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Defesa do Estado Parte 2

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Direito Constitucional III
Professora Angélika Veríssimo 
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Noções Gerais
A Defesa do Estado e das Instituições Democráticas representa na Constituição Federal um conjunto de normas destinadas a garantia do equilíbrio da ordem constitucional. 
A norma constitucional se vale de instrumentos de proteção institucional:
Sistema de constitucional de crise: estado de defesa e o estado de sítio;
Forças Armadas – defesa do País;
Segurança Pública – defesa da Sociedade.
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Noções Gerais
Defesa do Estado:
Defesa do território nacional contra invasões estrangeiras – art. 34, inc. II e art. 137, inc. II, ambos da CF;
Defesa da soberania nacional – art. 91, CF;
Defesa da Pátria – art. 142, CF.
Defesa das Instituições Democráticas:
Sobrevivência da democracia, da soberania, da separação dos poderes, do federalismo, da República, das liberdades públicas, etc;
Garantia do equilíbrio entre os grupos de poder.
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Noções Gerais
Diante da inviabilidade da defesa:
 - Estado poderá tentar soluções administrativas ou
Romper com a ordem jurídica (ampliação do poder repressivo do Estado e suspensão de determinadas garantias constitucionais) – Situação de Crise (doutrina);
 Sistema Constitucional de Crises – conjunto de normas constitucionais que visa manter ou restabelecer a normalidade institucional (Estado);
Exteriorização: estado de defesa e estado de sítio;
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Noções Gerais
Princípios norteadores do estado de exceção:
Princípio da necessidade – a declaração do estado de defesa e do estado de sítio necessita da ocorrência de fatos justificadores das medidas;
Princípio da temporariedade – prazo de duração para execução das medidas;
Princípio da proporcionalidade – os fins precisam justificar os meios utilizados no estado de exceção e no estado de sítio – não podem haver arbitrariedades ou ilegalidades.
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Noções Gerais
Verifica-se a substituição de uma legalidade comum para uma legalidade extraordinária ou regime de legalidade extraordinária (Uadi Lammêgo Bulos);
Consequências – normas que passam a definir e reger o estado de exceção, ou seja, limita e suprime, de forma temporária, o gozo de algumas liberdades públicas;
Diante da situação de crise e utilização dos mecanismos de defesa (estado de defesa e estado de sítio) o Poder Judiciário não se eximirá de reprimir abusos e ilegalidades (Habeas Corpus, Mandado de Segurança, dentre outros);
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Noções Gerais
Não se pode desrespeitar totalmente as normas constitucionais e as leis. 
Não caberá, todavia, ao Poder Judiciário a análise política do ato de decretação das medidas;
O Controle Jurisdicional não pode adentrar na análise da conveniência e oportunidade política para a decretação das medidas;
O ato de decretação do estado de defesa e estado de sítio trata-se de ato discricionário.
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Estado de Defesa 
Estado de defesa – art. 136, §§ 1º ao 7º da CF;
Conceito: conjunto de normas constitucionais que visa preservar ou restabelecer ameaças à ordem pública ou à paz social (art. 136, caput, CF);
Requisitos materias para decretação da medida:
Ordem pública ou paz social ameaçada;
Instabilidade institucional;
Calamidade natural
Verifica-se grave perturbação ou a impossibilidade de restabelecer a normalidade pelas vias comuns.
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Estado de Defesa 
Requisitos formais para decretação da medida:
Competência para decretação é do Presidente da República – competência exclusiva – art. 84, IX, CF;
Instrumentalização: o decreto presidencial estabelecerá duração da medida, áreas abrangidas e providências para limitação de direitos;
Antes da decisão de decretação ou não da medida – solicita pareceres dos Conselhos da República (art. 89, CF) e de Defesa Naciona ( art. 91, CF) – meramente opinativos;
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Estado de Defesa 
Prazo de duração da medida: máximo de 30 dias, prorrogado uma única vez por mais 30 dias – art. 136, § 2º, CF;
Se ao final do prazo de 60 dias as medidas não forem suficientes para solução da situação de crise, poderá ser decretado o estado de sítio (art. 137, inc. I e art. 138, § 1º, CF);
Áreas abrangidas – locais restritos e determinados (art. 136, caput, CF) 
Direitos e garantias restringidos (art. 136, § 1º, inc. I e § 3º, CF):
Art. 5º, XII (sigilo de correspondência e de comunicações telegráficas e telefônicas); 
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Estado de Defesa 
Art. 5º, XVI (direito de reunião);
 Art. 5º, LXI (exigibilidade de prisão somente em flagrante delito ou por ordem da autoridade judicial competente).
Controle Judicial – repressão a abusos e ilegalidades - § 3º, art. 136, CF:
Comunicação da prisão por crime contra o Estado ao juiz competente, acompanhada de declaração de estado físico e mental do detido;
Em caso de prisão ilegal, haverá relaxamento da prisão;
Direito do preso ao exame de corpo de delito;
Prazo de 10 dias para detenção, salvo autorização do Judiciário;
Proibição de incomunicabilidade do preso.
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Estado de Defesa 
Controle Político – espécie de controle posterior previsto nos §§ 4º a , do art. 136, CF:
Após decretação do estado de defesa ou sua prorrogação, no prazo de 24 horas, haverá encaminhamento do decreto presidencial para análise do Congresso Nacional;
O CN poderá aprovar a decretação, por maioria absoluta de ambas as Casas Legislativas, editando o Decreto Legislativo (art. 49, inc. IV, CF) ou poderá rejeitar o decreto presidencial, cessando o estado de defesa;
Referida apreciação deverá ocorrer no prazo de 10 dias do recebimento e, em caso de recesso, haverá convocação extraodinária;
O CN deverá manter suas atividades parlamentares, sob pena de crime de responsabilidade (art. 85, inc. II, CF).
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Estado de Defesa 
Controle Político Concomitante à execução da medida – art. 140, CF:
“A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.”
Finalização do estado de defesa (art. 141, parágrafo único, CF):
Cessado o estado de defesa, cessam os efeitos das medidas;
Prestação de contas do Presidente da República ao Congresso Nacional das providências adotadas, das pessoas atingidas e das restrições aplicadas.
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Estado de Defesa 
Responsabilidade política e por danos causados (art. 141, caput, CF):
 A finalização do estado de defesa não impedirá a apuração das responsabilidades (civis e penais) pelo Judiciário pelos ilícitos cometidos pelos seus executores ou agentes;
O Presidente da República responderá por crime de responsabilidade (art. 85, CF) ou nos âmbitos Cível ou Penal, caso desrespeite os pressupostos constitucionais (materias e formais) autorizadores da medida. 
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Estado de Sítio
Estado de defesa – arts. 137 a 139 da CF;
Conceito: conjunto de normas constitucionais que visa preservar ou restabelecer normalidade das instituições democráticas, perturbadas por comoções graves ou por situações de beligerância com Estados estrangeiros (art. 137, incisos I e II, CF);
Requisitos materias para decretação da medida:
Comoção nacional e Ineficácia do estado de defesa (inc. I, art. 137);
Declaração de guerra e resposta à agressão armada estrangeira (inc. II, art. 137);
Para Uadi Lammêgo Bulos – A COMOÇÃO GRAVE significa “toda perturbação que não possa ser resolvida pelos meios convencionais, normais ou ordinários de resolução pacífica de conflitos”.
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Estado de Sítio
Requisitos formais para decretação da medida:
Competência para decretação é do Presidente da República – competência exclusiva – art. 84, IX, CF;
Instrumentalização: o decreto presidencial estabelecerá duração da medida, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas (art. 138, CF);
Após publicação do
ato, Chefe do Executivo designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas (poderá ser local ou de âmbito nacional) pela medida (art. 138, CF).
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Estado de Sítio
Emissão de pareceres – oitiva dos Conselhos da República e de Defesa Nacional (art. 137) para emissão de pareceres;
Autorização do Congresso Nacional – Controle político prévio (art. 137, parágrafo único) – o Presidente da República deverá solicitar autorização do Congresso Nacional antes da decretação ou prorrogação do estado de sítio, justificando os motivos que ensejam seu pedido;
Somente após a autorização do CN, pelo voto da maioria absoluta de suas Casas, poderá o Presidente da República decretar o estado de sítio. 
Haverá convocação extraordinária do CN, em caso de recesso, para reunião em 05 dias, a fim de se apreciar o pedido de autorização (§ 2º, art. 138, CF).
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Estado de Sítio
O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas (§ 3º, art. 138, CF);
Garantia à “difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa” (parágrafo único, art. 139, CF);
Prazo de duração da medida:
Em caso de comoção nacional ou ineficácia do estado de defesa – prazo máximo de 60 dias –art. 138, § 1º, CF;
Em caso de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira – duração enquanto perdurarem os conflitos;
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Estado de Sítio
Direitos e garantias restringidos (art. 139, CF):
Art. 5º, XI (inviolabilidade domiciliar);
 Art. 5º, XII (sigilo de correspondência e de comunicações telegráficas e telefônicas);
 Art. 5º, XVI (direito de reunião);
 Art. 5º, XXV (direito de propriedade);
Art. 5º, LXI (exigibilidade de prisão somente em flagrante delito ou por ordem da autoridade judicial competente);
Art. 220 (liberdade de manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação);
No caso de declaração de guerra ou agressão armada estrangeira toda e qualquer garantia poderá ser suspensa;
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Estado de Sítio
Controle Político Concomitante à execução da medida – art. 140, CF:
“A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.”
Finalização do estado de sítio (art. 141, parágrafo único, CF):
Cessado o estado de sítio, cessam os efeitos das medidas;
Prestação de contas do Presidente da República ao Congresso Nacional das providências adotadas, das pessoas atingidas e das restrições aplicadas.
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Estado de Sítio
Responsabilidade política e por danos causados (art. 141, caput, CF):
 A finalização do estado de sítio não impedirá a apuração das responsabilidades (civis e penais) pelo Judiciário (CONTROLE DO JUDICIÁRIO) pelos ilícitos cometidos pelos seus executores ou agentes;
O Presidente da República responderá por crime de responsabilidade (art. 85, CF) ou nos âmbitos Cível ou Penal, caso desrespeite os pressupostos constitucionais (materias e formais) autorizadores da medida.

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