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Sistema Tributária Parte 2

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Direito Constitucional III
Professora Angélika Veríssimo 
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LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Os Princípios Tributários constituem limitações constitucionais ao exercício estatal do poder de tributar, com a finalidade de evitar arbitrariedades por parte do Fisco;
Configuram-se como direitos fundamentais, eis que necessários a garantia da segurança jurídica e dos direitos individuais (Alexandre de Moraes);
Princípio da Legalidade tributária – art. 150, I, CF – somente por lei pode ser criado ou aumentado o tributo;
Referida norma deverá indicar o fato que pode criar a obrigação de pagar o tributo, estabelecer a base de cálculo, a alíquota que incidirá na base de cálculo e o sujeito passivo.
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LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Princípio da Isonomia– art. 150, II, CF – impede tratamento desigual entre os contribuintes que estejam na mesma situação, proibindo, a Constituição, qualquer distinção em razão da ocupação profissional ou função exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
O objetivo é evitar tratamentos privilegiados para aqueles que se encontrem na mesma situação fática ou jurídica;
Não fere o princípio da isonomia o tratamento diferenciado dispensado as microempresas e empresas de pequeno porte (art. 146, III, d e art. 170, inc. IX e art. 179, todos da CF;
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LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Princípio da Irretroatividade– art. 150, III, a, CF – impede que as leis possam atingir fatos geradores ocorridos no passado, ou seja, a norma que tiver criado ou aumentado o tributo não pode retroagir a fatos geradores anteriores ao início da vigência da norma;
O Código Tributário Nacional prevê no art. 106 prevê a utilização de lei mais benigna aos contribuintes, a saber:
	 “Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
	I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
	II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
	a) quando deixe de defini-lo como infração;
	b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
	c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” (grifo nosso)
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LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Princípio da Anterioridade– art. 150, III, b, CF – nenhum tributo pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro em que foi criado ou majorado;
Visa garantir um prazo para que os contribuintes possam adequar suas condutas a nova carga tributária;
Não haverá incidência do princípio da anterioridade nos seguintes tributos (§ 1º, art. 150, CF):
Impostos de produtos estrangeiros;
Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
Imposto sobre produtos industrializados;
Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
Imposto extraordinário na iminência ou no caso de guerra externa;
Empréstimo compulsório para atender despesas extraordinárias, no caso de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência.
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LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Princípio da Noventena– art. 150, III, c , CF – os entes políticos não poderão cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data da publicação da lei que os criou ou os aumentou, observando-se, ainda, o princípio da anterioridade;
A anterioridade nonagesimal significa que pelo prazo de noventa dias o tributo não surtirá efeito;
Não haverá incidência do princípio da anterioridade nos seguintes tributos (§ 1º, art. 150, CF):
Impostos de produtos estrangeiros;
Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
Imposto de Renda e Proventos de Qualquer Natureza;
Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
Imposto extraordinário na iminência ou no caso de guerra externa;
Empréstimo compulsório para atender despesas extraordinárias, no caso de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
Base de cálculo do imposto sobre propriedade de veículos automotores;
Base de cálculo do imposto sobre propriedade predial e territorial urbana
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LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Princípio da Proibição do confisco– art. 150, IV, CF – não é permitido ao Estado utilizar o tributo com efeito de confisco;
O confisco pode configurar tanto a perda da propriedade para o Fisco, como a imposição de ônus que torne impraticável a manutenção das atividades privadas;
Princípio da Capacidade contributiva - § 1º, art. 145, CF - 1º - 
	“Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.”
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LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Princípio da Liberdade de Tráfego – art. 150, V, CF – o Estado está impedido de estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
O princípio visa impedir que a carga tributária possa limitar o tráfego interestadual e intermunicipal, de bens e pessoas, fundamentado na garantia constitucional da liberdade de locomoção (art. 5º, XV, CF).
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IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
Impedimentos constitucionais ao poder de tributar dos entes políticos;
Hipóteses de não incidência de um tributo: imposto;
Configura-se, portanto, como forma de restrição à competência tributária;
Imunidade é diferente de isenção (§ 6º, art. 150, CF);
Imunidade recíproca (art. 150, VI, “a”, CF) – abrange o patrimônio, a renda ou os serviços dos entes de direito público componentes da Federação (União, Estados, Municípios e DF);
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IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
Configura-se como forma de preservação do federalismo brasileiro, eis que impede um ente político, componente da Federação, instituir impostos sobre os demais;
A imunidade recíproca abrange às autarquias e fundações, como previsto no § 2º, do art. 150, da CF;
Todavia, não se aplica em relação ao patrimônio, a renda e os serviços de intervenção dos entes estatais no campo econômico, regidas por determinações do Direito Privado ou que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário (art. 150, § 3º, CF)
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IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
Imunidade dos templos de qualquer natureza (art. 150, VI, “b”, CF) – incidente em qualquer atividade religiosa, de qualquer religião.
Logo, as missas, os batizados, os cultos, as procissões ou qualquer atividade religiosa estão livres de impostos;
Todavia, se o patrimônio das entidades religiosas não forem utilizados em finalidades espirituais, poderá haver a tributação dos impostos por parte do Estado, na medida em que, a imunidade compreende somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades (§ 4º, art. 150, CF). 
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IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais e das instituições de educação ou de assistência social sem fins lucrativos (art. 150, VI, “c”, CF);
A imunidade abrange o patrimônio, a renda, os serviços e fundações dos partidos políticos e das entidades sindicais dos trabalhadores;
A imunidade abrange, ainda, o patrimônio, a renda, os serviços e fundações das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
Não é qualquer instituição de educação ou qualquer organização de assistência social que goza da imunidade tributária, eis que
necessitam atender aos dispositivos previstos no art. 14 do CTN e demonstrar que o patrimônio, a renda e os serviços estão ligados às suas atividades essenciais (§4º, art. 150, CF).
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IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
Imunidade de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (art. 150, VI, “d”, CF) – vedação da tributação de impostos sobre esses meios de comunicação, em todas as suas fases de elaboração (processo de produção), como forma de garantir a liberdade de expressão.
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EXONERAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIAS
Dispõe a Constituição Federal que:
	
	qualquer liberação de tributos, seja por subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica (ordinária), dos entes políticos, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, com ressalva para o campo de incidência da lei complementar (§ 6 º, art. 150, CF);
Impede que a liberação de tributo ocorra por delegação legislativa, logo a exoneração só poderá ocorrer por lei específica;
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EXONERAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIAS
De acordo com Walber de Moura Agra, a substituição tributária, prevista no § 7º, do art. 150, CF, significa:
	“a imposição para que o sujeito passivo pague sua obrigação tributária previamente, em virtude de uma antecipação do fato gerador, com a presunção de sua base de cálculo. Se for comprovado que ele pagou a mais do que devia ou se o fato gerador presumido não se realizar, é assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga.”
Trata-se de recolhimento do tributo pelo substituto tributário na fonte e repasse no preço da mercadoria. Visa impedir a sonegação fiscal.

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