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DIREITO ADMINISTRATIVO I - Geovane Peixoto - Caderno 4o Semestre

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DIREITO ADMINISTRATIVO I
Aluno: Joao Felipe Cabral Fagundes Pereira 
ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO – O direito administrativo surgiu na Franca, com a publicação da Lei De Organização Da Administração Pública de 17 de fevereiro de 1800, sendo feita e moldada na perspectiva de modelo de Estado consolidado na Franca Pós-Revolução. O Direito administrativo representa, no ponto histórico, um marco de rompimento com o Antigo Regime (Monarquia Absolutista/Estado Polícia, que se utiliza de atos arbitrários e ilegais com poderes ilimitados, suprimindo a liberdade do povo) e sua adequação ao novo Estado Liberal, que busca a defesa da liberdade individual. A imposição de limites ao Estado tem como função garantir as liberdades individuais.
OBS: A expressão liberdades individuais é sinônimo de direitos fundamentais.
 Outros autores defendem que o direito administrativo não surgiu de um rompimento, mas adaptou antigos cânones existentes sobre o Estado e a administração pública para uma nova realidade. Podemos dizer que não houve uma revolução (quebra de um modelo para a instauração de um novo regime oposto ao antigo) mas sim uma reforma do direito administrativo após a revolução francesa. 
REVOLUÇÃO FRANCESA E SUAS MUDANÇAS – O Barão de Montesquieu estabelece um novo padrão filosófico e político, através do seu livro “Os Espíritos das Leis”, criando e estabelecendo a tripartição dos poderes, havendo uma reestruturação na forma de pensar do direito, com o declínio do jusnaturalismo e o crescimento do Positivismo. O direito começa a utilizar uma postura objetiva, não interessando a justiça no sentido moral, mas a justiça em forma da lei (Justa é a Lei), graças ao fortalecimento da Escola de Exegese. 
 A partir da revolução, quem escrevia as leis não era mais o Rei, mas sim quem estava no poder agora, que no caro era a burguesia francesa, que tinha o intuito de solidificar o poder econômico e, consequentemente, o poder politico da burguesia (Economia determina Política, Infraestrutura determina Superestrutura). De acordo com Gustavo Binebojm, com a criação da Lei de Organização da Administração Publica, a burguesia, ao limitar os poderes do Estado, passa a deixar o Poder Executivo nas mãos da sua classe, rompendo completamente a estrutura.
JURISDICAO ADMINISTRATIVA – A Jurisdição Dual, adotada na franca, é dividida entre a jurisdição ordinária, que é a parte do PJ e a jurisdição administrativa, que possui a primazia de decidir o sentido da legalidade, podendo decidir, inclusive, na não aplicação de leis. A jurisdição administrativa, diferentemente da ordinária, faz parte do Poder Executivo, perpetuando um modelo do Antigo Regime. Devido a este fato, podemos concluir que houve não uma revolução, mas sim uma reforma no direito administrativo. A ideia do direito administrativo não foi libertar e emancipar o homem do Estado, com intuito de que o Estado foi organizado para servir o homem, mas sim estabelecer um Estado de Direito, que ditará através de leis objetivadas (nova modelagem, que, no caso, é a legalidade), como o ser humano irá se submeter ao Estado. A legalidade é, até hoje, o principal princípio do Direito Administrativo, como podemos ver no Artigo 37 da Carta Política de 88.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
OBS: Nesse período, na Inglaterra e na Franca, ainda não havia uma noção de controle de constitucionalidade, ou seja, o PJ era o poder “mais fraco”, não havendo possibilidade de criação jurídica/ PJ Ativista. Caso houvesse uma lacuna, não era possível fazer uso dos instrumentos de preenchimento, pois criam que as lacunas estavam lá porque o legislador quis que houvessem lacunas.
ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO NO BRASIL - O Direito Administrativo no Brasil, em seu período inicial, se limitava a copiar o Direito Administrativo da Alemanha, Itália, França, porém com uma diferença: no Brasil não há jurisdição dual, estando de acordo com modelo norte-americano, possuindo uma estrutura diferente da base europeia que copiamos.
 Os primeiros expoentes do Direito Administrativo são nomes como Seabra Fagundes, Themistocles Brandão Cavalcanti, Osvaldo Aranha Bandeira de Mello e Eli Lopes Meireles, Celso Antônio Bandeira de Melo e Maria Silvia Zanella de Pietro. 
 O grande marco para o Direito Administrativo no Brasil foi a CF de 1988, instaurando o constitucionalismo dirigente de Gomes Canotilho. Tal Constituição possui os cânones do constitucionalismo social, trazendo um novo paradigma para o Estado, pois o Estado social passa a definir uma serie de direitos sociais que passa a proteger o cidadão, havendo a transição de um estado mínimo para um estado máximo provedor.
 A atuação estatual teve que ser expandida a partir da ideia de Estado Social, tendo como ideia o modelo constitucional dirigente, exigindo uma melhor sistematização do Estado, sendo necessária a maior atuação, adaptação e reestruturação do Direito Administrativo.
-Consenso de Washington x CF de 1988: O Brasil adota um modelo que vai contra a maré pois, atualmente, o Mundo é globalizado e neoliberal (Consenso de Washington de 1990), já que os países do capitalismo central formularam uma cartilha para especificar o que o Estado deve fazer para se adaptar ao modelo globalizado neoliberal capitalista. 
 Tais ideias e metas consistiam na privatização do setor publico, concessão dos serviços públicos para iniciativa privada, reformas tributárias, cortes de gasto do setor público, portanto, o Brasil, por adotar uma forte política de intuito social (CF), foi justamente contra o atual modelo atual. Se a crise inicial era ideológica com a copia de modelos dispares, agora o modelo de administração publica que o mundo prega se torna incompatível com a CF de 88.
 A partir desta percepção, ocorreram diversas mudanças na CF para que a mesma se encaixe nos moldes do neoliberalismo capitalista, como a mudança do sistema de administração publica através da Emenda Constitucional 19/98, incluindo o Principio Da Eficiência (o Governo deve atuar com eficiência), oriundo da administração privada. 
 O Estado deixa de ser um fornecedor de serviços públicos e passa a ser um ente regulador de serviços, que agora estão sendo fornecidos pelo setor privado, tendo como exemplo a privatização das redes telefônicas no começo dos anos 2000. Outro exemplo foi o início da administração de alguns presídios por empresas privadas com a criação das Parcerias Público-Privadas pela Lei 11.079/04.
OBS: Podemos concluir que o processo de assimilação do processo neoconstitucional faz com que o direito Administrativo deva ser reinterpretado a luz das regras do Direito Constitucional Administrativo, dos Princípios Constitucionais e, a respeito do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, para que haja um retorno aos ideais da social-democracia presentes na CF 88 que deveriam regular a RFB.
CONCEITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – Direito Administrativo é o ramo do direito destinado a regulamentar regras e princípios da administração pública. A noção de administração está ligada a gestão de recursos, sendo a ciência especializada no estudo da gestão de recursos (Lato Sensu). Portanto, podemos concluir que a administração pública é a gestão dos recursos públicos, a partir da tomada de decisões, com base nas necessidades públicas. O Estado tem como uma de suas funções atender as necessidades da sociedade (Estado Social Provedor), tendo como exemplo o Artigo 196 da CF. 
 O direito administrativo é especializado na regulamentação das relações do Estado ou dos sujeitos que exercem a função administrativa.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,proteção e recuperação.
CONCEITO DE BUROCRACIA - Weber definiu burocracia como uma organização baseada em regras e procedimentos regulares, onde cada indivíduo possui sua especialidade, responsabilidade e divisão de tarefas. Weber disse que na burocracia está também concentrado a impessoalidade, a administração, as diferenças de nível social e econômico entre as pessoas e um nível de hierarquia.
-Administração Pública x Dimensão de Governo: O aparato técnico burocrático que desempenha a função de gestão e (i) administração pública age a partir de uma legalidade, com base nas normas jurídicas, tendo um processo já definido (a abertura de um processo para construir um hospital), caminhando lado a lado com a (ii) dimensão de governo, que, por sua vez, não é uma dimensão técnica-legalizada, pois a dimensão de governo é a área de decisões políticas (como, quando e onde será construído o hospital), tendo assim um maior espaço de decisões, com bases nos limites e princípios constitucionais. Outro exemplo são as funções exercidas pelo Presidente da República como Chefe de Governo x Chefe de Administração Pública. 
REGIME JURIDICO ADMINISTRATIVO – É o regime próprio particular das relações jurídicas que envolvem o exercício da função administrativa estatal. Trata-se do conjunto de regras e princípios que estruturam o Direito Administrativo lhe conferindo autonomia enquanto um ramo autônomo da ciência jurídica.  A Coelba, uma empresa privatizada, ao estabelecer um contrato com um particular, está sujeito ao Direito Administrativo pelo fato da mesma fornecer um serviço público, que é o fornecimento de energia elétrica. O regime administrativo é construído a partir dos princípios da administração pública (expressos ou implícitos), que são: Legalidade, Moralidade, Impessoalidade, Publicidade, Eficiência, Segurança Jurídica, Proporcionalidade, Razoabilidade, Finalidade e Motivação.
-Interesse Público: O princípio que norteia o regime jurídico administrativo é o Princípio da Supremacia do Interesse Público, ou seja, o Interesse Público, por representar a coletividade, sempre prevalecerá sobre o interesse privado. Os significados variam, pois há aqueles que entendem que é um interesse contraposto ao interesse individual, outros defendem que é a somatória de interesses individuais, passando pela soma de bens e serviços, bem como, o conjunto de necessidades humanas indispensáveis na vida do particular.
 Quando se coloca interesse público no singular, o que transparece é que existem pontos consensuais dentro da sociedade, havendo uma perspectiva de acomodar a disputa de interesses em que as pessoas concordem. Esta visão é equivocada, pois a sociedade é formada pelo dissenso, sendo a noção de interesse público deveras complexa, podendo um Direito Individual ser considerado como um direito que integra o interesse público.
 Portanto cabe á administração pública, no seu dia-a-dia, em um primeiro momento, interpretar o interesse público, para aplicar as hipóteses da realidade viva e dinâmica. E em um segundo momento cabe ao judiciário, em juízo de legalidade, examinar a predominância com as leis e a constituição.
CONCEITO DOS PRINCÍPIOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - O Princípio, na verdade, não é uma cláusula de abertura, mas sim uma de encerramento do sistema jurídico. Caso a decisão do gestor público esteja pautada na lei, de acordo com Celso Antonio Bandeira de Mello, o juiz não poderá questioná-la. Porém, há divergências sobre esta tese, pois além da necessidade de estarem de acordo com as leis, as decisões tomadas pelo gestor público devem coadunar com os princípios da administração pública (que irritam o Direito e impõem ao gestores públicos uma ação direcionada ao atendimento do interesse público).
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - A ideia do Princípio de Legalidade de acordo com o pensamento liberal francês, diz que o administrador público só poderia praticar atos previstos em lei (ato normativo pelo Poder Legislativo, sentido estrito). O sistema jurídico deve ser racional, dotado de unidade e harmonia (Princípio da Unidade Constitucional), possibilitando uma margem de liberdade para as tomadas de decisões e atos praticados pelo gestor público. Atualmente, a omissão do legislador não é mais um empecilho para o administrador público, já que o gestor pode ter atos praticados com base na CF e em princípios quando não for encontrado reflexo na realidade, já que antes era apenas permitido com base na lei em sentido estrito.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE – A CF/88 inova ao inserir expressamente no rol dos princípios norteadores da administração púbica, o Princípio da Moralidade. A motivação para inserir este princípio foi devido a questão histórica da imoralidade do comportamento da administração pública brasileira. Ou seja, o Princípio da Moralidade estabelece que o administrador público atue de forma legal e moral.
-Moralidade e Boa Administração: Moralidade para alguns é um sinônimo da boa administração, que é aquela que concretiza os direitos fundamentais, assegurando ao cidadão o acesso aos direitos fundamentais. Marcelo Figueiredo defende que a moralidade da administração pública moral é percebida quando a administração cumpre os deveres legais, princípios que norteiam sua atuação e concretiza os direitos fundamentais, visando a segurança jurídica, cumprindo o que está no ordenamento jurídico. Ao não cumprir o que está especificado como moral e com o cumprimento de uma conduta administrativa não permitida, o administrador público está sendo imoral. 
-Corrupção: A corrupção é observada a partir de uma noção extensa, e não como um crime previsto no CP, sendo gerada a partir do entendimento de uma subversão ao sistema jurídico. Logo, corrupção é agir contra o sistema jurídico ou agir dentro do sistema jurídico com uma finalidade corrompida (corrupção sistêmica). Um exemplo de corrupção sistêmica é quando o administrador busca argumentos acessórios que lhe permite ficar acima do teto (Art. 37, XI, CF/88) estabelecido e quando há justificativas para o nepotismo (Súmula 13, STF), sendo situações de comportamento imoral.
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
SÚMULA 13 STF - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. 
-Improbidade Administrativa: É um ato administrativo corrupto, praticado pelos agentes públicos. A CF, no seu Artigo 37, 4º prevê a edição de uma lei para definir o que é improbidade administrativa. O ato de improbidade não possuem natureza jurídica criminal, portanto, admite-se a possibilidade de que seja sancionada uma mesma conduta na esfera penal e administrativa. A nossa jurisprudência consiste na admissibilidade do sancionamento na esfera da improbidade administrativa conjuntamente com a esfera penal. 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
OBS: Segundo Marçal Justen Filho, improbidade administrativa é um ato jurídico de natureza hibrida. Já Fábio Medina Osório diz que o ato de improbidade tem uma natureza jurídica própria, tendo uma natureza similar ao Direito Administrativo Sancionador que, por sua vez, se assemelha a natureza do Direito Penal.
-Lei da Improbidade Administrativa: Para que haja a improbidade administrativa, é necessário tipificar quais condutas são ímprobas, sendo criada a Lei 8429/92, que tipifica três condutas como caracterizadoras da improbidade administrativa, previstas nos Artigos 9º, 10 e 11 da lei, que são: (i) enriquecimento ilícito, (ii)causar prejuízo ao erário (contas públicas) e a (iii) violação de princípios do direito administrativo. 
 A Lei da Improbidade Administrativa serve como combate à corrupção com o objeto de proteger a probidade administrativa. É possível uma PF sem vínculos com administração pública responder por improbidade administrativa, desde que ela tenha interferido de alguma forma para a concretização do ato (Artigo 3º, Lei 8429/92). 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
 Além disso, a prática de atos de improbidade administrativa requer, para sua caracterização, o dolo como elemento, admitino a improbidade de forma culposa quando o agente público causar prejuízo ao erário (Artigo 10, Caput, Lei 8429/92). O Artigo 1º e seu Parágrafo único estabelecem os sujeitos ativos e passivos da improbidade administrativa. É uma lei que estabelece um procedimento próprio para a sanção decorrente da prática de um ato de improbidade administrativa, possuindo uma natureza híbrida (processual e material).
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
        Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
        I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
        II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
        III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
        IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
        V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
        VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
        VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
        VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;
        IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
        X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
        XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
        XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei
        
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
        I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
        II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º ;desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
        III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências,bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
        IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço po;r parte delas, por preço inferior ao de mercado;
        V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
        VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
        VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
        VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;          (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014)    (Vigência)
        IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
        X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público;
        XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
        XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
        XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
        XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;       (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
e        XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.        (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
        XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;           (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)     (Vigência)
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;           (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)     (Vigência)
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;           (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)     (Vigência)
XIX - frustrar a licitude de processo seletivo para celebração de parcerias da administração pública com entidades privadas ou dispensá-lo indevidamente;           (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)     (Vigência)
XX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;           (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)     (Vigência)
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.           (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)     (Vigência)
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
        I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;
        II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
        III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;
        IV - negar publicidade aos atos oficiais;
        V - frustrar a licitude de concurso público;
        VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
        VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
        VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.           (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014)      (Vigência)
 IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.         (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)       (Vigência)
OBS: De acordo com a doutrina, os tipos estabelecidos pela Lei de Improbidade são tipos abertos. Porém, outra parcela da doutrina acredita que se o Direito Penal exige para sua aplicação a tipicidade (descrição da conduta ilícita pela lei em sentido estrito) como uma das características fundamentais para que se declare o crime, o ato de improbidade não deve permitir tipos abertos, com o intuito de garantir a segurança jurídica. 
 Cada um dos tipos de atos de improbidade administrativa tem sanções próprias, que estão previstas nos incisos (I- Enriquecimento Ilícito, II – Lesão ao Erário, III – Violação dos Princípios da Administração Pública) do Artigo 12 da LIA/92. Logo, é estabelecido de forma indireta uma hierarquia entre os atos de improbidade administrativa (Enriquecimento é mais gravoso, lesão ao erário é média e violação dos princípios é a menos gravosa), sendo que a jurisprudência entendeu que não é possível aplicar concomitantemente tipos de improbidade diversos na aplicação da pena (caso de Bis In Idem). 
 Ou seja, o juiz deve levar em consideração que se o enriquecimento ilícito gerou lesão ao erário, por exemplo, é possível gerar um agravante das sanções, sendo que o agente público há de ser imputado por apenas um dos atos (no caso, enriquecimento ilícito), de acordo com o Parágrafo Único do Artigo 12 da LIA/92. Estas sanções não precisam ser aplicadas conjuntamente, podendo o juiz escolher quais serão as sanções aplicadas no caso concreto.
 Podemos concluir que as penas aplicadas pela Lei de Improbidade possuem natureza similar a das penas do DP, seguindo as alíneas B,C e E Do Artigo 5º, XLVI, CF/88.
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
b) perda de bens;
c) multa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
Art. 12.  Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:         (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).
        I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
        III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
        Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
 Qualquer cidadão tem legitimidade para alegar um ato de improbidade administrativa, de acordo com o Artigo 14 da LIA/92.
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
        § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
        § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
 O (i) juiz, ao receber a ação, não citará o réu, mas notificará o réu, para que o mesmo (ii)apresente defesa prévia, devendo contestar se existe ou não os indícios suficientes para a instauração da ação/juízo de admissibilidade. Apenas depois dessa defesa prévia é que o juiz decidirá se haverá ou não a instauração da ação de improbidade. Somente após a (iii) instauração da ação que o juiz citará o réu, havendo o decorrimento normal da ação.
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE – É uma consequência da existência de um outro princípio. Ou seja, o Princípio da Impessoalidade pode ser um subprincípio do Princípio Rebublicano, que defende que, na administração pública, a atuação deve sempre recair sobre a coisa pública. Quando a administração pública age, a mesma age para proteger a coisa pública. Isto significa que o Princípio da Impessoalidade diz que os gestores públicos devem atuar de forma impessoal, sendo que a impessoalidade impõe ao gestor público a não confusão entre os interesses da coletividade e seus interesses pessoais e particulares. Um gestor público nunca pode atuar em prol dos seus interesses. 
 Ser impessoal requer tratamento isonômico com as pessoas, portanto, podemos concluir que o Princípio da Impessoalidade está estritamente relacionada com o da Igualdade. A aplicação da impessoalidade também tem como objetivo aplicar o Princípio da Igualdade. Ao conjugarmos a moralidade com a impessoalidade, define o ordenamento brasileiro, através da Súmula 13 do STF, que não se pode admitir o nepotismo na administração pública.
SÚMULA 13 STF - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE – Tem como função a proteção da administração pública contra atos que subvertam e distorçam, também em nome do Princípio Republicano, a ideia de transparência. A ideia de publicidade associa-se, dentro da perspectiva da associação pública, à noção de transparência. Ou seja, o gestor tem que ser transparente, para que toda a sociedade tenha ciência das atividades da administração pública, fornecendo à sociedade e permitindo que o acesso à todas as informações decorrentes dos atos desta administração pública. 
 As publicações nos Diários Oficiais e os veículos de publicações idôneos (jornais de grande circulação, para atingir o maior número de pessoas possíveis, por exemplo) são exemplos de aplicação do Princípio da Publicidade.
 A Ação Popular é um mecanismo que permite aos indivíduos combaterem e desconstituírem atos públicos lesivos aos interesses coletivos, que se dá através do Princípio da Publicidade, pois podemos acessar todas as informações requerentes à administração pública. 
 A Lei 12.527/11 foi a Lei de Acesso às Informações Públicas, ratificando o Princípio da Publicidade para a população. 
 A publicidade pode ser sinônimo e requisito de validade de um ato, tendo como exemplo os concursos públicos, pois o ato de um servidor público só será válido quando houver a publicação do Diário Oficial
-Limites do Princípio da Publicidade: Pode a administração pública, diante desde princípio, praticar atos sigilosos, desde que envolvam (i) direitos indisponíveis de outrem, que pela situação de vulnerabilidade, requerem o sigilo do ato, como o direito de um menor (processo de adoção, por exemplo) ou que (ii) envolvam o imperativo à Segurança Nacional.
-Publicidade x Propaganda: A publicidade serve para informar, sendo neutra e imparcial, enquanto a propaganda, dotada de questões políticas e ideológicas, serve para o convencimento da população
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PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA – Não estava originariamente no texto da Carta Política, sendo esculpido no caput do Artigo 37 apenas na EC 19/98, sob a égide do Governo FHC. Tem como objetivo aproximar os conceitos tradicionais da administração pública com a administração privada. Este princípio sempre foi norteador da administração privada, que tem como um dos seus princípios basilares justamente a eficiência. A eficiência na administração privada é o lucro. A eficiência é uma forma de avaliar a máquina pública pela sua lucratividade. Porém, o objetivo do Estado não é gerar riquezas, mas sim atender as necessidades da sociedade.
 Eficiente é não gerar prejuízo, portanto, tudo que gera prejuízo deve sair da administração pública e passa a ser assumido pelo mercado, havendo a desestatização de certos setores (privatização), visando o melhor desempenho das funções da administração pública. Podemos concluir que a ideia de eficiência leva a privatização, o que gerou a venda de diversas estatais para o mercado (Vale e quase todos os Bancos Estaduais), durante o Governo FHC, seguindo uma lógica neoliberal, diminuindo o custo da máquina estatal e aumentando o lucro das vendas. O problema gerencial e da burocracia por parte do Estado foram razões para que houvesse a privatização e a atual aplicação do Princípio da Eficiência.
LEI 9784/99 – Além dos Princípios presentes na Consituição, existem outros Princípios na Lei 9784/99, a Lei do Processo Administrativo Federal. O Estado, quando atua burocraticamente, tem que atuar por meio de instrumentos processuais (processo judiciário, legislativo e judiciário). Toda atuação da administração pública deve ser processualizada. A Lei 9784/99 tem incidência sobre toda a administração pública, sendo os Princípios dessa lei tambémnorteadores da administração pública em todos os entes federativos. Os Princípios desta lei estão previstos no Artigo 2º do diploma normativo.
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA - Encontra-se na Lei 9784/99, a Lei do Processo Administrativo Federal. O Principio da Segurança Jurídica é visto como um Sobreprincipio da Administração Pública, um princípio maior do qual decorrem outros princípios, de acordo com Humberto Ávila. A ideia de segurança jurídica está assentada na existência de uma ordem jurídica que tem com função garantir que a sociedade conheça as “regras do jogo/vida em sociedade” e que todos os seres humanos tenham o conhecimento do que podem fazer dentro da sociedade. Com isso, há a prevenção da existência de surpresas, que saiam do padrão da normalidade, pois é o Direito que irá estabelecer, através das regras jurídicas o que é normalidade e segurança jurídica. O Princípio da Segurança Jurídica impõe à administração pública a observação da ordem jurídica para evitar que haja a insegurança jurídica na sociedade.
-Thomas Hobbes e o Contrato Social: Um dos primeiros autores que construiu a ideia de segurança jurídica foi Thomas Hobbes, em sua obra “Leviatã”, ao afirmar, pelo seu contrato social, que este meio seria a principal forma de garantia da segurança jurídica. A preocupação de Hobbes era fazer com que houvesse a saída do Estado de Natureza para o modelo de Estado Civil, que só seria feito pelo contrato social, sendo o Estado Leviatã responsável por estabelecer o contrato social. O Contrato Social é a existência de um Estado fundado em uma ordem jurídica positivada, sendo o início do pensamento positivista do Direito como criação do Estado e não da natureza. 
 Para Hobbes, a liberdade de um indivíduo vai até onde a lei permite, ou seja, a liberdade será limitada pela lei, com o estabelecimento de regras jurídicas que passariam a determinar e limitar o comportamento humano, estabilizando as expectativas sociais (mecanismo de combate à insegurança da vida em sociedade) e gerando a segurança jurídica. O Estado de Direito é convocado pelas partes para garantir a segurança do direito.
OBS: A Legalidade é parâmetro para a Segurança Jurídica, no momento em que a legalidade se direciona para garantir a estabilidade das relações sociais. A Legalidade garante a Segurança Jurídica.
PRINCÍPIO DA FINALIDADE – O Direito, por ser algo construído racionalmente, sempre tem uma função teleológica, buscando alcançar certa finalidade. O Princípio da Finalidade impõe que a ação da administração pública esteja adequada aos fins determinados para a ação estatal. Esta ação estatal é delimitada pela juridicidade, ou seja, é dentro da legalidade/juridicidade em que os fins estão estabelecidos. O Princípio da Finalidade consiste na ideia de que dentro da ordem jurídica é possível ser encontrado os fins a serem cumpridos pela administração pública. 
-Desvio de Finalidade x Abuso de Poder: Quando o agente público age sem respeitar e se desvia dos fins do sistema jurídico, ocorre o desvio de finalidade, que constitui em um ilícito administrativo, invalidando os atos do agente público. Em desvio da finalidade, o indivíduo pode agir dentro de sua competência, porém buscando alcançar fim diverso de sua finalidade. O abuso de poder ocorre quando o agente público age sem ter competência para praticar tal ato.
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO - É um Princípio que exige que todos os atos administrativos sejam motivados. Ou seja, um ato administrativo não pode ser praticado sem que haja um motivo que, por sua vez, se dá pela conjunção do suporte fático com o jurídico. Sempre que o motivo for analisado, deve ser observado o suporte fático/necessidade que gera a prática do ato administrativo, com a sua consequente justificativa do motivo encontrada na juridicade. Isto está previsto no Artigo 50 da Lei 8794/99. O motivo é um dos elementos constitutivos do ato administrativo.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.
DIFERENÇAS ENTRE RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE- Historicamente, a doutrina do Direito Administrativo crê que a distinção entre razoabilidade e proporcionalidade é que a razoabilidade foi uma construção do Direito Americano enquanto a proporcionalidade é obra do Direito Alemão, já que de acordo com a doutrina, ambas versam sobre o mesmo conteúdo, podendo ser consideradas sinônimos, havendo uma diferenciação apenas nas suas origens. Entretanto, a Lei 9784/99, em seu Artigo 2º, ao separar proporcionalidade de razoabilidade, encarrega à doutrina brasileira a diferenciação dos princípios, que apesar de diferentes, se complementam.
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE - Quando falamos de razoabilidade, o que se espera é uma decisão dentro da visão de perspectiva de previsibilidade do sistema jurídico. A razoabilidade impõe, que o aplicador do Direito, ao decidir, atue dentro de uma medida previsível ao Direito. É uma ideia de previsibilidade, ou seja, são decisões que não venham a trazer algo que vá além do orientado pelo sistema jurídico. Portanto,podemos concluir que a Razoabilidade está fortemente atrelada à Legalidade e Segurança Jurídica. 
 Não é razoável, por exemplo, quando o Estado quer aplicar punições não previstas na ordem jurídica, pois vai além do orientado pelo sistema, ferindo a Legalidade, causando uma surpresa. 
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE - O Princípio da Proporcionalidade consiste na ideia de que, na aplicação do Direito, diante das possibilidades decisórias, pode-se aferir aquele que melhor balanceia a decisão na aplicação entre meios e fins. Dentro das ideias razoáveis possíveis, decorrendo da Razoabilidade, a Proporcionalidade é aquela que melhor equilibra os meios e fins. A análise a ser feita não deve ser feita pela legalidade estrita, mas sim a análise do caso concreto. A proporcionalidade só é aplicável quando o gestor público estiver obrigado a tomar decisões entre as possibilidades, e, ao analisar a finalidade, deve tomar a decisão que equilibre os meios com os fins. 
 A administração pública pode, para compra de bens de até R$8000,00 , dispensar a licitação (Artigo 24, I, Lei 8666/93). Se há urgência para o contrato, a decisão proporcional será a de dispensa da licitação. Entretanto, se não há urgência, a decisão que adere melhor ao princípio da proporcionalidade será a compra pela licitação, com o intuito de fazer a melhor compra. 
Art. 24.  É dispensável a licitação: 
 I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;        (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
OBS: O proporcional é aquilo que não viola os outros princípios formais do sistema, de acordo com Alexy.
PODERES E DEVERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – Na Ciência Política, com o passar da história, houve uma evolução do pensamento, onde ao invés de discutirmos poderes, deveríamos discutir sobre as funções dos poderes. O Direito Administrativo se preocupa com a função administrativa do Estado que, por ser específica, possui certos poderes, que são os poderes administrativos. Em decorrência da especialidade do Direito Administrativo, há a necessidade de especificar como se exerce o poder no exercício da função administrativa estatal. O exercício de poder não pode ser percebido como algo que vai dotar os gestores públicos de uma força descontrolada, havendo limites pautados pela ordem jurídica. 
 Portanto, não devemos falar de poderes administrativos, mas sim do poder-dever administrativo, pois o exercício do poder é permeado pelo cumprimento de deveres para que haja o seu devido exercício. 
OBS: O poder, para o gestor público, deve vir depois do dever, de acordo com Celso Antonio Bandeira de Mello, que defende a Tese Dos Deveres-Poderes Administrativos. 
COMPETÊNCIA - O exercício do poder administrativo deve estar adstrito aos limites de competência (sentido substantivo), ou seja, quem possui atribuição para a prática de determinado ato. Competência diz respeito ao conjunto de atribuições que a ordem jurídica outorga aos servidores públicos para que eles possam exercer suas funções. O que um servidor pode ou não fazer depende das competências atribuídas à ele pelo sistema jurídico, seguindo o Princípio da Legalidade. Portanto, não há escolha de quem vai fazer, mas sim a determinação de quem vai fazer. Nenhum agente público, ao exercer os poderes administrativos, pode exercê-lo sem atribuição ou sem seguir os limites da competência.
PODER HIERÁRQUICO – Historicamente, a ideia de Poder Hierárquico era dimensão de hierarquia entre administração pública e sociedade, estando a administração pública acima da sociedade. Tal dimensão é ultrapassada e incorreta, pois o servidor público está lá para servir o cidadão (não há hierarquia entre administração e sociedade), sendo a hierarquia baseada na dimensão organizacional, exigindo um organograma estrutural que estabelece posições hierárquicas na administração pública, com o intuito de que haja melhor operacionalização e funcionamento da administração pública. 
 Ou seja, o Gerente da Secretaria está subordinado ao Diretor da Secretaria, que está subordinado ao Secretário. Se um gerente manda um pedido de compra para o Diretor, o mesmo terá que encaminhar para o Secretário, pois apenas o Secretário possui competência para abertura do processo licitatório. Após a autorização do processo, a lei exige que será necessário especificar a fonte de custeio da despesa (garantia de fontes/verba para assegurar o contrato). 
PODER DISCIPLINAR – Uma das decorrências da existência de um regime hierárquico na estrutura organizacional da administração pública é a previsibilidade de um regime disciplinar. Isto significa que o agente público se submete a um regime disciplinar. Este regime disciplinar tem como função disciplinar o servidor público no exercício de suas funções. 
-A Disciplina na Sociedade: Historicamente, diversos institutos disciplinares foram criados para moldar o cidadão ao modelo pré-estabelecido com o cumprimento de ordens (escola, prisão, exército, etc), tendo como base o regime disciplinar, pautados na ideia de hierarquia e ordem. 
Lei 8112/90 (Estatuto Jurídico do Servidor Público Federal: A Lei 8112/90 (Estatuto Jurídico do Servidor Público Federal) prevê os deveres do servidor público no Artigo 116 (Inciso IV representa a submissão do servidor público à hierarquia) e as práticas proibidas ao servidor público no Artigo 117.
-Regime Disciplinar: O regime disciplinar é pautado na ideia de que o descumprimento desse regime ou a prática de atos proibidos pelos agentes públicos, resultará em um processo administrativo disciplinar. A aplicação de um regime disciplinar requer do administrador público a razoabilidade e proporcionalidade na quantificação do tipo de sanção, que pode ser uma advertência, suspensão ou demissão. O mesmo se aplica nas relações internas da administração pública entre os agentes, sendo que apenas agentes de maior hierarquia podem ingressar com o PAD, que possui uma natureza jurídica similar ao Direito Penal (Potestas Puniendi). O regime disciplinar deve ser implementado seguindo o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. 
OBS: O Processo Administrativo Disciplinar acaba se tornando uma forma de coação nos meios corruptos da administração pública.
Art. 116.  São deveres do servidor:
        I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
        II - ser leal às instituições a que servir;
        III - observar as normas legais e regulamentares;
        IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
        V - atender com presteza:
        a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
        b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
        c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração;                    (Redação dada pela Lei nº 12.527, de 2011)
        VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
        VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
        IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
        X - ser assíduo e pontual ao serviço;
        XI - tratar com urbanidade as pessoas;
        XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
        Parágrafo único.  A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. 
Art. 117.  Ao servidor éproibido:                       (Vide Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
        I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;
        II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição;
        III - recusar fé a documentos públicos;
        IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;
        V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
        VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
        VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político;
        VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
       IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
        X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;                       (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008
        XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto ao órgão ou à entidade pública em que estiver lotado ou em exercício, exceto quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e de cônjuge ou companheiro;                   (Redação dada pela Medida Provisória nº 792, de 2017)
        XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
        XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
        XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
        XV - proceder de forma desidiosa;
        XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;
        XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
        XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
        XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.                      (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        Parágrafo único.  A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:                          (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
        II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91.                   (Redação dada pela Medida Provisória nº 792, de 2017)
 PODER REGULAMENTAR – A CF/88, em seu Artigo 84, IV, diz que o Poder Executivo terá como competência expedir decretos e regulamentos para dar executoriedade ás leis. É atribuição do Presidente expedir a regulamentação necessária para que a lei possa ser executada. Em função da abstratividade dos comandos legais, é difícil executar a lei e torna-la aplicável no caso concreto, havendo uma dificuldade para que a lei tenha sua aplicabilidade. É para isso que o Presidente deve expedir decretos e regulamentos para que haja aplicabilidade da lei. O papel da regulamentação é completar o sentido da lei, permitindo que as mesmas tenham concretude e sejam aplicadas, tarefa que cabe ao Poder Executivo. As duas espécies normativas que o Presidente poderá utilizar para exercer o poder regulamentar são os decretos regulamentares e os regulamentos.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
-Limitação do Poder Regulamentar: A lei é responsável por limitar o Poder Regulamentar, que só será exercido dentro dos específicos limites estabelecidos pela lei, não podendo o Presidente da República exorbitar tais limites. 
 Com isso, no Brasil, não se admite a (i) Regulamentação Autônoma, que é aquela que, ao ser exercida, permite que o Poder Executivo inove (atribuição do Poder Legislativo) na ordem jurídica. O papel do Presidente não é de inovar, mas sim de complementar os elementos necessários, devendo ficar adstrito aos limites da legalidade. 
 Compete ao Congresso Nacional sustar os atos do Presidente que exorbitem seu Poder, como está previsto no Artigo 49, V, CF/88, sendo uma aplicação do Sistema de Checks and Bounds (Feios e Contrapesos). 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
OBS: O Poder Judiciário só poderá fazer controle do poder regulamentar quando houver vício de legalidade. 
PODER DISCRICIONÁRIO – Quando se falou sobre um sistema jurídico administrativo pautado na legalidade, muitos criam que a lei iria dizer como o Estado, no exercício da função administrativa iria agir e se comportar, sempre seguindo a lei. A discricionariedade se exerce dentro dos limites da legalidade. Quando é percebida a incapacidade do legislador de antever todas as decisões que serão tomadas pelo gestor público, o legislador passa a criar, em algumas esferas, uma margem de discricionariedade. É necessário que se estabeleça uma margem para que o administrador público possa tomar decisões, sendo o espaço de decisão do gestor, vide a escolha do Ministro do STF pelo Presidente da República. 
 A discricionariedade é uma medida tomada dentro da legalidade, afastando completamente a mínima possibilidade de que existe uma medida discricionária pura e total (sem parâmetros), que se tornaria arbitrariedade. 
OBS: Celso Antonio Bandeira de Mello, seguindo a tese de Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, diz que ao tratarmos de Poder Discricionário, não cabe ao Poder Judiciário analisar o mérito da decisão (que envolve conveniência e oportunidade), mas sim ao Poder Legislativo.
-Tese da Indeterminação dos Conceitos x Andreas Krell: No Brasil se notabilizou a (i) Tese da Indeterminação dos Conceitos, que consiste na ideia de que a indeterminação dos conceitos jurídicos proporciona ao intérprete a possibilidade de tomar decisões discricionárias, pautado em teses alemãs. Ou seja de acordo com esta tese, o problema da discricionariedade está na indeterminação dos conceitos jurídicos. Tal Tese da Indeterminação dos Conceitos parte da observação da lei, porém a parte conceitual é cabível ao cientista do direito (o Direito não é apenas a lei), se dando dentro da dogmática.
(ii) Andreas Krell, entretanto, afirma que o conceito jurídico não pode ser indeterminado, sendo papel da dogmática jurídica estabelecer tais conceitos, pois com conceitos indeterminados, a ciência jurídica seria inconsistente e indeterminada. O que é indeterminado são as palavras do vernáculo jurídico, que podem ter vários sentidos. Na verdade, o problema da discricionariedade está na interpretação e hermenêutica, onde é possível entender um comando legal que atribui ao gestor público o espaço de liberdade na decisão. A lei é uma “a posteriori” no processo de interpretação, havendo “a priori” a interpretação hermenêutica dos fatos. Um exemplo é a possibilidade de entendermos através da norma a discricionariedade do Presidente da República para escolher o Ministro do STF.
PODER DE POLÍCIA – O poder de polícia confere ao Estado a capacidade interventiva. Entretanto, o Estado não deve intervir em todos os assuntos da sociedade. Todavia, a intervenção é necessária. Logo, diante desse dilema, se constrói a ideia de poder de polícia. O Poder de Polícia é o poder administrativo que permite a realização de atividades com o intuito de fiscalizar, controlar, corrigir e sancionar assuntos de interesse público. O estado só deve intervir quando houver alguma desregulação das engrenagens sociais, portanto o poderde polícia não é regra, mas sim exceção, se justificando dentro de um regime jurídico administrativo pautado no interesse público, só podendo ser exercido por PJs de Direito Público.
-Desenvolvimento do Conceito de Poder de Polícia: Antigamente, nessa perspectiva, o poder de policia era um elemento de legitimação da intervenção tributária do Estado, tanto que o CTN traz um conceito de Poder de Polícia, hoje deveras ultrapassado, pautado na ideia de administração pública superior. A noção de Poder de Polícia precisa ser revista dentro da perspectiva do Neoconstitucionalismo. O que define o seu limite não é a legislação tributária, mas sim a CF, em seu Artigo 174, que trata da regulação.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros.
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei.
-Regulação x Regulamentação: Regulamentação é diferente de Regulação. (i) Regulação permite controle, fiscalização e indicação do poder econômico, encontrando seu substrato político no poder de polícia. Regulação é o conjunto de regras de conduta e de controle da atividade econômica pública e privada e das atividades sociais não exclusivas do Estado, com a finalidade de proteger o interesse público. Já (ii) regulamentação é justamente uma competência do Poder Executivo, sendo um substrato do Poder Regulamentar.
-Competências de Exercer o Poder de Policia: Uma parte da doutrina acredita que somente Pessoas Jurídicas de Direito Público poderiam exercer o poder de polícia. Porém, dentro da estrutura estatal existem pessoas de Direito Público e Privado, como as sociedades mistas, por exemplo. De acordo com esta corrente doutrinária, somente os integrantes da administração pública que possuam personalidade jurídica de Direito Publico poderiam exercer o poder de polícia.
 Outra parcela doutrinária acredita que todos os integrantes da estrutura da administração pública poderão realizar e executar atos decorrentes do poder de polícia, com base no Principio da Eficiência, deixando de lado o Princípio de Supremacia do Interesse Público.
OBS: Pode a lei estabelecer uma margem de discricionariedade para o exercício de Poder de Polícia. O poder de polícia admite uma medida de discricionariedade desde que seja feito por uma medida de legalidade.
ATOS ADMINISTRATIVOS – Podemos concluir que ato administrativo é aquele que é produzido em decorrência do exercício da função administrativa estatal dentro da perspectiva de um devido processo legal (as funções estatais são exercidas apenas processualmente), que tem como objetivo criar, modificar e extinguir relações e efeitos dentro de um regime jurídico administrativo.
HISTÓRIA DOS ESTUDOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS - Historicamente, o ato administrativo assume um papel de centralidade no estudo do Direito Administrativo. A compreensão do ato administrativo é vital, pois é pelo ato administrativo que a Administração executa suas funções. A doutrina administrativista cria uma categoria própria do Direito Administrativo para o Ato Administrativo. A Teoria do Direito, dotada de caráter privatista, delega os atos jurídicos ao Direito Privado. Nomes como Otto Mayer e Santi Romano são indivíduos que passaram a estudar o ato administrativo. 
 Para estes pensadores, a principal característica dos atos administrativos é sua autoridade, que são atos unilaterais do Estado, praticados a partir da vontade dos Estados pautados na legalidade, podendo criar, modificar e extinguir direitos, intervindo nas relações jurídicas dentro da sociedade, permitindo ao Estado interferir na esfera privada.
OBS: Na origem, tais atos eram vinculados a uma estrita legalidade. Com o desenvolvimento da administração pública, os atos passam a ser pautados por certa discricionariedade prevista em lei para o gestor público, como vemos hoje em dia. 
-Ato Administrativo Autista: Para Floriano Marques, a história do direito administrativo conta que a administração pública conta de uma vontade autoritária da administração pública sem uma socialização da mesma (sem diálogo com a sociedade), ou seja, o ato administrativo autista quer dizer que os atos administrativos são praticados em sua forma conceitual, só que de maneira antidemocrática, havendo a falta de diálogo entre a administração pública e a sociedade na tomada dos atos administrativos.
-Vasco Pasqual Pereira da Silva: Vasco Pasqual Pereira da Silva diz que o grande problema do direito administrativo é que o mesmo está focado apenas no ato, como se fosse o fator principal. Porém, na verdade, o ato é resultado de uma decisão. O importante não é estudar a consequência/ato administrativo, mas sim como foi o processo administrativo, pois o ato administrativo é a consequência e ato final de um processo administrativo. Ou seja, os dois pontos mais importantes do Direito Administrativo são o processo administrativo e o negócio administrativo.
OBS: O Poder Judiciário, ao exercer uma função administrativa, não pratica uma decisão judicial, mas sim um ato administrativo. Admite-se que serviços públicos sejam também prestados por particulares, tendo como exemplo a certificação de conclusão do ensino superior por uma Faculdade Particular, que é um ato administrativo.
ATOS ADMINISTRATIVOS X ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - A doutrina passa a discutir a diferença entre atos administrativos e atos da administração pública. Não podemos confundir atos administrativos com os atos da administração. Estes englobam aqueles, ou seja, ato administrativo é uma espécie do gênero atos da administração, ao passo que nem todo ato da administração é um ato administrativo.
-Atos Administrativos: Os atos administrativos são os atos praticados dentro do regime jurídico administrativo, sendo aquele praticado pelo Estado, sob o regime de direito público, manifestando uma vontade. Os atos administrativos são, basicamente, uma espécie do gênero atos da administração, ou seja, nem todo ato praticado pela administração é, necessariamente, um ato administrativo, mas todo ato administrativo é um ato da administração. Ato Administrativo é uma espécie de Ato da Administração onde há um certo grau de verticalidade entre a Administração e o administrado (Supremacia do Interesse Público).
-Atos da Administração Pública: Os atos regidos pelo direito ordinário, como qualquer outro ato entre particulares, são atos da administração pública (contratação de um seguro pela administração pública, por exemplo). Entretanto, a administração pública deve aplicar primeiramente a regra do regime jurídico administrativo. Ato da administração é todo ato exarado pelo Estado seja ele dotado de prerrogativa de direito público - ato administrativo - ou não. São vários os atos da administração conforme entendimento doutrinário acerca da matéria: atos privados, atos políticos, atos de mera execução, atos administrativos etc.
 A prática de atos envolve uma manifestação de vontade. Quando a administração pública não fizer manifestação de vontade/não há um ato comissivo da administração, e podemos considerar, portanto, que no silêncio da administração pública haverão atos administrativos, pois a administração pública não tem vontade, mas sim legalidade, ou seja, para que hajaum ato da administração pública, é preciso que haja expressa previsão legal. Um exemplo é que, caso o Presidente não sancione o PL aprovado pelas duas casas em 15 dias, haverá a sanção tácita.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ATO ADMINISTRATIVO - Os atos administrativos possuem elementos constitutivos, que são o agente competente, forma, objeto, motivo, finalidade e a causa.
OBS: Pressuposto é o necessário para a existência do ato e Requisito é o necessário para tornar o ato válido. Já as Condições servem para gerar os efeitos dos atos administrativos. Essa é uma divisão antiga que já é ultrapassada.
-Agente Competente: A relação jurídica deve ter sujeito, forma e objeto. O ato requer um sujeito dotado de competência a partir da definição da legalidade, ou seja, um agente competente, sendo necessária a verificação da legislação e o âmbito de atribuição dos sujeitos. A competência não se presume, ela se afere dentro da legalidade. 
-Forma: O Direito Administrativo trabalha com a ideia de liberdade de forma, ou seja, a ideia de que os atos administrativos podem ser produzidos sob qualquer forma, desde que não exista expressa previsão legal estipulando qual forma. Podemos concluir que a legalidade é um dos eixos centrais no Direito Administrativo. Se a lei estipular uma forma específica para certo ato, o mesmo só deverá ser praticado daquela forma.
-Objeto: O objeto de um ato administrativo é identificado a partir da mudança e alteração que o ato provoca na realidade e no mundo jurídico. 
 Um exemplo é quando a administração pública crê que um terreno particular era fundamental para a instalação de um posto de saúde, resolvendo desapropriar o terreno, entrando com uma ação e oferta um valor de desapropriação ao proprietário que, ao aceitar, se inicia o ato administrativo, cujo objeto é a transferência de propriedade do privado para o Estado. Outro exemplo é o ato de aposentadoria do servidor público, cujo objeto é a mudança de relação funcional para a inatividade do servidor.
-Motivo: Quando a doutrina discute o motivo, significa que o ato administrativo deve estar amparado em algum substrato, devendo ter uma justificativa. Todavia, é comum as pessoas confundirem a motivação com o motivo. Motivação não se confunde com motivo. (i) Motivação é a apresentação formal de uma justificativa, podendo haver uma motivação sem motivo. 
 O motivo do ato administrativo é a conjunção do seu suporte fático com o jurídico, que é quando um determinado fato encontra amparo na ordem jurídica, não bastando apresentar formalmente uma justificativa. A doutrina passou a entender que o motivo deve ser determinante (Teoria dos Motivos Determinantes), pois muitas vezes há a aparência de que há um motivo que não foi determinante, existindo um outro motivo por trás, podendo haver a invalidação dos atos administrativos.
OBS: Caso não haja formalização por parte da administração pública, contanto que haja motivo, mesmo sem motivação, haverá a validade e eficácia do ato administrativo, admitindo-se a não apresentação da motivação, sendo algo excepcional. Deve-se avaliar nesse caso se há ou não prejuízo ao interesse público.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.
-Finalidade: Não há ação do ser humano praticada racionalmente que não objetiva alcançar determinado fim. Os fins que a administração pública devem alcançar estão pautados na legalidade. Quando se pratica um ato em nome da administração pública, é preciso que o ato objetive atingir os fins da administração pública, devendo sempre atingir tais finalidades. É preciso que o motivo esteja associado ao fim, pois quando há essa associação, há a avaliação da Teoria dos Motivos Determinantes, ou seja, a análise da causa. 
(i) Desvio de Finalidade é o desvio de poder. É quando um agente competente age dentro da sua esfera de competência mas se desvia do objetivo. O (ii) Abuso de Poder ocorre quando o agente não tinha atribuição/competência e pratica o ato.
 -Causa: A causa do ato é uma análise e aplicação da Teoria dos Motivos Determinantes. A causa do ato é o motivo aliado ao fim a ser atingido. É por isso que a causa nos permitirá analisar se o motivo foi determinante ou não para que a finalidade fosse alcançada.
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO - Para que um ato administrativo produza seus efeitos, é necessário que os atributos estejam imbuídos no ato. A doutrina considera três atributos: presunção de legitimidade ou veracidade, imperatividade e a autoexecutoriedade.
-Presunção de Legitimidade ou Veracidade: Todo agente público possui fé pública. Logo, entende-se que todo ato praticado por agente público competente presume-se legítimo e verdadeiro. A administração pública não trabalha só com a ampliação de direitos, mas também com a restrição de direitos, havendo um conflito com a presunção de legitimidade (a palavra do servidor público ao alegar que houve um ato ilícito) e a presunção de inocência, devendo a administração pública sempre produzir a prova. Ou seja, o ônus da prova compete a quem acusa.
-Imperatividade: Os atos administrativos tem poder de imposição. A administração pública, em nome do Regime Administrativo tem poder de império, devendo os seus atos serem imperativos e impositivos. São aqueles em que o suporte de legalidade confere a eles o seu atributo. Porém existem atos administrativos que não são imperativos, mas atos de gestão, que são atos de ação.
-Autoexecutoriedade: Defende que os atos administrativos não dependem de interferência externa da administração pública para sua execução. Ou seja, não é necessário agilizar uma ação judicial para que o ato administrativo seja executado, pois a administração pública pode executar o ato. Há situações em que a própria lei exige a interferência externa para a executoriedade do ato, como em situações de multa aplicada pelo Tribunal de Contas ou do CAD, necessitando da sua execução no ajuizamento da ação judicial.
INVALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS – O Direito Civil, ao falar sobre a invalidade, a divide em nulidade e anulabilidade. O Direito Administrativo bebeu da fonte do Direito Privado. Entretanto, no Direito Administrativo, isto acabou ganhando suas próprias peculiaridades, tratando apenas da invalidade, não havendo a divisão entre nulidade e anulabilidade. A administração pública pode declarar a invalidade do ato tanto por provocação ou por ofício. 
-Invalidade por Provocação: A CF traz como direito fundamental o direito de petição aos órgãos públicos, pedindo proveniência sobre determinadas situações. Logo, é possível, por intermédio do direito de petição, que qualquer um possa invalidar um ato da administração pública, através do Mandado de Segurança e da Ação Popular. Ou seja, invalidade por provocação é quando um indivíduo provoca a administração pública, através de uma petição aos órgãos públicos solicitando a invalidação

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