cálculo do 
porcentual de finos são usados dois a três sacos de ração, escolhidos ao acaso, e uma 
peneira de 1,5 x 1,5m com malha de 1,0 mm. Após a peneiração realizada com 
movimentos suaves, o pó resultante desse processo deve ser recolhido e pesado, o que 
permite estimar o porcentual de finos. O limite máximo estabelecido para os finos é de 
apenas 1,0%. 
7. Granulometria 
O teste de granulometria dos ingredientes é realizado com o objetivo de verificar a 
uniformidade e a dimensão das partículas formadoras do pelete. É recomendado que as 
partículas possuam dimensões inferiores a 250µ, uma vez que são importantes na 
homogeneização e agregação das partículas ao proporcionar maior estabilidade e melhor 
aproveitamento do alimento por parte dos camarões. Para a realização desse teste, três 
amostras de 10g deverão ser coletadas de sacos escolhidos aleatoriamente, sendo em 
seguida maceradas individualmente e visualizadas ao microscópio ou lupa. Além dos 
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Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
parâmetros especificados, deverá ser observado se existem outros ingredientes que 
podem afetar a qualidade do pelete. 
8. Presença de corpos estranhos: 
 Podem ser citados como corpos estranhos: grãos de cereais, pedaços de madeira ou 
outras partículas de ferro, argila, ou peletes de outras rações animais, entre outros. A 
avaliação de corpos estranhos é feita apenas visualmente com o uso, para coleta das 
amostras, dos mesmos sacos de ração que serviram para a avaliação de finos. 
9. Monitoramento da qualidade nutricional: 
Além dos controles acima expostos, a ração deve ser monitorada em relação à sua 
qualidade nutricional para a espécie L. vannamei durante o período de engorda em 
viveiros. A Tabela 24 servirá de orientação para este acompanhamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
10. Estocagem da ração: 
• A estocagem de ração deverá ser feita em ambiente coberto, ventilado e distante de 
locais predispostos à umidade do ar e do solo; 
• Deverão ser adotadas práticas de limpeza e manutenção, assim como um sistema de 
controle integrado de pragas (CIP); 
• O estoque de ração deverá ser protegido do contato direto com o solo, com o uso de 
estrados; 
• As pilhas estocadas deverão manter uma altura máxima de 10 sacos para evitar danos à 
integridade física das embalagens e do produto e um distanciamento de 45cm entre os 
lotes e as paredes laterais do depósito. Esse distanciamento facilitará a circulação de ar e 
dos operadores; 
 • Programar a estocagem com identificadores de controle dos lotes, fabricantes, data da 
entrada e tipos de ração em relação ao teor de proteínas, etc.; 
• A ração deverá ser mantida no estoque por período não superior ao seu prazo de 
validade; 
• Adotar método de controle de estoque – O Primeiro que entra é o Primeiro que sai 
(PEPS), ou o Primeiro que Vence é o Primeiro que Sai (PVPS). 
9.2 Arraçoamento de viveiros 
Fundamental para o controle da qualidade da água no ambiente de cultivo, o uso das 
Boas Práticas de Manejo na oferta de alimento é uma ferramenta indispensável. No Brasil, 
a oferta de alimento em comedouros fixos tem se apresentado como a maneira prática e 
confiável de ajustes na quantidade de ração para os camarões confinados. O cálculo da 
quantidade de bandejas em função da densidade praticada e as formas de arraçoamento 
são a seguir apresentado: 
9.3 Determinação do numero de bandejas em razão da densidade usada no viveiro 
 
 
 
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Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
 
9.4 Arraçoamento inicial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9.4.1 Método de voleio 
A ração inicial é ofertada observando-se o comportamento biológico das PLs após o 
povoamento do viveiro. Na fase de reconhecimento do novo ambiente a que estão 
submetidas existe uma tendência natural de as pós-larvas se distribuírem pela margem do 
viveiro na primeira semana após o povoamento, migrando para o centro nas semanas 
subsequentes, razão pela qual a ração deverá ser distribuída obedecendo às direções da 
Figura 01: 
 
 
 
 
 
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Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
 
9.5 Alimentação em bandejas 
Depois do período de voleio se inicia o arraçoamento em bandejas e, neste caso, o 
total da ração referente ao último dia do voleio deverá ser dividido pelo número estipulado 
de bandejas de acordo com a densidade do 
povoamento. A substituição da ração inicial pela 
ração de crescimento deverá ser realizada de 
forma gradual para evitar a rejeição por parte 
dos camarões. 
A quantidade de ração nas bandejas deverá 
ser ajustada a cada oferta, levando-se em 
consideração o consumo. 
Práticas corretas de arraçoamento: 
Bandejas artesanais: 
 As bandejas de 
alimentação artesanais devem manter 
uma velocidade de descida na razão de 
8cm/seg. Essa velocidade é suficiente 
para evitar o transbordo da ração 
durante a descida e oconsequente 
desperdício com acúmulo de matéria orgânica na área operacional da 
bandeja; 
 Para controlar a velocidade da descida, uma boia colocada na haste da 
bandeja é uma alternativa para controlar a velocidade sem perdas de material 
por transbordamento; 
 O uso do Truck é uma alternativa eficiente para oferta de alimento. 
 Após a colocação da ração na bandeja, o arraçoador, ao iniciar o 
deslocamento do caiaque, não deve remar sobre a área onde ela foi 
colocada. Este movimento pode deslocar a ração em decorrência da corrente 
formada pela força da remada. 
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Aquicultura – Carcinicultura e Maricultura 
9.6 Limpeza das bandejas 
As áreas onde são instaladas as bandejas estão sujeitas a deterioração natural pelo 
simples fato de ser ali onde se registra a maior circulação dos camarões confinados. 
Ademais, as sobras de ração e pequenas perdas diárias ocasionadas pelos transbordos 
tornam essas áreas num ambiente sujeito a contaminações pelo excesso de matéria 
orgânica acumulada, razão pela qual a limpeza das bandejas é um procedimento 
necessário e deverá ser realizada semanalmente. Bandejas limpas afastarão a 
possibilidade de acúmulo de microrganismos patógenos, como é o caso de bactérias do 
gênero Víbrio. 
9.7 Sobras de alimento 
Retirar as sobras de ração ofertada nas bandejas é um procedimento necessário para a 
manutenção da qualidade da água, redução da matéria orgânica no solo dos viveiros e 
manutenção da saúde dos camarões confinados. 
9.8 Alimentação em bandejas durante o ciclo de muda 
O consumo de ração pelos camarões apresenta oscilações significativas em função de 
alguns fatores, sendo a muda um dos principais. Como esse processo não ocorre em toda 
a população em um mesmo momento, mas em forma parcelada, o percentual de camarões 
em muda estará em constante oscilação refletida no consumo diário de ração. Por esta 
razão, o acompanhamento técnico nesse período é fundamental para evitar desperdício 
bem

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