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O Expansionismo Marítimo

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O Expansionismo Marítimo
	“A descoberta da América por Cristóvão Colombo faz parte do processo de expansão do capitalismo europeu. O comércio, renascido em fins da Idade Média e desenvolvido no interior da Europa entre as cidades italianas e flamengas, foi deslocado, no século XIV, para o litoral atlântico. A escassez de metais preciosos provocava a falta de moeda em circulação, agravando os problemas já existentes. As nações da costa atlântica (Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Holanda), detentoras do comércio sobrevivente, eram as que mais sofriam com a crise e, para superá-la, precisavam encontrar metais preciosos para valorizar suas moedas. Por outro lado, dependiam das cidades italianas para o fornecimento das mercadorias orientais trazidas pelos árabes, que dominavam o comércio no Mediterrâneo.
	Assim, a busca de novos caminhos para atingir o Oriente, terra encarada como fonte de riquezas, passou a constituir uma questão de sobrevivência. Era preciso enfrentar o Atlântico, explorá-lo, buscando saídas, e para financiar um empreendimento desse porte era condição prévia a existência de Estados Nacionais com poder político centralizado e recursos financeiros volumosos. Portugal e Espanha formaram os primeiros Estados Nacionais. Estavam, portanto, prontos para liderar o expansionismo marítimo e, levados pela necessidade, assim o fizeram.
PINSKY, Jaime et al. História da América através de textos. 3. ed. São Paulo : Contexto, 1991. p. 23. (contexto@editoracontexto.com.br)
	O texto introdutório nos apresenta, de forma sucinta, os fatos que levaram os governos europeus ao expansionismo marítimo, bem como as condições prévias e necessárias para que conseguissem chegar ao Oriente e aí pudessem tomar posse das riquezas tão necessárias e almejadas por todos.
	Afinal, de que forma a crise econômica e comercial na Europa contribuiu para esse processo? Por que Portugal e Espanha saíram na frente de outros estados aparentemente mais fortes e melhor estruturados, como França e Inglaterra? O que aconteceu com as ricas cidades italianas de Gênova e Veneza, que comercializavam os produtos orientais na Europa?
	Já tivemos oportunidades de estudar em outros momentos a crise européia do final do século XIV e início do XV. Inúmeras foram as suas causas: esgotamento dos solos, uso de técnicas inadequadas, guerras, pestes, fome, revoltas urbanas, insurreições camponesas, declínio do comércio, entre outras. Enfim, a crise tinha conotações de ordem social, econômica e política, era o contexto do mundo feudal e de seu sistema que estava agonizando. A partir dessa crise do sistema feudal, vemos surgir, aos poucos, elementos de um novos sistema econômico em formação, o capitalismo.
	O historiador Edward Mcnall Burns apresenta-nos uma definição de capitalismo mais próxima de sua concepção inicial: “Um sistema de produção, distribuição e troca no qual a riqueza acumulada é investida por seus possuidores privados, com fins lucrativos”.
	Um outro historiador, Marvin Perry, amplia essa definição, ao fazer menção à “lei da oferta e da procura”, uma das características mais marcantes do conceito que se tem de capitalismo, na atualidade: “O Capitalismo também é considerado um sistema da livre empresa: não só as decisões básicas são deixadas aos indivíduos, como também são tomadas em reação às forças do mercado. Em outras palavras, os homens têm liberdade de obedecer à lei da oferta e da procura. Quando as mercadorias e mão-de-obra são escassas, os preços e os salários sobem; quando são abundantes, eles caem”.
	A partir dessas definições de sistema capitalista, fica mais fácil compreender de que forma as atividades comerciais e o lucro proveniente delas foi, aos poucos, conquistando maior importância no mundo moderno.
	Quando o comércio foi reativado na Baixa Idade Média, a burguesia passou a controlar grande parte das atividades econômicas – comércio, transporte de mercadorias, bancos, etc. O lucro obtido por essas transações comerciais assumiu importância cada vez maior com isso, o capital monetário (moeda) passou a concorrer com a maior riqueza existente da época, a posse da terra. A partir da Idade Moderna, com o expansionismo marítimo e a conquista de novas terras, as transações comerciais e monetárias adquiriram um novo e grande impulso, intensificando, assim, a importância do sistema capitalista em formação.
				Queda de Constantinopla
	O comércio mantido com o Oriente, de onde chegavam à Europa os mais diversos produtos, como drogas, especiarias e artigos de luxo (tapetes, seda, perfumes e outras matérias-primas), era monopolizado pelas cidades italianas de Gênova e Veneza. Essas cidades, por exigência dos árabes, pagavam em ouro e prata pelos produtos comercializados. Quando em 1453, Constantinopla caiu em mãos dos turcos otomanos, cujo Império estava em expansão, os produtos orientais tornaram-se ainda mais caros e escassos, pois as rotas terrestres das especiarias passaram a ser controladas por aquele povo que, por sua vez, exigia o pagamento de uma sobretaxa aos produtos importados pelos europeus.
	Diante dessa dificuldade, a burguesia, envolvida com as atividades comerciais e dependente dos lucros provenientes dessas transações, aliou-se aos monarcas no intuito de descobrir novos caminhos marítimos que os levassem diretamente às Índias. A aliança firmada entre a burguesia e a monarquia ia ao encontro dos interesses de ambas as partes; a burguesia queria expandir o seu comércio; o rei, conquistar novos territórios e novas fontes de riquezas que possibilitassem a continuidade da sua consolidação política. Dessa forma, movidos por interesses comuns, burgueses e soberanos uniram suas forças para financiar as expedições marítimas.
				Pioneirismo Português
	Vários foram os fatores que possibilitaram a Portugal tomar a frente no processo de expansionismo marítimo.
	A localização geográfica de Portugal em relação ao Oceano Atlântico foi sem dúvida um forte aliado de seu pioneirismo.
	Desde o século XIV, o porto de Lisboa era utilizado como importante entreposto comercial para as embarcações italianas que comercializavam com as cidades do norte da Europa. Além disso, uma grande parte da comunidade portuguesa já desenvolvia atividades pesqueira no Atlântico. Essa intensa movimentação no porto de Lisboa impulsionou o desenvolvimento de um poderoso grupo mercantil no país – a burguesia mercantil do Estado.
	A aliança estabelecida entre a monarquia portuguesa e a poderosa burguesia mercantil local foi determinante para que Portugal pudesse se lançar na conquista do Atlântico.
	O infante D. Henrique, filho mais novo do rei de Portugal, não mediu esforços para estimular a criação de um centro de estudos náuticos, a Escola de Sagres. Essa escola representou um laboratório de experiências, um centro de estudos astronômicos e também oficina para a construção de navios. D. Henrique reuniu, ali, os mais destacados geógrafos, cosmógrafos, cartógrafos, matemáticos e marinheiros da época.
				Conquistas Portuguesas
1415	-	Conquista de Ceuta – cidade marroquina ao sul do Estreito de Gibraltar, dominada pelos árabes muçulmanos.
1418	-	Ocupação das ilhas de Açores e Madeira, locais onde os portugueses experimentaram, pela primeira vez, o sistema de capitanias hereditárias e desenvolveram o plantio da cana-de-açúcar.
1434	-	Gil Eanes ultrapassa o Cabo Bojador (limite extremo oeste da África, chegando à Guiné, região de grande prospecção de ouro.
1460	-	Descoberta das ilhas de Cabo Verde.
1482	-	Diogo Cão atinge a foz do Rio Zaire (Congo), onde os portugueses constroem a fortaleza de São Jorge da Mina, importante centro do tráfico negreiro.
1485	-	O mesmo Diogo Cão chega a Angola.
Bartolomeu Dias atinge o Cabo das Tormentas (posteriormente, Cabo da Boa Esperança), no extremo sul da África.
1498	-	Vasco da Gama chega a Calicute, costa oeste da Índia.
1500	-	Pedro Álvares Cabral chega do Brasil.Após chegar às Índias e finalmente ter conseguido desbancar o monopólio das cidades italianas sobre os produtos orientais, os portugueses prosseguiram nas conquistas de outros territórios, formando um vasto império colonial. Assim, fixaram-se em Goa, capital comercial do oeste da Índia, e também em Diu e Cochim. Em 1517, chegaram à China e, a partir de 1520, estabeleceram comércio na região de Cantão.
	O comércio com o Oriente deu aos portugueses grandes lucros. Entretanto, num curto espaço de tempo a realidade das novas conquistas se mostrou menos atraente: era preciso proteger as terras conquistadas, construir fortalezas, feitorias e novas embarcações que pudessem patrulhar essas regiões. O número de funcionários para atenderem a todas essas atividades multiplicou-se e os lucros diminuíram. Não tardou muito para que outras nações também entrassem na disputa pela conquista de novas rotas comerciais. A partir daí, pouco a pouco, Portugal acabou sendo superado por outras nações, como França, Inglaterra e Holanda. Foi somente a partir de 1530, quanto as atividades comerciais marítimas começaram a declinar, que Portugal se voltou para a exploração comercial agrícola do Brasil.
				Conquistas Espanholas
	A Espanha foi a segunda nação a lançar-se na corrida expansionista, com o objetivo de encontrar um novo caminho marítimo para as Índias. Após ter expulsado, definitivamente, os árabes muçulmanos do seu território (1492) e ter conseguido unificar o seu Estado por meio do casamento da rainha Isabel de Castela com o rei Fernando de Aragão, a Espanha pôde, então, aventurar-se no além-mar.
	Tendo saído após os portugueses na corrida expansionista, a Espanha foi obrigada a buscar outros caminhos que não aqueles percorridos anteriormente por Portugal. O navegador genovês Cristóvão Colombo, que não obtivera êxito com os reis portugueses, parecia possuir a solução para as necessidades da Espanha. Ele afirmava ser possível alcançar as Índias navegando pelo Ocidente, ou seja, sair do Ocidente e chegar ao Oriente sem ter de percorrer o caminho pelo sul da África, como haviam feito os portugueses.
	Nessa época de navegações e conquistas, discussões a respeito da forma da Terra geravam grandes debates. Para a Igreja Católica, ela tinha forma plana; o grego Ptolomeu defendia a idéia de que era redonda; outros ainda imaginavam que teria a forma de um disco. Colombo concordava com a idéia de Ptolomeu e teve muitas dificuldades para convencer os reis católicos espanhóis da esfericidade da Terra, pois suas idéias eram contrárias à crença da Igreja. Ele teve de esperar alguns anos até que a rainha Isabel se convenceu de seus conhecimentos náuticos e, finalmente, financiou a expedição.
	Assim, no dia 03 de agosto de 1492, uma tripulação de 190 homens, chefiados por Cristóvão Colombo, parte do porto de Palos a bordo de três caravelas – Santa Maria, Pinta e Nina – com o objetivo de chegar às Índias. Todavia, em 12 de outubro do mesmo ano, a expedição chegou à América e aportou na Ilha de Guanaani (nas Bahamas), a qual Colombo denominou São Salvador. Ele realizou ainda outras três viagens para a América; esteve nas Antilhas, Honduras e Porto Rico (América Central) e, como estava convencido de ter chegado às Índias, denominou os nativos que ali encontrou de índios. Foi o navegador Américo Vespúcio, companheiro de Colombo em várias expedições, que, em 1504, concluiu tratar-se de um novo continente entre a Europa e a Ásia, e não das Índias como imaginara Cristóvão Colombo.
Em alusão a América Vespúcio, as novas terras passaram a chamar-se América.
	Após a descoberta do novo continente feita pela expedição de Colombo e a confirmação de sua existência por Américo Vespúcio, iniciou-se a conquista, a exploração e a colonização das novas terras pelos espanhóis. Com esse feito, a Espanha foi elevada à condição de maior potência européia do século XVI.
			Viagens de Conquista dos Espanhóis
1492	-	Cristóvão Colombo chega a Ilha de Guanaani na América.
1499 ou 1500	Vicente L. Pinzon explorou a costa americana chegando ao Brasil, na região do Amazonas.
1513	-	Vasco Nunez Balboa alcançou o Oceano Pacífico, atravessando o istmo do Panamá.
1515	-	João Dias Sólis chegou ao Rio da Prata.
1519	-	Fernão de Magalhães iniciou a viagem de circunavegação, concluída por Juan Sebastian del Cano em 1522, comprovando, assim, a esferidade da Terra. Fernão Cortez iniciou a conquista do México.
1531	-	Francisco Pizarro conquistou o Peru.
1537	-	João Ayolas chegou ao Paraguai.
1541	-	Francisco Orellana explorou o Rio Amazonas.
	A partir dessas descobertas, iniciou-se um período de grandes disputas entre Portugal e Espanha. Vários tratados foram estabelecidos entre as duas potências expansionistas com o objetivo de delimitar os direitos de cada país sobre as terras descobertas e de outros possíveis descobrimentos. Entre eles, destacamos:
				Bula Inter Coetera
	O papa Alexandre VI edita em 1493 o documento conhecido como Bula Inter Coetera, com a qual determina a partilha do mundo ultramarino entre portugueses e espanhóis.
	A partir de um meridiano situado a 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, destinava a Portugal todos os territórios situados a leste, e à Espanha, as terras a oeste.
	Sob a contestação de Portugal, que se sentiu prejudicado pelo tratado, foi celebrado outro, em 1494, na cidade espanhola de Tordesilhas, na Espanha.
				Tratado de Tordesilhas – 1494
	Por esse novo tratado, a linha divisória anterior foi substituída por outra que definia novas proporções, agora mais favoráveis aos portugueses. A nova demarcação estipulou 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. Essa nova divisão possibilitou aos portugueses a conquista de terras no Atlântico Ocidental, de cuja existência eles já sabiam.
	Como era de se esperar, outras nações que tinham interesse nas novas conquistas opuseram-se aos tratados que dividiam “o novo mundo a ser descoberto” como sendo exclusivamente de Portugal e Espanha.
	Conta-se que Francisco I, rei da França, teria declarado, ironicamente, que queria conhecer a cláusula do testamento de Adão, que havia legado metade do mundo a seu primo de Castela e a outra ao seu primo de Portugal.
		Expansão Marítima Inglesa, Francesa e Holandesa
	A expansão marítima dos ingleses e franceses aconteceu após a dos portugueses e espanhóis.
	A Guerra dos Cem Anos contribuiu, em grande parte, para retardar esse processo, pois enquanto os problemas internos e externos desses dois países não fossem resolvidos, não se conseguiria viabilizar o processo de centralização política, condição indispensável para reunir forças e capital suficiente para investir nas conquistas expansionistas.
	O rei francês Francisco I (1515-1547) contestou o Tratado de Tordesilhas e enviou expedições chefiadas por seus navegadores Giovanni de Verrazano e Jacques Cartier, na busca de uma nova rota marítima para as índias. Esses navegadores chegaram à América do Norte e aí implantaram colônias no Canadá e na região da Luisiana (EUA) a partir do século XVII. Os franceses tentaram também, mas, sem êxito, estabelecer-se no Brasil, primeiramente no Rio de Janeiro (França Antártica) e depois no Maranhão (França Equinocial).
	Na Inglaterra, a expansão marítima começou após a Guerra das Duas Rosas, com a ascensão da dinastia Tudor (1485), quando o absolutismo foi definitivamente implantado. Em 1497, Giovanni Cabotto, a serviço desse país, buscou um cainho para o Oriente a partir do norte e acabou descobrindo o Cabo Labrador na América do Norte. Walter Raleigh, navegador inglês a serviço da rainha Elizabeth I, fundou nesse continente a colônia de Virgínia. Francis Drake realizou a segunda viagem de circunavegação à Terra.
	A França e, principalmente, a Inglaterra, diante da impossibilidade de encontrarem um novo caminho para as Índias e de tomarem posse de novos territórios, além dos já conquistados,preferiram se “especializar” na pirataria contra navios estrangeiros, principalmente espanhóis. No caso da Inglaterra, essas atividades foram, inclusive, garantidas pelo Estado, pois por meio dessa prática conseguia obter altíssimos lucros. No século XVI, a Inglaterra ainda não se dedicou ao tráfico e ao comércio de escravos negros para as Américas. Afinal, como afirmava Walter Raleigh: “Quem controla o mar, controla o comércio, controla as riquezas do mundo e, em conseqüência, o próprio mundo”.
	A Holanda, que esteve sob o domínio da Espanha, obteve sua independência no século XVI e, rapidamente, tornou-se uma surpreendente força econômica, chegando mesmo a emprestar dinheiro a outras nações, inclusive a Portugal quando da implantação de indústria açucareira no Nordeste brasileiro. Suas companhias marítimas estiveram fortemente ligadas ao comércio das especiarias e ao tráfico negreiro. Eles exploraram o litoral norte-americano, fundando ali a Nova Amsterdã que mais tarde foi transformada pelos ingleses em Nova Iorque.
	Durante o século XVII, o Nordeste brasileiro (1630-1654), o Suriname e algumas regiões das Antilhas na América Central estiveram sob seu domínio.
				Leitura Complementar
			“Personagens da Epopéia Marítima”
	“Estamos acostumados a associar os descobrimentos com a história de Portugal e Espanha. Embora esses países tenham sido responsáveis pela montagem das frotas de Cristóvão Colombo, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Fernão de Magalhães (entre outros), a presença da Itália e dos italianos nesses empreendimentos foi muito grande.
	As cruzadas e o comércio, realizados especialmente por Gênova e Veneza, permitiram à Europa criar uma política de expansão. A Itália não só centralizou o comércio como todas as atividades culturais. Reunindo esforços, avançou na cartografia, melhorou os instrumentos de navegação e reuniu os conhecimentos necessários aos grandes empreendimentos.
	Portugal e Espanha, de fato, tiveram sua expansão marítima favorecida pela localização geográfica. Os italianos ofereceram apoio financeiro para recuperar o comércio com o Oriente.
	O comércio vivia um período de expansão, encontrando na própria religiosidade da população fortes argumentos que justificavam a expansão da fé.
	As viagens pela costa da África serviram à experimentação portuguesa, testando as naus e os conhecimentos técnicos necessários para a navegação no mar-oceano. Ao romper os limites do cabo da Boa Esperança, os navegadores europeus contaram com o apoio dos pilotos asiáticos. Dessa forma, foi possível a Portugal chegar à China em 15 anos.
	A conquista dos mares e os descobrimentos representam a capacidade dos europeus, envolvidos na arte da navegação, de incorporar conhecimentos de diversas origens, adaptando-os às suas necessidades. Essa tarefa foi realizada, supondo sempre a presença do dedo de Deus, favorecendo, em meio à difusão da fé, a montagem de uma economia mundial.
	A história das armadas portuguesas e espanholas, de seus capitães, dos acertos e desacertos em mar ou em terra, indica a fortuna (destino) daqueles que cumpriam esta nobre missão: descobrir, catequizar, colonizar e transformar, em uma imagem semelhante a si mesmo, o Novo Mundo.”
THEODORO, Janice. Descobrimento e renascimento. Navegações : realidade e fantasia cultura americana X cultura renascentista avanço do conhecimento científico. 3. ed. São Paulo : Contexto, 1995. p. 23-24.
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