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Direitos Humanos - Resumo_II Unidade

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DIREITOS HUMANOS
						I Unidade
 Declaração universal dos direitos humanos “natureza jurídica”
Antes da Carta da ONU (1945) já existiam normas que podiam ser consideradas, em parte, como de proteção dos direitos humanos. Entretanto, é a partir da Carta da ONU que surge uma normatização específica visando a proteção dos indivíduos na sua condição de seres humanos. A Carta da ONU fala genericamente dos direitos humanos, sem defini-los, o que não significa que eles sejam meras declarações de princípios sem força normativa. Tais direitos são obrigatórios.
A definição do rol de direitos humanos e liberdades fundamentais de que fala a Carta da ONU só foi feita três anos depois, com o advento da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, que faz a positivação internacional de um rol mínimo de direitos dos seres humanos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 traz em seu bojo um rol de direitos humanos de 1.ª e 2.ª dimensão, ignorando os direitos humanos das demais dimensões e não instituindo qualquer órgão internacional com competência para zelar pelos direitos que estabelece.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 não é um tratado, sendo apenas uma resolução da Assembléia Geral da ONU. Entretanto, ela faz a interpretação autêntica da expressão “direitos humanos e liberdades fundamentais” constante da Carta da ONU, aquela sim tratado multilateral obrigatório para todos os seus membros. Para alguns autores, a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 integra mesmo a Carta da ONU, justamente por fazer tal interpretação, sendo também obrigatório para todos os membros da ONU. 
Em 1980, a CIJ entendeu que a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 constitui norma costumeira de Direito Internacional Público, sendo, por esse viés, obrigatória. Pode-se dizer ainda, seguindo o raciocínio da CIJ, que sendo a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 norma costumeira de Direito Internacional Público, é ela norma de jus cogens.
Muitos objetam que os direitos humanos fixados nas cartas internacionais refletem o pensamento e a moral ocidental, e sendo a moral relativa, a universalização dos direitos humanos corresponderia a uma imposição da moral ocidental sobre todos os países. Tal tema foi discutido na II Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena de 1993, sendo a citada objeção defendida principalmente por Estados asiáticos e mulçumanos. Ao final da Conferência, a tese da universalização saiu vencedora, entendendo-se que as circunstâncias culturais não podem servir de justificativa para violação dos direitos humanos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 teve grande impacto, servindo de fonte para vários tratados internacionais de direitos humanos posteriores, bem como para a Constituição Federal de 1988, que copiou literalmente alguns de seus dispositivos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 vem sendo ainda utilizada como fundamento de algumas decisões judiciais brasileiras.
Como a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 não é tratado internacional, nem previu formas pelas quais os indivíduos que tivessem seus direitos humanos violados pudessem vindicá-los, surgiu a preocupação de dar uma dimensão técnico-jurídica à Declaração. Tal veio com a adoção do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, ambos aprovados pela Assembléia Geral da ONU em Nova Iorque em 16 de dezembro de 1966.
O Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos entrou em vigor em 23 de março de 1976, três meses após a data do depósito do trigésimo quinto instrumento de ratificação, nos termos do seu artigo 49, § 1.º. Seu rol de direitos civis e políticos é mais amplo que o da própria Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, além de ser mais rigoroso na afirmação da obrigação dos Estados em respeitar os direitos nele consagrados.
O Protocolo Facultativo Relativo ao Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos faculta ao Comitê de Direitos Humanos, criado pelo Pacto, o recebimento de petições de indivíduos reportando violações de seus direitos humanos, cristalizando a posição do indivíduo como sujeito de Direito Internacional Público. Para que tal petição seja examinada, é necessário que a questão nela discutida não esteja sendo examinada perante uma outra instância internacional de investigação ou solução; e que o indivíduo em questão tenha esgotado todos os recursos jurídicos internos disponíveis (não sendo aplicável esta regra quando a aplicação dos mencionados recursos se prolongar injustificadamente).
O Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais também traz um elenco de direitos muito mais amplos e mais bem elaborados que o elenco da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. As normas do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais são de natureza programática, ou seja, pelo Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais os Estados reconhecem direitos aos cidadãos, não estando tais direitos desde já garantidos, ao contrário das normas do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos. Por isso, alguns autores defendem que os direitos elencados no Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais não podem ser acionáveis perante cortes ou instâncias internacionais. Entretanto, entendem outros autores que tais direitos podem ser sim acionáveis.
Além do sistema global de direitos humanos, existem sistemas regionais, como o europeu e o africano, dentre os quais merece destaque o sistema interamericano, composto de quatro tratados: a Carta da Organização dos Estados Americanos de 1948, a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem de 1948, que assim como a Declaração Universal dos Direitos Humanos não tem natureza jurídica de tratado, a Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 (Pacto de San José da Costa Rica) e o Protocolo Adicional à Convenção Americana em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1988 (Pacto de San Salvador).
A Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 traz um rol de direitos civis e políticos, mas não faz qualquer menção à direitos de 2.ª dimensão. Para a garantia de tais direitos é que foi firmado o Protocolo Adicional à Convenção Americana em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1988. A Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 enumera em sua Parte II os meios de se alcançar a proteção dos direitos que elenca. Para proteção e monitoramento dos direitos que estabelece, a Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 vem integrada por dois órgãos, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos é órgão da Organização dos Estados Americanos, mas também é órgão da Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969. Ela representa todos os Estados-membros da OEA e tem como principal função a de promover a observância e a defesa dos direitos humanos. É composta por sete membros eleitos para um mandato de quatro anos, permitida uma reeleição, sendo vedada a participação de dois ou mais nacionais de um mesmo país ao mesmo tempo na Comissão. Uma das principais competências da Comissão é a de examinar petições individuais que reportem violações de direitos constantes na Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969. Para que tais petições sejam examinadas, é necessário que: a) tenham sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna do Estado violador; b) a petição seja apresentada em seis meses a partir da data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva; c) a matéria da petição ou comunicação não esteja pendente de outro processo de solução internacional.
A Comissão processará a petição nos termos dos artigos 48 a 51 da Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969. Ao fim do procedimento,emitirá um relatório (primeiro informe), com suas conclusões. Caso ela tenha concluído pela ocorrência de violação de direitos humanos, fará recomendações. Caso o Estado violador não siga as recomendações nem resolva o problema de outra forma, estando o peticionário de acordo e o Estado submetido à jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos, o caso é a ela submetido. Se no prazo de três meses do primeiro informe o assunto não estiver resolvido nem tiver sido submetido à Corte, a Comissão emitirá um segundo informe, fazendo as recomendações pertinentes e estabelecendo um prazo para que o Estado as cumpra. Se o Estado não as cumprir, a Comissão poderá acionar a Assembléia Geral da OEA para que tome medidas sancionatórias contra o Estado.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos é órgão apenas da Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969, e tem competência consultiva e contenciosa. Ao ratificar ou aderir à Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969, os Estados automaticamente submetem-se à jurisdição consultiva da Corte, mas não à jurisdição contenciosa, à qual poderão submeter-se por ato a posteriori. A Corte tem sede em San José da Costa Rica, é composta por sete juízes eleitos para um período de seis anos, permitida uma reeleição, sendo vedada a participação de dois ou mais nacionais de um mesmo país ao mesmo tempo na Corte. O quorum para deliberações da Corte é de cinco juízes. A Corte, no exercício de sua competência contenciosa, profere sentenças.
Um Estado pode ser processado perante a Corte por um outro Estado ou pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, como referido acima. O processo dar-se-á nos termos do Regulamento da Corte. As sentenças são de observância obrigatório pelos Estados-partes, embora a Corte não disponha de um sistema eficaz de execução das sentenças da Corte no ordenamento jurídico interno dos Estados por ela condenados. As sentenças da Corte independem de homologação pelo STJ para serem executadas no Brasil, pois dependem de homologação apenas as sentenças estrangeiras, e não as proferidas por Cortes internacionais. Em caso de condenação da Corte a pagamento de indenização pecuniária, o Estado deverá obedecer ao disposto pelo seu Direito interno quanto à execução da sentença em face do Estado (no Brasil, sujeitando-se inclusive ao sistema de precatórios).
O Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
Introdução
Está elencado no rol de direitos fundamentais da Constituição Brasileira de 1988, vejamos:
“ Art. 1º A Republica Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II- a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV- os valores sociais da trabalho e da livre iniciativa;
V-o pluralismo político”.
O princípio da dignidade da pessoa humana orienta assim, outros princípios elencados na Constituição Federal Brasileira e implica inferir que o Estado existe em função do indivíduo e não propriamente as pessoas existem em função do Estado. 
É o Estado que existe em função das pessoas e não o contrário. A dignidade é qualidade intrínseca da pessoa humana, é algo que simplesmente existe sendo irrenunciável e inalienável, elemento que qualifica o ser humano.
A dignidade da pessoa humana abrange uma diversidade de valores existentes na sociedade. Trata-se de um conceito adequável a realidade e a modernização da sociedade, devendo estar em conluio com a evolução e as tendências modernas das necessidades do ser humano. Desta forma, é preceituado um conceito de dignidade da pessoa humana:
“Temos por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que asseguram a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e co-responsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos”.
Direitos Fundamentais
A dignidade humana com o seu núcleo – vida, liberdade e igualdade –, assim, constitui um valor unificador de todos os direitos fundamentais e tem ainda função legitimatória do reconhecimento de direitos fundamentais implícitos. É um dos fundamentos do Estado Democrático e Social. 
O princípio da dignidade da pessoa humana, de onde se desdobram todos os direitos fundamentais, tem eficácia vinculante em relação a todos os órgãos públicos e também em relação às pessoas jurídicas de direito privado que, nas suas relações com os particulares, dispõem de atribuições de natureza pública.
A dignidade é essencialmente um atributo da pessoa humana: pelo simples fato de "ser" humana, a pessoa merece todo o respeito, independentemente de sua origem, raça, sexo, idade, estado civil ou condição social e econômica. Nesse sentido, o conceito de dignidade da pessoa humana não pode ser relativizado: a pessoa humana, enquanto tal, não perde sua dignidade quer por suas deficiências físicas, quer mesmo por seus desvios morais. 
Quanto aos desvios morais, deve-se, distinguir entre o crime e a pessoa do criminoso. O crime deve ser punido, mas a pessoa do criminoso deve ser tratada com respeito, até no cumprimento da pena a que estiver sujeito. Se o próprio criminoso deve ser tratado com respeito, quanto mais a vida inocente.
Exemplos de Violação
Atualmente, com o advento da Lei de Execução Penal, criou-se um instrumento relevante ao preso, pois antes da sua vigência o preso não tinha direito ao seu pecúlio (dinheiro recebido pelo seu trabalho e economia), recebia em troca de seu trabalho, maços de cigarros pegos nas cantinas de presídios em retribuição.
Uma boa aquisição também com essa lei, foi dar a oportunidade aos mesmos de ter remição na pena não só pelo trabalho, como também pelo estudo, passando, com isso, a fazer a remissão, não mais de um dia mais de dois dias acrescentado à pena.
Em relação à crítica que é feita por grande parte da sociedade quanto à opção sexual de cada um, devemos considerar que realmente há um preconceito no mercado de trabalho em relação aos homossexuais.
O preconceito sofrido em relação aos mesmos no mercado de trabalho também é um assunto que merece respeito à luz dos princípios constitucionais que lhe fornecem proteção, uma vez que, eles eram e continuam sendo muito discriminados nesses ambientes profissionais, apesar de estarem presente em quase todas as áreas de trabalho. 
Entretanto, ainda assim permanece na nossa sociedade, a recusa de alguns empregadores em aceitar os homossexuais no seu quadro de colaboradores, baseados nas justificativas de que possam envergonhar ou até mesmo prejudicar a imagem da empresa.
A própria Carta Magna, em seu Art. 3, inciso IV, dentre seus princípios constitucionais, começa a enunciar o direito à igualdade de todos perante a lei.
	Em relação aos direitos individuais e coletivos, destaca-se o Art. 5º, caput, da mesma que preceitua:
	“Tão são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País à inviolabilidade à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. 
Por isso podemos dizer que os princípios da igualdade e da não discriminação andam juntos, pois não se pode falar em um sem se tocar no outro. 
Com efeito, a idéia de dignidade da pessoa humana está na base do reconhecimento dos direitos humanos fundamentais. Só é sujeito de direitos a pessoa humana. Os direitos humanos fundamentais são o "mínimo existencial" para que possa se desenvolver e se realizar. 
A violação da dignidade vai ocorrer quando a pessoa além de ser tratada como um objeto, esse tratamento é fruto de uma expressão do desprezo que as pessoas têm contra ele em razão de uma peculiaridadeque ele possui, ex: no nazismo se entendia que judeus, ciganos, homossexuais (dentre outros), eram seres humanos inferiores, sendo tratados com objetos (cobaias) para pesquisas absurdas
Transfusão de sangue X testemunha de Jeová? Os seguidores desta religião não aceitam transfusão de sangue com base em um trecho da bíblia.
Há uma primeira corrente que afirma que eles têm o direito de não receber a doação, com base na relevância do direito à vida, matriz de todos os direitos. Eles invocam a liberdade de crença e a dignidade da pessoa humana para não autorizar a transfusão de sangue contra a vontade do paciente, quando esta é a única forma de salvar a pessoa. 
A corrente majoritária é de que, os argumentos da segunda corrente são mais coerentes, uma vez que, baseada nos termos dos Artigos 46 a 56 do código de ética médica, e resolução 1021/80 do conselho federal de medicina (CFM), autorizam a intervenção judicial para salvar a vida do paciente, autorizando a transfusão, mesmo contra a sua vontade em casos em que a transfusão de sangue seja a única forma de salvar a pessoa, alegando também a dignidade da pessoa humana, pois depois que morrer não terá como invocar nenhum direito.
Em relação às crianças e aos adolescentes, temos na nossa Constituição e no ECA (Estatuto da criança e do adolescente) que eles devem usufruir de todos direitos fundamentais da pessoa humana, sem prejuízo da sua proteção integral.
	O próprio ECA estabelece que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Destaca que, nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Com relação à educação, cabe ao Estado assegurar aos mesmos o ensino fundamental obrigatório e gratuito inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria, como também ao ensino médio.
	É proibido qualquer trabalho aos menores de quatorze anos, salvo na condição de aprendiz.
Dignidade da pessoa humana / analogia à tortura / interpretação
	Conforme a Constituição – obrigar a gestante a gerar uma criança que ela sabe que quando acabar de nascer vai morrer, não pode ser admitido, assim como obrigar a mãe vítima de estupro a gerar a criança decorrente desse ato. 
O argumento contrário a essa espécie de aborto é a dignidade da pessoa humana do feto, mas o entendimento que vem se destacando, é o de que o valor mais importante aqui é o da dignidade da pessoa humana da mãe (gestante), que no primeiro caso será obrigada a conviver com o nascimento e morte instantânea do filho, e no segundo caso, ser obrigada a criar uma criança que também é filha(o) de quem a violentou, o que pode ocasionar traumas psicológicos para ambas (criança e mãe) para o resto da vida
Em relação ainda à mulher, temos que considerar uma questão muito discutida atualmente: violência doméstica.
	Esse desrespeito não é só em relação a sua violação de integridade física e psicológica, mas um desrespeito como ser humano.
	Por isso, deixou de ser, há muito tempo, questão de ordem privada. Passou a ser um problema social e muito grave, que gera tanto preocupação dos administradores públicos como de toda a sociedade.
O Estado está juridicamente comprometido a proteger a família e a cumprir sua função preventiva no que se refere à prática da violência doméstica. Por isso não deve ser chamado a intervir só sobre o aspecto social como também sob ótica dos direitos humanos e fundamentais.
IDOSO:
	De acordo com a Constituição e ao seu Estatuto, o idoso possui também direito, dente outros direitos fundamentais, à sua integridade, cabendo ao Estado, à sociedade e à família a responsabilidade pela proteção e garantia desses direitos.
	Segundo o Art. 20 do Estatuto “O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se, por lei ou outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde, em condições de liberdade e dignidade”. 
EUTANÁSIA:
	Existe um "direito a morte"? A vida é um bem absoluto e indisponível? O Estado deve autorizar que pacientes em situação médica desalentadora possam decidir pôr termo a própria existência quando assim desejarem? Ou deve proibir sempre e utilizar o aparato institucional para punir os que ajudarem? 
José Afonso da Silva:
	"É, assim mesmo, uma forma não espontânea de interrupção do processo vital, pelo que está implicitamente vedada pelo direito à vida consagrado pela Constituição, que não significa o indivíduo possa dispor da vida, mesmo em situação dramática. Por isso, nem mesmo o consentimento lúcido do doente exclui o sentido delituoso da eutanásia no nosso Direito." 
No mesmo sentido, Alexandre de Moraes:
	"O ordenamento jurídico-constitucional não autoriza, portanto, nenhuma das espécies de eutanásia, quais sejam, a ativa ou passiva (ortonásia). Enquanto a primeira configura o direito subjetivo de exigir de terceiros, inclusive do próprio Estado, a provocação de morte, para atenuar sofrimentos (morte doce ou homicídio por piedade), a segunda é o direito de opor-se ao prolongamento artificial da própria vida, por meio de artifícios médicos, seja em caso de doenças incuráveis e terríveis, seja em caso de acidentes gravíssimos (o chamado direito à morte digna)."
A Eutanásia é considerada uma prática legal no Brasil?
	Não. As leis brasileiras sequer prevêem a prática. A eutanásia não possui nenhuma menção nem no Código Penal brasileiro, que data de 1940, nem na Constituição Federal. 
	Por isso legalmente falando, o Brasil não tem nenhum caso de eutanásia – quando algo semelhante acontece, recebe o nome de homicídio ou suicídio. 
Conclusão
Após esse exame, concluímos que a Dignidade da Pessoa Humana não é um direito absoluto, trata-se, portanto, de um princípio que: “identifica um espaço de integridade moral a ser assegurado a todas as pessoas por sua só existência no mundo. É um respeito à criação, independentemente da crença que se professe quanto à sua origem”. 
	Assim sendo, percebe-se a real importância da Dignidade da Pessoa Humana, como princípio e fundamento da República Federativa do Brasil. Entretanto, deve existir de maneira constante, uma luta para total aplicação e, consequentemente, efetivação desse princípio, onde as pessoas, detentoras desse direito junto ao Poder Público, em suas três esferas (executivo, legislativo e judiciário) devem criar formas de sua garantia, promovendo também a efetivação de direitos inerentes a ele. 
Normas de direito interno x normas de direito internacional. Os tratados de direitos humanos colocados como emenda constitucional.
Os juristas discutem a possibilidade de conflito entre o direito interno de um determinado país e o direito internacional e, em caso afirmativo, qual das duas ordens jurídicas deveria prevalecer.
Três sistemas básicos são reconhecidos, quanto ao relacionamento entre o direito internacional e o direito interno de determinado Estado:
Dualismo (o direito internacional e o direito interno são completamente independentes e a validade da norma de um não depende do outro);
Monismo com supremacia do direito internacional (a ordem jurídica é uma só, mas as normas de direito interno devem ajustar-se ao direito internacional); e
Monismo com supremacia do direito interno (uma única a ordem jurídica, mas as normas de direito internacional devem ajustar-se ao direito interno).
Dualismo
Segundo a doutrina dualista, para que uma norma internacional seja aplicada na ordem interna de um Estado, este deve primeiramente transformá-la em norma de direito interno, incorporando-a ao seu ordenamento jurídico doméstico. Estadoutrina costuma ser chamada de teoria da incorporação.
Segundo esta teoria, não existiria a possibilidade de conflito entre as duas ordens jurídicas, por serem completamente independentes. Formularam-na Triepel, Anzilotti, dentre outros.
Monismo com supremacia do direito internacional
A doutrina do monismo com supremacia do direito internacional, formulada por Hans Kelsen, Alfred Verdross, Léon Duguit e outros, não acata a existência de duas ordens jurídicas independentes, afirmando haver apenas um único ordenamento jurídico, no qual o direito internacional é considerado superior ao direito interno. Baseando-se na pirâmide normativa kelseniana, os proponentes entendem que a norma fundamental (no vértice da pirâmide) seria uma regra de DI, pacta sunt servanda, da qual derivariam sua validade as demais. Segundo os seus defensores, não seria possível o conflito entre o direito internacional e o direito interno, pois prevaleceria a norma hierarquicamente superior (no caso, o DI).
Monismo com supremacia do direito interno
Com raízes no hegelianismo, esta teoria entende que o Estado é dotado de soberania absoluta e que, portanto, somente se sujeita a um sistema jurídico que emane de si próprio. O direito internacional derivaria sua obrigatoriedade do direito interno, e o fundamento daquele seria apenas a autolimitação do Estado. Tal como no caso anterior, esta teoria enxerga a existência de uma única ordem jurídica, mas identifica-a com a interna - o direito internacional seria simplesmente a continuação do direito interno, aplicado às relações exteriores do Estado. Esposaram esta doutrina Georg Jellinek, Georges Burdeau e os juristas soviéticos.
Tratados
O tratado é um acordo resultante da convergência das vontades de dois ou mais sujeitos de direito internacional, formalizada num texto escrito, com o objetivo de produzir efeitos jurídicos no plano internacional. 
Em outras palavras, o tratado é um meio pelo qual sujeitos de direito internacional – principalmente os Estados nacionais e as organizações internacionais – estipulam direitos e obrigações entre si.
Os tratados internacionais de Direitos Humanos prestar um grande auxílio ao ordenamento jurídico brasileiro, desde que negociados, assinados e ratificados pelo nosso Estado, em conformidade com a Constituição Federal de 1988 (CF/88). Acordos, tratados e convenções que versam sobre o conteúdo dito de Direito Internacional de Direitos Humanos se multiplicam na Sociedade Internacional, sejam em âmbito universal, como em âmbito regional. E o Brasil é um dos países que vem negociando, assinando e se vinculando a essas convenções com uma certa assiduidade: tanto no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA) e no Mercosul, quanto no âmbito das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial do Comércio (O.M.C.), por exemplo.
A Emenda Constitucional número 45 de 2004, no que diz respeito aos Direitos Humanos, soma um 3º parágrafo ao artigo 5º da Constituição Federal de 1988. Prevê o parágrafo que
 “os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.”
Entende-se que o exame de constitucionalidade de uma lei não deve ter sua compatibilidade ligada somente às normas constitucionais, mas também às responsabilidades assumidas pelo país internacionalmente, exemplo claro dos tratados por ele negociados e adotados no âmbito do ordenamento jurídico internacional. E, este parece ser o entendimento da Emenda Constitucional 45/2004.
Para Valério Mazzuoli, em se tratando de normas jurídicas de Direitos Humanos, os tratados internacionais ratificados pelo Estado brasileiro deveriam ser colocados em um patamar de norma constitucional, além de aplicação imediata, não podendo ser revogados por lei ordinária posterior.
Revolução Francesa 
Direito naturais x Direito positivos
O direito natural é a ideia abstrata do Direito; o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça superior e anterior – trata-se de um sistema de normas que independe do direito positivo, ou seja, independe das variações do ordenamento da vida social que se originam no Estado. 
O direito natural deriva da natureza de algo, de sua essência. Sua fonte pode ser a natureza, a vontade de Deus ou a racionalidade dos seres humanos. O direito natural é o pressuposto do que é correto, do que é justo, e parte do princípio de que existe um direito comum a todos os homens e que o mesmo é universal. 
O direito positivo pode ser definido como o conjunto de normas jurídicas escritas e não escritas, vigentes em um determinado território e, também internacionalmente, na relação entre os Estados. O direito positivo é o conjunto de normas que apresentam formulação, estrutura e natureza culturalmente construídas. É a instituição de um sistema de regras e princípios que ordenam o mundo jurídico.
Os Direitos Humanos Fundamentais
Declarar quais são os direitos humanos fundamentais significa reconhecer que eles "pré-existem" a qualquer ordenamento jurídico nacional: são direitos que decorrem da própria natureza humana. Essa é a relação tradicional existente entre o Direito Natural e o Direito Positivo: o ordenamento legal positivo deve albergar os direitos naturais básicos do ser humano, sob pena de instaurar uma ordem jurídica injusta quando houver descompasso entre Direito Positivo e Direito Natural.
A "Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948" reconhece como núcleo básico dos direitos fundamentais da pessoa humana o do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à justiça, à segurança, à família , à propriedade, ao trabalho  e, à saúde , à educação e à cidadania.
Esse núcleo básico podemos denominar de "normas primárias" que compõem qualquer ordenamento jurídico positivo e que cabe ao Estado apenas reconhecer. Todas demais, que constituem a sua grande maioria, podem ser consideradas como "normas secundárias", de livre fixação pelo Estado, observando-se o respeito ao princípio democrático de participação, na elaboração da norma, daqueles que a ela estarão sujeitos.
Verifica-se, portanto, que a legitimidade do Direito Positivo se baseia em dupla fonte: na adequação ao Direito Natural, no que concerne às "normas primárias" (jusnaturalismo) e no respeito à vontade da maioria, no que diz respeito às "normas secundárias" (contratualismo). Esta última fonte de legitimação está ligada ao princípio básico do "pacta sunt servanda": assegurada a participação eleitoral numa democracia representativa, deverão os cidadãos submeterem-se às normas legais instituídas por um Parlamento que, no campo das "normas secundárias" conformou o ordenamento jurídico positivo num determinado sentido.
Os Direitos Sociais na Constituição de 1988
Os Direitos Sociais, dentro do quadro dos Direitos Fundamentais, pertencem ao grupo dos chamados "direitos positivos", ou seja, daqueles direitos a uma "prestação" do Estado ou do particular, diferentemente dos "direitos negativos", que dizem respeito à não intervenção do Estado. Na Constituição de 1988 é exemplo do primeiro grupo o rol do art. 7º, enquanto exemplo do segundo grupo é o elenco do art. 5º.
A "Declaração Universal dos Direitos Humanos", em relação aos Direitos Laborais, tratou das 3 questões básicas de toda proteção ao ser humano trabalhador: o salário justo, a limitação da jornada de trabalho e a liberdade de associação sindical para defesa desses direitos.
O que é o tratado dos direitos humanos, normas internacionais dos direitos humanos, convenção americana de direitos humanos. 
Nos termos do artigo 38, do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, os tratados ou convenções internacionais são considerados fontes do Direito Internacional, funcionando como importantes mecanismos jurígenos ao lado dos costumes e dos princípios gerais do Direito.
De outra banda, a Convenção de Viena, criada em decorrência da necessidade de disciplinar o processo de formaçãodos tratados internacionais, importante tratado concluído em 1969, porém ainda não ratificado pelo Brasil, concebe o tratado como sendo “um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica”, excluindo, destarte, a participação das organizações internacionais, ao se limitar aos acordos celebrados unicamente entre os Estados-partes ou signatários, isto é, entre os Estados soberanos que expressamente consentiram na adoção da convenção.
Contudo, creio que a melhor doutrina é bem representada pelo emérito Louis Henkin, ao se referir aos tratados como sendo:
“acordos obrigatórios celebrados entre sujeitos de Direito Internacional, que são regulados pelo Direito Internacional. Além do termo ‘tratado’, diversas outras denominações são usadas para se referir aos acordos internacionais. As mais comuns são Convenção, Pacto, Protocolo, Carta, Convênio, como também Tratado ou Acordo Internacional. Alguns termos são usados para denotar solenidade (por exemplo, Pacto ou Carta) ou a natureza suplementar do acordo (Protocolo)”.
Neste norte, depreende-se que as lições deste ilustre doutrinador admitem, também, a celebração de convenções pelas organizações internacionais, pela Santa-Sé, pelos beligerantes e insurgentes, excepcionalissimamente, em contraponto à disciplina dos tratados expressa na Convenção de Viena de 1969.
Nos termos dos conceitos supra, é salutar destacar que os tratados, no concernente ao número de signatários, podem ser classificados como bilaterais ou multilaterais, relativamente ao número de sujeitos de Direito Internacional envolvidos. Serão, pois, bilaterais os convênios estipulados por dois entes de Direito Internacional, ao passo que, enquadrar-se-ão como multilaterais, os tratados firmados  entre três ou mais sujeitos. Há quem fale, outrossim, em convenções coletivas, referindo-se àqueles ajustes aderidos por inúmeros acordantes, como é o caso, por exemplo, dos ajustes assinados sob a égide da ONU, possuindo amplo alcance e interesse geral.
Procedendo-se com a análise deste tema, há de se mencionar que as convenções internacionais, para serem válidas e produzirem seus efeitos no âmbito internacional e interno, devem observar inúmeros requisitos, os quais podem ser divididos em condições de validade intrínsecas e extrínsecas.
São requisitos de validade intrínsecos os mesmos que devem ser observados quando da feitura de contratos civis, quais sejam: a capacidade dos agentes, o consentimento mútuo e livre; a existência de objeto lícito e possível.
A capacidade dos agentes resta materializada: na soberania dos Estados signatários; na habilitação de plenos poderes dos representantes estatais responsáveis pela conclusão dos acordos; na autorização para acordar, conferida pelos respectivos atos constitutivos às organizações internacionais; na possibilidade de a Santa-Sé firmar convenções; na permissão concedida aos beligerantes e insurgentes para firmarem tratados acerca dos conflitos em que estiverem envolvidos.
Por sua vez, o consentimento mútuo e livre se caracteriza como a convergência de vontade das partes signatárias, a qual deve ser manifestada de maneira formal, livre, inequívoca e imaculada, isto é, ausente de vícios de consentimento, entre eles, o dolo, o erro e a coação, o que, em ocorrendo, importaria a nulidade da avença. Essa condicionante se encontra relacionada ao princípio do pacta sunt servanda, haja vista que os  tratados internacionais somente se aplicam às partes que o ratificarem.
A seu turno, a licitude do objeto convencionado envolve o plano do Direito e da Moral, enquanto que a possibilidade do objeto deve ser entendida em seu âmbito jurídico e material. Como exemplo de invalidade jurídica do convênio, é de se destacar o ocorrido com o Tratado sobre Espaço Exterior, em 1967, posto que, à época, o homem não havia chegado efetivamente à Lua.
Já as condições de validez extrínsecas são mais específicas e inerentes  apenas ao instrumento de Direito Internacional em comento. São elas: a redação e a observância do procedimento específico inerente à incorporação de tal instituto de Direito Internacional.
Primeiramente, a redação é essencial, posto que o tratado, nos moldes das Convenções de Havana e de Viena devem ser escritos, compreendendo um preâmbulo e uma parte dispositiva, os quais devem observar inúmeras formalidades para que sejam reputados como válidos. Tal requisito é imprescindível e e se encontra umbilicalmente conectado à obrigatoriedade de manifestação expressa da vontade dos entes signatários.
Igualmente, o procedimento a ser seguido para a efetivação da incorporação do tratado internacional é de observância obrigatória, devendo serem observadas as fases de assinatura, aprovação e ratificação, as quais serão estudadas a fundo no tópico que segue.
Convenção Americana dos Direitos Humanos
Em 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial, os países que haviam participado desse conflito decidiram criar um novo organismo internacional – Organizações das Nações Unidas – que tivesse como objetivo a promoção da paz e a segurança no âmbito internacional, garantindo assim, a conservação dos direitos fundamentais do homem.
No mesmo ano, em 26 de Outubro, foi editada a Carta da ONU, onde se assegurava a proteção a tais direitos, contudo, sem mencioná-los. Foi com a edição da Declaração Universal dos Direitos Humanos que passamos a saber, de fato, quais eram esses direitos, pois foram listados e explicados. Entretanto, a DUDH não possui força vinculante, visto que é uma declaração, não um tratado. Este processo de internacionalização dos Direitos Humanos contam, atualmente, com complementação dos sistemas regionais. Tais sistemas são subordinados ao sistema internacional e complementares ao sistema ONU, funcionando como uma espécie de ‘’filtro’’; levando casos específicos aos seus respectivos sistemas regionais, para, só depois, encaminhá-los para a ONU, caso seja necessário. Existem três Sistemas Regionais de Proteção aos Direitos Humanos: europeu, africano e interamericano. 
O Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos é salvaguardado pela Organização dos Estados Americanos (OEA). Esta, criada em 30 de abril de 1948, contava inicialmente com 21 signatários, que se reuniram em Bogotá (Colômbia), onde assinaram a Carta de Organização dos Estados Americanos, na qual ficou definido que a OEA seria um organismo regional dentro das Nações Unidas. Os membros da OEA se comprometeram a defender os interesses do continente pelo viés de soluções pacíficas para o desenvolvimento pleno dos países. Atualmente, contando com 35 estados - membros, o foco da OEA é a perpetuação dos sistemas democráticos, controlando graves problemas como tráfico de entorpecentes e moléstias econômico-sociais. 
A Organização dos Estados Americanos está inserida no Sistema Interamericano, sendo uma das vertentes deste sistema. A outra ramificação é a Convenção Interamericana dos Direitos Humanos, o Pacto de San José da Costa Rica. Este, é uma invenção da OEA, permitindo a adesão somente desses membro. Atualmente, 25 dos 35 participantes da Organização reconhecem o Pacto, os EUA, por exemplo, faz parte do grupo que não assinou-o. Nosso país foi uma das nações que aderiu ao pacto mais tardiamente, visto que o Pacto passou a vigorar em 1978, sendo reconhecido pelo Brasil apenas em 1992. 
A Convenção Americana observa um catálogo de direitos civis e políticos parecidos com os assegurados pelo PIDCP (Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos). Dentre os direitos previstos, ressalta-se-o direito à personalidade jurídica, à vida, à liberdade, ao devido processo legal, à liberdade de pensamento e expressão, dentre outros. O Pacto não define de maneira clara qualquer direito social, cultural ou econômico, apenas prevê a obrigatoriedade dos Estados de alcançarem-os, tendo por base a adoção de medidas apropriadaslegislativamente, observando os termos do art.26 da Convenção. Em 1988, a Assembleia Geral dos Estados Americanos acatou um Protocolo Adicional à Convenção, relativo aos direitos sociais, econômicos e culturais, denominado Protocolo de San Salvador, cuja finalidade é de instaurar gradualmente tais direitos. Juntamente com tal Protocolo, outros tratados foram adotados por alguns Estados do Sistema Interamericano, como o Protocolo para Abolição de Pena de Morte (1990), a Convenção interamericana para Prevenir e Punir Tortura 
(1985), Convenção Interamericana sobre Desaparecimento Forçado de Pessoas (1994), a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher ( 1994) e a Convenção Interamericana sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra pessoas com Deficiência (1999).
Cabe ao Estado-parte respeitar e salvaguardar a livre e plena disposição dos direitos e liberdades previstas, sem qualquer forma de discriminação. É obrigação dos Estados-partes adotarem medidas que confirmem a legalidade e efetividade de todos os benefícios presentes no Pacto. 
Observa-se que um membro da Convenção tem duas prerrogativas básicas em relação ao que o documento prevê: o Estado membro pode agir ativamente, para fazer valer os direitos que se comprometeu a proteger ou pode se omitir, com a intenção de não violar, ele mesmo, os pressupostos dispostos na Convenção.
 
A Convenção Americana dispõe de dois aparatos para a observação e instauração dos direitos que enuncia: a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana. A CIDH (Comissão Internacional de Direitos Humanos) é composta por sete juristas eleitos por mérito e títulos pela Assembleia Geral. Esses não são representantes dos governos, mas, sim de seus respectivos países. Como entidade autônoma da OEA, suas funções são: promover a consciência de que é preciso respeitar os direitos humanos, recomendar medidas aos estados-membros para que possam, progressivamente, atender ás propostas da Comissão, realizar estudos e documentos sobre cada país e suas evoluções, atender ás consultas requeridas e expedir anualmente um informe á Assembleia Geral da Organização sobre as realizações para os adeptos e não adeptos da CIDH. 
Aqueles aptos para acionar a Comissão são: indivíduos, grupos de indivíduos ou ONG’S. Suas denúncias devem estar relacionadas a vexação, por parte de um Estado, dos direitos garantidos nos pactos firmados pela CIDH. Isto porque, ao celebrar a positivação dos referidos pactos, os Estados aceitam automática e obrigatoriamente a competência da Comissão Interamericana para averiguar os casos denunciados. Ressalta-se que o regulamento da Comissão prevê a aplicação de medidas preventivas, ou seja, ações que visam impossibilitar novas ocorrências de transgressões aos direitos humanos. 
A Corte dispõe de duas faculdades: a consultiva e a contenciosa. Em relação a primeira, qualquer membro da OEA, mesmo que não reconheça o Pacto, pode solicitar um esclarecimento sobre determinado assunto. Por exemplo: qual a definição de ‘’tortura’’ para a Comissão. Já a segunda, a Corte faz-se valer de uma decisão acerca da punição que um Estado deve cumprir por ter violado um ou mais direitos previstos pelo Pacto de San José. Este caráter punitivo só é aplicável aos países que reconhecem o Pacto, e, automaticamente, a ação da Comissão.
O Brasil acoplou-se ao Sistema Interamericano, inclusive com a aceitação expressa da jurisdição da CIDH, fazendo, assim, com que se complementasse a garantia aos direitos humanos, nas ocasiões em que as instituições nacionais forem insuficientes para a salvaguarda destes princípios.

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