Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNINASSAU Direito Penal 3 Crimes contra a propriedade imaterial O direito do autor Ao autor é assegurado o direito exclusivo sobre sua obra. A conduta criminosa Caput: “Violar direitos de autor ou os que lhe são conexos” Viola-se de várias formas: reproduzindo, publicando ou modificando à revelia do autor. Que direitos são esses? A lei 9.610 elenca o que seriam esses direitos. Art. 8º Não são objeto de proteção como direitos autorais de que trata esta Lei: I - as idéias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos matemáticos como tais; II - os esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou negócios; III - os formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de informação, científica ou não, e suas instruções; IV - os textos de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e demais atos oficiais; V - as informações de uso comum tais como calendários, agendas, cadastros ou legendas; VI - os nomes e títulos isolados; VII - o aproveitamento industrial ou comercial das idéias contidas nas obras. Elementos do crime Sujeito ativo: qualquer pessoa Sujeito passivo: o autor da obra Objeto material: a obra Objeto jurídico: o direito autoral Elemento subjetivo: dolo Consumação: a depender do tipo de obra. Científica: quando ela é publicada; teatral: quando da encenação etc. OBS: Nas condutas do caput, o agente viola o direito autoral, mas sem o intuito de obter lucro. Formas qualificadas (§§ 1°, 2° e 3°) § 1°: violação dos direitos autorais com o intuito de lucro. O núcleo é “reprodução”. § 2°: protege apenas a obra intelectual e o fonograma. Aqui a pessoa pratica vários verbos, mas não o de “reprodução”. -> É este o artigo imputado aos vendedores de cds e dvs pirata. § 3°: a ação nuclear aqui é “oferecer ao público” Excludente de tipicidade Ver o artigo 45 e 46 da Lei 9.610 de 1998: Ação penal Caput: privada §§ 1° e 2°: pública incondicionada § 3°: pública condicionada A discussão sobre os ambulantes vendedores de cds e dvds e o princípio da adequação social “(...) podem as condutas socialmente adequadas não serem modelares, de um ponto de vista ético. Delas se exige apenas que se situem dentro da moldura de comportamento socialmente permitido ou, na expressão textual de Welzel, dentro do quadro de liberdade de ação social (…), o que, em última análise, como observa Mir Puig, se reduz a essa afirmação apodítica: não se pode castigar aquilo que a sociedade considera correto”. Foi justamente o que ocorreu no caso em liça. A conduta perpetrada pelo agente é flagrantemente aceita pela sociedade e, por tal motivo, impassível de coerção pela gravosa imposição de reprimenda criminal. Basta circular pelas ruas e avenidas centrais de qualquer cidade deste país, para que se vislumbre milhares (quiçá milhões) de pessoas comprando CDs e DVDs falsificados (“pirateados”, no linguajar popular) com naturalidade, sem qualquer receio de imposição de abordagem policial, quanto mais de imposição de sancionamento. Recente decisão do STJ em sentido contrário DIREITO PENAL. VENDA DE CDs e DVDs FALSIFICADOS. TIPICIDADE. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ). É típica, formal e materialmente, a conduta de expor à venda em estabelecimento comercial CDs e DVDs falsificados, prevista no art. 184, § 2º, do Código Penal. Não é possível aplicar o princípio da adequação social à conduta de vender CDs e DVDs falsificados, considerando que tal conduta não afasta a incidência da norma penal incriminadora de violação de direito autoral, além de caracterizar ofensa a direito constitucionalmente assegurado (art. 5º, XXVII, da CF). O fato de, muitas vezes, haver tolerância das autoridades públicas em relação a tal prática não significa que a conduta não seja mais tida como típica, ou que haja exclusão de culpabilidade, razão pela qual, pelo menos até que advenha modificação legislativa, incide o tipo penal, mesmo porque o próprio Estado tutela o direito autoral. Não se pode considerar socialmente tolerável uma conduta que causa sérios prejuízos à indústria fonográfica brasileira e aos comerciantes legalmente instituídos, bem como ao Fisco pelo não pagamento de impostos. Precedentes citados do STF: HC 98.898-SP, DJe 26/5/2012, e HC 104.467-RS, DJe 4/3/2011; do STJ: HC 159.474-TO; HC 113.938-SP, DJe 6/12//2010; HC 45.153-SC, DJ 26/11/2007; HC 30.480-RS, DJ 2/8/2004. (REsp 1.193.196-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 26/9/2012). Súmula 502 do STJ de outubro de 2013 Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, § 2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas
Compartilhar