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Direitos Humanos - Resumo_I Unidade

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DIREITOS HUMANOS
						I Unidade
GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
São, assim, considerados humanos, os direitos conferidos a todo e qualquer sujeito, no intuito de se resguardar sua dignidade, direitos esses que “a sociedade política tem o dever de consagrar e garantir” (HERKENHOFF, 1994, p. 31), todos decorrentes de alterações no pensamento filosófico, jurídico e político da humanidade, e que, positivados, convencionou-se designar por “direitos fundamentais”.
Direitos humanos de primeira geração:
Os direitos humanos de primeira geração são resultantes, principalmente, da Declaração Francesa dos direitos do Homem e do Cidadão e da Constituição dos Estados Unidos da América de 1787, que surgiram após o confronto entre governados e governantes, é dizer, da insatisfação daqueles com a realidade política, econômica e social de sua época, e que resultou nessas afirmações dos direitos de indivíduos em face do poder soberano do Estado absolutista (LAFER, 1988, p.126).
Tais documentos, segundo Comparato (2006, p. 51):
“[...] representaram a emancipação histórica do indivíduo perante os grupos sociais aos quais ele sempre se submeteu: a família, o clã, o estamento, as organizações religiosas. Mas em contrapartida, a perda da proteção familiar está mental ou religiosa tornou o indivíduo muito mais vulnerável às vicissitudes da vida. A sociedade liberal ofereceu-lhe, em troca, a segurança da legalidade, com a garantia da igualdade de todos perante a lei. Esses direitos, visando à proteção das liberdades individuais ao impor limites ao Estado, recebem a denominação, por alguns autores de direitos humanos de primeira geração ou primeira dimensão.”
E Cesar Lafer (1988, p. 126) afirma:
“Os direitos humanos da Declaração de Virgínia e da Declaração Francesa de 1789 são neste sentido, direitos humanos de primeira geração, que se baseiam numa clara demarcação entre Estado e não Estado, fundamentada no contratualismo de inspiração individualista. São vistos como direitos inerentes ao indivíduo e tidos como direitos naturais, uma vez que precedem o contrato social. Por isso, são direitos individuais: (I) quanto ao modo de exercício – é individualmente que se afirma, por exemplo, a liberdade de opinião; (II) quanto ao sujeito passivo do direito – pois o titular do direito individual pode afirmá-lo em relação a todos os demais indivíduos, já que esses direitos têm como limite o reconhecimento do direito de outro [...]”.
Filosoficamente, pode-se creditar que o surgimento e o resguardo dessa geração de direitos à moral individualista e secular, que colocava o indivíduo como centro do poder e rechaçava, de outra parte, a promiscuidade entre poder político e religioso, assinalando a secularização do poder do Estado (BOBBIO, 1992, p. 60). São, destarte, os direitos individuais, que resguardam as liberdades individuais e impõem limitações ao poder do Estado, decorrentes da evolução do direito natural e sofrendo importante influência dos ideais iluministas, como se pode extrair do pensamento filosófico de Rousseau, Locke e Montesquieu, principalmente.
Em verdade, há quem assinale que as dimensões de direitos humanos foram separadas conforme o lema da Revolução Francesa de 1789, liberte, igualité, fraternité, ao qual a liberdade corresponderia à primeira, a igualdade a segunda e a fraternidade à terceira geração de direitos, sobrevindo, somente anos depois, as quarta e quinta gerações de direitos humanos, expressão originariamente criada por Karel Vasak na aula inaugural no Curso do Instituto Internacional dos Direitos do Homem, em Estraburgo e posteriormente emprestada por Norberto Bobbio (LIMA, 2003).
Direitos humanos de segunda geração:
Mais tarde, porém, com a consagração dos direitos de liberdade, ocorreu à passagem destas, as chamadas liberdades negativas, para os direitos políticos e sociais, que exigiam uma intervenção direta do Estado, para ver-se concretizados, com a passagem da consideração do indivíduo singular, primeiro sujeito a quem se atribuiu direitos naturais, para grupos de sujeitos, sejam famílias, minorias étnicas ou até mesmo religiosas. Os direitos sociais ou prestacionais, como o direito à saúde, configuram, assim, um dos elementos que marcaram a transição do constitucionalismo liberal para o constitucionalismo social, direitos que impõem, determinam ou exigem do “Estado enquanto ente propiciador da liberdade humana, não mais aquela atividade negativa, de restrição de sua atuação, mas uma ação positiva, através de uma efetiva garantia e eficácia do direito fundamental prestacional” (HUMENHUK, 2004).
De segunda geração, são, pois, os direitos ao trabalho, à saúde, à educação, dentre outros, cujo sujeito passivo é o Estado, que tem o dever de realizar prestações positivas aos seus titulares, os cidadãos, em oposição à posição passiva que se reclamava quando da reivindicação dos direitos de primeira geração (LAFER, 1988, p. 127). 
Direitos humanos de terceira geração:
À par das dificuldades e das conquistas decorrentes da duradoura luta social pelo reconhecimento e pela eficácia dos direitos civis e políticos, de primeira geração, e dos direitos econômicos, sociais e culturais, direitos de segunda geração, outros valores, até então não tratados como prioridade na sociedade ocidental, foram colocados na pauta de discussão em período posterior ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Referidos valores, para serem efetivados, exigiam soluções inovadoras que só o reconhecimento de direitos de estirpe diversa dos já positivados poderia satisfazer. Estes novos direitos passaram, assim, a serem alcunhados de direitos de terceira geração.
Tais direitos, também conhecidos como direitos da solidariedade ou fraternidade, caracterizam-se, assim, pela sua titularidade coletiva ou difusa, tendo coincidido o período de seu reconhecimento ou positivação com o processo de internacionalização dos direitos humanos (TAVARES, 2006, p. 421-422; ALMEIDA, 1996, p. 45).
Sobre esta geração de direitos, destaca Ingo Wolfgang Sarlet, que (1998, p.50-51):
“[...] trazem como nota distintiva o fato de se desprenderem, em princípio, da figura do homem indivíduo como seu titular, destinando-se à proteção de grupos humanos (família, povo, nação), e caracterizando-se, consequentemente, como direitos de titularidade coletiva ou difusa. […] Dentre os direitos fundamentais da terceira dimensão consensualmente mais citados, cumpre referir os direitos à paz, à autodeterminação dos povos, ao desenvolvimento, ao meio ambiente e qualidade de vida, bem como o direito à conservação e utilização do patrimônio histórico e cultural e o direito de comunicação. Cuida-se na verdade do resultado de novas reivindicações fundamentais do ser humano, geradas, dentre outros fatores, pelo impacto tecnológico, pelo estado crônico de beligerância, bem como pelo processo de descolonização do segundo pós-guerra e suas contundentes consequências, acarretando profundos reflexos na esfera dos direitos fundamentais.”
Tais direitos, caracterizam-se pelo distintivo de demandarem a participação intensa dos cidadãos, sem a qual não tem eficácia, requerendo a existência de uma consciência coletiva na atuação individual de cada membro da sociedade, em aliança com Estado.
	 1ª Geração
	 2ª Geração
	 3ª Geração
	 Liberdade
	 Igualdade
	 Fraternidade 
	 Direitos negativos 
 (não agir)
	 Direitos a prestações
	 ______
	Direitos civis e políticos: liberdade política, de expressão, religiosa, comercial.
	 Direitos sociais, econômicos e culturais.
	 Direito ao desenvolvimento, ao meio-ambiente sadio, direito à paz. 
	Direitos individuais.
	 Direitos de uma coletividade.
	 Direitos de toda a Humanidade.
	 Estado Liberal
	 Estado social e Estado democrático e social
CRITICAS AS GERAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS
Uma geração não substitui a outra.
A expressão "geração de direitos" tem sofrido várias críticasda doutrina nacional e estrangeira. É que o uso do termo "geração" pode dar a falsa impressão da substituição gradativa de uma geração por outra, o que é um erro, já que, por exemplo, os direitos de liberdade não desaparecem ou não deveriam desaparecer quando surgem os direitos sociais e assim por diante. O processo é de acumulação e não de sucessão.
Além disso, a expressão pode induzir à ideia de que o reconhecimento de uma nova geração somente pode ou deve ocorrer quando a geração anterior já estiver madura o suficiente, dificultando bastante o reconhecimento de novos direitos, sobretudo nos países ditos periféricos (em desenvolvimento), onde sequer se conseguiu um nível minimamente satisfatório de maturidade dos direitos da chamada "primeira geração".
Por causa disso, a teoria contribui para a atribuição de baixa carga de normatividade e, consequentemente, de efetividade dos direitos sociais e econômicos, tidos como direitos de segunda geração e, portanto, sem prioridade de implementação.
Ausência de verdade histórica
Além do equívoco acima exposto, que torna até perigosa a teoria das gerações dos direitos fundamentais, já que dificulta a positivação e a efetivação dos direitos sociais e econômicos, bem como dos direitos de solidariedade mundial, a teoria também não retrata a verdade histórica.
A evolução dos direitos fundamentais não segue a linha descrita (liberdade → igualdade → fraternidade) em todas as situações. Nem sempre vieram os direitos da primeira geração para, somente depois, serem reconhecidos os direitos da segunda geração.
Perigosa e Falsa Dicotomia
Outro equívoco grave da teoria é considerar que os direitos de primeira geração são direitos negativos, não onerosos, enquanto os direitos de segunda geração são direitos a prestações. Essa visão, certamente influenciada pela classificação dos direitos por status, desenvolvida por Jellinek, considera, em síntese, que os direitos civis e políticos (direitos de liberdade) teriam o status negativo, pois implicariam em um não agir (omissão) por parte do Estado; os direitos sociais e econômicos (direitos de igualdade), por sua vez, teriam um status positivo, já que a sua implementação necessitaria de um agir (ação) por parte do Estado, mediante o gasto de verbas públicas.
Essa falsa distinção, repetida sem muito questionamento por quase todos os juristas, é a responsável pela principal crítica que pode ser feita à teoria das gerações dos direitos fundamentais, já que enfraquece bastante a normatividade dos direitos sociais, retirando do Poder Judiciário a oportunidade de efetivar esses direitos.
É um grande erro pensar que os direitos de liberdade são, em todos os casos, direitos negativos, e que os direitos sociais e econômicos sempre exigem gastos públicos. Na verdade, todos os direitos fundamentais possuem uma enorme afinidade estrutural. 
Concretizar qualquer direito fundamental somente é possível mediante a adoção de um espectro amplo de obrigações públicas e privadas, que se interagem e se complementam, e não apenas com um mero agir ou não agir por parte do Estado.
Exemplo disso está na saúde. A proteção do direito à saúde, que é um direito social, e, portanto, de segunda geração, teria, na classificação tradicional, status positivo. No entanto, esse direito não é garantido exclusivamente com obrigações de cunho prestacional, em que o Estado necessita agir e gastar verbas para satisfazê-lo. O direito à saúde possui também facetas negativas como, por exemplo, impedir o Estado de editar normas que possam prejudicar a saúde da população ou mesmo evitar a violação direta da integridade física de um cidadão pelo Estado. 
Veja-se que há vários outros direitos sociais (de greve e de sindicalização, por exemplo) cuja nota mais marcante é precisamente um não-agir estatal. Igualmente, há vários direitos ditos de primeira geração (direito de petição e de ação, direito ao devido processo, direito dos presos a um tratamento digno e etc) cujo cumprimento somente ocorrerá através da adoção de medidas positivas (agir) por parte do Estado.
Por isso, é fundamental que se afaste essa equivocada dicotomia de que os direitos de liberdade são direitos negativos, não onerosos, e que os direitos sociais são direitos a prestações, onerosos. 
Na verdade, somente pelo contexto histórico há sentido em distinguir os direitos civis e políticos dos direitos sociais, econômicos e culturais. Do ponto de vista estrutural e funcional, todos esses direitos se equivalem e se completam, numa relação de interdependência.
A Indivisibilidade dos Direitos Fundamentais
Como se observa, todas as categorias de direitos fundamentais, sejam os direitos civis e políticos, sejam os direitos sociais, econômicos, ambientais e culturais, exigem obrigações negativas ou positivas por parte do Estado. Os direitos civis e políticos não são realizados apenas mediante obrigações negativas, assim como os direitos sociais, econômicos, ambientais e culturais não são realizados apenas com obrigações positivas.
Percebe-se, com isso, uma interessante afinidade estrutural entre todos os direitos fundamentais, reforçando a ideia de indivisibilidade, conforme já reconhecido pela ONU desde 1948. Note-se, por exemplo, como é difícil desvincular o direito à vida (1ª geração) do direito à saúde (2ª geração), a liberdade de expressão (1ª geração) do direito à educação (2º geração), o direito de voto (1ª geração) do direito à informação (4ª geração), o direito de reunião (1ª geração) do direito de sindicalização (2ª geração), o direito à propriedade (1ª geração) do direito ao meio ambiente sadio (3ª geração) e assim por diante.
É de suma importância tratar os direitos fundamentais como valores indivisíveis, a fim de não se priorizarem os direitos de liberdade em detrimento dos direitos sociais ou vice-versa. Na verdade, de nada adianta a liberdade sem que sejam concedidas as condições materiais e espirituais mínimas para fruição desse direito. Não é possível, portanto, falar em liberdade sem um mínimo de igualdade, nem de igualdade sem as liberdades básicas. Essa indivisibilidade dos direitos fundamentais exige que seja superada essa ideia estanque de divisão dos direitos através de gerações. E mais: exige que seja abominada a ideia de que os direitos sociais são direitos de segunda categoria, como se houvesse hierarquia entre as diversas gerações de direitos fundamentais, e que a violação de um direito social não fosse tão grave quanto à violação de um direito civil ou político.
MECANISMOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO
 A consolidação dos Direitos Humanos no âmbito internacional se deu, efetivamente, no contexto do pós-guerra, em virtude das atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial. Estabelece-se, assim, por meio da criação da ONU em 1945 e, 3 anos depois, com a elaboração da Declaração Universal dos Direitos do Homem (aprovada com apenas 8 abstenções e nenhum voto contrário), a consagração da universalidade de certos princípios, inalienáveis, imanentes à própria condição humana. 
O corolário dessa concepção é a necessidade de instaurar mecanismos institucionais de tutela desses direitos no plano internacional.
Global: Mecanismos Convencionais 
(CEDAW e CERD) e Extra- Convencionais da ONU
Regional: Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos Humanos da OEA
Instrumentos de Proteção aos Direitos Humanos – ONU
(situação do Brasil perante estes documentos)
Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais;
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos; 
Convenção Internacional sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial
Convenção Internacional sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher
Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos e Penas Cruéis, Desumanos e Degradantes
Convenção sobre os Direitos das Crianças
Tribunal Penal Internacional – Estatuto de Roma
Comitê para Eliminação da Discriminação Racial
Os Estados-partes comprometem-se a submeter ao SecretárioGeral das Nações Unidas um relatório sobre as medidas legislativas, judiciárias, administrativas ou outras que adotarem para tornarem efetivas as disposições da Convenção;
 O Comitê pode requerer, a qualquer tempo, informações adicionais aos Estados;
 Um Estado-parte pode denunciar outro Estado-parte pelo descumprimento do disposto na Convenção;
 Após o Estado-parte reconhecer a competência do Comitê, este será competente para receber e analisar petições sobre violações aos direitos estabelecidos na Convenção.
Requisitos para Denuncias 
Ao Comitê para Eliminação da Discriminação Racial
Se o Estado-parte possuir um órgão interno competente para conhecer das denuncias a serem encaminhadas ao Comitê, será preciso enviar as denuncias primeiramente para este órgão. Caso não obtenha resposta satisfatória, o peticionário terá o direito de levar o caso a conhecimento direto do Comitê no prazo de 6 meses. 
Após requisição do Comitê, o Estado-parte terá 3 meses para prestar esclarecimentos. Já para o recebimento das denúncias devem ter se esgotados todos os recursos de direito interno, salvo em caso de demora injustificada da justiça do Estado-parte. O Comitê, após a análise, emitirá sugestões e recomendações.
Ao Comitê para a eliminação da Discriminação contra a Mulher. 
A petição encaminhada ao Comitê tem de ser assinada, inadmissível o anonimato. A denúncia só será aceita após esgotados os recursos internos, salvo quando houver demora injustificada da prestação jurisdicional ou haja fundado receio que não exista um resultado reparador da violação.
 São inadmissíveis as petições que: 
a) se refiram a questões já examinadas pelo Comitê; 
b) sejam incompatíveis com as disposições da Convenção; 
c) não estejam devidamente fundamentadas ou demonstrem ser manifestamente infundadas; 
d) cuja apresentação constitua abuso de direito; 
e) os fatos tenham ocorrido antes da entrada em vigor do Protocolo instituidor do Comitê;
Comissão de Direitos Humanos
Monitora a situação dos direitos humanos no mundo, por meio de uma reunião ordinária anual (seis semanas, entre março e abril de cada ano). Composta por 53 representantes/governos, onde se vota resoluções sobre situações e países, estabelecendo e avaliando o trabalho dos Relatores Especiais.
Principais Mecanismos ONU
Relatórios Periódicos;
 Denúncias Interestatais;
 Petições Individuais;
Comunicações aos Relatores Especiais e Grupos de Trabalho.
Mecanismos Convencionais: Comitês
Monitoram a implementação dos Tratados de Direitos Humanos, através do recebimento de informes periódicos, e em alguns casos, de denúncias interestatais e denúncias individuais;
 Compostos por especialistas em direitos humanos internacionais;
 Não representam os governos de seus países;
 Propõem a adoção de novas políticas e leis aos países; implementação dos tratados;
 Reúnem-se várias vezes ao ano.
Comitês Temáticos
Comitê de Direitos Humanos (CCPR): recebe denúncias interestatais e individuais;
 Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (CESCR): não recebe denúncias;
 Comitê sobre os Direitos das Crianças (CRC): não recebe denúncias;
 Comitê contra a Tortura (CAT): recebe denúncias interestatais e individuais.
Comitê sobre a Eliminação da Discriminação Racial (CERD): recebe denúncias interestatais e individuais*;
 Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra Mulheres (CEDAW) recebe denúncias interestatais e individuais*;
* Somente para estes dois, o Brasil reconhece a competência do Comitê para receber e analisar petições individuais.
Procedimentos Extra-Convencionais da ONU Alto Comissariado de Direitos Humanos.
Grupos de Trabalho: Desaparecimentos Forçados; Detenções Arbitrárias; Conflitos Armados; Direito ao Desenvolvimento;
 Mandatos sobre Países: Myamar, Somália, Haiti, Territórios Ocupados Árabes;
 Mandatos Temáticos (situações): RS sobre Tortura e Outras Formas de Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, RS sobre a Independência dos Juizes ou Advogados;
Grupos de Trabalho
São constituídos para: 
Conhecer - melhor - um problema; 
Propor novas ações (ex.: uma conferência), regras
Gerais, declarações, convenções; 
Receber comunicações;
Constituídos por especialistas em direitos humanos internacionais;
Temporários.
Relatores Especiais (temáticos)
Investigam e apresentam soluções para os problemas que compõem seu mandato;
 Recebem comunicações (denúncias);
 Realizam visitas in loco;
 Apresentam relatório anual das atividades (gerais ou visitas in loco).
Comunicações aos Relatores Especiais da ONU.
Fato: Descrição de como o fato ocorreu (data, local, fatos, providências tomadas, etc.)
Vítimas: o número de vítimas (caso conhecido): nome completo, idade, sexo, profissão e/ou atividades relacionadas à (iminente) violação do direito
Supostos autores: caso conhecidos, uma explicação das razões pelas quais suspeita-se que agentes do Estado sejam responsáveis. Não sendo os autores agentes do Estado, detalhar sobre como estas forças ou indivíduos relacionam-se com o Estado; 
A fonte da alegação: nome e endereço completo da organização ou indivíduo que remete a alegação ao Relator Especial.
3.1. Sistemas Regionais
Europeu 
O Conselho da Europa e a Convenção Européia de salvaguarda dos direitos do homem e das liberdades fundamentais expressam a vontade de promover e defender a liberdade e a democracia, vontade essa que permeia o Estatuto do Conselho da Europa. Segundo preâmbulo desse Estatuto, os Estados signatários estão, sem dúvida, ligados aos valores morais e espirituais que são o patrimônio comum de seus povos e que estão na origem dos princípios de liberdade individual, de liberdade política e da preeminência do Direito, sobre os quais se funda a verdadeira Democracia. O artigo 3º do Estatuto precisa que todo membro do Conselho da Europa reconheça o princípio da preeminência do Direito e o princípio em virtude do qual toda a pessoa sob sua jurisdição deve gozar dos direitos do homem e das liberdades fundamentais. Esse liame estabelecido entre o respeito dos direitos do homem e o regime democrático aparece reforçado pela Convenção Européia, que entrou em vigor em 3 de setembro de 1953 e que se constitui no primeiro tratado multilateral concluído no quadro do Conselho da Europa.
 Africano
A Carta Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos foi adotada pela Assembléia dos representantes da Organização da Unidade Africana (OUA), em 27 de junho de 1981, em Nairobi, Quênia, tendo em vista a decisão 115 (inciso XVI) da Assembléia dos representantes, adotada em sessão ordinária, que teve lugar em Monróvia, de 17 a 20 de julho de 1979. A iniciativa visava a preparar um um draft preliminar para a elaboração de uma Carta Africana sobre os direitos do homem e dos povos, estabelecendo instrumentos para a luta contra o colonialismo e o racismo.
 Americano
O continente americano nos dá o segundo exemplo de regionalização dos Direitos Humanos, no âmbito da OEA e da cooperação interamericana, ao instituir um mecanismo de proteção sofisticado, fortemente inspirado no modelo europeu. A qualidade do discurso de proclamação contrasta - deve-se afirmar - singularmente, com a situação real dos Direitos Humanos na América Central ou na América do Sul
3.2. Órgãos do Sistema Interamericano
Comissão Interamericana de Direitos Humanos - CIDH
Washington D.C., EUA
Corte Interamericana de Direitos Humanos - CIDH
San José, Costa Rica
São órgãos com funções distintas, mas complementares.
Organização dos Estados Americanos - OEA
Comissão Interamericana de Direitos Humanos - CIDH
Órgão com função quase-jurisdicional;
 Sete comissionados dos Países-Membros da OEA, eleitos a título pessoal;
 Produção de relatórios anuais temáticos ou sobre os países;
 Recebe e analisa casos individuais de violação de Tratados da OEA.
Funções da Comissão Interamericana de Direitos Humanos
Função Jurisdicional:
 Recebimentos de petições individuais;
 Análise dos pressupostos do caso;
 Audiências;
 Visitasin loco;
 Recomendações; e
 Envio de casos à Corte.
Produção de Relatórios:
 Anual, sobre a situação dos Direitos Humanos na América Latina;
 Temáticos (ex.: mulheres, crianças, índios, etc.)
 Especializados (ex.: Brasil, 1996)
Corte Interamericana de Direitos Humanos
Integrada por sete juízes, indicados pelos Países-Membros, escolhidos a título pessoal;
 É o órgão eminentemente jurisdicional do sistema. Não recebe petições individuais, a não ser que encaminhadas pela CIDH (depois de esgotado todo o procedimento) ou por um Estado-Parte;
 A Corte emite uma sentença definitiva e inapelável que deve ser cumprida como se de direito interno fosse;
 A Corte publica as Opiniões Consultivas (OC´s);
Obs.: o Brasil só reconheceu a jurisdição da Corte em 04 de dezembro de 1998, através do Decreto Legislativo nº 89, consequentemente, só casos ocorridos após essa data podem chegar a ela.
Procedimento no Sistema –OEA
Petição Individual (relatando violação de direito previsto na Convenção, Declaração, ou outros tratados da OEA); 
 Análise da petição: o caso ganha um número (pressuposto de admissibilidade dos arts. 28 e 30 do Regulamento da Comissão);
 Audiências;
 Solução Amistosa (art. 49 da CA);
 Recomendação ou arquivamento;
 Envio do caso à Corte.
Denúncia perante a Comissão Interamericana (dados indispensáveis)
Informações Iniciais: identificação da entidade ou da pessoa peticionária, e se ela deseja manter sua identidade em sigilo perante o Estado.
 Identificação da vitima e dos supostos autores;
 A denúncia será feita contra o governo do Brasil pelo descumprimento de direitos salvaguardados pelas Convenções Interamericanas: expor os direitos violados;
Descrição do Fato: descrever e comprovar minuciosamente as circunstâncias do caso e os recursos internos utilizados; 
Questões Preliminares: competência da Comissão para conhecer do caso e pressupostos de admissibilidade atendidos (esgotamento dos recursos internos; impedimento de acesso aos recursos internos; atraso injustificado da justiça).
Requisitos da Petição–OEA (art. 46 da Convenção Americana)
Prova do esgotamento dos recursos da jurisdição interna*;
Seis meses contados a partir da notificação da vítima sobre a última decisão;
O caso não ter sido submetido a outro processo de solução internacional (ex. um dos Comitês temáticos da ONU);
*Exceto se:
Não existir, na legislação interna, o devido processo legal relativo àquela violação;
A vítima for impedida de acessar os recursos internos, ou for impedida de esgotá-los;
Houver demora injustificada nos recursos internos.
A Responsabilidade Internacional 
“ A proteção internacional dos direitos humanos não deve ser confundida com a justiça penal. Os estados não comparecem ante a Corte como sujeitos da ação penal. O direito internacional dos direitos humanos não tem por objetivo impor penas as pessoas culpáveis de suas violações, mas sim amparar as vítimas e dispor a reparação dos danos que lhes hajam sidos causados pelos estados responsáveis de tais ações.” Velasquez Rodriguez
Medidas Cautelares
Art. 25, 1 (Regulamento da Comissão): “Em casos sérios e urgentes, e sempre que se fizer necessário a partir das informações disponíveis, a Comissão poderá de oficio ou a requerimento da parte, requerer que o Estado em questão adote MEDIDAS CAUTELARES para prevenir danos irreparáveis às vitimas.”
Medidas Provisórias
Art. 63, 2 (Convenção Americana): “Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer necessário evitar danos irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver conhecendo, poderá tomar as medidas provisórias que considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos que ainda não estiverem submetidos aos seu conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão. ” 
DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS 
(O Pensamento de Gandhi e Martin Luther King)
O mundo no pós-Guerra
Guerra Fria
Disputa política e ideológica entre capitalismo, liderado pelos Estados Unidos, e socialismo/comunismo, liderado pela URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) O objetivo da Guerra Fria era conquistar um maior número de áreas de influência (não é conquista de território) = TERCEIRO MUNDO
1ª Fase: (Corrida Armamentista, onde os dois lados se preocupavam em formar exércitos numerosos e desenvolvimentos de novas armas, principalmente armas nucleares). Os alto custos da Corrida Armamentista quase levou a URSS a falência, fazendo que o líder soviético, Nikita Kruschev, propôs a coexistência pacífica, onde capitalismo e socialismo poderiam conviver juntos.
2ª Fase: Corrida Espacial e Tecnológica, onde os dois lados se preocupavam em desenvolver cada vez mais seus produtos tecnológicos, marcada pelo conquista do espaço, mas também desenvolvida em outros aspectos, como esportivo, cultural etc.
Disputa Indireta:
Estados Unidos e URSS nunca se enfrentaram diretamente durante a Guerra Fria. Esta disputa ocorria de forma indireta. Conflitos em várias partes do mundo onde sempre estavam presentes interesses capitalistas e socialistas.
Principais conflitos indiretos:
Guerra da Coréia: Após a conquista de sua independência, o país fica dividido em Coréia do Norte – socialista, e Coréia do Sul – capitalista. Haveria uma eleição para se poder unificar o país, mas antes que ela ocorresse a Coréia do Norte – socialista - invade a Coréia do Sul – capitalista. Os Estados Unidos entram na guerra para ajudar a Coréia do Sul, mas com a impossibilidade de derrotar o exército da Coréia do Norte que se refugiava na China, os Estados Unidos desistem da guerra, e o país fica dividido até os dias de hoje.
Guerra do Vietnã: Após a conquista de sua independência, o país fica dividido em Vietnã do Norte – socialista, e Vietnã do Sul – capitalista. Haveria uma eleição para se poder unificar o país, mas antes que ela ocorresse o Vietnã do Sul – capitalista - invade o Vietnã do Norte – socialista – pois no Sul, havia um grande movimento socialista chamado de Frente de Libertação Nacional, que possuía um braço armado, conhecido por vietgongues. Os Estados Unidos entram na guerra para ajudar o Vietnã do Sul, mas tendo que enfrentar os vietcongues, que utilizavam a tática da guerrilha no Sul, e o exercito do Vietnã do Norte, os Estados Unidos foram derrotados, ficando o país unificado sob um governo socialista.
Outros conflitos:
Descolonização da África: Em praticamente todos os países africanos, onde eram colocadas etnias diferentes em um mesmo território, houve interferência dos Estados Unidos e da URSS ou China nos conflitos étnicos.
América Latina: Em praticamente todos os países da América Latina a URSS tentou fortalecer movimentos socialistas, enquanto os Estados Unidos, por meio da CIA, financiava campanhas de políticos pró americanos ou então fomentar golpes militares quando algum governo pró socialista chegava ao poder através dos votos.
Descolonização da Ásia e da África
Fatores que contribuíram:
A guerra fria, pois tanto Estados Unidos, quanto URSS queriam aumentar a sua área de influência, para isto as colônias tinham que se tornar livres. 
ONU, pois ela tinha sido criada para lutar pela igualdade e liberdade de todos os povos da Terra. Também por ser controlada pelos Estados Unidos e pela URSS.
Enfraquecimento das metrópoles europeias, em função da segunda guerra mundial.
Luta dos povos colonizados, que queriam e lutavam pela sua independência.
Opinião Pública Mundial, que passou a apoiar o fim do colonialismo/imperialismo.
Vias de libertação:
Via Pacífica: onde as metrópoles concediam a independência política, interessadas em manter a dependência econômica de suas antigas colônias.
Via Armada: onde as antigas colônias só conseguiam sua independência por meio de conflitos armados com suas metrópoles.
Observação: Se discute muito se as independências da África e da Ásia foram conquistadas pelos povos colonizados ou se ela foi concedida pelos países europeus. Na realidade foram as duas, pois se não houvesse um movimento disposto a lutar pela independência,as metrópoles não abririam mão de suas colônias. Em contrapartida, mesmo aqueles países que conseguiram sua independência por meio da via armada, acabavam se tornando dependentes economicamente de uma grande potência em função da necessidade de se reestruturar após a luta pela independência.
Em busca da Autodeterminação
Independência da Índia
Líder: Mahatma Gandhi 
Gandhi ganhou destaque mundial por ter conseguido a independência da índia utilizando-se de duas estratégicas: não-violência e a desobediência civil. A Não-violência, por mais que os ingleses pudessem maltratar o povo indiano, gandhi, proibia o uso de violência ou o uso de armas. Mesmo para defender a própria vida. 
Desobediência civil, dentre várias medidas desta estratégia, as mais conhecidas eram a de não se pagar impostos aos ingleses, não comprar nenhum produto inglês, e descumprir as leis impostas pelos ingleses.
Gandhi ganhou o apoio mundial para a independência da Índia pela utilização de suas estratégias, pois o ser humano tem a tendência de ficar do lado do mais “fraco”.
Divisão da Índia: 
Após a independência a Índia teve seu território dividido em dois, dando origem a Índia e ao Paquistão. Esta divisão se deu por motivos religiosos, pois na Índia conviviam uma maioria de hindus, com uma minoria de muçulmana. A Índia ficou para os hindus, e o Paquistão para os muçulmanos. Com isso, GANDHI, impediu que ocorresse uma guerra civil na Índia, o que poderia possibilitar que interesses capitalistas e socialistas ficassem cada um de um lado, fazendo a Índia entrar no esquema de “conflitos indiretos” da Guerra Fria.
Fim do Império Colonial Português
Portugal era governado por um regime totalitário, sendo assim, não se importava com os interesses de independência de suas colônias. Qualquer movimento neste sentido era sufocado com o uso da violência. As colônias portuguesas foram as últimas a conseguirem suas independências, e isso só se tornou possível quando o regime totalitário português chegou ao fim por meio da revolução dos cravos.
Conferência de Bangung: reunião dos novos países (Ásia e África), para juntos se colocarem como neutros em relação a guerra fria (capitalismo x socialismo). Mas posteriormente, o termo terceiro mundo passa a ser utilizado para designar os países pobres (Ásia, África e américa latina).
Os Estados Unidos Após a Segunda Guerra Mundial
O Macarthismo foi uma violenta onda anticomunista nos Estados Unidos. Este movimento perseguia qualquer um que levantasse questionamentos sobre o capitalismo. Muitos foram acusados de serem simpatizantes do comunismo, principalmente artistas, intelectuais e funcionários do governo.
A questão racial diferente do que acontece no Brasil, a questão racial nos Estados Unidos e tratados de forma direta. Lógico que depois de muita luta, principalmente de figuras como Martin Luther king, que se inspirava nas ideias de não-violência de mahatma Gandhi, e do presidente John f. Kennedy, que lutaram para a aprovação da lei dos direitos civis nos estados unidos. 
Obs. Importante relacionar este conteúdo com a questão das cotas para negros nas universidades brasileiras. Por que a maior potência do mundo pode encarar essa situação de frente e adotar este tipo de medida, o Brasil não?! 
Preconceito Racial – idéia pré-concebida sobre determinada raça. Opinião adotada sem exame, somente imposta pelo meio, pela educação, ou formada a partir da aparência.
Discriminação racial – tratamento diferenciado, para pior, dado a pessoa de outra raça.
Segregação racial – discriminação racial acompanhada de separação espacial.
Economia – os Estados Unidos conseguiram, após a Segunda Guerra Mundial, transformar boa parte de suas indústria bélica (indústria de armas) em indústria de bens de consumo (carros, tv, etc), dando emprego aos soldados que voltavam da guerra.
Para conseguir ter mercado para todos os seus produtos era importante para os Estados Unidos ter uma grande área de influência no mundo, por isso, a Guerra Fria. Também contou para isso a utilização do cinema, da televisão etc (meios de comunicação de massa), para divulgar seus produtos e seus valores. (Ver indústria cultural, sociedade de consumo, cultura de massa, reificação e alienação – página 25).
Martin Luther King, Jr. (Atlanta, 15 de janeiro de 1929 — Memphis, 4 de abril de 1968) foi um pastor protestante e ativista político estadunidense. Membro da Igreja Batista, tornou-se um dos mais importantes líderes do ativismo pelos direitos civis (para negros e mulheres, principalmente) nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo. Se tornou a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1964, pouco antes de seu assassinato. Seu discurso mais famoso e lembrado é "Eu Tenho Um Sonho". 
Ativismo político
Em 1955, Rosa Parks, uma mulher negra, se negou a dar seu lugar em um ônibus para uma mulher branca e foi presa. Os líderes negros da cidade organizaram um boicote aos ônibus de Montgomery para protestar contra a segregação racial em vigor no transporte. Durante a campanha de 381 dias, co-liderada por King, muitas ameaças foram feitas contra a sua vida, foi preso e viu sua casa ser atacada. O boicote foi encerrado com a decisão da Suprema Corte Americana em tornar ilegal a discriminação racial em transporte público. 
King era seguidor das ideias de desobediência civil não-violenta preconizadas por Mohandas Gandhi (líder político indiano também conhecido como Mahatma Gandhi), e aplicava essas ideias nos protestos organizados pelo CLCS. King acertadamente previu que manifestações organizadas e não-violentas contra o sistema de segregação predominante no sul dos EUA, atacadas de modo violento por autoridades racistas e com ampla cobertura da mídia, iriam criar uma opinião pública favorável ao cumprimento dos direitos civis; e essa foi a ação fundamental que fez do debate acerca dos direitos civis o principal assunto político nos EUA a partir do começo da década de 1960. 
Ele organizou e liderou marchas a fim de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação, o fim das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos. A maior parte destes direitos foi, mais tarde, agregada à lei estado-unidense com a aprovação da Lei de Direitos Civis (1964), e da Lei de Direitos Eleitorais (1965). 
Em 14 de outubro de 1964 King se tornou a pessoa mais jovem a receber o Nobel da Paz, que lhe foi outorgado em reconhecimento à sua liderança na resistência não-violenta e pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos. 
A partir de 1965 o líder negro passou a duvidar das intenções estadunidenses na Guerra do Vietnã. Em fevereiro e novamente em abril de 1967, King fez sérias críticas ao papel que os EUA desempenhavam na guerra. Em 1968 King e o SCLC organizaram uma campanha por justiça sócio-econômica, contra a pobreza (a Campanha dos Pobres), que tinha por objetivo principal garantir ajuda para as comunidades mais pobres do país. 
Martin Luther King era odiado por muitos segregacionistas do sul, o que culminou em seu assassinato no dia 4 de abril de 1968, momentos antes de uma marcha, num hotel da cidade de Memphis. James Earl Ray confessou o crime, mas anos depois repudiou sua confissão. A viúva de King, Coretta Scott King, junto com o restante da família do líder, venceu um processo civil contra Loyd Jowers, um homem que armou um escândalo ao dizer que lhe tinham oferecido 100 mil dólares pelo assassinato de King.
Em 1986 foi estabelecido um feriado nacional nos EUA para homenagear Martin Luther King, o chamado Dia de Martin Luther King - sempre na terceira segunda-feira do mês de janeiro, data próxima ao aniversário de King. Em 1993, pela primeira vez, o feriado foi cumprido em todos os estados do país.
Martin Luther King Jr. profere o seu famoso discurso "Eu tenho um sonho" em março de 1963 frente ao Memorial Lincoln em Washington, durante a chamada "marcha pelo emprego e pela liberdade". 
"Eu Tenho Um Sonho" (título original em inglês: "I Have aDream") é o nome popular dado ao histórico discurso público feito pelo ativista político estadunidense Dr. Martin Luther King, Jr., no qual falava da necessidade de união e coexistência harmoniosa entre negros e brancos no futuro. O discurso, realizado no dia 28 de agosto de 1963 nos degraus do Lincoln Memorial em Washington, D.C. como parte da Marcha de Washington por Empregos e Liberdade, foi um momento decisivo na história do Movimento Americano pelos Direitos Civis. Feito em frente a uma platéia de mais de duzentas mil pessoas que apoiavam a causa, o discurso é considerado um dos maiores na história e foi eleito o melhor discurso estadunidense do século XX numa pesquisa feita no ano de 1999. De acordo com o congressista John Lewis, que também fez um discurso naquele mesmo dia como o presidente do Comitê Estudantil da Não-Violência, "o Dr. King tinha o poder, a habilidade e a capacidade de transformar aqueles degraus no Lincoln Memorial em um púlpito moderno. Falando do jeito que fez, ele conseguiu educar, inspirar e informar [não apenas] as pessoas que ali estavam, mas também pessoas em todo os EUA e outras gerações que nem sequer haviam nascido."

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