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Boletim UFMG e Gênero:
Espaço de visibilidade de Mulheres e de Homens.
Mateus Cruz Gomes
Ires Figueiredo de Souza
Michael Evangelista do Nascimento
Lorena Paula Moreira Coelho
Gênero e Educação – Adla Teixeira
Objetivo:
Toda semana são produzidos 7,5 mil exemplares de publicações jornalística do Boletim UFMG, um jornal interno da Universidade Federal de Minas Gerais, que se dedica à divulgação jornalística de pesquisa, inovação tecnológica, eventos e matérias relativas ao cotidiano acadêmico.Torna-se, assim, um ótimo objeto de estudo e de reflexão sobre questões de gênero. Tomando as publicações do Boletim UFMG como objeto de investigação. Objetivo deste artigo foi identificar em textos imagéticos (não verbal) e escrito, presentes nas publicações Boletim UFMG, os espaços e lugares (re)afirmado por homens e mulheres.
 Considerando que as mulheres ao longo do tempo têm conseguido entrar em espaços tidos como masculino. E na busca desse espaço, elas passaram freqüentar, de forma massiva, o mundo acadêmico e científico,esse era historicamente freqüentado homens e renegado às mulheres. De acordo com o Censo 2010, dos 128,6 mil cientistas cadastrados na pesquisa, 50% eram profissionais do sexo feminino. Há 17 anos, esse índice mostrava uma realidade completamente diferente. As mulheres representavam apenas 39%. Segundo a amostra, a disseminação da educação e o progresso da ciência, nas últimas duas décadas, permitiram o crescimento desses números. Apesar da equiparação dos gêneros em quantidade de pesquisadores, em termos de liderança de grupos de pesquisa, o número decresce para 45%. No entanto, se os métodos comparativos utilizados fossem apenas os não líderes, a porcentagem de mulheres suplantaria a de homens em 2%.(fonte:Agência Gestão CT&I de Notícias). 
Mesmo com um número equivalente ao dos homens no campo da pesquisa, as mulheres constituem uma minoria. A minoria, nesse caso, pode ser definida como segmento das sociedades que possuem traços culturais ou físicos específicos que são desvalorizados e não inseridos na cultura da maioria, gerando um processo de exclusão e discriminação. Assim, este artigo propõe-se analisar as aos lugares e espaços ocupados por homens e mulheres vinculados as publicações do Boletim UFMG. E por intermédio dessa análise,contribuir para contextualizar questões de gênero na organização UFMG.
Justificativa:
Nosso conhecimento de mundo é mediado pelas informações que adquirimos dos meios de comunições. Esses constroem imagens que buscam informar, vender, entreter e sugerir modos de vida. O jornal é um meio divulgado de cultura e de informação muito utilizado, assim, há sempre uma necessidade de se discutir como as imagens e os recursos de linguagem que são utilizados, uma vez que eles podem retificar ou desestabilizar preconceitos de classe, gênero e raça.
A formas simbólicas presentes nas publicações podem gerar na dimensão cultural, ideologias; e reforçar e estabelecer relações de dominação/exclusão, por um grupo, em um grau significativo, ficando inacessível a outros grupos. Uma vez que, que dá visibilidade a um grupo em detrimento de outro. Precisamos ficar atentos às práticas dos meios de comunicação, principalmente, os vinculados ao meio acadêmico, já que eles também são formadores de opinião, podem (re)criar representações e transformar relações. 
Assim, há uma necessidade identificar e analisar as representações imagéticas presentes nas publicações do meio comunicativo com um olhar crítico para que se possa, não só romper com as ideologias, mas também, com as formas simbólicas dos recursos utilizados que possam servir para estabelecer e sustentar relação de dominação, no caso deste artigo, dominação de gênero. Em outras palavras, é importante contextualizar as questões de gêneros, presente no Boletim UFMG, para que se possa romper com estereótipos e promover a questão de gênero na organização da Universidade. 
Metodologia:
 Inicialmente, foram escolhidas as publicações feitas no período que vai de 28 de janeiro a 28 de outubro do ano de 2013, totalizando 36 jornais. Os jornais foram adquiridos no CEDECOM- UFMG. Esse período foi escolhido por estar situado no mesmo ano que este artigo foi escrito, isso possibilitou identificar as representações imagéticas do mesmo ano da escrita do artigo. 
Posterior a essa escolha, foram feitas as contagens de imagens que aparecem pessoas, classificando-as em: imagens que aparece só mulher(es); só homem(ens); e ambos os sexos. O objetivo disso era visualizar a distribuição e a relação da quantidade imagem de homem e de mulher, presente nas publicações do Boletim - UFMG. Também, foi feita uma contagem classificando as imagens pelos assuntos explícitos do texto que elas estam vinculadas e área de atuação da pessoa representada na imagem. Isso facilitou a comparação/observação dos assuntos associado à imagem de homem e de mulher, e também, dos lugares ocupados por eles. Sendo que a classificação por área possibilitou investigar se houve a supervalorização,nas publicações do Boletim, de alguma área(s) ou grupo(s).
 Foram contabilizadas imagens com pessoas em laboratórios, imagens de capas e o número de entrevista fazendo sua classificação por sexo. A contabilização dessas imagens foi importante porque elas se destacavam das outras imagens pelo ambiente e sua importância. Foi feita uma contagem do número de imagem que aparecem pessoas por edição, de forma a ver a distribuição das fotos ao longo do período e, dessa forma, também, contabilizar o número total de fotos. Nas classificações, por assunto e por área de atuação, apresentavam imprecisões devido ao fato de ter alguns assuntos e áreas de atuação que não se classificavam nas classificações escolhida ou não estavam explícitos. Na tabela por assuntos, tentou-se resolver o problema criando uma categoria-outros. Os dados que foram agrupados nela, faziam referência a extensão, cultura, eventos, e outros assuntos que não se encaixou nos assuntos escolhidos. O mesmo ocorreu na identificação das áreas de atuação das pessoas representadas pelas imagens, pois alguns textos não faziam referência a áreas, mas sim ao departamento, unidade ou instituição a qual o pesquisador teria vínculo.
Por fim, foi feita a análise interpretativa das imagens de pessoas da capa do jornal, buscando revelar aspectos relacionados à questão de gênero.
Análise de dados:
Tabela1: Assustos versus frequência da representação do sexo 
	Número de jornais
	36
	
	
	
	
	Assunto
	Mulher
	Homem
	 Homem e Mulher
	Total
	Música
	6
	4
	5
	15
	Educação 
	3
	1
	0
	4
	Saúde:* 
	9
	9
	3
	21
	Geografia 
	2
	1
	0
	3
	Política**
	4
	19
	4
	27
	Meio ambiente/ Agronomia
	0
	4
	0
	4
	Engenharia
	0
	3
	1
	4
	Letras/Literatura
	2
	4
	0
	6
	Economia/ Administração
	3
	5
	0
	8
	Artes
	2
	0
	0
	2
	Química
	2
	1
	2
	5
	Educação Física
	1
	1
	3
	5
	História
	2
	1
	0
	3
	Veterinária
	0
	2
	0
	2
	Outros assuntos***
	14
	25
	14
	53
	Total imagem 
	50
	80
	32
	162
	
	Mulher 
	Homem
	Mulher e Homem
	
	
	 Capa
	3
	6
	3
	
	
	Entrevistas
	3
	8
	0
	
	
	Fotos em laboratório 
	2
	7
	2
	
	
*assuntos relacionados conhecimentos médicos e pesquisas com implicações nessa área
** engloba temas relacionado à gestão universitária
*** Imagens que não estão explicitamente associados com os assuntos escolhido, cultura, dança, teatro, festas, etc.
Verifica-se, na tabela 1, que há um número maior de fotos com homens em laboratório que com mulheres. Podemos notar, também, que o número de entrevista realizado com as mulheres foi inferior ao número de entrevistas cedidas pelos homens. Tal resultado pode ser explicado pelo fato de as entrevistas serem feita majoritariamente com o reitor e os pro-reitores, que são cargos dentro da universidade relacionados com planejamento, gestão e política, nestes cargos ainda a participação de homens é maior que dasmulheres(tabela 2). Ficou evidente a diferença entre a quantidade de fotos homens e mulheres associada ao assunto política, entendendo, por política também os assuntos relacionados a organização interna da própria universidade. Alguns assuntos historicamente são “normalmente” aceitos como assunto de homens,como: os assuntos relacionados à agricultura, engenharia, agronomia e exatas. Mesmo com a entrada de mulheres nessa áreas, elas tem pouca visibilidade.
A situação de uma minoria,é a situação de um grupo ao qual foi negada autonomia e responsabilidade, que não tem a confiança, nem é reconhecido por outros grupos. Tal grupo não se reconhece nos sistemas existentes de poder e crença e ele não representa tal sistema para ninguém (Moscovici, 2000)
Já no caso dos assuntos relacionados à saúde e humanas, a quantidade de imagens de ambos os sexo, apontam para uma igualdade. Nota-se que o número imagens de mulheres associado à assuntos na área de humanas é maior que a de homens.Nos assuntos referentes a saúde, uma representa uma igualdade de imagens de homens e mulheres. Na contabilização final do número de imagens, as que representam homens foram maiores do as que representam mulheres.
A tabela 1 mostra que as mulheres tem seu espaço na universidade e nas publicações, sendo isso reflexo de seu número, que já é bem expressivo, como foi mostrado no jornal folha de são Paulo na publicação 3 de julho de 2005. A participação das mulheres na educação superior surpreende não apenas pela maior presença no número de matrículas de graduação, mas também pela sua crescente presença no corpo docente das universidades, nos níveis mais elevados de titulação. Enquanto o número de docentes homens cresceu 67,9% de 1996 a 2003, o número de docentes mulheres aumentou em 102,2%. De 1998 a 2003, o percentual de mestres na educação superior aumentou em média 112,1%. O crescimento do número de mestres homens ficou abaixo da média (106,1%), enquanto que o de mestres mulheres foi de 119,4%, mais de 7% acima da média. Dados de 2005 da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) mostram, por sua vez, que as mestrandas e doutorandas são maioria entre os bolsistas (54%). Entre os homens, o percentual é de 46%. As mestrandas são 54,4% e as doutorandas, 53,7%. (Folha de São Paulo, 03/07/2005).
Tabela 2- Cargos versus freqüência de imagens por sexo nas publicações
	Cargos
	Mulher
	Homem
	Reitor
	-
	4
	Pro-reitores
	3
	9
	Coordenadores
	2
	4
	Diretores
	3
	4
A tabela 2 mostra que houve um equilíbrio entre o número de imagem representava mulher e homem em relação aos cargos políticos, não existindo uma diferença expressiva, até mesmo pela frequências que as imagens relacionadas a esses cargos. O mesmo se aplica ao cargo de coordenador. Porém, ao olhar o número em relacao ao cargo de pro-reitor há uma diferença maior. Isso pode ser consequência da pouca participação das mulheres nesse cargo. 
Essa tabela, também, serve para explicar, um pouco, a diferença enorme da quantidade imagens do ambos os sexos ligada ao assunto Política, pois o número de pro - reitor ser maior que o de Pro – reitoras.
Tabela 3- Área de atuação versus sexo do representado na imagem das publições .
	Área de formacao de formação/Departamento
	Mulher
	Homem
	Homem e Mulher
	Geografia 
	1
	0
	0
	Artes 
	4
	0
	0
	História
	3
	1
	0
	Reitoria
	3
	15
	0
	Veterinária
	0
	2
	0
	Música 
	3
	2
	4
	Educação
	2
	1
	0
	Economia
	1
	2
	0
	Meio Ambiente
	1
	1
	0
	Química
	3
	1
	2
	Biológica
	2
	5
	1
	Fafiche¹*
	1
	2
	0
	Medicina
	4
	1
	0
	Letras
	2
	3
	0
	Administração
	2
	0
	0
	Fonoaudiologia
	1
	1
	0
	Engenharia
	0
	5
	1
	Educação Física
	1
	2
	1
	 Face²*
	1
	1
	0
	Farmácia 
	2
	0
	0
	Comunicão
	2
	0
	1
	Técnicos
	1
	3
	1
	Ciência da Computação
	1
	6
	0
	Matemática
	0
	1
	0
	Filosofia 
	1
	 
	0
	Psicologia
	0
	1
	0
	Total
	42
	56
	11
 *Não estava explicito qual área era o pesquisador da imagem apenas
 Constava o departamento a qual pertencia.
 ¹ Faculdade de filosofia e ciência humanas;
 ² faculdade de ciências econômicas.
Na tabela 3, podemos ver que a reitoria foi valorizada nas publicações do período, há mais imagens de homens que atuam na reitoria do que o de mulheres. Não sendo possível dizer muita coisa sobre as outras áreas. Mas foi possível notar, olhando para a tabela 3, que na área da engenharia não apareceu nenhuma imagem de mulher, o mesmo ocorreu com a área da ciencia da computação. Já curso no curso de química, apesar de ser muito pequena a diferença as mulheres apareceram em maior ou igual números que os homens. O mesmo na ocorrem em matemática, que apareceu um homem e nenhum mulher. 
 Em quanto os homens apresentaram seis representante em ciência da computação. A área de atuação associada à imagem como Artes e medicina, não estão ligadas a imagem de homens. Mas se compararmos com esse resultado com a tabela 1, veremos a representação de homem no assunto que se referem a áreas da saúde, equivale a das mulheres médicas e não médicas. Isso pode ser explicado pelo fato de assunto saúde não está relacionado somente a profissionais dessa área, outras áreas também produziram tese ou pesquisaram sobre esse tema, por exemplo biologia e farmácia.
Tabela 4: Data das pubicações versus frequência das imagens por sexo
	Datas das publicações
	Mulher
	Homem
	Homem e Mulher
	28/jan
	0
	1
	0
	04/fev
	1
	3
	0
	18/fev
	2
	0
	1
	25/fev
	1
	2
	0
	04/mar
	3
	2
	0
	11/mar
	3
	0
	0
	18/mar
	2
	4
	0
	25/mar
	1
	2
	0
	01/abr
	5
	7
	1
	08/abr
	0
	1
	2
	15/abr
	5
	0
	0
	22/abr
	3
	3
	1
	29/abr
	1
	2
	1
	06/mai
	1
	2
	0
	13/mai
	2
	3
	1
	20/mai
	1
	0
	0
	27/mai
	0
	8
	1
	03/jun
	0
	2
	1
	10/jun
	3
	2
	1
	17/jun
	1
	2
	1
	24/jun
	2
	2
	1
	01/jul
	0
	6
	0
	08/jul
	1
	3
	1
	15/jul
	1
	1
	5
	05/ago
	0
	0
	1
	12/ago
	1
	2
	2
	19/ago
	0
	4
	0
	23/ago
	2
	0
	2
	26/ago
	0
	3
	1
	02/set
	0
	1
	0
	09/set
	2
	2
	0
	23/set
	2
	0
	2
	16/set
	2
	1
	1
	30/set
	0
	3
	0
	07/out
	1
	4
	0
	14/out
	0
	1
	2
	21/out
	0
	2
	2
	28/out
	1
	2
	0
	 Total
	50
	82
	30
	Total de imagens
	162
	
	
Ao analisar a tabela 4, vemos que a distribuição das fotos ao longo do período apresentou, em algums ocasiões grande variações. Há períodos nas publicações que não foram usados imagens de homens, ou de mulher, ou de ambos. Ocorrendeu também, em algumas publicações, a ausência da imagem de um dos sexos. Podemos ver que isso se deve, em alguns casos, ao assunto da edição. Por exemplo, na edicação de 1/de abril, cujo tema era “Lugar da Diferença”, vemos que houve igual participação de homens e de mulheres, no que diz repeito à representação de imagem. O mesmo ocorreu na publicação do dia 22 de abril, que tinha como tema “Pós de Ponta”, referindo a quantidade de estudantes que estavam entrando no doutorado e mestrado. Já no caso da edição do dia 27 de maio, não aparece imagens de mulheres. O tema dessa edição foi “Vida na Web”. Na capa apresentava desenhos representando imagem de homens e de computadores”,(re)afirmando um estereótipo da pessoa que trabalha na área da computação e informática, esse é sempre um homem. A edição que aparece maior quantidade de mulheres e exclusão total dos homens, apresenta como tema de capa: “O custo de uma economia limpa”, referindo a uma tese de uma pesquisadora da Face. Parece não haver nada de anormal, mas podemos criar hipoteses, como: podemos argumentar que se trata da divulgação do trabalho das mulheres; ou dizer o contrário,pois uma das matérias referênce ao aniversário de 90 anos de uma escritora. E dessa forma, a escolha de apenas trabalho mulheres seria induzido por uma das matéria viria a falar de uma mulher que teve sucesso como escritora. 
Por fim, o número total de fotos aponta para uma valorização da imagem dos homens. Mesmo se retirarmos da contagem as imagens relacionadas ao cargo de pro-reitores e reitor, que apresente um grande presença nas publicões, ainda a quantidade de fotos dos homens seria de 69 imagem de homem, que é maior que o número de imagem com mulheres. Assim, homens tiveram mais visibilidade em suas pesquisas.
 Mesmo não sendo objetivo desse artigo, foi possível notar que grupos minorias como os negro e indigenas são pouco representados no Boletim UFMG, sendo que seu lugar nas pulicações é requisitado quase que apenas em temáticas relacionada a cultura, para falar de diversidade, história de seu povo, história da mulher negra...etc. Por isso, dentro do quadro de classificação das imagens de mulheres e de homens, há uma classificação por raça. Essa “problemática” é de grande importância, uma vez que tantos as mulheres, homens, negros, brancos e indigenas, são pessoas com igual capacidade e competências em qualquer área do conhecimento.
Isso leva a perguntar como tem sido orientada a escolha das pessoas que terão o seu trabalho visibilidade diante da comunidade universitária pelo Jornal? Como são feitas as escolha das pautas? Os leitores poderão se identificar com as representações presente nas publicações?
 
Análise das imagens de capas presentes nas publicações do Boletim UFMG:
Figura 1: Imagens de capas das publicações do boletim UFMG
 
 
]
 
 
Fonte: Boletim UFMG
Leite(1996) afirma que a imagem não comunica com clareza pois forja realidades, e por isso são necessários constantes e insistentes olhares , aliado à disposição dos sentidos para captar aquilo que não vemos na superfície, a fim de discernir outros conteúdo que ultrapassem a primeira impressão que se tenta impor ou estabelecer. Dessa forma, precisamos entender a relação entre significante, significado e signo. A semiótica (especialmente no que se refere às obras de Saussure e Barthes) nos apresenta conceitos e princípios importantes que ajudam na compreensão de formas simbólicas como os de significante, significado e signo. O significante é som-imagem, é a forma de alguma coisa; e o significado é o sentido que é gerado a partir do significante. O signo é uma combinação de um significado com o som-imagem. Ele designa o todo (mensagem); é a combinação do significado com o significante. 
Os signos dividem-se em Ícones, Índices e Símbolos.
O Ícone é um signo que renuncia a existência de um objeto, pois pode significar o objeto.
O Ícone é assemelhado ao objeto, existe sem a necessidade direta.
O Índice é um signo que aproxima através de alguma ligação com a existência.
O Índice, ao contrário do ícone, necessita de algo para existir.
O Símbolo é um signo que existe através de uma regra, convencional ou não.
 O Símbolo refere-se ao que possa concretizar a ideia ligada à palavra.
Na figura I, não há muito a ser dito. Ela representa imagens de capa de três edições, a imagens da esquerda apresenta imagens de pessoas como significante, o significado desse índices é representação da diversidade, notas-se que os índices estão embolados e não há separação em grupos de características comum. Na Imagem Central há um ícone de uma aluna e um jovem, significando uma relação de dimensão pedagógica pelo ambiente em que a foto foi tirada e pelos gestos da menina. Essa ocupa o centro da foto, e há alguém atento a seu gesto. Na imagem que representa o índio, vemo-lo fazendo uma apresentação música, essa é uma representação, bem inocente, mas esconde estereótipo do índio. Não há muitas representações de índio ensinando, pesquisando, trabalhando em outra coisa que não seja artesanato, com música ou em confronto com fazendeiros.
Figura 2: : Imagens de capas das publicações do Boletim UFMG
 
 
 
Fonte: Boletim UFMG.
Na figura II, podemos ver a representação de áreas de domínio de homens. Na primeira imagem à esquerda, vemos o índice de um sanfoneiro. A sanfona é um instrumento que exige bastante do músico, uma vez que ela é um instrumento pesado, sendo comum ver mais sanfoneiros do que as “sanfoneira”. Outra coisa interessante é notar os títulos/tema presente na capa, “Reduto dos Mestres”. Nos texto do boletim e em outros, é comum uma escrita androcêntrica,considerando mais “conveniente” a escolha de termos masculinos. Quase não se usa os dois termos ou termos neutros. Nesta edição procurou através da imagem e do texto, divulgar a feira de artesanato que ocorreria na universidade, que reuniria os mestres e mestras do Artesanato do Vale do Jequitinhonha. 
Nas outras duas imagens presente na figura II, escolheram-se também imagens que representam homens para área dominada por eles. Na imagem central, o significante é um homem operando uma calculadora. E Na imagem à esquerda o significante é um grupo de três homens escrevendo em uma mesa que apresenta uma maquete de uma asa de avião, e eles estão concentrados. O significante dessas duas imagens remete a um significando muito parecido, já que em ambas há figuras de homens que estão fazendo cálculos e que esses cálculos necessitam de muita exatidão. Isso pode ser dito, pois na imagem central, no título está escrito “Índices de confiança ” e na imagem da esquerda eles estariam fazendo cálculos para um projeto, com o título da capa sendo:“Sucesso nas altura”. Essas duas representações remetem a áreas, também tidas como de masculina, no caso a economia e a engenharia. Seria interessante romper com esse estereótipo, e ver o impacto que poderia causa se colocarmos mulheres operando calculadora e fazendo projetos. 
Na figura III, assim como nas imagens da figura II, mostra outra área atuacao majoritaria de homem, a Computação. E as mulheres são desmotivadas motivadas irem para essa áreas. A imagem mostra também índices masculinos, apesar de uma das representações presente nessa capa remeterem a figura de uma mulher. Já a imagem da direita é a uma mestra de um coral. Ela esta vestida com um figurino masculino conotando que a posição em que ela esta, é uma posição de um “mestre”, mesmo à frente de um coral feminino. Mostrando que os valores masculinos prevalecem nas posições de destaque como de direção, na sociedade em geral. 
 Figura 3: Imagens de capas das publicações do Boletim UFMG
Fonte : Boletim UFMG
A figura IV mostra três imagens de capa do Boletim UFMG. As imagens da esquerda e central dessa figura são parecidas, pois as fotos foram tiradas com técnicos que trabalham no mesmo ambientes. Na verdade, a edição da esquerda retoma o tema da central. Em ambas o texto escrito tem como tema a “pesquisas”; os dois técnicos operem um instrumento do laboratório. A diferença aparente está na proximidade da foto, a tecnica está mas próxima. Essa foi uma iniciativa muito interessante do boletim UFMG uma vez que promove a igualdade na representação, não mostrando apenas homens nesse ambiente. O mesmo não ocorreu a última imagem a direita, nessa imagem vemos uma fila com muitos homens, na qual há presença de apenas uma mulher.Eles estão esperando para fazerem suas matrículas na universidade. O texto dessa imagem de capa faz referência às boas vindas aos novos estudantes da UFMG. Possivelmente a foto foi tirada num dia da matrícula de curso em que a presença de mulher é pequena em relação à de homens. Ou escolheu uma foto que apresentava mais homens, uma vez que eles contam o cabelo que representaria o rito de entrada na universidade.Porém, se considerarmos que o número de mulheres que entram nas universidades do Brasil. Essa foto estaria incompatível com o tema dessa capa.
Figura 4: Imagens de capasdas publicações do Boletim UFMG
 
 
Fonte: Boletim UFMG
Considerações finais:
Podemos concluir ao analisar as imagens, quantitativamente e qualitativamente, que houve em algum descuido com as representações usado pelo boletim UFMG. Quantitativamente falando, vimos que os números de fotos de homens foram maiores que os números fotos de mulheres; eles tiveram mais fotos em lugares de prestígios, como o laboratório, entrevistas. Outro aspecto importante ,em relação a quantidade de fotos, é notar o que se fala na publicação. Edição que expôs os trabalhos das áreas da computação, não se deu visibilidade a trabalhos de mulheres. Das análises das imagens de capa, notar-se que as mulheres não apareceram nas capas do jornal no período escolhido para a criação do artigo. E mais; podemos ver que há algumas representações que valoriza apenas os homens, essa valorização se dá tanto pelo uso do texto escrito, como também pelas imagens. Basta olhar com um olhar crítico para as capa e ver isso. 
Não se pode negar que em algumas edições houve valorização das mulheres. Porém quando se entra na questão racial, a problemática é maior. Se olharmos as edições que apresentou só homens,27/maio, poderemos ver que não há negros. Se olharmos para a edição em há apenas imagem de mulheres,15/abril, veremos que não há nenhuma mulher negra. Encontramo-lo sim, mas em situações especificas.Eles tem lugar em datas especiais ou quando se debate diversidade. Para ver esse lugar basta olhar nas únicas edições que aparecem negros, 22/de abril- “historia das mulheres negras”, 29/abril-“mestres do artesanato”;28/out-“aparece só as mãos”;10/jun “auditório”; 9/set “premiação”; 15/jul “cultura afro-brasileira”; 1/abril “ Lugar da diferença-trote na UFMG” , e nessa, há 13 fotos sendo apenas 1 uma estudante negra. 
Por fim, o objetivo desse artigo era contextualizar sobre questões de gêneros presentes no Boletim, o que foi possível. No que diz respeita a identificar o espaço da mulher, o que notamos de forma mais consciente é o espaço onde elas não estão representadas no jornal. São áreas como: computação e engenharia. E os homens não aparecem na Arte. E também o que todo mundo sabe, que os homens aparecem muito mais que as mulheres em assuntos relacionados à política universitária. A Identificação dessa problemática do uso de imagens, talvez não evite que mesmo problemas que apareceram em algumas edições (ou no somatório dela, dependendo do ponto de vista) se repitam, porém elas podem ajudar na conscientização no que diz respeitos as problemática que das minorias. 
Referências Bibliográficas:
SARDELICH, MARIA .E.- Leitura de Imagens, Cultura Visual e Prática Educativa.Cadernos de Pesquisa, v. 36, n. 128, p. 451-472, maio/ago. 2006;
BELELI, IARA-Corpo e identidade na Propaganda .Estudos Feministas, Florianópolis, 15(1): 280, janeiro-abril/2007;
ROSO, ADRIANE.; STREY, MARLENEY.N.; GUARESCHI, P.; e BUENO, S SANDRA.M.N.-“Cultura e ideologia: a mídia revelando estereótipos raciais de gênero”, Rio Grande do Sul,out/2002;
BOLETIM UFMG, disponível em< https://www.ufmg.br/boletim/> acessado 26/11/2013
FUNDEP, disponível em < http://www.fundep.ufmg.br/cmi/pagina.aspx?2374> acessado 26/11/2013
FOLHA DE SÃO PAULO, disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u17123.shtml> acessado 26/11/2013

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