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1 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DAPARAÍBA. COORDENAÇÃO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA - CAMPUS JOÃO PESSOA Curso: Engenharia Elétrica Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral I Aluno(a): Matrícula: Professora: Kalina Aires Material de aula: Aplicações de Derivada: 1) Regra de L’Hôpital: Sejam f e g funções diferenciáveis em um intervalo aberto contendo a, exceto possivelmente no próprio a. Se f(x)/g(x) tem a forma indeterminada 0/0 ou / , em x = a , e se o )x(g )x(f lim ax existir, ou se esse limite for ou , então )x(g )x(f lim )x(g )x(f lim axax . Obs.: Esta afirmação é válida também no caso de ax , ax , x ou x . Exemplo: Calcule os seguintes limites: a) arctgx x2 lim 0x b) xtgx xsenx lim 0x c) x xln lim x Solução: Substituindo-se x por 0, em a e b, encontramos 0/0. Assim, é possível usarmos a regra de L’Hôpital. a) 2 1 )x1(2 lim x1 1 2 lim arctgx x2 lim 2 0x 2 0x0x . b) 2 1 2 xcos lim xcos senx2 senx lim tgx.xsec2 senx lim 1xsec 1xcos lim xtgx xsenx lim 3 0x 3 0x20x20x0x . c) Quando x encontramos , logo, é possível aplicar a regra de L´Hôpital.. .0 x 1 lim 1 x 1 lim x xln lim xxx 2 x y P t f(a) a Qf(x) x s x y P t f(a) a Q f(x) x s x y P a f(a) x y t n P x y t n P 2) Reta tangente Considere a função f cujo gráfico está representado na Figura 1. Queremos determinar a equação da reta tangente t à f, por P(a, f(a)). Determinando outro ponto Q(x, f(x)) da função, e passando por P e Q a reta secante s, temos que o coeficiente angular de s é dado por: ax )a(f)x(f ms (veja Figura 2). Como mostra a Figura 3, fazendo ax , temos que ).a(f ax )a(f)x(f limm ax t Desta forma, a equação da reta tangente à f por P, pode ser obtida usando a fórmula ponto coeficiente angular: )ax.(m)a(fy t . Definição: Se f é diferenciável, então a reta normal n em um ponto P(a, f(a)) do gráfico de f, é a reta que passa por P e é perpendicular à reta tangente t (Figura 4). Temos que: ●Se 0)a(f , o coeficiente angular da reta normal é . )a(f 1 m 1 m t n ●Se 0)a(f , a reta tangente é horizontal e, nesse caso, a normal é vertical, logo não possui coeficiente angular. Sua equação é x = a (Figura 5). Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 3 x y t n P Exemplo: Considere a função definida por x3x)x(f 4 . Determine as equações das retas tangente e normal à f por ).2,1(P Solução: Temos que: 3x4)x(f 3 . Logo, 1)1(fm t . Sendo assim, a equação da reta tangente é dada por .3xy)1x.(12y O coeficiente angular da reta normal é 1mn . A equação da normal é .1xy)1x.(12y Portanto, as equações das retas tangente e normal são, respectivamente, 3xy e 1xy , como ilustra a Figura 6. 3) Velocidade instantânea: Seja P um móvel em movimento retilíneo, e considere que o seu deslocamento pode ser representado através da função s(t), em que o tempo t é dado no intervalo [a, a+h]. Temos que: i) A velocidade média de P nesse intervalo é dada por: . aha )a(s)ha(s t s Vm Ou seja, . h )a(s)ha(s Vm ii) A velocidade instantânea de P em t = a é dada por: . h )a(s)ha(s limV 0h a Ou seja, ).a(sVa Exemplo: Seja P um móvel em movimento retilíneo, cuja função deslocamento é dada por t4t2t)t(s 23 . Em que s é dada em km, e o tempo t, é dado em horas. Determine: a) A velocidade média no intervalo de tempo [2, 5]. b) A velocidade instantânea em t= 3 h. Solução: a) .h/km49V 3 8155 25 )2(s)5(s V mm b) Temos que: 4t4t3)t(s 2 . Logo, 3541227)3(sVa . Assim, .h/km35Va 4) Taxa de variação instantânea: Seja y = f(x), onde f é definida em um intervalo aberto contendo a. i) A taxa média de variação de y = f(x) em relação a x no intervalo [a, a+h] é Figura 6 4 . h )a(f)ha(f ym ii) A taxa instantânea de variação de y em relação a x em a é .)a(f h )a(f)ha(f limy 0h a Exemplo: Uma mancha de óleo se alastra sempre circularmente. Ache a taxa na qual a área A da superfície da mancha varia em relação ao raio r do círculo para a) r arbitrário b) r = 200m. Solução: Temos que: .rA 2 a) Derivando A em relação a r, encontramos: .r2 dr dA b) Para r = 200, temos: .m/m400200.2 dr dA 2 200r Exemplo: Suponha que o custo para produzir uma quantidade x de um certo aparelho eletrodoméstico seja 2x1,0x1002000)x(c em reais. a) Determine o custo médio para a produção dos 100 primeiros aparelhos. b) Determine o custo marginal para a produção de 100 aparelhos. Obs. Na Economia, o custo de produção c(x) é uma função de x, o número de unidades produzidas. O custo marginal da produção é a taxa de variação do custo em relação ao nível de produção, isto é, dc/dx. Solução: a)O custo médio cm é dado por 90 100 2000000.11 0100 )0(c)100(c cm (reais). b) O custo marginal é x2,0100)x(c . Assim, o custo marginal para produzir 100 aparelhos é: 20100100.2,0100)100(c 80)100(c (reais). Exemplo: A lei de Boyle afirma que se a temperatura permanece constante, a pressão P, dada em N/m 2 , e o volume V de um gás confinado estão relacionados por P=C/V, para alguma constante C. Se, para certo gás, C= 200 e V está aumentando, determine a taxa de variação de P em relação a V para um volume igual a 10. 5 Solução: Temos que 2V C dV dP . Logo, para V= 10, temos que a taxa de variação de P é dada por: 2 100 200 dV dP 10V N/m 2 . Obs. Esse resultado significa que em V= 10 a pressão está decrescendo a uma taxa de 2 N/m 2 . Exemplo: O fator limitante na resistência atlética é o desempenho cardíaco, isto é, o volume de sangue que o coração pode bombear por unidade de tempo durante uma competição atlética. A figura ao lado mostra um gráfico de teste de esforço de desempenho cardíaco V em litros (L) de sangue versus a quantidade de trabalho que está sendo feita W em quilogramas-metro(kg.m) durante 1 minuto de levantamento de peso. O gráfico ilustra o conhecido fato médico de que o desempenho cardíaco aumenta com a quantidade de trabalho, mas, depoisde atingir um valor de pico, começa a cair. a) Use a reta secante para estimar a taxa média de desempenho cardíaco em relação ao trabalho a ser executado quando este aumenta de 300 para 1200kg.m. b) Use a reta tangente para estimar a taxa de variação instantânea de desempenho cardíaco em relação ao trabalho que está sendo executado no ponto onde ele é de 300 kg.m. Solução: (a) Usando os pontos estimados (300, 13) e (1200, 19) para encontrar a inclinação da reta secante, obtemos: m.kg L 0067,0 3001200 1319 rm (b) Estimamos a inclinação da curva de desempenho cardíaco em W = 300 traçando uma reta que parece encontrar a curva em W = 300 com inclinação igual à da curva. Estimando os pontos (0, 7) e (900,25) nessa reta, obtemos: m.kg L 02,0 0900 725 rm 5)Extremos de funções: Definição: Seja f uma função definida em um intervalo I, e sejam 21 xex números em I. 6 -2 0 1 3 5 6 7,5 2,2 2 4 -1 x y 3 4 x i) f é crescente em I se )x(f)x(f 21 quando 21 xx ; ii) f é decrescente em I se )x(f)x(f 21 quando 21 xx ; iii) f é constante em I se )x(f)x(f 21 para todos 21 xex . Exemplo: Considere a função f cujo gráfico está representado na figura 7. Temos que: ●f é crescente nos intervalos: [–2, 0], [1,3], [6 ; 7,5]. ●f é decrescente nos intervalos: [0, 1], [5,6]. ●f é constante nos intervalos: [3, 5]. Definição: Seja f uma função definida em um intervalo I real, e seja c um número em I. i) f(c) é o valor máximo de f em I se )c(f)x(f para todo x em I; ii) f(c) é o valor mínimo de f em I se )c(f)x(f para todo x em I. Observação: 1) O valor máximo de uma função também é chamado de máximo absoluto ou global; E o valor mínimo, é chamado de mínimo absoluto ou global. 2) Os valores máximo e mínimo globais são chamados de extremos globais. Exemplo: Na Figura 7, temos: –1 é mínimo global e 4 é máximo global. Teorema do Valor Extremo: Se uma função f é contínua em um intervalo fechado [a,b], então f toma seu valor máximo e seu mínimo ao menos uma vez em [a,b]. Figura 7 7 Observação: Esse teorema garante a existência de extremos se f é contínua em um intervalo fechado. Todavia, os extremos podem ocorrer em intervalos que não são fechados e para funções que não são contínuas. Definição: Seja c um número no domínio de uma função f. i) f(c) é um máximo local de f se existe um intervalo aberto (a,b) contendo c, tal que )c(f)x(f para todo x em (a,b); ii) f(c) é um mínimo local de f se existe um intervalo aberto (a,b) contendo c, tal que )c(f)x(f para todo x em (a,b). Observação: Os valores máximo e mínimo locais são chamados de extremos locais. Exemplo: Em relação à Figura 7, podemos afirmar que: ●3 é máximo local; ● 2 e 2,2 são mínimos locais. Teorema: Se uma função f tem um extremo local em um número c em um intervalo aberto, então 0)c(f ou )c(f não existe. Consequentemente, se 0)c(f ou )c(f existir, então f(c) não é extremo local. Teorema: Se uma função f é contínua em um intervalo fechado [a, b] e toma seu máximo ou mínimo em um ponto c do intervalo aberto (a,b), então 0)c(f ou )c(f não existe. Definição: Um número c no interior do domínio de uma função f é denominado número crítico de f se 0)c(f ou )c(f não existir. Exemplo: Em relação ao gráfico da Figura 7, podemos afirmar que 0, 1, 3, 4, 5, 6 são números críticos. Observação: Temos que, se f é contínua em um intervalo fechado [a,b], então o valor máximo e o mínimo ocorrem em um número crítico de f ou nos extremos do intervalo. Exemplo: Considere a função cujo gráfico está representado na Figura 8. Podemos afirmar que: ● f é crescente no intervalo: [–1, 1]. ● –1 é mínimo local e mínimo global de f. ● f é decrescente nos intervalos: [–2, –1], [1,2]. ● 3 é máximo local e máximo global de f. ● f é constante nos intervalos: [2, 4]. ● –1, 1, 2, 3 são números críticos de f. 8 -2 -1 1 2 3 4 5 -2 -1 1 2 3 x y -2 0 1 3 5 6 7,5 2,2 2 4 -1 x y 3 4 x x Teorema: Seja f contínua em [a,b] e diferenciável em (a,b). i) Se 0)x(f para todo x em (a,b), então f é crescente em [a,b]. ii) Se 0)x(f para todo x em (a,b), então f é decrescente em [a,b]. Exemplo: Graficamente, usando como exemplo a figura 9, temos: Observe que: ● Onde f é crescente, as retas tangentes são crescentes, ou seja, coeficiente angular positivo )0)x(f( . ● Onde f é decrescente, as retas tangentes são decrescentes, ou seja, coeficiente angular negativo )x(f( < 0). Figura 8 Figura 9 9 ● Onde f possui extremo local, as retas tangentes são horizontais ( 0)x(f ) ou não existem (pontos angulares). Teste da derivada primeira: Seja c um número crítico de f, e suponhamos f contínua em c e diferenciável em um intervalo aberto I contendo c, não necessariamente diferenciável em c. i) Se )x(f passa de positiva para negativa em c, então f(c) é máximo local de f. ii) Se )x(f passa de negativa para positiva em c, então f(c) é mínimo local de f. iii) Se 0)x(f ou se 0)x(f para todo x em I, exceto em x = c, então f(c) não é extremo local de f. Exemplo: Observe a Figura 10. Note que, em relação à mudança de sinal, temos: Então, ● f(a) é máximo local ●f(0) não é extremo local ● f(b) é mínimo local. Definição: Se f for diferenciável em um intervalo aberto I, o gráfico de f é: i) Côncavo para cima em I se )x(f é crescente em I. ii) Côncavo para baixo em I se )x(f é decrescente em I. 0 a b + – – + 10 Teste da concavidade: Se a derivada segunda f de f existe em um intervalo aberto I, então o gráfico de f é: i) Côncavo para cima em I se 0)x(f em I. ii) Côncavo para baixo em I se 0)x(f em I. Definição: Um ponto (c, f (c)) do gráfico de f é um ponto de inflexão se são verificadas as duas condições: i) f é contínua em c. ii) A concavidade muda em P(c, f(c)) Exemplo: Considere a função .x2x)x(f 23 Pede-se a) O domínio e as raízes de f; b) Os números críticos, os intervalos de crescimento e decrescimento de f e seus extremos locais; c) Analise a concavidade do gráfico de f e investigue seus possíveis pontos de inflexão; d) Calcule )x(flim x e )x(flim x ; e) Esboce o gráfico de f e investigue a existência de extremos globais. Solução: a) Domínio: D(f)=IR Raízes: x = 0 ou x= 2, pois, .2xou0x0)2x.(x0.x2x 223 b) .x4x3)x(f 2 Então, )x(f existe pata todo x. Fazendo 0)x(f obtemos: 3 4 xou0x0)4x3.(x0x4x3 2 . ●Números críticos: 0 e 4/3. ●f é crescente em: 0, e ,3/4 . ● f é decrescente em: 3/4,0 . ● 0)0(f é máximo local. ● 2,1 27 32 )3/4(f é mínimo local. 4/3 0 + – + 11 -2 -1 1 2 3 4 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 x y c) Temos que: .4x6)x(f Então, .3/2x04x60)x(f Analisando o sinal da derivada segunda de f, concluímos que: ●f é côncava para baixo no intervalo: 3/2, . ● f é côncava para cima no intervalo: ,3/2 . ● 27 16 , 3 2 P é ponto de inflexão de f. Obs.: 6,0,67,0 27 16 , 3 2 P d) )x(lim)x2x(lim)x(flim 3 x 23 xx e )x(lim)x2x(lim)x(flim 3 x 23 xx e) A função não possui extremos globais. Problemas de otimização: Nas aplicações, uma quantidade física ou geométrica costuma ser descrita por meio de uma expressão matemática Q = f(x), no qual f é uma função. Se f é diferenciável, então a derivada )x(f)x(QDx pode ser útil na pesquisa de máximos e mínimos. Em aplicações, esses valores são às vezes chamados valores ótimos, porque são, na maioria das vezes, os melhores valores para a quantidade Q. Exemplo: Um recipiente cilíndrico sem tampa deve ter 1m 3 de capacidade. Se não há perdas de material na construção, ache as dimensões que exigem o mínimo de material. Solução: O esboço do recipiente é: 2/3 – + r h 12 A quantidade a ser minimizada é o material, ou seja, a área do cilindro. Assim, BL AAA , onde LA é a área lateral e BA é a área da base. Logo, 2rh.r.2A . Precisamos deixar a área em função apenas de uma incógnita. Para isso, usaremos o fato de que a capacidade tem que ser de 1 m 3 . Logo, . r 1 r V hh.AV 22B Dessa forma, substituindo esse valor em A, 2 3 2 22 2 r 2r2 r2 r 2 dr dA r r 2 Ar r 1 .r.2A . Então, os números críticos de A são os valores para os quais dr dA é zero ou não existe. 333 2 3 1 r 1 r2r20 r 2r2 . Ou seja, os números críticos são 3 1 re0r . Analisando o sinal de dr dA , obtemos: Como r = 0 não tem sentido, descartamos esse valor. Considerando m 1 r 3 , temos . r 1 h 2 Logo, 3 3/113/2 3 2 3 2 1 . 1 . 1 h . Portanto, a área A é mínima quando m 1 r 3 e m 1 h 3 . Bibliografia: SWOKOWSKI, Earl W, Cálculo com Geometria Analítica – volume 1, Makron Books, São Paulo – SP. FINNEY, Ross L., Cálculo de George B. Thomas Jr., volume 1/Frank R. Giordano. Addison Wesley, 2002, São Paulo-SP. HOWARD, Anton; Bivens Irl; Davis, Stephen. Cálculo- 10 ed.- Bookman, 2014, Porto Alegre-RS. 3 1 0 – +
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