Buscar

Empreendedorismo Cesumar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 166 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 166 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 166 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EMPREENDEDORISMO
Professora Me. Bianca Burdini Mazzei
Professor Esp. Paulo Pardo
GRADUAÇÃO
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
MARINGÁ-PR
2012
Reitor: Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho
Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Coordenação Pedagógica: Gislene Miotto Catolino Raymundo
Coordenação de Marketing: Bruno Jorge
Coordenação Comercial: Helder Machado
Coordenação de Tecnologia: Fabrício Ricardo Lazilha
Coordenação de Curso: José Renato de Paula Lamberti
Supervisora do Núcleo de Produção de Materiais: Nalva Aparecida da Rosa Moura
Capa e Editoração: Daniel Fuverki Hey, Fernando Henrique Mendes, Luiz Fernando Rokubuiti e Thayla Daiany Guimarães 
Cripaldi
Supervisão de Materiais: Nádila de Almeida Toledo 
Revisão Textual e Normas: Cristiane de Oliveira Alves, Gabriela Fonseca Tofanelo, Janaína Bicudo Kikuchi, Jaquelina 
Kutsunugi e Maria Fernanda Canova Vasconcelos
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação
 a distância:
C397 Empreendedorismo / Bianca Burdini Mazzei, Paulo Pardo. 
 Maringá - PR, 2012.
 166 p.
 “Graduação em Ciências Contábeis - EaD”.
 
 
 1. Empreendedorismo. 2. Inovações 3.Franchising. 4.EaD. I. 
 Título.
 CDD - 22 ed. 658.421
 CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMAR
“As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites PHOTOS.COM e SHUTTERSTOCK.COM”.
Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br
NEAD - Núcleo de Educação a Distância - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 - ead@cesumar.br - www.ead.cesumar.br
EMPREENDEDORISMO
Professora Me. Bianca Burdini Mazzei
Professor Esp. Paulo Pardo
5EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
APRESENTAÇÃO DO REITOR
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. 
A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para 
liderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no 
mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos 
nossos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Cesumar – Centro Universitário de Maringá – assume o compromisso 
de democratizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos 
brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária” –, o Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-
extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que 
contribua para o desenvolvimento da consciência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade.
Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de 
referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição 
de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação 
da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-
estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrativa; 
compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do 
trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, 
incentivando a educação continuada.
Professor Wilson de Matos Silva
Reitor
6 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Caro aluno, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua 
produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 25). Tenho a certeza de que no Núcleo de 
Educação a Distância do Cesumar, você terá à sua disposição todas as condições para se 
fazer um competente profissional e, assim, colaborar efetivamente para o desenvolvimento da 
realidade social em que está inserido.
Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o 
seu processo de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação, 
determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas 
necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que, 
independente da distância geográfica que você esteja, possamos interagir e, assim, fazer-se 
presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento.
Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente, 
você construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada 
especialmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA – no qual disponibilizamos, além do 
material produzido em linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de 
estudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para 
a sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu 
processo de formação, têm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competências 
necessárias para que você se aproprie do conhecimento de forma colaborativa.
Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os 
textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos 
fóruns, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, 
pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os 
desafios na construção de conhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe 
estendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencie 
a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de uma 
comunidade mais universal e igualitária.
Um grande abraço e ótimos momentos de construção de aprendizagem!
Professora Gislene Miotto Catolino Raymundo
Coordenadora Pedagógica do NEAD- CESUMAR
7EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
APRESENTAÇÃO
Livro: EMPREENDEDORISMO
Professora Me. Bianca Burdini Mazzei
Professor Esp. Paulo Pardo
Caro acadêmico, é com muito prazer que apresentamos a você o livro que fará parte da 
disciplina empreendedorismo. Nós o preparamos com empenho e carinho para que você 
adquira conhecimentos sobre o Empreendedorismo em suas diversas formas e aplicações.
Sou a professora Bianca Burdini Mazzei1, sou graduada e mestre em Administração, professora 
e pesquisadora dessa área, e confesso que sou apaixonada pelo tema e muito interessada em 
contribuir para a formação empreendedora de cada um dos nossos alunos.
Sou o Professor Paulo Pardo2, professor e pesquisador na área de Organizações e 
Sustentabilidade, temas que estão totalmente alinhados ao Empreendedorismo, afinal, ao 
pensar em organizações, devemos pensar em como elas terão condições de se autossustentar 
nos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Juntos, poderemos construir o conhecimento 
necessário para sua formação empreendedora.
O objetivo, ao escrever esse livro, não foi apresentar um modelo pronto de empreendedor, até 
porque, estando no campo das ciências sociais aplicadas, não existe uma certeza matemática 
que permita emitir receitas de sucesso. O que pretendemos aqui é discutir o tema de maneira a 
possibilitar análises, reflexões e sínteses, contribuindo para a formação empreendedora. Não 
sabemos se é possível ensinar empreendedorismo, mas sabemos que é possível aprender 
empreendedorismo, por isso nosso papel nesse processo de formação é fornecersubsídios 
para essa aprendizagem.
Para tanto, será necessário também, muito empenho de sua parte para a realização desse 
intenso trabalho. No decorrer de suas leituras, procure interagir com os textos, fazer anotações, 
responder às atividades de autoestudo, anotar suas dúvidas, ver as indicações de leitura e 
realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois com certeza não será possível 
1 Mestre em Administração, área de concentração em Gestão de Negócios pela Universidade Estadual de 
Londrina – UEL. Pesquisadora na área de Economia Solidária.
2 MBA em Gestão Empresarial para Universidade Estadual de Maringá – UEM, extensionista em MBA em 
Finanças pela UFRGS, mestrando em Administração, área de concentração em Gestão e Sustentabilidade pela 
Universidade Estadual de Londrina – UEL.
8 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
esgotá-lo em apenas um livro.
Na unidade I, começamos a introduzir o assunto empreendedorismo, e por isso apresentamos 
algumas definições bem como uma contextualização histórica do termo. Pudemos perceber 
que o empreendedorismo estava, inicialmente, associado à compra e venda de mercadorias 
e ao fato de assumir os riscos dessa transação, por isso o conceito aparecia diretamente 
relacionado ao capitalismo. Atualmente, houve uma evolução na conceituação do termo e, 
apesar das diferentes definições encontradas, todas estão associadas à assunção dos riscos 
de implementação do negócio, mas de forma planejada, e ainda o conceito passou a incorporar 
os negócios sociais, não se limitando apenas ao capitalismo.
Com essa unidade também é possível conhecer os tipos de empreendedorismo, incluindo o 
sistema de franchising, uma importante opção para quem quer um pouco mais de segurança 
no negócio iniciado, ou ainda não conhece tão bem assim o ramo pretendido. Fazemos 
também uma breve explanação sobre os tipos de empreendedorismo e sua importância 
socioeconômica.
Na unidade II, é possível conhecer as principais características e habilidades que compõem 
o perfil empreendedor. A partir da identificação dessas especificidades do empreendedor, 
torna-se possível buscar melhor formação na área e assim preparar-se para profissionalizar o 
processo empreendedor, oferecendo maiores chances de sucesso.
Outro assunto abordado nessa unidade foi o empreendedorismo como um processo que 
começa com o reconhecimento e identificação das oportunidades de mercado, passa pela 
conversação dessa oportunidade em produtos ou serviços a serem ofertados (negócios), e vai 
até a necessidade de gerir o negócio implementado.
Na unidade III, tratamos sobre a possibilidade de um empreendedor não abrir seu próprio negócio, 
mas atuar dentro de organizações empreendedoras. É o chamado intraempreendedorismo ou 
empreendedorismo corporativo. 
A partir da análise dos autores que discorrem sobre o tema, é possível compreender a 
importância de aproveitar os funcionários com características empreendedoras no processo 
de inovação, tanto de produtos e serviços como de processos, possibilitando a construção 
de uma vantagem competitiva. E ainda, verifica-se a possibilidade de estimular a formação 
9EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
empreendedora dentro das organizações com essa visão.
Outro aspecto importante levantado com o estudo do intraempreendedorismo é o domínio 
empreendedor, que auxilia muito quanto a estratégias arrojadas, assunção de riscos e o 
reconhecimento de oportunidades para a organização. Para tanto, é preciso construir um 
processo de gestão empreendedora que valorize e estimule o intraempreendedorismo por 
meio do gerenciamento da cultura empreendedora e do marketing empreendedor.
Na unidade IV, são apresentadas as bases para a elaboração de um plano de negócios. 
Considerando que é no planejamento que se sustentam as histórias de maiores sucessos 
de empreendedorismo, é por meio do plano de negócios que se verifica a viabilidade do 
empreendimento, contribuindo também para a análise dos riscos assumidos pelo empreendedor.
Nessa unidade, é possível identificar cada uma das partes que compõem um plano de negócio, 
bem como a dinâmica de sua elaboração. Também é possível compreender a importância do 
plano de negócios para oferecer credibilidade ao empreendimento, facilitando desde a busca 
por financiamento, até a busca por parcerias interessantes.
Na unidade V, elaboramos um texto com o objetivo de evidenciar as práticas empreendedoras, 
por isso as estratégias empreendedoras foram discutidas a partir dos casos práticos 
apresentados.
Assim, nessa unidade é possível compreender o conceito e o contexto de uma gestão 
estratégica, para então conhecer alguns casos de estratégias empreendedoras bem-sucedidas 
e também de fracasso. O que possibilita uma reflexão sobre as principais causas de fracasso 
e de sucesso nos empreendimentos.
Dessa forma, buscamos passar pelos principais aspectos que compõem o empreendedorismo, 
oferecendo uma visão abrangente quanto ao todo e específica quanto às especificidades de 
cada situação. Isso tudo com o intuito de fornecer informações que funcionam como suporte 
na formação empreendedora de nossos alunos.
Esperamos assim, contribuir para possibilitar a transformação das ideias geradas durante 
a vida acadêmica, pessoal e profissional em oportunidades de sucesso e realização, como 
verdadeiros empreendedores que vamos nos tornando a cada dia mais.
Bom estudo a todos!
SUMÁRIO
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
DEFINIÇÃO E HISTÓRIA DO EMPREENDEDORISMO 15
TIPOS DE EMPREENDEDORISMO 23
FRANCHISING COMO FORMA DE EMPREENDEDORISMO 25
O PAPEL SOCIAL E ECONÔMICO DO EMPREENDEDORISMO 29
UNIDADE II
O EMPREENDEDOR
CARACTERÍSTICAS E PERFIL DO EMPREENDEDOR 35
MITOS SOBRE O EMPREENDEDORISMO 44
O PROCESSO EMPREENDEDOR 46
GERAÇÃO DE IDEIA E IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES 50
A FORMAÇÃO DO EMPREENDEDOR 56
UNIDADE III
INTRAEMPREENDEDORISMO E GESTÃO EMPREENDEDORA
INTRAEMPREENDEDORISMO 63
CULTURA ORGANIZACIONAL 68
GESTÃO EMPREENDEDORA 72
MARKETING EMPREENDEDOR 76
UNIDADE IV
AS BASES PARA O PLANO DE NEGÓCIOS
O PLANO DE NEGÓCIOS – SUA IMPORTÂNCIA PARA O EMPREENDIMENTO 84
PLANO DE NEGÓCIOS – PRINCIPAIS INTERESSADOS 88
ELABORANDO UM PLANO DE NEGÓCIOS 90
PLANO DE NEGÓCIOS – INFORMAÇÕES IMPORTANTES 101
MODELO DO PLANO DE NEGÓCIOS 102
UNIDADE V
EMPREENDEDORISMO – ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS
ESTRATÉGIA – ENTENDENDO O CONCEITO 138
ESTRATÉGIA COMO PRÁTICA – A REALIDADE NOS EMPREENDIMENTOS: CASOS DE 
ESTRATÉGIA E PRÁTICA DE EMPREENDEDORISMO 142
CONCLUSÃO 160
REFERÊNCIAS 164
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
Professora Me. Bianca Burdini Mazzei
Objetivos de Aprendizagem
•	 Conceituar	e	contextualizar	o	empreendedorismo.
•	 Compreender	os	tipos	de	empreendedorismo.
•	 Conhecer	o	Franchising como forma de empreender.
•	 Estabelecer	a	importância	socioeconômica	do	empreendedorismo.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
•	 Definição	e	história	do	empreendedorismo
•	 Tipos	de	empreendedorismo
•	 Franchising como forma de empreendedorismo
•	 O	papel	social	e	econômico	do	empreendedorismo
15EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
INTRODUÇÃO
Caro aluno, nesta unidade você conhecerá a história do empreendedorismo, dede sua visão 
essencialmente capitalista do início da abertura das rotas comerciais para o Extremo Oriente, 
até sua visão social de organizações que possuem como competência essencial o serviço 
para a sociedade.
Isso permitirá conhecer algumas das diferentes formas de empreender, bem como o sistema 
de franquias como uma alternativa de empreendedorismo.
Em seguida, apresentarei uma discussão sobre a importância econômica e social do 
empreendedorismo na geração de trabalho e renda, e na promoção do desenvolvimento em 
suas esferas:local, regional, nacional e mundial. 
Essa importância é percebida pelos poderes públicos, que por sua vez vêm incentivando as 
práticas empreendedoras por meio de programas de formação e financiamento. Além das 
instituições de ensino que vêm incorporando disciplinas na maioria dos seus cursos oferecidos, 
sejam do ensino superior ou não.
Para finalizar, deixo uma pequena reflexão sobre o verdadeiro papel dos empreendedores 
nesse contexto socioeconômico apresentado.
DEFINIÇÃO E HISTÓRIA DO EMPREENDEDORISMO
Desde o período da Revolução Industrial, a Administração vem se profissionalizando e 
ganhando corpo de conhecimentos por meio da Administração Científica, que se inicia com 
Taylor, Ford e Fayol e continua até o momento atual com os pensadores modernos. Essas 
transformações ocorridas nas organizações se dão em função da racionalização do trabalho 
e dos estudos científicos realizados, que vêm marcando cada fase, como mostra a Figura 1.
16 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
Movimento de racionalização
do trabalho: foco na gerência
administrativa.
Movimento das
relações humanas:
foco nos processos.
Movimento dos
sistemas abertos:
foco no planejamento
estratégico.
Movimento das
contingências
ambientais: foco 
na competitividade
Não se tem um movimento
predominante, mas há cada
vez mais o foco no papel do
empreendedor como gerador
de riqueza para a sociedade.
Obs.: 
Movimento: refere-se ao movimento 
que predominou no período.
Foco: refere-se aos conceitos 
administrativos predominantes.
Figura	1:	Evolução	histórica	das	teorias	administrativas
Fonte: adaptado de Escrivão Filho (1995, apud DORNELAS, 2005)
Durante as últimas décadas, presenciou-se uma grande transformação socioeconômica. 
A economia globalizada, a instabilidade dos ambientes organizacionais e a competição 
capitalista ainda mais acirrada forçaram as organizações a se adequarem e a reduzirem suas 
estruturas. Consequentemente provocou-se um aumento do desemprego e, ao mesmo tempo, 
um aumento na oferta de serviços e terceirizações. É por isso que se vive um período em 
que a economia é marcada pela existência de inúmeras pequenas e médias empresas. Isso 
implica em um aumento do potencial empreendedor.
17EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Para Dornelas (2005), o momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, 
pois são os empreendedores que estão renovando conceitos econômicos, criando novas 
relações de trabalho e gerando riqueza para a sociedade.
Apesar de sua longa história anterior, é nesse cenário que o empreendedorismo passa a se 
destacar e a ser tão necessário. Conforme Filion (2012), a tendência do empreendedorismo 
surgiu nos anos 70, porém vem se afirmando nas últimas duas décadas, e esse fenômeno vem 
se dando, no Brasil e no mundo, em função do aumento do número de pequenas empresas e 
de trabalhadores autônomos. Para o autor, o fenômeno empresarial mais marcante da última 
década é o crescimento do trabalho autônomo, que dos anos 1989 a 1998 aumentou em 74%. 
Fo
nt
e:
 S
HU
TT
ER
ST
OC
K.
CO
M
18 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Outro fator muito importante é a evolução da participação das mulheres, que dos anos 1976 a 
1996 aumentou de 19,6% para 31,2% nessa categoria de trabalho.
Várias são as definições existentes sobre empreendedorismo, no entanto retratarei algumas 
delas. Para Hisrich e Peters (2004, p. 26), na tradução literal da palavra francesa entrepreuneur, 
significa “aquele que está entre” ou “intermediário”. 
De acordo com Dornelas (2005, p. 29), “a palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem 
francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo”.
Para o autor, o primeiro exemplo de definição de empreendedorismo pode ser creditado a 
Marco Polo quando tentou estabelecer uma rota comercial no Oriente. Como empreendedor, 
ele assinava um contrato com um homem dono de um capital (capitalista) para vender as 
mercadorias deste. Na Idade Média, o termo era utilizado para definir aquele que gerenciava 
grandes projetos de produção, uma vez que assumia grandes riscos e apenas gerenciava o 
projeto, gerindo os recursos disponíveis geralmente provenientes do governo do país. 
No século XVII, o termo ficou ainda mais associado à questão de correr riscos, uma vez 
que o empreendedor era aquele que fazia negócios com preços pré-fixados com o governo, 
ficando assim responsável pelos lucros ou prejuízos resultados do processo. Somente no 
século XVIII é que se conseguiu dissociar o empreendedor (aquele que assume riscos) do 
capitalista (aquele que financia os experimentos necessários para se dar à industrialização) 
(DORNELAS, 2005). Como vemos no quadro 1.
Shumpeter (1949, apud DORNELAS, 2005 p. 39) define o empreendedor como “aquele que 
destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela 
criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. 
Esse conceito está diretamente ligado ao empreendedorismo interno às organizações.
Para Robbins (2005, p.10), empreendedorismo é uma “característica que envolve iniciar um 
negócio, organizar os recursos necessários e assumir seus respectivos riscos e recompensas”. 
19EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Quadro 1: Desenvolvimento da teoria do empreendedorismo e do termo empreendedor
Origina-se do francês - significa aquele que está entre ou estar entre.
Idade 
Média
Século
 XVII
Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o 
governo.
1725 Richard Cantillon - pessoa que assume riscos é diferente da que fornece o capital.
1803 Jean Baptiste Say - lucros do empreendedor separados do lucro do capital.
1876
Francis Walker - distinguiu entre os que forneciam fundos e aqueles que obtinham lucros 
com atividades administrativas.
Joseph Schumpeter - o empreendedor é inovador e desenvolve tecnologia que ainda não 
foi testada.
1961 David McClelland - o empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados.
1964 Peter Drucker - o empreendedor maximiza oportunidades.
Albert Shapero - o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e 
econômicos e aceita riscos de fracassos. 
 1980 Karl Vesper - o empreendedor é visto de modo diferente por economistas, psicólogos, 
negociantes e políticos. 
Gifford Pinchot - o intra-empreendedor é um empreendedor que atua dentro de uma 
organização já estabelecida.
Robert Hisrich - o empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, 
dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo riscos financeiros, psicológicos e 
sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação 
econômica e pessoal. 
1985
1983
1934
1975
Richard Cantillon - pessoa que assume riscos é diferente da que fornece o capital.
Fonte: Hisrich e Peters (2004, p. 27)
De acordo com Shapero (1975, apud HISRISH; PETERS, 2004, p. 29), apesar das diferentes 
definições sobre o empreendedorismo, quase todas elas incluem: “(1) Tomar iniciativa; (2) 
20 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Organizar e reorganizar mecanismos sociais e econômicos a fim de transformar recursos e 
situações para proveito prático; (3) Aceitar o risco ou o fracasso.”
No Brasil, o movimento do empreendedorismo começou a tomar forma em 1990, quando 
foram criadas entidades como o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas 
Empresas), e a SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Softwares). Antes desse 
período não havia condições políticas e econômicas propícias ao empreendedor (DORNELAS, 
2005).
Segundo o mesmo autor, o Sebrae foi criado para dar suporte ao pequeno empresário quepretende abrir o seu negócio, bem como para oferecer consultorias para resolver pequenos 
problemas pontuais dos negócios já iniciados. A Softex foi criada com o intuito de levar as 
empresas de softwares do país ao mercado externo, oferecendo capacitação em gestão e 
tecnologia a esses empresários.
EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
RELATÓRIO GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR - GEM 2010
Disponível em: <www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-pesquisas/temas-estrategicos/empreen-
dedorismo/relatorio_executivo.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2012.
As incubadoras de empresas e as universidades/cursos de Ciências da Computação e 
Informática também foram responsáveis pelo grande avanço do empreendedorismo no Brasil 
nesse período. Foi então que a sociedade brasileira começou a se despertar para realização 
de planos de negócios (até então não valorizado pelos pequenos empresários), a formação 
para o empreendedorismo e para programas públicos de incentivo. Para Dornelas (2005), 
21EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
passados 15 anos desse início, o Brasil passou a ter um dos maiores programas de ensino de 
empreendedorismo de todo o mundo, comparável apenas aos Estados Unidos.
Conforme o autor, segue um resumo das ações históricas desenvolvidas no Brasil que 
permitiram esse avanço no país: 
•	 1990	–	Criação	de	programas	Softex	e	Genesis	(Geração	de	Novas	Empresas	de	Software,	
Informação e Serviços) que apoiavam atividades empreendedoras em softwares. O ensino 
da disciplina em universidades e a geração de novas empresas de softwares (start-ups).
•	 1999	a	2002	-	O	Programa	Brasil	Empreendedor	do	Governo	Federal,	dirigido	a	mais	de	6	
milhões	de	empreendedores,	e	destinando	recursos	financeiros	e	operações	de	créditos	
para estímulo ao empreendedorismo.
•	 Programas	do	Sebrae:	EMPRETEC	e	Jovem	Empreendedor,	voltados	à	capacitação	do	
empreendedor.
•	 Criação	de	vários	cursos	e	programas	universitários	para	o	ensino	do	empreendedorismo.
•	 1999	a	2000	houve	o	movimento	de	criação	das	empresas	ponto	com	do	país	que,	apesar	
de ter sido pontual, trouxe grande contribuição para disseminação do empreendedorismo 
local.
•	 Crescimento	das	incubadoras	de	empresas	no	país.	Em	2004,	a	Anprotec	(Associação	Na-
cional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologia Avançadas) já apon-
tava a existência de 280 incubadoras, com mais de 1700 empresas incubadas, gerando 
mais 28 mil postos de trabalho.
Apesar desse importante crescimento do empreendedorismo no Brasil, cabe ressaltar que, 
em sua maioria, ainda se estabelece o empreendedorismo por necessidade, característica 
própria dos países em desenvolvimento. Nesse tipo de empreendedorismo, os candidatos 
a empreendedores não possuem outra opção de trabalho e renda e acabam criando seus 
negócios de maneira informal com pouco planejamento, muitos fracassam muito rápido, não 
gerando o desenvolvimento esperado e contribuindo para o aumento das estatísticas de 
mortalidade dos negócios (DORNELAS, 2005).
22 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Conforme o mesmo autor, o interessante seria o estímulo ao empreendedorismo por 
oportunidade, quando os negócios são abertos em função de uma oportunidade de mercado. 
Assim, o empreendedor visionário sabe aonde quer chegar, possui um planejamento bem 
estabelecido do seu negócio e tem em mente a geração de lucros, empregos e riquezas, 
contribuindo para a promoção do desenvolvimento.
Para isso, segundo Dornelas (2005), ainda faltam políticas públicas efetivas e duradouras, 
dirigidas a incentivar o empreendedorismo no país, oferecendo suporte às organizações não 
governamentais que já fazem a sua parte nesse processo.
O EMPREENDEDORISMO COMO TEMA DE ESTUDOS SUPERIORES
Louis Jacques Filion
Palestra proferida no Seminário "A Universidade Formando Empreendedores"
Escola de Altos Estudos Comerciais (H.E.C.) de Montreal
Fonte: <www.sites.google.com/site/ingohermannsite/empreendedorismo/LouisJFilion.pdf>.
23EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
TIPOS DE EMPREENDEDORISMO
O empreendedor não pode ser caracterizado como um tipo único, por isso não é possível rotulá-
lo como um modelo ideal. Sabe-se que por ser um fenômeno social, o empreendedorismo 
também é passível de mudanças conforme o contexto social.
Segundo Dornelas (2007), os empreendedores podem ser classificados quanto aos seguintes 
tipos:
•	 O	empreendedor	nato	(mitológico)	–	em	sua	maioria	são	imigrantes	ou	filhos	destes,	são	
visionários, 100% comprometidos com seu sonho, otimistas, normalmente começaram do 
nada e cedo adquiriram habilidade de negociação e venda.
•	 O	empreendedor	que	aprende	(inesperado)	-	é	uma	pessoa	que,	quando	menos	esperava,	
a oportunidade bateu em sua porta, então, ele mudou sua vida e resolveu abrir seu próprio 
negócio. Normalmente demora para tomar a decisão de empreender e a se acostumar com 
ela.
•	 O	empreendedor	 serial	 (criar	 novos	negócios)	 –	 é	 uma	pessoa	apaixonada	por	 empre-
ender, assim não consegue estar à frente de seu negócio até que se torne uma grande 
corporação, por isso está sempre interessado em novos negócios. Sua maior habilidade é 
de	identificar	oportunidades	e	não	descansar	enquanto	não	conseguir	viabilizar	sua	imple-
mentação.
•	 O	empreendedor	corporativo	–	são	geralmente	grandes	executivos,	assumem	riscos	e	pos-
suem grande habilidade de comunicação e negociação, já que quase sempre não possuem 
100% de autonomia para a ação.
•	 O	empreendedor	social	–	 tem	como	missão	de	vida	a	construção	de	um	mundo	melhor	
para as pessoas. É um empreendedor como os outros, com a diferença que não busca 
construir um patrimônio próprio, mas prefere compartilhar seus recursos e contribuir para o 
desenvolvimento humano.
•	 O	empreendedor	por	necessidade	–	cria	seu	próprio	negócio	porque	não	tem	outra	alterna-
tiva, está fora do mercado de trabalho e não resta outra opção a não ser trabalhar por conta 
própria. São vítimas do modelo capitalista atual e não tem acesso à formação, recursos e a 
24 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
uma maneira estruturada de empreender, por isso normalmente trabalha na informalidade 
e de maneira pouco planejada, o que favorece o não sucesso do empreendimento.
•	 O	empreendedor	por	herdeiro	(sucessão	familiar)	–	herdam	o	negócio	da	família	e	normal-
mente aprendem cedo a ter responsabilidades e como o negócio funciona. Atualmente a 
família	tem	se	preocupado	com	a	preparação	do	sucessor	familiar	e	com	a	profissionaliza-
ção da gestão.
•	 O	empreendedor	“normal”	(planejado)	–	esse	é	o	empreendedor	que	faz	a	lição	de	casa	
buscando minimizar os riscos do negócio por meio do planejamento de suas ações. Como 
o planejamento tem sido um pré-requisito para os empreendedores com história de suces-
so, acredita-se ser normal a sua utilização, embora não seja o caso da maioria.
Hisrish e Peters (2004) ainda apresentam o tipo:
•	 Intraempreendedor	–	que	é	o	empreendedorismo	dentro	de	uma	estrutura	organizacional.	
São indivíduos, em uma organização que acham que algo pode ser feito de modo diferente 
e melhor. Cabe às organizações criarem uma estrutura e um clima organizacional que 
explorem essas potencialidades.
Outra importante forma de empreendedorismo que tem sido amplamente discutida no 
campo das pesquisas é o tipo relacionado ao gênero feminino. Estudos mostram que o 
crescimento do negócio não é um aspecto importante para determinação do sucesso de 
mulheres empreendedoras, mas a autorrealização é o fator subjetivo de destaque na definição 
do sucesso. Elas têm descoberto que a busca pelo equilíbrio entre os fatores pessoais, 
familiares e profissionais está em perceber que trabalho e família se ajudam mutuamente e 
não implica em um “fardo”. E ainda é possível identificar características de gestão feminina 
próprias, como: objetivos bem definidos e amplos; estruturas organizacionais simples e maisinformais; estratégias inovadoras no envolvimento coletivo; e liderança interativa e cooperativa 
(JONATHAN, 2003).
Quando se trata de abrir um novo negócio, as inseguranças quanto ao domínio da tecnologia 
desse negócio podem ser um grande desafio ao empreendedor, por isso e outros aspectos a 
25EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
franquia aparece como uma importante forma de empreendedorismo.
FRANCHISING COMO FORMA DE EMPREENDEDORISMO
O sistema de franquia tem sido uma importante alternativa ao empreendedorismo. Conforme 
Ferreira et al. (2010), franchising é uma palavra de origem francesa que significa: fran – 
concessão de um privilégio ou de uma autorização. Atualmente, franchising refere-se à filiação 
a uma empresa líder mediante um contrato de prestação de serviços. Ou ainda, caracteriza-se 
como um modo de organização em que uma empresa que já tem um produto/serviço bem 
estabelecido no mercado (franqueador) licencia sua marca, sua tecnologia e sua forma de 
fazer negócios a outras empresas ou indivíduos (franqueados), em troca de um direito de 
entrada e do recebimento de royalties. 
 Para os autores, uma franquia, em geral, pode ser:
•	 De	produtos	e	marcas	–	o	 franqueador	concede	ao	 franqueado	o	direito/a	obrigação	de	
comprar os seus produtos e utilizar a sua marca.
•	 De	negócios	-	o	franqueador	proporciona	ao	franqueado	a	“fórmula”	para	fazer	o	negócio,	
além de formação, treinamento de colaboradores, publicidade e outras formas de assistên-
cia técnica e de marketing. 
Como consiste em um contrato de prestação de serviços, o sistema de franquias estabelece 
obrigações tanto por parte do franqueado como do franqueador, conforme descrito no quadro 
2.
26 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Quadro 2 – Obrigações do franqueado e do franqueador
Obrigações do Franqueador Obrigações do Franqueado
 Testar o potencial de sucesso do
 negócio durante um período, de modo
 a mostrar que pode ser rentável 
 imagem da marca. 
●
 Apresentar um negócio baseado 
em um know-how distintivo com uma
vantagem competitiva diante da 
concorrência.
●
 Transmitir o know-how aos 
franqueados por meio de manuais e 
programas de formação. 
●
 Administrar o negócio no dia a dia,
selecionar a equipe de colaboradores,
tomar decisões, desenvolver ações de 
comunicação e publicidade.
●
Realizar o investimento necessário.●
Fazer os pagamentos acordados.●
 Cumprir as regras da rede sobre
a forma de operação e garantir 
a uniformidade do serviço.
●
Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al. 2010)
PORTAL DO FRANCHISING
A PLATAFORMA OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FRANCHISING NO BRASIL
Disponível em: <www.portaldofranchising.com.br/site/content/home>. Acesso em: 20 abr. 2012.
Esse formato de negociação também prevê algumas vantagens e desvantagens tanto para o 
franqueado como para o franqueador. As principais delas estão apresentadas nos quadros 3 
e 4.
27EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Quadro 3 – Principais vantagens e desvantagens para o franqueador
Vantagens Desvantagens
Rapidez de expansão Perda parcial do controle sobre os atos dos 
franqueados.
Redução de custo: centralização das 
compras e de distribuição. 
Potencial de criação de concorrente. 
Maior participação no mercado, dado o 
crescimento da rede. 
Insuficiência nos serviços de 
abastecimento e consultoria, dada uma 
expansão acelerada. 
Maior cobertura geográfica, com o 
atendimento a clientes e mercados antes não 
explorados.
Seleção inadequada dos franqueados. 
Possibilidade de encontrar franqueados 
estimulados para maximizar as vendas e 
reduzir os custos, para aumentar o lucro.
Potencial menor de lucro, em comparação 
com o crescimento interno por meio de filiais. 
Gerar rendimento dos royalties e das taxas 
de franquia sem investir em novas 
instalações. 
Potenciais atritos com os franqueados, em 
particular quando violam termos do contrato. 
Acesso a ideias e sugestões 
Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al. 2010)
28 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Quadro 4 – Principais vantagens e desvantagens para o franqueado
Vantagens Desvantagens
Maior probabilidade de sucesso: adota um 
produto/serviço conhecido e testado no 
mercado e com uma rede e marca bem-
sucedidas. 
Controle sobre as operações: auditorias 
frequentes e controle das vendas e do 
cumprimento de procedimentos e normas. 
Apoio contínuo do franqueador: 
experiência de gestão, treino e consultoria. 
Autonomia e criatividade limitadas: 
implementar modelo existente. 
Potencial de maiores lucros: se beneficia 
de economias de escala e de marca 
reconhecida. 
Restrições no encerramento da atividade e 
na cessão/venda da propriedade. 
Proteção da concorrência de outros 
franqueados da mesma rede: direitos 
territoriais exclusivos. 
Custo do franchising pode ser mais elevado 
do que em um negócio independente.
Permite aprender com as experiências de 
outros franqueados. 
Fraco desempenho de outros franqueados 
pode ter efeitos na reputação de toda a rede. 
Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al. 2010)
Segundo Ferreira et al. (2010), o perfil do franqueado envolve os seguintes aspectos:
•	 Aceitar	que	há	um	risco:	a	franquia	não	evita	o	risco,	ainda	que	este	possa	ser	menor	do	
que em um negócio independente. 
•	 Capacidade	de	iniciativa:	a	franquia	não	é	uma	fórmula	que	funciona	sozinha,	uma	vez	que	
as decisões do dia a dia determinam o sucesso ou fracasso do franqueado. 
•	 Incentivar	os	colaboradores:	cabe	ao	empreendedor	estimular,	 liderar,	criar	ambiente	de	
trabalho agradável. 
•	 Trabalhar	com	menos	autonomia:	característica	mais	marcante	que	diferencia	o	empreen-
dedor independente do franqueado.
 Assim, as franquias têm sido utilizadas como importante forma de ampliação do negócio, 
uma vez que propicia uma grande rede de atuação, sem implicar na concentração de esfor-
ços e de recursos para o empreendedor franqueador. E para o empreendedor franqueado 
tem possibilitado maior segurança e conhecimento acerca do negócio que se propõe a 
iniciar.
29EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
O PAPEL SOCIAL E ECONÔMICO DO EMPREENDEDORISMO
O empreendedorismo tem aparecido como um importante fator promotor do desenvolvimento 
local. No entanto, é importante destacar a diferença entre os conceitos de crescimento 
econômico e desenvolvimento.
O crescimento econômico se refere apenas a dados econômicos e quantitativos de uma 
determinada localidade. Assim, podem ser consideradas referências de crescimento econômico 
o aumento do PIB, a redução da inflação, a melhoria do poder aquisitivo da população, entre 
outros.
Por outro lado, o conceito de desenvolvimento é mais amplo, pois envolve além do 
crescimento econômico, os aspectos sociais e ambientais. Dessa forma, só é possível falar 
em desenvolvimento quando há ganhos quantitativos e qualitativos como a qualidade de vida 
de uma população, a geração de trabalho e renda e os cuidados com o meio ambiente.
Por isso, são muitos os benefícios gerados pelo empreendedorismo por meio da criação de 
novos negócios, como os apontados por Stoner e Freeman (1999) :
•	 Contribui	para	o	crescimento	econômico.
•	 Promove	ganhos	com	a	produtividade,	utilizando	melhor	os	recursos	produtivos.
•	 Realiza	investimentos	em	pesquisas	e	desenvolvimento	gerando	novas	tecnologias,	produ-
tos e serviços.
Também é importante destacar que os estudos sobre a evolução do empreendedorismo 
mostram grandes possibilidades de se transformarem na mola propulsora da integração do 
desenvolvimento regional e mundial, como possível solução para os problemas econômicos, 
políticos e sociais (BARBOSA; BARBOSA, 2009).Para isso a gestão dos negócios criados precisam se pautar sob uma conduta ética que se 
30 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
preocupa com seu entorno, formando redes e parcerias em prol das sociedades em que atuam 
as organizações criadas. Preocupando-se com todos os grupos que se relacionam e têm 
interesse no negócio em andamento (stakeholders).
Para Mello Neto e Froes (2002), existe uma corrente que apresenta o empreendedorismo 
como estratégia de desenvolvimento local, pois tem as seguintes características:
•	 O	objetivo	de	difundir	as	políticas	de	desenvolvimento	local	por	meio	do	empreendedoris-
mo.
•	 O	 foco	 no	maior	 desenvolvimento	 econômico	 e	 social	 em	nível	 local	 cujo	 lócus	 são	as	
agências e fóruns de desenvolvimento local.
Além disso, conforme discute Dornelas (2005), é preciso estimular o empreendedorismo por 
oportunidade, de maneira a planejar adequadamente a estrutura do negócio reduzindo a 
possibilidade de riscos e aumentando a possibilidade de sucesso de cada empreendimento. 
Assim, é possível gerar trabalho e renda e atuar por meio de uma conduta sustentavelmente 
comprometida.
<http://www.josedornelas.com.br/artigos/video-inspirador-para-quem-pensa-em-empreender/> .
<http://www.josedornelas.com.br/artigos/empreendedorismo-na-pratica-em-araxa/>.
31EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
 <http://proxy.furb.br/ojs/index.php/rn/article/view/289/276>. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para concluir esse estudo, vamos relembrar os principais aspectos discutidos na unidade I. 
Começamos discutindo a definição conceitual do empreendedorismo, e apesar das diferentes 
definições dos autores abordados, pudemos perceber um núcleo comum que identifica 
no empreendedor as habilidades de iniciativa, de organização de mecanismo sociais e 
econômicos a fim de transformar recursos e situações, e a aceitação em correr os riscos 
próprios do negócio.
Paralelo à elaboração do conceito, visualizamos a história do movimento empreendedor desde 
sua concepção na pessoa de Marco Polo na busca por novos mercados, até uma concepção 
mais social possível nos dias de hoje. Nesse contexto, também foi possível conhecer um pouco 
do empreendedorismo no Brasil, bem como das ações de maiores destaque nesse processo.
Em seguida apresentamos as diferentes formas de empreender, culminando com a discussão 
sobre o sistema de franquias, em que é possível conseguir a concessão de um negócio já 
devidamente formatado e por isso com menores riscos.
Para finalizar, concluímos a discussão com uma reflexão sobre a importância social e 
econômica do empreendedorismo e de seu papel ético, o qual se preocupa com o entorno dos 
empreendedores na condução dos seus negócios.
Espero que com as discussões propostas nesta unidade, tenhamos colaborado com o seu 
conhecimento introdutório sobre o empreendedorismo.
Muito sucesso!!
32 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
ATIVIDADES DE AUTOESTUDO 
I. Para Hisrich e Peters (2004, p. 26), na tradução literal, a palavra francesa entrepreuneur 
signifi	ca	“aquele	que	está	entre”	ou	“intermediário”.	A	partir	das	demais	defi	nições	apresen-
tadas,	elabore	com	suas	palavras	uma	defi	nição	para	o	empreendedorismo.
II. As franquias têm se apresentado como uma importante forma de empreendedorismo, uma 
vez	que	signifi	cam	uma	redução	nos	riscos	assumidos	por	parte	daquele	que	resolve	em-
preender o negócio. Relacione os principais motivos pelos quais os riscos do empreende-
dor podem ser diminuídos quando o novo negócio for uma franquia.
III. Vários autores apontam o empreendedorismo como movimento propulsor do desenvol-
vimento de uma nação. Elabore uma análise relacionando as principais contribuições do 
empreendedorismo quanto aos aspectos econômicos, sociais e ambientais do desenvolvi-
mento.
 
DORNELAS, José Carlos Assis. O empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreende-
dor de sucesso. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
DORNELAS, J. C. A; TIMMONS, J; SPINELLI, S. Criação de novos negócios: empreendedorismo 
para o século XXI. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
UNIDADE II
O EMPREENDEDOR
Professora Me. Bianca Burdini Mazzei
Objetivos de Aprendizagem
•	 Identificar	as	principais	características	que	compõem	o	perfil	empreendedor.
•	 Conhecer	os	mitos	sobre	o	empreendedorismo.
•	 Conhecer	o	Processo	empreendedor.
•	 Analisar	o	processo	de	geração	de	ideias	e	de	identificação	de	oportunidades.
•	 Discutir	a	formação	do	empreendedor.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
•	 Características	e	perfil	empreendedor
•	 Mitos	sobre	o	empreendedorismo
•	 O	processo	empreendedor
•	 Geração	de	ideia	e	identificação	de	oportunidades
•	 A	formação	do	empreendedor
35EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
INTRODUÇÃO
Caro aluno, nesta unidade você estudará a figura do empreendedor. Nela discuto as principais 
características que compõem o perfil empreendedor na visão dos autores estudados. Por 
meio dessa discussão conseguiremos entender o empreendedor como um ser integrador e 
realizador.
Discutiremos ainda, alguns mitos que dificultam a atuação do empreendedor e, a partir 
disso, apresentar a realidade que contesta cada um deles, contribuindo mais uma vez para a 
profissionalização do processo empreendedor.
Na discussão pelo processo empreendedor verificaremos que não basta ter ideias, é preciso 
reconhecer as oportunidades de mercado e então viabilizar sua implementação até a gestão 
final do seu negócio.
Como a inovação é um aspecto implícito ao empreendedor, estudaremos um pouco o processo 
de geração de novas ideias e a identificação de oportunidades. Assim, poderemos entender 
que as ideias somente são válidas quando puderem atender uma oportunidade de mercado.
Por fim, faremos uma reflexão sobre a necessidade de formação empreendedora, reforçando 
a necessidade da profissionalização para que os empreendimentos tenham sucesso e se 
mantenham no mercado.
CARACTERÍSTICAS E PERFIL DO EMPREENDEDOR
Pode ser denominado um empreendedor aquele que tem a capacidade de gerar uma boa 
ideia, aproveitando uma oportunidade de mercado, conseguindo os recursos necessários 
para sua implementação. Para tanto, é importante ao empreendedor possuir uma boa rede de 
contatos/relacionamento (networking), de maneira a formar boas parcerias e/ou redes a fim de 
viabilizar sua ideia.
36 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Por isso um comportamento ético é algo muito importante ao empreendedor. Agir preocupando-
se com os demais envolvidos no processo e com a sociedade ao seu entorno promove um 
aspecto de credibilidade ao empreendedor que precisa das demais pessoas e grupos para 
implementar seu negócio e mantê-lo no mercado.
Segundo Dolabela (1999, p.44), “o empreendedor é alguém capaz de desenvolver uma visão, 
mas não só. Deve persuadir terceiros, sócios, colaboradores, investidores, convencê-los de 
que sua visão poderá levar todos a uma situação confortável no futuro”.
Para o autor, um dos principais atributos do empreendedor é a capacidade de identificar 
oportunidades, agarrando-as por meio da busca de recursos para transformá-las em negócios 
de sucesso. Por isso, é preciso muita energia, perseverança e uma dose de paixão para vencer 
os obstáculos e continuar em frente.
Sabemos que os empreendedores possuem características de comportamento e habilidades 
comuns, por isso é comum que os autores classifiquem algumas características como 
pertinentes aos empreendedores. No entanto, é importante destacar que não existe um 
modelo pronto, de maneira que todo empreendedor tenha que, obrigatoriamente, ter todas as 
características classificadas como empreendedoras.
Fo
nt
e:
 S
HU
TT
ER
ST
OC
K.
CO
M
37EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Quando nos referimos às ciências sociaisaplicadas, que é o grupo pertencente aos estudos 
sobre gestão e empreendedorismo, precisamos compreender que o contexto social não 
permite uma receita ou modelo pronto, na maioria das vezes. Por isso, precisamos reconhecer 
que essas características costumam ser identificadas em pessoas com perfil empreendedor, 
mas não implica que todos os empreendedores precisem possuir todas elas.
Para Stoner e Freeman (1999, p. 119), algumas pesquisas têm mostrado que “fatores 
psicológicos e sociológicos, além de competências específicas, são características dos 
empreendedores”.
Segundo Stoner e Freman (1999), uma pesquisa realizada por Begley e Boyd identificou cinco 
dimensões psicológicos dos empreendedores:
•	 Necessidade	de	realização:	os	empreendedores	possuem	um	estímulo	social	para	se	su-
perar, que algumas vezes é reforçado por fatores culturais.
•	 Localização	do	controle:	é	a	ideia	de	estar	no	controle	da	própria	vida.
•	 Tolerância	ao	risco:	os	empreendedores	que	correm	riscos	moderados	aparecem	no	topo	
das listas de sucesso, mais do que os que não correm risco ou correm riscos extravagan-
tes.
•	 Tolerância	à	ambiguidade:	em	função	da	busca	por	inovação,	os	empreendedores	acabam	
vivendo determinadas situações pela primeira vez, e por isso enfrentam mais ambiguida-
des.
•	 Comportamento	do	tipo	A:	refere-se	à	tendência	de	fazer	mais	coisas	em	menos	tempo	e,	
se necessário, enfrente as objeções alheias.
Ainda para os autores, é percebida nos empreendedores uma competência especial, que se 
trata de ter o desejo de iniciar um negócio aliado à habilidade ou experiência para competir 
com eficácia quando o negócio for iniciado.
38 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
TESTE SEU PERFIL EMPREENDEDOR
Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas
Disponível	 em:	 <www.sebrae.com.br/atendimento/teste-aqui-seu-perfi	l-empreendedor>.	Acesso	 em:	
23 abr. 2012.
Segundo Dornelas (2005), os empreendedores de sucesso costumam ser:
•	 Visionários:	possuem	visão	de	futuro	sobre	seu	negócio	e	sua	vida,	e	habilidade	para	im-
plementar sonhos.
•	 Sabem	 tomar	 decisões:	 não	 se	 sentem	 inseguros	 ao	 tomar	 decisões,	 costumam	 tomar	
decisões mais acertadas e implementam rapidamente suas ações.
•	 São	indivíduos	que	fazem	a	diferença:	conseguem	transformar	uma	ideia	abstrata	em	ne-
gócio concreto, e ainda sabem agregar valor aos serviços e produtos que colocam no 
mercado.
•	 Sabem	explorar	ao	máximo	as	oportunidades:	são	curiosos	e	atentos	às	informações.	Con-
seguem	estar	atentos	ao	mercado,	 identifi	cando	 janelas	estratégicas	de	equilíbrio	entre	
uma necessidade e uma oferta de bens e serviços. Sabem que as chances melhoram 
quando se detém conhecimento.
•	 São	determinados	e	dinâmicos:	implementam	suas	ações	com	total	comprometimento,	su-
perando os obstáculos encontrados. Costumam ser dinâmicos e mantêm uma certa incon-
formidade com a vida.
•	 São	dedicados:	são	comprometidos	com	o	seu	negócio	e	encontram	energia	para	continuar	
mesmo quando encontram problemas.
39EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
•	 São	otimistas	e	apaixonados	pelo	que	fazem:	a	paixão	pelo	que	fazem	é	o	combustível	
que os mantêm animados, determinados e os melhores vendedores dos seus produtos e 
serviços, pois os conhecem melhor do que ninguém. Costumam ser otimistas e possuem 
foco no sucesso.
•	 São	independentes	e	constroem	o	próprio	destino:	gostam	de	estar	à	frente	das	mudanças	
e de serem donos do próprio destino, por isso gostam de criar algo novo e de traçar os 
próprios caminhos.
•	 Ficam	ricos:	esse	não	é	o	objetivo	essencial,	pois	o	dinheiro	acaba	por	ser	consequência	
do sucesso que fazem.
•	 São	líderes	e	formadores	de	equipes:	normalmente	possuem	um	bom	senso	de	liderança	e	
conseguem formar e conduzir bem equipes, pois sabem valorizar, estimular e recompensar 
seus colaboradores. Sabem que o sucesso depende da formação de uma boa equipe, por 
isso conseguem recrutar as melhores cabeça para assessorá-los.
•	 São	bem	relacionados	(networking): sabem construir uma rede de contatos no ambiente 
externo da organização, junto a clientes, fornecedores, entidades de classe e outros possí-
veis parceiros.
•	 São	organizados:	sabem	alocar	racionalmente	seus	recursos,	buscando	o	melhor	desem-
penho do negócio.
•	 Planejam,	planejam	e	planejam:	os	empreendedores	de	sucesso	costumam	planejar	suas	
ações sempre, desde os primeiros rascunhos do plano de negócios, que trataremos na 
unidade IV.
•	 Possuem	conhecimento:	reconhecem	que	domínio	sobre	o	ramo	do	negócio	depende	do	
conhecimento que detém sobre ele, por isso buscam informações por meio de experiências 
vividas, em publicações especializadas; em cursos entre outros.
•	 Assumem	riscos	calculados:	o	empreendedor	sabe	avaliar	os	riscos	do	seu	negócio,	assu-
mindo-os e gerenciando-os, avaliando suas reais chances de sucesso.
•	 Criam	valor	para	a	sociedade:	utilizam	o	capital	intelectual	para	criar	valor	à	sociedade	por	
meio de geração de empregos, da contribuição para o crescimento econômico local e para 
a qualidade de vida da população.
40 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Já Ferreira et al. (2010) atribuem ao empreendedor as seguintes características: 
•	 Necessidade	de	ser	independente	e	realizar:	necessidade	de	ser	o	próprio	patrão	e	atingir	
os objetivos planejados.
•	 Assunção	 de	 riscos	moderados:	 aceitam	 bem	 correr	 riscos	 (financeiros,	 emocionais	 ou	
sociais) não demasiadamente altos e nem desnecessários.
•	 Autoconfiança:	acreditam	em	si	próprios	e	em	sua	capacidade	de	atingir	os	objetivos	que	
se propõem.
•	 Assunção	de	responsabilidades:	aceitam	assumir	os	riscos	do	sucesso	e	do	insucesso	dos	
seus negócios, não atribuindo culpas aos outros e aprendendo com os erros.
•	 Capacidade	de	trabalho	e	energia:	apresentam	grande	energia,	vigor	e	persistência	para	o	
trabalho.
Fo
nt
e:
 S
HU
TT
ER
ST
OC
K.
CO
M
41EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
•	 Competências	 em	 relações	 humanas:	 normalmente	 os	 empreendedores	 são	 indivíduos	
sociáveis e capazes de desenvolver relacionamentos, até com desconhecidos.
•	 Criatividade	e	inovação:	em	geral	os	empreendedores	são	criativos	e	inovadores.	Desen-
volvem novas abordagens, produtos e processos.
•	 Dedicação	ao	negócio:	possuem	paixão	pelo	negócio	e	trabalham	arduamente	por	ele.
•	 Persistência	apesar	do	fracasso:	mesmo	no	 insucesso	os	empreendedores	demonstram	
um	bom	nível	de	otimismo	e	sobreconfiança.
•	 Inteligência	na	execução:	habilidade	de	tornar	a	ideia	em	um	negócio	concreto.
Já Dornelas (2005) diz que algumas características estão implícitas a qualquer definição de 
empreendedor. Como:
•	 Ter	iniciativa	para	criar	um	novo	negócio	e	paixão	pelo	que	faz.
•	 Transformar	o	ambiente,	utilizando	recursos	disponíveis	de	forma	criativa.
•	 Aceitar	correr	riscos	calculados.
Observando ainda a definição de Hisrich e Peters (2004, p. 26), dizendo que empreendedor 
é um “indivíduo que se arrisca e dá início a algo novo”, pode-se perceber a clara ligação do 
conceito com duas características essenciais:
•	 A	postura	de	correr	riscos,	realizando	planejamentos	a	partir	de	uma	visão	de	futuro,	a	fim	
de que as oportunidades possam ser aproveitadas e os riscos possam ser calculados.
•	 Iniciativa	e	criatividade	para	desenvolver	um	novo	negócio.
Apesar de algumas diferenças nas características empreendedoras apontadas pelos autores, 
de maneira geral verificamos grande semelhança de conceitos, o que demonstra mais uma 
vez que o empreendedor é um indivíduo com um perfil próprio e específico.
Outro aspecto importante a ser retratado ao falarmos sobre o empreendedor são suas 
42 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
motivações pessoais. Segundo Ferreira et al. (2010), a decisão de empreender normalmente 
surge de duas inspirações:•	 Mudança	no	estilo	de	vida	atual	–	por	situação	de	desemprego,	aposentadoria,	formação	
recente, descontentamento com relação ao empregador atual.
•	 Como	opção	de	carreira	–	preparam-se	efetivamente	para	ser	empreendedor.
A partir dessas inspirações é que vai surgir o empreendedorismo por oportunidade (normal) 
ou por necessidade, já abordados na primeira unidade. Lembrando que, em ambos os casos, 
é necessário preparação para empreender, mas na ocasião do empreendedorismo por 
necessidade essa preparação é ainda mais importante para levar o negócio ao sucesso.
Outro aspecto importante para o empreendedor é sua história. Para Ferreira et al. (2010), 
alguns aspectos da história do empreendedor parecem fazer grande diferença na decisão de 
empreender. São eles:
•	 Ambiente	 familiar	na	 infância:	alguns	estudos	mostram	que	há	maior	propensão	em	ser	
um empreendedor se o pai ou outro familiar também o for. Isso porque além da fonte de 
inspiração, costuma haver maior incentivo de valores como independência, conquista e 
realização.
•	 A	educação:	a	formação	é	importante	para	ajudar	o	empreendedor	a	gerenciar	os	proble-
mas	que	enfrentará	e	para	adquirir	conhecimentos	específicos	de	sua	área	de	atuação.
•	 Os	valores	pessoais:	indivíduos	bem-sucedidos	costumam	ter	valores	como	liderança,	cria-
tividade, sucesso, trabalho, ética, objetivos e outros.
•	 A	 idade:	apesar	de	haver	algumas	evidências	de	que	os	empreendedores	 iniciam	seus	
negócios entre 22 e 45 anos, não há idade certa para isso.
•	 A	experiência	profissional	prévia:	o	histórico	profissional	 tem	demonstrado	 forte	 impacto	
positivo	(quando	há	experiência	profissional	prévia	sobre	a	área	de	atuação	do	negócio)	e	
negativo (quando da ausência de conhecimentos prévios) sobre as carreiras empreende-
doras.
43EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Nos séculos XVIII, XIX e XX o empreendedor foi confundido com os gerentes e administradores, 
o que ocorre até os dias atuais. No quadro 5 podemos ver algumas diferenças entre eles.
Quadro 5 - O empreendedor versus o gestor
Características Gestores Empreendedores 
Motivações primárias 
Promoção e outras recompensas 
corporativas tradicionais. Poder.
Independência, oportunidade 
para criar algo novo e dinheiro.
Decisões 
Usualmente concordam com as 
decisões tomadas pela alta 
gestão. 
Seguem os seus sonhos, 
tomando decisões. 
A quem servem Aos outros, seus superiores. A si próprios e aos seus clientes 
Atitude perante o risco 
Cautelosos e evitam decisões de 
risco.
Assumem riscos calculados, 
investem muito e esperam ser 
bem-sucedidos.
Falhas, erros Tentam evitar erros e surpresas. 
Adiam o reconhecimento do 
fracasso. 
Aprendem com os erros e as 
falhas.
Fonte: Adaptado de Ferreira et al. (2010)
No entanto, conforme Robbins (2005), nem todos os gerentes e administradores são 
empreendedores, uma vez que gerente tradicional é aquele que gerencia os recursos de 
produção, mas sem inovação, buscando uma estabilidade. Dessa forma, o autor ressalta a 
importância do gerente empreendedor, ou seja, uma pessoa confiante em sua capacidade, 
que aproveita oportunidades de inovação e que não só espera as surpresas, mas as capitaliza. 
Dornelas (2005) reforça essa ideia quando diz que o empreendedor é um administrador, mas 
diferente daqueles padrões tradicionais, pois é mais visionário.
44 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
MITOS SOBRE O EMPREENDEDORISMO
Até pouco tempo atrás a definição do empreendedor era carregada de muitos mitos, 
trazendo alguns estigmas inadequados e até problemas para a implementação de carreiras 
empreendedoras de sucesso.
Já há algum tempo que várias pesquisas vêm sendo realizadas acerca desse tema, 
desmitificando o processo e mostrando a realidade sobre o empreendedor.
Para Dornelas (2005, p. 35), são três os principais mitos sobre os empreendedores:
1. “Empreendedores são natos, nascem para o sucesso”: embora alguns empreendedores 
nasça com um certo nível de inteligência, os empreendedores de sucesso se preparam 
para isso. Eles acumulam habilidades, experiências e contatos com o tempo. E a capaci-
dade de ter visão e perseguir oportunidades pode ser desenvolvida e aprimorada como o 
tempo.
2. “Empreendedores são jogadores que assumem riscos muito altos”: os empreendedores 
de sucesso só assumem riscos calculados, evitam riscos desnecessários, compartilham 
os riscos e desmembram o risco em partes menores. O planejamento é um importante 
instrumento para lidar com o risco.
3. “Os empreendedores são ‘lobos solitários’ e não conseguem trabalhar em equipe”: normal-
mente os empreendedores são ótimos líderes, criam equipes competentes e desenvolvem 
um excelente relacionamento interpessoal.
Ferreira et al. (2010), além desses mitos sobre os empreendedores já descritos, apontam ainda 
outros, como:
•	 Qualquer	um	pode	 iniciar	um	negócio:	na	 realidade	é	preciso	 ter	conhecimento	sobre	o	
negócio	para	que	ele	tenha	chances	de	sucesso,	apenas	boa	vontade	não	é	suficiente.
•	 Há	a	necessidade	de	protagonismo:	o	empreendedor	de	sucesso	saber	valorizar	sua	equi-
pe, reconhecendo o trabalho de cada um.
•	 Trabalham	muito:	o	empreendedor	normalmente	dedica	muita	energia	a	realização	do	seu	
45EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
negócio,	mas	isso	não	significa	que	ele	não	tenha	tempo	para	a	família,	o	lazer,	a	busca	por	
formação, entre outras coisas.
•	 Iniciam	negócios	de	risco:	os	empreendedores	de	sucesso	só	iniciam	negócios	com	riscos	
calculados, conhecem a viabilidade do negócio para fazer o investimento.
•	 O	empreendimento	é	apenas	para	os	ricos:	os	empreendedores	costumam	ter	boas	ideias	
e	viabilizar	a	sua	implementação,	para	isso	acabam	por	buscar	várias	formas	de	financia-
mento.
•	 Idade	é	uma	barreira	–	os	empreendedores	são	jovens	e	enérgicos:	apesar	de	alguns	estu-
dos mostrarem uma tendência de faixa etária para início dos seus negócios, não há idade 
para ser empreendedor.
•	 São	motivados	pelo	dinheiro:	outras	motivações	como	realização	pessoal,	independência	
e liberdade também fazem parte do interesse do empreendedor. Muitas vezes a realização 
de um sonho pode ser a maior delas.
•	 Procuram	o	poder	e	o	controle	sobre	os	outros:	o	empreendedor	de	sucesso	tem	se	mos-
trado um bom líder, que envolve sua equipe e não tem energia para gastar com disputa de 
poder e controle sobre os outros.
•	 Se	tiverem	talento,	o	sucesso	chega	em	um	ou	dois	anos:	não	há	medida	de	tempo	para	
o sucesso. E ainda, não é apenas a falta de talento que faz um negócio não ter sucesso, 
contingências de mercado também podem provocar o insucesso de um negócio.
•	 Qualquer	pessoa	com	uma	boa	ideia	pode	enriquecer:	apenas	uma	boa	ideia	não	é	sufi-
ciente para o sucesso do negócio, pois também é preciso que haja uma oportunidade de 
mercado para que o negócio se institucionalize.
•	 Tendo	dinheiro	é	fácil	falhar:	o	capital	não	é	suficiente	para	suportar	falhas	contínuas	em	
um negócio, por isso o planejamento, mais uma vez, aparece como ferramenta para evitar 
a falha.
•	 Os	empreendedores	sofrem	de	estresse:	o	empreendedor	precisa	 ter	cautela	e	energia	
para fazer seu negócio dar certo, por isso, também precisa se reequilibrar com atividades 
de lazer e descanso. O estresse só atrapalha o negócio.
46 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
A partir das discussões apontadas pelos autores, é possível perceber que o empreendedor 
precisa se preparar para implementar seu negócio, por isso a importância do planejamento do 
processo de implementação do negócio, e da formação e profissionalização do empreendedor.
O PROCESSO EMPREENDEDOR
Dornelas (2012) diz que apesar do tema empreendedorismo ser tão amplo, ele apresenta os 
principais pontos que são requisitos para ser um empreendedor de sucesso, tanto como um 
trabalhador numa organização, comocriador do próprio negócio.
Os passos são apresentados como:
1. Assumir riscos calculados: uma das primeiras qualidades do empreendedor é arriscar-se 
na busca de melhores caminhos, mas com moderação e equilíbrio, de maneira calculada.
Fo
nt
e:
 S
HU
TT
ER
ST
OC
K.
CO
M
47EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
2.	Identificar	oportunidades:	ser	curioso	e	atento	a	informações,	buscar	conhecimento	e	reunir	
condições para realizar um bom negócio.
3. Conhecimento, organização e independência: ter domínio sobre o negócio, manter a orga-
nização e determinar seus próprios passos, aumentarão as chances de êxito. 
4. Tomar decisões: o sucesso está muitas vezes ligado à capacidade de tomar decisões cor-
retamente, por meio do levantamento de informações, análise da situação, avaliação de 
alternativas e escolha da mais adequada.
5. Liderança, dinamismo e otimismo: trabalhar em equipe, envolvendo e estimulando as pes-
soas a participarem no processo de decisão, e buscando um espírito de equipe com entu-
siasmo e otimismo.
6.	Planejamento	e	plano	de	negócios:	definir	objetivos,	orientar	tarefas,	combinar	métodos	e	
procedimentos,	 fazer	contatos	e	desenvolver	um	detalhado	plano	de	negócios,	a	fim	de	
poder calcular seus riscos e chances de sucessos, transformando o sonho em realidade.
7. Tino empresarial: estar atento, despertar a intuição e ter sensibilidade para entender a 
situação real da organização e do ambiente em que ela está inserida, e das possíveis 
tendências em andamento.
Para o autor, a decisão de empreender não pode acontecer por acaso, por isso precisa estar 
organizada em um processo que se inicia com um evento gerador que possibilita o início de um 
novo negócio. A figura 2 ilustra alguns fatores que influenciam cada fase do processo.
48 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
 
Inovação
 
Crescimento
 
Implementação
 
Evento Inicial
 
Fatores Pessoais 
Realização pessoal
Assumir riscos
Valores pessoais
Educação
Experiência
Fatores Pessoais
Assumir riscos
Insatisfação com o 
trabalho
Ser demitido
Educação
Idade
Fatores
Sociológicos
Networking
Equipes
Influência dos pais
Família
modelos (pessoas)
de sucesso
Fatores Pessoais
Empreendedor
Líder
Gerente
Visão
Fatores
Organizacionais
Equipe
Estratégia
Estrutura
Cultura
Produtos
Ambiente
Oportunidade
Criatividade
Modelos (pessoas)
de sucesso
Ambiente
Competição
Recursos
Incubadoras
Políticas públicas
Ambiente
Competidores
Clientes
Fornecedores
Investidores
Bancos
Advogados
Recursos
Políticas públicas
Figura 2: Fatores que influenciam no processo empreendedor
Fonte: adaptado de Moore (1986, apud DORNELAS, 2005).
Para o autor, o processo de empreendedor se dá em quatro fases, conforme a figura 3: 
1.	 Identificar	e	avaliar	a	oportunidade:	é	a	parte	mais	difícil,	 pois	 compreende	o	 talento,	o	
conhecimento, a percepção e o feeling do empreendedor para visualizar a oportunidade na 
hora certa.
2. Desenvolver o plano de negócios: essa é a fase mais trabalhosa para os empreendedores 
de primeira viagem. Consiste na elaboração de um documento que sintetiza a essência do 
negócio, sua estratégia, seu mercado e competidores, forma de gerar receitas e crescer e 
outros aspectos que serão tratados na unidade IV.
49EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
3. Determinar e captar os recursos necessários para o negócio: a determinação dos recursos 
necessários para o negócio é fruto do plano de negócios. A captação dos recursos pode 
ser	feita	de	várias	formas:	recursos	próprios,	fi	nanciamento	de	familiares	e	amigos,	buscar	
recursos	no	mercado	fi	nanceiro,	fi	nanciamentos	subsidiados	pelo	poder	público,	por	meio	
dos investidores anjos entre outros.
4. Gerenciar a empresa criada: na hora de colocar as ações planejadas em prática é que cos-
tumam surgir os problemas. Assim, é preciso adotar um estilo de gestão apropriado para 
cada situação, de maneira que melhor resolva os problemas de implementação e atender 
ao público-alvo do negócio.
Identificar e
avaliar a
oportunidade:
. criação e abrangência
da oportunidade;
. valores percebidos e
reais da oportunidade;
. riscos e retornos da
oportunidade;
. oportunidade versus
habilidades e metas
pessoais;
. situação dos
competidores.
Desenvolver o
plano de negócios:
1. sumário executivo;
2. o conceito do negócio;
3. equipe de gestão;
4. mercado e
competidores;
5. marketing e vendas;
6. estrutura e operação;
7. análise estratégica;
8. plano financeiro;
9. anexos.
Determinar e captar
os recursos
necessários:
-recursos pessoais;
-recursos de amigos
e parentes;
-angels;
-capitalistas de risco;
-bancos do
governo;
-incubadoras.
Gerenciar a
empresa criada:
-estilo de gestão;
-fatores críticos de
sucesso;
-identificar 
problemas atuais
e potenciais;
-implementar um
sistema de controle;
-profissionalizar a
gestão;
-entrar em novos
mercados.
Figura 3: O processo empreendedor
Fonte: adaptado de Hisrich (1998, apud DORNELAS, 2005)
O PROCESSO EMPREENDEDOR
Disponível em: <www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-processo-empreendedor/54089>. 
Acesso em: 23 abr. 2012.
50 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
GERAÇÃO DE IDEIA E IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES
As novas empresas costumam ser baseadas em uma ideia de negócio, que normalmente 
surgem em função de uma oportunidade de mercado. Assim, podemos dizer que as novas 
empresas são frutos de pessoas com iniciativas empreendedoras que se dispõem a correr o 
risco de implementar uma ideia, baseada na percepção de uma oportunidade (FERREIRA et 
al. 2010).
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Fo
nt
e:
 S
HU
TT
ER
ST
OC
K.
CO
M
51EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
IDEIAS SIMPLES QUE VIRAM NEGÓCIOS
Aproveitando oportunidades
Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=U8mjjOqG2VA>. Acesso em: 23 abr. 2012.
Uma oportunidade caracteriza-se por um conjunto de circunstâncias favoráveis, que cria o 
desejo de um novo produto ou serviço. Segundo Ferreira et al. (2010), uma boa oportunidade 
deve conter quatro qualidades essenciais:
•	 Ser	atrativa.
•	 Durável.
•	 Estar	disponível	no	momento	e	local	certos.
•	 Poder	ser	transformada	em	um	produto	ou	serviço	que	agregue	valor	ao	cliente.
Por outro lado, segundo os autores, uma ideia está associada à criatividade e pode ser definida 
como um pensamento ou noção, que podem ter ou não as qualidades de uma oportunidade.
As ideias nem sempre podem ser implementadas, por isso as boas ideias não são sinônimo 
de sucesso. O que garante sua possibilidade de implementação é uma oportunidade, também 
chamada de uma janela estratégica de mercado, cujo desejo do consumidor pode ser traduzido 
em um produto ou serviço.
Os empreendedores precisam estar atentos ao ambiente externo da organização, a fim de 
identificar as oportunidades presentes. Para tanto, precisam sempre observar as tendências 
de mercado.
52 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
A partir da identificação das oportunidades, o empreendedor também precisa estimular a 
criação de novas ideias, cujo processo, na maioria das vezes, acontece coletivamente e de 
forma criativa.
Para Ferreira et al. (2010), criatividade é ter a capacidade de olhar para as mesmas coisas de 
maneira diferente, por outro ângulo.
Fo
nt
e:
 S
HU
TT
ER
ST
OC
K.
CO
M
Fo
nt
e:
 S
HU
TT
ER
ST
OC
K.
CO
M
53EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
DICAS PARA TER BOAS IDEIAS
Livro: De onde vem as boas ideias
Steve Johnson
Disponível em: <www.tv.sebrae.com.br/home/sebraenacional/category/83>.Acesso em: 23 abr. 2012.
O fomento de novas ideias acontece por meio do estímulo à criatividade da sua equipe de 
trabalho. Muitos empreendedores já promovem ou incentivam a participação em cursos de 
outros idiomas, de pintura e artes, de gincanas e atividades recreativas, a fim de estimular o 
hemisfério cerebral direito, que é responsável pela criatividade. Com as atividades rotineiras 
estabilizadas, tendemos a usar apenas o hemisfério esquerdo do cérebro e acabamos por 
boicotar nossa criatividade.
Para Ferreira et al. (2010), o processo de geração de novas ideias pode ser explorado por meio 
das seguintes fontes:
•	 Identifi	cação	de	necessidades:	a	razão	de	existir	de	um	negócio	é	o	atendimento	das	ne-
cessidades do consumidor, assim é preciso buscar uma necessidade ainda não atendida.
•	 Observação	das	defi	ciências:	procurar	produtos	ou	serviços	que	precisem	de	melhorias.
•	 Observação	das	tendências:	procurar	as	tendências	locais,	regionais,	nacionais	e	mundiais	
de mercado para aproveitar oportunidades emergentes.
•	 Derivação	da	ocupação	atual:	ter	ideias	de	inovações	para	empreender	no	ramo	em	que	já	
atua como empregado.
•	 Procura	por	novas	aplicações:	buscar	novos	usos	para	bens	já	existentes.
54 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
•	 Hobbies: buscar oportunidades de atender a necessidades ainda não satisfeitas em ativi-
dades de lazer, esporte e entretenimento.
•	 Imitação	do	sucesso	do	outro	(benchmarking): copiar estratégias de sucessos em outras 
organizações, do mesmo ramo ou não, adaptando-as a sua realidade.
•	 Os	canais	de	distribuição:	são	fontes	de	ideias	pois	conhecem	bem	o	mercado.
•	 Adaptação	a	respostas	de	regulamentações	governamentais,	por	meio	da	invenção	de	um	
novo produto, serviço ou processo.
•	 Pesquisa	e	Desenvolvimento:	 realizadas	pelo	próprio	empreendedor	para	desenvolver	e	
ampliar seu negócio.
O PROCESSO DE INOVAÇÃO
O CASO PRILLAV
Disponível em: <www.tv.sebrae.com.br/home/sebraenacional/category/83>
Ferreira et al. (2010) sugerem os seguintes métodos de geração de novas ideias:
•	 O	Brainstorming	 –	 uma	 tempestade	 de	 ideias	 em	que	 um	grande	 número	 de	 profi	ssio-
nais sugerem soluções a um problema previamente estabelecido. Em geral, uma sessão 
de brainstorming é organizada em círculo de maneira a permitir que todos participem um 
após o outro, com total liberdade e criatividade de pensamento, sem o julgamento uns dos 
outros.	Ao	fi	nal,	espera-se	que	as	 ideias	possam	ser	 lapidadas	a	fi	m	de	criar	 inovações	
consistentes e possíveis de implementação.
•	 Os	grupos	de	discussões	(focus group): elaboração de grupos de discussão sobre as pro-
priedades	de	um	produto	ou	serviço,	a	fi	m	de	buscar	possibilidades	de	melhorias	e	 ino-
vações deste. Essa técnica busca captar a percepção das pessoas sobre o produto ou 
serviço.
55EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
•	 Os	questionários	(surveys): os questionários permitem a avaliação direta de um produto ou 
serviço, sendo utilizados para obter respostas direcionadas. Precisam ser bem elaborados 
de maneira a obter as informações realmente necessárias, e a seleção da amostra da 
população a respondê-los precisa realmente representar o público-alvo.
•	 Observação	 direta:	 observando	 diretamente	 a	 utilização	 do	 produto	 ou	 serviço,	 permite	
levantar informações importantes sobre possibilidades de inovações e melhorias.
•	 Análise	de	inventário	de	problemas:	é	um	processo	de	discussão	parecido	com	os	grupos	
de discussão, com a diferença de que os participantes recebem uma folha com uma lista 
de problemas que precisam de solução.
•	 Método	check list: elabora-se um conjunto de questões que se precisa resolver para discu-
tir em grupo um determinado assunto.
•	 Método	de	livre	associação:	escrever	ideias	relacionadas	com	o	problema,	sucessivamen-
te, complementando umas as outras.
•	 Método	 de	 associações	 coletivas:	 com	 um	 bloco	 de	 notas	 cada	 participante	 pensa	 em	
possíveis soluções para a utilização do bem ou serviço em seu dia a dia.
Após o processo de geração de ideias, é preciso avaliá-las, identificando aquelas que possuem 
melhor viabilidade de implementação e, em seguida, desenvolver um plano de execução 
da mesma. Também é importante se preocupar com uma forma de proteção das ideias já 
elaboradas por meio de registros e patentes.
56 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
A FORMAÇÃO DO EMPREENDEDOR
Em função das oportunidades de mercado e dos benefícios socioeconômicos gerados 
pelos empreendedores, surge também a necessidade de aprofundar estudos sobre o 
empreendedorismo, a fim de elaborar sistemas de transferência de conhecimento que nos 
fazem entrar na era da sociedade do aprendizado (FILION, 2012). Por isso, muitos cursos de 
graduação e pós-graduação têm implementado a disciplina de empreendedorismo em suas 
matrizes curriculares, além de que, o SEBRAE também vem fazendo um trabalho técnico 
muito importante nesse sentido de formação empreendedora.
Durante muito tempo se acreditou que os empreendedores eram natos e, portanto, já 
nasciam com essa característica. Atualmente, muitas discussões existem sobre o ensino do 
empreendedorismo, inclusive atreladas aos cursos de formação de empreendedores. Muita 
Fo
nt
e:
 S
HU
TT
ER
ST
OC
K.
CO
M
57EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
coisa ainda está em fase de construção e desenvolvimento e nunca chegará a um modelo pré-
produzido, pois cada realidade é única, mas uma afirmação pode ser feita: o empreendedorismo 
pode sim ser aprendido.
Aprender a ser empreendedor está ligado a desenvolver as competências específicas a cada 
ramo de atuação, pois os conhecimentos, habilidades e atitudes necessários a cada negócio 
dependem de sua realidade. No entanto, segundo Dornelas (2012), existem alguns aspectos 
que devem ser focados, como:
•	 Identificação	e	análise	de	oportunidades.
•	 Estudo	do	processo	de	produção	de	inovações.
•	 Estímulo	de	uma	cultura	criativa.
•	 Estudo	do	processo	empreendedor.
•	 Elaboração	e	aplicação	de	um	plano	de	negócios.
•	 Identificação	de	fontes	de	financiamento.
•	 Capacidade	de	gerenciamento	organizacional.
Ainda segundo o autor, existem algumas habilidades que são requeridas ao empreendedor e 
que merecem ser trabalhadas para sua formação. Elas são divididas em técnicas, gerenciais 
e características pessoais.
As habilidades técnicas se referem a: saber escrever, saber ouvir pessoas e captar informações, 
ser bom orador, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe e possuir conhecimento 
técnico da área de atuação.
Quanto às habilidades gerenciais envolvem as áreas de criação, de desenvolvimento e de 
gerenciamento de uma organização, como: marketing, finanças, produção, tomada de decisão, 
controle e negociação.
58 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
Já em relação às características pessoais, cabe a cada empreendedor conhecer suas principais 
potencialidades, bem como suas principais limitações para então reforçar os aspectos em que 
é melhor, e ainda buscar minimizar as limitações possíveis de mudanças.
De qualquer forma, a formação empreendedora contribui para o sucesso dos negócios que 
já existem ou que ainda estão em fase de implementação. A profissionalização de cada um 
deles, bem como os benefícios que eles trazem à sociedade dependem de empreendedores 
bem preparados para isso.
Busca do Sucesso: <http://www.youtube.com/watch?v=gg5JJ1sJo-4&feature=related>.
Perfi		empreendedor:	<http://www.youtube.com/watch?v=QeSTz-qD4w8>.
Perfi	l	empreendedor:	<http://www.youtube.com/watch?v=Xbdu3ndzm2A&feature=related>.
Espírito Empreendedor: <http://www.youtube.com/watch?v=OsKOBuMk0m0&feature=related>.
59EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para concluir este estudo, vamos relembrar os principais aspectos

Outros materiais

Outros materiais