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Faculdade de Ciências e Tecnológico Licenciatura em Engenharia Química Biológica Bioquímica Relatório: ESTUDO FÍSICO-QUÍMICO DAS PROTEÍNAS Discentes: Docente: Ângela Carvalho Denise Colito Emeline Barbosa Praia 16/11/2017 2 Índice Resumo…………………………………………………………………………………2 Fundamento teórico…………………………………………………………………….2 Objetivos………………………………………………………………………………..3 Reagentes……………………………………………………………………………….5 Parte experimental………………………………………………………………………5 Reação de Biureto…………………………………………………………………5 Reação de ninhidrina………………………………………………………………5 Precipitação acida………………………………………………………………….5 Efeito de adição de sais……………………………………………………………6 Efeito de adição de solventes orgânicos…………………………………………...6 Discussão dos resultados………………………………………………………………..6 Conclusão………………………………………………………………………………10 Referencias bibliográficas……………………………………………………………...11 3 Resumo O seguinte trabalho aborda o assunto de caracterização, precipitação e determinação de proteínas, em que se utilizam vários métodos experimentais, são eles: Reação do Biureto, reação ninhidrina, precipitação por adição de ácidos fortes, precipitação por adição de sais, precipitação por solventes orgânicos. Observou-se que os vários métodos permitem a deteção de proteínas e aminoácidos, assim como, verificar o comportamento de proteínas na presença de soluções salinas, solventes orgânicos e de agentes desnaturantes, facilitando assim, o entendimento e funcionamento uma dada proteína. Fundamento teórico Segundo Lehninger as proteínas são as macromoléculas mais abundantes nas células vivas. Elas ocorrem em grande variedade, milhares de diferentes tipos, desde peptídeos de tamanho relativamente pequeno até enormes polímeros com pesos moleculares na faixa de milhões. Cada proteína possui uma quantidade de aminoácidos e uma sequência deles diferente e essa característica própria de cada proteína a faz possuir funções que são apenas delas. Assim ela possui características específicas, sendo que cada proteína possui sua função, carga elétrica, massa molar, solubilidade e afinidade por certos compostos, e essas características são próprias de cada uma. Isso se faz possível a determinação e caracterização das proteínas. ((HARVEY, 2006). A detecção de proteínas em materiais biológicos envolve reações específicas com determinados reativos, os quais originam substâncias coloridas que absorvem luz na região visível, permitindo a sua quantificação.Dentre os métodos utilizados, situa-se o método do biureto, que é baseado na reação do sulfato de cobre em meio alcalino (reativo do biureto), com proteínas e peptídeos. O nome do método provém do fato de que a uréia aquecida dará reação positiva, com desprendimento de amônia. O reativo de biureto é uma solução de sulfato de cobre (CuSO4) e tartarato duplo de sódio e potássio (KNaC4H4O6) que ao reagir com os íons cúpricos, forma um produto de coloração violáceo. Esse reativo é utilizado na identificação de compostos protéicos, pois as ligações existentes na molécula de biureto são semelhantes às ligações peptídicas na formação de proteínas (VOET, 2006). A reação do biureto é positiva para proteínas e peptídeos com três ou mais resíduos de aminoácidos. A reação é também positiva para substâncias que contêm duas carbonilas (-CONH2) ligadas diretamente ou através de um único átomo de carbono ou nitrogénio. Dependendo da complexidade da proteína ou do peptídeo em questão, a cor do produto de reação a presença do biureto varia substancialmente: proteínas dão coloração violeta, peptídeos dão coloração rosa. Quanto maior for a quantidade de proteínas no meio maior será a intensidade de cor. 4 Conforme Lehninger, as proteínas podem sofrer um processo de desnaturação, ou seja, perder a sua conformação, já que as ligações fracas responsáveis pelas estruturas secundária, terciária e quaternária são rompidas (pontes dissulfeto e/ou ligações de hidrogénio e/ou interações hidrofóbicas e/ou pontes salinas), levando à precipitação da proteína, perda de sua conformação mais estável e, consequentemente, a perda de sua função biológica. Agentes físicos e químicos podem levar a tal situação, como: temperatura, solventes orgânicos, altas concentrações salinas, ácidos fortes e agentes caotrópicos. As substâncias utilizadas para a desnaturação se ligam a cadeia das proteínas e formam precipitados. Algumas reações de precipitação que ocorrem são: Precipitação por ação do calor; precipitação por adição de ácidos fortes; precipitação por adição de sais de metais pesados; precipitação ação de solventes orgânicos. A concentração elevada de sais pode remover a água de hidratação das moléculas de proteínas, reduzindo sua solubilidade, este efeito é chamado de “salting-out”. Ocorre também que em concentração reduzida, os sais aumenta a solubilidade de muitas proteínas, este efeito é chamado de “salting-in”, e está relacionado a uma diminuição das interações entre grupos carregados de moléculas da mesma ou de diferentes proteínas.( VOET, 2006) É importante realçar que na desnaturação de proteínas somente são rompidas as interações fracas, e não as ligações peptídicas, umas vez que essas têm caráter de ligação dupla e só são rompidas por ações enzimáticas catalíticas ou em meio extremamente ácido (H2SO4 ou HCl concentrados) associado a altas temperaturas. Os aminoácidos, componentes de uma proteína podem ser genericamente caracterizados se, após sua hidrolise, efetuando a reacão de ninhidrina. Ninhidrina é um produto químico usado para a detecção de amónia ou aminas primárias e secundário. Segundo Souza e Neves (2007), Ninhidrina é mais comumente usado para detectar impressões digitais, como aminas sobram de peptídeos e proteínas aminas (terminal ou resíduos de lisina) expelido das impressões digitais reagirem com ninhidrina. A reação de Ninhidrina é uma reação corada própria de aminoácidos, por ser um agente oxidante muito poderosa, reage com o aminoácido da cadeia, que dá origem a um composto de cor púrpura, que varia a cor. O pH da reação Ninhidrina com o aminoácido esta entre intervalo de 4 a 8. Objetivos ➢ Realizar reação específica para detecção de proteínas (reação de Biureto); ➢ Realizar reação específica para detecção de aminoácidos; ➢ Verificar a alteração de solubilidade de proteínas na presença de soluções salinas e solvente orgânicos; ➢ Verificar a acão de agente desnaturantes. 5 Reagentes: ➢ Reagentes do Biureto: CuSO4 em solução alcalina; ➢ Solução diluída de proteínas; ➢ Solução concentrada de proteínas; ➢ Solução de ninhidrina 0,1g %( P/V); ➢ Solução de aminoácidos; ➢ Acido tricloroacético ( TCA) 10%; ➢ Solução saturada de sulfato de amónio ( NH4)2SO4; ➢ Solução tampão de fosfato de sódio 0,2 M, pH 7,0; ➢ Etanol gelado. Procedimento experimental Reação de Biureto: 1. Tubo 1:( tubo branco): colocou-se 1 mL do reativo do biureto + 0,5 ml de agua destilada; 2. Tubo 2: colocou-se 1 mL do reativo biureto + 0,5 ml da solução diluída de proteínas; 3. Tubo 3: colocou-se 1mL do reativo biureto + 0,5ml da solução de aminoácidos; 4. Comparou o desenvolvimento da cor nos tubos. Reação de ninhidrina: 1. Tubo 4: colocou 2 mL de solução de ninhidrina + 0,5 mL de água destilada; 2. Tubo 5:colocou 2 mL de solução de ninhidrina + 0,5 mL da solução diluída de proteínas;3. Tubo 6: colocou 2 mL de solução de ninhidrina + 0,5 mL da solução de aminoácidos; 4. Os 3 tubos foram colocados em banho-maria( 100˚C); 5. Comparou-se o desenvolvimento da cor nos tubos. Precipitação ácida: 1. Tubo 7 ( tubo da centrifuga): colocou 1 mL de TCA 10% ( P/V) + 1mL da solução diluída de proteínas; 2. Agitou a solução e em seguida observou-o; 6 3. Centrifugou a solução por 10 minutos, separando as frações sobrenadante e o precipitado; 4. Colocou 0,5 mL do sobrenadante no tubo 8; 5. Adicionou 1 mL do reativo de biureto ao tubo 8; 6. Adicionou tampão ao precipitado do tubo 7; 7. Comparou os resultados. Efeito de adição de sais: 1. Tubo 9:colocou-se 2 mL da solução diluída de proteínas + 2 mL da solução saturada de sulfato de amónia no tubo e depois foi agitado. Centrifugou-se a 3000rpm por 10 minutos separando as frações sobrenadante e precipitado; 2. Colocou-se 2 mL de sobrenadante no tubo 10, em seguida adicionou-se igual volume de TCA 10%(P/V); 3. Agitou o tubo e depois colocou-o para centrifugar novamente; 4. Adicionou 1 mL de tampão ao precipitado do tubo 10 e este foi agitado. Efeito de adição de solvente orgânico: 1. Tubo 11: colocou-se 1ml da solução de proteínas + 2 ml de etanol gelado( lentamente até o aparecimento de uma ligeira turvação Discussão dos resultados Reação de biureto A reacão de biureto serve para detectar a presença de ligações peptídicas, dando positivo para proteínas e peptídeos com três ou mais resíduos de aminoácidos. A reação é também positiva para substâncias que contem dois carbonilas (-CONH2) ligadas diretamente ou através de um único átomo de carbono ou nitrogénio. O reagente de biureto com sulfato de cobre possui coloração azul. Se o cobre forma um complexo com os aminoácidos, estabelecendo interações com os átomos de nitrogénio da cadeia peptídica, obtém coloração violeta. Quanto maior for à quantidade de proteínas, maior será a intensidade da cor.(SOUSA e NEVES, 2007) 7 Figura 1- Ligação do cobre com o nitrogénio da cadeia peptídica Fonte:http://www.fcfar.unesp.br Nos 3 tubos utilizados, observou-se que as 3 soluções adquiram coloração diferente. O tubo 1 ( biureto + agua destilada), adquiriu uma coloração azul clara, o que leva a concluir que não ocorreu a reação (resultado negativo), uma vez que a água destilada não tem componentes de proteínas na sua composição. Contudo, no tubo 2 ( biureto+solução diluída de proteínas) adquiriu uma coloração azul violeta, e pode-se concluir que este coloração se deve ao fato de existir ligações peptídicas nas proteínas( resultado positivo). Já no tubo 3( biureto+ solução de aminoácidos) adquiriu uma coloração azul mais escuro que o tubo 1 devido ao fato de não existir ligações peptídicas na solução (resultado negativo). Figura 2-Soluções resultantes da reação do biureto; Reação de ninhidrina Esta reação é utilizada para verificar a presença de aminas em solução, dando positivo para peptídeos, aminoácidos, aminas primárias e amónia. Na reação da ninhidrina, o aquecimento da solução de proteínas provoca mudança na estrutura tridimensional do peptídeo. A ninhidrina, então, reage com o grupo amina presente nos aminoácidos, formando como produto final um complexo de coloração púrpura. Com a prolina e a hidroxiprolina, que são iminoácidos, forma-se um produto de coloração amarelada.(ZAIA, 1998). Após o aquecimento de ambos os tubos de ensaio, observou-se que o tubo1( solução de ninhidrina + agua destilada) permaneceu incolor, isto, devido ao facto da água não apresentar aminoácidos na sua composição(resultado negativo). Nos restantes tubos, ambos adquiriram uma coloração púrpura, sendo esta mais intensa no tubo 6. 8 Tendo em vista que tanto as soluções de aminoácidos quanto da proteína foram utilizadas com o mesmo volume, a diferença na intensidade da coloração de ambas as amostras deve-se a maior superfície de contato do aminoácido (glicina) que contém uma maior quantidade de grupos amina disponíveis para reação. Porém, isso não ocorre com a proteína em função da presença de ligações peptídicas entre seus aminoácidos, diminuindo assim, sua superfície de contato. Figura 3-Soluções resultantes da reação de ninhidrina. Precipitação ácida Após adicionar 1ml de TCA 10%(P/V) à 1 mL da solução diluída de proteínas e homogeneizar, obteu-se uma solução de cor turva indicando a formação de precipitado. Depois da centrifugação, foi possível identificar o precipitado esbranquiçado e viscoso grudado no fundo do tubo e o sobrenadante incolor. Ocorreu este precipitado, uma vez que ácidos fortes como o ácido tricloroacético (TCA), desnaturam as proteínas, precipitando-as, ou seja, o fato de se adicionar ácido tricloroacético à solução de proteínas, reduz o pH do meio, tornando positiva a carga da proteína, o que contribui para a formação de um complexo insolúvel – o tricloroacetato de proteína. “Valores extremos de pH afetam bruscamente a estrutura das proteínas, causando uma mudança radical na conformação da proteína para um estado conformacional biologicamente inativo. ” (VOET, 2006) Efeito de adição de sais Após adicionar 2 mL de solução saturada de sulfato de amónia à 2 mL de proteínas (tubo 9) e homogeneizar observou-se pequenos precipitados semelhante a fios brancos na solução. Depois da centrifugação, foi possível observar o precipitado esbranquiçado que se encontrava no fundo do tubo e o sobrenadante incolor. O sulfato de amónia, na solução de proteína, dissocia-se em seus iões, e altera as características estruturais das proteínas fazendo com que as mesmas percam a capacidade de se tornarem solúveis, e assim sendo, na presença destes, as proteínas precipitam (sem que ocorra a sua desnaturação). (ZAIA, 1998) No procedimento de precipitação de proteínas por adição de sais (efeito da força iónica), deve-se verificar o efeito da concentração destes sais na solubilidade da proteína. 9 Segundo Voet (2006), quando sais neutros são adicionados ao sistema ocorre um aumento da força iónica do sistema. Os íons carregados provenientes da dissociação dos sais passam a interagir com as moléculas proteicas, diminuindo a interação entre as próprias moléculas da proteína. Deste modo, temos um aumento na solubilidade da proteína em meio aquoso. A esse fenómeno dá-se o nome de salting-in. Este efeito, porém, não se estende infinitamente. Em condições de elevada força iônica, as moléculas de água apresentam maior tendência de solvatação de partículas (nesse caso, os íons). As moléculas de água, desse modo, interagem mais com os íons, desfazendo suas interações com a estrutura proteica. Como consequência, tem-se: maiores interações proteína-proteína, resultando na diminuição da solubilidade em meio aquoso. A esse fenómeno dá-se o nome de salting-out. Sendo que o sulfato de amónia, possui baixa força iônica, provoca um aumento da solubilidade da proteína( salting-in), favorecendo assim a precipitação das proteínas. Ao colocar o sobrenadante no tubo 10, adicionar TCA 10%( p/v), homogeneizar e centrifugar, observou-se que não houve formação de precipitado, o que leva a concluir que o sobrenadante não possuía proteínas, isto é, as proteínas se encontravam nos precipitado. Efeito da adição de solventes orgânicos No procedimento de precipitação das proteínas por solventes orgânicos, ao adicionar etanol gelado à solução de proteínas ( tubo11) formou-se uma mistura esbranquiçada o que leva a concluir que houve formação de precipitado. A interação proteína-água é maior quea interação proteína-proteína devido à baixa força de atração entre as moléculas proteicas, fazendo com que a proteína se solubilize na água. Com a adição do álcool etílico (solvente orgânico) na água, ocorreu sua solubilização, rompendo as interações proteína-água, proporcionando a interação proteína-proteína; Os solventes orgânicos apresentam valor de constante dielétrica bem inferior à da água, a interação proteína-proteína "vence" o poder de solvatação da água (interação água- proteína) favorecendo a precipitação da proteína. A precipitação por solventes orgânicos depende muito da temperatura. Os solventes orgânicos, quando utilizados a temperaturas baixas, são bastante úteis na separação de misturas de proteínas. A temperaturas mais elevadas esses solventes podem levar à desnaturação por rompimento das pontes de hidrogénio e estabelecimento de interações apolares, importantes na manutenção da conformação proteica, sendo este, o motivo da utilização do etanol gelado (AIRES BARROS, 2008). 10 Figura 4-Solução turva resultante da adição de etanol gelado na solução de proteínas. Conclusão Conclui-se que é possível determinar a presença de proteínas e aminoácidos em solução com o auxílio de algumas reações químicas conhecidas. As reações de coloração e precipitação (com ou sem desnaturação) de proteínas, permitem a caracterização dessas, pela análise de suas propriedades químicas e físicas, entre elas, a presença de ligações peptídicas, estrutura molecular, solubilidade, força iónica e concentração molar. A detecção de proteínas em materiais biológicos envolve reações específicas com determinados reativos, os quais originam substâncias coloridas que absorvem luz na região visível, permitindo a sua quantificação. No entanto, as reações de coloração não alteram a estrutura tridimensional da proteína, ao contrário das reações de precipitação que podem alterar as estruturas quaternárias, terciárias e secundárias das proteínas como as reações por ação térmica, presença de alcalóides (TCA), sais e solventes orgânicos. Já as reações denominadas “ Salting-in” e “Salting-out” precipitam o material sem a desnaturação. Finalmente, constatou-se que todos os resultados atingiram as características pré-estabelecidas pelos conceitos teóricos. 11 Referências bibliográficas CHAMPE, P. C., HARVEY, R. A. Bioquímica Ilustrada. 2. Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2006. DIAS DE SOUZA, Karina A. Freitas, NEVES, Valdir A. Experimentos de Bioquímica, um guia electrónico,2007 NELSON, D. L., COX, M. M. Lehninger. Principio de Bioquímica. 3. Ed. São Paulo: Savier, 2006. VOET, D., VOET, J. G. Fundamentos de Bioquímica. 3. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. ZAIA, D.A.M; ZAIA, C.T.B.V.; LICHTIG, J.; Determinação de Proteínas Totais Via Espectrofotometria: Vantagens e Desvantagens dos Métodos Existentes. São Paulo.1998.7f Disponível em <http://w.scielo.br/scielo.php?pid=S0100- 40421998000600020&script=sci_arttext&tlng=es>. Acesso em 14 de Novembro de 2017. AIRES-BARROS, M.R.; Biocatálise em Solventes Orgânicos, 2008.
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