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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ- IFPI DISCIPLINA: Orgânica Experimental CURSO: Licenciatura em Química PROFESSOR: Dr Bartholomeu Araujo MÓDULO: IV ALUNA: Alícia Ludymilla Cardoso de Souza RELATÓRIO REFERENTE AO EXPERIMENTO SOBRE DESTILAÇÃO SIMPLES PARNAÍBA 2017 1 INTRODUÇÃO Segundo Beltran (1996 apud SARTORI et al, 2009), a prática da separação ou purificação de compostos são processos de suma importância para a química laboratorial ou industrial. Assim, a destilação simples tem sido um método efetivo de realizar essa purificação quando se trata de misturas, por ser acessível e econômico. Ela pode ser realizada através de dois tipos de processos físicos: separação de um líquido volátil de substâncias não voláteis ou separação de um líquido volátil de outros líquidos voláteis. Essa técnica tem esse nome característico devido seu processo de vaporização, geralmente feito num balão e aquecido por uma manta elétrica, em que forma um vapor com composição diferente do líquido inicial, que posteriormente é condensado ao entrar no condensador, voltando a ser líquido e esse líquido obtido no recipiente de coleta é conhecido como destilado. (Masterton e Slowinski, 1978; Sardella, 1997 apud SARTORI et al, 2009) Segundo Constantino (2011) existem diversos fatores que contribuem para o desenvolvimento do processo de destilação, como: pressão de vapor e ponto de ebulição. A pressão de vapor é diretamente proporcional à temperatura, que ocorre no instante em que um líquido é colocado em algum recipiente que esteja lacrado à vácuo, assim, esse líquido começa a evaporar até atingir uma determinada pressão a qual depende apenas da temperatura. A determinação do ponto de ebulição é um fator trivial, quando há aumento da pressão de vapor através do aumento da temperatura, essa pressão se iguala à externa e o vapor começa a sair, caracterizando o momento de ebulição do líquido. O “ponto” de ebulição é a temperatura na qual esse processo ocorre, que dependendo da pureza da substancia, será uma temperatura constante, mesmo que seja aumentado o fornecimento de calor. Durante a destilação simples, muitas vezes líquidos impuros produzem bolhas muito grandes, que estouram frequentemente, prejudicando assim o processo. Isso ocorre devido uma ebulição irregular, chamada ebulição tumultuosa. Ela é uma consequência de um aquecimento irregular, onde certas partes do balão estão mais quentes que outras, assim, o calor é transferido subitamente, de forma tumultuosa. O melhor meio de produzir uma ebulição suave é adicionar pedras de vidro ou de porcelana dentro do balão, sempre antes de aquecê-lo. As pedras contribuirão para a formação de pequenas bolhas de ar ao seu redor, que irão agitar a mistura, além de auxiliar na formação de vapor e na contenção de um superaquecimento. (CONSTANTINO, 2011) 2 OBJETIVO Utilizar a técnica de destilação simples para purificar a água de uma solução salina de NaCl e realizar a medida do ponto de ebulição da água. 2 MATERIAIS Para melhor execução do experimento, utilizou-se os seguintes reagentes, vidrarias e equipamentos: 2.1 REAGENTES Cloreto de Sódio (NaCl) aquoso 10% Água Solução de Nitrato de Prata (AgNO3) 1% 2.2 VIDRARIAS Balão de destilação com saída lateral de 250 mL Béqueres de 10 mL Condensador reto Termômetro Pipeta volumétrica de 50 mL Pipeta graduada de 10 mL Pipeta de Pasteur de 10 mL (plástico) Pedras de vidro 2.3 EQUIPAMENTOS Manta aquecedora Garras Pêra Banho Ultratermostático 3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Inicialmente, o sistema de destilação simples foi montado com o devido cuidado, onde o balão de destilação com saída lateral, de 250 mL, foi preso a um suporte com garra e apoiado em uma manta aquecedora. Posteriormente, o condensador reto foi também devidamente preso a um suporte com garra, encaixado e vedado à saída lateral do balão de destilação, e conectado às mangueiras de entrada e saída de água do banho ultratermostático. Na sua extremidade foi colocado um béquer de 10 mL como recipiente de recolha do líquido. (IMAGEM 1) Em seguida, com o auxílio de uma pera e uma pipeta volumétrica, foi medido 50 mL de uma solução aquosa de cloreto de sódio (NaCl) a 10% até a marca de aferição do menisco. A solução foi transferida para o balão de destilação e logo após foram adicionadas as pedras de ebulição. Imediatamente, o termômetro foi adaptado a fim de que o bulbo de mercúrio ficasse localizado na altura da saída lateral do balão, de forma a obter uma leitura correta da temperatura de ebulição. Por fim, o sistema foi ligado, primeiramente os tubos de conexão de entrada e saída de água e em seguida a manta aquecedora e os resultados foram discutidos, analisados e relatados a seguir. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Durante o experimento buscou-se realizar a leitura do ponto de ebulição da mistura, que seria purificada através da destilação simples de uma solução salina de Cloreto de Sódio (NaCl). A leitura foi efetuada a partir do momento de equilíbrio do sistema no qual é o instante em que há uma gota do líquido no bulbo do termômetro. Além disso, também foi verificado se houve êxito no processo de purificação, através de três testes com as diferentes fases da destilação e algumas gotas da solução de Nitrato de Prata (AgNO3) 1%.(IMAGEM 2) Ao ser adicionado algumas gotas no líquido destilado, se o líquido apresentasse um aspecto leitoso, significaria que ele ainda estava impuro. Segundo Vogel (1981) isso ocorre devido os íons Ag + , do Nitrato de Prata (AgNO3), e os íons Cl - , do Cloreto de Sódio (NaCl), que interagem e formam uma espécie de precipitado branco (AgCl), enquanto os íons Na + e NO3 - se combinam formando o sal Nitrato de Sódio (NaNO3) e permanecem em suspensão na forma aquosa. Nessa prática, esse precipitado não é tão acentuado devido à pequena concentração. Em cada teste foi adicionado apenas 3 gotas do Nitrato de Prata (AgNO3) 1%. No béquer A continha 5 mL do destilado “cabeça”, que são os primeiros mililitros destilados; no béquer B continha pouco mais que 10 mL do destilado “corpo”, que é a parte liquida destilada que apresenta ponto de ebulição constante; e no béquer C continha menos que 5 mL do resíduo que permaneceu no balão de destilação, chamado “cauda”(IMAGEM 3). Os resultados estão presentes nas seguintes tabelas: Tabela 1: Variação da temperatura durante o processo de destilação Momento do Processo de Destilação Temperatura (°C) Equilíbrio do sistema 71°C Início da ebulição da água (primeiros mL) 90°C Fim da ebulição (corpo da solução) 92°C Tabela 2: Teste com a solução de Nitrato de Prata (AgNO3) 1% (IMAGEM 3) Momento do Processo Turbidez quando adicionado AgNO3 1% béquer A (destilado “cabeça”) Turva béquer B (destilado “corpo”) Turbidez mínima (desprezível) béquer C (destilado “cauda”) Muito turva (leitoso) De acordo com os resultados da Tabela 1, podemos observar que houve o controle da temperatura de ebulição, cujo objetivo era atingir um ponto de ebulição próximo ao da água (100°C), a fim de evitar a contaminação do líquido destilado com o Cloreto de Sódio. Também é possível notar que, devido a alguma irregularidade na instalação do sistema, por perda de calor, não foi possível obter oponto de ebulição exato da água. Outro fator observado que foi prejudicado por isso, foi o fato de não ter sido alcançado uma velocidade de destilação constante. Pode ser buscada a justificativa dessa alteração na temperatura do fluxo de água do condensador, que era fornecida pela aparelhagem chamada Banho Ultratermostático, que circulava uma água à temperatura de 26°C. A condensação se tornaria bem mais eficiente se fosse utilizada uma água com menor temperatura. Em relação à Tabela 2, podemos verificar que nos primeiros mililitros coletados no béquer A, apesar de ter passado pelo processo de vaporização e condensação, com a adição de 3 gotas de AgNO3 1% nos foi mostrado que aquele destilado ainda estava impuro, no momento em que formou um pouco de turbidez na água. Isso pode ser justificado pelo fato de que nesses primeiros mililitros coletados contém outras substâncias, como impurezas do ar ou do sistema, que possuem ebulição menor do que a substância utilizada e, consequentemente, eles vaporizam e condensam antes. No béquer B podemos verificar que o líquido destilado foi acusado pelo teste com o Nitrato de Prata (AgNO3) 1%. Onde, apesar de passar por todo processo de purificação, houve um pouco de turbidez no destilado. Isso pode ser explicado pelo fator “descuido”, pois, alguns usuários do laboratório têm maus cuidados com as vidrarias, como exemplo uma lavagem mal feita, ou até mesmo o béquer pode adquirir impurezas na armazenagem, o que acaba acarretando em alterações nos resultados das práticas. Com isso essa alteração foi considerada desprezível. No béquer C, ao ser realizado o teste, foi verificado um aspecto leitoso característico que era esperado, pois a substância utilizada era a solução inicial de Cloreto de Sódio (NaCl) 10%. Dessa forma, quando foi adicionado as 3 gotas do Nitrato de Prata (AgNO3) 1%, ocorreram interações iônicas que levaram à formação do precipitado AgCl e o sal NaNO3 em suspensão aquosa. 5 CONCLUSÃO Houve êxito durante o processo de destilação e os resultados dessa prática foram satisfatórios, apesar de algumas alterações na execução, visto que foi possível obter um destilado puro, desprezando a turbidez com justificativas cabíveis, e uma temperatura próxima ao ponto de ebulição da água. Porém, é importante frisar que, para fins de pesquisas mais rigorosas, onde os resultados devem ser obtidos com exatidão, deve-se ter maiores cuidados em todo processo, para que não ocorram variações ou problemas nos produtos esperados, e seja obtido um destilado com um teor maior de pureza. 6 REFERÊNCIAS SARTORI, Elen Romão et al. Construção e aplicação de um destilador como alternativa simples e criativa para a compreensão dos fenômenos ocorridos no processo de destilação. Química Nova na Escola, v. 31, n. 1, p. 55-57, 2009. CONSTANTINO, Maurício Gomes. Fundamentos de Química Experimental. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2011. VOGEL, Arthur Israel. Química Analítica Qualitativa. São Paulo: Mestre Jou, 1981. BROWN, T. L. et al. Química: a ciência central. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002. 8 APÊNDICE 8.1 FOTOS Imagem 1: Sistema de destilação simples montado. A B C Imagem 3: Béqueres após o teste com AgNo3 1%. Béquer A com destilado “cabeça”; Béquer B com destilado “corpo”; Béquer C com destilado “cauda”. Imagem 2: Solução de AgNO3 1%. 8.2 RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO 1) a) Os dois haletos possuem o mesmo tipo de interação intermolecular, com isso, o fator que implicará na diferença entre os pontos de ebulição de ambos é o tamanho da cadeia e quantidade de ramificações. Assim o CH3(CH2)2CH3Br possui o maior ponto de ebulição por possuir maior cadeia e menor quantidade de ramificações. b) Os dois álcoois possuem o mesmo tipo de interação, da mesma forma dos haletos falada anteriormente, o que mudará o ponto de ebulição entre eles é o tamanho da cadeia e quantidade de ramificações, que por terem uma interação do tipo ligação de hidrogênio, já possuem um ponto de ebulição alto, entretanto o CH3CH2CH2CH2OH possui o maior ponto de ebulição por possuir maior cadeia e menor quantidade de ramificações. c) O composto CH3CH2CH2NH2 possui um maior ponto de ebulição devido sua ligação de hidrogênio e por ter maior cadeia. Diferentemente do (H3C)3N que não possui nenhuma ligação mais forte e é bastante ramificado. d) O composto CH3SCH3 possui um maior ponto de ebulição por possuir maior massa que o CH3OCH3. Ambos possuem interações e cadeias semelhantes. e) O H3C(CH2)8CH3 possui maior ponto de ebulição por possuir maior massa, já que ambos os compostos possuem interações semelhantes e pouca diferença de tamanho de cadeia. 2) O processo de destilação é um método de purificação de líquidos, que pode ser entre um líquido volátil e outras substâncias não voláteis ou entre dois líquidos voláteis com pontos de ebulição diferentes. Ele consiste em uma dupla mudança de estado, onde ao aquecer o liquido ate atingir o ponto de ebulição, ele vaporiza e quando posteriormente entra em contato com as paredes frias do recipiente, ele condensa. 3) Com menor pressão terá uma menor temperatura de ebulição, o que reduzirá o tempo do processo de destilação de compostos que possuem o ponto de ebulição muito alto ou que se decompõem facilmente. 4) O teste serve para saber se ainda há impurezas no líquido destilado, ou seja, para saber se o processo teve êxito e foi feito corretamente. Usa-se o AgNO3 na solução de NaCl devido o íon Ag + , que interage facilmente com o íon Cl - , ocorrendo um precipitado branco. 5) As pedras contribuirão para a formação de pequenas bolhas de ar ao seu redor, que irão agitar a mistura, além de auxiliar na formação de vapor e na contenção de um superaquecimento. O que evita a ebulição tumultuosa que é uma ebulição irregular, onde se produzem bolhas muito grandes, que estouram frequentemente, prejudicando assim o processo de destilação. 6) Para manter o condensador sempre frio. O condensador tem o importante papel de condensar o vapor que sai do balão, para assim recolher o líquido puro no recipiente de coleta. Com isso a eficiência da condensação depende do diferencial de temperatura entre o liquido de refrigeração e a fase vapor. Então, para se ter uma melhor eficiência, é melhor que na saída do condensador a agua esteja mais fria, pois neste ponto parte do vapor já vai estar condensado e o vapor vai estar com a temperatura mais baixa. 7) Para não contaminar a saída lateral com a solução e comprometer a separação e a pureza do líquido destilado. 9 ANEXO 9.1 QUESTIONÁRIO 1. Em cada item abaixo qual composto apresenta maior ponto de ebulição? Justifique. a) (CH3)3CBr ou CH3(CH2)2CH3Br b) CH3CH2CH2CH2OH ou (CH3)3COH c) CH3CH2CH2NH2 ou (H3C)3N d) CH3SCH3 ou CH3OCH3 e) H3C(CH2)7CH3 ou H3C(CH2)8CH3 2. Em que consiste o processo de destilação? 3. Qual a vantagem do uso da pressão reduzida na destilação de determinados líquidos? 4. Na prática de destilação de uma solução a 10% de NaCl, qual a finalidade do teste com uma solução de nitrata de prata (AgNO3)? 5. Qual a função das pedras de porcelana porosa em uma destilação? 6. Porque a água no condensador deve fluir no sentido contrário a corrente de vapores? 7. Porque se deve adicionar a solução de cloreto de sódio de modo que não escorra pela saída lateral do balão?
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