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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURICIO DE NASSAU
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: D. CIVIL III – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
TEMA: CONCEITO E REQUISITOS DOS CONTRATOS EM GERAL; PRINCÍPOS CONTRAUAIS
1 – NOÇÕES GERAIS
É a mais comum e mais importante fonte das obrigações.
FONTES DIRETAS E IMEDIATAS das obrigações: contratos; declarações unilaterais de vontade e os atos ilícitos, dolosos e culposos.
►A lei que disciplina os efeitos dos contratos, que obriga o autor do ato ilícito a ressarcir a vítima do dano é tida como FONTE MEDIATA OU PRIMÁRIA. 
►Há obrigações que resultam diretamente da lei, como a de prestar alimentos, a de indenizar os danos causados pelos empregados, a propter rem. Imposta aos vizinhos.
2 - CONCEITO: é espécie do negócio jurídico, que depende para sua formação, da participação de pelo menos duas partes.
“Acordo de vontades que visa adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar e extinguir direitos”.
Fundamento ético do contrato é a vontade humana, desde que atue de conformidade com o ordenamento jurídico. 
Efeito – criação de direitos e obrigações. 
Traços históricos: O direito romano distinguia contrato de convenção. Convenção gênero, do qual contrato e pacto seriam espécies.
-Código Napoleão (1ª grande codificação moderna) via o contrato como espécie do gênero convenção, instrumento para aquisição da propriedade. O acordo de vontades representava uma garantia para os burgueses e para as classes proprietárias. A transferência de bens passava a ser dependente exclusivamente da vontade.
- Para o código alemão, promulgado tempos depois, o contrato é uma espécie de negócio jurídico, que por si só não transfere a propriedade, o que sucede com o CC/02.
Hoje, as expressões convenção, contrato e pacto são sinônimos, apesar de alguns denominarem os contratos acessórios de pactos. 
►A idéia de um contrato com predominância da autonomia da vontade, onde as partes discutem livremente as cláusulas e se encontram em pé de igualdade, deve-se aos conceitos traçados para os contratos nos Códigos francês e alemão. Hodiernamente, esse contrato privado e paritário representa uma pequena parcela do mundo negocial.
►A economia de massa exige contratos impessoais e padronizados, que cada vez mais se afastam da autonomia da vontade. O Estado intervém, constantemente na relação contratual privada, para assegurar a supremacia da ordem pública, relegando o individualismo a um plano secundário. Essa situação tem sugerido a existência de um dirigismo contratual, em certos setores que interessam toda a coletividade. Pode-se afirmar que a força obrigatória dos contratos não se afere mais sob a ótica do dever moral de manutenção da palavra empenhada, mas da realização do bem comum.
CC/02 – tornou explícito que a liberdade de contratar só pode ser exercida em consonância com os fins sociais do contrato, implicando os valores primordiais da boa-fé e probidade.
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO (art. 421 e § único do 2035 da ADTCC)
O CC/02 afastou-se da concepção individualista que norteava o CC anterior para seguir orientação compatível com a socialização do direito contemporâneo.
►Princípio da socialidade nada mais é do que a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda do valor da pessoa humana.
►Os princípios tradicionais como a autonomia da vontade e obrigatoriedade muitas vezes tem sido entraves para a prevalência deste.
►CAIO MÁRIO diz que este serve para limitar a autonomia da vontade, quando esta autonomia se mostra em confronto com o interesse social e este deva prevalecer ainda que essa limitação possa atingir a própria liberdade de não contratar.
Pode ser enfocado sob 02 aspectos: individual – relativo aos contratantes, que se valem do contrato para satisfazerem seus interesses próprios, e outro, público que é o interesse da coletividade sobre o contrato.
►A função social só será cumprida quando o contrato representar uma fonte de equilíbrio social.
►As mudanças trazidas pelo novo código foram implementadas por meio de cláusulas gerais. 
►Cláusulas gerais são normas orientadoras sob forma de diretrizes, dirigidas precipuamente ao juiz, vinculando-o ao mesmo tempo em que lhe dão liberdade para decidir.
►Resultam basicamente do pressuposto de que as leis rígidas, definidoras de tudo e para todos os casos, são necessariamente insuficientes e levam seguidamente a grave injustiça.
 ►Como a função social é cláusula geral, norma de ordem pública, o juiz pode aplicar as cláusulas de ofício, preencher os claros, do que significa essa função social, ex ofício, por exemplo: proclamar a inexistência do contrato por falta de objeto, declarar sua nulidade por fraude à lei imperativa, convalidar um contrato anulável, determinar a indenização da parte que desatendeu a função social.
►Ainda que o autor na petição inicial, revisional de contrato não haja pedido da petição inicial algo relativo à determinada cláusula geral, o juiz pode de ofício, modificar cláusula de percentual de juros, caso entenda que assim, deve agir deve agir para adequar o contrato à sua função social.
3 – REQUSITOS DE EXISTÊNCIA E VALIDADE DO CONTRATO
Condições de existência
Se não houve o preenchimento do requisito para a formação do negocio jurídico, como p. ex. ausência de consentimento. O negócio não chega a entrar no mundo jurídico. Assim, não há que se falar em nulidade, pois esta ocorre no plano da validade, que tem como corolário negativo a invalidade do negocio. Um negócio juridicamente inexistente não gera efeito algum no mundo jurídico.
Condições de validade do contrato
Para que o contrato atinja sua função deve preencher certos requisitos, apresentados como os de sua validade. Se os possui é válido e dele decorrem os mencionados efeitos.
►As condições de validade dos contratos são de duas espécies: de ordem geral (comuns a todos os negócios jurídicos) que são: capacidade do agente; objeto lícito, possível determinado ou determinável e a forma prescrita e não defesa em lei. (art. 104 CC/02) e de ordem especial, específicos do contrato: o consentimento recíproco e acordo de vontades.
Os requisitos de validade podem assim ser definidos em três grupos: subjetivos, objetivos e formais.
Requisitos subjetivos: (art. 104, I) 
a) Capacidade genérica dos contratantes: os contratos serão nulos(art. 166, I) ou anuláveis (art. 171, I), dependendo do fato de ser a incapacidade absoluta ou relativa. E não for suprida pela representação ou assistência. (art. 3º e 4º do CC)
OBS: Pessoa jurídica, capacidade daquela pessoa disposta no estatuto para representação.
 b) Aptidão específica para contratar (legitimação); capacidade para firmar determinados contratos, mais intensa que a normal, como por exemplo: doação alienação onerosa, necessidade de outorga uxória.
 ►A existência da capacidade de contratar deve existir no momento da declaração de vontade do contratante. 
c) Consentimento: livre, espontâneo(sob pena de ser invalidado por vício (erro, dolo coação) e recíproco, acordo de vontades atinente à existência e natureza do contrato, objeto da contratação e acordo sobre as cláusulas que compõem. Tácito ou expresso (pode ser exteriorizado verbalmente, por escrito, gesto ou mímica, de forma inequívoca. Algumas vezes a lei exige o consentimento escrito como requisito do ato (lei do inquilinato para sublocação) Não havendo tal exigência, vale a manifestação tácita, sendo o silêncio denominado de circunstanciado ou qualificado, (doação pura o donatário não declara que aceita, mas pratica atos compatíveis com a conduta de aceitar, venda a contento). O silêncio pode ser interpretado como aceitação se os usos e os costumes assim permitirem. 
►Veda-se o autocontrato ou contrato consigo mesmo, podendo haver a mesma pessoa representando ambas as partes, havendo, assim, dupla representação, pode ocorrer ainda que o representante seja a outra parte no negócio jurídico celebrado, exercendo, no caso, papéis distintos: participando desua formação como representante, atuando em nome do dono do negócio, e como contratante por si mesmo, (mandato em causa própria, 685)
Requisitos objetivos: (art. 104, II)
Licitude do objeto, não atenta contra a lei, a moral e os bons costumes. Objeto imediato – dar, fazer ou não fazer. Objeto mediato – bens ou prestações sobre as quais incide a relação jurídica obrigacional.
Art. 150, reprime o dolo e a torpeza bilateral.
Possibilidade jurídica do pedido, que pode ser absoluta ou relativa, impossível apenas para o devedor, 106 (herança de pessoa viva, de bens fora do comércio, como os gravados com cláusula de inalienabilidade). 
Determinação do objeto ou determinação na época da execução, admite-se venda de coisa incerta, caracterizada apenas pelo gênero e quantidade, (243), que será determinada pela escolha, bem como a venda, alternativa, cuja indeterminação, cessa com a concentração. 
Requisitos formais: (art. 104, III) 
CONSENSUALISMO É A REGRA, FOMALISMO É A EXCEÇÃO. ART. 107/CC E 366/ CPC, quando a lei exige determinada forma, e essa forma é da essência do ato, sem ele o ato é nula, por preterir formalidade imposta pela lei.
FORMA PODE SER: LIVRE, ESPECIAL(ÚNICA OU MÚLTIPLA, (quando a lei prevê mais de uma forma) OU SOLENE E CONTRATUAL(109 CC).
4 - PRINCÍPIOS CONTRATUAIS
A CC/16 era individualista, assim os princípios que norteavam a matéria contratual eram considerados princípios individuais, os chamados “clássicos”, enquanto o CC/02, seguindo as orientações da CF/88, são princípios sociais.
CLÁSSICOS: (CC/1916)
-PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE – era a vontade das partes (vontade auto-regulamentadora) que criava o pacto, fazendo lei entre as partes; nesse período liberal, havia pouca interferência estatal nos pactos particulares. 
-PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE CONTRATUAL - pacta sunt servanda – o pacto deve ser observado, não importa se as cláusulas do contrato mantenham ou não o equilíbrio entre as partes contratantes; Apenas a teoria da imprevisão autorizava a revisão contratual.
-PRINCÍPIO DO CONSENSUALISMO – o consenso como regra contratual.
-PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE SUBJETIVA – eficácia relativa às partes; o contrato é considerado lei entre as partes e não surte efeitos contra terceiros.
MODERNOS (CC/02)
-PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE – com desdobramentos: liberdade de contratar; liberdade contratual (estabelecer o conteúdo contratual); relatividade contratual; consensualismo; auto-responsabilidade; imutabilidade; intangibilidade; obrigatoriedade.
-PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA – na conclusão e na execução do contrato (art. 422 CC – 02). Como princípio não tem conteúdo preexistente, não é definido por lei, o preenchimento de seu conteúdo ocorre diante do caso prático. A boa-fé objetiva foi introduzida no CC/02, mas pode ser encontrada em outros diplomas legais brasileiros, antes disto: art. 51, IV, do CDC (associado ao princípio da equidade) e, como no CC/02, que está associado ao princípio da probidade, tem-se o princípio similar autônomo da CF 88, em seu art. 37, que se refere ao princípio da moralidade na Administração pública. A boa-fé referida aqui é a objetiva, que se diferencia da subjetiva por se referir a um dever de conduta, de comportamento, enquanto a subjetiva está ligada à moral, à ética, à psique do indivíduo (ex. a boa-fé que se exige do posseiro para usucapião). A boa-fé objetiva pode ser verificada como fundamento da responsabilidade civil pré e pós-contratual.
-PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA MATERIAL – arts. 423 e 424 do CC/02 (de modo indireto) – é a adequação e o justo equilíbrio material do contrato que se exige.
- PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO – art. 421 CC-02; é o exercício do interesse individual em conformidade com o interesse social. Funciona como um limite positivo à liberdade de contratar e de estabelecer o conteúdo contratual. Este princípio tem duplo aspecto: subjetivo: diz respeito às partes e quem detém o poder contratual – são considerados por lei como parte vulneráveis: o trabalhador, o consumidor, o aderente, o inquilino (hipossuficientes juridicamente); e objetivo: diz respeito ao desequilíbrio entre direitos e deveres na celebração do contrato e ou durante a sua execução, em razão de atos supervenientes.
Leitura recomendada: LOBO, Paulo Luiz Netto. Princípios contratuais. In: LOBO, Paulo Luiz Netto; LYRA JR. Eduardo Messias Gonçalves de. A teoria do contrato e o novo código civil. Recife-maceió: Nossa Livraria, 2003, pp 9-23.

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