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EMPREENDEDORISMO Professora Me. Bianca Burdini Mazzei Professor Esp. Paulo Pardo GRADUAÇÃO CIÊNCIAS CONTÁBEIS MARINGÁ-PR 2012 Reitor: Wilson de Matos Silva Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos Silva Coordenação Pedagógica: Gislene Miotto Catolino Raymundo Coordenação de Marketing: Bruno Jorge Coordenação Comercial: Helder Machado Coordenação de Tecnologia: Fabrício Ricardo Lazilha Coordenação de Curso: José Renato de Paula Lamberti Supervisora do Núcleo de Produção de Materiais: Nalva Aparecida da Rosa Moura Capa e Editoração: Daniel Fuverki Hey, Fernando Henrique Mendes, Luiz Fernando Rokubuiti e Thayla Daiany Guimarães Cripaldi Supervisão de Materiais: Nádila de Almeida Toledo Revisão Textual e Normas: Cristiane de Oliveira Alves, Gabriela Fonseca Tofanelo, Janaína Bicudo Kikuchi, Jaquelina Kutsunugi e Maria Fernanda Canova Vasconcelos CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a distância: C397 Empreendedorismo / Bianca Burdini Mazzei, Paulo Pardo. Maringá - PR, 2012. 166 p. “Graduação em Ciências Contábeis - EaD”. 1. Empreendedorismo. 2. Inovações 3.Franchising. 4.EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658.421 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMAR “As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites PHOTOS.COM e SHUTTERSTOCK.COM”. Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br NEAD - Núcleo de Educação a Distância - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 - ead@cesumar.br - www.ead.cesumar.br EMPREENDEDORISMO Professora Me. Bianca Burdini Mazzei Professor Esp. Paulo Pardo 5EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância APRESENTAÇÃO DO REITOR Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará grande diferença no futuro. Com essa visão, o Cesumar – Centro Universitário de Maringá – assume o compromisso de democratizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa- extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consciência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem- estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a educação continuada. Professor Wilson de Matos Silva Reitor 6 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Caro aluno, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 25). Tenho a certeza de que no Núcleo de Educação a Distância do Cesumar, você terá à sua disposição todas as condições para se fazer um competente profissional e, assim, colaborar efetivamente para o desenvolvimento da realidade social em que está inserido. Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o seu processo de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação, determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que, independente da distância geográfica que você esteja, possamos interagir e, assim, fazer-se presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento. Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente, você construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada especialmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA – no qual disponibilizamos, além do material produzido em linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de estudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para a sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu processo de formação, têm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competências necessárias para que você se aproprie do conhecimento de forma colaborativa. Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos fóruns, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os desafios na construção de conhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe estendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencie a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de uma comunidade mais universal e igualitária. Um grande abraço e ótimos momentos de construção de aprendizagem! Professora Gislene Miotto Catolino Raymundo Coordenadora Pedagógica do NEAD- CESUMAR 7EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância APRESENTAÇÃO Livro: EMPREENDEDORISMO Professora Me. Bianca Burdini Mazzei Professor Esp. Paulo Pardo Caro acadêmico, é com muito prazer que apresentamos a você o livro que fará parte da disciplina empreendedorismo. Nós o preparamos com empenho e carinho para que você adquira conhecimentos sobre o Empreendedorismo em suas diversas formas e aplicações. Sou a professora Bianca Burdini Mazzei1, sou graduada e mestre em Administração, professora e pesquisadora dessa área, e confesso que sou apaixonada pelo tema e muito interessada em contribuir para a formação empreendedora de cada um dos nossos alunos. Sou o Professor Paulo Pardo2, professor e pesquisador na área de Organizações e Sustentabilidade, temas que estão totalmente alinhados ao Empreendedorismo, afinal, ao pensar em organizações, devemos pensar em como elas terão condições de se autossustentar nos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Juntos, poderemos construir o conhecimento necessário para sua formação empreendedora. O objetivo, ao escrever esse livro, não foi apresentar um modelo pronto de empreendedor, até porque, estando no campo das ciências sociais aplicadas, não existe uma certeza matemática que permita emitir receitas de sucesso. O que pretendemos aqui é discutir o tema de maneira a possibilitar análises, reflexões e sínteses, contribuindo para a formação empreendedora. Não sabemos se é possível ensinar empreendedorismo, mas sabemos que é possível aprender empreendedorismo, por isso nosso papel nesse processo de formação é fornecersubsídios para essa aprendizagem. Para tanto, será necessário também, muito empenho de sua parte para a realização desse intenso trabalho. No decorrer de suas leituras, procure interagir com os textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, anotar suas dúvidas, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois com certeza não será possível 1 Mestre em Administração, área de concentração em Gestão de Negócios pela Universidade Estadual de Londrina – UEL. Pesquisadora na área de Economia Solidária. 2 MBA em Gestão Empresarial para Universidade Estadual de Maringá – UEM, extensionista em MBA em Finanças pela UFRGS, mestrando em Administração, área de concentração em Gestão e Sustentabilidade pela Universidade Estadual de Londrina – UEL. 8 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância esgotá-lo em apenas um livro. Na unidade I, começamos a introduzir o assunto empreendedorismo, e por isso apresentamos algumas definições bem como uma contextualização histórica do termo. Pudemos perceber que o empreendedorismo estava, inicialmente, associado à compra e venda de mercadorias e ao fato de assumir os riscos dessa transação, por isso o conceito aparecia diretamente relacionado ao capitalismo. Atualmente, houve uma evolução na conceituação do termo e, apesar das diferentes definições encontradas, todas estão associadas à assunção dos riscos de implementação do negócio, mas de forma planejada, e ainda o conceito passou a incorporar os negócios sociais, não se limitando apenas ao capitalismo. Com essa unidade também é possível conhecer os tipos de empreendedorismo, incluindo o sistema de franchising, uma importante opção para quem quer um pouco mais de segurança no negócio iniciado, ou ainda não conhece tão bem assim o ramo pretendido. Fazemos também uma breve explanação sobre os tipos de empreendedorismo e sua importância socioeconômica. Na unidade II, é possível conhecer as principais características e habilidades que compõem o perfil empreendedor. A partir da identificação dessas especificidades do empreendedor, torna-se possível buscar melhor formação na área e assim preparar-se para profissionalizar o processo empreendedor, oferecendo maiores chances de sucesso. Outro assunto abordado nessa unidade foi o empreendedorismo como um processo que começa com o reconhecimento e identificação das oportunidades de mercado, passa pela conversação dessa oportunidade em produtos ou serviços a serem ofertados (negócios), e vai até a necessidade de gerir o negócio implementado. Na unidade III, tratamos sobre a possibilidade de um empreendedor não abrir seu próprio negócio, mas atuar dentro de organizações empreendedoras. É o chamado intraempreendedorismo ou empreendedorismo corporativo. A partir da análise dos autores que discorrem sobre o tema, é possível compreender a importância de aproveitar os funcionários com características empreendedoras no processo de inovação, tanto de produtos e serviços como de processos, possibilitando a construção de uma vantagem competitiva. E ainda, verifica-se a possibilidade de estimular a formação 9EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância empreendedora dentro das organizações com essa visão. Outro aspecto importante levantado com o estudo do intraempreendedorismo é o domínio empreendedor, que auxilia muito quanto a estratégias arrojadas, assunção de riscos e o reconhecimento de oportunidades para a organização. Para tanto, é preciso construir um processo de gestão empreendedora que valorize e estimule o intraempreendedorismo por meio do gerenciamento da cultura empreendedora e do marketing empreendedor. Na unidade IV, são apresentadas as bases para a elaboração de um plano de negócios. Considerando que é no planejamento que se sustentam as histórias de maiores sucessos de empreendedorismo, é por meio do plano de negócios que se verifica a viabilidade do empreendimento, contribuindo também para a análise dos riscos assumidos pelo empreendedor. Nessa unidade, é possível identificar cada uma das partes que compõem um plano de negócio, bem como a dinâmica de sua elaboração. Também é possível compreender a importância do plano de negócios para oferecer credibilidade ao empreendimento, facilitando desde a busca por financiamento, até a busca por parcerias interessantes. Na unidade V, elaboramos um texto com o objetivo de evidenciar as práticas empreendedoras, por isso as estratégias empreendedoras foram discutidas a partir dos casos práticos apresentados. Assim, nessa unidade é possível compreender o conceito e o contexto de uma gestão estratégica, para então conhecer alguns casos de estratégias empreendedoras bem-sucedidas e também de fracasso. O que possibilita uma reflexão sobre as principais causas de fracasso e de sucesso nos empreendimentos. Dessa forma, buscamos passar pelos principais aspectos que compõem o empreendedorismo, oferecendo uma visão abrangente quanto ao todo e específica quanto às especificidades de cada situação. Isso tudo com o intuito de fornecer informações que funcionam como suporte na formação empreendedora de nossos alunos. Esperamos assim, contribuir para possibilitar a transformação das ideias geradas durante a vida acadêmica, pessoal e profissional em oportunidades de sucesso e realização, como verdadeiros empreendedores que vamos nos tornando a cada dia mais. Bom estudo a todos! SUMÁRIO UNIDADE I INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO DEFINIÇÃO E HISTÓRIA DO EMPREENDEDORISMO 15 TIPOS DE EMPREENDEDORISMO 23 FRANCHISING COMO FORMA DE EMPREENDEDORISMO 25 O PAPEL SOCIAL E ECONÔMICO DO EMPREENDEDORISMO 29 UNIDADE II O EMPREENDEDOR CARACTERÍSTICAS E PERFIL DO EMPREENDEDOR 35 MITOS SOBRE O EMPREENDEDORISMO 44 O PROCESSO EMPREENDEDOR 46 GERAÇÃO DE IDEIA E IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES 50 A FORMAÇÃO DO EMPREENDEDOR 56 UNIDADE III INTRAEMPREENDEDORISMO E GESTÃO EMPREENDEDORA INTRAEMPREENDEDORISMO 63 CULTURA ORGANIZACIONAL 68 GESTÃO EMPREENDEDORA 72 MARKETING EMPREENDEDOR 76 UNIDADE IV AS BASES PARA O PLANO DE NEGÓCIOS O PLANO DE NEGÓCIOS – SUA IMPORTÂNCIA PARA O EMPREENDIMENTO 84 PLANO DE NEGÓCIOS – PRINCIPAIS INTERESSADOS 88 ELABORANDO UM PLANO DE NEGÓCIOS 90 PLANO DE NEGÓCIOS – INFORMAÇÕES IMPORTANTES 101 MODELO DO PLANO DE NEGÓCIOS 102 UNIDADE V EMPREENDEDORISMO – ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS ESTRATÉGIA – ENTENDENDO O CONCEITO 138 ESTRATÉGIA COMO PRÁTICA – A REALIDADE NOS EMPREENDIMENTOS: CASOS DE ESTRATÉGIA E PRÁTICA DE EMPREENDEDORISMO 142 CONCLUSÃO 160 REFERÊNCIAS 164 UNIDADE I INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Professora Me. Bianca Burdini Mazzei Objetivos de Aprendizagem • Conceituar e contextualizar o empreendedorismo. • Compreender os tipos de empreendedorismo. • Conhecer o Franchising como forma de empreender. • Estabelecer a importância socioeconômica do empreendedorismo. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Definição e história do empreendedorismo • Tipos de empreendedorismo • Franchising como forma de empreendedorismo • O papel social e econômico do empreendedorismo 15EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância INTRODUÇÃO Caro aluno, nesta unidade você conhecerá a história do empreendedorismo, dede sua visão essencialmente capitalista do início da abertura das rotas comerciais para o Extremo Oriente, até sua visão social de organizações que possuem como competência essencial o serviço para a sociedade. Isso permitirá conhecer algumas das diferentes formas de empreender, bem como o sistema de franquias como uma alternativa de empreendedorismo. Em seguida, apresentarei uma discussão sobre a importância econômica e social do empreendedorismo na geração de trabalho e renda, e na promoção do desenvolvimento em suas esferas:local, regional, nacional e mundial. Essa importância é percebida pelos poderes públicos, que por sua vez vêm incentivando as práticas empreendedoras por meio de programas de formação e financiamento. Além das instituições de ensino que vêm incorporando disciplinas na maioria dos seus cursos oferecidos, sejam do ensino superior ou não. Para finalizar, deixo uma pequena reflexão sobre o verdadeiro papel dos empreendedores nesse contexto socioeconômico apresentado. DEFINIÇÃO E HISTÓRIA DO EMPREENDEDORISMO Desde o período da Revolução Industrial, a Administração vem se profissionalizando e ganhando corpo de conhecimentos por meio da Administração Científica, que se inicia com Taylor, Ford e Fayol e continua até o momento atual com os pensadores modernos. Essas transformações ocorridas nas organizações se dão em função da racionalização do trabalho e dos estudos científicos realizados, que vêm marcando cada fase, como mostra a Figura 1. 16 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 Movimento de racionalização do trabalho: foco na gerência administrativa. Movimento das relações humanas: foco nos processos. Movimento dos sistemas abertos: foco no planejamento estratégico. Movimento das contingências ambientais: foco na competitividade Não se tem um movimento predominante, mas há cada vez mais o foco no papel do empreendedor como gerador de riqueza para a sociedade. Obs.: Movimento: refere-se ao movimento que predominou no período. Foco: refere-se aos conceitos administrativos predominantes. Figura 1: Evolução histórica das teorias administrativas Fonte: adaptado de Escrivão Filho (1995, apud DORNELAS, 2005) Durante as últimas décadas, presenciou-se uma grande transformação socioeconômica. A economia globalizada, a instabilidade dos ambientes organizacionais e a competição capitalista ainda mais acirrada forçaram as organizações a se adequarem e a reduzirem suas estruturas. Consequentemente provocou-se um aumento do desemprego e, ao mesmo tempo, um aumento na oferta de serviços e terceirizações. É por isso que se vive um período em que a economia é marcada pela existência de inúmeras pequenas e médias empresas. Isso implica em um aumento do potencial empreendedor. 17EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Para Dornelas (2005), o momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão renovando conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e gerando riqueza para a sociedade. Apesar de sua longa história anterior, é nesse cenário que o empreendedorismo passa a se destacar e a ser tão necessário. Conforme Filion (2012), a tendência do empreendedorismo surgiu nos anos 70, porém vem se afirmando nas últimas duas décadas, e esse fenômeno vem se dando, no Brasil e no mundo, em função do aumento do número de pequenas empresas e de trabalhadores autônomos. Para o autor, o fenômeno empresarial mais marcante da última década é o crescimento do trabalho autônomo, que dos anos 1989 a 1998 aumentou em 74%. Fo nt e: S HU TT ER ST OC K. CO M 18 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Outro fator muito importante é a evolução da participação das mulheres, que dos anos 1976 a 1996 aumentou de 19,6% para 31,2% nessa categoria de trabalho. Várias são as definições existentes sobre empreendedorismo, no entanto retratarei algumas delas. Para Hisrich e Peters (2004, p. 26), na tradução literal da palavra francesa entrepreuneur, significa “aquele que está entre” ou “intermediário”. De acordo com Dornelas (2005, p. 29), “a palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo”. Para o autor, o primeiro exemplo de definição de empreendedorismo pode ser creditado a Marco Polo quando tentou estabelecer uma rota comercial no Oriente. Como empreendedor, ele assinava um contrato com um homem dono de um capital (capitalista) para vender as mercadorias deste. Na Idade Média, o termo era utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção, uma vez que assumia grandes riscos e apenas gerenciava o projeto, gerindo os recursos disponíveis geralmente provenientes do governo do país. No século XVII, o termo ficou ainda mais associado à questão de correr riscos, uma vez que o empreendedor era aquele que fazia negócios com preços pré-fixados com o governo, ficando assim responsável pelos lucros ou prejuízos resultados do processo. Somente no século XVIII é que se conseguiu dissociar o empreendedor (aquele que assume riscos) do capitalista (aquele que financia os experimentos necessários para se dar à industrialização) (DORNELAS, 2005). Como vemos no quadro 1. Shumpeter (1949, apud DORNELAS, 2005 p. 39) define o empreendedor como “aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. Esse conceito está diretamente ligado ao empreendedorismo interno às organizações. Para Robbins (2005, p.10), empreendedorismo é uma “característica que envolve iniciar um negócio, organizar os recursos necessários e assumir seus respectivos riscos e recompensas”. 19EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Quadro 1: Desenvolvimento da teoria do empreendedorismo e do termo empreendedor Origina-se do francês - significa aquele que está entre ou estar entre. Idade Média Século XVII Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o governo. 1725 Richard Cantillon - pessoa que assume riscos é diferente da que fornece o capital. 1803 Jean Baptiste Say - lucros do empreendedor separados do lucro do capital. 1876 Francis Walker - distinguiu entre os que forneciam fundos e aqueles que obtinham lucros com atividades administrativas. Joseph Schumpeter - o empreendedor é inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada. 1961 David McClelland - o empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados. 1964 Peter Drucker - o empreendedor maximiza oportunidades. Albert Shapero - o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e econômicos e aceita riscos de fracassos. 1980 Karl Vesper - o empreendedor é visto de modo diferente por economistas, psicólogos, negociantes e políticos. Gifford Pinchot - o intra-empreendedor é um empreendedor que atua dentro de uma organização já estabelecida. Robert Hisrich - o empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. 1985 1983 1934 1975 Richard Cantillon - pessoa que assume riscos é diferente da que fornece o capital. Fonte: Hisrich e Peters (2004, p. 27) De acordo com Shapero (1975, apud HISRISH; PETERS, 2004, p. 29), apesar das diferentes definições sobre o empreendedorismo, quase todas elas incluem: “(1) Tomar iniciativa; (2) 20 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Organizar e reorganizar mecanismos sociais e econômicos a fim de transformar recursos e situações para proveito prático; (3) Aceitar o risco ou o fracasso.” No Brasil, o movimento do empreendedorismo começou a tomar forma em 1990, quando foram criadas entidades como o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas), e a SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Softwares). Antes desse período não havia condições políticas e econômicas propícias ao empreendedor (DORNELAS, 2005). Segundo o mesmo autor, o Sebrae foi criado para dar suporte ao pequeno empresário quepretende abrir o seu negócio, bem como para oferecer consultorias para resolver pequenos problemas pontuais dos negócios já iniciados. A Softex foi criada com o intuito de levar as empresas de softwares do país ao mercado externo, oferecendo capacitação em gestão e tecnologia a esses empresários. EMPREENDEDORISMO NO BRASIL RELATÓRIO GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR - GEM 2010 Disponível em: <www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-pesquisas/temas-estrategicos/empreen- dedorismo/relatorio_executivo.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2012. As incubadoras de empresas e as universidades/cursos de Ciências da Computação e Informática também foram responsáveis pelo grande avanço do empreendedorismo no Brasil nesse período. Foi então que a sociedade brasileira começou a se despertar para realização de planos de negócios (até então não valorizado pelos pequenos empresários), a formação para o empreendedorismo e para programas públicos de incentivo. Para Dornelas (2005), 21EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância passados 15 anos desse início, o Brasil passou a ter um dos maiores programas de ensino de empreendedorismo de todo o mundo, comparável apenas aos Estados Unidos. Conforme o autor, segue um resumo das ações históricas desenvolvidas no Brasil que permitiram esse avanço no país: • 1990 – Criação de programas Softex e Genesis (Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços) que apoiavam atividades empreendedoras em softwares. O ensino da disciplina em universidades e a geração de novas empresas de softwares (start-ups). • 1999 a 2002 - O Programa Brasil Empreendedor do Governo Federal, dirigido a mais de 6 milhões de empreendedores, e destinando recursos financeiros e operações de créditos para estímulo ao empreendedorismo. • Programas do Sebrae: EMPRETEC e Jovem Empreendedor, voltados à capacitação do empreendedor. • Criação de vários cursos e programas universitários para o ensino do empreendedorismo. • 1999 a 2000 houve o movimento de criação das empresas ponto com do país que, apesar de ter sido pontual, trouxe grande contribuição para disseminação do empreendedorismo local. • Crescimento das incubadoras de empresas no país. Em 2004, a Anprotec (Associação Na- cional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologia Avançadas) já apon- tava a existência de 280 incubadoras, com mais de 1700 empresas incubadas, gerando mais 28 mil postos de trabalho. Apesar desse importante crescimento do empreendedorismo no Brasil, cabe ressaltar que, em sua maioria, ainda se estabelece o empreendedorismo por necessidade, característica própria dos países em desenvolvimento. Nesse tipo de empreendedorismo, os candidatos a empreendedores não possuem outra opção de trabalho e renda e acabam criando seus negócios de maneira informal com pouco planejamento, muitos fracassam muito rápido, não gerando o desenvolvimento esperado e contribuindo para o aumento das estatísticas de mortalidade dos negócios (DORNELAS, 2005). 22 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Conforme o mesmo autor, o interessante seria o estímulo ao empreendedorismo por oportunidade, quando os negócios são abertos em função de uma oportunidade de mercado. Assim, o empreendedor visionário sabe aonde quer chegar, possui um planejamento bem estabelecido do seu negócio e tem em mente a geração de lucros, empregos e riquezas, contribuindo para a promoção do desenvolvimento. Para isso, segundo Dornelas (2005), ainda faltam políticas públicas efetivas e duradouras, dirigidas a incentivar o empreendedorismo no país, oferecendo suporte às organizações não governamentais que já fazem a sua parte nesse processo. O EMPREENDEDORISMO COMO TEMA DE ESTUDOS SUPERIORES Louis Jacques Filion Palestra proferida no Seminário "A Universidade Formando Empreendedores" Escola de Altos Estudos Comerciais (H.E.C.) de Montreal Fonte: <www.sites.google.com/site/ingohermannsite/empreendedorismo/LouisJFilion.pdf>. 23EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância TIPOS DE EMPREENDEDORISMO O empreendedor não pode ser caracterizado como um tipo único, por isso não é possível rotulá- lo como um modelo ideal. Sabe-se que por ser um fenômeno social, o empreendedorismo também é passível de mudanças conforme o contexto social. Segundo Dornelas (2007), os empreendedores podem ser classificados quanto aos seguintes tipos: • O empreendedor nato (mitológico) – em sua maioria são imigrantes ou filhos destes, são visionários, 100% comprometidos com seu sonho, otimistas, normalmente começaram do nada e cedo adquiriram habilidade de negociação e venda. • O empreendedor que aprende (inesperado) - é uma pessoa que, quando menos esperava, a oportunidade bateu em sua porta, então, ele mudou sua vida e resolveu abrir seu próprio negócio. Normalmente demora para tomar a decisão de empreender e a se acostumar com ela. • O empreendedor serial (criar novos negócios) – é uma pessoa apaixonada por empre- ender, assim não consegue estar à frente de seu negócio até que se torne uma grande corporação, por isso está sempre interessado em novos negócios. Sua maior habilidade é de identificar oportunidades e não descansar enquanto não conseguir viabilizar sua imple- mentação. • O empreendedor corporativo – são geralmente grandes executivos, assumem riscos e pos- suem grande habilidade de comunicação e negociação, já que quase sempre não possuem 100% de autonomia para a ação. • O empreendedor social – tem como missão de vida a construção de um mundo melhor para as pessoas. É um empreendedor como os outros, com a diferença que não busca construir um patrimônio próprio, mas prefere compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento humano. • O empreendedor por necessidade – cria seu próprio negócio porque não tem outra alterna- tiva, está fora do mercado de trabalho e não resta outra opção a não ser trabalhar por conta própria. São vítimas do modelo capitalista atual e não tem acesso à formação, recursos e a 24 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância uma maneira estruturada de empreender, por isso normalmente trabalha na informalidade e de maneira pouco planejada, o que favorece o não sucesso do empreendimento. • O empreendedor por herdeiro (sucessão familiar) – herdam o negócio da família e normal- mente aprendem cedo a ter responsabilidades e como o negócio funciona. Atualmente a família tem se preocupado com a preparação do sucessor familiar e com a profissionaliza- ção da gestão. • O empreendedor “normal” (planejado) – esse é o empreendedor que faz a lição de casa buscando minimizar os riscos do negócio por meio do planejamento de suas ações. Como o planejamento tem sido um pré-requisito para os empreendedores com história de suces- so, acredita-se ser normal a sua utilização, embora não seja o caso da maioria. Hisrish e Peters (2004) ainda apresentam o tipo: • Intraempreendedor – que é o empreendedorismo dentro de uma estrutura organizacional. São indivíduos, em uma organização que acham que algo pode ser feito de modo diferente e melhor. Cabe às organizações criarem uma estrutura e um clima organizacional que explorem essas potencialidades. Outra importante forma de empreendedorismo que tem sido amplamente discutida no campo das pesquisas é o tipo relacionado ao gênero feminino. Estudos mostram que o crescimento do negócio não é um aspecto importante para determinação do sucesso de mulheres empreendedoras, mas a autorrealização é o fator subjetivo de destaque na definição do sucesso. Elas têm descoberto que a busca pelo equilíbrio entre os fatores pessoais, familiares e profissionais está em perceber que trabalho e família se ajudam mutuamente e não implica em um “fardo”. E ainda é possível identificar características de gestão feminina próprias, como: objetivos bem definidos e amplos; estruturas organizacionais simples e maisinformais; estratégias inovadoras no envolvimento coletivo; e liderança interativa e cooperativa (JONATHAN, 2003). Quando se trata de abrir um novo negócio, as inseguranças quanto ao domínio da tecnologia desse negócio podem ser um grande desafio ao empreendedor, por isso e outros aspectos a 25EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância franquia aparece como uma importante forma de empreendedorismo. FRANCHISING COMO FORMA DE EMPREENDEDORISMO O sistema de franquia tem sido uma importante alternativa ao empreendedorismo. Conforme Ferreira et al. (2010), franchising é uma palavra de origem francesa que significa: fran – concessão de um privilégio ou de uma autorização. Atualmente, franchising refere-se à filiação a uma empresa líder mediante um contrato de prestação de serviços. Ou ainda, caracteriza-se como um modo de organização em que uma empresa que já tem um produto/serviço bem estabelecido no mercado (franqueador) licencia sua marca, sua tecnologia e sua forma de fazer negócios a outras empresas ou indivíduos (franqueados), em troca de um direito de entrada e do recebimento de royalties. Para os autores, uma franquia, em geral, pode ser: • De produtos e marcas – o franqueador concede ao franqueado o direito/a obrigação de comprar os seus produtos e utilizar a sua marca. • De negócios - o franqueador proporciona ao franqueado a “fórmula” para fazer o negócio, além de formação, treinamento de colaboradores, publicidade e outras formas de assistên- cia técnica e de marketing. Como consiste em um contrato de prestação de serviços, o sistema de franquias estabelece obrigações tanto por parte do franqueado como do franqueador, conforme descrito no quadro 2. 26 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Quadro 2 – Obrigações do franqueado e do franqueador Obrigações do Franqueador Obrigações do Franqueado Testar o potencial de sucesso do negócio durante um período, de modo a mostrar que pode ser rentável imagem da marca. ● Apresentar um negócio baseado em um know-how distintivo com uma vantagem competitiva diante da concorrência. ● Transmitir o know-how aos franqueados por meio de manuais e programas de formação. ● Administrar o negócio no dia a dia, selecionar a equipe de colaboradores, tomar decisões, desenvolver ações de comunicação e publicidade. ● Realizar o investimento necessário.● Fazer os pagamentos acordados.● Cumprir as regras da rede sobre a forma de operação e garantir a uniformidade do serviço. ● Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al. 2010) PORTAL DO FRANCHISING A PLATAFORMA OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FRANCHISING NO BRASIL Disponível em: <www.portaldofranchising.com.br/site/content/home>. Acesso em: 20 abr. 2012. Esse formato de negociação também prevê algumas vantagens e desvantagens tanto para o franqueado como para o franqueador. As principais delas estão apresentadas nos quadros 3 e 4. 27EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Quadro 3 – Principais vantagens e desvantagens para o franqueador Vantagens Desvantagens Rapidez de expansão Perda parcial do controle sobre os atos dos franqueados. Redução de custo: centralização das compras e de distribuição. Potencial de criação de concorrente. Maior participação no mercado, dado o crescimento da rede. Insuficiência nos serviços de abastecimento e consultoria, dada uma expansão acelerada. Maior cobertura geográfica, com o atendimento a clientes e mercados antes não explorados. Seleção inadequada dos franqueados. Possibilidade de encontrar franqueados estimulados para maximizar as vendas e reduzir os custos, para aumentar o lucro. Potencial menor de lucro, em comparação com o crescimento interno por meio de filiais. Gerar rendimento dos royalties e das taxas de franquia sem investir em novas instalações. Potenciais atritos com os franqueados, em particular quando violam termos do contrato. Acesso a ideias e sugestões Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al. 2010) 28 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Quadro 4 – Principais vantagens e desvantagens para o franqueado Vantagens Desvantagens Maior probabilidade de sucesso: adota um produto/serviço conhecido e testado no mercado e com uma rede e marca bem- sucedidas. Controle sobre as operações: auditorias frequentes e controle das vendas e do cumprimento de procedimentos e normas. Apoio contínuo do franqueador: experiência de gestão, treino e consultoria. Autonomia e criatividade limitadas: implementar modelo existente. Potencial de maiores lucros: se beneficia de economias de escala e de marca reconhecida. Restrições no encerramento da atividade e na cessão/venda da propriedade. Proteção da concorrência de outros franqueados da mesma rede: direitos territoriais exclusivos. Custo do franchising pode ser mais elevado do que em um negócio independente. Permite aprender com as experiências de outros franqueados. Fraco desempenho de outros franqueados pode ter efeitos na reputação de toda a rede. Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al. 2010) Segundo Ferreira et al. (2010), o perfil do franqueado envolve os seguintes aspectos: • Aceitar que há um risco: a franquia não evita o risco, ainda que este possa ser menor do que em um negócio independente. • Capacidade de iniciativa: a franquia não é uma fórmula que funciona sozinha, uma vez que as decisões do dia a dia determinam o sucesso ou fracasso do franqueado. • Incentivar os colaboradores: cabe ao empreendedor estimular, liderar, criar ambiente de trabalho agradável. • Trabalhar com menos autonomia: característica mais marcante que diferencia o empreen- dedor independente do franqueado. Assim, as franquias têm sido utilizadas como importante forma de ampliação do negócio, uma vez que propicia uma grande rede de atuação, sem implicar na concentração de esfor- ços e de recursos para o empreendedor franqueador. E para o empreendedor franqueado tem possibilitado maior segurança e conhecimento acerca do negócio que se propõe a iniciar. 29EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância O PAPEL SOCIAL E ECONÔMICO DO EMPREENDEDORISMO O empreendedorismo tem aparecido como um importante fator promotor do desenvolvimento local. No entanto, é importante destacar a diferença entre os conceitos de crescimento econômico e desenvolvimento. O crescimento econômico se refere apenas a dados econômicos e quantitativos de uma determinada localidade. Assim, podem ser consideradas referências de crescimento econômico o aumento do PIB, a redução da inflação, a melhoria do poder aquisitivo da população, entre outros. Por outro lado, o conceito de desenvolvimento é mais amplo, pois envolve além do crescimento econômico, os aspectos sociais e ambientais. Dessa forma, só é possível falar em desenvolvimento quando há ganhos quantitativos e qualitativos como a qualidade de vida de uma população, a geração de trabalho e renda e os cuidados com o meio ambiente. Por isso, são muitos os benefícios gerados pelo empreendedorismo por meio da criação de novos negócios, como os apontados por Stoner e Freeman (1999) : • Contribui para o crescimento econômico. • Promove ganhos com a produtividade, utilizando melhor os recursos produtivos. • Realiza investimentos em pesquisas e desenvolvimento gerando novas tecnologias, produ- tos e serviços. Também é importante destacar que os estudos sobre a evolução do empreendedorismo mostram grandes possibilidades de se transformarem na mola propulsora da integração do desenvolvimento regional e mundial, como possível solução para os problemas econômicos, políticos e sociais (BARBOSA; BARBOSA, 2009).Para isso a gestão dos negócios criados precisam se pautar sob uma conduta ética que se 30 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância preocupa com seu entorno, formando redes e parcerias em prol das sociedades em que atuam as organizações criadas. Preocupando-se com todos os grupos que se relacionam e têm interesse no negócio em andamento (stakeholders). Para Mello Neto e Froes (2002), existe uma corrente que apresenta o empreendedorismo como estratégia de desenvolvimento local, pois tem as seguintes características: • O objetivo de difundir as políticas de desenvolvimento local por meio do empreendedoris- mo. • O foco no maior desenvolvimento econômico e social em nível local cujo lócus são as agências e fóruns de desenvolvimento local. Além disso, conforme discute Dornelas (2005), é preciso estimular o empreendedorismo por oportunidade, de maneira a planejar adequadamente a estrutura do negócio reduzindo a possibilidade de riscos e aumentando a possibilidade de sucesso de cada empreendimento. Assim, é possível gerar trabalho e renda e atuar por meio de uma conduta sustentavelmente comprometida. <http://www.josedornelas.com.br/artigos/video-inspirador-para-quem-pensa-em-empreender/> . <http://www.josedornelas.com.br/artigos/empreendedorismo-na-pratica-em-araxa/>. 31EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância <http://proxy.furb.br/ojs/index.php/rn/article/view/289/276>. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para concluir esse estudo, vamos relembrar os principais aspectos discutidos na unidade I. Começamos discutindo a definição conceitual do empreendedorismo, e apesar das diferentes definições dos autores abordados, pudemos perceber um núcleo comum que identifica no empreendedor as habilidades de iniciativa, de organização de mecanismo sociais e econômicos a fim de transformar recursos e situações, e a aceitação em correr os riscos próprios do negócio. Paralelo à elaboração do conceito, visualizamos a história do movimento empreendedor desde sua concepção na pessoa de Marco Polo na busca por novos mercados, até uma concepção mais social possível nos dias de hoje. Nesse contexto, também foi possível conhecer um pouco do empreendedorismo no Brasil, bem como das ações de maiores destaque nesse processo. Em seguida apresentamos as diferentes formas de empreender, culminando com a discussão sobre o sistema de franquias, em que é possível conseguir a concessão de um negócio já devidamente formatado e por isso com menores riscos. Para finalizar, concluímos a discussão com uma reflexão sobre a importância social e econômica do empreendedorismo e de seu papel ético, o qual se preocupa com o entorno dos empreendedores na condução dos seus negócios. Espero que com as discussões propostas nesta unidade, tenhamos colaborado com o seu conhecimento introdutório sobre o empreendedorismo. Muito sucesso!! 32 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância ATIVIDADES DE AUTOESTUDO I. Para Hisrich e Peters (2004, p. 26), na tradução literal, a palavra francesa entrepreuneur signifi ca “aquele que está entre” ou “intermediário”. A partir das demais defi nições apresen- tadas, elabore com suas palavras uma defi nição para o empreendedorismo. II. As franquias têm se apresentado como uma importante forma de empreendedorismo, uma vez que signifi cam uma redução nos riscos assumidos por parte daquele que resolve em- preender o negócio. Relacione os principais motivos pelos quais os riscos do empreende- dor podem ser diminuídos quando o novo negócio for uma franquia. III. Vários autores apontam o empreendedorismo como movimento propulsor do desenvol- vimento de uma nação. Elabore uma análise relacionando as principais contribuições do empreendedorismo quanto aos aspectos econômicos, sociais e ambientais do desenvolvi- mento. DORNELAS, José Carlos Assis. O empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreende- dor de sucesso. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. DORNELAS, J. C. A; TIMMONS, J; SPINELLI, S. Criação de novos negócios: empreendedorismo para o século XXI. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. UNIDADE II O EMPREENDEDOR Professora Me. Bianca Burdini Mazzei Objetivos de Aprendizagem • Identificar as principais características que compõem o perfil empreendedor. • Conhecer os mitos sobre o empreendedorismo. • Conhecer o Processo empreendedor. • Analisar o processo de geração de ideias e de identificação de oportunidades. • Discutir a formação do empreendedor. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Características e perfil empreendedor • Mitos sobre o empreendedorismo • O processo empreendedor • Geração de ideia e identificação de oportunidades • A formação do empreendedor 35EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância INTRODUÇÃO Caro aluno, nesta unidade você estudará a figura do empreendedor. Nela discuto as principais características que compõem o perfil empreendedor na visão dos autores estudados. Por meio dessa discussão conseguiremos entender o empreendedor como um ser integrador e realizador. Discutiremos ainda, alguns mitos que dificultam a atuação do empreendedor e, a partir disso, apresentar a realidade que contesta cada um deles, contribuindo mais uma vez para a profissionalização do processo empreendedor. Na discussão pelo processo empreendedor verificaremos que não basta ter ideias, é preciso reconhecer as oportunidades de mercado e então viabilizar sua implementação até a gestão final do seu negócio. Como a inovação é um aspecto implícito ao empreendedor, estudaremos um pouco o processo de geração de novas ideias e a identificação de oportunidades. Assim, poderemos entender que as ideias somente são válidas quando puderem atender uma oportunidade de mercado. Por fim, faremos uma reflexão sobre a necessidade de formação empreendedora, reforçando a necessidade da profissionalização para que os empreendimentos tenham sucesso e se mantenham no mercado. CARACTERÍSTICAS E PERFIL DO EMPREENDEDOR Pode ser denominado um empreendedor aquele que tem a capacidade de gerar uma boa ideia, aproveitando uma oportunidade de mercado, conseguindo os recursos necessários para sua implementação. Para tanto, é importante ao empreendedor possuir uma boa rede de contatos/relacionamento (networking), de maneira a formar boas parcerias e/ou redes a fim de viabilizar sua ideia. 36 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Por isso um comportamento ético é algo muito importante ao empreendedor. Agir preocupando- se com os demais envolvidos no processo e com a sociedade ao seu entorno promove um aspecto de credibilidade ao empreendedor que precisa das demais pessoas e grupos para implementar seu negócio e mantê-lo no mercado. Segundo Dolabela (1999, p.44), “o empreendedor é alguém capaz de desenvolver uma visão, mas não só. Deve persuadir terceiros, sócios, colaboradores, investidores, convencê-los de que sua visão poderá levar todos a uma situação confortável no futuro”. Para o autor, um dos principais atributos do empreendedor é a capacidade de identificar oportunidades, agarrando-as por meio da busca de recursos para transformá-las em negócios de sucesso. Por isso, é preciso muita energia, perseverança e uma dose de paixão para vencer os obstáculos e continuar em frente. Sabemos que os empreendedores possuem características de comportamento e habilidades comuns, por isso é comum que os autores classifiquem algumas características como pertinentes aos empreendedores. No entanto, é importante destacar que não existe um modelo pronto, de maneira que todo empreendedor tenha que, obrigatoriamente, ter todas as características classificadas como empreendedoras. Fo nt e: S HU TT ER ST OC K. CO M 37EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Quando nos referimos às ciências sociaisaplicadas, que é o grupo pertencente aos estudos sobre gestão e empreendedorismo, precisamos compreender que o contexto social não permite uma receita ou modelo pronto, na maioria das vezes. Por isso, precisamos reconhecer que essas características costumam ser identificadas em pessoas com perfil empreendedor, mas não implica que todos os empreendedores precisem possuir todas elas. Para Stoner e Freeman (1999, p. 119), algumas pesquisas têm mostrado que “fatores psicológicos e sociológicos, além de competências específicas, são características dos empreendedores”. Segundo Stoner e Freman (1999), uma pesquisa realizada por Begley e Boyd identificou cinco dimensões psicológicos dos empreendedores: • Necessidade de realização: os empreendedores possuem um estímulo social para se su- perar, que algumas vezes é reforçado por fatores culturais. • Localização do controle: é a ideia de estar no controle da própria vida. • Tolerância ao risco: os empreendedores que correm riscos moderados aparecem no topo das listas de sucesso, mais do que os que não correm risco ou correm riscos extravagan- tes. • Tolerância à ambiguidade: em função da busca por inovação, os empreendedores acabam vivendo determinadas situações pela primeira vez, e por isso enfrentam mais ambiguida- des. • Comportamento do tipo A: refere-se à tendência de fazer mais coisas em menos tempo e, se necessário, enfrente as objeções alheias. Ainda para os autores, é percebida nos empreendedores uma competência especial, que se trata de ter o desejo de iniciar um negócio aliado à habilidade ou experiência para competir com eficácia quando o negócio for iniciado. 38 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância TESTE SEU PERFIL EMPREENDEDOR Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas Disponível em: <www.sebrae.com.br/atendimento/teste-aqui-seu-perfi l-empreendedor>. Acesso em: 23 abr. 2012. Segundo Dornelas (2005), os empreendedores de sucesso costumam ser: • Visionários: possuem visão de futuro sobre seu negócio e sua vida, e habilidade para im- plementar sonhos. • Sabem tomar decisões: não se sentem inseguros ao tomar decisões, costumam tomar decisões mais acertadas e implementam rapidamente suas ações. • São indivíduos que fazem a diferença: conseguem transformar uma ideia abstrata em ne- gócio concreto, e ainda sabem agregar valor aos serviços e produtos que colocam no mercado. • Sabem explorar ao máximo as oportunidades: são curiosos e atentos às informações. Con- seguem estar atentos ao mercado, identifi cando janelas estratégicas de equilíbrio entre uma necessidade e uma oferta de bens e serviços. Sabem que as chances melhoram quando se detém conhecimento. • São determinados e dinâmicos: implementam suas ações com total comprometimento, su- perando os obstáculos encontrados. Costumam ser dinâmicos e mantêm uma certa incon- formidade com a vida. • São dedicados: são comprometidos com o seu negócio e encontram energia para continuar mesmo quando encontram problemas. 39EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância • São otimistas e apaixonados pelo que fazem: a paixão pelo que fazem é o combustível que os mantêm animados, determinados e os melhores vendedores dos seus produtos e serviços, pois os conhecem melhor do que ninguém. Costumam ser otimistas e possuem foco no sucesso. • São independentes e constroem o próprio destino: gostam de estar à frente das mudanças e de serem donos do próprio destino, por isso gostam de criar algo novo e de traçar os próprios caminhos. • Ficam ricos: esse não é o objetivo essencial, pois o dinheiro acaba por ser consequência do sucesso que fazem. • São líderes e formadores de equipes: normalmente possuem um bom senso de liderança e conseguem formar e conduzir bem equipes, pois sabem valorizar, estimular e recompensar seus colaboradores. Sabem que o sucesso depende da formação de uma boa equipe, por isso conseguem recrutar as melhores cabeça para assessorá-los. • São bem relacionados (networking): sabem construir uma rede de contatos no ambiente externo da organização, junto a clientes, fornecedores, entidades de classe e outros possí- veis parceiros. • São organizados: sabem alocar racionalmente seus recursos, buscando o melhor desem- penho do negócio. • Planejam, planejam e planejam: os empreendedores de sucesso costumam planejar suas ações sempre, desde os primeiros rascunhos do plano de negócios, que trataremos na unidade IV. • Possuem conhecimento: reconhecem que domínio sobre o ramo do negócio depende do conhecimento que detém sobre ele, por isso buscam informações por meio de experiências vividas, em publicações especializadas; em cursos entre outros. • Assumem riscos calculados: o empreendedor sabe avaliar os riscos do seu negócio, assu- mindo-os e gerenciando-os, avaliando suas reais chances de sucesso. • Criam valor para a sociedade: utilizam o capital intelectual para criar valor à sociedade por meio de geração de empregos, da contribuição para o crescimento econômico local e para a qualidade de vida da população. 40 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Já Ferreira et al. (2010) atribuem ao empreendedor as seguintes características: • Necessidade de ser independente e realizar: necessidade de ser o próprio patrão e atingir os objetivos planejados. • Assunção de riscos moderados: aceitam bem correr riscos (financeiros, emocionais ou sociais) não demasiadamente altos e nem desnecessários. • Autoconfiança: acreditam em si próprios e em sua capacidade de atingir os objetivos que se propõem. • Assunção de responsabilidades: aceitam assumir os riscos do sucesso e do insucesso dos seus negócios, não atribuindo culpas aos outros e aprendendo com os erros. • Capacidade de trabalho e energia: apresentam grande energia, vigor e persistência para o trabalho. Fo nt e: S HU TT ER ST OC K. CO M 41EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância • Competências em relações humanas: normalmente os empreendedores são indivíduos sociáveis e capazes de desenvolver relacionamentos, até com desconhecidos. • Criatividade e inovação: em geral os empreendedores são criativos e inovadores. Desen- volvem novas abordagens, produtos e processos. • Dedicação ao negócio: possuem paixão pelo negócio e trabalham arduamente por ele. • Persistência apesar do fracasso: mesmo no insucesso os empreendedores demonstram um bom nível de otimismo e sobreconfiança. • Inteligência na execução: habilidade de tornar a ideia em um negócio concreto. Já Dornelas (2005) diz que algumas características estão implícitas a qualquer definição de empreendedor. Como: • Ter iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz. • Transformar o ambiente, utilizando recursos disponíveis de forma criativa. • Aceitar correr riscos calculados. Observando ainda a definição de Hisrich e Peters (2004, p. 26), dizendo que empreendedor é um “indivíduo que se arrisca e dá início a algo novo”, pode-se perceber a clara ligação do conceito com duas características essenciais: • A postura de correr riscos, realizando planejamentos a partir de uma visão de futuro, a fim de que as oportunidades possam ser aproveitadas e os riscos possam ser calculados. • Iniciativa e criatividade para desenvolver um novo negócio. Apesar de algumas diferenças nas características empreendedoras apontadas pelos autores, de maneira geral verificamos grande semelhança de conceitos, o que demonstra mais uma vez que o empreendedor é um indivíduo com um perfil próprio e específico. Outro aspecto importante a ser retratado ao falarmos sobre o empreendedor são suas 42 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância motivações pessoais. Segundo Ferreira et al. (2010), a decisão de empreender normalmente surge de duas inspirações:• Mudança no estilo de vida atual – por situação de desemprego, aposentadoria, formação recente, descontentamento com relação ao empregador atual. • Como opção de carreira – preparam-se efetivamente para ser empreendedor. A partir dessas inspirações é que vai surgir o empreendedorismo por oportunidade (normal) ou por necessidade, já abordados na primeira unidade. Lembrando que, em ambos os casos, é necessário preparação para empreender, mas na ocasião do empreendedorismo por necessidade essa preparação é ainda mais importante para levar o negócio ao sucesso. Outro aspecto importante para o empreendedor é sua história. Para Ferreira et al. (2010), alguns aspectos da história do empreendedor parecem fazer grande diferença na decisão de empreender. São eles: • Ambiente familiar na infância: alguns estudos mostram que há maior propensão em ser um empreendedor se o pai ou outro familiar também o for. Isso porque além da fonte de inspiração, costuma haver maior incentivo de valores como independência, conquista e realização. • A educação: a formação é importante para ajudar o empreendedor a gerenciar os proble- mas que enfrentará e para adquirir conhecimentos específicos de sua área de atuação. • Os valores pessoais: indivíduos bem-sucedidos costumam ter valores como liderança, cria- tividade, sucesso, trabalho, ética, objetivos e outros. • A idade: apesar de haver algumas evidências de que os empreendedores iniciam seus negócios entre 22 e 45 anos, não há idade certa para isso. • A experiência profissional prévia: o histórico profissional tem demonstrado forte impacto positivo (quando há experiência profissional prévia sobre a área de atuação do negócio) e negativo (quando da ausência de conhecimentos prévios) sobre as carreiras empreende- doras. 43EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Nos séculos XVIII, XIX e XX o empreendedor foi confundido com os gerentes e administradores, o que ocorre até os dias atuais. No quadro 5 podemos ver algumas diferenças entre eles. Quadro 5 - O empreendedor versus o gestor Características Gestores Empreendedores Motivações primárias Promoção e outras recompensas corporativas tradicionais. Poder. Independência, oportunidade para criar algo novo e dinheiro. Decisões Usualmente concordam com as decisões tomadas pela alta gestão. Seguem os seus sonhos, tomando decisões. A quem servem Aos outros, seus superiores. A si próprios e aos seus clientes Atitude perante o risco Cautelosos e evitam decisões de risco. Assumem riscos calculados, investem muito e esperam ser bem-sucedidos. Falhas, erros Tentam evitar erros e surpresas. Adiam o reconhecimento do fracasso. Aprendem com os erros e as falhas. Fonte: Adaptado de Ferreira et al. (2010) No entanto, conforme Robbins (2005), nem todos os gerentes e administradores são empreendedores, uma vez que gerente tradicional é aquele que gerencia os recursos de produção, mas sem inovação, buscando uma estabilidade. Dessa forma, o autor ressalta a importância do gerente empreendedor, ou seja, uma pessoa confiante em sua capacidade, que aproveita oportunidades de inovação e que não só espera as surpresas, mas as capitaliza. Dornelas (2005) reforça essa ideia quando diz que o empreendedor é um administrador, mas diferente daqueles padrões tradicionais, pois é mais visionário. 44 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância MITOS SOBRE O EMPREENDEDORISMO Até pouco tempo atrás a definição do empreendedor era carregada de muitos mitos, trazendo alguns estigmas inadequados e até problemas para a implementação de carreiras empreendedoras de sucesso. Já há algum tempo que várias pesquisas vêm sendo realizadas acerca desse tema, desmitificando o processo e mostrando a realidade sobre o empreendedor. Para Dornelas (2005, p. 35), são três os principais mitos sobre os empreendedores: 1. “Empreendedores são natos, nascem para o sucesso”: embora alguns empreendedores nasça com um certo nível de inteligência, os empreendedores de sucesso se preparam para isso. Eles acumulam habilidades, experiências e contatos com o tempo. E a capaci- dade de ter visão e perseguir oportunidades pode ser desenvolvida e aprimorada como o tempo. 2. “Empreendedores são jogadores que assumem riscos muito altos”: os empreendedores de sucesso só assumem riscos calculados, evitam riscos desnecessários, compartilham os riscos e desmembram o risco em partes menores. O planejamento é um importante instrumento para lidar com o risco. 3. “Os empreendedores são ‘lobos solitários’ e não conseguem trabalhar em equipe”: normal- mente os empreendedores são ótimos líderes, criam equipes competentes e desenvolvem um excelente relacionamento interpessoal. Ferreira et al. (2010), além desses mitos sobre os empreendedores já descritos, apontam ainda outros, como: • Qualquer um pode iniciar um negócio: na realidade é preciso ter conhecimento sobre o negócio para que ele tenha chances de sucesso, apenas boa vontade não é suficiente. • Há a necessidade de protagonismo: o empreendedor de sucesso saber valorizar sua equi- pe, reconhecendo o trabalho de cada um. • Trabalham muito: o empreendedor normalmente dedica muita energia a realização do seu 45EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância negócio, mas isso não significa que ele não tenha tempo para a família, o lazer, a busca por formação, entre outras coisas. • Iniciam negócios de risco: os empreendedores de sucesso só iniciam negócios com riscos calculados, conhecem a viabilidade do negócio para fazer o investimento. • O empreendimento é apenas para os ricos: os empreendedores costumam ter boas ideias e viabilizar a sua implementação, para isso acabam por buscar várias formas de financia- mento. • Idade é uma barreira – os empreendedores são jovens e enérgicos: apesar de alguns estu- dos mostrarem uma tendência de faixa etária para início dos seus negócios, não há idade para ser empreendedor. • São motivados pelo dinheiro: outras motivações como realização pessoal, independência e liberdade também fazem parte do interesse do empreendedor. Muitas vezes a realização de um sonho pode ser a maior delas. • Procuram o poder e o controle sobre os outros: o empreendedor de sucesso tem se mos- trado um bom líder, que envolve sua equipe e não tem energia para gastar com disputa de poder e controle sobre os outros. • Se tiverem talento, o sucesso chega em um ou dois anos: não há medida de tempo para o sucesso. E ainda, não é apenas a falta de talento que faz um negócio não ter sucesso, contingências de mercado também podem provocar o insucesso de um negócio. • Qualquer pessoa com uma boa ideia pode enriquecer: apenas uma boa ideia não é sufi- ciente para o sucesso do negócio, pois também é preciso que haja uma oportunidade de mercado para que o negócio se institucionalize. • Tendo dinheiro é fácil falhar: o capital não é suficiente para suportar falhas contínuas em um negócio, por isso o planejamento, mais uma vez, aparece como ferramenta para evitar a falha. • Os empreendedores sofrem de estresse: o empreendedor precisa ter cautela e energia para fazer seu negócio dar certo, por isso, também precisa se reequilibrar com atividades de lazer e descanso. O estresse só atrapalha o negócio. 46 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância A partir das discussões apontadas pelos autores, é possível perceber que o empreendedor precisa se preparar para implementar seu negócio, por isso a importância do planejamento do processo de implementação do negócio, e da formação e profissionalização do empreendedor. O PROCESSO EMPREENDEDOR Dornelas (2012) diz que apesar do tema empreendedorismo ser tão amplo, ele apresenta os principais pontos que são requisitos para ser um empreendedor de sucesso, tanto como um trabalhador numa organização, comocriador do próprio negócio. Os passos são apresentados como: 1. Assumir riscos calculados: uma das primeiras qualidades do empreendedor é arriscar-se na busca de melhores caminhos, mas com moderação e equilíbrio, de maneira calculada. Fo nt e: S HU TT ER ST OC K. CO M 47EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância 2. Identificar oportunidades: ser curioso e atento a informações, buscar conhecimento e reunir condições para realizar um bom negócio. 3. Conhecimento, organização e independência: ter domínio sobre o negócio, manter a orga- nização e determinar seus próprios passos, aumentarão as chances de êxito. 4. Tomar decisões: o sucesso está muitas vezes ligado à capacidade de tomar decisões cor- retamente, por meio do levantamento de informações, análise da situação, avaliação de alternativas e escolha da mais adequada. 5. Liderança, dinamismo e otimismo: trabalhar em equipe, envolvendo e estimulando as pes- soas a participarem no processo de decisão, e buscando um espírito de equipe com entu- siasmo e otimismo. 6. Planejamento e plano de negócios: definir objetivos, orientar tarefas, combinar métodos e procedimentos, fazer contatos e desenvolver um detalhado plano de negócios, a fim de poder calcular seus riscos e chances de sucessos, transformando o sonho em realidade. 7. Tino empresarial: estar atento, despertar a intuição e ter sensibilidade para entender a situação real da organização e do ambiente em que ela está inserida, e das possíveis tendências em andamento. Para o autor, a decisão de empreender não pode acontecer por acaso, por isso precisa estar organizada em um processo que se inicia com um evento gerador que possibilita o início de um novo negócio. A figura 2 ilustra alguns fatores que influenciam cada fase do processo. 48 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Inovação Crescimento Implementação Evento Inicial Fatores Pessoais Realização pessoal Assumir riscos Valores pessoais Educação Experiência Fatores Pessoais Assumir riscos Insatisfação com o trabalho Ser demitido Educação Idade Fatores Sociológicos Networking Equipes Influência dos pais Família modelos (pessoas) de sucesso Fatores Pessoais Empreendedor Líder Gerente Visão Fatores Organizacionais Equipe Estratégia Estrutura Cultura Produtos Ambiente Oportunidade Criatividade Modelos (pessoas) de sucesso Ambiente Competição Recursos Incubadoras Políticas públicas Ambiente Competidores Clientes Fornecedores Investidores Bancos Advogados Recursos Políticas públicas Figura 2: Fatores que influenciam no processo empreendedor Fonte: adaptado de Moore (1986, apud DORNELAS, 2005). Para o autor, o processo de empreendedor se dá em quatro fases, conforme a figura 3: 1. Identificar e avaliar a oportunidade: é a parte mais difícil, pois compreende o talento, o conhecimento, a percepção e o feeling do empreendedor para visualizar a oportunidade na hora certa. 2. Desenvolver o plano de negócios: essa é a fase mais trabalhosa para os empreendedores de primeira viagem. Consiste na elaboração de um documento que sintetiza a essência do negócio, sua estratégia, seu mercado e competidores, forma de gerar receitas e crescer e outros aspectos que serão tratados na unidade IV. 49EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância 3. Determinar e captar os recursos necessários para o negócio: a determinação dos recursos necessários para o negócio é fruto do plano de negócios. A captação dos recursos pode ser feita de várias formas: recursos próprios, fi nanciamento de familiares e amigos, buscar recursos no mercado fi nanceiro, fi nanciamentos subsidiados pelo poder público, por meio dos investidores anjos entre outros. 4. Gerenciar a empresa criada: na hora de colocar as ações planejadas em prática é que cos- tumam surgir os problemas. Assim, é preciso adotar um estilo de gestão apropriado para cada situação, de maneira que melhor resolva os problemas de implementação e atender ao público-alvo do negócio. Identificar e avaliar a oportunidade: . criação e abrangência da oportunidade; . valores percebidos e reais da oportunidade; . riscos e retornos da oportunidade; . oportunidade versus habilidades e metas pessoais; . situação dos competidores. Desenvolver o plano de negócios: 1. sumário executivo; 2. o conceito do negócio; 3. equipe de gestão; 4. mercado e competidores; 5. marketing e vendas; 6. estrutura e operação; 7. análise estratégica; 8. plano financeiro; 9. anexos. Determinar e captar os recursos necessários: -recursos pessoais; -recursos de amigos e parentes; -angels; -capitalistas de risco; -bancos do governo; -incubadoras. Gerenciar a empresa criada: -estilo de gestão; -fatores críticos de sucesso; -identificar problemas atuais e potenciais; -implementar um sistema de controle; -profissionalizar a gestão; -entrar em novos mercados. Figura 3: O processo empreendedor Fonte: adaptado de Hisrich (1998, apud DORNELAS, 2005) O PROCESSO EMPREENDEDOR Disponível em: <www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-processo-empreendedor/54089>. Acesso em: 23 abr. 2012. 50 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância GERAÇÃO DE IDEIA E IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES As novas empresas costumam ser baseadas em uma ideia de negócio, que normalmente surgem em função de uma oportunidade de mercado. Assim, podemos dizer que as novas empresas são frutos de pessoas com iniciativas empreendedoras que se dispõem a correr o risco de implementar uma ideia, baseada na percepção de uma oportunidade (FERREIRA et al. 2010). Fonte: SHUTTERSTOCK.COM Fo nt e: S HU TT ER ST OC K. CO M 51EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância IDEIAS SIMPLES QUE VIRAM NEGÓCIOS Aproveitando oportunidades Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=U8mjjOqG2VA>. Acesso em: 23 abr. 2012. Uma oportunidade caracteriza-se por um conjunto de circunstâncias favoráveis, que cria o desejo de um novo produto ou serviço. Segundo Ferreira et al. (2010), uma boa oportunidade deve conter quatro qualidades essenciais: • Ser atrativa. • Durável. • Estar disponível no momento e local certos. • Poder ser transformada em um produto ou serviço que agregue valor ao cliente. Por outro lado, segundo os autores, uma ideia está associada à criatividade e pode ser definida como um pensamento ou noção, que podem ter ou não as qualidades de uma oportunidade. As ideias nem sempre podem ser implementadas, por isso as boas ideias não são sinônimo de sucesso. O que garante sua possibilidade de implementação é uma oportunidade, também chamada de uma janela estratégica de mercado, cujo desejo do consumidor pode ser traduzido em um produto ou serviço. Os empreendedores precisam estar atentos ao ambiente externo da organização, a fim de identificar as oportunidades presentes. Para tanto, precisam sempre observar as tendências de mercado. 52 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância A partir da identificação das oportunidades, o empreendedor também precisa estimular a criação de novas ideias, cujo processo, na maioria das vezes, acontece coletivamente e de forma criativa. Para Ferreira et al. (2010), criatividade é ter a capacidade de olhar para as mesmas coisas de maneira diferente, por outro ângulo. Fo nt e: S HU TT ER ST OC K. CO M Fo nt e: S HU TT ER ST OC K. CO M 53EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância DICAS PARA TER BOAS IDEIAS Livro: De onde vem as boas ideias Steve Johnson Disponível em: <www.tv.sebrae.com.br/home/sebraenacional/category/83>.Acesso em: 23 abr. 2012. O fomento de novas ideias acontece por meio do estímulo à criatividade da sua equipe de trabalho. Muitos empreendedores já promovem ou incentivam a participação em cursos de outros idiomas, de pintura e artes, de gincanas e atividades recreativas, a fim de estimular o hemisfério cerebral direito, que é responsável pela criatividade. Com as atividades rotineiras estabilizadas, tendemos a usar apenas o hemisfério esquerdo do cérebro e acabamos por boicotar nossa criatividade. Para Ferreira et al. (2010), o processo de geração de novas ideias pode ser explorado por meio das seguintes fontes: • Identifi cação de necessidades: a razão de existir de um negócio é o atendimento das ne- cessidades do consumidor, assim é preciso buscar uma necessidade ainda não atendida. • Observação das defi ciências: procurar produtos ou serviços que precisem de melhorias. • Observação das tendências: procurar as tendências locais, regionais, nacionais e mundiais de mercado para aproveitar oportunidades emergentes. • Derivação da ocupação atual: ter ideias de inovações para empreender no ramo em que já atua como empregado. • Procura por novas aplicações: buscar novos usos para bens já existentes. 54 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância • Hobbies: buscar oportunidades de atender a necessidades ainda não satisfeitas em ativi- dades de lazer, esporte e entretenimento. • Imitação do sucesso do outro (benchmarking): copiar estratégias de sucessos em outras organizações, do mesmo ramo ou não, adaptando-as a sua realidade. • Os canais de distribuição: são fontes de ideias pois conhecem bem o mercado. • Adaptação a respostas de regulamentações governamentais, por meio da invenção de um novo produto, serviço ou processo. • Pesquisa e Desenvolvimento: realizadas pelo próprio empreendedor para desenvolver e ampliar seu negócio. O PROCESSO DE INOVAÇÃO O CASO PRILLAV Disponível em: <www.tv.sebrae.com.br/home/sebraenacional/category/83> Ferreira et al. (2010) sugerem os seguintes métodos de geração de novas ideias: • O Brainstorming – uma tempestade de ideias em que um grande número de profi ssio- nais sugerem soluções a um problema previamente estabelecido. Em geral, uma sessão de brainstorming é organizada em círculo de maneira a permitir que todos participem um após o outro, com total liberdade e criatividade de pensamento, sem o julgamento uns dos outros. Ao fi nal, espera-se que as ideias possam ser lapidadas a fi m de criar inovações consistentes e possíveis de implementação. • Os grupos de discussões (focus group): elaboração de grupos de discussão sobre as pro- priedades de um produto ou serviço, a fi m de buscar possibilidades de melhorias e ino- vações deste. Essa técnica busca captar a percepção das pessoas sobre o produto ou serviço. 55EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância • Os questionários (surveys): os questionários permitem a avaliação direta de um produto ou serviço, sendo utilizados para obter respostas direcionadas. Precisam ser bem elaborados de maneira a obter as informações realmente necessárias, e a seleção da amostra da população a respondê-los precisa realmente representar o público-alvo. • Observação direta: observando diretamente a utilização do produto ou serviço, permite levantar informações importantes sobre possibilidades de inovações e melhorias. • Análise de inventário de problemas: é um processo de discussão parecido com os grupos de discussão, com a diferença de que os participantes recebem uma folha com uma lista de problemas que precisam de solução. • Método check list: elabora-se um conjunto de questões que se precisa resolver para discu- tir em grupo um determinado assunto. • Método de livre associação: escrever ideias relacionadas com o problema, sucessivamen- te, complementando umas as outras. • Método de associações coletivas: com um bloco de notas cada participante pensa em possíveis soluções para a utilização do bem ou serviço em seu dia a dia. Após o processo de geração de ideias, é preciso avaliá-las, identificando aquelas que possuem melhor viabilidade de implementação e, em seguida, desenvolver um plano de execução da mesma. Também é importante se preocupar com uma forma de proteção das ideias já elaboradas por meio de registros e patentes. 56 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância A FORMAÇÃO DO EMPREENDEDOR Em função das oportunidades de mercado e dos benefícios socioeconômicos gerados pelos empreendedores, surge também a necessidade de aprofundar estudos sobre o empreendedorismo, a fim de elaborar sistemas de transferência de conhecimento que nos fazem entrar na era da sociedade do aprendizado (FILION, 2012). Por isso, muitos cursos de graduação e pós-graduação têm implementado a disciplina de empreendedorismo em suas matrizes curriculares, além de que, o SEBRAE também vem fazendo um trabalho técnico muito importante nesse sentido de formação empreendedora. Durante muito tempo se acreditou que os empreendedores eram natos e, portanto, já nasciam com essa característica. Atualmente, muitas discussões existem sobre o ensino do empreendedorismo, inclusive atreladas aos cursos de formação de empreendedores. Muita Fo nt e: S HU TT ER ST OC K. CO M 57EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância coisa ainda está em fase de construção e desenvolvimento e nunca chegará a um modelo pré- produzido, pois cada realidade é única, mas uma afirmação pode ser feita: o empreendedorismo pode sim ser aprendido. Aprender a ser empreendedor está ligado a desenvolver as competências específicas a cada ramo de atuação, pois os conhecimentos, habilidades e atitudes necessários a cada negócio dependem de sua realidade. No entanto, segundo Dornelas (2012), existem alguns aspectos que devem ser focados, como: • Identificação e análise de oportunidades. • Estudo do processo de produção de inovações. • Estímulo de uma cultura criativa. • Estudo do processo empreendedor. • Elaboração e aplicação de um plano de negócios. • Identificação de fontes de financiamento. • Capacidade de gerenciamento organizacional. Ainda segundo o autor, existem algumas habilidades que são requeridas ao empreendedor e que merecem ser trabalhadas para sua formação. Elas são divididas em técnicas, gerenciais e características pessoais. As habilidades técnicas se referem a: saber escrever, saber ouvir pessoas e captar informações, ser bom orador, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe e possuir conhecimento técnico da área de atuação. Quanto às habilidades gerenciais envolvem as áreas de criação, de desenvolvimento e de gerenciamento de uma organização, como: marketing, finanças, produção, tomada de decisão, controle e negociação. 58 EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância Já em relação às características pessoais, cabe a cada empreendedor conhecer suas principais potencialidades, bem como suas principais limitações para então reforçar os aspectos em que é melhor, e ainda buscar minimizar as limitações possíveis de mudanças. De qualquer forma, a formação empreendedora contribui para o sucesso dos negócios que já existem ou que ainda estão em fase de implementação. A profissionalização de cada um deles, bem como os benefícios que eles trazem à sociedade dependem de empreendedores bem preparados para isso. Busca do Sucesso: <http://www.youtube.com/watch?v=gg5JJ1sJo-4&feature=related>. Perfi empreendedor: <http://www.youtube.com/watch?v=QeSTz-qD4w8>. Perfi l empreendedor: <http://www.youtube.com/watch?v=Xbdu3ndzm2A&feature=related>. Espírito Empreendedor: <http://www.youtube.com/watch?v=OsKOBuMk0m0&feature=related>. 59EMPREENDEDORISMO | Educação a Distância CONSIDERAÇÕES FINAIS Para concluir este estudo, vamos relembrar os principais aspectos
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