Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTRODUÇÃO • Problema crescente de saúde pública. • Diagnóstico e tratamento negligenciados na prática clínica. INTRODUÇÃO • Atinge cerca de 1/3 das populações nos países desenvolvidos da América do Norte e Europa. • Doença metabólica e neuroendócrina resultante da interface entre um ambiente obesogênico e uma predisposição genética intrínseca. DEFINIÇÃO “Acúmulo de massa gordurosa generalizada ou localizada, resultante do desequilíbrio energético, causado pela interação de fatores genéticos e ambientais.” EPIDEMIOLOGIA DA OBESIDADE 2008 - 09 ~80000 óbitos, anualmente. 40% da população tem IMC 25 kg/m2 População entre 5-9 anos: 33,5% (16,6% e 11,8% ) 1/5 na Região Sudeste População entre 10-19 anos: 21,5% (diretamente relacionada com a renda) EVOLUÇÃO DE INDICADORES NA POPULAÇÃO 20+ anos de idade por sexo – Brasil REGULAÇÃO NEUROENDÓCRINA DO PESO CORPORAL PARTICIPAÇÃO DA FLORA INTESTINAL NA FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE MAGROS X OBESOS : COMPOSIÇÃO DIFERENTE. PARTICIPAÇÃO DA FLORA INTESTINAL NA FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE 1. Extração de energia de polissacarídeos não digeríveis. 2. Modulação dos níveis de lipopolissacarídeo pela flora intestinal. 3. Indução na regulação de genes do hospedeiro que modulam como a energia é gasta e armazenada. Participação da flora intestinal na fisiopatologia da obesidade (resposta inflamatória) • Fígado: Sensibilidade insulínica Infiltração de macrófagos • Tecido adiposo: Sensibilidade insulínica Infiltração de macrófagos Lipase lipoprotéica • Hipotálamo: sensibilidade insulínica • Músculo: sensibilidade insulínica Lipase lipoprotéica Adulto obeso Flora comensal Extração energia Fator adiposo Lipoproteína Lipase DM DCV Insuficiência cardíaca Doença renal crônica Esteatoepatite não alcoólica Síndrome dos Ovários Micropolicísticos Alterações nos Diversos Eixos Endócrinos Alterações Cognitivas CÂNCER (cólon, endométrio, rim, adenocarcinoma esôfago, cárdia- gástrico, pâncreas, vesícula biliar, fígado, mama na pós menopausa) SÍNDROME METABÓLICA OMS IDF NCEP**** Obesidade Relação cintura/quadril > 0,9 > 0,8 ou IMC > 30 Kg/m2 Cintura abdominal Europeus > 94 cm Asiáticos > 90 cm > 80 cm*** Cintura abdominal > 102 cm > 88 cm Glicemia DM, intolerância à glicose ou resistência insulínica pelo clamp* ≥ 100 mg/dL ou diagnóstico prévio DM ≥ 100 mg/dL ou tratamento para elevação da glicose Triglicerídeos ≥ 150 mg/dL** ≥ 150 mg/dL ou tratamento para dislipidemia ≥ 150 mg/dL ou tratamento para dislipidemia HDL < 35mg/dL < 39mg/dL < 40 mg/dL < 50 mg/dL ou tratamento para dislipidemia < 40 mg/dL < 50 mg/dL ou tratamento para dislipidemia Pressão Arterial PAS ≥ 140 mmHg ou PAD ≥ 90 mmHg ou tratamento para HAS PAS ≥ 130 mmHg ou PAD ≥ 85 mmHg ou tratamento HAS PAS ≥ 130 mmHg ou PAD ≥ 85 mmHg ou tratamento para HAS Excreção urinária de albumina ≥ 20 mcg ou relação albumina/creatinina ≥ 30 mg/g SÍNDROME METABÓLICA RESISTÊNCIA INSULÍNICA • Produto gerado pela interação entre predisposição genética, obesidade e processos inflamatórios. • Resposta biológica subnormal tissular a uma determinada concentração desse hormônio. • Presente em inúmeras doenças de alta morbidez cardiovascular. • Condição fisiopatológica de grande repercussão clínica. FISIOPATOLOGIA DA RESISTÊNCIA INSULÍNICA Desarmonia na distribuição e função do tecido adiposo corporal (visceral e subcutâneo) Incremento na produção de citocinas inflamatórias e liberação de ácidos graxos livres Prejuízo da ação insulínica por via inflamatória, pós-receptor Desordens monogênicas Mutação do receptor melanocortina -4, deficiência de leptina, deficiência de POMC Síndromes Prader-Willi, Bardet-Biedl, Cohen, Alstrom, Fröhlich Neurológicas Injúria cerebral, tumor cerebral, pós irradiação cerebral, obesidade hipotalâmica Endócrinas Hipotireoidismo, Síndrome de Cushing, Deficiência de GH, Pseudohipoparatireoidismo Psicológicas Depressão, desordens do apetite. Droga-induzida Antidepressivos tricíclicos, contraceptivos orais, antipsicóticos, anticonvulsivantes, glicocorticóides CAUSAS SECUNDÁRIAS DE OBESIDADE TESTES DE MAIOR USO/VALIDAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA INSULÍNICA • Clamp Hiperinsulinêmico Euglicêmico (DeFronzo) • Teste de Supressão da Insulina • Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) ÍNDICES MATEMÁTICOS TRADUTORES DE SI E RI • Derivados de Steady-States de jejum • Índices de glicose/insulina e insulina/glicose • Modelo de avaliação de Homeostase (HOMA) • Quantitative Insulin Check Index (QUICKI) • Índice de Matsuda • Índice Insulinogênico RESISTÊNCIA INSULÍNICA–AVALIAÇÃO CLÍNICA • Índice de Massa Corporal (IMC) • Relação cintura quadril (RCQ) • Aferição da medida da cintura CRITÉRIOS PARA DEFINIR RESISTÊNCIA À INSULINA HOMA-IR: Glicemia de jejum (mmol/l= mg/dl : 18) x insulinemia de jejum (U/ml)/22,5 Modelo utilizando índice de massa corporal (IMC) e/ou HOMA-IR a) IMC > 28,9 Kg/m2; ou b) HOMA-IR > 4,65; ou c) IMC > 27,5 Kg/m2 e HOMA-IR > 3,6 EXAMES COMPLEMENTARES • Bioimpedância: Não identifica a localização do tecido adiposo. • DEXA: Utilizado nas pesquisas clínicas. • TC e RNM: Estimam a gordura visceral. Precisamos, realmente, desses testes para avaliação da resistência insulínica na prática clínica? RESISTÊNCIA INSULÍNICA • Proporcional à maior quantidade de gordura visceral, independente do IMC • Qualidade do componente adiposo periférico: Adipócitos de menor volume de gordura > RI Adipócitos de maior volume de gordura < RI • Gene PPAR-gama Todos os adipócitos são iguais? Precursor Mesenquimal Pré-adipócitos Capacidade de armazenar gordura ALTA BAIXA ADIPÓCITO PERIFÉRICO ADIPÓCITO VISCERAL • Menores • Baixa lipólise • Alta sensibilidade à insulina • Alta proliferação e diferenciação • Anti-lipólise induzida por catecolaminas • Maiores • Alta lipólise • Baixa sensibilidade à insulina • Baixa proliferação e diferenciação • Lipólise induzida por catecolaminas PPAR Cortisol Adrenalina Insulina GH IGF Cortisona Cortisol HSD Estrógeno Resistina Visfatina Leptina IL-6, IL-8, TNF Adiponectina PAI-1 Angiotensinogênio Lipase lipoprotéica Triglicerídeos Ácidos graxos livres REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO TECIDO ADIPOSO COMO ÓRGÃO ENDÓCRINO Tecido adiposo TRATAMENTO • Princípios gerais: – Perdas de 5% a 10% do peso inicial – melhora significativa do estado metabólico do paciente obeso. – Velocidade recomendada do emagrecimento – 2 a 4 kg / mês. – Atualmente, não existe nenhuma medicação segura e altamente efetiva (promova perda de 10% ou mais do peso inicial em relação ao placebo)? RECOMENDAÇÕES TERAPÊUTICAS CLASSIFICAÇÃO IMC (KG/M2) RISCOS DE COMPLICAÇÕES TRATAMENTO RECOMENDÁVEL Baixo peso <18,5 Baixo (risco de outros problemas clínicos) - Faixa normal 18,5-24,9 Médio MEV Excesso de peso 25,0 – 29,9 Levemente aumentado MEV +medicamentosse comorbidades Obesidade ≥ 30 Classe 1 30,0 – 34,9 Moderado MEV + medicamentos Classe 2 35,0 – 39,9 Grave MEV + medicamentos Classe 3 ≥ 40 Muito grave Cirurgia, se tratamento clínico falhar MEV: Plano alimentar + atividade física TRATAMENTO MEDICAMENTOSO VIGENTE MEDICAMENTO AÇÃO EFEITOS COLATERAIS Orlistate Inibe absorção gorduras Esteatorréia, diarréia, flatulência, incontinência fecal. Pode interferir absorção de vitaminas lipossolúveis Sibutramina Inibe recaptação de serotonina e noradrenalina Cefaléia, boca seca, constipação, insônia, taquicardia, sudorese Fluoxetina Inibe recaptação de serotonina Cefaléia, insônia, ansiedade, sonolência, redução libido, boca seca PERSPECTIVAS EM FARMACOTERAPIA DA OBESIDADE Drogas Mecanismo de ação Efeitos colaterais Lorcaserina (Belviq®) Agonista serotoninérgico seletivo 5-HT2c (estimulante da POMC) cefaleia, infecção do TRS, nasofaringite, sinusite e náuseas. Infrequentes: depressão, ansiedade e ideação suicida. Liraglutide (Victoza®) Análogo do GLP-1 esvaziamento gástrico saciedade apetite náuseas, vômitos, insônia, humor deprimido, nervosismo. Cetilistate Inibidor das lipases pancreática e gastrointestinal dor abdominal, fezes oleosas, incontinência fecal e flatos com descarga oleosa. PERSPECTIVAS EM FARMACOTERAPIA DA OBESIDADE DROGAS MECANISMO DE AÇÃO EFEITOS COLATERAIS Bupropiona + Naltrexona (Contrave®) B: Inibição da recaptação de nora e dopamina (etimulante da POMC) N: antagonista do recptor opioide (impede autoinibição da -endorfina sobre a via POMC) náusea, constipação, cefaleia, tonturas, vômitos e boca seca. Em casos isolados durante os estudos – convulsão, parestesias e palpitações com dispneia e ansiedade. Fentermina + Topiramato (Qsymia®) F: da liberação de nora T: mecanismo desconhecido. Em animais apetite termogênese e oxidadção de gorduras boca seca, parestesias, constipação, infecção das vias aéreas superiores, alteração do gosto e insônia. CIRURGIA BARIÁTRICA Indicação • Imc > 40 • Imc > 35 com comorbidades • Adolescentes e pacientes acima de 70 anos podem se beneficiar • Capacidade de entendimento dos prós e contras da cirurgia (adesão ao follow-up, suplementação de vitaminas e minerais) • Retorno ao especialista mediante complicações CIRURGIA BARIÁTRICA Contra-Indicação • Desordens psíquicas e emocionais não controladas • Abuso de álcool e drogas • Relativa: desacordo familiar com a cirurgia
Compartilhar