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APOSTILA DE ENSINO RELIGIOSO

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Apostila de Ensino Religioso
Professor Marcelo dos Reis Tavares
PARTE I: INTRODUÇÃO AO ENSINO RELIGIOSO
CAPÍTULO 1: O QUE É ENSINO RELIGIOSO
5
1. O que é religião?
A palavra religião vem do termo latino religio que significa religar. Sendo assim, a religião é o conjunto de crenças e rituais que procura religar a humanidade ao mundo sobrenatural. Esse sobrenatural divide-se em seres (Deus, deuses, anjos, demônios, duendes, fadas), forças (Espírito Santo, destino, carma – lei hindu de causa e efeito, mana – poder mágico em que acreditam os melanésios), lugares (céu, inferno, limbo, purgatório, éden), e entidades (almas). 
2. O que é Ensino Religioso?
É uma das áreas do conhecimento sobre o fenômeno religioso, que estuda as diversas tradições e culturas religiosas. 
3. Por que estudar Ensino Religioso se o Estado brasileiro é laico?
O Catolicismo Romano foi a religião oficial do Brasil entre os séculos XVI e XIX, possuindo alguns privilégios desde a colonização pelos portugueses, principalmente pela ação dos padres jesuítas, que tiveram grande influência na educação da elite colonial e na catequização dos povos indígenas. Esses privilégios existiam graças à política conhecida como Padroado Régio. O Padroado foi criado através de um tratado entre a Igreja Católica e os Reinos de Portugal e de Espanha. A Igreja delegava aos monarcas destes reinos ibéricos a administração e organização da Igreja Católica em seus domínios. O rei mandava construir igrejas, nomeava os padres e os bispos, sendo estes depois aprovados pelo Papa.
 Desde a Revolução Francesa ocorrida em 1789 e que ocasionou a ascensão da burguesia ao poder político, houve a separação entre o poder político do Estado e o poder religioso da Igreja. Esse processo, conhecido como laicização, se espalhou pelo ocidente atingindo inclusive o Brasil, a partir da Proclamação da República em 1889. Com o fim do Padroado, o Catolicismo Romano perdeu seu papel de religião oficial, surgindo no país o casamento e o registro civis, os cemitérios administrados pelo poder público ou por instituições privadas e o preceito da não-intervenção da Igreja nos assuntos de Estado.
Atualmente o Estado Brasileiro não possui religião oficial, mesmo assim fica a pergunta: por que Estudar ensino Religioso se o Estado brasileiro é laico?
A religiosidade é uma das várias dimensões que compõem o ser humano desde as mais antigas épocas, sendo assim, ignorar as religiões enquanto objeto do conhecimento é ignorar uma parcela muito importante da cultura.
Reconhecer e respeitar a diversidade religiosa é fundamental se quisermos construir uma sociedade democrática, baseada nos princípios da ética, da justiça e do respeito às diferenças. E esse respeito só poder ser adquirido por meio do estudo das várias tradições religiosas. Em suma, “conhecer para respeitar”, esse é o lema do Ensino Religioso.
 
4. Quais os objetivos do Ensino Religioso?
As guerras religiosas sempre assolaram a humanidade como demonstraram os conflitos entre católicos e protestantes no início da Idade Moderna, entre hindus e muçulmanos na Índia ou entre sunitas e xiitas no Iraque. Grupos fundamentalistas (radicais) presentes nas mais variadas religiões provocam atentados que causam morte e dor a milhares de pessoas. Será esse o objetivo das religiões? Acreditamos sinceramente que não.
De acordo com a proposta da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, o Ensino Religioso tem por objetivos:
Ajudar as pessoas a interpretar as suas vivências e experiências em profundidade.
Favorecer o desenvolvimento de uma harmonia do ser humano consigo mesmo, com os outros, com a natureza, com o mundo e com o transcendente.
Contribuir para o desenvolvimento e a formação integral da pessoa humana, comprometendo-a como agente da história e construtora de uma sociedade mais justa e solidária.
Cultivar a esperança de um mundo melhor que se inicia aqui e agora, através das transformações das relações e das ações humanas e, ao mesmo tempo, assumir a paciência histórica que sustenta essa mesma esperança.
5. O que o Ensino Religioso deve Evitar?
De acordo com a proposta da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, o Ensino Religioso deve evitar:
Fanatismos fundamentalistas.
Exclusivismos sectários.
Sincretismos simplificadores e comprometedores.
O laicismo como racionalismo invertido (que entende qualquer forma de vida religiosa como irracional).
Pelo clericalismo do estamento hierárquico.
Pelo irracionalismo religioso contra a ciência (do qual o caso de Galileu é emblemático).
Por teocracia ou cesaropapismo (que concebem o poder temporal como subordinado, e a serviço, do poder espiritual).
O compromisso do poder religioso com o poder político (troca de privilégios em troca da sua instrumentalização pelo outro poder).
Pela manipulação do religioso para a desmobilização das consciências (alienação).
Enfim, o Ensino Religioso deve evitar qualquer forma de proselitismo, sendo um instrumento de conscientização e não de alienação.
6. Quais são as bases legais do Ensino Religioso?
Constituição de 1988 (§1º do art. 210):
“O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas do ensino fundamental.”
Artigo 33 da lei nº 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB), com redação que lhe foi dada pela Lei nº 9475:
“Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas do ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
§1º - Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão normas para a habilitação e admissão dos professores.”
CAPÍTULO 2 – A HUMANIDADE EM BUSCA DA TRANSCENDÊNCIA
Vivemos em um mundo caracterizado pela tecnologia e pela velocidade. Os meios de comunicação como o rádio, o telefone, a TV, a Internet e os meios de transporte como o automóvel, o navio e o avião encurtaram as distâncias transformando o mundo numa verdadeira aldeia global. A cada dia a ciência faz incríveis descobertas em todos os setores, alargando os nossos horizontes e aumentando o conhecimento que temos de nós mesmos e da natureza.
Era de se esperar que, em um mundo assim, a religião tivesse pouco ou nenhum espaço. Mas não é isso que a realidade nos mostra. O Cristianismo apresenta um grande crescimento, principalmente na Ásia, pela ação missionária, e na América Latina, com a expansão das igrejas protestantes, pentecostais e neopentecostais. O Islamismo também segue essa tendência, sendo, atualmente a religião que mais cresce em número de adeptos.
O fato é que a humanidade, por mais que tenha veículos velozes, medicina moderna e computadores de última geração, ainda padece dos mesmos males que afligiam os seus antepassados: injustiça, desigualdade social, violência, fome, doenças, dor, e, principalmente, a morte. É justamente nesse espaço que se inserem as religiões, sempre tentando explicar essas questões e nos trazer conforto espiritual. Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Existe vida após a morte? Que forças governam a história? Deus existe? O Bem e o Mal existem enquanto forças universais? Essas são as nossas perguntas existenciais, presentes em todas as religiões, cada qual apresentando respostas específicas.
Percebe-se que o medo do desconhecido, em especial da morte, e a falta de um conhecimento total e controle sobre a natureza, está na origem das religiões. 
O natural e o sobrenatural
Quando olhamos, fascinados, o céu noturno com suas estrelas e a Lua, os pássaros logo pela manhã com seu belo canto, as flores em nosso caminho para a escola ou mesmo as pessoas trabalhando diariamente para garantir o sustento, perguntamos, mesmo que de maneira inconsciente, sobre comotudo começou. Qual a origem de tudo o que nos rodeia? O mundo surgiu sozinho, com processos naturais automáticos ou é regido por forças sobrenaturais? Existem duas ordens de respostas para essas perguntas, a natural e a sobrenatural. 
Origem natural ou científica: Não existe nenhuma força sobrenatural por detrás dos fenômenos que nos cercam, sendo estes automáticos, regidos por leis naturais. O Universo teria se originado há cerca de 15 bilhões de anos, a partir do Big Bang (grande explosão). A Terra, nosso planeta, surgiu há cerca de 4,5 bilhões de anos e as primeiras formas de vida, há 3,5 bilhões de anos atrás. A partir da Teoria Evolucionista, desenvolvida pelo naturalista inglês Charles Darwin em sua obra A Origem das Espécies, publicada em 1859, a vida e suas transformações são explicadas por meio da seleção natural, em que somente as espécies adaptadas ao meio sobrevivem e deixam descendentes. É importante lembrar que essas teorias científicas são aceitas pela maioria da comunidade científica, mas não há unanimidade, o que demonstra que a ciência está sempre em construção.
Origem sobrenatural ou religiosa: O Universo teria sido criado por Deus, por deuses, ou por alguma força cósmica externa, sobrenatural. Essas forças sobrenaturais estariam presentes em nosso cotidiano, governando nossas vidas. Mas o que seria o sobrenatural? Seria qualquer coisa em que se acredita e cujas provas não são baseadas na ciência. 
O imanente e o transcendente
Estudar as religiões é trabalhar com conceitos, isto é, idéias que dão significado ao mundo. Imanência e transcendência são conceitos que tentam explicar o lugar onde a(s) divindade(s), ou forças criadoras de situam.
Se a divindade está presente em todas as coisas, dizemos que ela é imanente, pois é interna a elas; essa postura religiosa é chamada de panteísmo, pois acredita que tudo no universo é animado pela presença de espíritos e/ou deuses. Se a divindade é separada das coisas criadas, não se confundindo com elas, dizemos que esta é transcendente, isto é, transcende, vai além do mundo físico; a postura religiosa que corresponde ao transcendente é o deísmo, segundo o qual Deus fez a criação, mas não interfere diretamente nela. Há uma terceira postura que pode ser classificada como imanência-transcendência, em que a divindade ao mesmo tempo cria o universo, mas também está presente em todas as obras criadas; o conceito de Deus nas grandes religiões monoteístas como o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo adotam essa posição. 
O sagrado e o profano
Sagrado e profano são as duas esferas presentes na vida religiosa de qualquer pessoa ou comunidade. O Sagrado é tudo àquilo que se refere às coisas divinas e à religião (seres, rituais, lugares, objetos, orações, símbolos), devendo, por essa razão, ser respeitado por todos. O profano é tudo aquilo que pertence ao cotidiano e não faz parte da esfera religiosa. 
Mito e religião
Um mito é uma narrativa de caráter simbólico, relacionada a uma dada cultura. O mito procura explicar a realidade, os principais acontecimentos da vida, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de deuses, semi-deuses e heróis.
Ao mito está associado o rito. O rito é o modo de se pôr em ação o mito na vida do Homem - em cerimônias, danças, orações e sacrifícios.
O termo "mito" é, por vezes, utilizado de forma pejorativa para se referir às crenças comuns (consideradas sem fundamento objetivo ou científico, e vistas apenas como histórias de um universo puramente maravilhoso) de diversas comunidades. No entanto, até acontecimentos históricos se podem transformar em mitos, se adquirem uma determinada carga simbólica para uma dada cultura. Na maioria das vezes, o termo refere-se especificamente aos relatos das civilizações antigas que, organizados, constituem uma mitologia - por exemplo, a mitologia grega e a mitologia romana.
	Nossa civilização também cria os seus mitos, especialmente por intermédio dos meios de comunicação. Artistas como Michael Jackson, jogadores de futebol como Ronaldo e super-heróis como Batman, Homem-Aranha e Supeman são bons exemplos. 
Os mitos dividem-se nos seguintes tipos:
Cosmogonias: mitos de origem e destruição, incluindo os messiânicos e milenários (criação, dilúvio, juízo final, profecias maias e astecas).
Teogonias: mitos que explicam a origem dos deuses (Teogonia de Hesíodo, explicando a origem dos deuses gregos).
Soteriológicos: mitos de salvadores e heróis (a segunda vinda de Cristo e o messianismo de modo geral).
Mitos de tempo e eternidade (a queda de adão e Eva e o início da temporalidade, etc.)
Mitos de renascimento e renovação, incluindo os de memória e esquecimento (a fênix, a ressurreição, a reencarnação).
Mitos de providência e destino (Édipo Rei, de Sófocles).
Mitos de seres superiores e seus descendentes (o mito grego das 5 raças: raça de ouro, de prata, de bronze, raça de ferro, raça dos heróis; os nefilins do Antigo Testamento, etc.). 
Mitos folclóricos (boitatá, Iara, mula sem cabeça, curupira, etc.).
Mitos fundadores, onde se explica a origem de um rito, uma crença, uma filosofia, uma cidade ou comunidade (o mito tupi da mandioca, o mito de Prometeu, o mito do povo eleito, etc.).
Ligados de forma inseparável à religião, os mitos podem ser considerados como a primeira forma de interpretação do mundo, surgidos num contexto de transição do pensamento mítico para o pensamento racional 
Religião e magia
A magia é uma arte ou ciência oculta que pretende produzir efeitos e fenômenos contrário às leis naturais. O mago ou bruxo tenta, por meio de encantamentos, oferendas, rezas e gestos, canalizar as forças do universo e ou espíritos para atingir algum fim desejado.
Muitas vezes religião e magia se encontram intimamente ligados, porém existem algumas diferenças entre as duas.
As metas da religião são universais e transcendentais (salvação, vida longa, etc.) e as da magia são específicas (boa colheita, sucesso no amor e nos negócios, enriquecimento, morte ou infelicidade de um inimigo).
Nas duas existem o ritual, só que na religião este serve, por exemplo, para louvar uma divindade, e há um forte sentimento de temor e respeito. Os fiéis reconhecem sua submissão à vontade divina. Já na magia, espera-se que as forças da natureza obedeçam aos pedidos do mágico.
Religião e ciência
Muito tem se discutido sobre as relações entre religião e ciência, gerando grandes polêmicas acerca de questões como aborto, eutanásia, homossexualidade, a origem da vida, e a engenharia genética (clonagem, pesquisas com células-tronco, produtos transgênicos).
Religião e ciência são duas formas diferentes de compreensão do mundo, ambas válidas. A religião parte do pressuposto da existência do sobrenatural e baseia-se na fé. Já a ciência lida exclusivamente com o mundo natural e seus fenômenos, suas leis e é caracterizada por métodos racionais e empíricos (baseados na observação).
Não cabe à ciência censurar a religião ou a religião criticar a ciência, exceto quando o que está em jogo é o futuro da humanidade e o seu bem-estar. As duas áreas podem perfeitamente cooperar: a religião sugerindo preceitos morais e modelos interpretativos e a ciência, com suas descobertas, fornecendo uma base mais racional para que a fé se fortaleça ainda mais. 
As posturas religiosas
As posturas religiosas são posições que tomamos acerca da religião. Essas são as principais:
Teísmo: crença na existência de deuses, podendo ser um (monoteísmo) ou vários (politeísmo).
Deísmo: crença na existência de um deus racional e impessoal, que criou o universo, mas que não intervêm nele, sendo um expectador de sua criação. Muito em voga na Europa do século XVIII e influenciado pelo Iluminismo, o deísmo critica as religiões institucionalizadas e a idéia de revelação divina.
Ateísmo: é a total descrença na existência de Deuses, por essa razão se opõe diretamente ao teísmo. Atualmente o número de ateus cresce mundialmente, devendo estes, como em todas as outras posturas religiosas, ser respeitadospor sua convicção.
Agnosticismo: o termos agnóstico significa “sem conhecimento”. Os agnósticos acreditam que não é possível se conhecer Deus, muito menos provar sua existência ou inexistência, por isso preferem não se pronunciar em relação ao sobrenatural. A questão da existência ou não de um poder superior nunca será resolvida para os agnósticos. 
Panteísmo: crença de que Deus, ou a força divina, está presente no mundo, estando presente em tudo o que nele existe.
Animismo e crença em espíritos: o animismo acredita que a natureza é povoada de espíritos ou deuses.
Indiferentismo religioso: apesar de ser parecida com o agnosticismo, essa postura se caracteriza pelo não-envolvimento da pessoa com assuntos religiosos, não havendo nenhuma razão de fundo teórico para isso. Também é chamado de nihilismo religioso. 
Classificação das religiões
Podemos classificar as religiões de maneira diferentes, de acordo com os critérios adotados, sendo assim classificamos as religiões:
a) Quanto à quantidade de Deuses
Monoteísmo: é a crença de na existência de um único Deus. Judaísmo, cristianismo e islamismo são exemplos de religiões monoteístas.
Politeísmo: é a crença na existência de vários deuses. Encontramos exemplos desse tipo de crença entre os povos antigos: mesopotâmios, egípcios, fenícios, gregos e romanos.
Monolatria ou henoteísmo: está situada entre o monoteísmo e o politeísmo. Monolatria é a crença em um único deus, sem negar a existência de outros. Podemos encontrar a monolatria entre os povos germânicos e alguns adeptos do hinduísmo.
b) Quanto ao gênero dos deuses
Patriarcal: quando a divindade é representada pelo princípio masculino (as religiões abraâmicas).
Matriarcal: quando a divindade é representada pelo princípio feminino (algumas religiões primais, com seu culto à Grande Deusa).
c) Quanto à forma dos deuses
Antropomórficos: deuses com forma humana (religião grega, religiões abraâmicas).[2: Religiões abraâmicas são religiões semíticas que tem como principal fundador o profeta Abraão. Judaísmo, cristianismo e islamismo são exemplos de religiões abraâmicas.]
Zoomórficos: deuses com forma de animais.
Antropozoomórficos: deuses com forma humana e de animais.
Um bom exemplo de religião que possui deuses com as três formas descritas é a egípcia
d) Quanto à localização geográfica
Religiões do Oriente Médio: judaísmo, cristianismo, islamismo, zoroastrismo, fé bahá'í;
Religiões do Extremo Oriente: confucionismo, taoísmo, budismo mahayana e xintoísmo;
Religiões da Índia: hinduísmo, jainismo, budismo e siquismo;
Religiões africanas: religiões dos povos tribais da África Negra;
Religiões da Oceania: religiões dos povos das ilhas do Pacífico, da Austrália e da Nova Zelândia;
Religiões da Antiga Grécia e Roma.
 
Também podemos considerar como foco de estudo as religiões antigas e medievais dos egípcios, mesopotâmios, gregos, romanos, celtas, vikings, gauleses e demais povos germânicos. Atualmente há um movimento de ressurgimento de religiões há muito extintas, classificado genericamente como “neopaganismo”. 
e) Quanto ao tipo
As ciências da religião tentam dividir as religiões em três categorias, que de certa forma coincidem com três tipos distintos de sociedade.
Religiões primais: também chamadas de “religiões primitivas”, são aqueles presentes entre povos ágrafos da África, Ásia, América do Norte e do Sul e Polinésia. Acreditam em uma grande quantidade de deuses, espíritos e forças da natureza que controlam a vida cotidiana.
Religiões nacionais: Estas incluem grande número de religiões históricas que não são mais praticadas: germânica, grega, egípcia e assírio-babilônica. Hoje podemos encontrar vestígios delas, por exemplo, no xintoísmo japonês. E' típico das religiões nacionais adotar o politeísmo, uma série de deuses organizados num sistema de hierarquia e funções especializadas. Elas têm também um sacerdócio permanente, encarregado dos deveres rituais em templos construídos para esse fim. Há sempre uma mitologia bem desenvolvida, o culto sacrificial é básico, e os deuses é que escolhem o líder da nação (monarquia sacra)
Religiões mundiais: As religiões mundiais pretendem ter uma validade mundial, ou, em outras palavras, uma validade para todas as pessoas. São para todos. São conhecidas também como religiões universais. A principal característica das religiões universais surgidas no Oriente Médio é o monoteísmo: elas têm um só Deus. Dá-se grande peso à relação do indivíduo com Deus e à sua salvação. O papel do sacrifício é bem menos proeminente nelas do que nas religiões nacionais, ao passo que o da oração e da meditação é mais importante. As religiões universais foram criadas por profetas fundadores cujos nomes são conhecidos: Moisés, Buda, Lao-Tse, Jesus, Maomé.
Por último, devemos ressaltar que os limites entre esses três tipos de religião são fluidos. As religiões nacionais muitas vezes constituem evoluções que acompanharam o desenvolvimento geral da sociedade (ao passar de uma sociedade tribal para um Estado nacional). Assim também, certas religiões mundiais emergiram de religiões nacionais, como um protesto contra determinados aspectos de seu culto e de suas concepções religiosas.
As religiões orientais e ocidentais
Já houve muitas tentativas de classificar as religiões mundiais em orientais e ocidentais. Consideram-se ocidentais o judaísmo, o islã e cristianismo, enquanto as principais religiões orientais são o hinduísmo, o budismo e o taoísmo.
	 AS RELIGIÕES ORIENTAIS E OCIDENTAIS: CONVICÇÕES
	 
	OCIDENTAL
	ORIENTAL
	.Visão da história
	Visão linear da história, isto é, a história tem um começo e um fim; o mundo foi criado num certo 
ponto e um dia irá terminar.
	Visão cíclica da história, isto é, a história se repete
num ciclo eterno e o mundo dura de eternidade em eternidade.
	.Conceito de deus
	Deus é o criador; Ele é todo-poderoso e é único. 
O monoteísmo é tipicamente ocidental.
	O divino está presente em tudo. Ele se manifesta em muitas divindades (politeísmo), ou como uma força impessoal que permeia tudo e a todos (panteísmo).
	.Noção de humanidade
	Há um abismo entre Deus e o ser humano, entre o criador e a criatura. O grande pecado é o homem desejar se transformar em Deus em vez de se 
sujeitar à vontade de Deus.
	O homem pode alcançar a união com o 
divino mediante a iluminação súbita e o 
conhecimento.
	.Salvação
	Deus redime o ser humano do pecado, julga e dá 
a punição. Existe a noção de vida após a morte, 
no céu ou no inferno.
	A salvação é se libertar do eterno ciclo da 
reencarnação da alma e do curso da ação. 
A graça vem por meio de atos de sacrifício 
ou do conhecimento místico.
	.Ética
	O fiel é um instrumento da ação divina e deve obedecer a vontade de Deus, abandonando o pecado e a passividade diante do mal.
	Os ideais são a passividade e a fuga do mundo.
	.Culto
	Orar, pregar, louvar.
	Meditação, sacrifício.
CAPÍTULO 3 – OS ELEMENTOS DAS RELIGIÕES
CONCEITO DE MUNDO
Um conceito de mundo bastante comum é que a Terra foi criada ou formada por um ser primordial ou por uma matéria primordial. A mitologia nórdica conta a história dos deuses que mataram Ymer, o gigante da montanha, e do seu corpo formaram o mundo.
Os gregos imaginavam o mundo como uma confusa massa (caos) que foi organizada por um poder divino e se transformou no mundo ordenado que hoje conhecemos (cosmos).
A criação pode ser vista ainda como uma espécie de nascimento, semelhante ao dos seres humanos e animais. No Egito antigo, circulava a idéia de que o mundo tinha saído de um ovo, ao passo que a religião xintó explica que as ilhas japonesas são os filhos do divino casal que criou o mundo.
A história da criação contada aos judeus e cristãos no Livro do Gênesis não menciona nenhum material ou substância primordial: conta de uma criação feita do nada. É por meio da palavra falada que a criação ocorre. Deus disse: "Haja luz", e a luz se fez.
Muitas religiõestambém têm crenças a respeito do fim do mundo, que a mitologia nórdica chama de "ragnarok". A Terra, que foi criada e organizada, está sob a constante ameaça das forças do mal, as quais querem destruir o sistema do mundo e um dia irão imperar. O cristianismo e o islã vêem o fim do mundo como algo intimamente relacionado ao julgamento divino.
As religiões da Índia, da mesma forma, adotam a idéia de que o mundo teve um início e um dia vai perecer, mas esse é um processo que se repete perpetuamente, num ciclo eterno sem começo nem fim, assim como o dia se torna noite e depois, outra vez, dia.
CONCEITO DE HOMEM
A CRIAÇÃO DO HOMEM
A maioria das religiões acredita que o homem foi criado por Deus, que suas origens são divinas. Nesse contexto, com frequência se fala da ALMA DO HOMEM, termo que tem conotações diferentes em culturas diferentes.
Costuma-se apresentar a alma em contraste com o corpo, e muitas religiões mostram um dualismo (a convicção de que algo é dividido em dois), ensinando que o corpo é temporal, e a alma, divina. Um conceito diz que a alma desce de um mundo superior e passa a habitar um corpo. Aí ela se sente trancada, aprisionada pela matéria, e anseia por retornar a suas origens etéreas.
Na história que o Antigo Testamento conta, a saber, que Deus criou o homem do barro e soprou a vida em suas narinas, encontramos outro conceito: na antiga tradição judaica, o homem é visto como um todo; corpo e alma estão intimamente ligados, e ambos são obra de Deus.
MORTE
Assim como as origens do homem requerem uma explicação, a maioria das pessoas se preocupa em saber o que acontecerá com elas quando morrerem. As sepulturas dos vikings, nas quais os mortos eram enterrados com armas, ornamentos e comida, mostram que a idéia da vida após a morte não é nova. Os gregos antigos acreditavam no "Hades", onde os que partiram passavam a levar uma existência tênue, feita de sombras. O ideal guerreiro da era dos vikings se espelha na crença que tinham no Valhala, onde os heróis lutam suas batalhas e morrem durante o dia, voltando novamente à vida durante a noite. 
Certas tribos indígenas da América do Norte ainda têm fé na existência dos "eternos campos de caça", com uma profusão de caça de todos os tipos. Em várias sociedades, os mortos continuam existindo sob a forma de espíritos ancestrais, em íntima proximidade com os vivos. Eles oferecem aos vivos segurança e proteção, e em troca exigem que se façam sacrifícios em seus túmulos.
Quando se pergunta o que continua vivo, obtêm-se diversas respostas. Em geral, diz-se que é algo chamado de alma, mas em muitas tribos africanas não existe a divisão corpo e alma. Mesmo no cristianismo, a "vida eterna" não é associada a uma "alma eterna". Menciona-se a "ressurreição do corpo", ou, em outras palavras, a reconstituição da pessoa inteira. E verdade que o cristianismo fala num "corpo espiritual", porém isso serve para enfatizar a idéia de que o homem, após a ressurreição, não se tornará um espírito indefinido.
As religiões costumam ter idéias diferentes sobre a salvação. Algumas crêem que o homem pode ser salvo por um poder divino, ao passo que outras afirmam que ele deve resgatar a si mesmo — e para isso indicam uma variedade de métodos. O conceito de transmigração ocupa uma posição única. Os hinduístas acreditam que a alma se liga a este mundo pelos pensamentos, pelas palavras e ações humanas, e que quando um indivíduo morre, sua alma passa para o corpo de outra pessoa ou de um animal. Portanto, a alma está presa nesse eterno ciclo, até que venha a salvação. 
A RELAÇÃO DO HOMEM COM O DIVINO
No islã e no judaísmo o homem cumpre suas obrigações religiosas se submetendo aos mandamentos de Deus; nas religiões africanas e indianas, seguindo as regras tribais estabelecidas pelos ancestrais, e na religião chinesa, alcançando uma harmonia, ou uma consonância, com as forças básicas da existência, "yin e yang".
Em certas religiões, sobretudo na Índia, um dos objetivos é atingir a união com a divindade. Para os gregos antigos isso seria o equivalente a uma blasfêmia, um sacrilégio. Romper as barreiras que separam o humano do divino era algo conhecido como "hybris" (arrogância). Uma idéia semelhante se expressa na história do Antigo Testamento sobre a queda do homem. A harmonia original do homem com Deus foi destruída porque o homem tentou imitá-lo.
CERIMÔNIA
A cerimônia religiosa desempenha um papel importante em todas as religiões. Nessas ocasiões, segundo certas regras predeterminadas, invoca-se ou louva-se um deus ou vários deuses, ou ainda manifesta-se gratidão a ele ou a eles. Tais cerimônias, ou ritos, tendem a seguir um padrão bem distinto, ou ritual.
O conjunto das cerimônias religiosas de uma religião é conhecido como culto ou liturgia. A palavra culto (do verbo latino colere, "cultivar") é empregada em geral para significar "adoração", mas na ciência das religiões é um termo coletivo que designa todas as formas de rito religioso.
O culto promove o contato com o sagrado, e por isso costuma ser realizado em lugares sagrados (templos, mesquitas, igrejas), nos quais há objetos sagrados (fetiches, árvores sagradas, altares). As pessoas que lideram o culto religioso também podem ser sagradas, ou pelo menos especialmente consagradas a esse trabalho. As palavras sagradas exercem no culto uma função relevante: orações, invocações, trechos de textos sagrados e os mitos, muitas vezes associados a ritos específicos.
Antes de olharmos mais de perto os diferentes ritos, falemos um pouco da magia. Magia é uma tentativa de controlar os poderes e as forças que operam na natureza. Costuma-se encontrar a magia em contextos religiosos, e é difícil traçar uma linha divisória nítida entre a religião e a magia, entre uma reza e um encantamento. A distinção que mais sobressai é o fato de, na religião, o indivíduo se sentir totalmente dependente do poder divino. Ele pode fazer sacrifícios aos deuses ou se voltar para eles em oração; porém, em última análise, deve aceitar a vontade divina. 
Quando, por outro lado, o ser humano se vale dos ritos mágicos, ele está tentando coagir as forças e potências a obedecer à sua ordem — que com frequência consiste em atingir finalidades bem concretas. Desde que os rituais mágicos sejam realizados corretamente, o mago acredita que os resultados desejados decerto ocorrerão, por uma questão de lógica. Se ele falhar, irá culpar um erro em seu ritual, ou o uso de um feitiço mais forte contra si. 
A magia já foi interpretada por algumas pessoas como origem da ciência, ou um estágio inicial desta. O que faz o mago, assim como o cientista, é tentar descobrir um elo entre causa e efeito. De qualquer maneira, ele é forçado a fazer observações da natureza e a adotar processos empíricos de raciocínio. Sem dúvida, os magos já fizeram numerosas observações detalhadas sobre as relações naturais, e muitas das plantas e ervas usadas pelos curandeiros podem ser utilizadas também pela moderna ciência médica.
ORAÇÃO
De certo modo o mais simples de todos os ritos, a oração já foi chamada de "casa de força da religião". Pode ser a comunicação espontânea de um indivíduo com Deus, e nesse caso não costuma ter uma forma definida, uma vez que é expressa em termos pessoais. Já a oração coletiva normalmente obedece a um padrão bem definido. Pode ser lida, ou cantada em uníssono, ou entoada como uma antífona, na qual se alternam o que conduz a oração e a assembléia.
Determinados atos e gestos estão associados à oração. Muitas comunidades cristãs rezam ajoelhadas no genuflexório; alguns oram de mãos postas; os muçulmanos se inclinam até o chão na direção de Meca. A oração também pode se relacionar à dança. O objetivo da dança pode ser invocar a chuva, ou preparar seus participantes para a caça ou a guerra. Os dançarinos usam máscaras e disfarces, e sua apresentação pode se assemelhar bastante a uma pantomima ou peça teatral. As palavras e a cerimônia estão intimamente ligadas. Aqui vemos como um mito, ou narrativa sagrada, se casa com certos ritos.As vezes eles se fundem a ponto de produzir um drama.
SACRIFÍCIO
O sacrifício é um elemento central no culto de muitas religiões. Um sacrifício, em geral algo que as pessoas consideram valioso, é oferecido aos deuses. Pode ser constituído de frutas, primícias das colheitas, um filhote de animal; em certas culturas existem até mesmo exemplos de sacrifício humano. O propósito da oferenda varia, e podemos distinguir entre vários tipos de sacrifício, dependendo daquilo que o sacrificante deseja alcançar. Em todos eles, é constante a experiência do contato e da fraternidade.
OFERENDA
A oferenda (do latim offerre, "trazer" ou "oferecer" é o tipo mais comum de sacrifício e provavelmente o mais antigo. Oferece-se um presente aos deuses e se espera outro em troca. O intuito do sacrifício se expressa na frase latina do "ut dês", ou seja, "dou para que tu me retribuas o presente". Uma oferenda de agradecimento deve ser vista no mesmo contexto. E' uma retribuição a algo que os deuses proporcionaram, talvez algo pedido anteriormente.
À primeira vista, isso pode parecer uma forma de barganha, mas devemos considerar o contexto. O ato de dar e receber presentes implica um tipo de associação. Quem dá e quem recebe ficam unidos; e o objetivo das oferendas é também, em parte, alcançar uma comunhão com os deuses. E' comum oferecer os primeiros frutos da estação, uma fração da carne que foi caçada ou da colheita do ano. Trata-se de uma expressão de gratidão aos deuses e, ao mesmo tempo, do desejo de que essa proteção continue.
Vemos, assim, que o sacrifício é necessário tanto para os deuses como para o homem. Os deuses se tornam fortes com o sacrifício. Se não houver sacrifícios, eles se debilitam, o que terá efeitos negativos sobre o mundo e a humanidade, possivelmente na forma de doenças e más colheitas.
Isso se evidencia nos sacrifícios encontrados na religião nórdica, cuja intenção era fortalecer os deuses bons, que favorecem o bem e a vida (Aesir e Wanes), para que conseguissem resistir às forças do mal (os Jotuns), que queriam destruir a ordem do universo.
SACRIFÍCIOS DE ALIMENTOS
O motivo principal para o sacrifício de um alimento é alcançar comunhão com os deuses. Quase sempre se trata de uma oferenda animal, que depois é comida pelos sacrificantes. Em regra, o sacrifício é oferecido aos deuses, mas pode acontecer de a oferenda representar o próprio deus. Nesses casos, parte do poder desse deus é transmitida àquele que come a oferenda.
SACRIFÍCIOS DE EXPIAÇÃO:
Se um indivíduo cometeu um crime contra os deuses e despertou sua ira, deve ser punido. Para apaziguar os deuses e evitar uma vingança, ele pode fazer um sacrifício de expiação. A oferenda — por exemplo, um animal sacrificial — substitui o culpado e é punida no lugar dele.
RITOS DE PASSAGEM
Os ritos de passagem se associam às grandes mudanças na condição do indivíduo. As principais transições marcadas por esses ritos são o nascimento, a entrada na idade adulta, o casamento e a morte. Tais ritos costumam simbolizar uma iniciação. O nascimento é a iniciação na vida, enquanto a morte é a iniciação numa nova condição no reino dos mortos, ou na vida eterna.
De uma forma ou de outra, todas as sociedades têm ritos de passagem, mesmo aquelas em que a religião não desempenha nenhum papel na vida pública. Em geral, é grande a importância deles nas culturas ágrafas, nas religiões primais. Nestas, os ritos de passagem estão claramente ligados às noções de tabu. Tabu é uma palavra polinésia adotada pelos historiadores da religião para indicar uma severa proibição, restrição ou exclusão, e se aplica a algo que é considerado perigoso ou impuro.
NASCIMENTO E MORTE
Um recém-nascido está fisicamente vivo, mas em muitas culturas só é aceito pela família e pela comunidade depois de passar por certas cerimônias. A cerimônia pode consistir num único ato, como o batismo, a circuncisão ou a atribuição do nome. Entre os povos tribais, costuma ser um processo longo, que tem início já na época da concepção e termina pouco após o nascimento, quando a criança é admitida na tribo. A mãe, que se tornou impura com o ato de dar à luz, deve se submeter a uma série de ritos de purificação para poder ser recebida na comunidade.
Assim como um bebê não está "propriamente vivo" antes dos ritos associados com o nascimento, um cadáver, em determinadas sociedades, não está "propriamente morto" antes de ser enterrado. Os ritos de sepultamento são necessários a fim de que o falecido possa ser aprovado e acolhido pela comunidade dos mortos. Alguém que não seja enterrado de acordo com o costume está arriscado a ter uma existência errante, sem descanso, vagando entre o reino dos vivos e o dos mortos.
O significado de vários ritos de passagem se destaca nas comunidades cuja vida religiosa dá muita importância ao culto aos ancestrais. Um nascimento implica o prolongamento da linhagem familiar e a continuação do culto aos ancestrais. O casamento une um homem e uma mulher vindos de duas famílias distintas, e é preciso que os ancestrais de ambos os lados aprovem o casamento e a união das duas famílias.
Quando um indivíduo morre, a tribo perde um de seus membros e advém uma crise. A vida e a tribo são ameaçadas por forças hostis, e devem se realizar cerimônias para restabelecer o equilíbrio normal da vida. Ao mesmo tempo, os ritos de sepultamento ajudam o falecido a chegar são e salvo ao reino dos mortos, onde ele continuará a viver juntamente com seus antepassados.
RITOS DE PUBERDADE
A puberdade indica a transição da infância para a idade adulta, do menino para o homem, da menina para a mulher. Ser sexualmente maduro, porém, nem sempre basta para garantir ao indivíduo o pleno status de membro da sociedade adulta. A confirmação, ou crisma, que é de origem religiosa, muitas vezes é considerada, no mundo ocidental, uma iniciação na idade adulta.
Os ritos de puberdade propriamente ditos são praticados com mais frequência em sociedades tribais. A seguir, quatro aspectos relevantes desses ritos: E' comum a circuncisão dos órgãos sexuais, tanto masculinos como femininos. Não se sabe ao certo a origem desse rito, mas em alguns casos ele pode ser associado à crença de que o ser humano originalmente era hermafrodita. O rito realça a diferença entre os sexos, e mostra aos homens e às mulheres o lugar que devem ocupar na sociedade. Enquanto nos meninos a circuncisão pode prevenir certas doenças, nas mulheres reduz a capacidade de desfrutar da atividade sexual. Em consequência, existe hoje uma pressão para se banir a circuncisão feminina, mais corretamente chamada de excisão do clitóris, uma mutilação dos órgãos genitais femininos.
A iniciação implica o ensino de tradições tribais, leis religiosas, direitos e deveres, habilidades de caça e pesca, perícia na luta e nas tarefas práticas. O jovem deve aprender as narrativas sagradas e os ritos tradicionais. Homens e mulheres podem ter seus respectivos segredos religiosos, que não devem ser revelados para o sexo oposto.
Em muitas tribos, os garotos têm que passar por testes de resistência para demonstrar sua coragem e força física. Sofrem espancamentos e tormentos físicos e psicológicos. Às vezes se praticam mutilações, cortando dedos ou extraindo dentes. Geralmente a iniciação é tida como um novo nascimento. De fato, o simbolismo dos ritos vai ainda mais longe: a iniciação se torna uma morte seguida de um renascimento. A infância terminou e a criança deve morrer, para que possa nascer novamente como adulto. Em alguns casos, os jovens são deitados em túmulos especiais ou são pintados de branco para ficar parecidos com os mortos.
As torturas que os jovens devem suportar também podem simbolizar a morte, e há exemplos em que a circuncisão é vista como um falecimento. Do mesmo modo, o renascimento é simbolizado de várias maneiras. Pode-se dar ao jovem um outro nome, indicando assim que ele agora é um indivíduo totalmente novo. Outras vezes ele aprende uma nova língua, isto é, palavras secretas que só são compreendidas pelos iniciados.Ou ainda é alimentado e tratado como se fosse um bebê.
Esse simbolismo do nascimento e da morte pode ser visto num contexto mais amplo: ele reitera a história da criação do mundo. A morte representa caos e confusão, enquanto um novo nascimento, ou nova criação, significa que a ordem, o equilíbrio e a harmonia foram restabelecidos. A transformação de um estado em outro, sempre uma fase critica, foi realizada.
ÉTICA - A RELAÇÃO ENTRE OS HUMANOS
As religiões com frequência não fazem distinção entre o plano ético e o plano religioso. Os costumes da tribo, as regras ou os princípios morais da casta são tão religiosos quanto os sacrifícios e as orações. Entre os dez mandamentos que Moisés deu aos judeus havia os que tratavam de religião — "Não terás outros deuses diante de mim" — e os relativos à ética — "Não matarás". Incluem-se nos cinco pilares dos muçulmanos tanto o orar a Deus como o dar esmolas aos pobres. Não há aqui distinção entre a ética e a religião. A noção do ser humano como uma criação divina implica que ele é responsável perante Deus por tudo o que faz, ritual, moral, social e politicamente.
Pregadores religiosos muitas vezes iniciaram debates sobre assuntos especificamente éticos. Os profetas do antigo Israel atacavam os ricos e poderosos que observavam fielmente os rituais, mas pisoteavam os pobres. O ponto de vista moral desses profetas tinha, porém, uma justificativa religiosa.
As sociedades onde coexistem várias religiões e vários pontos de vista consideram mais difícil vincular a ética exclusivamente à religião. A sociedade precisa ter suas linhas mestras éticas, e algumas delas são preservadas nas leis. Os romanos foram os primeiros a tentar de maneira sistemática criar um arcabouço legal que pudesse ser usado por todos os povos, independentemente da religião. O direito romano se tornou a base para todos os sistemas legais subsequentes nos Estados seculares modernos. Em certos países muçulmanos há dois sistemas agindo em paralelo: um baseado no Corão, outro no direito romano. Hoje muitos países aceitam a Declaração dos Direitos Humanos, proclamada pelas Nações Unidas, como uma afirmação ética comum, seja qual for a religião ou perspectiva geral do país.
ORGANIZAÇÃO
Um aspecto importante em todas as religiões é a irmandade entre seus seguidores. Formam-se tipos específicos de comunidades regulamentadas e são nomeados representantes para dirigir o culto religioso. No caso dos povos tribais, existe pouca, ou até mesmo inexiste, divisão funcional especificamente religiosa. A tribo constitui uma estrutura social, política e religiosa, e com frequência o próprio chefe é o sacerdote. Contudo, há sociedades sagradas das quais só podem participar pessoas selecionadas — em geral homens.
No Egito antigo, na Grécia clássica e na Noruega dos vikings, a relação era simples: a religião era parte de uma cultura comum. Situação semelhante se vivia na Europa medieval, quando a Igreja católica tinha poder absoluto, ou então, nos dias de hoje, em certos países muçulmanos, onde todo o poder religioso e político pertence a um líder nacional (por exemplo, o rei do Marrocos).
Nos lugares onde várias convicções religiosas devem conviver lado a lado, a questão da organização se torna mais complicada. Quando se funda uma nova religião, rompendo com as tradições locais de culto, forma-se uma nova congregação que estará em minoria, pelo menos no início. Foi essa a situação dos seguidores do Buda, de Maomé e de Jesus, e através da história tem sido o destino de todos os grupos que se libertaram das grandes religiões e criaram suas próprias igrejas ou seitas. Nessas comunidades o vínculo entre os membros por vezes é mais forte do que nas religiões estatais ou locais.
Uma cerimônia realizada logo após o nascimento é o passaporte para todas as religiões estatais. Há também religiões tradicionais, nas quais a pessoa já nasce, ou seja, é incluída sem nenhuma formalidade particular. Já em outras comunidades eclesiásticas, é necessário que o aspiram e solicite sua admissão. Muitas religiões têm ordens especiais que impõem regras estritas a seus membros. As mais comuns são as ordens de monges e freiras, cujos noviços e noviças devem prometer guardar o celibato e aceitar a pobreza pessoal.
Excetuando-se certas religiões primais, a maioria possui "funcionários" próprios, com responsabilidade exclusiva pelas formalidades do culto e por outras tarefas religiosas. Os padres, os líderes de culto e os curandeiros têm deveres religiosos diferentes, mas todos eles desfrutam de um status superior especial. Os sacerdotes também costumam agir como líderes da organização de seu rebanho e podem pertencer a uma entidade maior, comandada por um bispo ou arcebispo.
Determinadas organizações (como a Igreja católica romana) são rigidamente estruturadas em linhas internacionais e contam com um líder absoluto. Outras igrejas podem atuar no plano nacional (como a da Noruega) ou no plano da congregação local (como o pentecostalismo).
Experiência
A religião nunca é vinculada apenas ao intelecto. Ela envolve igualmente as emoções, que são tão essenciais na vida humana quanto o intelecto e a capacidade de pensar. A música, o canto e a dança apelam para as emoções. Na maioria das religiões, as pessoas extravasam a tristeza ou a alegria pela música instrumental e pelo canto; em algumas, também pela dança, que é um meio bastante antigo de expressão religiosa. Nos rituais cristãos, os hinos cantados em coro e a música de órgão são parte importante da experiência geral. Muitas igrejas e templos contêm, ainda, obras de arte — pinturas, esculturas e peças de altar — que acendem a imaginação e as emoções.
Misticismo: A EXPERIÊNCIA MÍSTICA
A experiência mística pode ser caracterizada, resumidamente, como uma sensação direta de ser um só com Deus ou com o espírito do universo. Apesar de a oração e o sacrifício implicarem uma grande distância entre Deus e o homem — ou entre Deus e o mundo —, o místico tenta transpor esse abismo. Em outras palavras: o místico não sente a existência desse abismo. Ele é "absorvido" em Deus, "se perde" em Deus, ou "desaparece" em Deus. Isso porque aquilo a que normalmente nos referimos como "eu" não é nosso eu real. O místico experimenta, pelo menos instantes, a sensação de ser indivisível de um eu maior — não importa que ele dê a isso o nome de Deus, espírito universal, o eu, o vazio, o universo ou qualquer outra coisa. (Um místico indiano disse certa vez: "Quando eu existia, não existia Deus — agora Deus existe, e eu não existo mais". Ele "se perdeu" em Deus.)
No entanto, uma experiência dessas não acontece espontaneamente. O místico deve percorrer "o caminho da purificação e da iluminação" até seu encontro com Deus. E esse caminho — que pode ter uma série de níveis ou estágios — muitas vezes inclui o ascetismo, exercícios respiratórios e técnicas complexas de meditação. É então que, de súbito, o místico alcança seu objetivo e pode exclamar: "Eu sou Deus!", ou: "Glória a mim! Como é grande minha majestade!".
O incentivo de um místico com frequência é um amor ardente por Deus. Assim como o amante se esforça para se unir com o objeto de seu amor, o místico se esforça para se tornar um só com Deus. Há um anseio que permeia o mundo todo. Essa radiância divina que se encontra no homem, anseia por se libertar de sua existência individual. Pois aquele que anseia por Deus, anseia simplesmente por aquilo que Deus anseia. E nesse êxtase místico — ou união mística — que se dá o encontro com Deus. "Eu sou aquilo que amo", exultava um místico persa, "e Aquele a quem amo sou eu!."
TENDÊNCIAS MÍSTICAS
Podemos encontrar tendências místicas em todas as grandes religiões do mundo. E as descrições que os místicos nos fornecem da experiência mística demonstram uma notável uniformidade, apesar das fronteiras sociais, culturais e religiosas, e de enormes diferenças cronológicas e geográficas. Isso nos permite falar de uma dimensão mística em todas as religiões, e foi por essa razão que o filósofo alemão Leibniz chamouo misticismo de philosophia perennis: a "filosofia perene".
CARACTERÍSTICAS DO ESTADO MÍSTICO
Com base nos relatos de místicos de várias épocas e culturas, normalmente são atribuídas as seguintes características à experiência mística: O místico sente uma unidade em todas as coisas. Há apenas uma consciência - ou um Deus - que permeia tudo. Embora o místico já venha se preparando há muito tempo para seu encontro com Deus, ou com o espírito universal, sente-se passivo quando isso acontece. É como se ele fosse tomado por uma força externa.* Essa condição se caracteriza pela intemporalidade. O místico se sente arrancado para fora da existência normal de quatro dimensões. O êxtase em si é transitório, e em geral não dura mais que alguns minutos. Mas ele possibilita um novo insight, que permanece com o místico depois da experiência. Essa compreensão é inexprimível, não pode ser comunicada a outros. Como a experiência é paradoxal em si mesma, o místico vai usar paradoxos ao tentar descrever o estado que experimentou. Assim, pode definir o ser encontrado como "abundância e vazio", "escuridão ofuscante" ou algo parecido.
É somente quando o místico apresenta uma interpretação religiosa ou filosófica de sua experiência mística que o seu contexto cultural entra em foco. Especialmente no misticismo ocidental (cristianismo, judaísmo e islã), o místico irá ressaltar que seu encontro foi com um Deus pessoal. Mesmo que tenha sido "absorvido em Deus", ele costuma dar ênfase ao fato de que havia uma certa distância entre Deus e o mundo. Algo da relação eu-tu, ou eu-Deus, se mantém. Esse tipo de misticismo já foi chamado de misticismo teísta. 
No misticismo oriental (hinduísmo, budismo e taoísmo) é mais comum afirmar uma identidade total entre o indivíduo e a divindade, ou o espírito universal. Poderíamos dizer que esse reencontro do místico com a divindade ocorre como uma relação eu-eu. Sim, pois, Deus não está presente como uma mera centelha na alma do homem. O divino existe em todas as coisas deste mundo, é uma realidade imanente. Já se denominou esse tipo de misticismo de misticismo panteísta.
Também para o homem moderno a dimensão mística pode desempenhar um papel decisivo. Muitas pessoas reconhecem que tiveram experiências místicas, sem atribuí-las a nenhuma religião específica. É típica desses "místicos modernos" o fato de que, de modo geral, não tomaram nenhuma atitude ativa para se transportar a um estado místico. De repente, no meio da agitação rotineira da vida diária, experimentaran aquilo que chamam de "consciência cósmica", "sensação oceânica" ou "osmose mental".
PARTE II: AS PRINCIPAIS TRADIÇÕES RELIGIOSAS 
Toda religião tem um ethos, isto é, o conjunto dos traços característicos como cerimônias, símbolos e tradições que diferenciam uma religião de outra. Vamos agora estudar as principais tradições religiosas da humanidade.
CAPÍTULO 4 – HINDUÍSMO
Conjunto de princípios, doutrinas e práticas religiosas dominante na Índia, conhecido dos seguidores pelo nome sânscrito Sanatana Dharma, que significa a ordem permanente. Está fundamentado nos Vedas (conhecimento em sânscrito), conjunto de textos sagrados compostos de hinos de louvor e ritos. Suas características principais são o politeísmo e a crença na reencarnação. O hinduísmo é a terceira religião do mundo em número de praticantes e seus preceitos influenciam fortemente a organização da sociedade indiana. 
HISTÓRIA E DOUTRINA
A tradição védica nasce com os arianos, povos das estepes da Ásia central, que a levam para a região da Índia em 1500 a.C, ao invadir e conquistar os vales dos rios Indo e Ganges. Baseia-se em uma memória coletiva sobre deuses tribais e cósmicos transmitida oralmente e, posteriormente, registrada em livros sagrados, os Vedas. Esses livros são agrupados em quatro volumes durante o século X a.C e contém as verdades eternas reveladas pelos deuses: a ordem (dharma universal) que rege as coisas e os seres, organizando-os em categorias, as castas ou varnas.
Segundo os Vedas, o ser humano está preso a um ciclo eterno de morte e renascimento, chamado samsara, pelo qual esta fadado a reencarnar e a sofrer em infinitas vidas. As reencarnações, como ser humano ou animal, são regidas pelo carma, preceito segundo o qual a forma como renascemos em nossa vida atual foi definida na vida anterior, pelo estágio espiritual que alcançamos e os atos que nela praticamos. O hindu busca fundir-se e Brahman, a verdade suprema, espírito que rege o Universo. Isso só é possível libertando-se do samsara pela purificação de seus infinitos carmas, atingindo o estágio conhecido como nirvana, a sabedoria resultante do conhecimento de si mesmo e do universo.
O caminho para o nirvana passa pelas práticas religiosas , pelas orações e pela ioga, mas muitos hindus adotam também dietas vegetarianas e o ascetismo (renúncia aos bens e prazeres materiais) para atingi-lo.
Do século IX ao XIV floresce o tantrismo, corrente que prega o aperfeiçoamento espiritual pelo domínio da mente e do corpo, incluindo hábitos e práticas sexuais. Em reação à expansão do islamismo na Índia, a partir do século VII, e ao domínio britânico, iniciado no século XVIII, surgem várias correntes no hinduísmo.
TEXTOS SAGRADOS
O hinduísmo possui extensa literatura com preceitos relativos à vida cotidiana e à organização social. Os mais antigos, os Vedas ou Conhecimento, reúnem ensinamentos anteriores ao século X a.C. Além desses, são importantes os Purunas (narrativas sobre a tríade divina Brahma, Shiva e Vishnu, as festas e condutas do hindu), o Mahabharata (O grande Combate dos Bharata), poema que trata da luta do bem e do mal, dos cultos a Shiva e Vishnu e as lutas entre as tribos hindus; os Upanishads (aulas dos mestres), o Ramayana (poema sobre o amor de Rama por Sita) e o Código de Manu (normas, regras e práticas sociais hindus).
PRECEITOS NA VIDA SOCIAL
O hinduísmo distingue quatro metas na vida humana: kama (prazer físico), artha (prosperidade), dharma (condutas e deveres morais definidos pela casta do individuo e pelo dharma universal) e moksha (iluminação). As quatro metas têm relação com quatro etapas da vida ou ashramas, do nascimenmto à morte: na infância, estudar os Vedas e preparar-se para a vida; depois, casar-se e constituir família; aposentar-se do trabalho e desligar-se das posses materiais; e, na velhice, concentrar-se na busca religiosa.
Essa metas e etapas têm, por sua vez, matizes definidos para os indivíduos segundo as quatro castas (varnas) às quais podem pertencer. A dos brâmanes, os sacerdotes, é a mais elevada. Seguem-na a dos guerreiros; a dos lavradores, comerciantes e artesãos; e, finalmente a dos sudras, servos e escravos. Um quinto grupo, o dos parias ou dálits, não é considerado casta por terem seus membros desobedecido, no passado, às leis religiosas. Tradicionalmente, os párias não podiam viver nas cidades, ler os livros sagrados ou se banhar no rio Ganges.
O Om é o mantra mais importante do hinduísmo e outras religiões. Diz-se que ele contém o conhecimento dos Vedas e é considerado o corpo sonoro do Absoluto, Brahman. O Om é o som do infinito e a semente que “fecunda” os outros mantras. O som é formado pelo ditongo das vogais a e u, e a nasalização, representada pela letra m. Por isso é que, às vezes, aparece grafado Aum. Estas três letras correspondem, segundo a Maitrí Upanishad, aos três estados de consciência: vigília, sono e sonho.
DIVINDADES
Há centenas de deuses e deusas hindus. Todos são parte de Brahman, a essência universal. Três deles se destacam e compõem uma triade, a Trimurti: Brahma, o princípio criador, Shiva, o princípio destruidor e libertador, e Vishnu, o princípio protetor e preservador. Sempre que o mundo está sob ameaça do mal, Vishnu aparece para protegê-lo através de uma de suas dez reencarnações ou avatares. São eles, pela ordem, Matsya (o peixe), Kurma (tartaruga), Varaha (javali), Narasimha (homem-leão), Vamana (anão), Parashurama (homem com machado), Rama(princípe herói), Krishna (herói que matou o demônio Kamsa) e Buda. O décimo avatar, Kalki, ainda não surgiu na Terra e virá para extirpar todo o mal e iniciar uma era do bem.
Eis as principais divindades hindus:
Brahma é considerado a força criadora do universo.
Vishnu é responsável pela manutenção do universo.
Shiva é conhecido como o transformador e/ou o destruidor do universo.
Ganesha tem cabeça de elefante e corpo de humano. Filho primogênito de Shiva (deus supremo) e Parvati (deusa da natureza), é o deus dos comerciantes, da prudência, da sagacidade e da política, é símbolo dos obstáculos e das soluções lógicas.
Kali, mais conhecida como a Mulher Negra, é a deusa da morte e da sexualidade, além de ser ao mesmo tempo a fonte da juventude e da natureza.
Lakshmi é a deusa do amor, da beleza, da riqueza e da generosidade para com seus seguidores.
Surya é o deus do Sol
Parvati é a esposa de Shiva, sendo a deusa da renovação e da transformação.
Sarasvati é a deusa da inteligência, da música, da sabedoria e talvez uma das mais belas de todas.
Krishna é o deus do amor e da devoção.
RITUAIS E COMEMORAÇÕES
O hindu costuma manter em casa um altar de devoção a seu deus, no qual queima incenso, coloca flores, velas e oferendas. Também freqüenta os templos que estão entre os de arquitetura mais exuberante do mundo. Cada altar possui sempre a estátua de seu deus, e nos templos as imagens são diariamente despertadas pela manhã, lavadas, vestidas e enfeitadas com flores pelos sacerdotes. Diante do altar, os hindus recitam mantras, fórmulas sagradas escritas nos Vedas que podem aproximá-los dos deuses. Peregrinar para visitar os templos e lugares sagrados são práticas habituais. Algumas das celebrações hindus são o Festival das Luzes, comemorado em todo o país no outono com o acender de velas, o Festival das Nove Noites para a deusa Durga, em setembro ou outubro, o Festival da deusa Shiva, em março, e o Festival de Krishna, em agosto.
CAPÍTULO 5 - BUDISMO
O budismo é uma religião e uma filosofia baseadas nos ensinamentos atribuídos a Siddhartha Gautama, mais conhecido como Buda ("O Iluminado"). Buda viveu e desenvolveu seu ensinamento no nordeste do subcontinente indiano, entre os séculos IV e VI a. C.[3]. Ele é reconhecido pelos adeptos como um mestre iluminado que compartilhou suas ideias para ajudar a humanidade a alcançar o fim do sofrimento, atingindo o Nirvana e escapando do sofrimento causado pelo ciclo de reencarnações (samsara, “roda do sofrimento”). Alguns mestres budistas, porém, ensinam que o Nirvana é uma percepção, um insight e não um estado, pois nem todas as escolas do budismo creem em reencarnação.
O budismo pode ser divido em dois grandes ramos: Teravada ("A Escola dos Anciãos") e Mahaiana ("O Grande Veículo"). Teravada é o mais antigo ramo do budismo e é bastante difundido nas regiões do Sri Lanka e sudeste da Ásia, já o segundo, Mahaiana, é encontrado em toda a Ásia Oriental e inclui, dentro de si, as tradições e escolas Terra Pura, Zen, Budismo de Nitiren, Budismo Tibetano, Tendai e Shingon. Em algumas classificações, a Vajrayana aparece como subcategoria de Mahaiana, entretanto é reconhecida como um terceiro ramo.
Mesmo o budismo sendo uma prática muito popular na Ásia, os dois ramos são encontrados em todo o mundo. Várias fontes colocam o número de budistas no mundo entre 230 milhões e 500 milhões, tornando-o a quinta maior religião do mundo.
As escolas budistas variam significativamente a natureza exata do caminho da libertação, a importância e canonicidade de vários ensinamentos e, especialmente, suas práticas. Entretanto, as bases das tradições e práticas são as Três Jóias: O Buda, o Darma (ensinamentos) e o Sangha (a comunidade).
De acordo com a narrativa convencional, o Buda nasceu em Lumbini, hoje patrimônio mundial da UNESCO, por volta dos anos 536 a. C., e cresceu em Kapilavastu, ambos localizados onde hoje está a região do Nepal. Logo após o nascimento de Siddhartha, um astrólogo visitou o pai do jovem príncipe, Suddhodana, e profetizou que Siddhartha iria se tornar um grande rei e que renunciaria ao mundo material para se tornar um homem santo, se ele, por ventura, visse a vida fora das paredes do palácio.
O rei Suddhodana estava determinado a ver o seu filho se tornar um rei, impedindo assim que ele saisse do palácio. Mas, aos 29 anos, apesar dos esforços de seu pai, Siddhartha se aventurou por além do palácio diversas vezes. Em uma série de encontros (em locais conhecidos pela cultura budista como "quatro pontos"), ele soube do sofrimento das pessoas comuns, encontrando um homem velho, um outro doente, um cadáver e, finalmente, um ascético sadhu, aparentemente contente e em paz com o mundo. Essas experiências levaram Gautama, eventualmente, a abandonar a vida real e ir em busca de uma vida espiritual.
Siddhartha Gautama fez uma primeira tentativa, experimentando a ascética e quase morreu de fome ao longo do processo. Mas, depois de aceitar leite e arroz de uma menina da vila, ele mudou sua abordagem. Concluiu que as práticas ascéticas extremas, como o jejum prolongado, respiração sem pressa e a exposição à dor trouxeram poucos benefícios, espiritualmente falando. Deduziu então que as práticas eram prejudiciais aos praticantes. Ele abandonou o ascetismo, concentrando-se na meditação anapanasati, através da qual descobriu o que hoje os budistas chamam de caminho do meio: um caminho que não passa pela luxúria e pelos prazeres sensuais, mas que também não passa pelas práticas de mortificação do corpo.
Quando tinha 35 anos de idade, Siddhartha sentou em baixo de uma figueira, hoje, localizada no Bodh Gaya, na Índia, e prometeu não sair dali até conseguir atingir a 'iluminação'.
A lenda diz que Siddhartha conheceu a dúvida sobre o sucesso de seus objetivos ao ser confrontado por um demônio chamado Mara, que simboliza o mundo das aparências e muitas vezes é representado por uma cobra naja. Ainda segundo a lenda, Mara teria oferecido o nirvana à Sidarta, contudo ele percebeu que isso o levaria a se distanciar do mundo e o impediria de transmitir seus ensinamentos adiante. Assim, por volta dos 40 anos, Sidarta se transformou no Buda, o iluminado, atraindo um grupo de seguidores, e instituiu uma ordem monástica. Agora, passaria seus dias ensinando o darma, viajando por toda a parte nordeste do subcontinente indiano. Ele sempre enfatizou que não era um deus e que a capacide de se tornar um buda pertencia ao ser humano. Faleceu aos 80 anos de idade, em 483 a. C., em Kusinagar, na Índia.
Conceitos budistas
Nirvana
É a meta do budismo.
É o apagar do fogo das paixões e a extinção do ego.
É não necessitar mais reencarnar.
É o que todo budista procura por toda vida, a paz absoluta.
É o que faz do homem comum um Buda.
É a iluminação.
Carma: lei de causa e efeito
Carma ("ação") no budismo é a força de samsara sobre alguém. Boas ações e/ou ações ruins geram "sementes" na mente, que virão a aflorar nesta vida ou em um renascimento subsequente[21]. Com o objetivo de cultivar as ações positivas, o sila é um conceito importante do budismo, geralmente, traduzido como "virtude", "boa conduta", "moral" e "preceito". No budismo, o carma se refere especificamente a essas ações (do corpo, fala e mente) que brotam da intenção mental (páli:cetana)[22] e que geram consequências (frutos) e/ou resultados (vipaka). Cada vez que uma pessoa age, há alguma qualidade de intenção em sua mente e essa intenção muitas vezes não é demonstrada pelo seu exterior, mas está 
Sofrimento: causas e soluções
As Quatro Nobres Verdades
De acordo com o Cânone Páli, As Quatro Nobres Verdades foram os primeiros ensinamentos deixados pelo Buda depois de atingir o nirvana[30]. Algumas vezes, são consideradascomo a essência dos ensinamos do Buda e são apresentadas na forma de um diagnóstico médico[31]:
a vida é sofrimento;
o sofrimento é causado pelo desejo. 
o sofrimento acaba quando termina o desejo. Isso é conseguido através da eliminação da ilusão, assim alcançamos um estado de libertação do iluminado (bodhi);
esse estado é conquistado através dos caminhos ensinado pelo Buda, o nobre Caminho Óctuplo.
A compreensão tradicional do Teravada sobre As Quatros Nobres Verdades é que estas são um ensino avançado para aqueles que estão "prontos"[34]. A posição Maaiana é que eles são ensinamentos prejudiciais para as pessoas que ainda não estão prontas para ensinar[22]. No Extremo Oriente, os ensinamentos são pouco conhecidos[35].
O Nobre Caminho Óctuplo
O Dharmachakra representando o Nobre Caminho Óctuplo.
1. Compreensão correta: Conhecer as Quatro Nobres Verdades de maneira a entender as coisas como elas realmente são, e com isso gerar uma motivação de querer se liberar de dukkha e ajudar os outros seres a fazerem o mesmo.
2. Pensamento correto. Desenvolver as nobres qualidades da bondade amorosa, não tendo má vontade em relação aos outros, não querendo causar o mal (nem em pensamento), não ser avarento, e em suma, não ser egoísta.
3. Fala correta. Abster-se de mentir, falar em vão, usar palavras ásperas ou caluniosas, e ao invés disso, falar a verdade, ter uma fala construtiva, harmoniosa, conciliadora.
4. Ação correta. Promover a vida, praticar a generosidade e não causar o sofrimento através de práticas moralistas.
5. Meio de vida correto. Compreender e respeitar o próprio corpo, olhar os outros com amor, compaixão, alegria e equanimidade, que são as quatro qualidades incomensuráveis, e na prática do dia-a-dia, praticar os seis paramitas da generosidade, ética, paz, esforço, concentração e sabedoria.
6. Atenção correta. Praticar autodisciplina para obter a quietude e atenção da mente, de maneira a evitar estados de mente maléficos e desenvolver estados de mente sãos.
7. Sabedoria correta. Desenvolver completa consciência de todas as ações do corpo, fala e mente para evitar atos insanos, através da contemplação da natureza verdadeira de todas as coisas.
8. Visão correta. Com todos os outros passos realmente realizados internamente, ter uma visão correta em relação ao mundo e à vida, e agindo de acordo com essa visão.
O Caminho do Meio
Um importante princípio orientador da prática budista é o Caminho do Meio, que se diz ter sido descoberto pelo Buda, antes de sua iluminação. O Caminho do Meio tem várias definições:
a prática de não-extremismo: um caminho de moderação e distância entre a autoindulgência e a morte;
o meio-termo entre determinadas visões metafísicas;
uma explicação do nirvana (perfeita iluminação), um estado no qual fica claro que todas as dualidade aparentes no mundo são ilusórias;
outros termos para o sunyata, a última natureza de todos os fenômenos (na escola Maaiana).
Escolas
O budismo dividiu-se em várias escolas, das quais algumas vieram a se extinguir. A principal divisão atualmente existente é entre a escola Theravada e a Mahayana.
As escolas numericamente mais expressivas na atualidade são:
Nitiren, várias escolas budistas e organizações laicas, cuja tradição se iniciou no século XII, no Japão, com o monge Nitiren;
Theravada, estabelecida no sudeste asiático;
as escolas tântricas do Budismo tibetano (Nyingma, Kagyu, Gelug, Sakya) que fazem parte da Mahayana;
Zen japonês e Chan chinês, escolas com ênfase na meditação . Alguns estudiosos consideram estas escolas como uma linhagem Mahayana. Outros, no entanto, dizem que, pela ênfase ser diferente e pelo Zen/Chan ser "descendente" também do taoismo, devem ser considerados uma escola à parte;
as escolas japonesas devocionais da Terra Pura (Jodo Shu) e Verdadeira Terra Pura (Jodo Shinshu), todas Mahayana.
Escrituras
Buda não deixou nada escrito. De acordo com a tradição budista, ainda no próprio ano em que o Buda faleceu teria sido realizado um concílio na cidade de Rajaghra, onde discípulos do Buda recitaram os ensinamentos perante uma assembleia de monges que os transmitiram de forma oral aos seus discípulos. Porém, a historicidade desse concílio é alvo de debate: para alguns esse relato não passa de uma forma de legitimação posterior da autenticidade das escrituras.
Por volta do século I d.C., os ensinamentos do Buda começaram a ser escritos. Um dos primeiros lugares onde se escreveram esses ensinamentos foi no Sri Lanka, onde se constituiu o denominado Cânone Pali. O Cânone Pali é considerado pela tradição Theravada como contendo os textos que se aproximam mais dos ensinamentos do Buda. Não existem contudo no budismo um livro sagrado como a Bíblia ou o Alcorão que seja igual para todos os crentes; para além do Cânone Pali, existem outros cânones budistas, como o chinês e o tibetano. 
O canône budista divide-se em três grupos de textos, denominado "Triplo Cesto de Flores" (tipitaka em pali e tripitaka em sânscrito):Sutra Pitaka: agrupa os discursos do Buda tais como teriam sido recitados por Ananda no primeiro concílio. Divide-se por sua vez em vários subgrupos; Vinaya Pitaka: reúne o conjunto de regras que os monges budistas devem seguir e cuja transgressão é alvo de uma penitência. Contém textos que mostram como surgiu determinada regra monástica e fórmulas rituais usadas, por exemplo, na ordenação. Estas regras teriam sido relatadas no primeiro concílio por Upali; Abhidharma Pitaka: trata do aspecto filosófico e psicológico contido nos ensinamentos do Buda, incluindo listas de termos técnicos.
Quando se verificou a ascensão do budismo Mahayana esta tradição alegou que o Buda ensinou outras doutrinas que permaneceram ocultas até que o mundo estivesse pronto para recebê-las; desta forma a tradição Mahayana inclui outros textos que não se encontram no Theravada.
Há o ‘Kangyur’, ou Cânone Budista, que reúne as palavras proferidas pelo Buda. Há os ‘sutras’ e há também comentários escritos sobre estes. Há também o que chamamos de práticas que são tesouros revelados que foram compilados e codificados.
CAPÍTULO 6 – JUDAÍSMO
Introdução  
O judaísmo é considerado a primeira religião monoteísta a aparecer na história. Tem como crença principal a existência de apenas um Deus, o criador de tudo. Para os judeus, Deus fez um acordo com os hebreus, fazendo com que eles se tornassem o povo escolhido e prometendo-lhes a terra prometida. 
Atualmente a fé judaica é praticada em várias regiões do mundo, porém é no estado de Israel que se concentra um grande número de praticantes. 
Conhecendo a história do povo judeu 
A Bíblia é a referência para entendermos a história deste povo. De acordo com as escrituras sagradas, por volta de 1800 a.C, Abraão recebeu uma sinal de Deus para abandonar o politeísmo e para viver em Canaã (atual Palestina). Isaque, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacó. Este luta , num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo judeu. Por volta de 1700 AC, o povo judeu migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A libertação do povo judeu ocorre por volta de 1300 AC. A fuga do Egito foi comandada por Moisés, que recebe as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficam peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Canaã.
Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos : Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo.  
Em 721 a.C começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O imperador da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da população judaica. 
No século I, os romanos invadem a Palestinae destroem o templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os judeus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religião. Em 1948, o povo judeu retoma o caráter de unidade após a criação do estado de Israel.
Os livros sagrados dos judeus 
A Torá ou Pentateuco, de acordo com os judeus, é considerado o livro sagrado que foi revelado diretamente por Deus. Fazem parte da Torá : Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio. O Talmude é o livro que reúne muitas tradições orais e é dividido em quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e Comentários.  
Rituais e símbolos judaicos 
Os cultos judaicos são realizados num templo chamado de sinagoga e são comandados por um sacerdote conhecido por rabino. O símbolo sagrado do judaísmo é o memorá, candelabro com sete braços.
Entre os rituais, podemos citar a circuncisão dos meninos ( aos 8 dias de vida ) e o Bar Mitzvah que representa a iniciação na vida adulta para os meninos e a Bat Mitzvah para as meninas ( aos 12 anos de idade ).
Os homens judeus usam a kippa, pequena touca, que representa o respeito a Deus no momento das orações.
Nas sinagogas, existe uma arca, que representa a ligação entre Deus e o Povo Judeu. Nesta arca são guardados os pergaminhos sagrados da Torá.
As Festas Judaicas 
As datas das festas religiosas dos judeus são móveis, pois seguem um calendário lunisolar. As principais são as seguintes:
Purim - os judeus comemoram a salvação de um massacre elaborado pelo rei persa Assucro. 
Páscoa ( Pessach ) - comemora-se a libertação da escravidão do povo judeu no Egito, em 1300 a.C. 
Shavuót - celebra a revelação da Torá ao povo de Israel, por volta de 1300 a.C.
Rosh Hashaná - é comemorado o  Ano-Novo judaico.Yom Kipur - considerado o dia do perdão. Os judeus fazem jejum por 25 horas seguidas para purificar o espírito.
Sucót -  refere-se a peregrinação de 40 anos pelo deserto, após a libertação do cativeiro do Egito. 
Chanucá - comemora-se o fim do domínio assírio e a restauração do tempo de Jerusalém. 
Simchat Torá - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.
CAPÍTULO 7 – CRISTIANISMO
Cristianismo é uma religião monoteísta centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como são apresentados no Novo Testamento. A fé cristã acredita essencialmente em Jesus como oCristo, Filho de Deus, Salvador e Senhor. 
A religião cristã tem três vertentes principais: o Catolicismo, a Ortodoxia Oriental (separada do catolicismo em 1054) e oprotestantismo (que surgiu durante a Reforma Protestante do século XIV). O protestantismo é dividido em grupos menores chamados de denominações. Os cristãos acreditam que Jesus Cristo é o Filho de Deus que se tornou homem e o Salvador da humanidade, morrendo pelos pecados do mundo. Geralmente, os cristãos se referem a Jesus como o Cristo ou o Messias.
Os adeptos da fé cristã acreditam que Jesus é o Messias profetizado na Bíblia hebraica (a parte da Escritura comum ao cristianismo e ao judaísmo, e conhecida entre os cristãos como Antigo Testamento). A fundação da teologia cristã foi expressa no início do cristianismo pelos credos ecumênicos, que contém doutrinas que são aceitas pela maioria dos seguidores da fé cristã. Essas profissões de fé afirmam que Jesus sofreu, morreu crucificado, foi sepultado e ressuscitoutrês dias depois dentre os mortos a fim de fazer com que o céu esteja disponível para aqueles que acreditam e confiam n’Ele para a remissão dos seus pecados (salvação). Os cristãos alegam ainda que Jesus subiu corporalmente para o céu, sentando a direita de Deus e governando o mundo. A maioria das denominações ensinam que Jesus vai voltar para julgar todos os seres humanos, vivos e mortos, concedendo a vida eterna aos seus seguidores. Jesus de Nazaré é considerado o modelo de uma vida virtuosa e o Deus encarnado, revelado de forma física. Para os cristãos, a mensagem e a vida de Jesus Cristo se encontram nos quatro Evangelhos (boas novas).
O Cristianismo começou como uma seita judaica e é classificada como uma religião abraâmica. Originária do Leste do Mediterrâneo, cresceu rapidamente em tamanho e influência dentro de poucas décadas. Pelo século IV, havia se tornado a religião oficial do Império Romano. Durante a Idade Média, grande parte da Europa foi cristianizada. Entretanto, os cristãos ainda eram uma minoria religiosa no Oriente Médio, Norte da África e em partes da Índia. Após a Era dos Descobrimentos, através da obra missionária e das colonizações, o Cristianismo se espalhou para a América, Austrália e no resto do mundo. Por isso, o cristianismo é a filosofia de vida que mais fortemente caracteriza a sociedade ocidental.
O Cristianismo conta atualmente com cerca de 2,2 bilhões de seguidores. Os cristãos representam cerca de um quarto a um terço da população mundial, sendo assim a maior religião do mundo. Além disso, o cristianismo é a religião oficial de Estado em vários países.
Introdução
Os seguidores do cristianismo, conhecidos como cristãos, acreditam que Jesus seja o Messias profetizado na Bíblia Hebraica (a parte das escrituras comum tanto ao cristianismo quanto ao judaísmo). A teologia cristã ortodoxa alega que Jesus teria sofrido, morrido e ressuscitado para abrir o caminho para o céu aos humanos; os cristãos acreditam que Jesus teria ascendido aos céus, e a maior parte das denominações ensina que Jesus irá retornar para julgar todos os seres humanos, vivos e mortos, e conceder a imortalidade aos seus seguidores. Jesus também é considerado para os cristãos como modelo de uma vida virtuosa, e tanto como o revelador quanto a encarnação de Deus.[6] Os cristãos chamam a mensagem de Jesus Cristo de Evangelho ("Boas Novas"), e por isto referem-se aos primeiros relatos de seu ministério como evangelhos.
O cristianismo se iniciou como uma seita judaica[7][8] e, como tal, da mesma maneira que o próprio judaísmo ou o islamismo, é classificada como uma religião abraâmica (ver também judaico-cristão). Após se originar no Mediterrâneo Oriental, rapidamente se expandiu em abrangência e influência, ao longo de poucas décadas; no século IV já havia se tornado a religião dominante no Império Romano. Durante a Idade Média a maior parte da Europa foi cristianizada, e os cristãos também seguiram sendo uma significante minoria religiosa no Oriente Médio, Norte da África e em partes da Índia. Depois da Era das Descobertas, através de trabalho missionário e da colonização, o cristianismo se espalhou para as Américas e pelo resto do mundo.
O cristianismo desempenhou um papel de destaque na formação da civilização ocidental pelo menos desde o século IV. A primeira nação a adotar o cristianismo como religião oficial foi a Armênia, fundando a Igreja Ortodoxa Armênia, em 301.
No início do século XXI o cristianismo conta com entre 1,5 bilhão e 2,1 bilhões de seguidores, representando cerca de um quarto a um terço da população mundial, e é uma das maiores religiões do mundo. O cristianismo também é a religião de Estado de diversos países. 
Principais crenças
Embora existam diferenças entre os cristãos sobre a forma como interpretam certos aspectos da sua religião, é também possível apresentar um conjunto de crenças que são partilhadas pela maioria deles.
Monoteísmo
O cristianismo herdou do judaísmo a crença na existência de um único Deus, criador do universo e que pode intervir sobre ele. Os seus atributos mais importantes são por isso a onipotência, a onipresença e onisciência.
Outro dos atributos mais importantes de Deus, referido várias vezes ao longo do Novo Testamento, é o amor: Deus ama todas as pessoas e estas podem estabelecer uma relação pessoal com ele através da oração.
A maioria das denominações cristãs professa crer na Santíssima Trindade, isto é, que Deus é um ser eterno que existe como três pessoas eternas, distintas e indivisíveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
A doutrina das denominações cristãs difere do monoteísmo judaico visto que no

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