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[APOSTILA] LEUCÓCITOS

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INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA - 
LEUCÓCITOS 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Karina Keller M.C. Flaiban 
Prof. Mara Regina Stipp Balarin 
Patologia Clínica Veterinária 
 
 
 
 
 
 
 
 
LONDRINA – PARANÁ 
2009 
 
LEUCÓCITOS 
 
1) Origem: 
Os leucócitos ou glóbulos brancos são as células responsáveis pela defesa do 
organismo. A leucopoiese, formação dos leucócitos, ocorre no sistema hematopoiético. As 
células linfóides se originam de precursores na medula óssea (célula-tronco), migram para 
órgãos linfóides secundários ainda na fase fetal e dão origem aos linfócitos. As células 
mielóides que também se originam de células-tronco na medula óssea, desenvolvem 
granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos), monócitos, eritrócitos e plaquetas. 
 
2) Desenvolvimento: 
Os granulócitos são assim chamados porque possuem grânulos citoplasmáticos. A 
maturação dos granulócitos deve ocorrer na medula óssea de animais adultos sadios. Pode 
ocorrer em locais extramedulares (baço, principalmente) em animais jovens ou no caso de 
aumento da demanda por longos períodos (por exemplo, doença inflamatória crônica), em 
animais adultos. 
As células-tronco não são morfologicamente distintas e estão presentes na medula 
óssea em pequena quantidade. A partir do momento que estas células entram na via de 
diferenciação, elas são submetidas à proliferação e maturação. 
O mieloblasto é a primeira célula identificável da linhagem de maturação do 
granulócito e é difícil diferenciar dos blastos primitivos de outras linhagens (eritroblasto e 
megacarioblasto). A seguir, quando estimulado, o mieloblasto produz grânulos primários 
que permitem a identificação do pró-mielócito. O estágio seguinte de maturação é o 
mielócito, que produz grânulos específicos ou secundários, que têm afinidade pelos 
corantes que definem o tipo celular: neutrófilo, eosinófilo ou basófilo. A partir deste 
momento, não há mais proliferação, apenas maturação, ou seja, as células até este momento 
são capazes de se multiplicar além de maturar. Metamielócitos, neutrófilos bastonetes e 
neutrófilos segmentados são os próximos estágios morfologicamente distintos, que não são 
capazes de se multiplicar. A maturação consiste, principalmente, em condensação 
progressiva e alteração da forma do núcleo. O metamielócito possui núcleo em forma de 
“feijão”, os bastonetes, núcleo em forma de “ferradura”, os segmentados possuem 
constrições na membrana nuclear. 
Os agranulócitos compreendem os linfócitos e os monócitos. Também são 
denominadas células mononucleares. A maturação dos linfócitos ocorre em órgãos 
linfóides secundários – baço, timo, linfonodos. Os linfócitos circulantes representam um 
conjunto de subpopulações indistinguíveis no esfregaço sangüíneo. Os subtipos de 
linfócitos são: Linfócitos B, responsáveis pela imunidade humoral, linfócitos T, 
responsáveis pela imunidade celular e resposta a citocinas e outros, linfócitos granulares e 
natural killers. Os monócitos se desenvolvem na medula óssea da mesma linhagem celular 
que os granulócitos, chamada unidade formadora de colônia granulocítica-monocítica 
(UFC-GM). Os estágios de desenvolvimento são: monoblasto, pro-monócito, monócito e 
macrófago. Os monócitos do sangue são considerados células intermediárias de um 
processo de maturação contínuo. Eles migram para os tecidos onde continuam a se 
desenvolver, atingindo a forma de macrófagos. 
 
Compartimentos funcionais dos neutrófilos: 
Para compreender as respostas neutrofílicas às doenças, é importante considerar os 
compartimentos de neutrófilos representados por medula óssea, sangue e tecidos. A medula 
óssea é o compartimento de formação e reserva, onde ocorre a multiplicação e a maturação 
das células. O compartimento circulante corresponde aos neutrófilos contidos nos grandes 
vasos sangüíneos (que circulam!). As amostras de sangue obtidas por venopunção são 
oriundas deste compartimento. O compartimento de marginação são neutrófilos contidos 
nos vasos que não circulam (microcirculação). O compartimento tecidual são os neutrófilos 
distribuídos nos tecidos, que atuam na defesa do hospedeiro. 
O tempo de trânsito dos neutrófilos em um animal saudável é de 7 a 10 dias no 
compartimento medular, mas pode estar reduzido quando aumentar a demanda por estas 
células, por exemplo, na inflamação. Na circulação, a meia-vida é de aproximadamente 6 a 
10 horas, quando faz a migração transendotelial para os tecidos, onde permanecem por 5 a 
7 dias. 
 
 
3) Função dos leucócitos: 
 
Neutrófilos: participam da resposta inflamatória por meio de quimiotaxia positiva ao tecido 
inflamado e fagocitose de microorganismos e partículas pequenas. Após a fagocitose, os 
grânulos lisossômicos se fundem aos fagossomos para matar os microorganismos e 
degradar o material por digestão enzimática. No sangue de um animal sadio não são 
encontrados mielócitos ou metamielócitos – estes estágios de maturação podem ocorrer em 
resposta a doenças inflamatórias graves agudas – chamado desvio à esquerda. 
 
Eosinófilos: contêm proteínas que se ligam e lesionam as membranas dos parasitas; são 
responsáveis pelo mecanismo de defesa contra os estágios larvários de parasitas e estão 
envolvidos na modulação de reações alérgicas inflamatórias e de imunocomplexos. 
Possuem a capacidade de remover a histamina dos tecidos. 
 
Basófilos: a função é praticamente desconhecida. Seus grânulos possuem histamina e 
heparina. A quantidade de basófilos na circulação é muito pequena e geralmente não são 
encontrados na contagem diferencial de rotina. Parecem participar da resposta alérgica 
anafilática. 
 
Linfócitos: de maneira geral fazem parte da resposta imune e exercem atividade 
imunológica - Linfócitos B, responsáveis pela imunidade humoral, linfócitos T, 
responsáveis pela imunidade celular e resposta a citocinas e outros, linfócitos granulares e 
natural killers. 
 
Monócitos: também participam da resposta inflamatória. Migram para os tecidos onde 
continuam a se desenvolver, atingindo a forma de macrófagos. Podem fagocitar bactérias, 
grandes microorganismos complexos – fungos e protozoários, células danificadas e restos 
celulares. 
 
 
 
4) Interpretação das contagens leucocitárias: 
A interpretação das contagens de leucócitos do sangue auxilia na compreensão sobre as 
possíveis patologias. O conjunto de valores relativos e absolutos do perfil leucocitário, 
junto às informações sobre a morfologia dos leucócitos, é conhecido como leucograma. A 
interpretação destes valores juntamente com os achados clínicos pode levar a um 
diagnóstico. As alterações no leucograma permitem a identificação de processos 
patológicos que podem direcionar o diagnóstico, no entanto, é necessário o conhecimento 
das variações fisiológicas para reconhecer as alterações decorrentes de uma doença. 
 Na interpretação do leucograma, deve-se sempre considerar os valores absolutos dos 
leucócitos circulantes, pois valores relativos dependem do número de leucócitos totais. 
 
5) Resposta leucocitária: 
Variações no número de leucócitos podem ocorrer por influências fisiológicas e 
patológicas. O sufixo “citose” ou “filia” é utilizado para anotar aumento do número de 
células, acima do valor fisiológico para a espécie. Ex: leucocitose, neutrofilia, linfocitose. 
O sufixo “penia” é utilizado para indicar diminuição do número de células abaixo dos 
valores de referência para a espécie. Ex: leucopenia, neutropenia, linfopenia. 
 
LEUCOCITOSES 
 A leucocitose é o aumento do número total de leucócitos acima dos valores normais para a 
espécie. Geralmente é reflexo do número de neutrófilos, embora em outras circunstâncias, 
outros tipos de células podem estar envolvidos. 
Pode ser consequência de uma resposta fisiológica normal. Entre elas: 
FISIOLÓGICA1 Idade do animal 
Leucometria alta (número de leucócitos aumentado) à época do nascimento na maioria das 
espécies, com contagens linfocitárias altas. Nos suínos, a leucometria é baixa no 
nascimento com menor número de linfócitos. Após os 6 meses os valores se estabilizam e 
se mantém pela vida adulta do animal . 
 
 
 
2 Variações entre as espécies 
Prevalência de linfócitos em ruminantes, eqüinos com 50% de neutrófilos segemntados e 
50% de linfócitos e neutrófilos nas outras espécies. 
 
3 Medo, excitação e exercício 
 A ação da adrenalina acarreta a transferência de granulócitos do pool marginal para o 
circulante, resultando em neutrofilia. Impede a entrada dos linfócitos aos órgãos linfóides e 
liberação dos linfócitos dos dutos torácicos acarretando linfocitose. Considerar aqui a 
contenção forçada do animal. 
Importante: Diferenciar a ação da adrenalina da ação do cortisol, presente no estresse que 
acompanha os processos patológicos, onde temos neutrofilia por mecanismo semelhante ao 
da adrenalina , porém linfopenia porque o cortisol seqüestra os linfócitos no interior dos 
órgãos linfóides, impedindo a sua recirculação, causa destruição, por apoptose, e 
eosinopenia por manter os eosinófilos nos tecidos ou impedir a saída destes da medula 
óssea. 
 
4 Gestação 
Aumento dos leucócitos nos estágios finais da gestação (ocorre mais em bovinos). Pode 
ocorrer no estro. 
 
5 Digestão 
Para alguns autores a alimentação pode levar a um aumento do número de leucócitos, sendo 
mais significativa em suínos (+ de 5000/µL). Recomenda-se a colheita de sangue 2 h após 
alimentação. 
 
Variação na resposta leucocitária nas diferentes espécies animais 
 
Há uma grande variação na resposta leucocitária, dentre as espécies animais. 
O cão responde de forma exacerbada às infecções e demais condições de estresse. 
Contagem de 30 a 50 mil são comuns, não sendo raras as acima de 80 mil. 
Os felinos embora apresentem leucocitose de grande magnitude (30 – 50 mil), raramente 
encontramos valores acima de 70 mil. 
Os eqüinos respondem bem aos processos patológicos com contagens entre 17 a 20 mil. 
Uma intensa resposta leucocitária estaria ao redor de 30 mil. 
Os suínos com sua leucometria normal situada acima das contagens para as outras espécies, 
também respondem com aumento considerável. Leucometria de 30 a 40 mil ocorrem com 
freqüência. 
Os ovinos e caprinos resposta intensa está ao redor de 20 a 27 mil. 
Os bovinos respondem discretamente aos processos inflamatórios e infecciosos. Na maioria 
dos casos as contagens permanecem dentro dos valores normais (4 a 12 mil), porém mostra 
uma neutrofilia acima de 50 % (inversão de predomínio). Uma leucocitose marcante nesta 
espécie está por volta de 15 a 20 mil. Devemos considerar nesta espécie a resposta 
particularmente diferente aos processos infecciosos e ou inflamatórios. 
Os bovinos apresentam um grande número de linfócitos (65 – 75 %) circulantes e também 
eosinófilos que saem da circulação pela ação do cortisol presente no início do processo 
(estresse). Os neutrófilos, que aumentam nesta condição, representam 30% dos leucócitos 
circulantes. 
Observa-se então: linfopenia e eosinopenia no início dos processos que dependendo da 
gravidade podem exceder os valores dos neutrófilos, acarretando uma leucopenia. A 
leucopenia se acentua pela migração dos neutrófilos para o local onde se instala o processo. 
Esta leucopenia está geralmente associada a processos bacterianos graves que demandam 
uma grande quantidade de neutrófilos (peritonite, pericardites, mastite) e pode perdurar por 
2 até 3 dias, devido ao reduzido compartimento medular de reserva. Após esse período a 
hiperplasia medular libera um grande número de células na circulação fazendo com que os 
valores voltem a normalidade acompanhado de neutrofilia ou mesmo apresentar uma 
leucocitose franca com neutrofilia. 
Para os bovinos se recomenda a avaliação da resposta determinando os valores de 
fibrinogênio, uma proteína de fase aguda da inflamação, associado ao grau de neutrofila. A 
leucocitose pode ser discreta ou inexistente, mas a neutrofilia e os valores de fibrinogênio 
são muito significantes. 
 
Classificação da resposta leucocitária 
 
Ela é classificada de acordo com o número de leucócitos totais, o número de neutrófilos e o 
seu grau de maturação. 
Desvio a direita (DD): temos leucocitose com neutrofilia com apenas células maturas. 
Indicando que os pools de reserva estão sendo suficientes para atender a demanda exigida 
pelo processo. 
Desvio a esquerda(DE) – temos 2 tipos 
1 -Regenerativo (DER)– se caracteriza por uma leucocitose com neutrofilia e aumento dos 
neutrófilos imaturos na circulação e pode ser: 
DER leve = apenas aumento de bastonetes 
DER moderado = com aumento de bastonetes e metamielócitos. 
DER intenso = com aumento de bastonetes, meta e mielócitos. 
Esse desvio revela uma boa resposta da medula óssea (MO) frente aos estímulos recebidos, 
lançando na circulação um grande número de leucócitos levando a uma leucocitose. A 
presença de neutrófilos imaturos revela uma grande atividade da MO que, pela falta de 
tempo para a completa maturação, libera as células jovens. 
2 – Degenerativo (DED)- caracterizado pelo número de leucócitos totais normais ou 
diminuído (leucopenia). Esse desvio revela incapacidade da MO em maturar as células 
frente ao processo. Indica uma depressão funcional da MO. A demanda está superando a 
capacidade da MO. 
 
Alterações patológicas 
 
I Leucocitose com neutrofilia 
A - Doenças não inflamatórias que frequentemente envolvem lesão tissular 
1 Intoxicações endógenas (uremia,acidose) e exógenas 
2 Corpo estranho 
3 Traumas fisicos 
4 Neoplasias 
5 Leucemias granulocíticas 
 
B - Doenças Infecciosas que causam quantidades variáveis de lesão tissular 
1- Infecções bacterianas generalizadas- Qualquer bactéria capaz de causar doença 
geralmente leva a uma leucocitose com DER. As infecções sistêmicas podem as vezes não 
levar a uma leucocitose intensa, mas há neutrofilia com DE. 
 
2- Infecções localizadas- As infecções causadas por microorganismos piogênicos como 
Stafilo, Strepto e Corinebacterium, estimulam uma marcada neutrofilia em comparação 
com uma infecção generalizada. O grau de neutrofilia está muito mais relacionado ao grau 
de tensão no interior do processo (exemplo- abscesso) do que ao grau de extensão. 
 
3 Infecções virais nos estágios de recuperação. Nos processos virais há infecção secundária 
por bactérias que acarretam leucocitose com desvio à esquerda. 
Observamos nas hepatites, parvoviroses, cinomose, panleucopenia felina, etc. 
 
4 Infecções fúngicas: Causam destruição tecidual extensa. Blastomicose, Histoplasmose, 
Criptococose. 
 
5 Infecções Parasitárias: Mycoplasma, Babesia, Dirofilaria. 
 
Há processos que acarretam neutrofilia com predominância de segmentado (DD), tais 
como: resposta ao estresse devido à liberação de corticóides; administração de 
medicamentos a base de corticóides; hemorragias agudas devido ao de estresse. A ação de 
glicocorticóides impede a diapedese (saída dos neutrófilos da circulação para os tecidos). 
 
Leucocitose com linfocitose 
Os precursores linfóides tem sua origem na MO e migram aos órgãos linfóides onde sofrem 
a maturação. Os órgãos cuja função é de regular a produção dos linfócitos são chamados de 
órgãos linfóides primários. São o timo, bolsa de Fabrício, nas aves, e as placas de Peyer nos 
mamíferos. O timo produz linfócitos T e a bolsa de Fabricio e placas de Peyer, linfócitos B. 
Na maior parte dos mamíferos, após o nascimento o timo é o órgão linfóide primário mais 
ativo, com uma taxa mitótica de 5 a 10 vezes mais rápida que a dos outros órgãos linfóides. 
A formação de linfócitos no timo é independente de estímulo antigênico. No animaladulto, 
os órgãos linfóides periféricos como o baço, linfonodos e estruturas linfóides relacionadas 
com trato intestinal são responsáveis pela maioria dos linfócitos, entretanto a linfopoiese 
continua a ocorrer na MO independente do estímulo antigênico. 
Os linfócitos T são responsáveis pelo reconhecimento antigênico e servem a resposta 
celular e os linfócitos B são precursores para as células produtoras de anticorpos 
(plasmócitos). 
A leucocitose por aumento do número de linfócitos na maioria das espécies não acarreta 
leucocitose de grande magnitude. Podemos observar nas seguintes condições: 
1 Estimulação antigênica prolongada como nas infecções crônicas, síndromes 
alérgicas,doenças auto-imune e reação vacinal. Doenças: erliquiose e anaplasmose podem 
estabelecer uma reposta auto-imune; 
2 Convalescência de doenças infecciosas; 
3 Leucemia linfocítica; 
4 Leucose bovina causada por vírus que estimula o sistema linfóide e em uma de suas fases 
pode levar a linfocitose persistente; 
5 Estados de neutropenia podemos ter uma linfocitose relativa. 
 
Leucocitose com monocitose 
Os monócitos são produzidos na MO de forma semelhante a outras células. Têm a 
capacidade de se transformar em macrófagos e ter acesso a área de inflamação. São 
macrofagócitos e fagocitam partículas grandes como fungos, protozoários, restos celulares. 
Processam os antígenos e os apresentam aos linfócitos de formas mais antigênica. A 
monocitose geralmente vem acompanhada de neutrofilia. 
Monocitose pode cursar com: 
1 Processos infecciosos que tenham detritos de grandes dimensões: Listeriose e Brucelose; 
2 Doenças crônicas; 
3 Fraturas graves ou lesões por esmagamento; 
4 Nas condições de estresse, tratamento com corticóides, principalmente em bovinos; 
5 Leucemias monociticas –raras. 
 
Eosinofilia 
 
Os eosinófilos são produzidos na MO, porém há outros sítios que cooperam em menor grau 
(baço, linfonodos cervicais de animais de laboratório e provavelmente intestino delgado, no 
cão). Seu desenvolvimento na MO é de 2 a 6 dias. Tem uma meia vida de poucas horas na 
corrente circulatória e de vários dias nos tecidos. O fator estimulante da produção já é 
conhecido, é o eosinofilopoitim, um polipeptídeo de baixo peso molecular (de 5 a 10 aa). 
Os eosinófilos têm função antioxidante, sendo que seus grânulos tem afinidade por 
histamina, sendo capazes de removê-la dos tecidos.Também têm capacidade de fagocitose, 
porém as substâncias bactericidas são reduzidas. 
São encontrados na mucosa epitelial do trato respiratório e intestinal onde tem ação 
desintoxicantes. Também são mobilizados no local das reações Ag-Ac. 
As leucocitoses produzidas por eosinofilia são discretas, pois essas células ocorrem em 
pequeno número em condições normais. 
Observamos eosinofilia nos seguintes processos: 
1 Alergias acometendo pele e tecido respiratório (asma , urticárias e bronquites); 
2 Reações anafiláticas; 
3 Estágios de convalescência de infecções agudas; 
4 Miosite eosinofilica ; 
5 Gastrite eosinofilica no cão; 
6 Hipoadrenocorticismo; 
7 Síndrome da hipereosinofilia felina. 
Basofilia 
 
Os basófilos são celulas raras no sangue circulante e na MO. São mais frequentes em 
bovinos e equinos. O número de basófilos no sangue parece ser influenciado pela adrenal, 
tireóide e por hormônios sexuais. Porém o mecanismo de controle não está bem 
esclarecido. Sua função não está bem determinada. Sabe-se da sua participação nos 
processsos inflamatórios e reações alérgicas, porém há outras menos definidas no 
metabolismo dos triglicerídeos e na coagulação. Seus grânulos contêm heparina, serotonina 
e ácido hialurônico que poderiam ser liberados na área da inflamação. 
A leucocitose com basofilia é uma condição rara nos animais. Está associado a eosinofilia 
nos processos alérgicos e reações anafiláticas. A leucemia basofilica é rara. 
 
 
 
Leucopenias 
 
Definição 
Ë a redução do número de leucócitos (número absoluto) abaixo dos valores de referência 
para a espécie. A leucopenia pode ser devido à diminuição de todos os elementos celulares 
ou se restringir a um único elemento celular. 
 
As leucopenias são devidas, em sua maior parte, às alterações da MO e podem ser 
agrupadas em: 
1 Degeneração É a condição que causa a inabilidade dos tecidos mielóides em maturar os 
neutrófilos. Há, na corrente circulatória, grande número de neutrófilos imaturos. Tal estado 
refletirá em um desvio a esquerda degenerativo (DED). 
2 Depressão É a perda da capacidade da MO em produzir neutrófilos em resposta ao 
estímulo, caracterizado por uma diminuição dos neutrófilos maturos na circulação sem o 
aparecimento de células imaturas. 
3 Depleção É o esgotamento ou exaustão do tecido mielóide e se observa em casos em que 
o consumo de neutrófilos é muito grande , exaurindo as reservas medulares. A hiperplasia 
mielóide, após a depleção só ocorrerá entre 48 e 72 horas. 
4 Destruição É a lesão do tecido hematopoiético por agentes químicos e físicos. Ocorre 
diminuição de todos os elementos celulares produzidos pela MO. Temos leucopenia com 
neutropenia associado à anemia e à trombocitopenia (diminuição de plaquetas). 
 
Fatores determinantes 
Leucopenias com neutropenia 
 
1 Infecções bacterianas graves - Neutropenia devido a demanda muito grande de 
neutrófilos na fase aguda do processo (Depleção); 
2 Endotoxinas de bactérias gram negativas acarretam depressão medular; 
3 Doenças de evolução crônica levam o animal a caquexia e a exaustão da MO, originando 
neutropenia e anemia; 
4 Agentes químicos e físicos que, por atuação contínua e intensa, levam a destruição do 
tecido mielóide. Ex: antibióticos (estreptomicina,cloranfenicol), analgésicos, 
corticosteróides, bismuto, benzeno, Pb e Hg; 
5 Infecções virais; 
 
Leucopenias com linfopenia 
 
1 Infecções causadas por vírus. As leucopenias por linfopenia são observadas nas fases 
agudas de infecção causadas por vírus pantrópicos (cinomose, hepatite, coronavírus, peste 
suína). Esses vírus para o seu desenvolvimento necessitam instalar-se em células que 
tenham rápida síntese de RNA e DNA. 
Essas células são representadas, principalmente, pelas precursoras dos leucócitos, 
principalmente, os linfoblastos. Mais tarde, com a evolução da doença, ocorrem infecções 
bacterianas secundárias levando a um quadro de leucocitose com neutrofilia. 
2 Condições de estresse; 
3 Terapia a base de corticóides, bem como o hiperadrenocorticismo modificam o leucograma em até 50% do 
número de linfócitos; 
4 Radiações ionizantes e drogas imunossupressoras destroem o tecido linfóide; 
 
 
Eosinopenia 
 
Não levam a uma leucopenia, devido a sua pequena % na corrente circulatória em 
condições normais. 
As causas são: 
1 Condicões estressantes; 
2 Administração de corticóide; 
3 Hiperadrenocorticismo. 
 
 
GRAVIDADE DO PROCESSO TOXI – INFECCIOSO 
 
Considerar 
 
� Grau de Leucocitose 
� Neutrofilia 
� Desvio à esquerda 
� Leucometria alta com predominância de neutrófilos maturos 
� Neutrofilia com linfopenia e eosinopenia � Stress 
� Predominância de neutrófilos imaturos sobre os maturos 
� Evidência clínica de doença com ausência de resposta leucocitária 
� Desproporção entre febre e leucocitose 
� Modificações degenerativas dos neutrófilos 
 
 
O fibrinogênio pode ser utilizado no auxílio da interpretação da resposta 
inflamatória de ruminantes e eqüinos. Por ser uma proteína de fase aguda da inflamação, 
estará em concentração aumentada em processos inflamatórios. No entanto, em casos de 
desidratação, o fibrinogênio, assim como as outras proteínas plasmáticas, estará aumentado. 
Para verificar se a hiperfibrinogenemia ocorre em decorrência da desidratação ou não pode-
se utilizar a seguinte correção: 
 
 
Importante 
 
Proteína Total Plasmática : FibrinogênioPTP /Fib = PTP (g/dl) ÷÷÷÷ Fibrinogênio (mg/dl) 1000 
 
 
 
 
Interpretação 
 
Equinos = ou >>>> 15 Normal e na desidratação 
 <<<< 15 Aumento real (inflamação) 
 
Bovinos = ou >>>> 15 Normal e na desidratação 
 <<<< 10 Aumento real (inflamação) 
 10 a 14 Aumento real - raro 
 
 
 
 
Referências: 
 
COLES, E.H. Patologia Clínica Veterinária. 3.ed. São Paulo: Editora Manole, 1984. 
566p. 
FELDMAN, B.F.; ZINKL, J.G.; JAIN, N.C. Schalm’s Veterinary Hematology. 5.ed. 
Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2000. 
JAIN, N.C. Essentials of Veterinary Hematology. Philadelphia: Lea & Febiger, 1993. 
417p. 
MEYER, D.J.; COLES, E.H.; RICH, L.J. Medicina de Laboratório Veterinária: 
Interpretação e Diagnóstico. São Paulo: Roca, 1995. 308p. 
REBAR, A.H.; MacWILLIAMS, P.S.; FELDMAN, B.F.; METZER, F.L.; POLLOCK, 
R.V.H.; ROCHE, J. Guia de Hemtologia para cães e gatos. São Paulo: Roca, 2003. 291p. 
THRALL, M.A. Hematology of common non domestic mammals. In: ______. Veterinary 
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WEISER, M.G. Os eritrócitos e os distúrbios associados. In: ETTINGER, S.J. Tratado de 
Medicina Interna Veterinária: moléstias do cão e do gato. 3.ed. São Paulo: Manole, 
1992. v.4. p. 2243-2280. 
WILLARD, M.D.; TVEDTEN, H. Small Animal Clinical Diagnosis by Laboratory 
Methods. 4.ed. St. Louis: Saunders, 2004, p.63-91.

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