Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE TECNOLO´GICA FEDERAL DO PARANA´ DEPARTAMENTO DE MATEMA´TICA PROFa. RAQUEL POLIZELI APOSTILA DE GEOMETRIA ANALI´TICA Campo Moura˜o,2o semestre de 2013 1 Suma´rio 1 Vetores 1 1.1 Segmentos Orientados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.2 Vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 1.3 Adic¸a˜o de Vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.4 Produto por Escalares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1.5 Aˆngulo entre dois vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2 Sistemas de coordenadas: Vetores Bidimensionais e Tridimensionais 8 2.1 Vetores Bidimensionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 2.2 Vetores Tridimensionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 2.3 Ca´lculo da norma de um vetor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 2.4 Distaˆncia entre dois pontos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3 Produto de Vetores 15 3.1 Produto interno euclidiano ou produto escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 3.1.1 Produto interno em termos das Componentes . . . . . . . . . . . . . . . . 16 3.1.2 Propriedades do produto escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 3.1.3 Condic¸a˜o de ortogonalidade de dois vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 3.1.4 Estudo da Projec¸a˜o Ortogonal usando Produto Escalar . . . . . . . . . . . 18 3.2 Produto Vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3.2.1 Propriedades do Produto Vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 3.2.2 Interpretac¸a˜o geome´trica do mo´dulo do produto vetorial de dois Vetores . . 22 3.3 Produto Misto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 2 3.3.1 Propriedades do produto misto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 3.3.2 Interpretac¸a˜o geome´trica do mo´dulo do produto misto . . . . . . . . . . . 25 3.4 Exerc´ıcios de Fixac¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 3 Cap´ıtulo 1 Vetores Existem grandezas chamadas escalares, exemplos: a´rea, comprimento, massa, etc... que ficam completamente determinadas assim que for dada sua magnitude (um nu´mero e uma unidade correspondente. (Ex.: 10 Kg, 3 km2, 300 m3...) Outras grandezas f´ısicas no entanto requerem mais do que isso. Por exemplo, uma forc¸a ou a velocidade, para que fiquem bem definidas e´ necessa´rio especificar a direc¸a˜o, a intensidade e o sentido. Tais grandezas sa˜o chamadas vetoriais. Para entendermos melhor o conceito de grandesas vetoriais, precisamos primeiro estudar os segmentos Orientados. 1.1 Segmentos Orientados Dois pontos A e B do espac¸o determinam uma reta r. O conjunto dos pontos de r que esta˜o entre A e B e´ um segmento de reta (geome´trico) AB que podemos orientar considerando um dos pontos como origem e outro como extremidade final. Denotaremos por AB o segmento orientado de origem em A e extremidade em B. Figura 1.1: segmento AB Nota: 1) O segmento AA e´ chamado segmento nulo. Geome´tricamente e´ um ponto. 2) O segmentos AB e BA sa˜o diferentes. 1 Observac¸a˜o 1.1 a) Tamanho ou comprimento de um segmento orientado AB e´ o comprimento do segmento geome´trico AB. b) Dizemos que os segmentos orientados AB e A′B′ tem mesma direc¸a˜o se a reta determinada por A e B e´ paralela a reta determinada por A’ e B’. c) Se os segmentos orientados AB e A′B′ tem mesma direc¸a˜o eles tera˜o o mesmo sentido se AA′ ⋂ BB′ = ∅ Definic¸a˜o 1.1 Diremos que um segmento orientado AB e´ equipolente ao segmento orientado A′B′, se ambos sa˜o nulos ou possuem mesma direc¸a˜o, mesmo tamanho e mesmo sentido. Propriedades da relac¸a˜o de equipoleˆncia: (a) Reflexividade : AB e´ equipolente a AB. (b) Simetria: Se AB e´ equipolente a A′B′, enta˜o A′B′ e´ equipolente a AB. (c) Transitividade: Se AB e´ equipolente a A′B′ e se A′B′ e´ equipolente a A′′B′′, enta˜o AB e´ equipolente a A′′B′′. 1.2 Vetores Imagine um objeto (um so´lido) se deslocando, a velocidade de cada ponto desse so´lido e´ a mesma. Enta˜o qual das flexas (que obtemos em cada ponto do so´lido) seria escolhida para representar a velocidade do so´lido? Observe que todas sa˜o equipolentes. Assim poder´ıamos representar a velocidade por qualquer uma delas. Definic¸a˜o 1.2 O conjunto de todos os segmentos orientados equipolentes a AB, sera´ chamado de vetor determinado pelo segmento orientado AB, e denotaremos por −→ AB. Diremos que o segmento orientado AB e´ um representante do vetor −→ AB. Assim dado um vetor, em cada ponto do espac¸o, sempre existira´ um, e somente um, representante desse vetor. Notac¸o˜es: podemos simplesmente denotar o vetor −→ AB por −→a ou −→b . Observac¸a˜o 1.2 1. Dois vetores −→ AB e −−→ CD sa˜o iguais se, e somente se, AB e´ equipolente a CD. 2 2. O vetor nulo e´ o vetor cujo representante e´ um segmento orientado nulo. Notac¸a˜o: −→ 0 3. A norma (mo´dulo ou comprimento) de um vetor −→a e´ o comprimento de qualquer segmento orientado representante desse vetor. Notac¸a˜o: ‖ −→a ‖, 4. Um vetor −→a e´ unita´rio se ‖ −→a ‖= 1. 5. Se −→a = −→AB enta˜o o vetor oposto de −→a e´ ao vetor −→BA. Notac¸a˜o: −−→AB ou −~a. 6. Dois vetores −→a = −→AB e −→b = −−→CD sa˜o colineares ou paralelos se tiverem a mesma direc¸a˜o, isto e´, se seus representantes AB e CD pertencerem a uma mesma reta ou a retas paralelas. Figura 1.2: vetores colineares 7. Treˆs ou mais vetores sa˜o coplanares se possuem representantes pertencentes a um mesmo plano. Figura 1.3: vetores coplanares Note que dois vetores quaisquer sa˜o sempre coplanares no entanto, treˆs vetores podera˜o ou na˜o ser coplanares. Figura 1.4: vetores coplanares e na˜o-coplanares 3 1.3 Adic¸a˜o de Vetores Definic¸a˜o 1.3 Sejam −→u e −→v dois vetores do espac¸o, a soma desses vetores, representada por −→u + −→v , e´ o vetor determinado da seguinte maneira: posicione o vetor −→v de tal maneira que seu ponto inicial coincide com o ponto final de −→u . O vetor −→u +−→v e´ representado pela flecha do ponto inicial de u ao ponto final de v. Propriedades da adic¸a˜o Para quaisquer vetores ~a,~b e ~c temos: 1. ~u+ ~v = ~u+ ~v 2. (~u+ ~v) + ~w = ~u+ (~v + ~w) 3. ~u+~0 = ~0 + ~u = ~u 4. ~u+ (−~u) = −~u+ ~u = ~0 Regra do paralelogramo Consideremos o paralelogramo com ve´rtices ABCD e os vetores ~a = −→ AB e ~b = −→ AC. Temos que o vetor soma ~s = ~a+~b e´ representado pelo segmento orientado AD, que e´ uma das diagonais do paralelogramo e que o vetor diferenc¸a ~d = ~a − ~b = ~a + (−~b), representado pelo segmento orientado CB, e´ a outra diagonal do paralelogramo. Figura 1.5: regra do paralelogramo Observac¸a˜o 1.3 Para obter a diferenc¸a a− b sem construir −b, posicione a e b de tal modo que seus pontos iniciais coincidam; o vetor do ponto final de b ao ponto final de a e´ o vetor a− b. 4 1.4 Produto por Escalares Seja k um nu´mero real e AB um representante do vetor ~u, o produto do vetor ~u pelo escalar k, denotado por k~u e´ definido por: 1. k~u = ~0, se k = 0 ou ~u = ~0; 2. Se ~u 6= ~0 e k 6= 0, k~u e´ o vetor de mesma direc¸a˜o de ~u cujo comprimento e´ | k | vezes o comprimento de ~u e o sentido e´ o mesmo de ~u se k > 0 e oposto ao de ~u se k < 0. Propriedades do produto por escalares Para quaisquer vetores ~u e ~v e k e t nu´meros reais temos: 1. (k + t)~u = k~u+ t~u 2. k(~u+ ~v) = k ~au+ k~v 3. k(t~u) = (kt)~v 4. 1~u = ~u e (−1)~u = −~u Exerc´ıcio 1.1 Dados os vetores ~a,~b e ~c, de acordo com a figura,construir o vetor ~s = 2~a− 3~b+ 1 2 ~c Figura: Exerc´ıcio 1.2 No exagono regular ABCDEF , obter a somas: a) ~AB + ~FE+ ~AF b) ~AD − ~AE+ ~BE Figura: Figura: 5 Exerc´ıcio 1.3 Considere o paralelogramo ABCD determinado pelos vetores −→ AB e −−→ CD, seja M e N pontos me´dios dos lados DC e AB, respectivamente. Complete convenientemente: a) −−→ AD + −→ AB = ............... b) −→ BA+ −−→ DA = ............... c) −→ AC −−−→BC = ............... d) −−→ AN + −−→ BC = ............... e) −−→ MD + −−→ MB = ............... f) −−→ BM − 1 2 −−→ DC = ............... Exerc´ıcio 1.4 a) Mostre que as diagonais de um paralelogramo ABCD se cortam no ponto me´dio M de ambas. b) Se o comprimento de −→ AC e´ 2 unidades, qual sera´ o comprimento de −−→ AM . c) Encontre um vetor −→v = 43−→AC e deˆ seu comprimento. Exerc´ıcio 1.5 Considere o triangulo ABC, onde M,N,P sa˜o pontos me´dios de AB, BC, e CA respectivamente. Exprima −−→ BP, −−→ AN, −−→ CM em func¸a˜o de −→ AB e −→ AC. 6 1.5 Aˆngulo entre dois vetores Relembrando... Aˆngulo : E´ a regia˜o de um plano concebida pela abertura de dois segmentos que possuem uma origem em comum (denominada ve´rtice do aˆngulo). A abertura do aˆngulo sera´ definida por um o nu´mero θ. O aˆngulo entre dois vetores na˜o-nulos ~a e ~b, com representantes −→ AB e −→ AC, respectivamente, denotado por θ e´ aˆngulo formado pelas semi-retas AB e AC,em que 0 ≤ θ ≤ pi. Figura 1.6: aˆngulo Observac¸a˜o 1.4 1. Se θ = pi, ~a e ~b teˆm a mesma direc¸a˜o e sentidos contra´rios. 2. Se θ = 0, ~a e ~b teˆm a mesma direc¸a˜o e o mesmo sentido. 3. Se θ = pi 2 , ~a e ~b sa˜o ortogonais. Indicamos ~a ⊥ ~b. Figura 1.7: vetores ortogonais Neste caso, temos ‖~a+~b‖2 = ‖~a‖2 + ‖~b‖2 Exerc´ıcio 1.6 Dados os vetores ~a e ~b, mostrar graficamente um representante do vetor: Figura: a) ~a−~b b) ~b− ~a c) 2~a− 3~b Exerc´ıcio 1.7 Sabendo que o aˆngulo entre os vetores ~u e ~v e´ de 60◦, determinar o aˆngulo formado pelos vetores: a) ~u e −~v b)−~u e ~v c) −~u e −~v d) 2~u e 3~v 7 Cap´ıtulo 2 Sistemas de coordenadas: Vetores Bidimensionais e Tridimensionais Ate´ enta˜o estudamos vetores somente do ponto de vista geome´trico. Agora vamos estuda´- los relacionando-os com um sistema de coordenadas retangulares do plano e do espac¸o. Muitas vezes o uso dos sistemas de coordenadas simplifica problemas envolvendo vetores. O tratamento alge´brico, na maioria das situac¸o˜es, e´ bem mais pra´tico do que o tratamento geome´trico. 2.1 Vetores Bidimensionais Dados dois vetores ~v1 e ~v2, na˜o colineares. Se ~v um vetor qualquer coplanar com ~v1 e ~v2, temos que ~v pode ser decomposto segundo as direc¸o˜es de ~v1 e ~v2, ou seja, podemos determinar nu´meros a1 e a2, tais que ~v = a1 ~v1 + a2 ~v2. Nesse caso, dizemos que ~v e´ uma combinac¸a˜o linear de ~v1 e ~v2. O par de vetores ~v1 e ~v2, na˜o colineares, e´ chamado base do plano (qualquer conjunto {~v1, ~v2} de vetores na˜o colineares constitui uma base no plano). Os nu´meros a1 e a2 sa˜o chamados componentes ou coordenadas de ~v em relac¸a˜o a base {~v1, ~v2}. Assim a1 ~v1 e´ chamado projec¸a˜o de ~v sobre ~v1, segundo a direc¸a˜o ~v2. Analogamente, a2 ~v2 e´ chamado projec¸a˜o de ~v sobre ~v2, segundo a direc¸a˜o ~v1. 8 Na pra´tica, as bases mais utilizada sa˜o as ortogonais (base em que os vetores sa˜o ortogonais e unita´rios). Assim, considerando o sistema de coordenadas cartesianas no plano, o vetor ~i partindo da origem e em direc¸a˜o do eixo x, de norma 1, e o vetor ~j partindo da origem e em direc¸a˜o do eixo y, tambe´m de norma 1. Considerando tambe´m, o vetor ~v posicionado com seu ponto inicial na origem de um sistema de coordenadas, e ponto final com coordenadas (x, y). Logo ~v pode ser decomposto segundo as direc¸o˜es dos vetores −→ i = (1, 0) e −→ j = (0, 1). Isto e´, existem nu´meros reais x e y tais que, −→v = x.−→i + y.−→j Existe um correspondeˆncia biun´ıvoca entre os vetores do plano e os pares ordenados (x, y) de nu´meros reais. Desse modo, a cada vetor ~v do plano pode-se associar um par ordenado (x, y). Assim, podemos denotar o vetor ~v atrave´s de suas coordenadas, ~v = (x, y), que e´ a expressa˜o anal´ıtica de ~v. Neste caso, dizemos que v e´ combinac¸a˜o linear de −→ i e −→ j . Os nu´meros x e y sa˜o as coor- denadas de −→v em relac¸a˜o a` base {−→i ,−→j }. A base {−→i ,−→j } (com orientac¸a˜o anti-hora´ria) e´ dita base canoˆnica de R2 = {(x, y) : x, y ∈ R}. Dado um vetor ~v = x1~i+ y1~j, o vetor x1~i e´ a projec¸a˜o ortogonal de ~v sobre o eixo dos x e y1~j e´ a projec¸a˜o ortogonal de ~v sobre o eixo dos y. OBS: Se na˜o houver refereˆncia contra´ria, a seguir faremos nosso estudo tratanto somente da base canoˆnica. 9 2.2 Vetores Tridimensionais Os estudos feitos ate´ agora no plano, podem ser generalizados para o espac¸o tridimensional. No espac¸o qualquer conjunto com treˆs vetores na˜o coplanares {~v1, ~v2, ~v3} e´ uma base, e de forma ana´loga, demonstra-se que todo vetor ~v do espac¸o e´ combinac¸a˜o linear dos vetores dessa base, ou seja, tais que: ~v = a1 ~v1 + a2 ~v2 + a3 ~v3, sendo a1, a2 e a3 as componentes (coordenadas) de ~v e relac¸a˜o a base considerada. No espac¸o, uma base e´ ortogonal se os vetores sa˜o unita´rios e dois a dois ortogonais. Analogamente ao que fizemos no plano, os vetores no espac¸o podem ser descritos por triplas de nu´meros reais utilizando uma base tridimensional. Escolhendo, dentre as infinitas bases ortonormais existentes, a base canoˆnica do espac¸o repre- sentada por {−→i ,−→j ,−→k } (com orientac¸a˜o anti-hora´ria), podemos construir o sistema de coorde- nadas retaˆngulares no espac¸o. Para construir um tal sistema de coordenadas, selecionamos um ponto O, denominado a origem e escolhemos treˆs retas mutuamente perpendiculares passando pela origem, cada uma na direc¸a˜o de um dos vetores −→ i , −→ j , −→ k , essas retas sa˜o denominadas eixos coordenados, designados eixo x ou abscissa (na direc¸a˜o −→ i ), eixo y ou ordenada (na direc¸a˜o −→ j ) e eixo z ou cota (na direc¸a˜o −→ k ). O plano determinado pelo eixo dos x e pelo eixo dos y e´ chamado plano coordenado xy; o plano determinado pelo eixo dos x e pelo eixo dos z e´ chamado plano coordenado xz; o plano determinado pelo eixo dos y e´ pelo eixo dos z e´ chamado plano coordenado yz. Como no plano, em nossos estudos, a menos que se fac¸a refereˆncia contra´ria, faremos uso da base canoˆnica tridimensional, neste caso dada pelos vetores ~i = (1, 0, 0),~j = (0, 1, 0) e ~k = (0, 0, 1), com origem no mesmo ponto O e que sa˜o base do espac¸o cartesiano. 10 O conjunto R3 = {(x, y, z)/x, y, z ∈ R} e´ o produto cartesiano R×R×R e sua representac¸a˜o geome´trica e´ o espac¸o cartesiano determinado pelos treˆs eixos cartesianos dois a dois ortogo- nais x, y e z. A cada ponto P do espac¸o que corresponde a uma terna ordenada (x, y, z) de nu´meros reais, pode ser identificado a um vetor com in´ıcio na origem do sistema e extremidade no ponto P , ou seja, em R3 temos: ~v = −→ OP = x~i+ y~j + z~k = (x, y, z) Exemplo 2.1 De forma anal´ıtica o vetor ~v = 2~i−3~j+~k pode ser representado por ~v = (2,−3, 1) Os conceitos a seguir sa˜o va´lidos tambe´m no plano, bastando considerar a coordenada z = 0. Igualdade de vetores Os vetores ~a = (x1, y1, z1) e ~b = (x2, y2, z2) sa˜o iguais (~a = ~b) se, e somente se, x1 = x2, y1 = y2 e z1 = z2. Operac¸o˜es Dados os vetores ~a = (x1, y1, z1), ~b = (x2, y2, z2) e k ∈ R temos: a) ~a+~b = (x1 + x2, y1 + y2, z1 + z2) b) k~a = (kx1, ky1, kz1). Vetor definido por dois pontos Consideremos o vetor −→ AB com origem no pontoA(x1, y1, z1) e extremidade no pontoB(x2, y2, z2), temos−→ AB = (x2 − x1, y2 − y1, z2 − z1) OBS: Considerando o vetor −→ AB com origem A = (x1, y1) e extremidade em b = (x2, y2). Temos: −→ OA = (x1, y1) e −−→ OB = (x2, y2). Geometricamente −→ AB = −→ AO + −−→ OB, ou seja, −→ AB = −−→ OB −−→OA = (x2 − x1, y2 − y1). 11 Vetores paralelos Como vimos na observac¸a˜o 1.2, dois vetores ~a = (x1, y1, z1) e ~b = (x2, y2, z2) sa˜o colineares ou paralelos se existir um nu´mero real k tal que ~a = k~b isto e´, (x1, y1, z1) = k(x2, y2, z2)⇒ (x1, y1, z1) = (kx2, ky2, kz2)⇒ x1 = kx2 y1 = ky2 ⇒ x1 x2 = y1 y2 = z1 z2 z1 = kz2 Denoteremos : ~a//~b. Exemplo 2.2 Os vetores ~a = (−2, 3, 5) e ~b = (−4, 6, 10) sa˜o paralelos pois −2 −4 = 3 6 = 5 10 = 1 2 isto e´, ~a = 1 2 ~b. 12 2.3 Ca´lculo da norma de um vetor Para nossos estudos nessa sec¸a˜o e no pro´ximo cap´ıtulo estaremos considerando os vetores em R2 e R3, com coordenadas em relac¸a˜o a base canoˆnica. Seja −→v de acordo com a figura abaixo: Em R2: Em R3: Usando o Teorema de Pita´goras, podemos determinar a norma (mo´dulo ou compri- mento) de −→v : ‖ −→v ‖= √ x2 + y2, ~v ∈ R2 ou ‖ −→v ‖= √ ( √ x2 + y2)2 + z2 = √ x2 + y2 + z2, ~v ∈ R3. 2.4 Distaˆncia entre dois pontos A distaˆncia d entre os pontos A = (x1, y1, z1) e B = (x2, y2, z2) e´ assim definida: d =‖ −→AB ‖=‖ B − A ‖=‖ (x2 − x1, y2 − y1, z2 − z1) ‖= √ (x2 − x1)2 + (y2 − y1)2 + (z2 − z1)2 Exemplo 2.3 Dados os pontos A = (2, 3, 5) e B = (3, 0, 7), calcular a distaˆncia d entre A e B. Exemplo 2.4 Determine α para que o vetor ~v = (α,−1 2 , 1 4 ) seja unita´rio. 13 Universidade Tecnolo´gica Federal do Parana´ Campus de Campo Moura˜o Geometria Anal´ıtica e A´lgebra Linear 3a LISTA DE EXERCI´CIOS - VETORES BIDIMENSIONAIS E TRIDIMENSIONAIS 1. Represente geometricamente num sistema de coordenadas de ma˜o direita os pontos cujas coordenadas sa˜o: a) (3, 4, 5) b) (−3, 4, 5) c) (3,−4, 5) d) (3, 4,−5) e) (−3,−4, 5) f) (−3, 4,−5) g) (3,−4,−5) h) (−3,−4,−5) i) (−3, 0, 0) j) (3, 0, 3) k) (0, 0,−3) l) (0, 3, 0) 2. Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem do sistema: a) ~v1 = (3, 6) b) ~v2 = (−4, 8) c) ~v3 = (−4,−3) d) ~v4 = (5,−4) e) ~v5 = (3, 6, 4) f) ~v6 = (3, 3, 0) g) ~v7 = (0, 0,−3) h) ~v8 = (5,−4, 8) 3. Encontre os componentes anal´ıticas do vetor de origem A e extremidade B: a) A(4, 8), B(3, 7) b) A(3,−5), B(−4,−7) c) A(3,−7, 2), B = (−2, 5,−4) d) A(−1, 0, 2), B(0,−1, 0) 4. Sejam u = (−3, 1, 2), v = (4, 0,−8) e w = (6,−1,−4). Calcule a expressa˜o anal´ıtica dos vetores: a) v − w b) 6u+ 2v c) −v + u d) 5(v − 4u) 5. Considere u, v e w os vetores do exerc´ıcio 4. a) Encontre o vetor ~x que satisfaz: 2u− v + ~x = 7~x+ w. b) Encontre escalares c1, c2 e c3 tais que: c1u + c2v + c3w = (2, 0, 4) Confira as respostas! Livro: A´lgebra Linear com Aplicac¸o˜es. ANTON, pa´ginas:105 e 106. 14 Cap´ıtulo 3 Produto de Vetores 3.1 Produto interno euclidiano ou produto escalar Definic¸a˜o 3.1 Sejam ~u e ~v dois vetores na˜o-nulos e θ e´ o aˆngulo entre ~u e ~v satisfazendo 0 ≤ θ ≤ pi rad. O produto interno euclidiano ou o produto escalar ~u.~v, e´ o nu´merop real definido por: ~u.~v = { ‖u‖ ‖v‖ cos θ seu 6= 0 e v 6= 0 0 seu = 0 ou v = 0 Exemplo 3.1 Sabendo que o aˆngulo entre os vetores ~u = (1, 0) e ~v = (1, 1) e´ de 45◦, calcule ~u.~v. Observac¸a˜o 3.1 1. Se ~u.~v > 0, da Definic¸a˜o 5.1, cos θ deve ser um nu´mero positivo, isto e´, cos θ > 0, o que implica 0◦ ≤ θ < 90◦. Nesse caso, θ e´ dito aˆngulo agudo ou nulo. 2. Se ~u.~v < 0,da Definic¸a˜o 5.1, cos θ deve ser um nu´mero negativo, isto e´, cos θ < 0, o que implica 90◦ < θ ≤ 180◦. Nesse caso, θ e´ dito aˆngulo obtuso ou raso. 3. Se ~u.~v = 0, da Definic¸a˜o 5.1, cos θ deve ser igual a zero, isto e´, cos θ = 0, o que implica θ = 90◦. Nesse caso, θ e´ aˆngulo reto. 15 3.1.1 Produto interno em termos das Componentes Para efeitos de ca´lculo, e´ deseja´vel ter uma fo´rmula que deˆ o produto interno de dois vetores em termos das componentes do vetor. O teorema abaixo fornece essa fo´rmula: Teorema 3.1 Sejam ~u = (u1, u2, u3) e ~v = (v1, v2, v3) dois vetores na˜o nulos, enta˜o: ~u.~v = u1.v1 + u2v2 + u3v3 Observac¸a˜o 3.2 Da Definic¸a˜o 4.1 segue que, cos θ = −→u .−→v ‖ −→u ‖ . ‖ −→v ‖ , ou seja, θ = arccos −→u .−→v ‖ −→u ‖ . ‖ −→v ‖ Exemplo 3.2 Considere os vetores u = (2,−1,1) e v = (1,1,2). Encontre u.v e determine o aˆngulo θ entre u e v. Exemplo 3.3 Calcule o aˆngulo entre os vetores ~u = (1, 1, 4) e ~v = (−1, 2, 2). 16 3.1.2 Propriedades do produto escalar Para quaisquer que sejam os vetores ~u = (x1, y1, z1), ~v = (x2, y2, z2), ~w = (x3, y3, z3) de R3, temos: 1. ~u.~u > 0 e ~u.~u = 0 somente se ~u = ~0. 2. ~u.~v = ~v.~u 3. ~u.(~v + ~w) = ~u.~v + ~u.~w 4. (m~u).~v = m(~u.~v) = ~u.(m~v) 5. ‖ −→v ‖= √−→v .−→v ou ainda,−→v .−→v =‖ −→v ‖2 . 6. ‖ ~u+ ~v ‖2 = ‖ ~u ‖2 + 2~u.~v + ‖ ~v ‖2 7. ‖ ~u− ~v ‖2 = ‖ ~u ‖2 − 2~u.~v + ‖ ~v ‖2 8. ‖ ~u ‖2 − ‖ ~v ‖2 = (~u+ ~v).(~u− ~v) 3.1.3 Condic¸a˜o de ortogonalidade de dois vetores De acordo com a observac¸a˜o 3.1.3 podemos enunciar a seguinte condic¸a˜o: ”Dois vetores sa˜o ortogonais se, e somente se, o produto interno deles e´ nulo”. Ou seja, ~u⊥~v ⇔ ~u.~v = 0 Exemplo 3.4 Verifique se os vetores ~u = (−2, 3,−2) e ~v = (−1, 2, 4) sa˜o ortogonais. Exemplo 3.5 Prove que o triaˆngulo de ve´rtices A(2, 3, 1), B(2, 1,−1) e C(2, 2,−2) e´ um triaˆngulo retaˆngulo. (Sugesta˜o: A forma mais simples de provar a existeˆncia de um aˆngulo reto e´ mostrar que o produto interno de dois vetores que determinam os lados do triaˆngulo e´ nulo.) 17 3.1.4 Estudo da Projec¸a˜o Ortogonal usando Produto Escalar Sejam os vetores ~u e ~v, com ~u,~v 6= ~0 e, θ o aˆngulo por eles formado. Pretendemos calcular o vetor ~w que representa a projec¸a˜o ortogonal de ~u sobre ~v ou componente vetorial de ~u ao longo de ~v . Para tanto, utilizaremos a figura abaixo, que ilustra as duas situac¸o˜es poss´ıveis podendo ser θ um aˆngulo agudo ou obtuso. Do triaˆngulo retaˆngulo, segue que: ‖ −→w ‖=‖ −→u ‖ .| cos θ| =‖ −→u ‖ | −→u .−→v | ‖ −→u ‖‖ −→v ‖ = |−→u .−→v | ‖ −→v ‖ Como ~w e ~v teˆm a mesma direc¸a˜o, segue-se que: ~w = k~v, k ∈ R Enta˜o: ‖ −→w ‖= |k| ‖ −→v ‖ ou seja, k = −→u .−→v ‖ −→v ‖2 Logo, ~w = ( −→u .−→v ‖ −→v ‖2 ) ~v Obtemos assim: proj~v~u = ( ~u.~v ~v.~v ) ~v : componente vetorial de u ao longo de v. E, u − proj~v~u = u − ~u.~v ~v.~v ~v : componente vetorial de u ortogonal a v. 18 Exerc´ıcios para fixac¸a˜o Exerc´ıcio 3.1 Determine o vetor projec¸a˜o (componente vetorial) de u = (2, 3, 4) ao longo de v = (1,−1, 0) e a componente vetorial de u ortogonal a v. Exerc´ıcio 3.2 Sejam u = (2,−1, 3) e v = (4,−1, 2). Encontre o componente vetorial de u ao longo de v e o componente vetorial de u ortogonal a v. Exerc´ıcio 3.3 Sejam os pontos A(1, 2,−1), B(−1, 0,−1) eC(2, 1, 2). a) Mostre que o triaˆngulo ABC e´ retaˆngulo em A; b) Calcule a medida da projec¸a˜o do cateto AB sobre a hipotenusa BC; c)Determine o pe´ da altura do triaˆngulo relativa ao ve´rtice A. Exerc´ıcio 3.4 a) Deduza uma fo´rmula para o comprimento do vetor projec¸a˜o de u ao longo de v usando produto interno. b) Deduza uma fo´rmula para o comprimento do vetor projec¸a˜o de u ao longo de v usando o aˆngulo θ entre os vetores. 19 3.2 Produto Vetorial Para definirmos produto vetorial consideremos os vetores sobre a base canoˆnica, e lembremos que essa base tem orientac¸a˜o positiva (anti-hora´ria). Dados os vetores ~u e ~v, tomados nesta ordem, chama-se produto vetorial dos vetores ~u e ~v, ao vetor ~u ∧ ~v (leˆ ”~u vetorial ~v”), tal que: a) se (−→u ,−→v ) tem mesma direc¸a˜o, temos −→u ∧ −→v =−→0 ; b) se (−→u ,−→v ) na˜o tem mesma direc¸a˜o e θ e´ a medida angular entre −→u e −→v , temos (i) ‖ −→u ∧ −→v ‖=‖ −→u ‖ ‖ −→v ‖ senθ (ii) −→u ∧ −→v e´ ortogonal a −→u e a −→v (iii) (−→u ,−→v ,−→u ∧ −→v ) e´ uma base positiva. OBS: ? −→u ∧ −→v e´ um vetor. ? Outra notac¸a˜o utilizada para representar o produto vetorial e´: ~u× ~v . Conhecidos os vetores atrave´s de suas coordenadas, ou seja, ~u = (x1, y1, z1) e ~v = (x2, y2, z2), o produto vetorial pode ser obtido fazendo-se: ~u× ~v = (y1z2 − z1y2)~i− (x1z2 − z1x2)~j + (x1y2 − y1x2)~k Pela definic¸a˜o de determinante de uma matriz A2×2, podemos reescrever cada componente do produto vetorial na forma de um determinante de 2a ordem: ~u× ~v = ∣∣∣∣ y1 z1y2 z2 ∣∣∣∣~i− ∣∣∣∣ x1 z1x2 z2 ∣∣∣∣~j + ∣∣∣∣ x1 y1x2 y2 ∣∣∣∣~k Em resumo: ~u× ~v = ∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k x1 y1 z1 x2 y2 z2 ∣∣∣∣∣∣ 20 Observac¸a˜o 3.3 Esta notac¸a˜o e´ utilizada para facilitar a memorizac¸a˜o da definic¸a˜o do produto vetorial e faz alusa˜o ao ca´lculo de determinante de uma matriz 3 × 3 usando a 1a linha. No entanto, o produto vetorial na˜o pode ser confundido com um determinante de uma matriz real pois: 1o) ~u× ~v e´ um vetor e o determinante e´ um nu´mero real; 2o) A notac¸a˜o considerada na˜o indica um determinante, pois a primeira linha conte´m vetores ao inve´s de nu´meros. Exemplo 3.6 Calcule ~u ∧ ~v e ~v ∧ ~u considerando ~u = (5, 4, 3) e ~v = (1, 0, 1). 3.2.1 Propriedades do Produto Vetorial Segue da definic¸a˜o do produto vetorial e das propriedades dos determinantes, as seguintes pro- priedades: 1. ~u× ~u = ~0. 2. ~u× ~v = −~v × ~u 3. ~u× (~v + ~w) = (~u× ~v) + (~u× ~w). 4. (m~u)× ~v = m(~u× ~v) = ~u× (m~v) 5. ~u× ~v = ~0 se, e somente se, um dos vetores e´ nulo ou se ~u e ~v sa˜o colineares. 6. ~u× ~v e´ ortogonal simultaneamente aos vetores ~u e ~v. 7. || ~u× ~v ||2=|| ~u ||2|| ~v ||2 −(~u.~v)2. (Identidade de Lagrange) 21 Teorema 3.2 Se ~u 6= ~0, ~v 6= ~0 e se θ e´ o aˆngulo dos vetores ~u e ~v, enta˜o: || ~u× ~v ||=‖ ~u ‖‖ ~v ‖ sen θ 3.2.2 Interpretac¸a˜o geome´trica do mo´dulo do produto vetorial de dois Vetores Geometricamente, || ~u × ~v || mede a a´rea do paralelogramo ABCD determinado pelos vetores ~u = −→ AB e ~v = −→ AC. Exemplo 3.7 Dados os vetores ~u = (1, 2,−1) e ~v = (0,−1, 3), calcular a a´rea do paralelogramo determinado pelos vetores 3~u e ~v − ~u. Exemplo 3.8 Calcule a a´rea do triaˆngulo de ve´rtices A(1,−2, 1), B(2,−1, 4) e C(−1,−3, 3). 22 3.3 Produto Misto Dados os vetores ~u = (x1, y1, z1), ~v = (x2, y2, z2) e ~w = (x3, y3, z3), tomados nesta ordem, chama- se produto misto dos vetores ~u, ~v e ~w ao nu´mero real ~u.(~v × ~w). Notac¸a˜o: [~u,~v, ~w]. [~u,~v, ~w] = ~u.(~v × ~w) = (x1, y1, z1). (∣∣∣∣ y2 z2y3 z3 ∣∣∣∣~i− ∣∣∣∣ x2 z2x3 z3 ∣∣∣∣~j + ∣∣∣∣ x2 y2x3 y3 ∣∣∣∣~k) = [~u,~v, ~w] = x1 ∣∣∣∣ y2 z2y3 z3 ∣∣∣∣− y1 ∣∣∣∣ x2 z2x3 z3 ∣∣∣∣+ z1 ∣∣∣∣ x2 y2x3 y3 ∣∣∣∣ Em resumo: [~u,~v, ~w] = ∣∣∣∣∣∣ x1 y1 z1 x2 y2 z2 x3 y3 z3 ∣∣∣∣∣∣ Exemplo 3.9 Calcule o produto misto dos vetores ~u = (2, 3, 5), ~v = (−1, 3, 3) e ~w = (4,−3, 2). 3.3.1 Propriedades do produto misto Da definic¸a˜o do produto misto e das propriedades dos determinantes segue as seguintes proprie- dades: 1. [~u,~v, ~w] = 0 se, e somente se, um dos vetores e´ nulo, ou se dois eles sa˜o colineares, ou se os treˆs sa˜o coplanares. Por exemplo: a) Se ~u = (0, 0, 0) temos: (~u,~v, ~w) = ∣∣∣∣∣∣ 0 0 0 x2 y2 z2 x3 y3 z3 ∣∣∣∣∣∣ 23 b)Se ~u 6= ~0, ~v 6= ~0, mas ~u e ~v sa˜o colineares: ~u = m~v (~u,~v, ~w) = ∣∣∣∣∣∣ mx2 my2 mz2 x2 y2 z2 x3 y3 z3 ∣∣∣∣∣∣ c) Se ~u, ~v e ~w sa˜o coplanares, lembremos que o vetor ~v × ~w e´ ortogonal a ~v e ~w. Logo, ~v × ~w e´ ortogonal a ~u. Portanto, (~u,~v, ~w) = ~u.(~v × ~w) = 0 Resumindo, se ~u, ~v e ~w sa˜o coplanares enta˜o [~u,~v, ~w] = 0. Se [~u,~v, ~w] 6= 0, os vetores na˜o sa˜o coplanares. OBS: A propriedade acima e´ fundamental em va´rios to´picos a serem estudados. 2. Se houver uma permuta de dois vetores no produto misto, inverte o sinal do produto. Por exemplo:(~u,~v, ~w) = −(~v, ~u, ~w) 3. (~u,~v, ~w) = (~v, ~w, ~u) = (~w, ~u,~v). Esta propriedade e´ denominada propriedade c´ıclica. (O produto misto independe da ordem circular dos vetores.) 4. Resulta da propriedade c´ıclica, que os sinais . e × permutam entre si no produto misto de treˆs vetores. Ou seja, ~u.(~v × ~w) = (~u× ~v). ~w 5. O produto misto e´ trilinear, isto e´, [α−→u1 + β−→u2,−→v ,−→w ] = α[−→u1,−→v ,−→w ] + β[−→u2,−→v ,−→w ] [−→u , α−→v1 + β−→v2 ,−→w ] = α[−→u ,−→v1 ,−→w ] + β[−→u ,−→v2 ,−→w ] [−→u ,−→v , α−→w1 + β−→w2] = α[−→u ,−→v ,−→w1] + β[−→u ,−→v ,−→w2] 24 3.3.2 Interpretac¸a˜o geome´trica do mo´dulo do produto misto Geometricamente, o produto misto (~u,~v, ~w) e´ igual, em mo´dulo, ao volume do paralelep´ıpedo de arestas determinadas pelos vetores −−→ AD, −→ AB e −→ AC. 3.4 Exerc´ıcios de Fixac¸a˜o Exerc´ıcio 3.5 Usando que [−→u ,−→w ,−→x ] = 4 e [−→v ,−→w ,−→x ] = −2, calcule: a) [−→u −−→v ,−→w ,−→x ] b) [3−→u − 4−→v ,−→x , 4−→w ]. Exerc´ıcio 3.6 Obtenha o volume do paralelep´ıpedo de lados u,v e w. a) u = (2,−6, 2), v = (0, 4,−2), w = (2, 2,−4) b) u = (3, 1, 2), v = (4, 5, 1), w = (1, 2, 4) Exerc´ıcio 3.7 Suponha que u.(v × w) = 3. a)u.(w × v) b)(v × w).u c)w.(u× v) d)v.(u× w) Exerc´ıcio 3.8 Encontre um vetor que e´ ortogonal a u e v, sendo: a) u = (−6, 4, 2), v = (3, 1, 5) b) u = (−2, 1, 5), v = (3, 0,−3) Exerc´ıcio 3.9 Determine se u, v e w esta˜o num mesmo plano, sendo: a) u = (−1,−2, 1), v = (3, 0,−2), w = (5,−4, 0) b) u = (5,−2, 1), v = (4,−1, 1), w = (1,−1, 0) c) u = (4,−8, 1), v = (2, 1,−2), w = (3,−4, 12) 25 1 Vetores 1.1 Segmentos Orientados 1.2 Vetores 1.3 Adição de Vetores 1.4 Produto por Escalares 1.5 Ângulo entre dois vetores 2 Sistemas de coordenadas: Vetores Bidimensionais e Tridimensionais 2.1 Vetores Bidimensionais 2.2 Vetores Tridimensionais 2.3 Cálculo da norma de um vetor 2.4 Distância entre dois pontos 3 Produto de Vetores 3.1 Produto interno euclidiano ou produto escalar 3.1.1 Produto interno em termos das Componentes 3.1.2 Propriedades do produto escalar 3.1.3 Condição de ortogonalidade de dois vetores 3.1.4 Estudo da Projeção Ortogonal usando Produto Escalar 3.2 Produto Vetorial 3.2.1 Propriedades do Produto Vetorial 3.2.2 Interpretação geométrica do módulo do produto vetorial de dois Vetores 3.3 Produto Misto 3.3.1 Propriedades do produto misto 3.3.2 Interpretação geométrica do módulo do produto misto 3.4 Exercícios de Fixação
Compartilhar