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Da ordem social - Seguridade Social

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DA ORDEM SOCIAL
Professora Angélika Veríssimo
Seguridade Social e Saúde
Ordem Social
 - O processo de constitucionalização da ordem social (resultado do constitucionalismo social) adveio desde o final da Primeira Guerra Mundial, com o objetivo de redefinição do papel do Estado, a fim de transformá-lo em instrumento de garantia do bem-estar social e justiça social. 
No Brasil, a primeira Constituição a disciplinar sobre a ordem social foi a Constituição de 1934, a qual sofreu a influência da Constituição de Weimar de 1919.
 Na Constituição de 1988 a ordem social é o conjunto de preceitos constitucionais que implementam os direitos previstos no art. 6º da CF.
Ordem Social
 - Art. 6º da Constituição Federal de 1988 dispõe:
Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Por sua vez, o art. 193 da CF diz que a ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
Ordem Social
 - A Constituição de 1988 disciplina a ordem social, compreendendo um conjunto de normas sobre:
a seguridade social (saúde, previdência social e assistência social); 
a educação, cultura e desporto; 
a ciência e tecnologia; 
a comunicação social; 
ao meio ambiente; 
a família, criança, adolescente e idoso; e,
ao índio. 
2. Seguridade Social
 - Art. 194, CF 
– A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações e serviços de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade que visam garantir os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Iniciativa: PODER PÚBLICO e SOCIEDADE
- As normas da seguridade social apresentam-se dentro de programas ou metas político-governamentais como prestações positivas, pois garantem o exercício de direitos de segunda geração.
2. Seguridade Social
 - Atrelada aos atos de gestão pública existe a participação e o controle da sociedade, representada por entidades de classe, trabalhadores, empregadores, aposentados, pensionistas e pela comunidade em geral.
Para tanto, o Estado tem o dever de cumprir alguns objetivos.
 Parágrafo único, do art. 194, CF
 Compete ao Poder Público, nos termos da lei ordinária (Lei nº 8.212/91 – dispõe sobre a organização da seguridade social e institui o plano de custeio), organizar a seguridade social, tomando por base algumas finalidades (princípios).
2. Seguridade Social
OBJETIVOS (princípios constitucionais) 
-Universalidade da cobertura e do atendimento (brasileiros e estrangeiros residentes e domiciliados no país);
-Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais (igualdade);
-Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços (isonomia);
-Irredutibilidade no valor dos benefícios;
-Equidade na forma de participação do custeio;
-Diversidade da base de financiamento;
-Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão QUADRIPARTITE, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados.
2. Seguridade Social
 Contribuições sociais previstas no art. 195, incisos I ao IV, CF:
O empregador, as empresas e entidades a ela equiparadas devem recolher contribuição sobre:
a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
B. a receita ou o faturamento;
C. o lucro;
OBS: Contribuição sobre o Faturamento da Empresa (COFINS); Contribuição sobre o Lucro Líquido da Empresa (CSLL); Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP)
2.Seguridade Social
O § 9º, art. 195, CF, dispõe que:
 § 9º. As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
2. Seguridade Social
2. Os trabalhadores e demais segurados da previdência. 
- Não incide a contribuição, contudo, sobre aposentadoria e pensão concedidas no Regime Geral de Previdência Social (imunidade).
OBS: diferença entre o regime geral de previdência (RGPS) e o regime próprio de previdência dos servidores públicos (incidência de contribuição previdenciária – art. 40, § 18, da CF).
3. Receita de concursos de prognósticos.
4. Importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei equiparar.
2. Seguridade Social
As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União (§ 1º, art. 195, CF) e a proposta de orçamento da seguridade deve ser elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social (§ 2º, art. 195, CF); 
A pessoa jurídica fica impossibilitada de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios (fomento), caso esteja em débito com a seguridade social - § 3º, art. 195, CF.
2. Seguridade Social
Lei complementar poderá instituir outras fontes de financiamento da seguridade social, ou seja, o rol previsto na Constituição é meramente EXEMPLIFICATIVO (competência residual da União - § 4º, art. 195, CF).
- Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total - § 5º, art. 195, CF.
Princípio da Anterioridade Nonagesimal – impõe que as contribuições só poderão ser exigidas após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as instituir ou modificar; 
 exceção ao princípio da anterioridade tributária – art. 150, III, “b”, CF.- § 6º, art. 195, CF.
2. Seguridade Social
Regra de Imunidade Tributária – são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (§ 7º, art. 195, CF). 
Não são todas as entidades beneficentes, mas tão somente aquelas que se dediquem ao atendimento dos necessitados, pessoas sem condições de prover o próprio sustento e de sua família.
- Regime de contribuição diferenciado (art. 195, § 8º, CF) 
O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges;
 Atendimento de alguns requisitos;
2. Seguridade Social
 Requisitos:
- Que exerçam atividades em REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR, 
SEM EMPREGADOS PERMENENTES;
Contribuirão para a seguridade social mediante aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção. 
Não se trata de dispensa de pagamento, mas de uma forma de pagamento favorecido. 
Mesmo que a contribuição seja paga pelo chefe da família, estarão protegidos pelo regime previdenciário todos os membros da família que com ele trabalhem em regime de economia familiar.
3. Saúde
 - Art. 196, CF - É um direito de todos e dever do Estado (direito fundamental).
As ações de saúde serão realizadas mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução de risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
- Poderes Públicos devem tomar medidas preventivas ou paliativas no combate e no tratamento de doenças, bem como deixar de praticar atos que impeçam o pleno exercício desse direito fundamental.
3. Saúde
 - As ações e serviços de saúde são de relevância pública,
cabendo aos órgãos governamentais dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de Direito Privado (art. 197, CF)
- As ações e serviços de saúde são da competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
3. Saúde
 - Art. 198, CF 
- O Sistema Único de Saúde (SUS) é constituído por ações e serviços públicos de saúde, integrando uma rede regionalizada e hierarquizada, conforme as seguintes diretrizes:
Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
2. Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
3. Participação da comunidade.
3. Saúde
 - O SUS é financiado com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes (§ 1º, art. 198, CF).
Tais entidades devem aplicar, anualmente, recursos mínimos para manter o SUS (§ 2º, art. 198, CF)
- Cabe a Lei complementar e encargo de ratear esses recursos, estabelecendo o percentual a ser aplicado na área de saúde pelas entes políticos (§ 3º, art. 198, CF).
3. Saúde
A possibilidade de contratação de agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público (art. 198, § 4º).
§ 5º e § 6º, art. 198, CF – regime jurídico, piso salarial, diretrizes para os planos de carreira e regulamentação de atividades, bem como perda do cargo.
 A assistência à saúde é livre à iniciativa privada (art. 199, CF).
As ações de saúde não constituem atividades exclusivas do Estado (art. 197, CF), as instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos (art. 199 e § 1º, CF).
3. Saúde
Vedações constitucionais:
 § 2º, art. 199, CF – proibição de destinação de recursos públicos para auxílios e subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
 § 3º, art. 199, CF – proibição de participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo nos casos previstos em lei.
- Lei nº 10.205/2001 – a lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo o tipo de comercialização (§ 4º, art. 199, CF)
3. Saúde
Funções do SUS (art. 200, CF) – alem de outras atribuições:
- Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
- Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
- Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
- Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
- Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
- Fiscalizar e inspecionar os alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
- Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
- Colaborar com o meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

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