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Remédios Constitucionais no Direito Constitucional

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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO
Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 03
2. Direitos e garantias fundamentais: remédios constitucionais
I. DIFERENÇA ENTRE DIREITOS, GARANTIAS E REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS -----2
II. ESFERA JUDICIAL E ADMINISTRATIVA -------------------------------------------------------------------------4
III. HABEAS CORPUS (HC) -------------------------------------------------------------------------------------------------------5
IV. HABEAS DATA (HD)---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 15
V. MANDADO DE SEGURANÇA (MS)----------------------------------------------------------------------------------- 19
VI. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (MSC)------------------------------------------------------------- 30
VII. MANDADO DE INJUNÇÃO (MI) -------------------------------------------------------------------------------------- 34
VIII. AÇÃO POPULAR (AP) ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 45
IX. EXERCÍCIOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 52
X. QUESTÕES DA AULA --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 75
XI. GABARITO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 87
XII. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ---------------------------------------------------------------------------------------- 88
Olá futuros Analistas do Banco Central!
Prontos para o SEU salário de R$ 12.960,77 e para ocupar um dos 
melhores cargos da Administração Pública?
Estão estudando como eu ensinei na aula inaugural? E os resultados? Tenho 
certeza de que estão melhorando! E também estou certo de que eles serão 
cada vez melhores!
Na aula de hoje, estudaremos a seguinte parte do seu edital: 2. Direitos e 
garantias fundamentais: remédios constitucionais.
Começaremos com a parte teórica e os exercícios estão ao final. Ao responder 
as questões, leia todos os comentários, pois foram feitas várias observações 
além da mera resolução da questão. Como sempre, faremos exercícios da
Cesgranrio e, de forma complementar ou quando o número de questões 
existentes for insuficiente, faremos também questões da FCC ou outras bancas 
que adotam estilo de prova parecido. 
Caso tenham alguma dúvida, crítica ou sugestão, mandem-nas para o fórum 
ou para o email robertoconstitucional@gmail.com. Vamos então à nossa aula!
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I. DIFERENÇA ENTRE DIREITOS, GARANTIAS E 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Caro aluno, nós já estudamos vários direitos até aqui: os direitos individuais e
coletivos, os socais, os políticos, os de nacionalidade etc. Pois bem, os direitos
são justamente esses bens e vantagens prescritos na Constituição.
Mas o que acontece se alguém tem o direito, mas por algum motivo não 
consegue exercê-lo? Para isso servem as garantias: elas são os instrumentos 
que asseguram o exercício dos direitos. 
OBSERVAÇÃO: Muitas vezes, as bancas, os autores e os professores utilizam 
essas expressões (direitos e garantias) como sinônimas. Até porque essa linha, 
às vezes, é bem tênue. Assim, muito dificilmente, as bancas vão considerar 
incorreta uma questão somente por conta dessa divergência (chamar direito de 
garantia e vice-versa).
Já os remédios são espécies de garantias e podem ser divididos em 
remédios administrativos e remédios judiciais.
Os remédios administrativos são instrumentos assegurados à pessoa para 
que ela consiga exercer seus direitos sem precisar recorrer ao Poder Judiciário.
Assim, o dono do direito consegue exercê-lo utilizando-se simplesmente da via 
administrativa. Dois remédios administrativos previstos na Constituição são: o
direito de petição e o direito de certidão. Somente para relembrar:
Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente 
do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de 
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa 
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Já os remédios judiciais são os instrumentos que possibilitam que alguém 
exerça seu direito, mas deve-se recorrer ao Poder Judiciário. Assim, eles são 
ações específicas para que alguém alcance ou exerça algum direito que possui 
e que está sendo violado. Os remédios judiciais previstos na CF são os 
seguintes: 
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x Habeas Corpus (HC), 
x Habeas Data (HD), 
x Mandado de Segurança (MS), 
x Mandado de Segurança Coletivo (MSC), 
x Ação Popular (AP) e o 
x Mandado de Injunção (MI).
Vamos estudar agora cada um deles. Mas somente para que fique mais claro, 
quando falamos de esfera judicial e esfera administrativa, é bastante 
interessante que você entenda perfeitamente o que isso significa:
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II. ESFERA JUDICIAL E ADMINISTRATIVA
Quando falamos em esfera administrativa, estamos falando em 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, ou seja, os órgãos públicos em geral, como a 
Receita Federal, INSS, CGU, DETRAN, Ministérios etc.
Já quando falamos em esfera judicial, estamos nos referindo especificamente 
ao Poder Judiciário exercendo sua função típica. Duas considerações:
1- Um Tribunal, se estiver exercendo a atividade típica do Poder Judiciário, 
ou seja, provendo a prestação jurisdicional, será considerado esfera 
judicial. No entanto, se o mesmo Tribunal estiver exercendo atividade 
tipicamente administrativa (ex. realizando uma licitação), será 
considerado esfera administrativa.
2- Para facilitar a divisão dos trabalhos, o Poder Judiciário (enquanto função 
típica) é dividido em duas grandes áreas: civil e penal. Tanto a esfera 
civil quanto a penal são parte do Poder Judiciário (na esfera judicial).
Guarde essas informações, pois serão importantes para daqui a pouco.
Esquematizando:
x Diferenças entre Direitos, Garantias e Remédios Constitucionais
o Direitos: bens e vantagens prescritos na CF
o Garantias: Instrumentos que asseguram o exercício dos direitos.
o Remédios: Espécie de garantia
• Remédios • Administrativos - Direito de certidão
- Direito de petição
• Judiciais - Habeas Corpus (HC)
- Habeas Data (HD) 
- Mandado de Segurança (MS)
- Mandado de Segurança Coletivo (MSC)
- Ação Popular (AP)
- Mandado de Injunção (MI)
o Esfera - Judicial - Civil
- Penal
- Administrativa
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III.HABEAS CORPUS (HC)
A Constituição dispõe em seu art. 5º, LXVIII: “conceder-se-á "habeas-corpus" 
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação 
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.
Assim, o habeas corpus é uma ação usada para proteger o direito de ir e vir, o 
direito de liberdade. Os dois marcos históricos dessa ação são datados de 
1215 com o Rei João Sem Terra e de 1679 com o Habeas Corpus Act.
O HC é uma ação penal (lembre-se: dentro da esfera judicial e, dentro dessa, 
da área penal) e de procedimento especial. Justamente por proteger um dos 
direitos mais críticos do ser humano, a liberdade, o HC é uma ação de 
procedimento mais rápido do queas ações comuns (rito sumário).
Essa ação possui algumas figuras importantes:
i. Quem entra com a ação.
ii. Contra quem se entra com a ação.
iii. Em favor de quem se entra com a ação, ou seja, quero proteger a 
liberdade de quem?.
Cada uma dessas figuras possui um nome diferente e algumas características e 
são importantes para a sua prova. Vamos a elas.
1. IMPETRANTE 
O impetrante é o nome de quem entra com a ação, é o legitimado ativo para 
entrar com o habeas corpus. 
Assim, pode-se entrar com habeas corpus para proteger o direito de liberdade 
próprio ou de terceiros. Além disso, qualquer pessoa (é qualquer pessoa 
mesmo!) pode entrar com essa ação: pessoa física, jurídica, nacional, 
estrangeira, capaz ou não, Ministério Público... Assim, um menor de idade ou 
um deficiente mental podem impetrar um habeas corpus.
Dica:
Em direito, quem pode entrar com a ação se chama legitimado ativo
e contra quem se entra com a ação se chama legitimado passivo.
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Na ação do habeas corpus, como o direito protegido é um direito altamente 
sensível, existem exceções a algumas regras adotadas pelo Poder Judiciário. 
Observe:
a) Uma regra em direito é que “o Poder Judiciário não pode dar o que a 
pessoa não pede” (vinculação ao pedido). Observe o art. 2º do Código 
de Processo Civil: “Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão 
quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.” 
Assim, se alguém tem direito a 10, mas, ao entrar no judiciário, só pede 
2, essa pessoa só poderá ganhar 2 (aquilo que pediu). No entanto, no 
habeas corpus, o juiz pode agir de ofício (por conta própria) e
conceder o HC mesmo sem ninguém ter pedido.
b) Outra regra em direito é que as partes devem ser sempre representadas 
por advogado, pois este é o único que tem a capacidade postulatória
(capacidade de agir em juízo). No entanto, para amplificar a proteção à 
liberdade, no HC, não se precisa de advogado.
c) Mais uma importante regra em direito é que devem ser cumpridas várias 
formalidades processuais e instrumentais. Como exemplo, observe o art. 
282 do Código de Processo Civil (não precisa saber esse artigo para a 
sua prova de Direito Constitucional, ok? É só para exemplificar):
Art. 282. A petição inicial indicará:
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor 
e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido, com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados;
VII - o requerimento para a citação do réu.
No habeas corpus, não existe qualquer formalidade processual ou 
instrumental. Pode-se entrar com a petição inicial escrita em um “papel 
de pão”, que ela deverá ser analisada pelo Poder Judiciário.
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2. PACIENTE
O paciente é a pessoa em favor de quem se entra com o habeas corpus. Como 
paciente, só se admite que sejam pessoas físicas (pessoas de carne e osso).
Assim, não cabe o HC para proteger pessoa jurídica, pois o direito de 
liberdade não se aplica a elas.
x Exemplificando: pessoa jurídica “Coca-Cola”.
o Quem tem direito à liberdade é o “diretor” da empresa (pessoa 
física) e não a “Coca-Cola” (pessoa jurídica).
o Quem pode ir e vir é um “funcionário” da fábrica (pessoa física) e
não a “Coca-Cola” (pessoa jurídica).
Entenderam porque o direito de liberdade / ir e vir não se aplica às pessoas 
jurídicas?
Cabe ressaltar que as pessoas jurídicas podem cometer crimes (ambientais, 
por exemplo), mas não podem ser apenadas com o cerceio da liberdade 
(HC 92.921/BA).
3. IMPETRADO
O impetrado é o legitimado passivo da ação, ou seja, contra quem se entra 
com a ação. O legitimado passivo pode ser autoridade pública que cometa 
ilegalidade ou abuso de poder ou o particular que cometa ilegalidade.
Assim, observe que o HC pode ser impetrado contra PARTICULAR para 
cessar uma coação ilegal! 
Exemplo 1: retenção ilegal de paciente em hospital particular em que se 
encontra internado até que seja paga a conta. Cabe o HC, pois a retenção 
é ilegal e lesa o direito de ir e vir.
Exemplo 2: retenção, pelo empregador, de trabalhador em imóvel rural 
para pagamento de eventuais dívidas. Também cabe o HC, pois a 
retenção é ilegal e lesa o direito de ir e vir.
Não confundir o HC impetrado contra particular com Mandado de 
Segurança contra particular no exercício de função pública (a ser 
estudado mais à frente).
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Esquematizando:
HABEAS CORPUS (HC)
x art. 50, LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou 
abuso de poder;
x Direito protegido: Ir e vir direito de 1a geração
x Origem - 1215 – Rei João-Sem-Terra
- 1679 – habeas corpus act
x Natureza: Penal e procedimento especial (Alexandre de Moraes)
x Impetrante - Quem entra com a ação
(Legitimado - Para si ou 3º
ativo) - Qualquer um - Pessoa física ou jurídica
- Nacional ou estrangeiro
- MP
- Capaz ou não
- Juiz concede de ofício
- Não precisa de advogado
- Não tem qualquer formalidade processual ou instrumental
x Paciente - Pessoa em favor da qual se entra com HC
- Somente pessoa física - Não cabe HC para proteger pessoa jurídica
- Pessoa jurídica comete crime (ambiental), mas não 
pode ser apenada com cerceio da liberdade (HC 
92.921/BA)
x Impetrado - Autoridade coatora
(Legitimado - Pode ser - Pública – ilegalidade ou abuso de poder
Passivo) - Particular - ilegalidade
Pode ser impetrado contra PARTICULAR para cessar uma 
coação ilegal!!!
Ex: hospital psiquiátrico
Ex: retenção de paciente em hospital particular em que se encontra 
internado até que seja paga a conta
Ex: a retenção, pelo empregador, de trabalhador em imóvel rural para 
pagamento de eventuais dívidas.
Não confundir o HC impetrado contra particular com 
Mandado de Segurança contra particular no exercício de 
função pública
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4. OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO HABEAS CORPUS
O habeas corpus pode ser usado para proteger a liberdade de alguém antes ou 
depois desse direito ser indevidamente violado. Assim, se alguém já teve sua 
liberdade indevidamente restrita, o HC se chama repressivo ou liberatório. 
Por outro lado, quando alguém está prestes a ter sua liberdade indevidamente 
violada, o HC será chamado de preventivo ou salvo conduto. Além disso, é
cabível desistência do HC.
Para garantir uma maior proteção a esse direito sensível, o HC é sempre 
gratuito e é cabível contra ato omissivo ou comissivo. Um ato omissivo é 
uma omissão, um não fazer, um ato negativo. Já o ato comissivo é um agir, 
um fazer, um ato positivo.
x Exemplo de ato comissivo: uma ordem de prisão ilegal expedida por um 
juiz;
x Exemplo de ato omissivo: um juiz que deveria mandar soltar alguém e 
não o faz, mantendo alguém preso ilegalmente.
Outra informação importante é que o habeas corpus é cabível contra 
ofensa direta ou indireta ao direito de liberdade (lembre-se: a ideia é que 
esse direito seja protegido da forma mais ampla possível).
x Ofensa direta: quando um ato atenta diretamente contra a liberdade de 
alguém. Ex: uma ordem de prisão irregular.
x Ofensa indireta: quandoum ato não restringe diretamente a liberdade, 
mas pode levar, futuramente, à violação indevida. Ex: um inquérito 
policial ou uma ação penal que possuem algum vício. Eles não atingem 
diretamente a liberdade, mas se forem levadas adiante com o vício 
podem, futuramente, atingi-la de forma indevida.
Dessa forma, cabe HC para trancar ação penal ou inquérito policial; não se 
depor em CPI; impugnar quebra de sigilo telefônico e de dados ou quebra de 
sigilo bancário, desde que se esteja em âmbito criminal e se possa
reflexamente culminar na restrição da liberdade. Por outro lado, se a quebra 
do sigilo bancário estiver em âmbito administrativo, não cabe HC uma 
vez que esse procedimento não poderá atingir a liberdade de alguém.
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Esquematizando:
x Espécies de HC - Repressivo ou liberatório
- Preventivo ou salvo conduto
x Gratuito
x Cabe contra ato comissivo ou omissivo
x Cabe desistência 
xDIRETA
x INDIRETA, - Trancar ação penal ou inquérito policial
REFLEXA OU - Não depor em CPI
POTENCIAL - Impugnar quebra do sigilo telefônico/dados
- Impugnar quebra de sigilo bancário 
ƒ Âmbito criminal e puder reflexamente culminar na 
restrição da liberdade: Cabe HC
ƒ Âmbito administrativo: Não cabe HC
5. LIMINAR/CAUTELAR EM HABEAS CORPUS 
Meu amigo e futuro Analista do Banco Central, você concorda que, em regra, 
julgar uma ação nem sempre é uma coisa rápida? Veja bem: o juiz tem que 
ouvir as partes, produzir as provas necessárias, ouvir as testemunhas etc. 
Uma ação no judiciário geralmente é bastante trabalhosa e demorada.
No entanto, existem situações em que a prestação jurisdicional deve ser feita 
imediatamente e, se não o for, o direito vai se perder. Para esses casos, existe
o instituto da liminar ou cautelar.
Imagine a seguinte situação: um aluno que acabou de passar no vestibular
está sendo indevidamente impedido de realizar a matrícula em uma
universidade pública. Ora, se ele não realizar a matrícula imediatamente, o 
semestre começará e o aluno ficará prejudicado. De nada adiantaria que o juiz 
desse ganho de causa a esse aluno daqui a um ano. Mesmo tendo ganhado a 
ação, ele já teria perdido um ou dois semestres de qualquer forma.
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Por outro lado, o Poder Judiciário não pode julgar uma causa às pressas, sem o 
devido cuidado. Nesses casos, o juiz concede a liminar (ou cautelar). É 
como se o juiz falasse assim: “vá exercendo o direito enquanto eu julgo 
melhor a ação”.
Importante ressaltar que a concessão da liminar não significa que a 
pessoa já ganhou a ação. O julgamento pode ser contrário ou a favor de 
quem ganhou a liminar.
Importante ressaltar também que, para que seja concedida a cautelar, em 
qualquer ação do judiciário, são necessários dois requisitos:
x Periculum in mora ou perigo na demora: para que seja concedida a 
liminar, é fundamental que haja o perigo na demora, em outras palavras, 
se o judiciário não decidir agora, não adianta mais (o direito terá 
perecido).
x Fumus boni juris ou fumaça do bom direito: para que seja concedida 
a cautelar, é necessário também que a pessoa “pareça estar certa”. 
Assim, não é necessário que a causa seja julgada nos mínimos detalhes, 
mas é preciso que, o ganhador da liminar aparentemente tenha razão.
Explicado o que é uma cautelar, você deve saber que é possível a concessão 
de liminar na ação do habeas corpus, desde que estejam presentes os 
dois requisitos: periculum in mora e o fumus boni juris.
6. HIPÓTESES ONDE NÃO CABE HABEAS CORPUS
Muitas questões de prova podem ser resolvidas com duas simples regrinhas e
que já não são mais novidade para nós:
1- Somente cabe HC para proteger o direito de liberdade e, se não 
há violação ao direito de liberdade, não caberá o habeas corpus.
2- Somente cabe HC se a restrição de liberdade for irregular. Se a 
prisão ou o procedimento forem legais, obviamente não caberá HC.
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Assim, com essas duas regrinhas, você será capaz de resolver praticamente 
todas as questões de prova sobre o cabimento ou não de habeas corpus. O
esquema abaixo traz as questões mais comuns de prova:
- Impeachment por crime de responsabilidade – decisão política e não põe em risco o 
direito de ir e vir
- Determinação de suspensão de direitos políticos – não afeta o direito de liberdade
- Decisão ADMINISTRATIVA de caráter disciplinar (advertência, suspensão...) ou para
trancar o processo administrativo (HC 100.664/DF) – não afeta o direito de liberdade
- Decisão condenatória à pena de MULTA – não afeta o direito de liberdade
- Decisão em processo criminal onde a pena de multa é a única cominada – não afeta 
o direito de liberdade
- (Súmula 693)
- Quebra de sigilo telefônico, bancário ou fiscal se NÃO puder resultar em pena 
privativa de liberdade
- Condenação criminal quando já extinta a pena privativa de liberdade (Súmula 695) – não 
afeta o direito de liberdade
- Questionar - Afastamento ou perda de cargo público
- Exclusão de militar
- Perda de patente ou função pública
- Sequestro de bens imóveis
- Dirimir controvérsia de guarda de filhos menores
- Inquérito policial, desde que presentes os requisitos legais (indícios de autoria e 
materialidade)
- Para tutelar direito de reunião – não afeta o direito de liberdade
- Discutir o mérito de punições disciplinares militares 
- Cabe o HC para discutir a legalidade (HC 70.648/RJ)
- Como sucedâneo da revisão criminal (não pode ser usado para desfazer sentença 
transitada em julgado)
- Decisões do STF (turmas ou plenário) – eles representam o próprio STF
Regra 1- Se não ameaça a LIBERDADE: NÃO CABE HC
2 - Se a prisão ou o procedimento que possa levar à 
prisão forem legais / regulares: NÃO CABE HC
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ão
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HC
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7. PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS PARA JULGAMENTO DE HC
Via de regra, as competências para julgamento da ação do habeas corpus são 
em razão da autoridade coatora, ou seja, quem julga a ação depende do 
legitimado passivo (do impetrado).
As competências para julgamento do habeas corpus estão previstas nos 
artigos. 102, 105, 108, 109 e 121 da Constituição e, infelizmente, não conheço 
uma maneira diferente de estudá-las a não ser o bom e glorioso “decoreba”. 
Vamos aos esquemas para facilitar a nossa vida:
x Principais competências para julgamento de HC
o Regra: é de acordo com a autoridade coatora, mas há exceções
o Arts. 102 + 105 + 108 + 109 +121
- Quando o - Presidente da República 
PACIENTE for - Vice-Presidente da República 
- Membros do CN (deputados e senadores)
- Ministros do STF
- Pocurador-Geral da República
- Ministro de Estado ou Comandantes das Forças 
Armadas 
- (aqui é paciente. Se for coator será o STJ)
- Membros dos - Tribunais Superiores
- TCU
- Chefes missão diplomática de caráter permanente
- Quando o - COATOR for Tribunal Superior
- COATOR ou PACIENTE for autoridade ou 
funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à 
jurisdição do STF ou se trate de crime sujeito à mesma 
jurisdição em uma única instância;
HC decidido em única instância por Tribunal Superior e a 
decisão for DENEGATÓRIA
Originária
STF
Em recurso ordinárioCURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL
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- quando o COATOR - Governador
ou PACIENTE for - Desembargador de TJ Estadual
- Membros de - TCE
- TRF
- TRE 
- TRT
- TC dos M
- MPU que oficiem perante 
os tribunais
- quando o COATOR - Tribunal sujeito à jurisdição do STJ
- MinE, Comandante das forças armadas 
- (aqui é coator. Se for paciente será o STF)
- Ressalvada a Justiça Eleitoral
- HC decidido em única ou última instância pelos TRFs
ou TJ Estaduais, quando a decisão for 
DENEGATÓRIA
quando o COATOR for Juiz Federal
decisão de Juiz Federal ou Juiz Estadual no exercício 
da competência federal
Julgar HC em matéria criminal de sua competência ou quando constrangimento 
vier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra 
jurisdição
9 Entre outros (art. 121, §§ 3º e 4º, V + 105, I, “c”: justiça eleitoral)
Originária
STJ
Em recurso ordinário
TRF
Originária
Em recurso ordinário
Juiz Federal
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IV.HABEAS DATA (HD)
Meus futuros Analistas do Banco Central, a Constituição dispõe em seu art. 5º,
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa 
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo.
O Habeas data foi adotado pela Constituição de 1988, principalmente, para 
solucionar um problema bastante comum na época da ditadura militar: as 
pessoas não tinham acesso às informações que os bancos de dados públicos 
possuíam sobre elas e, quando tinham o acesso, muitas vezes não conseguiam 
retificar a informação, caso ela estivesse errada. O HD é um remédio 
eminentemente democrático e veio para que o indivíduo pudesse ter 
conhecimento e/ou consertar as informações que o poder público possui sobre 
ele.
Combinando a letra da Constituição com a lei sobre o habeas data (lei 
nº 9.507/97), o HD se presta para:
1- ACESSAR informações relativas à pessoa do impetrante constante de 
banco de dados público ou de caráter público.
Assim, a primeira função do habeas data é que o indivíduo tenha acesso 
às informações que um banco de dados possui sobre ele. O referido 
banco de dados pode ser público, ou seja, do governo, ou ter caráter 
público. Assim, cabe habeas data para que se tenha acesso a um banco 
de dados particular, mas que possui caráter público (Ex: SPC/SERASA).
Por outro lado, se o banco de dados for privado e não possuir caráter 
público, não caberá HD para que se tenha acesso a ele.
2- RETIFICAR dados quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, 
judicial ou administrativo.
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Caso a pessoa tenha acesso ao banco de dados, mas não consiga corrigir 
as informações que porventura estejam equivocadas, também caberá o 
habeas data.
3- COMPLEMENTAR anotação nos assentamentos do interessado, de 
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e
que esteja sob pendência judicial ou amigável (art. 7º, III da Lei no 
9.507/97).
1. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O HABEAS DATA
Assim como o habeas corpus, o habeas data também é gratuito. Além disso, 
o HD terá sempre natureza individual e civil (enquanto o HC é penal), ou 
seja, não cabe HD coletivo.
Devemos ter em mente que o habeas data ainda é diferente dos direitos de 
certidão e de petição. Dessa feita, ele não serve para se obter uma 
declaração ou mesmo para pedir algum direito, como é o direito de certidão e 
petição. O HD se presta para acessar, retificar ou complementar
informações relativas à pessoa do impetrante, que estejam em um banco de 
dados públicos ou de caráter público.
Precisa-se de advogado para se entrar com a referida ação e o Estado pode 
negar as informações por razões de segurança da sociedade e do Estado. Além 
disso, o HD não pode ser usado com o simples intuito de se ter acesso a autos 
de processos administrativos e o impetrante não precisa demonstrar interesse 
nenhum ou para que as informações servirão.
2. LEGITIMIDADE ATIVA
Pode entrar com o habeas data qualquer pessoa física ou jurídica, 
nacional ou estrangeira que pretenda acessar, retificar ou complementar 
informações relativas à sua pessoa constantes de banco de dados público ou 
de caráter público.
Em regra, esta ação é personalíssima, ou seja, somente pode entrar com o 
HD no Poder Judiciário o titular do direito (o dono do direito). No entanto, 
excepcionalmente, o cônjuge e os herdeiros do falecido podem impetrá-lo 
quando se pretende acessar, retificar ou complementar informações relativas a 
pessoas já falecidas.
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Ao contrário do Habeas Corpus, para se impetrar um Habeas Data, é
necessário um advogado.
3. LEGITIMIDADE PASSIVA
O legitimado passivo do habeas data (contra quem se entra com a ação) é a 
pessoa jurídica de direito público ou privado que controla o banco de dados.
4. NECESSIDADE DE RECUSA NA VIA ADMINISTRATIVA
O princípio do livre acesso ao Judiciário garante que, em regra, não é 
necessário que se entre na via administrativa para que se possa entrar no 
Poder Judiciário. Dessa forma, a regra é que, independentemente do pedido 
administrativo, pode-se entrar direto no Judiciário para a defesa de direitos.
No entanto, o habeas data é uma exceção a essa regra: é necessário que, 
antes de se entrar com HD, haja a recusa na via administrativa. Isso 
ocorre porque não existe a menor lógica em se provocar o Poder Judiciário 
antes mesmo de se ter a negativa na via administrativa (antes de haver a 
violação ao direito).
Esquematizando:
HABEAS DATA (HD)
x Art. 50 LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial 
ou administrativo.
x HD serve para:
I – ACESSAR informações relativas à pessoa do impetrante constante de banco de dados público
ou de caráter público
o O banco de dados tem que ter CARÁTER PÚBLICO (SPC/SERASA) – se for para 
uso próprio da empresa e não transmitida para terceiros NÃO CABE HD
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II – RETIFICAR dados quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo
o Retificação - Processo sigiloso - Judicial
- Administrativo
- HD
III – COMPLEMENTAR anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou 
explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável 
(art. 70, III da Lei no 9.507/97)
o Gratuito
o Natureza - Individual – Não existe HD coletivo
- Civil (enquanto HC é penal)
o HD é diferente de obter certidões ou direito de petição
o Não serve para pleitear acesso a autos de processo adm
o Precisa de advogado (enquanto o HC não precisa)
o Não é absoluto: segurança da sociedade e do Estado
x Legitimidade - QUALQUER pessoa - Nacional ou estrangeira
Ativa - Física ou jurídica
- Regra: Personalíssima (só pode ser impetrada pelo titular)
- Exceção: Cônjuge e herdeirosdo falecido podem entrar com HD
- Precisa de Advogado (HC não precisa)
x Legitimidade passiva: Pessoa jurídica de direito público ou privado que controla o banco de 
dados
x Necessário 1o haver recusa na via adm ao - Acesso dos dados
- Retificação das informações
- Complementação de informações (Anotação 
nos assentamentos...)
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V. MANDADO DE SEGURANÇA (MS)
Meu caro aluno e futuro Analista do Banco Central, a Constituição dispõe em 
seu art. 5º, LXIX: “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando 
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;”
Para melhor entendermos o MS, devemos seguir quatro passos:
PASSO 1: O mandado de segurança se presta a proteger o direito líquido e 
certo (é aquele direito demonstrado de plano, de pronto).
Além disso, como regra no direito, dentro do processo pode-se produzir 
provas, tais como realização de perícias, audiências, ouvir testemunhas, 
acareações e etc. O nome que se dá a essa produção de provas no decorrer do 
processo é dilação probatória.
No entanto, no mandado de segurança o rito é um pouco diferente: não 
existe a dilação probatória. Isso quer dizer que, via de regra, não se produz 
provas no processo do mandado de segurança e, por isso, as provas devem 
ser levadas aos autos no momento da impetração do MS (as provas devem ser 
pré constituídas).
Outra observação importante é que o direito tem que ser líquido e certo 
em relação à matéria de fato. Já a matéria de direito, por mais complexa 
que seja, pode ser analisada em mandado de segurança. Assim, a expressão 
"direito líquido e certo" pressupõe a incidência da regra jurídica sobre fatos 
incontroversos e a complexidade da questão jurídica envolvida não pode 
constituir empecilho à admissão do MS.
Exemplo: imagine só que um juiz receba uma causa bastante complicada, que 
envolve a aplicação de várias leis, várias normas e vários princípios. Ou seja, a
causa é juridicamente muito complexa. Nesse caso, caso o direito seja líquido 
e certo, o juiz deve sim julgar o Mandado de Segurança e não pode alegar que 
a complexidade jurídica impede o julgamento do MS.
PASSO 2: o direito (que é líquido e certo) não pode ser amparado por 
habeas corpus ou habeas data. Dessa forma, caso se queira entrar com 
uma ação para proteger o direito de liberdade de alguém, não caberá o MS, 
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pois o remédio correto é o habeas corpus. Igualmente, caso se deseje ter 
acesso, retificar ou complementar informações relativas à pessoa do 
impetrante em bancos de dados públicos ou de caráter público também não 
caberá o mandado de segurança, pois o remédio correto é o habeas data.
Assim, diz-se que o mandado de segurança é residual ou subsidiário.
PASSO 3: O coator deve ser autoridade pública ou particular no 
exercício de atribuições do poder público. Dessa feita, não cabe MS contra 
atos de particulares (salvo se estiverem exercendo atividade pública).
PASSO 4: o poder público ou o particular no exercício de atividade pública 
devem ter cometido ilegalidade ou abuso de poder. Obviamente, se os atos 
dos referidos agentes estiverem de acordo com o ordenamento jurídico, não 
caberá o mandado de segurança.
Cabe ainda o MS contra ato comissivo (uma ação / um ato positivo) ou 
omissivo (uma não ação / um ato negativo) e contra atos vinculados ou 
discricionários.
1. INFORMAÇÕES GERAIS
Assim como o habeas corpus, cabe mandado de segurança contra LESÃO a um 
direito liquido e certo ou contra uma AMEAÇA de lesão. Assim, o MS poderá ser 
repressivo ou preventivo.
A natureza do mandado de segurança será sempre civil, independente de 
qual seja o ato impugnado (civil, penal ou administrativo). Assim, caso seja 
impugnado um ato administrativo, a natureza do MS será civil. Caso seja 
contestado um ato judicial civil, a natureza do MS também será civil e caso 
seja impugnado um ato judicial penal, a natureza do MS também será civil
(siga a regra).
Além disso é sempre necessário o advogado, o mandado de segurança 
admite desistência, não é gratuito, e a parte vencida não é condenada 
a pagar honorários advocatícios (STF súmula 512).
O MS possui ainda um prazo decadencial de 120 dias da ciência da lesão 
ou ameaça para que seja impetrado. Decorrido este tempo, a ação não mais 
poderá ser proposta, devendo o autor buscar seu direito por outros meios.
Esquematizando:
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MANDADO DE SEGURANÇA (MS)
x LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade 
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público;
x MS serve para:
1. Proteger direito líquido e certo (demonstrado de plano)
ƒ Não precisa dilação probatória
ƒ As provas devem ser pré-constituídas – levadas aos autos no momento da 
impetração
ƒ O direito tem que ser líquido e certo sobre matéria de FATO
x A matéria de direito, por mais complexa que seja, pode ser analisada 
em MS
2. O direito (líquido e certo) não pode ser amparado por HC ou HD 
ƒ MS é residual – subsidiário
3. Quando o responsável (coator) for - Autoridade pública
- Particular no exercício de atribuições do poder 
público
ƒ Não cabe MS contra particular salvo se 
estiver exercendo atividade pública
4. E que cometa ilegalidade ou abuso de poder
ƒ Cabe MS contra ato - Comissivo ou omissivo
- Vinculado ou discricionário
¾ Informações Gerais
x MS pode ser - Repressivo
- Preventivo
x Natureza - Civil qualquer que seja o ato impugnado (civil, penal, adm...)
- Residual / Subsidiário – o que não for de HC ou de HD.
x Não é gratuito
x Precisa de advogado
x Cabe desistência
x A parte vencida não é condenada a pagar honorários advocatícios (STF súmula 512)
x Prazo - 120d da ciência da lesão ou ameaça
- Decadencial
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2. LEGITIMADO ATIVO
O legitimado ativo (quem pode entrar com a ação) do mandado de segurança 
é o detentor do direito líquido e certo. De tal modo, estão englobados os 
seguintes: pessoas físicas e jurídicas, órgãos públicos despersonalizados com 
capacidade processual (como as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal e chefias do Executivo), universalidades de bens e direitos que não 
possuem personalidade, mas possuem capacidade processual (espólio, massa 
falida, condomínio), agentes políticos, Ministério Público e órgãos públicos de 
grau superior na defesa de suas atribuições.
3. LEGITIMADO PASSIVO
O legitimado passivo do mandado de segurança (contra quem se entra com o 
MS) é a autoridade coatora, ou seja, quem praticou o ato ilegal. Melhor 
falando, não é o executor do ato em sentido estrito, mas sim quem detém o 
poder para corrigi-lo.
Caso tenha havido delegação para a execução de algum ato, o sujeito 
passivo será sempre a autoridade DELEGADA e nunca o delegante (quem 
delegou). De igual modo, o foro também será o da autoridade delegada.
Por exemplo: caso o Presidente da República tenha delegado algum ato para 
um Ministro de Estado e este o execute cometendoilegalidade ou abuso de 
poder, será cabível mandado de segurança contra o Ministro de Estado e não 
contra o Presidente da República, bem como o foro de julgamento será o do 
Ministro de Estado e não o do Presidente da República.
4. OBJETO DO MANDADO DE SEGURANÇA
Agora que já estudamos o que é, para que serve, como funciona e quais são os 
legitimados do mandado de segurança, vamos estudar o seu objeto, ou seja, 
contra o que cabe e contra o que não cabe o mandado de segurança.
x Decisão judicial
Antes de adentrarmos nesse assunto, devemos saber quais são os 
efeitos dos recursos nas decisões judiciais. O recurso de uma decisão 
judicial tem efeito suspensivo quando a sua interposição implicar a 
suspensão ou paralisação da execução da sentença, até que o recurso 
interposto seja julgado.
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Por outro lado, o recurso terá efeito devolutivo quando o autor devolve 
a matéria para ser reanalisada por tribunal de instância superior. 
Contudo, o efeito devolutivo não obsta o prosseguimento da execução, 
assim, a ação continua correndo enquanto o recurso não é julgado.
Assim, caberá mandado de segurança contra decisão judicial que não 
possua outro meio eficaz de sanar a lesão, ou seja: cabe MS contra 
decisão judicial da qual não cabe recurso ou se o recurso tiver 
efeito devolutivo.
Por outro lado, não cabe mandado de segurança para atacar decisão 
judicial se existe outro meio eficaz de sanar a lesão, ou seja, não cabe 
MS contra decisão judicial da qual caiba recurso com efeito 
suspensivo.
De igual modo, também não cabe MS contra decisão judicial 
transitada em julgado, em respeito à segurança jurídica. Caso se 
queira desfazer a coisa julgada, o meio correto é a ação rescisória (em 
âmbito civil) ou a revisão criminal (em âmbito penal).
x MS em face de diretor de estabelecimento de ensino: Cabe MS, 
pois este é agente de Pessoa Jurídica exercendo atividade pública.
x MS contra lei: em regra, não cabe MS contra lei em tese (para isso 
serve a ação direta de inconstitucionalidade). No entanto, 
excepcionalmente, cabe MS contra lei de efeitos concretos.
Uma lei em tese é um ato normativo (que regula a vida das pessoas) 
que possui generalidade, abstração e não possui um destinatário certo e 
determinado. Quando analisamos uma lei em tese, quer dizer que 
olhamos diretamente para o texto da lei. Não existe um caso concreto.
Por exemplo: "matar alguém é crime". Estamos aqui olhando 
diretamente para o texto da lei. Ninguém matou ninguém ainda. Não é 
preciso que alguém mate outra pessoa para que o ato seja considerado 
crime, ou seja: NÃO É PRECISO CASO CONCRETO. No entanto, quando 
alguém matar alguém (quando o sair do mundo das ideias e for para o 
mundo real), isso será considerado um crime e o caso concreto vai se 
encaixar no texto da lei.
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Já a lei de efeitos concretos é uma lei que possui destinatário certo e 
determinado. Ela é considerada por muitos autores um ato 
administrativo. Veja alguns exemplos de leis de efeitos concretos:
- Ex: lei 12.391 art. 10 - Inscrevam-se no Livro dos Heróis da 
Pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade, em 
Brasília, os nomes dos heróis da "Revolta dos Búzios" João de 
Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel 
Faustino Santos Lira e Luís Gonzaga das Virgens e Veiga.
- Ex: leis de tombamento; lei que institui uma autarquia ou
autoriza a criação de empresa pública, sociedade de economia 
mista ou fundação pública.
Como vimos, o mandado de segurança serve para proteger um direito 
subjetivo. Se analisamos uma lei em tese, não existe um caso concreto 
não havendo, portanto, um direito subjetivo a ser protegido. É por isso 
que não cabe MS contra lei em tese e cabe MS contra lei de 
efeitos concretos.
x Pagamento a servidor: Cabe mandado de segurança, mas somente 
para as parcelas após a sua impetração. Dessa forma, as parcelas 
anteriores devem ser pedidas pela ação própria (ação de cobrança), uma 
vez que o mandado de segurança não substitui a ação de 
cobrança.
x Atos interna corporis: Para efeitos de prova, considere os atos interna 
corporis como sendo os atos internos das Casas Legislativas, como os 
Regimentos Internos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou 
do Congresso Nacional.
Assim, não cabe MS contra atos interna corporis, sob pena de 
violação à separação dos poderes. Essa é uma exceção ao princípio da 
inafastabilidade da jurisdição. 
Mas atenção: se o ato ferir, ao mesmo tempo, a Constituição 
Federal, caberá intervenção do Judiciário.
x Atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
Empresas públicas, Sociedades de Economia Mista e 
Concessionárias de serviços públicos: Não cabe MS uma vez que 
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esses atos, apesar de terem sido praticados por agentes públicos, são 
atos de caráter eminentemente privado.
x Ato disciplinar: não cabe MS, salvo se feito por autoridade 
incompetente ou com vício no processo.
Esquematizando:
- Detentor do direito líquido e certo
- Pessoas físicas e jurídicas
- Órgãos públicos despersonalizados com capacidade processual
(Mesas CD e SF, chefias do Executivo)
x Legitimado ativo - Universalidades de bens e direitos (espólio, massa falida, 
do MS condomínio)
• Não possuem personalidade, mas possuem capacidade processual
- Agentes políticos
- MP
- Órgãos públicos de grau superior na defesa de suas atribuições
x Legitimidade passiva: autoridade coatora (quem praticou o ato)
o Não é o executor (strictu sensu) e sim quem tem o poder para corrigir o ato
o O sujeito passivo será sempre a autoridade DELEGADA e nunca o delegante
ƒ Súmula 510 STF 
ƒ O foro será o da autoridade DELEGADA
x Objeto do Mandado de Segurança 
1. MS contra - Cabe MS - Se não couber recurso
decisão judicial - Se o recurso for apenas devolutivo
- Não cabe MS - Quando cabe recurso com efeito suspensivo
- Contra decisão judicial transitada em julgado
Esta deve ser atacada por ação rescisória (civil) 
ou revisão criminal (penal)
Efeito devolutivo: o autor devolve a matéria para ser reanalisada por tribunal de 
instância superior. Contudo, o efeito devolutivo não obsta o prosseguimento da 
execução, assim, a ação continua correndo enquanto o recurso não é julgado.
Efeito suspensivo - Para o Direito Processual, é a suspensão ou paralisação da 
execução da sentença, até que o recurso interposto seja julgado.
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2. MS em face de diretor de estabelecimento de ensino: Cabe MS
ƒ Agente de Pessoa Jurídica exercendo atividade pública
3. MS contra lei - Regra: Não cabe MS contra lei em tese (para isso serve Adin)
- Exceção: Cabe MS contra lei de efeitos concretos
x Ex: lei 12.391 art. 10 - Inscrevam-se no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no 
Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília, os nomes dos heróis da "Revolta dos 
Búzios" João de Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel Faustino 
Santos Lira e Luís Gonzaga das Virgens e Veiga.
x Ex: leis de tombamento; lei que institui uma autarquia ou autoriza a criação de empresa 
pública, sociedade de economia mista ou fundação pública.
4. Pagamento a servidor – Cabe MS
ƒ Mas só para as parcelas após a impetração (STF súmula 271)
ƒ As anteriores devem ser pela ação própria (ação de cobrança)
x MS não serve- Não substitui a ação de cobrança (STF súmula 269)
para cobrar - Não pode ser sucedâneo da ação de cobrança
1. Atos interna corporis – atos internos das casas legislativas (regimentos internos)
o Sob pena de violação à separação dos poderes
o Exceção ao princípio da inafastabilidade da jurisdição
o OBS: se o ato ferir junto a CF caberá intervenção do Judiciário
2. Lei em tese 
o STF Súmula 266
o Salvo se a lei tiver efeitos concretos – Cabe MS
3. Atos de gestão comercial - Empresas públicas
praticados pelos administradores de - Sociedades de Economia Mista
- Concessionárias de serviços públicos
4. Ato disciplinar, salvo se feito por autoridade incompetente ou com vício no processo
5. Ato Judicial - Passível de recurso com efeito suspensivo
- Transitado em julgado (este deve ser atacado por ação rescisória 
ou revisão criminal)
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5. MINISTÉRIO PÚBLICO E O MANDADO DE SEGURANÇA 
Nas ações do mandado de segurança, o Ministério Público deve sempre ser 
intimado. Além disso, ele deve agir como o fiscal da lei (e não defendendo a 
autoridade coatora), participando efetivamente e manifestando sua opinião nos 
autos.
6. LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 
Assim como no habeas corpus, é cabível a liminar em mandado de 
segurança, desde que haja os requisitos: fumus boni juris e o periculum in 
mora.
Além disso, o juiz pode deferir caução, fiança ou depósito para a concessão da 
liminar. Essa exigência serve para ressarcir o poder público se o MS for julgado 
improcedente e houver danos ao patrimônio público.
7. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO PARA SENTENÇAS 
CONCESSIVAS DE SEGURANÇA
Meus caros Analistas do Banco Central, em regra, as ações são julgadas em 
primeira instância pelo Poder Judiciário nos juízos singulares. Isso significa 
que, normalmente, quando se entra com uma ação no Judiciário, essa ação 
será julgada por um juiz monocrático (que julga sozinho). 
Depois de ser julgada pelo juiz singular, caso alguma das partes recorra, a 
ação será julgada em segunda instância pelo Tribunal, que é um órgão 
composto por mais de um julgador (órgão colegiado). Dessa forma, garante-
se que a sentença proferida pelo juiz singular esteja correta, livre de vícios,
pois a causa estará sendo reanalisada por um grupo de pessoas (e é mais fácil 
que uma pessoa sozinha erre do que um grupo de pessoas o faça).
A essa possibilidade de se ter a sentença revista por um Tribunal colegiado 
para garantir que a mesma esteja livre de vícios, dá-se o nome de DUPLO 
GRAU DE JURISDIÇÃO.
Pois bem. Acompanhe agora o raciocínio: 
1) O mandado de segurança é impetrado sempre contra a 
autoridade pública (ou contra o particular no exercício de 
atribuições do poder público).
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2) Quando o autor ganha a ação (consequentemente, o Estado perde), a 
sentença é chamada de concessiva de segurança.
3) Quando o autor perde a ação (consequentemente o Estado ganha), a 
sentença é chamada de denegatória de segurança.
Como o MS é impetrado contra autoridade pública, a Constituição prevê um 
mecanismo de proteção ao Estado. Esse mecanismo tem como objetivo
garantir que as sentenças proferidas contra o Estado estejam livres de 
vícios/erros. Assim, caso a sentença do MS seja concessiva de segurança
(onde o autor ganha e o Estado perde), haverá o duplo grau de jurisdição 
obrigatório, ou seja, obrigatoriamente, a sentença proferida pelo juiz singular 
deve ser reanalisada por um Tribunal (colegiado). Isso ocorrerá ainda que o 
órgão público vencido não apele ou perca o prazo do recurso.
Perceberam? Com esse mecanismo, garante-se que todas as decisões em MS 
onde o Estado perde devem ser reanalisadas pelo Tribunal de segunda 
instância para garantir que essas sentenças estejam livres de vícios.
No entanto, existe uma exceção: caso a sentença tenha sido proferida por 
TRIBUNAL em sua competência ORIGINÁRIA, o duplo grau de jurisdição não 
será obrigatório. Você consegue imaginar por quê?
Ora, se a sentença foi proferida por um Tribunal, isso significa que ela já foi 
proferida por um órgão colegiado, onde existe mais de uma pessoa julgando e 
isso já dá a segurança que o Estado precisa: que a sentença esteja correta. O 
duplo grau de jurisdição obrigatório não serve para que o Estado fique 
“enrolando” o cidadão que ganhou a ação, mas sim para garantir a correção 
das sentenças onde o Estado perdeu.
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8. COMPETÊNCIA PARA JULGAR O MANDADO DE SEGURANÇA 
Em regra, o foro competente para julgar o mandado de segurança será o foro 
da autoridade coatora, independentemente da matéria que está sendo 
julgada. 
Além disso, caso haja mandado de segurança contra atos de tribunais, o
julgador será o próprio Tribunal. Assim, uma questão bastante comum em 
provas de concursos é a Súmula 624 do STF, que diz que o Supremo não 
tem competência originária para julgar MS contra atos praticados por 
outros tribunais.
Seguindo essa regra, caso haja um MS contra um ato do STJ, por exemplo, o 
responsável pelo julgamento desse MS será o próprio STJ e não o STF.
Atenção: isso não significa que o Supremo não tem competência originária 
para julgar mandado de segurança. Ele tem sim. Um exemplo é o MS 
impetrado por parlamentar da Casa onde tramita a Proposta de Emenda à 
Constituição que tenda a abolir cláusulas pétreas. Assim, o STF tem 
competência originária para julgar mandado de segurança. O que ele 
não tem é competência originária em MS contra atos praticados por OUTROS
tribunais.
Esquematizando:
o Regra - OBRIGATÓRIO para sentenças concessivas de segurança
- Ainda que o órgão público vencido não apele ou perca o prazo
o Exceção: Não há duplo grau de jurisdição obrigatório se a sentença foi proferida 
por TRIBUNAL em sua competência ORIGINÁRIA
o Regra - O foro da autoridade coatora (não depende da matéria)
- MS contra atos de tribunais – quem julga é o próprio Tribunal
o O STF não tem competência originária em MS contra atos 
praticados por OUTROS tribunais (STF Súmula 624)
o Ex: MS contra ato do Presidente/órgãos internos do STJ é 
julgado pelo STJ
o O STF tem competência originária para julgar MS. 
ƒ Ex: MS de parlamentar para trancar PEC que tenda a abolir cláusulas pétreas
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VI.MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (MSC)
O mandado de segurança coletivo está previsto na Constituição no art. 
5º, LXX: “o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados;”
O mandado de segurança coletivo funciona como o mandado de segurança
“normal” e as únicas diferenças são o objeto e a legitimação ativa.
1. OBJETO DO MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO 
O art. 21 da Lei 12.016/2009 estabelece que o mandado de segurança coletivo 
tem como objeto os interesses coletivos, assim entendidos, os 
transindividuais (que ultrapassam a pessoa do indivíduo), de natureza 
indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si 
ou com a parte contrária por uma relação jurídicabásica. Além desses, 
também podem ser objeto do MSC os interesses individuais homogêneos,
assim entendidos, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação 
específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do 
impetrante.
2. LEGITIMAÇÃO ATIVA DO MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO 
Podem propor o mandado de segurança coletivo:
1- Partido político com representação no Congresso Nacional.
Para o cumprimento desse requisito, basta que o Partido Político possua 
um parlamentar em qualquer das Casas do Congresso Nacional: 
Câmara dos Deputados ou Senado Federal.
Assim, este legitimado ativo pode propor o mandado de segurança 
coletivo na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus 
integrantes ou à finalidade partidária.
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Para provas de concursos, mais uma informação importante: é vedado 
mandado de segurança de partido político com vistas a impugnar 
(contestar) direito individual disponível. Ex: imposto (RE 196.184).
2- Organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um 
ano.
Esses três legitimados podem propor o mandado de segurança coletivo 
em defesa de seus membros ou associados e deve sempre haver 
pertinência temática entre o objeto do MSC e os objetivos institucionais.
Além disso, a ASSOCIAÇÃO (e somente esta), para que possa impetrar 
o mandado de segurança coletivo, deve estar legalmente constituída
e em funcionamento há pelo menos um ano. Consequentemente, o
sindicato e a entidade de classe não precisam estar em funcionamento 
há pelo menos um ano (RE 198.919).
Outra observação pertinente é que estes legitimados podem atuar na 
defesa de PARTE dos membros ou associados (STF Súmula 630). Assim, 
caso haja um interesse que seja apenas de parte dos associados 
(somente dos Analistas do Banco Central aposentados, por exemplo),
esses três legitimados podem propor o mandado de segurança coletivo, 
sem problemas.
Outra observação: como dito, as associações legalmente constituídas há 
pelo menos 1 ano e em defesa de seus membros e associados podem 
impetrar o mandado de segurança coletivo. Nesse caso (e somente 
nesse), a associação será substituta processual, não precisando de 
autorização dos associados, bastando uma autorização genérica no 
estatuto.”
Esquematizando:
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MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (MSC)
x LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados;
x A grande diferença é o objeto e a legitimação ativa – o resto é igual
x Objeto: interesses I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os 
transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou 
categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma 
relação jurídica básica
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, 
os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica 
da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.
(art. 21 da Lei 12.016/2009)
x Partido político com representação no Congresso Nacional
o Basta 1 parlamentar em QUALQUER casa (Câmara dos 
Deputados ou Senado Federal)
o Na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus 
integrantes ou à finalidade partidária (art. 21 da Lei 
12.016/2009)
o VEDADO Mandado de Segurança de partido político com 
vistas a impugnar direito individual disponível. Ex: imposto 
(RE 196.184)
x Organização sindical – (confederação, federação ou sindicato) Em 
defesa de seus membros ou associados
x Entidade de classe - Em defesa de seus membros ou associados
x Associação - Legalmente constituída 
- Em funcionamento há pelo menos 1 ano
- Em defesa de seus membros ou associados
o Somente a associação precisa estar constituída há pelo menos 1 ano
ƒ Sindicato e entidade de classe não precisam 
(RE 198.919)
x OBS para organização sindical, entidade de classe e associação:
o Podem atuar na defesa de seus membros ou associados – pode 
ser de PARTE dos membros (STF Súmula 630)
o Deve haver pertinência temática entre o objeto do MSC e os 
objetivos institucionais 
Legitimidade Ativa
do Mandado de 
Segurança Coletivo
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- MSCOLETIVO - É caso de substituição processual
- Não precisa da autorização expressa dos titulares 
dos direitos
- STF Súmula 629
- Não confundir com a representação processual do 
art. 5º inc. XXI
- Qualquer outra ação – representação processual - (precisa de autorização 
expressa)
Se
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A
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VII. MANDADO DE INJUNÇÃO (MI)
1. CONCEITO
O mandado de injunção está expressamente previsto pela Constituição Federal 
no art. 5º, LXXI “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de 
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania”.
Injunção significa imposição, exigência ou ordem. Assim, o mandado de 
injunção serve para suprir/remediar/preencher a falta de norma 
regulamentadora (infraconstitucional) que torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, soberania e cidadania (NaSoCi).
Lembre-se de que as normas constitucionais, apesar de terem a mesma 
hierarquia, possuem efeitos diferentes. Assim, de acordo com os seus efeitos, 
as normas da Constituição podem ser classificadas em normas de eficácia 
plena, contida e limitada. Vamos revisar: as normas de eficácia plena são 
as que produzem todos os efeitos assim que a Constituição é promulgada. As 
normas de eficácia contida são as que produzem todos os seus efeitos assim a 
Constituição entra em vigor, mas podem ter seus efeitos restringidos por lei 
posterior. Por último, estão as normas de eficácia limitada, que não produzem 
efeitos completos com a simples promulgação da Constituição, e necessitam de 
norma infraconstitucional para que isso ocorra.
Pois bem, no caso das normas constitucionais de eficácia limitada, caso não 
seja editada essa norma infraconstitucional que a regulamente, a norma da 
Constituição não produzirá seus efeitos completos e as pessoas, apesar de 
terem o direito previsto pela Constituição, não conseguirão exercê-lo porque 
não existe a norma infraconstitucional (que está abaixo da Constituição) que 
deveria regulamentá-la.
Entendeu? As pessoas têm o direito previsto na Constituição, mas não 
conseguem exercê-lo porque não existe a norma infraconstitucional para 
regulamentar esse direito. Nesse caso, será cabível o mandado de injunção. 
Exemplo: está previsto no art. 5º da Constituição: “VII - é assegurada, nos 
termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e 
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militares de internação coletiva”. As pessoas, apesar de terem o direito de 
assistência religiosa,não conseguem exercê-lo enquanto a lei não for 
elaborada. Assim, caso a lei não tivesse sido editada pelo Poder Legislativo, 
caberia o mandado de injunção para que o interessado pudesse exercer o 
direito.
Uma observação bastante importante é que cabe o mandado de injunção 
para que seja elaborada qualquer norma regulamentadora e não 
apenas a lei em sentido estrito. Assim, será cabível o mandado de injunção 
para que sejam elaboradas leis, portarias, resoluções etc, não importando 
quem deve elaborá-las.
Esquematizando:
MANDADO DE INJUNÇÃO (MI)
x LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne 
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
x MI serve para:
x Suprir / remediar / preencher a falta de norma regulamentadora (infraconstitucional) que
torne inviável o exercício - Dos direitos e liberdades constitucionais
- Das prerrogativas inerentes à - Nacionalidade
- Soberania
- Cidadania
o Exs: art. 50, VI, VII e VIII, caso não houvesse a lei regulamentadora
o Serve para elaborar qualquer norma (lei, portaria, resolução etc)
o Não importa quem deve elaborar a norma
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2. CABIMENTO DO MANDADO DE INJUNÇÃO 
Somente é cabível o mandado de injunção para que sejam exercidos direitos 
constitucionais. Assim, se um direito está previsto na lei e necessitar ser 
regulamentado, não será cabível o mandado de injunção.
Outra observação importante é que somente é cabível o MI na falta de 
normas de eficácia limitada e que sejam OBRIGATÓRIAS, não sendo 
cabível essa ação quando a legislação for facultativa ou quando o direito for 
autoaplicável (que já pode ser exercido de pronto).
Além disso, somente é cabível o MI para direitos razoavelmente delineados,
somente quando há o dever de legislar e não se legisla em prazo 
razoável. Uma observação sobre esse último requisito: elaborar uma lei é 
bastante complicado. Deve-se realizar um estudo detalhado dos impactos da 
lei, seu alcance, seus efeitos etc. Além disso, o procedimento para essa
elaboração é bastante trabalhoso. Assim, somente será cabível o mandado de 
injunção quando o Legislativo deixar esgotar o “prazo razoável” e não elaborar
a norma (não há uma definição exata de qual é esse prazo razoável).
Esquematizando:
o Cabe Mandado - Direitos CONSTITUCIONAIS (NÃO CABE para direitos previstos de 
Injunção para apenas por lei)
- Direitos razoavelmente delineados
- Para a edição de qualquer norma regulamentadora (portaria, 
decretos etc) e não apenas lei formal
- Quando há o dever de legislar (Ex. art 50,XIII)
- Quando não se legisla em prazo razoável
- Para normas de eficácia LIMITADA - Programáticas
e que sejam obrigatórias - Organizativas
3. LEGITIMIDADE ATIVA
Pode entrar com o mandado de injunção qualquer pessoa que tenha seus 
direitos tolhidos pela falta de norma regulamentadora. Assim, qualquer um 
que tenha um direito constitucional e que não esteja conseguindo 
exercê-lo pela ausência de norma regulamentadora pode entrar com o 
MI.
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Um ponto bastante polêmico na doutrina é sobre a possibilidade de pessoas 
estatais impetrarem o mandado de injunção. Exemplo: caso um município 
tenha um direito previsto na Constituição, mas não consiga exercê-lo porque a 
União não editou alguma regulamentação, esse município poderá entrar com 
mandado de injunção para exercer seu direito?
Apesar de posicionamentos doutrinários divergentes, para a prova, leve a 
informação de que pessoas estatais podem impetrar o mandado de 
injunção (MI 725 e inf. 466/STF).
4. LEGITIMIDADE PASSIVA
O legitimado passivo do mandado de injunção (contra quem se entra com a 
ação) será sempre o Estado, pois somente ele pode elaborar leis e atos
regulamentares. Assim, não cabe MI contra particulares, uma vez que eles 
não elaboram leis.
Se o mandado de injunção for contra a falta de lei de iniciativa privativa, 
este deverá ser impetrado contra quem detém a iniciativa e não contra 
quem deveria elaborá-la. Acompanhe o raciocínio:
1. O processo legislativo é o procedimento de fabricação de uma lei. É 
o passo a passo que deve ser seguido para que uma lei seja 
corretamente elaborada.
2. Esse processo de formação/produção de uma lei se inicia com uma 
fase chamada de fase de iniciativa.
3. Normalmente, mais de uma pessoa pode propor leis sobre o mesmo 
tema. Assim, existem várias pessoas que podem iniciar o processo 
legislativo de uma determinada lei.
4. No entanto, existem algumas leis onde somente uma pessoa pode 
iniciar seu procedimento de fabricação. Dessa forma, só existe um
legitimado para iniciar aquela lei. Quando isso ocorre, ela é
chamada de lei de iniciativa privativa ou reservada.
Exemplo: somente o Presidente da República pode iniciar o 
procedimento de formação de uma lei que disponha sobre criação e 
extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. Assim, 
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mesmo que o Congresso Nacional queira editar uma lei sobre esse 
tema, ele só pode fazê-lo caso o Presidente da República inicie a lei.
Pronto! Chegamos onde eu queria: imagine agora que alguém tenha um direito 
previsto na Constituição, mas não consiga exercer esse direito por falta de 
norma regulamentadora infraconstitucional. Em regra, caberá o MI contra 
quem deveria editar essa norma (Congresso Nacional, por exemplo). No 
entanto, se a norma for de iniciativa privativa, o MI deve ser impetrado 
contra quem detém a iniciativa privativa. Ex: o mandado de injunção será 
impetrado contra o Presidente da República e não contra o Congresso 
Nacional. Isso ocorre porque não foi o Congresso Nacional que ficou inerte e 
sim o Presidente da República, que deveria ter iniciado a elaboração da norma 
e não o fez.
5. OBSERVAÇÕES GERAIS
O mandado de injunção não é gratuito e, para impetrá-lo, é necessário 
advogado. Além disso, o MI é auto-aplicável, sendo adotado, no que 
couber, o procedimento/rito do mandado de segurança.
Esquematizando:
x Legitimidade Ativa - Qualquer pessoa que tenha seus direitos tolhidos pela falta de norma 
regulamentadora
- Pessoas estatais (MI 725 + informativo 466/STF) – há divergências. 
Ex: Mun pode entrar com MI contra a União
x Legitimidade Passiva - Sempre o ESTADO
- Nunca o particular (pois não elabora leis)
- Só o ente estatal é responsável por elaborar as leis
- Se for contra falta de Lei de iniciativa privativa – MI contra quem detém a 
iniciativa (Ex: iniciativa privativa do PR – MI contra o PR (art. 61 §10)
x OBS - Não é gratuito
- Precisa de advogado
- O MI é auto-aplicável, sendo adotado, no que couber, o rito do MS
LEI Nº 8.038 Art. 24 Parágrafo único - No mandado de injunção e no habeas data, serão observadas, 
no que couber, as normas do mandado de segurança, enquanto não editada legislação específica.
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6. EFEITOS DO MANDADO DE INJUNÇÃO
Os efeitos do mandado de injunção ainda são bastante discutidos pela doutrina 
e pela jurisprudência, além disso, o STF mudou recentemente de posição 
acerca de seus efeitos.
Vamos estudar as possíveis teorias sobre os efeitos do mandado de injunção:
x Efeito não concretista: o Judiciário apenas declara a mora
(impontualidade no cumprimento de uma obrigação) do poder omisso.Se for adotada essa teoria, o autor “ganha, mas não leva”, uma vez que 
o Poder Judiciário se limita a declarar que o legislador está em mora e 
não proporciona ao dono do direito os meios para o seu exercício. 
Esse ERA o posicionamento adotado pelo STF até 2007. Dessa 
data em diante, o Supremo adotou a teoria concretista, estudada 
adiante.
x Efeito concretista: o Poder Judiciário, além de declarar a mora do 
poder omisso, torna o direito exercitável, ou seja, concretiza o 
direito. No entanto, existem diferentes maneiras de se concretizar o 
direito subjetivo: pode-se concretizá-lo somente para as partes do 
processo (inter partes) ou para todos, independente de terem ou não 
participado do processo (erga omnes). Baseada nessas diferenças, a
teoria dos efeitos concretistas ainda se divide em duas:
o Efeito concretista coletivo/geral: a decisão proferida vale erga 
omnes (para todos) até que legislação futura regule a matéria. 
Nesse caso, estende-se para todos os efeitos da decisão que, em 
regra, valem somente entre as partes.
o Efeito concretista individual: a decisão proferida vale inter 
partes, ou seja, somente entre as partes do processo. Por sua 
vez, a teoria concretista individual pode ser dividida ainda em 
direta e intermediária.
ƒ Direta: o Judiciário provê o direito imediatamente.
ƒ Intermediária: o Judiciário dá um prazo para o legislador 
agir. Caso este permaneça inerte, aí sim o direito é 
concretizado pelo Poder Judiciário.
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Perceba que, ao adotar a posição concretista, o Poder Judiciário profere 
sentenças com caráter aditivo. Em outras palavras, o Judiciário está 
praticamente “legislando” (função que não é do Poder Judiciário e sim do 
Legislativo). Por isso, o Supremo tem bastante cautela ao proferir esse tipo de 
sentença. Tanta cautela que não é sequer admitida a liminar em mandado 
de injunção. No entanto, o Judiciário somente expede essas sentenças de 
caráter aditivo porque o Legislativo está em mora, não tendo cumprido sua 
obrigação.
Esquematizando:
x Efeitos do MI - Decreta a mora do poder omisso, reconhece formalmente sua inércia
- É viabilizado o exercício do direito (teoria concretista)
- Não Concretista: o Judiciário apenas declara a mora do poder omisso
- Concretista - O Judiciário torna o direito exercitável + declara mora
- Coletiva/Geral: vale erga omnes até legislação vir
- Individual - vale inter partes
- Direta: o Judiciário provê o direito 
imediatamente
- Intermediária: o Judiciário dá um prazo 
para o legislador agir. Caso permaneça 
inerte, o direito é concretizado.
Por muito tempo, adotou-se a teoria NÃO concretista. No entanto, o STF mudou o 
posicionamento para a CONCRETISTA!
ƒ A partir de 2007
ƒ MI 670, 708 e 712,
Liminar em MI: Não cabe
impontualidade no cumprimento 
de uma obrigação
Efeito
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7. MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO
Assim como o mandado de segurança, também é cabível o Mandado de 
Injunção Coletivo, sendo que seus legitimados são os mesmos do Mandado de 
Segurança Coletivo.
8. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DO MANDADO DE INJUNÇÃO
Em regra, a competência de julgamento do mandado de injunção se dá em 
função da autoridade coatora. Assim como no mandado de segurança, por 
se tratar de simples “decoreba”, passarei apenas o esquema para vocês, sem 
maiores comentários.
Importante: as competências para julgamento de MI não são muito cobradas 
em prova, sendo mais importantes, as competências para julgamento do
Habeas Corpus e do Mandado de Segurança. Essas sim caem com maior 
frequência.
Esquematizando:
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x MI coletivo: Cabe
o Legitimidade ativa: Os mesmos do - Partido político com representação no CN
MS coletivo - Organização sindical
- Entidade de classe
- Associação - Legalmente constituída 
- Em funcionamento há pelo menos 
1 ano
- Em defesa de seus membros ou 
associados
x Competência do MI: em função da autoridade coatora
- Originária - quando a elaboração - Presidente da República 
da norma - Congresso Nacional 
regulamentadora for - Câmara dos Deputados 
o STF (102, I, q) atribuição do - Senado Federal 
- Mesas CD/SF/CN
- TCU 
- Tribunais Superiores
- STF
- Em recurso ordinário - o MI decidido em única instância pelos Tribunais 
Superiores, se denegatória a decisão
o STJ (105, I, h) - quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, 
entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, salvo competência do STF, 
justiça Militar, Eleitoral, Trabalho e Federal.
o TSE (121, §40, V)
o Estadual (125, §10) – As Constituições Estaduais organizarão
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9. DIFERENÇAS DO MANDADO DE INJUNÇÃO PARA A AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO.
Meu caro Analista do Banco Central, quando o poder público deve editar uma 
lei ou ato normativo e não o faz, ocorre um prejuízo tremendo para toda a 
população (ou, pelo menos, para um número bastante significativo de 
pessoas). Assim, com a finalidade de combater as omissões normativas, a
Constituição trouxe duas ações: o mandado de injunção e a ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão (ADO). Apesar de ambas combaterem a 
inércia do legislador, são ações bastante diferentes.
Enquanto o mandado de injunção pode ser proposto por qualquer pessoa 
que tenha seus direitos tolhidos por falta de norma regulamentadora, a ADO
somente pode ser proposta pelos legitimados da ação direta de 
inconstitucionalidade, quais sejam: o Presidente da República; a Mesa do 
Senado Federal; a Mesa da Câmara dos Deputados; a Mesa de Assembléia 
Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; o Governador de 
Estado ou do Distrito Federal; o Procurador-Geral da República; o Conselho 
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partido político com representação 
no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito 
nacional.
Uma outra diferença importante entre essas duas ações é que o mandado de 
injunção se destina à solução de um caso concreto e possui interesse jurídico 
específico, enquanto a ADO faz controle de constitucionalidade pela via 
abstrata e não tem caso concreto ou interesse jurídico específico. Além disso, 
cabe liminar na ADO enquanto não cabe a cautelar no MI.
Outra grande diferença entre as ações é em relação à competência para 
julgamento. A ADO somente é julgada pelo STF (ou pelo TJ Estadual, caso o 
parâmetro seja a Constituição Estadual), enquanto o mandado de injunção
pode ser julgado por uma série de órgãos do judiciário, conforme visto 
anteriormente.
Esquematizando:
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Mandado de Injunção Adin por Omissão
Legitimado: qualquer pessoa que tenha seus direitos
tolhidos por falta de norma regulamentadora
Legitimado: os mesmos da Adin
Solução para caso concreto / Controle CONCRETO Via abstrata / Controle ABSTRATO
Tem caso concreto e interesse jurídico específico
Não tem caso concreto ou interesse jurídico 
específico
Não cabe liminar Cabe liminar
Efeitos: Dá o direito constitucional, ainda não 
regulamentado, no caso concreto 
Efeitos: Declara a mora do órgão competente e 
exige a elaboração da norma regulamentadora

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