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BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS TEORIA DA CONTABILIDADE TEORIA DA CONTABILIDADE copyright © FTC EAD Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, da FTC EAD - Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância. www.ead.ftc.br Presidente ♦ Superintendente Administrativo e Financeiro ♦ Superintendente de Ensino, Pesquisa e Extensão ♦ Superintendente de Desenvolvimento e>> Planejamento Acadêmico ♦ IMES Instituto Mantenedor de Ensino Superior Metropolitano S/C Ltda. FTC - EAD Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância Diretor Geral ♦ Diretor Acadêmico ♦ Diretor Administrativo e Financeiro ♦ Diretor de Desenvolvimento e Inovações ♦ Diretor Comercial ♦ Diretor de Tecnologia ♦ Gerente de Desenvolvimento e Inovações ♦ Gerente de Ensino ♦ Gerente de Suporte Tecnológico ♦ Coord. de Telecomunicações e Hardware ♦ Coord. de Produção de Material Didático ♦ Reinaldo de Oliveira Borba Marcelo Nery André Portnoi Roberto Frederico Merhy Mário Fraga Jean Carlo Nerone Ronaldo Costa Jane Freire Luis Carlos Nogueira Abbehusen Osmane Chaves João Jacomel William Oliveira Samuel Soares Germano Tabacof Pedro Daltro Gusmão da Silva ♦ PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦ Gerente de Ensino ♦ Jane Freire Supervisão Pedagógica♦ Jean Carlo Bacelar, Análise Pedagógica♦ Fábio Sales, Leonardo Suzart, Ludmila Vargas, Tiago Cordeiro, Jaqueline Sampaio e Milena Macedo Coordenação de Curso ♦ Maria Valesca Silva Autor (a) ♦ Kátia Silene e Laerson Morais ♦ PRODUÇÃO TÉCNICA ♦ Revisão Final ♦ Márcio Magno Ribeiro de Melo Equipe ♦ André Pimenta, Antonio França Filho, Amanda Rodrigues, Bruno Benn, Cefas Gomes, Cláuder Frederico, Francisco França Júnior, Herminio Filho, Israel Dantas, João Ricardo Chagas, John Casais e Mariucha S. Ponte. Editoração ♦ John Casais Ilustração ♦ John Casais Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO: 3 DISCUSSÕES TEÓRICAS DA CONTABILIDADE 7 O ARCABOUÇO EVOLUTIVO E TEÓRICO DA CONTABILIDADE 7 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE 7 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL: AS PRINCIPAIS TEORIAS DA ESCOLA EUROPÉIA 15 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE 19 NORMAS, PRINCÍPIOS E EVIDENCIAÇÃO 24 ESTRUTURA NORMATIVA DA CONTABILIDADE E SUAS TENDÊNCIAS NO BRASIL 24 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS: UMA INTRODUÇÃO 28 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS: ESTRUTURA CONCEITUAL CFC 29 EVIDENCIAÇÃO: QUALIDADES E CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 33 NÚCLEO CENTRAL DE CONTABILIDADE: A TEORIA NA PRÁTICA 37 MENSURAÇÃO DO ATIVO, AVALIAÇÃO DO PASSIVO E ASPECTOS DA RIQUEZA 37 PATRIMONIAL O ATIVO 37 PROCESSOS DE MENSURAÇÃO DO ATIVO 39 O PASSIVO E SUA AVALIAÇÃO 44 CONTAS DIFERENCIAIS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 50 AS CONTAS DIFERENCIAIS: RECEITAS 50 AS CONTAS DIFERENCIAIS: DESPESAS 54 Sumário PATRIMÔNIO LÍQUIDO: UMA AVALIAÇÃO GERAL 62 GLOSSÁRIO 66 BIBLIOGRAFÍA 69 5 Caro (a) aluno (a) Estamos iniciando a disciplina Teoria da Contabilidade, que é de grande relevância no cenário de mudanças que vivemos hoje na contabilidade. Para você, graduando em Ciências Contábeis e futuro contador, é de fundamental importância que tenha uma boa base de conhecimentos em matéria de contabilidade. Essa disciplina lhe proporcionará embasamento teórico para que você possa utilizar na sua prática profi ssional e nas fundamentações das suas discussões sobre os assuntos de contabilidade mais atuais, deixando-o preparado para encarar as mudanças na sua profi ssão de forma natural. Vamos ver como a contabilidade vem evoluindo ao longo dos anos em paralelo aos acontecimentos históricos. Discutiremos aspectos relacionados à convergência das nossas normas de contabilidade em direção às normas interna- cionais de Contabilidade (IFRS), os princípios fundamentais de contabilidade e a estrutura conceitual básica para a apresentação das demonstrações contábeis. Ainda aqui trataremos da evidenciação e das formas de mensuração e avaliação dos elementos patrimoniais e de resultados, assuntos estes que a pesquisa contábil busca constantemente por soluções e você vai ter o privilégio de discutir conosco. Isso possibilitará um aumento do seu senso crítico sobre os temas a serem abordados nas nossas aulas. Esperamos que com essa disciplina possamos colocar mais um tijolinho na con- strução do seu conhecimento. E para isso precisamos da sua ajuda, começando agora mesmo a ler esse material que preparamos com muito cuidado e carinho para você. E não se esqueça de interagir sempre conosco, pois estamos sempre à sua disposição. Bons estudos! Prof ª. Kátia Silene L. de S. Albuquerque Prof. Laerson Morais S. Lopes Apresentação da Disciplina 7 DISCUSSÕES TEÓRICAS DA CONTABILIDADE O ARCABOUÇO EVOLUTIVO E TEÓRICO DA CONTABILIDADE EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE Toda a teoria deve ser feita para poder ser posta em prática, e toda a prática deve obedecer a uma teoria. Só os espíritos superfi ciais desligam a Teoria da prática, não olhando que a teoria não é senão uma teoria da prática; e a prática não é senão a prática de uma teoria... F. Caetano Dias, in editorial sob o título “Palavras Iniciais” da Re- vista de Comércio e Contabilidade, n.º 1, de Janeiro/Junho de 1926. Partindo desse pensamento podemos dizer que estudar os aspectos teóricos de uma disciplina é de fundamental importância para podermos compreendê-la melhor. Podemos também extrair que tanto a teoria pode levar à adoção de determinadas práticas, como um conjunto de práticas pode contribuir para a formação de uma ou mais teorias. Pare para refletir... Você Sabia? Você, que vem estudando técnicas contábeis desde o primeiro semestre do curso, já deve ter percebido que a contabilidade adota determinadas regras e práticas contábeis com o objetivo de padronizar a divulgação das suas informações através dos seus relatórios, não é mesmo? E a partir de agora, nós gostaríamos que você entendesse o porquê da adoção des- sas práticas, e também queremos que você saiba que existem outras práticas que podem ser utilizadas em vez das que são atualmente adotadas, deixando-o dessa forma preparado para entender eventuais mudanças que venham a ocorrer na legislação, bem como saber quais são as melhores práticas a serem utilizadas para a tomada de decisões. Vivemos na era da informação e do conhecimento e em um momento de profundas mudanças no cenário da contabilidade no nosso país. Por isso não podemos simplesmente aplicar técnicas contábeis, precisamos acima de tudo pensar as práticas contábeis. Você sabia que nenhum campo do conhecimento nasce completo e perfeito? Isso mesmo, ele vai sendo formado ao longo do tempo, através da evolução teórica e também da prática. E com a contabilidade não poderia ser diferente, por isso vamos iniciar o nosso 8 Teoria da Contabilidade estudo da Teoria da Contabilidade buscando compreender a Ciência Contábil através da evolução histórica e teórica. Estudar a evolução histórica da Contabilidade pode nos fornecer resposta a vários questionamentos,tais como: Em que momento teve início a contabilidade? Quais fatores contribuíram para o seu desenvolvimento? Quem foram os seus principais estudiosos e teóricos? Qual a origem dos termos e da forma como a contabilidade é aplicada? E muito mais... Um passeio histórico pela contabilidade poderá ainda nos proporcionar uma meditação sobre o passado, uma melhor compreensão do presente, e embasamento para questionar o futuro da nossa profi ssão. “A responsabilidade que possui uma nação perante o seu passado é a de ter a con- sciência das raízes que sustentam o presente, cultuando-as, corrigindo destinos, para que o futuro seja cada vez mais promissor”. (António Lopes de Sá) Previts et al (1990), apud SILVA e MARTINS, 2006, p. 17, justifi cam importância do estudo da História da Contabilidade pelos seguintes motivos: a) uma profi ssão edifi cada por muitos séculos deve educar seus membros para apre- ciar suas heranças intelectuais; b) a importância dos avanços ocorridos no pensamento e as principais contribuições para apreciar suas heranças intelectuais; c) sem acesso à análise e interpretação do desenvolvimento da prática e do pen- samento contábil, empiristas de hoje arriscam-se a fundamentar suas investigações em conhecimentos incompletos e injustifi cáveis no passado. Você percebeu a importância de estudar a evolução histórica da contabilidade? Temos certeza que a resposta é afi rmativa. Então vamos já decolar nessa viagem no tempo. Você já sabe que a contabilidade, como a conhecemos atualmente, foi edifi cada em milhares e milhares de anos e tem uma história própria marcada pela necessidade do controle patrimonial. Portanto, para chegar ao estágio atual, muitos caminhos foram percorridos. “Não é descabido afi rmar que a noção de conta e, portanto, de Contabilidade seja, talvez, tão antiga quanto a origem do Homo sapiens” (IUDÍCIBUS, 2006). No início dos tempos da humanidade, o homem não tinha moradia fi xa e andava de terra em terra, tirando o seu sustento da natureza, apenas para garantir a sobrevivência, sem a preocupação de acumular riquezas. O tempo foi passando e o homem sentiu a necessidade de ter um lugar fi xo para viver, passando assim a ser seden- tário, e consequentemente a cul- tivar os seus alimentos (praticar a agricultura) e a domesticar os animais (atividades de pastoreio, ou seja, a pecuária). A partir daí, o homem sentiu a necessidade de con- 9 trolar o seu rebanho, que representava o patrimônio à sua disposição. E como ele iria fazer isso em uma época na qual não existia moeda, escrita e números? Mas, como o homem é um ser racional, ele sempre chegava a uma solução. Ele controlava o seu rebanho através de desenhos rupestres nas paredes das cavernas. Ou então ele poderia fazer o inventário dos seus bens associando cada ovelha a objetos que ele tinha a sua disposição na natureza, como: pedras, galhos, sementes de frutas, entre outros. Vamos ver um exemplo? Vamos supor que o patrimônio de uma pessoa era constituído de 4 ovelhas e passado um determinado tempo esse rebanho cresceu, com o nascimento de duas ovelhinhas. Veja- mos na fi gura a seguir como esse homem iria contabilizar o aumento do seu patrimônio. Procedimento idêntico seria adotado se, ao invés de terem nascido duas ovelhas, tivesse sido sacrifi cada uma. Só que em razão inversa, isto é, ao invés de ter acrescentado duas pedrinhas, teríamos tirado uma pedrin- ha. Vamos ver como fi caria então o nosso inventário? Essa forma rudimentar de praticar a contabilidade tem embasamento em trabalhos de vários pesquisadores, e Santos et al (2007) vão mais além, quando afi rmam que a contabilidade tem vivido nos últimos anos uma revolução em termos de sua história, visto que recentes trabalhos arqueológicos encontraram vestígios da utiliza- ção de sistemas contábeis na pré-história, em forma de fi chas de barro. “É possível falar em arqueologia da contabili- dade, pois os vestígios encontrados de sistemas contábeis são produtos do estudo científi co de restos de culturas humanas derivadas de conhecimentos desenvolvidos em tempos pré-históricos” (Schmidt e Santos, 2008). Os estudos arqueológicos da contabilidade, citados por Santos et al (2007) e Schmidt e Santos (2008), entre outros fatores, revelaram que: • As primeiras fi chas de barro foram encontradas em 8000 a.C., em Uruk, antiga ci- dade da mesopotâmia e centro importante da civilização sumeriana; 10 Teoria da Contabilidade • Em sítios arqueológicos do Oriente próximo foram encontrados ma- teriais que caracterizaram um sistema contábil utilizado entre 8000 e 3000 a. C., constituído de pequenas fi chas de barro; • Em sítios arqueológicos sem Israel, Síria, Iraque, Turquia e Irã foram encontradas fi chas de barro datadas de 8000 a 3000 a.C.; • Escavações também revelaram a existência de outros artefatos de barro assemelhados a caixas que continham fi chas no seu interior e impressões exter- nas, que datavam, os mais antigos, de aproximadamente 3250 a.C., denominados envelopes. Essas fi chas de barro poderiam ser comparadas ao que temos hoje como o sistema de partidas dobradas, que você já estudou anteriormente; e os envelopes, descobertos posteriormente, serviam para acomodar no seu interior essas fi chas, trazendo como de- talhamento na sua parte externa a identifi cação dos devedores ou credores de cada fi cha, podendo estar aí a origem de cada conta. Fica claro que desde o início da civilização conseguimos ver vestígios da função da contabilidade: avaliar a riqueza do homem, assim como verifi car e analisar os acréscimos e decréscimos no seu patrimônio. A partir daí a contabilidade foi só evoluindo até chegar à estrutura que temos hoje, que é um pontapé para a contabilidade do futuro. As fi chas de barro representavam as mercadorias e as entradas e saídas de ativos nas transações comerciais eram representadas pela transferência de uma fi cha de barro de um envelope para o outro. Vamos ver um exemplo? Exemplo: O Sr. Eutrópio transfere um carneiro para o Sr. Herodes. Como fi caria esse lançamento em fi chas de barro? Sabemos que o envelope representa o devedor ou o credor e as fi chas, a merca- doria (carneiro). Portanto, é retirada uma fi cha do envelope do Sr. Eutrópio e colocada no envelope do Sr. Herodes. Notou a dupla utilidade das fi chas e do envelope? • A realidade social – o direito do proprietário em relação ao ativo transacionado. • A realidade física – o registro da movimentação da mercadoria. De acordo com Schmidt e Santos (2008), a criação dos numerais e a revolução na contagem e na manipulação de dados podem ser creditadas aos contadores de Uruk, que inventaram dois sinais: os numerais e os pictogramas. Saiba mais Saiba mais sobre a história dos números visitando o site: http://pessoal.ser- comtel.com.br/matematica/fundam/numeros/numeros.htm ALGUNS FATOS QUE MARCARAM A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE A contabilidade, assim como qualquer ramo do conhecimento, evolui junto com a evolução da humanidade. A seguir iremos listar alguns eventos históricos que contribuíram signifi cativamente para o desenvolvimento da ciência contábil. 1. O surgimento da moeda 11 Saiba mais Você sabia? Comprovado historicamente as primeiras moedas foram criadas em 650 a.C. em Lídia, na Ásia Menor e em 600 a.C., na Grécia tendo o seu surgimento contribuído para que o sistema de contas da contabilidade fi casse completo, pois tornou-se possível determinar as contas contábeis que representavam o patrimônio, bem como os seus respectivos valores. Que a moeda é um instrumento de troca e que muitos objetos já serviram para caracterizar a moeda, como por exemplo, o sal (NaCl)? Daí o termo salário. Saiba mais sobre a história da moeda, acessando o site a seguir: http://www.eduquenet.net/histmoeda.htm2. A ascensão do Islamismo A contabilidade está sempre presente quando há atividades de comércio, e a as- censão do Islamismo contribui para o desenvolvimento do comércio. Aí você pode estar se perguntando: de que maneira? Voltando às aulas de História, você lembra que os cristãos do Ocidente organizaram as cruzadas visando expulsar os mulçumanos da Terra Santa? Só que para isso eles teriam que sair do Ocidente para o Oriente, contribuindo para o renascimento do Mar Mediterrâneo como via marítima para o desenvolvimento comercial das cidades italianas de Veneza, Florença, Pisa e Gênova. Enfi m, as Cruzadas contribuíram para a fundação e o crescimento de cidades, mer- cados e feiras, ambientes propícios para o desenvolvimento da contabilidade. 3. Surgimento da escrita A escrita alfabética inventada pelos fenícios, em 1100 a.C., contribuiu bastante para o desenvolvimento da contabilidade, pois, a partir de então, já era possível documentar de forma escrita as transações ocorridas no patrimônio das entidades. 4. Expansão do comércio A expansão do comércio gera, sem sombra de dúvidas, uma demanda mais acentuada para o desenvolvimento e solidifi cação de sistemas contábeis, cada vez mais efi cazes para o controle do patrimônio. A partir do crescimento dos mercados consumidores, iniciado com a ascensão do islamismo, o comércio começa a expandir e a contabilidade já começa a sentir a necessidade de aprimorar os seus sistemas. Foi então que começaram a surgir as grandes obras da contabilidade. 5. Sistematização das partidas dobradas Como você já deve ter notado, os sistemas contábeis de dupla entrada já existiam desde os tempos primitivos. Fato esse comprovado pelos estudos da arqueologia da contabilidade, certo? Apesar de esse método estar sendo utilizado no controle do patrimônio, faltava ainda a sua sistematização, sendo escrito pela primeira vez pelo Frei Luca Pacioli no livro “Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et propornaliti”, em 1494. Essa obra serviu para difundir o método das partidas dobradas. 12 Teoria da Contabilidade “Existem indícios que apontam que o sistema das Partidas Dobradas data desde 1330, sem esquecer que no período pré-histórico a utilização das fi chas de pedras mesmo de forma rudimentar já esboçavam esse sistema, entretanto a divulgação para o mundo deu-se através do frade franciscano Lucca Paccioli, matemático, que expôs o sistema de forma completa, evi- denciando seu mecanismo algébrico, quando da publicação do Tractatus de Computis et Scripturis em 1494, sendo este fato considerado um marco para a contabilidade, tendo atraído a atenção dos homens de negócios da época, ávidos em mensurar e controlar suas riquezas a utilizarem este sistema”. (MARTINS, 2001) Saiba mais Visite a publicação on-line no site da FBC, denominada “Luca Pacioli: Um Mestre do renascimento, de A Lopes de Sá”, e saiba mais sobre a vida de Luca Pacioli e a sistematização das partidas dobradas. http://www.fbc.org.br/pdf/lucapacioli.pdf Os mais variados povos antigos contribuíram para o progresso histórico da contabili- dade, tais como: China, Egito, Grécia, Ilha de Creta, Índia, Israel, Pérsia e Síria. O quadro a seguir apresenta algumas contribuições desses povos, relacionadas à contabilidade. 6.A Revolução Industrial A Revolução Industrial, ocorrida no século XIX, na Inglaterra, foi a grande responsável pela transformação do modo de produção naquela época, isto é, a evolução da manufatura para a maquinofatura, foi um ambiente propício para o nascimento da contabilidade de cus- tos. Nesse ambiente também começou a se desenvolver a auditoria. 13 DIVISÃO DA HISTÓRIA CONTÁBIL Já vimos que a história contábil é marcada pela sua evolução milenar. Portanto, vários são os estudiosos que fazem essa divisão cronológica, e nós vamos utilizar aquela estabelecida por Zanluca (2007): • Contabilidade do Mundo Antigo • Contabilidade do Mundo Medieval • Contabilidade do Mundo Moderno • Contabilidade do Mundo Científi co CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO CO N TA BI LI D AD E D O M U N D O M ED IE VA L CO N TA BI LI D AD E D O M U N D O M O D ER N O CO NT AB ILI DA DE D O M UN DO C IEN TÍF IC O A contabilidade do mundo antigo compreende o período que se inicia com as primeiras civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci, da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano. Já a contabilidade do mundo medieval abrange o período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabili- dade por Partidas Dobradas), de Frei Luca Paciolo, publi- cado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. No que se refere à Contabilidade do mundo moderno, pode-se entender do período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da obra “La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche” , de autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da contabilidade. Por fi m, tem-se a contabilidade do mundo científi co, que é o período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. Já vimos como Zanluca divide a história da contabilidade, no entanto esse não é o único autor que fala sobre essa divisão histórica ao longo dos tempos. Outros pesquisadores contábeis também se dedicaram a esse estudo e usaram algumas nomenclaturas diferentes para denominar cada época, portanto todas retratando a mesma realidade da contabilidade. 14 Teoria da Contabilidade Veremos a seguir como dividem a história da contabilidade os seguintes autores: Melis, Klein, Francisco D’Áuria e Antônio Lopes de Sá. 15 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL: AS PRINCIPAIS TEORIAS DA ESCOLA EUROPEIA Lembrando que a contabilidade se desenvolveu junto ao desenvolvimento do comér- cio, e como as atividades mercantis tiveram sua origem na Europa, sobretudo nas cidades italianas, é normal imaginar que os primeiros pensadores contábeis derivaram dessa região. Posteriormente, com o desenvolvimento da economia americana, a contabilidade começou a ser pesquisada, apresentando também alguns pensadores de destaque, sobretudo após a Grande Depressão de 1929, quando a escola americana ganhou mais destaque. Importante! Aprimore o seu conhecimento sobre a história do pensamento contábil, bem como sobre os seus principais pensadores, lendo o Conteúdo 1 deste Tema, no AVA. Pesquisem também o assunto nas referências bibliográfi cas sugeridas e na internet. As escolas do pensamento contábil eram formadas por pensadores com ideias semel- hantes, e de algumas destas escolas derivaram as ideias desses pensadores, denominadas teorias. Vamos ver a seguir, um pouco das principais teorias da escola europeia, e a seguir veremos também as idéias da escola americana. As Contas Contábeis são a essência da Contabilidade e a sua escrituração, como é feita nos dias de hoje, é fruto da evolução dessas teorias. TEORIA DAS CINCO CONTAS Essa teoria surgiu a partir da Escola Contista, em 1975, sendo exposta por Edmond Degranges. A ideia central dessa teoria era o mecanismo das contas, em que a contabilidade era confundida com a escrituração, sendo assim considerada a ciência das contas. Para essa teoria foram apresentadas cinco contas, que servem de meio de troca. • Mercadorias • Dinheiro (Caixa) • Efeitos a receber (Créditos) • Efeitos a pagar (Débitos) • Lucros e perdas (Capital) Silva e Martins (2006) afi rmam que com estas cinco contas, desdobradas em várias subcontas, o autor desta teoria apenas, contemplou a escrituração dasempresas comer- ciais. Esclarecendo ainda que a teoria das cinco contas não foi muita bem aceita na Itália, não se tornando universal. Foi Degranges que formulou a máxima: “Debita-se aquele que recebe e credita-se aquele que fornece”, imaginando que todas as contas representam o comerciante e por isso ele é ‘devedor’ quando recebe e ‘credor’ quando fornece. Não se pode atribuir a Degranges a criação do pensamento das contas gerais, mas é impossível tirar-lhe o mérito de maior difusor (LOPES DE SÁ, 1998). 16 Teoria da Contabilidade TEORIA PERSONALISTA Francesco Marchi foi o primeiro a fazer oposição à Teoria das Cinco Contas, preconizando que todas as contas eram pessoais. Esse pensamento teve uma grande repercussão na Itália, contribuindo para a perda das forças das teses contistas. No entanto, foi Giuseppe Cerboni o construtor das bases dessa teoria, que teve sua fundamentação no método logismográfi co. E objetivando dar forma científi ca a esta teoria, Cerboni agrupou as contas em três grandes grupos: • Do Proprietário (receitas, despesas e patrimônio líquido); • Dos Agentes Consignatários (bens); • Dos Correspondentes (direitos e obrigações). Para Cerboni, o proprietário era “credor jurídico de todo o seu ativo e devedor, também jurídico de todo o seu passivo”. De acordo com Sá, a teoria personalista se fundamenta nos seguintes axiomas: 1º AXIOMA - Toda azienda deve ser administrada, todas possuem um ou mais pro- prietários e estes não podem conseguir a gestão se não entram em contato com agentes e correspondentes. Corolários: • pode ser proprietário da azienda um só indivíduo ou diversos constituídos em sociedade; • o principal em uma azienda, se não for o proprietário, será sempre um representante seu, conservando este todos os poderes que àquele seriam pertinentes; • de direito é o proprietário que exercia a autoridade ou supremacia sobre a azienda. 2º AXIOMA – Uma coisa é desfrutar a propriedade, e outra é administrar. Corolário: quando o proprietário também administra, adquire a dupla qualidade de proprietário e administrador. 3º AXIOMA – Uma coisa é administrar a azienda, e outra é custodiar sua substância e por ela responder materialmente. Corolário: o administrador, tendo o encargo de dirigir e assumir por custódia a substância, será a um só tempo gestor e agente consignatário. 4º AXIOMA – Não se pode criar um devedor sem, simultaneamente, criar-se um credor e vice-versa. Corolário: toda soma derivada de qualquer operação da azienda deve ser registrada em débito e em crédito. 5º AXIOMA – O proprietário, administrando ou não a azienda, é, de fato, credor da substância e devedor das passividades pertinentes àquela, ao contrário do que ocorre com os agentes e com os correspondentes. Corolário: o crédito do proprietário corresponde ao débito dos agentes e dos cor- respondentes, e vice-versa; o administrador situa-se como em uma balança de débito e crédito, entre os proprietários de uma parte e os agentes e os correspondentes de outra; o administrador não pode ser devedor nem credor da azienda, senão junto como agente consignatário ou correspondente estranho àquela. 6º AXIOMA – O débito e o crédito do proprietário não variam senão em razão de perdas ou lucros, ou ainda por acréscimos ou reduções do capital originário. Corolário: a permuta de elementos do capital da azienda ou a soma de passagens de um agente ou correspondente a um ou outro, se estas forem idênticas, não modifi ca a situação do proprietário, nem aquela dos agentes ou correspondentes. 17 TEORIA MATERIALISTA Fábio Besta fez oposição a Cerboni e defendeu que o patrimônio deveria ser rep- resentado por grandezas passíveis de mensuração. Conforme o próprio nome sugere, as contas devem representar uma relação com a materialidade, ou seja, as contas só deverão existir se houver também os elementos materiais por ela representados na entidade. Esta teoria proporcionou a criação dos seguintes fatos: • Fatos Permutativos – são aqueles que trazem variações do ponto de vista específi co, sem alterar a situação líquida do patrimônio. Ex: recebimento de duplicata. • Fatos Modifi cativos – são aqueles que produzem alterações no patrimônio, diminu- indo-o ou aumentado-o. Ex: Pagamento de aluguel. • Fatos Mistos – são aqueles que combinam fatos permutativos com fatos modifi cativos, isto é, permuta, aumenta ou diminui o patrimônio. Ex: Pagamento de duplicatas com juros. O agrupamento das contas na Teoria Materialista fi ca da seguinte forma: • Contas Integrais – não alteram o patrimônio da entidade. São representadas pelos bens, direitos e obrigações. • Contas Diferenciais – alteram o patrimônio da entidade para mais ou menos. São representadas pelas receitas, despesas e patrimônio. TEORIA MATEMÁTICA Em 1790, Forni procurou demonstrar matematicamente a concepção patrimonial tendo mais tarde, como seu seguidor, Clitofante Bellini. Essa teoria parte do princípio que: a) para os elementos do ativo, débito é a quanti- dade positiva e crédito é a quantidade negativa; e b) para os elementos do passivo, crédito é a quantidade positiva e débito é a quantidade negativa. E o saldo da contas é o resultado de operações algébricas (soma e subtração), objetivando apurar o débito e o crédito. + + Soma - - Soma + - Subtrai Essa teoria afi rma que o débito (contas do Ativo) é representado pelo sinal positivo; e o credito pelo sinal negativo (contas do Passivo), resultando na seguinte operação matemática. Ativo – Passivo = Zero. Esta teoria admite a substituição de débito e crédito pelos sinais + e -, transformando-se a função em puras operações aritméticas de adição e subtra- ção. A substituição teria fundamento lógico, mas iria ferir um convencionalismo multissecular. (IUDÍCIBUS E MARION, 2008). TEORIA ECONÔMICA Em decorrência do desenvolvimento da teoria materialística das contas, Fábio Besta foi um dos primeiros defensores da função econômica das contas, admitindo que era objetivo da contabilidade estudar a matéria sob o ângulo do controle econômico da riqueza. 18 Teoria da Contabilidade No seu trabalho La Regioneria, apresentado em 1880, Besta de- fendeu a ideia de que o controle econômico é o objetivo de estudo da Contabilidade. Besta explicou que o patrimônio era composto também por fatos modifi cativos, ou seja, elementos diferenciais no ativo ou passivo, que pode- riam aumentar ou diminuir o patrimônio. Portanto esta dinâmica denotava a característica dinâmica do mesmo, ou seja, as contas poderiam fazer com que o valor econômico das empresas fosse maior, menores ou permancessem estáticos. A Teoria Econômica, portanto, é uma combinação do controlismo, do positivismo e do patrimonialismo, que é a riqueza em ação, e a riqueza individualizada – patrimônio – a matéria que agrupa esses três pensamentos teóricos. TEORIA PATRIMONIAL É a teoria que entende que o patrimônio é o objeto da Contabilidade, sendo a sua fi nalidade o controle patrimonial. Por essa teoria, as contas são agrupadas em dois grupos: • Contas patrimoniais (ativo, passivo e patrimônio líquido) – São as contas que englo- bam os bens, direitos, obrigações e a situação líquida das entidades, ou seja: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Estas contas são apresentadas sob a forma do Balanço Patrimonial. • Contas de resultado (diferenciais) – São as contas que representam as receitas e despesas. Estas contas devem ser sempre encerradas (tornar o saldo zero e transferi-lo para a apuração do resultado) fi nal do exercício social, para posteriormente serem transferidas para o Balanço Patrimonial, mais especifi camente para o Patrimônio Líquido. Nesta teoria são mantidas as denominações “débito” e “crédito”, somente por tradição. Pois débito pode ser substituído pelo sinal positivo (+) e créditopelo sinal negativo (-), po- dendo ser representado pelo seguinte esquema. Dessa forma, as contas devedoras no patrimônio líquido aumentam o patrimônio e as contas credoras o reduzem. A seguir, apresentamos um resumo comparativo de como as contas são agrupadas de acordo com as teorias. A P PL + - + - + - • • • • • • • • • • • • 19 O I Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em setembro de 1924, aprovou a primeira defi nição ofi cial de contabilidade no Brasil, dispondo o seguinte: “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e TEORIA POSITIVA O professor J. Dumarchey publicou, em 1914, a sua obra “Théorie positive de la Compt- abilité” (Teoria Positiva da Contabilidade), que continha bases para a Teoria Positiva. A contabilidade é considerada como a ciência das contas, cujo objetivo é acompanhar a evolução e modifi cação do patrimônio para conhecer sua composição e valor. As principais características desta teoria, em relação à escrituração são: • as contas do ativo e passivo devem ser registradas pelos seus valores reais; • a situação líquida deve ser apresentada por valores abstratos; • o ativo apresentado segundo o grau de exigibilidade; • o passivo apresentado segundo o grau de exigibilidade; • o foco nos fatos modifi cativos (incluem os mistos); • a origem do capital é própria ou de terceiros; • a contabilidade é a revelação patrimonial. Efetivamente, o conhecido autor francês vinha, de longa data, fazendo estudos matemáticos a respeito de assuntos de contabilidade. Mas o conceito que se revela em sua citada obra é o das “unidades de valores que constituem as contas”. Assim, positiva é a sua teoria, porque, de fato, são as unidades de valor que a contabilidade contempla em sua elaboração. Mas tão positiva é esta teoria quanto o são outras que conceituam o objeto de modo diverso, mas não menos real (Iudícibus e Martins (2008). OBJETIVOS DA CONTABILIDADE Como vimos, a contabilidade, ao longo do tempo foi evoluindo, contando com con- tribuições de várias estudiosos, na busca de delimitar a sua atuação e seus objetivos. Nesse ínterim vimos claramente a ascensão da escola europeia em delimitar o objeto de estudo da contabilidade, que é o patrimônio das entidades, e o seu campo de aplicação, que é toda entidade que pratique atividade econômica como meio ou fi m. Podemos perceber também o domínio da escola americana na padronização das normas contábeis e nos campos da contabilidade gerencial e da auditoria, sendo esta última herdada da Inglaterra. Notamos claramente que há duas linhas de pensamento relacionadas à contabilidade: a europeia (italiana) e a americana, em que se observa uma forte tendência mundial, e também no Brasil para a prevalência desta última. Em rela- ção a isso Iudícibus (2001), afirma que: • O domínio da escola italiana parece ter chegado a seu fi nal, inclusive no Brasil, onde a Lei das Sociedades por Ações é inspirada (na parte contábil) na doutrina americana. • Hoje, mesmo na Itália, nas faculdades do norte do país, muitos textos apre- sentam infl uência norte-americana e as principais empresas contratam na base da experiência contábil de inspiração norte-americana. Antes de expor os objetivos da Contabilidade, vamos apresentar algumas definições de suas definições. 20 Teoria da Contabilidade ções úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões” (MARION, 2004). registro relativo aos atos e fatos da administração econômica”. “Contabilidade é a ciência que estuda, registra e controla o patrimônio e as mutações que nele operam os atos e fatos administrati- vos, demonstrando no fi nal de cada exercício social o resultado obtido e a situação econômico-fi nanceira da entidade”. “A contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informa- A partir desses conceitos da Contabilidade é fácil perceber que a mesma tem o compromisso e a necessidade de bem informar. Existem muitas defi nições que comparam a Contabilidade a um sistema, que fornece informações úteis para servirem de base no processo decisório. Talvez você esteja se perguntando como é possível. Então vamos ver como? A fi gura a seguir ilustra essa comparação. Por essas defi nições, deu para perceber qual é o objetivo da Contabilidade? Então veremos qual é o objetivo principal da Contabilidade. O item 12 da Deliberação CVM 539, DE 14.03.2008 da Resolução CFC nº. 1.121/08, que aprova a NBC T 1 – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, afi rma que o objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a posição patrimonial e fi nanceira, o desempenho e as mudanças na posição fi nanceira da entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômica. O estabelecimento dos objetivos da Contabilidade pode ser feito na base de duas abordagens distintas: ou consideramos que o objetivo da Contabilidade é fornecer aos usuários, independentemente de sua natureza, um conjunto básico de informações que, presumivelmente, deveria atender igualmente bem a todos os tipos de usuários, ou a cont- abilidade deveria ser capaz e responsável pela apresentação de cadastros de informações totalmente diferenciados, para cada tipo de usuário (IUDÍCIBUS, 2001). Essas duas abordagens distintas parecem bastante extremadas, uma vez que tem-se duas implicações: a) produzir um conjunto básico de informações que servirá para todos os usuários não seria o ideal, visto que os usuários têm necessidades informativas individuais; e b) produzir informação para cada usuário isoladamente pode também não ser viável fi - nanceiramente para a entidade. Esse mesmo autor sugere que seja construído um “arquivo básico de informação contábil” que possa ser utilizado, de forma fl exível, por vários usuários, cada um com ênfases diferentes 21 neste ou naquele tipo de informação, neste ou naquele princípio de avaliação, porém extraídos todos os informes do arquivo básico ou “data-base” estabelecido pela Contabilidade. Iudícibus e Marion (2008) dizem que o objetivo da Contabilidade pode ser estabelecido em forma de informação estruturada de natureza econômica, fi nanceira e, subidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários internos e externos à entidade objeto da Contabilidade. Pare para refletir... Quais são os usuários da informação contábil? O dono da empresa, o sócio, o acionista? O gestor, o administrador, o controlador? Bem... Os usuários das informações contábeis são pessoas físicas ou jurídicas com interesse na entidade, que utilizam as informações contábeis desta para seus próprios fi ns, de forma permanente ou transitória. Usuários externos – Governo, investidores, instituições fi nanceiras, etc. Usuários internos – Funcionários, administradores, etc. Aos usuários externos são fornecidas aquelas demonstrações tradicionais, como balanço patrimonial, Demonstração do Valor Agregado, Demonstração do Fluxo de Caixa, Balanço Social (optativamente), entre outros que a administração considere adequados. Para os usuários internos podem ser acrescentadas às demonstrações tradicionais relatórios especiais para decisão, como: orçamentos, de custos, criação de divisões, etc. Ao imaginarmos a Contabilidade como provedora de informações aos seus diversos usuários, nos remete o pensamento de que esses usuários recebem as informações con- tábeis de forma passiva. Na realidade, não podemos ignorar a participação do usuário nas escolhas contábeis e nas opções escolhidas pelo contador. O Pronunciamento Conceitual Básico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), do ano de 2007, elenca os principaisusuários das demonstrações fi nanceiras, que são eles: investidores, empregados, credores por empréstimos, fornecedores e outros credores comerciais, clientes, o governo e suas agências e o público em geral. Nyiama e Silva (2008) nos falam como alguns usuários infl uenciam a contabilidade, conforme podemos verifi ca a seguir: • Administradores – Esses usuários infl uenciam na contabilidade da seguinte forma: a) eles escolhem a forma que a entidade irá atuar, se vai ser uma sociedade fechada ou aberta, infl uenciando no grau de complexidade das informações; b) os gestores são a fonte de informação para a contabilidade sobre a forma de ocorrência dos eventos ocorridos na entidade; c) a data do reconhecimento vai depender da informação sobre a conclusão da negociação d) os gestores exercem infl uência na estimativa dos valores que irão compor os relatórios contábeis; e) os gestores também decidem como avaliar os ativos e passivos da organização; f) os gestores escolhem o que vai ser divulgado; g) os gestores defi nem as atribuições do setor contábil e da auditoria interna, dentro da estrutura formal da entidade. • Investidores – Os investidores querem conhecer a organização, requerendo infor- mação adicional da mesma, além daquelas divulgadas tradicionalmente para o público. • Auditores – Esses usuários vão dar a sua opinião quanto à adequação das demonstrações contábeis às normas de contabilidade, por isso eles infl uenciam que o contador utilize os procedimentos corretos, em observância às normas de contabilidade, para que a decisão da auditoria resulte em um parecer favorável à entidade. 22 Teoria da Contabilidade • Governo – Esse usuário estabelece regras que a contabilidade segue para fi ns de arrecadação fi scal. O papel do governo pode ser inibidor ao desenvolvimento da Contabilidade, a partir do momento em que cria restrições às alternativas de procedimentos contábeis, com o objetivo de evitar a evasão fi scal. Como vimos anteriormente, existem outros usuários da contabilidade que também exercem infl uência sobre a mesma. Por isso, vamos lançar para você o seguinte desafi o: Pesquise em livros, internet, revistas específi cas e outros materiais que estejam à sua disposição sobre como os demais usuários infl uenciam a contabilidade. Importante! Não deixe de estudar esse tema também pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), pois será importante para consolidar o seu aprendizado e também para ajudar a responder as questões da Atividade Complementar a seguir. Atividades Complementares Faça um breve relato sobre a evolução histórica da Contabilidade, associando os 1. fatos históricos que contribuíram para o seu avanço. Discorra sobre a divisão histórica da Contabilidade, feita por Zanluca (2007).2. Fale sobre a Idade da Estagnação Contábil. Você concorda que ela deve ser denominada 3. assim, ou deverá ser chamada de Idade da Consolidação Contábil? Justifi que a sua resposta. 23 Fábio Besta é pensador de duas teorias europeias. Identifi que essas teorias e esta-4. beleça as diferenças e semelhanças que há entre as mesmas. Pesquise em outros materiais e fale um pouco sobre a escola europeia e a escola 5. americana. Quais são os objetivos da Contabilidade? E quem são os seus usuários?6. 24 Teoria da Contabilidade NORMAS, PRINCÍPIOS E EVIDENCIAÇÃO ESTRUTURA NORMATIVA DA CONTABILIDADE E SUAS TENDÊNCIAS NO BRASIL Por ser uma ciência social, a Contabilidade é forte- mente infl uenciada pelo ambiente. Assim, as diferenças históricas, os valores culturais e as estruturas políticas, legais e econômicas de cada país acabam refl etindo nas práticas contábeis em vigor. (Niyama e Silva, 2008) A Contabilidade no Brasil tem forte origem latina, por isso dispõe de uma estrutura normativa para atender ao Fisco. Em decorrência disto, os nossos órgãos normativos são ligados ao governo. Isso não ocorre em todos os países. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Contabilidade não é infl uenciada pelo Fisco, mas sim pelo consenso dos órgãos profi ssionais de classe. Infl uenciados pelos órgãos de classe ou pelo Fisco, os diversos países têm a liber- dade de normatizar as suas práticas contábeis e escolher aquelas mais adequadas a suas culturas e estruturas políticas, legais e econômicas. Vamos deixar bem claro isso para você. Um fato contábil pode ter mais de uma op- ção de ser escriturado na contabilidade e as normas de um país podem determinar formas diferentes para efetuar esse lançamento. Vamos ver um exemplo para entender melhor? Existem duas formas diferentes de tratamento contábil para o leasing fi nanceiro. Veremos a seguir quais são elas: a) Registra-se no ativo não-circulante como uma compra fi nanciada, que resulta em um aumento do ativo e também do patrimônio da empresa; e b) Considera-se os valores pagos como despesa do exercício, que impacta negati- vamente no resultado da empresa, diminuindo o valor do patrimônio. Países como Inglaterra, Estados Unidos e Canadá utilizam a primeira alternativa, enquanto a Itália utiliza a segunda. No Brasil, a legislação tributária não permite o lança- mento no ativo não-circulante, porém a NBC T10-2, determina a contabilização do leasing fi nanceiro seguindo as normas do Iasb. Esse é apenas um dos vários exemplos sobre as diferenças das normas contábeis nos diversos países. Essa situação pode comprometer a comparabilidade das demonstrações contábeis, visto que para um mesmo fato contábil são adotados procedimentos diversos. Países que têm relações comerciais e políticas muito próximas buscam assemelhar as suas práticas contábeis e até adotar um padrão uniforme. As relações políticas, comerciais e econômicas no mundo estão se estreitando cada vez mais, como resultado do processo de globalização, e em consequência surge a necessi- dade de uma Contabilidade Internacional, objetivando uniformizar as práticas contábeis. Apesar dessas diferenças entre os países, existe uma grande pressão para que as diferentes nações busquem uma linguagem em comum. O crescimento do comércio, as 25 necessidades de investimento, o acesso fácil e rápido às notícias de outros países são fatores que contribuem para a harmonização da Contabilidade em termos mundiais. (Niyama e Silva, 2008) Mas o que vem ser harmonização da Contabilidade em termos mundiais? Fácil. É a adoção de um conjunto de normas internacionais de contabilidade para ser usado pelos países, buscando assim uniformizar as práticas contábeis e tornar as demonstrações contábeis mais facilmente comparáveis. Esse movimento de harmonização da Contabilidade já está ocorrendo, sob o comando do Iasb (International Accounting Standards Board). O Iasb é a organização internacional sem fi ns lucrativos que publica e atualiza as Normas internacionais de Contabilidade (IAS/IFRS). Tem sede em Londres e congrega representantes de mais de 140 entidades de classe de todo o mundo, inclusive do Brasil, cuja representação se dá pelo Ibracon e pelo Conselho Federal de Contabilidade em língua inglesa. O Iasb foi criado em 1 de abril de 2001 e, atualmente, todos os pronunciamentos con- tábeis internacionais publicados por ele têm o nome de pronunciamentos IFRS (International Financial Reporting Standard). Os objetivos do Iasb são: • Desenvolver um conjunto de normas de contabilidade global; • Promover a utilização e aplicação dessas normas contábeis; • Promover convergência entre as normas locais e as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS). Saiba mais Saiba mais sobre o Iasb e as normas internacionais, acessando os links a seguir: e http://pt.wikipedia.org/wiki/IASB http://pt.wikipedia.org/wiki/Normas_internacionais_de_contabilidade_IAS_/_IFRS A ESTRUTURA NORMATIVA NO BRASIL No Brasil, os principais organismos que emitem normas, resoluções, decretos,delib- erações, decretos, etc., que atingem o profi ssional de contabilidade, são: • Conselho Federal de Contabilidade’ CFC; • o Comitê de Pronunciamentos Contábeis’ CFC; • Instituto Brasileiro de Contadores – IBRACON; • Comissão de Valores Mobiliários – CVM; • Banco Central do Brasil – BACEN; • Secretaria da Receita Federal – SRF. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é órgão representativo da classe contabi- lista brasileira. Foi criado pelo Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, e é uma Autarquia Especial de Caráter Corporativista, sem vínculo com a Administração Pública Federal. O CFC tem por fi nalidade, nos termos da legislação em vigor: • Orientar, normatizar e fi scalizar o exercício da profi ssão contábil, por intermédio dos Conselhos Regionais de Contabilidade, cada um em sua base jurisdicional, nos Estados e no Distrito Federal. • Representar os Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC), e, sob a forma de Conselho Especial de Tomada de Contas, examinar e julgar as contas do CFC, organizadas e prestadas por seu Presidente. 26 Teoria da Contabilidade A Contabilidade no Brasil está passando por um momento de profun- das mudanças, objetivando a convergência das suas normas para as IFRS – Normas Internacionais de Contabilidade. E, nesse sentido, podemos citar dois eventos de extrema importância. 1) A criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), através da Resolução CFC n° 1.055/005; 2) A publicação de lei 11.638/07, que altera e revoga dispositivos da Lei 6404/76. Saiba mais Veja na íntegra a resolução CFC n° 1055/2005 e a Lei 11.638/2007 http://cpc.org.br/pdf/RES_1055.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm Conforme já falamos anteriormente, a Contabilidade no Brasil está muito atrelada à legislação fi scal, e para começar a desvencilhá-la dos aspectos tributários, conduzindo-a aos interesses dos usuários externos (investidores e credores, por exemplo), é necessário que o processo de normatização venha de um órgão onde estejam presentes as empresas que produzem as informações contábeis, auditores, contadores, os usuários, os analistas, a bolsa de valores e a academia. E foi dessa necessidade que surgiu o CPC, o único órgão emissor de normas con- tábeis – que posteriormente virão a ser aprovadas pelos órgãos regulamentadores (CFC, CVM, BACEN, SRF) – com o objetivo de fazer com que as normas contábeis brasileiras se encaminheM convergentemente às normas internacionais (IFRS). Um dos fatores importantes é que os membros que compõem o CPC fazem parte de um grupo heterogêneo, de interessados nas informações contábeis, o que possibilita obter uma maior segurança ao atendimento das exigências aos diversos segmentos de usuários, conforme ilustrado na fi gura a seguir. Abrasca – Representando as companhias abertas Apimec – Representando os analistas de mercado Bovespa – Representando o mercado de ações CFC – Representando os profi ssionais da Contabilidade FIPECAFI (Vinculada à USP) – Representado a academia 27 Saiba mais IBRACON – Representando os auditores independentes O BACEN (Banco Central do Brasil); A CVM (Comissão de Valores Mobiliários); a Receita Federal e a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) são membros convi- dados permanentes do CPC. O CPC delibera através de propostas de normas, conhecidas por: pronunciamen- tos técnicos, orientações e interpretações, e que após a aprovação pelos órgãos regu- ladores brasileiros que fazem a sua adoção (CVM, Bacen e a Susep), transformam-se em deliberações, instruções e outros atos normativadores. Outro item importante foi a publicação da Lei 11.638/07, que entrou em vigor a partir do exercício social de 2008. Essa Lei foi o passo inicial para inserir o Brasil nas normas internacionais de Contabilidade, com os seguintes objetivos: • Fazer alterações para eliminar certas regras que impediam o Brasil de adotar as normas internacionais • Segregar a contabilidade do Fisco • Deixar claro no texto legal que daqui para frente ter todas as novas normas contábeis direcionadas para as internacionais, que são emitidas pelo IASB. LEITURA COMPLEMENTAR Extraída do site: http://www.cpc.org.br/oque.htm O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos das seguintes entidades: ABRASCA; APIMEC NACIONAL; BOVESPA; Conselho Federal de Contabilidade; FIPECAFI; e IBRACON, em função das necessidades de: - convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de custo de capital); - centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem); - representação e processo democráticos na produção dessas informações (produtores da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo). CRIAÇÃO E OBJETIVO Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo “o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais”. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS - O CPC é totalmente autônomo das entidades representadas, deliberando por 2/3 de seus membros; - O Conselho Federal de Contabilidade fornece a estrutura necessária; - Seis entidades compõem o CPC, mas outras poderão vir a ser convidadas futuramente; - Os membros do CPC, dois por entidade, na maioria contadores, não auferem remuneração. Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a participar representantes dos seguintes órgãos: 28 Teoria da Contabilidade - Banco Central do Brasil; - Comissão de Valores Mobiliários (CVM); - Secretaria da Receita Federal; - Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Outras entidades ou especialistas poderão ser convidados. Poderão ser formadas Comissões e Grupos de Trabalho para temas específi cos. Produtos do CPC: - Pronunciamentos Técnicos - Orientações; e - Interpretações. Os Pronunciamentos Técnicos serão obrigatoriamente submetidos a audiências públicas. As Orientações e Interpretações poderão, também, sofrer esse processo. ESTRUTURA Assembléia dos Presidentes das Entidades - elegem os membros do CPC (representantes das seis entidades), com mandatos de quatro anos (exceto metade dos primeiros membros, com dois anos); - podem, por 3/4 de seus membros, indicar outros membros do CPC; - podem alterar o Regimento Interno do CPC. Quatro Coordenadorias: - de Operações; - de Relações Institucionais; - de Relações Internacionais; - Técnica. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS: UMA INTRODUÇÃO Os princípios contábeis geralmente aceitos surgiram do consenso profi ssional dos contadores e são constantemente aperfeiçoados em países onde há forte incentivo à pesquisa contábil. São de grande importância aos usuários da informa- ção contábil, na medida em que propiciam uma linguagem em comum para melhor entender as demonstrações fi nanceiras. Evidentemente, se cada contador utilizasse critérios próprios não seria possível uma interpretação adequada dos relatórios contábeis pelos seus usuários. (NYIAMA E SILVA, 2008) É necessário que haja um padrão na informação contábil, tanto na sua linguagem quanto na forma de apresentação aos seus diversos usuários, por isso discute-se tanto na atualidade a melhor forma de apresentação dessa informação, e uma forma de unifi car os procedimentos contábeis é com a adoção de princípios de contabilidade. Portanto, a prática e a teoria de qualquerenunciado científi co da área contábil, devem necessariamente se suster em princípios, que, para serem instituídos, é necessário que sejam observadas três condições ou atributos: • Utilidade • Praticidade • Objetividade 29 A Contabilidade no Brasil começa a ganhar impulso na década de 1970, principal- mente após a publicação da Lei das SA (Lei 6.404), em 15 de dezembro de 1976, fortemente infl uenciada pelos padrões americanos de Contabilidade. A Contabilidade brasileira, que anteriormente era vinculada apenas à legislação tributária, passa a ser infl uenciada também pela legislação societária e à regulamentação de organismos governamentais, como: o Banco Central (BACEN), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e diversas outras entidades reguladoras, sendo muito insipiente a par- ticipação de órgãos de classe, academia e demais órgãos de usuários das demonstrações contábeis na participação das discussões acerca da contabilidade neste período. Esse cenário possibilitou as discussões sobre princípios contábeis e sua adoção obrigatória. 1972 Divulgada a expressão princípios geralmente aceitos pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e pelo BACEN, através da Resolução 321/72 e Circular 179/72, respectivamente. Sem, no entanto, defi nirem o que e quais seriam esses princípios. 1981 Divulgação da Resolução 530 defi nindo quais eram os princípios fundamentais de contabilidade (note que a nomenclatura mudou, de princípios geralmente aceitos, para princípios fundamentais de contabilidade) 1986 Edição da Deliberação CVM nº 29/86, que defi ne a estrutura conceitual básica que esteve em vigor de 1986 até 2008. Destaca-se que essa estrutura conceitual é fruto de estudos realizados na Fipecafi /USP. 1993 Edição da Resolução CFC nº 750/93, que defi niu os sete princípios: Entidade, Continuidade, Oportunidade, Atualização Monetária, Registro pelo Valor Original, Competên- cia e Prudência. Esses princípios foram inspirados na escola europeia. 2008 Edição da Deliberação CVM nº 539/86, que revoga a Deliberação CVM nº 29/86, estabelecendo a nova estrutura conceitual básica da contabilidade, convergente às normas internacionais de contabilidade (IFRS). Fonte: Adaptado parte de Nyiama e Silva (2008)/parte elaboração própria Nota-se que inicialmente já existia a necessidade de adotar princípios contábeis, mas órgãos como o BACEN, CFC, Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IAIB, na época), atualmente Ibracon, não chegaram a detalhar quais seriam os princípios de contabilidade geralmente aceitos. Sendo assim, os cursos de graduação (principalmente a USP) ministravam para os seus alunos os princípios norte-americanos. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS: ESTRUTURA CONCEITUAL CFC De acordo com a estrutura conceitual do CFC, os Princípios Fundamentais de Contabilidade são aqueles determinados pelo Conselho Federal de Contabilidade pela Resolução CFC nº 750/94, e complementarmente temos a Resolução CFC nº 794, que se trata de um Apêndice aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, contendo comentários sobre o conteúdo dos enunciados, tendo por objetivo uma melhor compreensão sobre tão importante assunto. A própria resolução nos diz que os Princípios Fundamentais de Contabilidade, aprovados pela Resolução CFC n° 750-93, de 29 de dezembro de 1993, requerem, para o seu amplo entendimento pelos usuários da informação contábil e para a perfeita compreensão pelos profi ssionais da contabilidade, um grau de detalhamento que não é possível abranger nos próprios enunciados. A Resolução CFC nº 750/94 estabelece que os Princípios Fundamentais de Contabili- dade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científi co e profi ssional de nosso 30 Teoria da Contabilidade País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades. A Resolução 774/94 esclarece que os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam o núcleo central da própria Contabilidade, na sua condição de “ciência social”, sendo a ela inerentes. Os Princípios constituem sempre vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de univer- salidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância. Resumindo... Os princípios contábeis, de acordo com a estrutura do CFC, foram determinados pela Resolução CFC nº 750/94, e comentada pela Resolução CFC nº 794 De acordo com essas resoluções, os Princípios Fundamentais de Contabilidade são: • Entidade; • Continuidade; • Oportunidade; • Registro pelo Valor Original; • Atualização monetária; • Competência; • Prudência. A seguir serão fornecidas as características desses princípios, extraídas da Resolução 750. Princípio da Entidade O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afi rma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou fi nalidade, com ou sem fi ns lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. Princípio da Continuidade A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, deve ser considerada quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. A CONTINUIDADE infl uencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível. A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantifi cação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado. Princípio da Oportunidade O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito 31 de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE: • Desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência; • o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários; • o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão. Princípio do Registro pelo Valor Original Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do país, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando confi gurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta: • a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes; • uma vez integrado ao patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos,admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais; • o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste; • os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada; • o uso da moeda do país na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos. Princípio da Atualização Monetária Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhe- cidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA: • a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; • para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações origi- nais (art. 7°), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fi m de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do patrimônio líquido; • a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, o ajusta- mento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. Princípio da Competência As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. 32 Teoria da Contabilidade O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classifi cação das mutações patrimoniais, re- sultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE. O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é consequência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. As receitas consideram-se realizadas: • nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso fi rme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados; • quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; • pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros; • no recebimento efetivo de doações e subvenções. • Consideram-se incorridas as despesas: • quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro; • pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; • pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. Princípio da Prudência O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantifi cação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade. O Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo- se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA. A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para defi nição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem in- certezas de grau variável. 33 o PrudŒncia Para ler na integra as informações sobre os PFC entre no site do CFC e leia os livros Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade: http://www.cfc.org.br/uparq/Livro_Principios%20e%20NBCs.pdf http://www.cfc.org.br/uparq/livro_auditoria%20e%20pericia.pdf.pdf Entre também nos sites e leia na íntegra as resoluções sobre esse conteúdo: http://www.crc.org.br/publicacoes/principios_e_normas/res750.asp http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/resolucaocfc774.htm Saiba mais EVIDENCIAÇÃO: QUALIDADES E CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL A contabilidade tem uma diversidade muito vasta de usuários das informações geradas por ela. Portanto, é uma tarefa árdua divulgar um conjunto de informações que satisfaça as necessidades da maioria dos seus usuários, considerado o fato de que os interesses destes nem sempre são coincidentes. A divulgação fi nanceira deve fornecer informação útil para a tomada de de- cisões racionais de investimento, concessão de crédito, etc... por investidores e credores atuais e futuros, bem como outros usuários... ... As informações divulga- das em relatórios fi nanceiros devem ser compreensíveis para os que possuem um conhecimento razoável de negócios e atividades econômicas, e estão dispostos a estudar a informação com diligência razoável (FASB). Mas, você pode estar se perguntando, de que forma a Contabilidade vai fornecer em um conjunto de demonstrações gerais, informações de qualidade para atender às expecta- tivas de todos esses usuários? Primeiro, o que se deve fazer é escolher quais são os usuários da empresa para a qual a contabilidade está sendo feita e defi nir um conjunto de informações gerais, das quais esses usuários poderão extrair, cada um, aquilo que desejar. Depois, analisar a relação custo X benefício que a divulgação dessa informação trará para a empresa. É lógico pensarmos que o custo para gerar a informação deverá ser menor que os benefícios gerados por esta, ou então não será interessante despender esforços para dar essa informação. Vamos ver um exemplo? Se uma determinada empresa não tem interesse em nego- ciar as suas ações na bolsa de valores, então ela não precisará oferecer informações que 34 Teoria da Contabilidade atendam os investidores, pois ela vai gastar tempo e dinheiro para gerar essa informação, sem obter nenhum retorno. Uma das formas de avaliar a qualidade da informação contábil e, portanto, sua utilidade (benefício), quando comparada ao custo, é analisar algumas qualidades características, que deve possuir, tais como: compreensibilidade, relevância, confi abilidade e comparabilidade (IUDÍCIBUS E MARION, 2008). Portanto, evidenciar não signifi ca apenas divulgar, mas divulgar com compreensibilidade, relevância, confi abilidade e comparabilidade. E essas são as características qualitativas da informação contábil, defi nidas pela estrutura conceitual da contabilidade de acordo com a NBC T1 em vigor atualmente no Brasil. E não por coincidência são as mesmas características das informações contábeis de acordo com os padrões internacionais de Contabilidade (IFRS). A seguir vamos ver o que diz a NBC T1 sobre cada uma dessas características: Compreensibilidade Uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações contá- beis é que elas sejam prontamente entendidas pelos usuários. Para esse fi m, presume-se que os usuários tenham um conhecimento razoável dos negócios, atividades econômicas e contabilidade e a disposição de estudar as informações com razoável diligência. Toda- via, informações sobre assuntos complexos que devam ser incluídas nas demonstrações contábeis por causa da sua relevância para as necessidades de tomada de decisão pelosusuários não devem ser excluídas em nenhuma hipótese, inclusive sob o pretexto de que seria difícil para certos usuários as entenderem. Relevância Para serem úteis, as informações devem ser relevantes às necessidades dos usuários na tomada de decisões. As informações são relevantes quando podem infl uenciar as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros ou confi rmando ou corrigindo as suas avaliações anteriores. Confi abilidade Para ser útil, a informação deve ser confi ável, ou seja, deve estar livre de erros ou vieses relevantes e representar adequadamente aquilo que se propõe a representar. Para ser confi ável, a informação deverá cumprir os seguintes atributos: • Representação adequada • Primazia da Essência sobre a Forma • Neutralidade • Prudência • Integridade Faça a leitura complementar no final desse conteúdo que fala sobre cada um desses atributos. Comparabilidade Os usuários devem poder comparar as demonstrações contábeis de uma entidade ao longo do tempo, a fi m de identifi car tendências na sua posição patrimonial e fi nanceira e no seu desempenho. Os usuários devem também ser capazes de comparar as demon- strações contábeis de diferentes entidades a fi m de avaliar, em termos relativos, a sua 35 posição patrimonial e fi nanceira, o desempenho e as mutações na posição fi nanceira. Consequentemente, a mensuração e apresentação dos efeitos fi nanceiros de transações semelhantes e outros eventos devem ser feitas de modo consistente pela entidade, ao longo dos diversos períodos, e também por entidades diferentes. LEITURA COMPLEMENTAR ATRIBUTOS DA CONFIABILIDADE DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS Representação Adequada Para ser confi ável, a informação deve representar adequadamente as transações e outros eventos que ela diz representar. Assim, por exemplo, o balanço patrimonial numa determinada data deve representar adequadamente as transações e outros eventos que resultam em ativos, passivos e patrimônio líquido da entidade e que atendam aos critérios de reconhecimento. A maioria das informações contábeis está sujeita a algum risco de não ser uma representação fi el daquilo que se propõe a retratar. Isso pode decorrer de difi culdades inerentes à identifi cação das transações ou outros eventos a serem avaliados ou à identifi cação e aplicação de técnicas de mensuração e apresentação que possam transmitir, adequadamente, informações que correspon- dam a tais transações e eventos. Em certos casos, a mensuração dos efeitos fi nanceiros dos itens pode ser tão incerta que não é apropriado o seu reconhecimento nas demonstrações contábeis; por exemplo, embora muitas entidades gerem, internamente, ágio decorrente de expectativa de rent- abilidade futura ao longo do tempo (goodwill), é usualmente difícil identifi car ou mensurar esse ágio com confi abilidade. Em outros casos, entretanto, pode ser relevante reconhecer itens e divulgar o risco de erro envolvendo o seu reconhecimento e mensuração. Primazia da Essência sobre a Forma Para que a informação represente adequadamente as transações e outros eventos que ela se propõe a representar, é necessário que essas transações e eventos sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade econômica, e não meramente sua forma legal. A essência das transações ou outros eventos nem sempre é consistente com o que aparenta ser com base na sua forma legal ou artifi cialmente produzida. Por exemplo, uma entidade pode vender um ativo a um terceiro de tal maneira que a documentação indique a transferência legal da propriedade a esse terceiro; en- tretanto, poderão existir acordos que assegurem que a entidade continuará a usufruir os futuros benefí- cios econômicos gerados pelo ativo e o recomprará depois de um certo tempo por um montante que se aproxima do valor original de venda acrescido de juros de mercado durante esse período. Em tais circunstâncias, reportar a venda não representaria adequadamente a transação formalizada. Neutralidade Para ser confi ável, a informação contida nas demonstrações contábeis deve ser neutra, isto é, im- parcial. As demonstrações contábeis não são neutras se, pela escolha ou apresentação da informação, elas induzirem a tomada de decisão ou julgamento, visando atingir um resultado ou desfecho predeterminado. Prudência Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que inevitavel- mente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas pela divul- gação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na preparação das demonstrações contábeis. Prudência consiste no emprego de um certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados. Entretanto, o exercício da prudência não permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confi áveis. 36 Teoria da Contabilidade Integridade Para ser confi ável, a informação constante das demonstrações contábeis deve ser completa, dentro dos limites de materialidade e custo. Uma omissão pode tornar a informação falsa ou distorcida e, portanto, não-confi ável e defi ciente em termos de sua relevância. Trecho da Resolução CFC 1.121/08 Tente fazer a atividade complementar a seguir. Para isso é necessário que você tam- bém tenha estudado o conteúdo do material do AVA. Atividades Complementares Qual o objetivo do CPC e quem são seus membros?1. Fale sobre a importância da convergência das normas brasileiras aos padrões inter-2. nacionais (IFRS) Quantos e quais são os Princípios Fundamentais da Contabilidade, de acordo com a 3. estrutura do CFC? Para a sua criação foi seguida qual escola do pensamento contábil? O que é evidenciação? E Quais as características das informações contábeis?4. Existe diferença ou semelhança entre evidenciação e disclosure? Quais são as formas 5. em que a informação pode ser divulgada? 37 NÚCLEO CENTRAL DA CONTABILIDADE: A TEORIA NA PRÁTICA MENSURAÇÃO DO ATIVO, AVALIAÇÃO DO PASSIVO E ASPECTOS DA RIQUEZA PATRIMONIAL O ATIVO A estrutura patrimonial das entidades é composta de bens, direitos e obrigações e é a utilização dessa estrutura patrimonial, com excelência, que deverá assegurar que a enti- dade atinja seus objetivos, que geralmente compreendem a maximização de lucros, porém não se restringe a isso, como é o exemplo das empresas sem fi ns lucrativos. Dito isso, podemos entender o quanto é impor- tante que os contadores, os gestores e também os demais usuários conheçam a formação dessa estrutura patrimonial. Compreender, bem, os conceitos de ATIVO e PASSIVO, bem como os aspectos diversos relativos à mensuração, avaliação, reconhecimento destes itens patrimoniais e os aspectos quantitativos e qualitativos que os envolvem, é de extrema importância para os profi s- sionais que se utilizam da Contabilidade. O ATIVO, como um dos itens do patrimônio da empresa, leva os pesquisadores, educadores, estudantes, entre outros pensadores, a grandes discussões, especialmente no que tange à mensuração dos mesmos e quanto às divergências entre a teoria contábil, as necessidades gerenciais, as tendências de mudanças provocadas pelas variações do mercado (infl ação, evolução tecnológica, transações entre empresas,
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