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Mulheres na reportagem

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Desabafo: Mulheres na reportagem
Angeliana Louveira
Assim como qualquer outro emprego, no jornalismo também existe preferência por sexo dentro da profissão, apesar do curso de jornalismo ser visto em sua maioria como uma graduação para mulheres, a nossa área enfrenta desafios para atuar como jornalista. 
No meu caso, que trabalho como repórter na Rede Amazônia, é perceptível o interesse da empresa em contratar repórteres homens. Me lembro bem de quando estava fazendo teste, e ouvi comentários da chefia de que eles tinham preferência por repórter homem e não mulher, os motivos eles não falaram, mas deduzo que pela facilidade do homem ser mais desocupado com afazeres domésticos e estar a disposição da empresa com menos imprevistos, facilita a preferência por homens, além disso eles não engravidam, não tem licença maternidade de seis meses, não tem uma dedicação exclusiva aos filhos como as mulheres, influenciando diretamente a empresa contratante. 
E essa cena se repete todos os dias na emissora, mesmo que a gestão tenha mudado há alguns meses, e novos repórteres que estão fazendo teste na emissora desde o mês passado, já ouviram que homens tem mais chance de entrar na empresa, deixando de lado a competência e colocando o sexo como qualidade profissional. Isso além de desvalorizar o trabalho da mulher, abre portas para que percamos o nosso espaço dentro de uma área em que somos maioria. 
Um dos motivos também pra essa seleção de sexo, é devido a sensibilidade que a mulher ainda carrega, o tal “sexo frágil” A luta por respeito e reconhecimento continua. Sem entrar no mérito de equiparação salarial, toda mulher que ingressa no mercado de trabalho – seja qual for sua profissão – precisa provar duplamente que é competente e capaz de realizar as mesmas funções que os homens.
Agora cobrir pauta de esporte é um dos nossos maiores desafios, além do preconceito de colegas de trabalho e de entrevistados, durante as pautas de jogos de futebol os torcedores de arquibancada adoram se aparecer. Gracinhas no estádio a gente ouve sempre, e temos que ter muita desenvoltura para lidar com essa situação. Sem dúvida é algo que causou incomodo a ponto de até atrapalhar o seu trabalho.

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