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Elementos ou Substratos do Delito 1º - Introdução Inúmeros são os fatos que ocorrem no mundo. São fatos humanos e da natureza. O direito penal é seletivo, ignorando os fatos da natureza (posto que não produzidos pelo homem), interessando-se apenas pelos fatos humanos. Os fatos humanos, por sua vez, podem ser desejados ou indesejados. Mais uma vez, por ser seletivo, o direito penal irá se ocupar apenas pelos fatos humanos indesejados. Contudo, em sendo regulado pelo princípio da intervenção mínima, os fatos humanos indesejados somente interessam ao direito penal quando consistirem em uma conduta produtora de um resultado que se ajuste formal e materialmente ao tipo penal. Ocorrendo tal situação, a conduta deixará de ser um mero fato para se tornar um fato típico (primeiro substrato do crime). O crime, contudo, além do fato típico, necessita também da ilicitude (segundo substrato) e, para doutrina majoritária, é imprescindível também a culpabilidade (terceiro substrato). Diante disso, se o fato produzido for típico, ilícito e culpável, nasce contra o agente a punibilidade (que não é um substrato, mas consequência jurídica de um crime). 2º Fato típico Conceito Analítico: fato típico é o primeiro substrato do crime. Conceito Material: é um fato humano indesejado, que, norteado pelo princípio da intervenção mínima, consiste numa conduta produtora de um resultado, que se ajusta formal e materialmente ao tipo penal. Elementos: a) conduta; b) resultado; c) nexo causal; d) tipicidade penal. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ 3º - Conduta Sobre o conceito de conduta, existem inúmeras teorias que surgiram para responder a questão. São elas: a) Teorias Explicativas 1º - Teoria Causalista: para eles, o conceito de crime é tripartite: o crime é fato típico, ilícito e culpável. A conduta estaria presente no fato típico, podendo ser conceituada como a ação humana voluntária, causadora de modificação no mundo exterior. Comentários a teoria causalista: o dolo e a culpa: são espécies de culpabilidade. Não estão na tipicidade. Para eles a culpabilidade é composta apenas por imputabilidade, tendo como espécies o dolo e a culpa. Tipo penal normal: para eles, o tipo penal norma é aquele composto somente por elementos objetivos. O tipo penal é anormal se composto por elementos objetivos, subjetivos e/ou normativos. Para a doutrina majoritária, contudo, o tipo penal é composto por: a) elementos objetivos: são aqueles detectados pelos sentidos do homem; b) elementos subjetivos: são aqueles que identificam a finalidade especial que anima o agente; c) elementos normativos: são aqueles que demandam um juízo de valor. Críticas: a) o conceito de conduta, quando afirma que que conduta é toda ação humana, não abrange os crimes omissivos; b) o dolo e a culpa como espécies de culpabilidade e não de tipicidade; c) não se pode negar a existência de elementos não objetivos no tipo penal. Esquema: Tipicidade Ilicitude Culpabilidade https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Conduta: ação humana causadora de modificação no mundo exterior. Imputabilidade (Dolo e Culpa como espécies.) 2º - Teoria Neokantista (De base causalista): tem base causalista e assim o crime continua a ser tripartite: fato típico, ilícito e culpável. Com o objetivo de consertar as críticas feitas a teoria causalista, os neokantistas conceituam conduta como: comportamento humano voluntário, causador de modificação no mundo exterior, abrangendo, assim, os delitos omissivos. Comentários a teoria Neokantista: Elementos não objetivos: reconhecem elementos não objetivos no tipo. Dolo e Culpa: permanecem na culpabilidade, contudo, não mais como espécies, mas como elementos. Críticas: a) o dolo e a culpa permanecem na culpabilidade; b) partindo de conceitos causalistas, ficou contraditória quando reconheceu elementos normativos e subjetivos no tipo penal. Esquema: Tipicidade Ilicitude Culpabilidade Conduta Imputabilidade Resultado Exigibilidade de conduta diversa Nexo de Causalidade culpa Tipicidade dolo https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ 3ª - Teoria Finalista: também tripartite, uma vez que crime continua sendo fato típico, ilícito e culpável. Eles conceituam conduta como comportamento humano voluntário, psiquicamente dirigido a um fim ilícito. Comentários a teoria Finalista Dolo e culpa: a grande mudança dessa teoria foi o dolo e a culpa, que migram da culpabilidade para a tipicidade (não mais retornam e nenhuma outra teoria). Culpabilidade: passou a ser composta pela imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. Elementos não objetivos: reconhecem como normal a existência de elementos objetivos, subjetivos e normativos do tipo. Críticas: a) a finalidade não explica os crimes culposos, é dizer, aqueles em que o indivíduo não age psiquicamente dirigido a fim ilícito; b) centralizou a teoria no desvalor da conduta, ignorando o desvalor do resultado. Esquema: Tipicidade Ilicitude Culpabilidade Conduta (dolo e culpa) Imputabilidade Resultado Potencial consciência da ilicitude Nexo de Causalidade Exigibilidade de conduta diversa Tipicidade https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ 4ª - Teoria finalista dissidente: essa teoria é bipartite, pois admite que o crime é formado apenas por fato típico e ilícito. Para eles, a culpabilidade passa a ser um juízo de censura, pressuposto para a aplicação da pena (não integra, portanto, o crime). Assim como na teoria finalista, conduta é comportamento humano voluntário, psiquicamente dirigido a um fim ilícito Críticas: a) ao excluir a culpabilidade do crime acabam por admitir a existência de crime sem censura. Ora, se o fato for típico e ilícito haverá crime, mas se o agente não for culpado não haverá censura, embora continue havendo crime. 5ª - Teoria Social da Ação: teoria tripartite que considera que o crime é fato típico, ilícito e culpável. Para eles, conduta é o comportamento humano voluntário, psiquicamente dirigido a um fim socialmente relevante. Comentários a teoria Social da Ação Dolo e culpa: continuam na tipicidade, mas voltam a ser analisados na culpabilidade. Críticas: a) não há clareza sobre o que significa fato socialmente relevante. Esquema: Tipicidade Ilicitude Culpabilidade Conduta (dolo e culpa) Imputabilidade Resultado Potencial consciência da ilicitude Nexo de Causalidade Exigibilidade de conduta diversa https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Tipicidade 6ª - Teoria Funcionalista Teleológica ou moderada: o funcionalismo penal é uma teoria que surgiu na Alemanha a partir de 1970, como forma de submeter a dogmática penal aos fins específicos da ciência criminal. Foi com base nisso que Roxin elaborou sua teoria funcionalista teleológica. Para ele, o crime também é tripartite, sendo formado pelo: fato típico, ilicitude e a responsabilidade (ou reprovabilidade). Para Roxin, conduta é o comportamento humano voluntário causador de relevante e intolerável lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado. Observe-se que para ele a responsabilidade ou reprovabilidade manteve os elementos típicos da culpabilidade, como a imputabilidade, potencial consciência da ilicitude a exigibilidade de conduta diversa, contudo, acrescentou ainda a necessidade de pena como elemento. Aqui a culpabilidade passou a ser o limite a penal (culpabilidade funcional). Comentários a teoria Funcionalismo teleológica: Dolo e Culpa: permanecem na tipicidade; Princípios: para Roxin, o direito penal tem como finalidade a proteçãode bens jurídicos indispensáveis ao homem. Trabalha, portanto, com princípios de política criminal (Ex: insignificância). Críticas: a) a reprovabilidade como substrato do crime. Esquema: Tipicidade Ilicitude Responsabilidade (ou reprovabilidade) Conduta (dolo e culpa) Imputabilidade Resultado Potencial consciência da ilicitude https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Nexo de Causalidade Exigibilidade de conduta diversa Tipicidade * A culpabilidade é o limite da Penal (culpabilidade funcional). 7º Teoria Funcionalista Sistêmica ou Radical: criada por Jakobs, essa teoria tripartite define o crime como: fato típico, ilicitude e culpabilidade. Para Jakobs, conduta é o comportamento humano voluntário violador do sistema, frustrando, assim, as expectativas normativas. Comentários a teoria Funcionalismo Sistêmico: Dolo e Culpa: permanecem na tipicidade; Princípios: para eles, o direito penal tem por finalidade guardar o sistema. Não trabalha com princípios de política criminal. Críticas: a) a teoria de Jakobs serve aos Estados Totalitários. Esquema: Tipicidade Ilicitude Culpabilidade Conduta (dolo e culpa) Imputabilidade Resultado Potencial consciência da ilicitude Nexo de Causalidade Exigibilidade de conduta diversa Tipicidade Principais Diferenças entre o funcionalismo teleológico e o sistêmico: Funcionalismo teleológico (Roxin): a) preocupa-se com os fins do direito penal; b) norteai-se por finalidades de política criminal; c) busca proteção dos bens jurídicos indispensáveis ao indivíduo e a sociedade; d) trabalha https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ com prevenção geral (a pena deve servir como fato inibidor do crime); e) cria a imputação do resultado, integrando o tipo penal. Funcionalismo sistêmico (Jakobs): a) preocupa-se com os fins da pena; b) leva em consideração somente as necessidades do sistema; c) busca a reafirmação da autoridade do direito; d) trabalha com a função geral preventiva da pena; e) ao descumprir a sua função social, o sujeito deve ser eficazmente punido, porque a autoridade da lei penal só é obtida com sua rígida e constante aplicação. É aqui que se desenvolve a teoria do direito penal do inimigo. Direito penal do Inimigo: Características: a) antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios. Em regra, o caminho percorrido pelo crime é o seguinte (Inter Criminis): cogitação>preparação>execução>consumação. Em regra, a punibilidade depende de, pelo menos, o início da execução de um crime. O direito penal do inimigo permite a tipificação dos atos preparatórios. No Brasil, a doutrina defende que o crime de Associação Criminosa pune excepcionalmente os atos preparatórios. b) criação de tipos penais de mera conduta; c) Criação de tipos penais de perigo abstrato (O perigo é presumido por lei). O STF admite excepcionalmente esse tipo de crime. d) Flexibilização do princípio da legalidade, por meio da descrição vaga dos crimes e das penas; e) inobservância dos princípios da ofensividade e exteriorização do fato; f) preponderância do direito penal do autor (a pessoa é punida pelo que é, pelo que pensa e não pelo que faz); https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ g) desproporcionalidade das penas; h) endurecimento da execução penal; i) Restrição das garantias penais e processuais (direito penal de 3ª velocidade). O direito penal, quando a velocidade, pode ser classificado: a) antes da 2ª Guerra: o direito penal trabalhava quase que exclusivamente com penas privativas de liberdade (direito penal de 1ª velocidade); b) Depois da 2ª guerra: incentivo as penas alternativas (direito penal de 2ª velocidade); c) após a onda de atentados terroristas: restrições das garantias penais e processuais. Qual foi a Teoria adotada no Código penal?: a doutrina tradicional ensina que o CP adotou a teoria finalista. A doutrina moderna defende que o CP adotou o funcionalismo teleológico. Corrigindo o terceiro substrato do crime (Culpabilidade em vez de reprovabilidade). O Código Penal Militar adotou o causalismo. b) Hipóteses de Ausência de Conduta Não importa a teoria adotada, conduta é sempre movimento humano voluntário. Nesse sentido, são hipóteses de ausência de conduta, por excluir a voluntariedade dos movimentos, as seguintes hipóteses: a) caso fortuito ou força maior; b) Coação física irresistível (a coação moral irresistível exclui a culpabilidade (liberdade de movimento), mas não exclui a conduta (voluntariedade); c) estados de inconsciência (Ex: sonambulismo) https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ ;d) Atos reflexos (Se o ato reflexo for premeditado não se exclui a conduta. Já se eles forem previsível (Ex: consertar um chuveiro com um fio desencapado) os resultados desse ato reflexo podem ser imputados ao agente a título de culpa, por inobservância do dever de cuidado). https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Espécies de Conduta 1ª - Conduta Dolosa Art. 18 - Diz-se o crime: I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. a) Conceito: é vontade consciente dirigida a realizar ou aceitar realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador. O exame da liberdade ou não da conduta praticada não é elemento do dolo, mas sim uma questão de culpabilidade. Se o comportamento não é livre, exclui-se a culpabilidade e não o dolo. b) elementos do dolo: 1º) elemento intelectivo: é a consciência da prática da conduta descrita no tipo penal. 2º) elemento volitivo: é a vontade de produzir a conduta. c) Dolo X desejo: o dolo não se confunde com o desejo. No dolo, o agente quer o resultado delitivo como consequência da sua própria conduta. No desejo, quer-se o resultado como consequência de conduta alheia (Ex: o agente que atinge um desafeto na rua, buscando a sua morte, age com dolo. Ao contrário, se o agente apenas espera (torce) para que ele seja morto na rua, estará agindo com desejo e não dolo). d) Teorias do dolo: 1ª Teoria da vontade: dolo é a vontade consciente de querer praticar a infração penal. 2ª Teoria da representação: fala-se em dolo toda vez que o agente tiver tão somente a previsão do resultado como previsível, decidindo prosseguir. O grande problema dessa teoria é que esse conceito acaba abrangendo também a culpa consciente. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ 3ª Teoria do consentimento ou assentimento: haverá dolo sempre que o agente, prevendo o resultado como possível, decide prosseguir, assumindo o risco de produzi-lo (essa complementação exclui a culpa consciente). Qual foi a teoria adotada no Brasil?: segundo o entendimento majoritário, o Brasil adotou a teoria da vontade (no dolo direto) e a teoria do consentimento (no dolo eventual). e) Espécies de dolo: 1º Dolo direto ou determinado: o agente prevê um determinado resultado, dirigindo a sua conduta na busca de realizá-lo. 2º Dolo indireto ou indeterminado: o agente, com sua conduta, não busca realizar resultado certo ou determinado. Esta espécie de dolo subdivide-se em: a) dolo alternativo: o agente, prevendo uma pluralidade de resultados, dirigi a sua conduta na busca de realizar qualquer um deles, indistintamente. Aqui, o agente tem a mesma intensidade de vontade de produzir a condutas previstas. Se a alternatividade do dolo se referir ao resultado, denomina-se alternatividade objetiva; quando a alternatividade se referir ao agente passivo (vítima) da conduta, denomina-se alternatividade subjetiva. b) dolo eventual: o agente, prevendo pluralidade de resultados, dirige sua conduta na busca de realizar um deles, assumindo o risco de realizar os outros. Aqui, a intensidade do agente na produção dosresultados é diferente. 3º Dolo cumulativo: o agente com a sua conduta pretende alcançar dois ou mais resultados em sequência. É o caso da progressão criminosa. 4º Dolo normativo (teoria Neokantista): adotado pelos neokantistas, essa espécie de dolo integra a culpabilidade, trazendo, a par dos elementos https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ consciência e vontade, também a consciência atual da ilicitude (elemento normativo). 5º Dolo Natural (teoria finalista): adotado pelos finalistas, essa espécie de dolo integra o fato típico como componente da conduta, tendo como elementos consciência e vontade. 6º Dolo de dano: a vontade do agente é causar efetiva lesão ao bem jurídico. 7º Dolo de perigo: o agente atua com a intenção de expor o bem jurídico a perigo. 8º Dolo genérico: o agente tem vontade de realizar a conduta descrita no tipo penal sem um fim específico (Ex: homicídio, para sua configuração não importa o motivo. O motivo pode qualificá-lo, mas não interfere na sua incidência). 9º Dolo específico: o agente tem vontade de realizar a conduta descrita no tipo penal animado por um fim específico (Ex: falsidade ideológica). Atualmente, não se fala mais em dolo genérico ou específico, ambos são dolos. Atualmente fala-se em dolo + elemento subjetivo do tipo. 10º Dolo geral ou erro sucessivo: ocorre quando o agente, supondo já ter alcançado o resultado por ele visado, pratica nova ação que efetivamente o provoca. 11º Dolo de 1º Grau: é sinônimo de dolo direto ou determinado. 12º Dolo de 2ª Grau ou de consequência necessária: consiste na vontade do agente dirigida a um determinado resultado, efetivamente desejado, em que a utilização dos meios para alcançá-lo inclui, obrigatoriamente, efeitos colaterais de verificação praticamente certa (O agente não deseja https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ imediatamente os efeitos colaterais, mas tem por certa a sua ocorrência caso se concretize o resultado pretendido.). Qual a diferença do dolo de 2º grau para o dolo eventual?: no dolo de 2º grau, o resultado paralelo é certo e necessário. No dolo eventual, o resultado paralelo é incerto, eventual e desnecessário. 13º Dolo antecedente: é aquele anterior a conduta. 14º Dolo concomitante: é aquele que ocorre no momento da conduta. 15º Dolo subsequente: é aquele que ocorre posteriormente a conduta. Críticas: Nucci faz críticas a essas três classificações, pois, para haver crime, em regra, só interessa que o dolo seja concomitante. Se o dolo é apenas antecedente, trata-se de mera cogitação; se o dolo é subsequente, não haverá influência no fato, já que não estava presente no momento da conduta. Excepcionalmente, contudo, o dolo antecedente poderá ser importante na configuração do delito, como no caso da embriaguez completa não acidental (teoria da actio libera in causa). 16º Dolo de propósito: é aquele refletido (planejado). 17º Dolo de ímpeto: é o dolo repentino (configura-se circunstância atenuante). O doente mental pode agir com dolo?: sim. O doente mental poderá agir com dolo, uma vez que a imputabilidade está presente na culpabilidade e o dolo encontra-se presente no fato típico. Assim, o doente mental tem https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ consciência e vontade dentro do seu precário mundo valorativo, é dizer, dolo. 2ª - Conduta Culposa Art. 18 - Diz-se o crime: II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. a) Conceito: consiste numa conduta voluntária que realiza um fato ilícito não querido ou aceito pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente) ou lhe era previsível (culpa inconsciente) e que poderia ser evitada se o agente atuasse com o devido cuidado. b) elementos: 1º - conduta humana voluntária: a vontade do agente circunscreve-se à realização da conduta, pois ele não quer e nem assume o risco de produzir o resultado; 2º - violação do dever de cuidado objetivo: o agente atua em desacordo com o esperado pela lei e pela sociedade. Formas de violação do dever de cuidado: a) Imprudência: é a afoiteza. Conduta positiva que, por não observar o seu dever de cuidado, levou a produção do resultado lesivo. b) Negligência: é a falta de precaução. Conduta negativa que por não observar o seu dever de cuidado levou a produção do resultado lesivo. c) Imperícia: é a falta de aptidão técnica para o exercício de arte, ofício ou profissão. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Para alguns doutrinadores (Basileu Garcia) a negligência é gênero das espécies imprudência e imperícia, uma vez que quem agiu com afoiteza ou falta de aptidão técnica também agiu sem precaução. 3º - Resultado Naturalístico: é a modificação física no mundo exterior. Assim, em regra, o crime culposo também é material. Classificação dos crimes quanto ao resultado: Crime Material: exige resultado naturalístico (modificação física no mundo exterior); Crime Formal: dispensa o resultado naturalístico; Crime de mera conduta: é aquele que não tem resultado naturalístico. Excepcionalmente, poderá haver crime culposo sem resultado naturalístico (Ex: Art. 38 da Lei de Drogas, onde basta que se entregue a receita errada para o paciente para o crime se consumar). 4º - Nexo Causal 5º - Previsibilidade: é a possibilidade de conhecer o perigo. Não se confunde com a previsão, que é o conhecimento do perigo. Qual espécie de crime culposo não tem esse elemento?: e a culpa consciente, uma vez que nela o agente já possui a efetiva previsão do perigo e não a mera previsibilidade. Previsibilidade subjetiva: é aquela analisa sob o prisma subjetivo do autor do fato, levando em consideração seus dotes intelectuais, intelectivos, socais e culturais não é elemento da culpa, mas será considerada pelo magistrado no juízo da culpabilidade (é aqui onde o juiz analisa a potencial consciência da ilicitude ou exigibilidade de conduta diversa). https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ 6º - Tipicidade: para se punir a forma culposa, o legislador precisa ser expresso nesse sentido. c) O tipo culposo: nos delitos culposos a ação do tipo não está determinada legalmente. Seus tipo são, assim, abertos, dependendo de complementação a ser dada pelo juiz no caso concreto. A doutrina entende que isso não viola a legalidade, uma vez que o tipo vem dotado de um mínimo de determinação. Qual crime cuja a conduta culposa já vem descrita no tipo?: é a receptação culposa, cujo o tipo já é fechado, uma vez que as ações negligentes já estão descritas nele. Art. 180. (…) § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir- se obtida por meio criminoso: d) Espécies de culpa 1ª - Culpa própria: é aquela em que o agente não quer e nem assume o risco de produzir o resultado. 2ª - Culpa imprópria: é aquela em que o agente, por erro evitável, fantasia certa situação de fato, supondo está agindo por uma excludente de ilicitude (descriminante putativa). Em razão disso, provoca intencionalmente o resultado ilícito. Apesar de a ação ser dolosa, o agente responde por culpa, em razão de políticas criminais. A estruturação do crime é dolosa, porém ele responde como se culposa fosse. Tem natureza jurídica de descriminante putativa por erro evitável. A doutrina admite tentativa nos casos de culpa imprópria, uma vez que a sua estrutura é de crime doloso. Também é conhecida por culpa por extensão,equiparação ou assimilação. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ 3ª - Culpa consciente ou culpa com previsão: o agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra, supondo poder evitá-lo. 4ª - Culpa inconsciente: o agente não prever o resultado, que, contudo, era-lhe previsível. Diferenças entre dolo e culpa Consciência Vontade Dolo direto Prever o resultado Quer o resultado Dolo Eventual Prever o resultado Não quer o resultado, mas o aceita. Culpa consciente Prever o resultado Não quer e não aceita o resultado; o agente acredita poder evitar o resultado Culpa inconsciente Não prever o resultado, mas ele lhe era previsível. Não quer e não aceita o resultado. Existe no Direito Penal a figura da compensação de culpas?: não, no direito penal não existe a compensação de culpas. A culpa concorrente da vítima pode atenuar a responsabilidade do agente, mas nunca isentá-lo de pena. 3ª - Conduta Preterdolosa Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ a) Conceito: crime preterdoloso é uma das espécies de crime agravado pelo resultado, havendo verdadeiro concurso de dolo e culpa no mesmo fato (dolo no antecedente (conduta) e culpa no consequente (resultado)) b)Crimes Agravados pelo resultado: no direito penal, existem quatro espécies de crimes que podem ser agravados pelo resultado: Crime doloso agravado dolosamente (Ex: homicídio qualificado); Crime Culposo agravado culposamente (Ex: Incêndio culposo qualificado culposamente – Art. 250, CP); Crime Culposo qualificado dolosamente (Ex: homicídio culposo majorado pela omissão de socorro); Crime doloso qualificado culposamente (Ex: lesão corporal seguida de morte). c) Elementos: 1º) conduta dolosa visando determinado resultado; 2º) resultado culposo mais grave que o desejado; 3º) nexo causal. Quando o resultado mais grave advém de caso fortuito ou força maior, não se imputa a agravação ao agente. 4ª - Conduta Comissiva Conceito: para entender o que é um crime comissivo, faz-se necessário primeiro entender o que é um tipo proibitivo. Tipo proibitivo é aquele pelo qual o direito penal proíbe alguma conduta, visando a proteção de algum bem jurídico. Assim, nos tipos comissivos a conduta do agente infringe um tipo proibitivo, é dizer, trata-se de uma ação proibida por lei. 5ª - Conduta Omissiva Conceito: aqui, faz-se necessário entender o que é um tipo mandamental. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ No tipo mandamental direito penal protege bens jurídicos determinando a realização de condutas valiosas. Assim, nos crimes omissivos, o agente infringe um tipo mandamental, é dizer, não realiza uma conduta determinada por lei. A normal mandamental poderá decorrer: a) Do próprio tipo penal – Art. 135, CP (Omissão Própria); Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: b) de uma cláusula geral – Art. 13, §2º (Omissão imprópria). Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Omissão Própria Omissão Imprópria O agente tem um dever genérico de agir. É um dever que atinge a todos indistintamente. O agente tem um dever jurídico específico de evitar o resultado. É um dever próprio da figura do garantidor (muito mais do que agir, ele deve evitar o resultado.) A omissão está descrita no tipo penal. A omissão está descrita em uma cláusula geral. O agente responde por crime omissivo (subsunção direta). O agente responde por um crime comissivo (subsunção indireta) O fato é unissubsistente (não admite tentativa) O fato é plurissubsistente (admite tentativa). https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ A figura do Garantidor: garantidor é a figura descrita no art. 13, §2º do CP. Aqui, mais do que agir, o agente deve evitar o resultado. Assim, se o omitente se enquadra nas situações descritas na norma, responde pelo resultado como se tivesse praticado a infração (Ex: se a vítima morre por causa da omissão, responde por homicídio). Não se enquadrando na figura do garantidor, o omitente só responderá pela omissão no caso de haver algum tipo penal específico descrevendo a sua conduta(Ex. Aquele que deixa de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo, responde por omissão de socorro e não homicídio, caso a vítima morra). Se o garantidor fizer tudo aquilo que estava ao seu alcance e mesmo assim ocorrer o resultado que ele deveria impedir, não poderá ser responsabilizado, pois agiu da forma que a lei dele esperava (tentar evitar o resultado). Quando o agente desconhece a sua situação de garantidor, ocorre o chamado erro de tipo mandamental. É possível crime de conduta mista: praticado por ação e omissão?: sim, é perfeitamente possível essa espécie de crime, composta por uma ação e uma omissão (Ex. Art. 169, parágrafo único, II, CP). Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: Parágrafo único - Na mesma pena incorre: II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Erro 1º Erro de tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 1º Conceito: é a falsa percepção da realidade. Entende-se por erro de tipo aquele que recai sobre as elementares, circunstâncias ou qualquer outro dado que se agregue a determinada figura típica. 2º - Erro de Tipo X Erro de Proibição Erro de Tipo Erro de Proibição No erro de tipo o agente não sabe o que faz (falsa percepção da realidade). O agente sabe o que faz, mas desconhece a ilicitude do comportamento (não conhecimento da proibição). 3º Espécies de Erro de tipo a) Erro de Tipo essencial: é aquele que recai sobre dados principais do tipo. Se avisado do erro, o agente para de agir. O erro de tipo essencial poderá ser: 1º) erro de tipo essencial inevitável ou escusável; 2º) erro de tipo essencial evitável ou inescusável. b) Erro de Tipo acidental: é aquele que recai sobre dados periféricos, secundários do tipo. Se avisado do erro, o agente apenas o corrige e continua a agir ilicitamente. Esta espécie de erro poderá ser: 1º) sobre o objeto; 2º) sobre a pessoa; 3º) na execução; 4º) no resultado diverso do pretendido; 5º) sobre o nexo causal. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ 4º Consequências a) Erro de tipo essencial: tratando-se de erro inevitável ou escusável exclui o dolo e a culpa. Havendo erro não há consciência (e, portanto, não há dolo) e se o erro era inevitável, não há previsibilidade (e, portanto, não há culpa). Tratando-se de erro evitável ou inescusável, exclui-seo dolo, mas pune- se a culpa. Havendo erro não há consciência (por isso todo erro exclui o dolo), mas como o erro era evitável, haverá previsibilidade, de forma que a culpa permanece. Qual o critério que utilizamos para aferir a evitabilidade ou não do erro?: Sobre o tema, temos duas correntes: 1ª Corrente (tradicional): trabalha com a figura do homem médio, na qual se afirma que se o erro era evitável para o chamado homem médio, também seria para o agente. A grande crítica que se faz a essa corrente é que ela não descreve o homem médio, gerando muita insegurança jurídica. 2ª Corrente (Doutrina Moderna): para saber se o erro era ou não evitável deve se analisar as circunstâncias do caso concreto. Vem prevalecendo atualmente. b) erro de tipo acidental: não afasta o dolo, porque o agente age com consciência da ilicitude da sua conduta, de forma que ele apenas se engana quanto a um elemento não essencial do fato. Suas consequências vão variar de acordo com a espécie de erro. 1º Erro de tipo acidental sobre o objeto (Sem previsão legal, criação doutrinária): ocorre quando o agente, representando equivocadamente o objeto material visado, atinge coisa diversa (ex: agente furta bijuteria pensando tratar-se de joia). a) Consequências: não exclui o dolo ou culpa. Assim, não isenta o agente de pena. O agente responde pelo crime considerando o objeto efetivamente atingido (considera-se a coisa real e não a virtual). Zaffaroni não concorda https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ com esse posicionamento. Diante da ausência de previsão legal, ele entende que se aplicaria o instituto do in dubio pro reu, devendo considerar-se, assim, o objeto que for mais favorável ao réu. 2º – Erro sobre a pessoa: Art. 20. (…) § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. O agente, representando equivocadamente a vítima do crime, atinge pessoa diversa. Aqui, não há erro de execução, mas de representação (o agente executou o crime corretamente, mas representou equivocadamente a vítima. a) Consequências: não exclui o dolo ou culpa. Assim, não isenta o agente de pena. O agente responde pelo crime considerando a vítima que ele efetivamente queria atingir (vítima virtual). 3º Erro na execução ou aberratio ictus: Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. O agente, por acidente de execução, atinge pessoa diversa da pretendida, porém, a vítima foi corretamente representada. a) Erro sobre a pessoa X Erro na execução: https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Erro sobre a pessoa Erro na execução Representação errada do alvo. Contudo, execução correta. Correta representação do alvo. Contudo, execução errada. b) Consequências: não exclui o dolo ou culpa. Assim, não isenta o agente de pena. O agente responde pelo crime considerando a vítima que ele efetivamente queria atingir (vítima virtual). Se atingida também a vítima pretendida, aplica-se também o concurso formal de delitos. c) Espécies de aberratio ictus: a) por acidente: a execução inicial do crime não exige a vítima pretendida no local. b) por erro no uso dos meios de execução: a execução pressupõe que a vítima pretendida esteja no local. A quem cabe julgar o agente que atira desejando matar policial civil, mas acaba matando policial federal?: nesse caso, muito embora haja uma situação de aberratio ictus, respondendo o agente pela morte da vítima virtual (policial civil), a competência é da Justiça Federal, uma vez que o instituto da aberratio ictus só possui aplicabilidade no âmbito penal, não afetando a competência processual(que considera a vítima real). 4º Erro de tipo acidental com resultado diverso do pretendido ou aberratio criminis: Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. O agente, também por acidente ou erro no uso dos meios de execução, provoca resultado diverso do pretendido, atacando bem jurídico diverso. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ a) Consequências: não isenta o agente de pena, respondendo ele pelo resultado efetivamente produzido, é dizer, diverso do pretendido, a título de culpa. Alerta Zaffaroni não se aplicar o art. 74 do CP se o resultado produzido é menos grave (bem jurídico menos valioso) que o resultado pretendido, sob pena de prevalecer a impunidade. Neste caso, segundo ele, o agente deve responder pela tentativa do resultado pretendido e não alcançado. Caso o agente atinja a ambos os bens, deverá responder em sede de concurso formal de delitos. b) Aberratio ictus X Aberratio criminis Aberratio ictus Aberratio criminis Espécie de erro na execução. Espécie de erro na execução. O agente atinge o mesmo bem jurídico visado. O agente atinge bem jurídico diverso. Quer se atingir uma pessoa, mas acaba-se atingindo outra(Pessoa x Pessoa). Quer se atingir coisa e acaba-se atingindo pessoa (Coisa X pessoa) O agente prova resultado idêntico ao pretendido, mas em vítima diversa. O agente provoca resultado diverso do pretendido. 5º Erro sobre o nexo causal (sem previsão legal): o agente deseja atingir certo resultado, utilizando-se de determinado meio; ele consegue atingir o resultado pretendido, contudo, por meio diverso daquele imaginado inicialmente. a) Espécies: 1º) em sentido estrito: o agente, mediante um só ato, provoca resultado pretendido, contudo, com outro nexo de causalidade. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ 2º) aberratio causae ou dolo geral: o agente, mediante conduta desenvolvida em dois ou mais atos, provoca resultado pretendido, contudo, com meio diverso. b) Consequências: não exclui o dolo ou culpa. Assim, não isenta o agente de pena. O agente responde pelo crime. Com relação ao nexo causal do crime, a doutrina se divide em 03 correntes: 1ª Corrente: o agente responde pelo crime considerando o nexo causal pretendido, evitando-se a responsabilidade penal objetiva. 2ª Corrente: o agente responde pelo nexo ocorrido (real), suficiente para a provocação do resultado (o agente aceitou qualquer meio para produzir o resultado). É a corrente que prevalece. 3ª Corrente: aplica-se o princípio do in dubio pro reu. Se o nexo pretendido consegue afastar a qualificadora do nexo ocorrido, responderá pelo pretendido e vice e versa. 5º Erro de subsunção (sem previsão legal): trata-se de erro que recai sobre valorações jurídicas equivocadas, é dizer, interpretações jurídicas errôneas). Aqui, o agente interpreta equivocadamente o sentido jurídico do seu comportamento. Não se confunde com o erro de tipo, pois não há falsa percepção da realidade. Também não se confunde com o erro de proibição, pois o agente sabe da ilicitude do seu comportamento. a) Consequências: não isenta de pena, podendo no máximo servir como uma atenuante inominada (Art. 66, CP). 6º Erro provocado por terceiro: Art. 20. (…) § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ No erro de tipo, o agenteerra por conta própria, é dizer, por si só. No erro determinado por terceiro temos um indivíduo provocando o erro do agente. a) Consequências: quem determina dolosamente o erro de outrem responde por crime doloso; se a provocação é culposa, responde por crime culposo. Aquele determina o erro é chamado de autor mediato do crime. Erro de Tipo X Delito putativo por erro de tipo Erro de Tipo Delito putativo por erro de tipo O agente não sabe o que faz(falsa percepção da realidade). O agente não sabe o que faz(falsa percepção da realidade). O agente imagina estar agindo licitamente. O agente imagina estar agindo ilicitamente. O agente ignora a presença de uma elementar. O agente ignora a ausência de uma elementar. O agente pratica fato típico sem querer. O agente pratica fato atípico sem querer. 7º Erro de proibição Art. 20. § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. a) conceito: é aquele que incide sobre a ilicitude de uma conduta. Aqui, o agente sabe o que faz, mas desconhece a ilicitude do seu comportamento. Assim, ao contrário do erro de tipo, que exclui a tipicidade (dolo ou culpa), o erro de proibição atua na culpabilidade, mais precisamente na potencial consciência da ilicitude, podendo excluí-la se inevitável ou atenuá-la se evitável. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ b) Espécies: 1ª erro de proibição direto: é aquele em que o agente, por desconhecimento ou má interpretação da norma, acredita que sua conduta é lícita. 2ª Erro de proibição indireto: é aquele em que o agente supõe que sua conduta, ainda que típica, está ampara por uma causa excludente de ilicitude. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Resultado 1º Espécies O resultado é o segundo elemento do fato típico e possui as seguintes espécies: a) resultado naturalístico: da conduta resulta alteração física no mundo exterior (Ex: morte). b) resultado normativo: da conduta resulta lesão ou ameaça de lesão relevante ao bem jurídico tutelado. 2º Classificação dos crimes quanto ao resultado a) Crime material O tipo penal descreve uma conduta + resultado naturalístico (esse resultado é imprescindível). b) Crime formal O tipo penal descreve uma conduta + resultado naturalístico (o resultado naturalístico, contudo, é dispensável). Aqui, a consumação do crime se dá com a prática da conduta, sendo, portanto, de consumação antecipada. c) Crime de mera conduta O tipo penal descreve uma mera conduta, sem um resultado naturalístico. Apenas os crimes materiais têm resultado naturalístico indispensável. Nos crimes formais, apesar de terem resultado naturalístico, este é dispensável. Já os crimes de mera conduta sequer têm resultado naturalístico. Contudo, as três espécies de crime necessitam de resultado normativo. Qual o resultado que integra o fato típico (naturalístico ou normativo)? https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ 1ª Corrente (naturalístico): Para essa corrente, o fato típico é composto só pelo resultado naturalístico. Assim, é preciso diferenciar o fato típico nos crimes materiais e não materiais. Se o crime é material, o fato típico é composto por: conduta, resultado, nexo e tipicidade. Se o crime é não material, o fato típico é composto por: conduta e tipicidade. 2ª Corrente (normativo): para essa corrente, mais moderna, o fato típico é composto sempre por: conduta, resultado, nexo e tipicidade. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Nexo de Causalidade 1º Conceito Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Terceiro elemento do fato típico, o nexo causal é o elo indispensável que deve ligar a conduta do agente ao resultado por ela produzido. O estudo da causalidade busca concluir se o resultado, como um fato ocorreu da conduta do agente e se pode ser a ele objetivamente atribuído, inserindo-se na sua esfera de autoria por ter sido ele o agente do comportamento. 2º Teorias sobre o nexo de causalidades a) Teoria da equivalência dos antecedentes causais ou da “conditio sine qua non” O art. 13 do Código Penal adotou a teoria da causalidade simples, generalizando as condições, é dizer, todas as causas concorrentes estão no mesmo nível de importância, equivalendo-se em seu valor (teoria da “conditio sine qua non”). Contudo, para se chegar as causas efetivas do resultado, não basta a aplicação da teoria da “conditio sine qua non”, necessitando-se a sua aplicação juntamente com a chamada teoria da eliminação hipotética, a qual a afirma que: no campo mental da suposição ou cogitação, o aplicador deve proceder a eliminação da conduta do sujeito ativo para concluir pela persistência ou não do resultado. Persistindo o resultado, o agente só responderá pelo crime se, além de ter dado causa ao crime, tiver agido com dolo ou culpa. A grande crítica que se faz a essas teorias é que a sua aplicação pode gerar um regresso ao infinito de causas. b) Teoria da imputação objetiva https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Surgida contra a situação de regresso ao infinito que havia na teoria da equivalência dos antecedentes, esta teoria defende que, para se determinar a causa, não basta apenas o nexo físico, é preciso também um nexo normativo, consistente na: a) criação ou incremento de um risco não permitido; b) realização do risco no resultado (resultado na linha de desdobramento causal normal da conduta). Esta teoria, contudo, não substitui a teoria da causalidade tradicional, mas apenas a complementa, com a introdução do nexo normativo, evitando, assim, o regresso ao infinito. Rogério Greco faz as seguintes ponderações sobre a aplicação desta teoria: 1º A imputação objetiva é uma análise que antecede a imputação subjetiva. Quer evitar a análise de dolo e culpa. 2º Aplica-se a imputação objetiva no comportamento e no resultado. 3º Foi criada para se contrapor aos dogmas da teoria da equivalência, erigindo uma relação de causalidade jurídica ou normativa. 4º Uma vez concluída pela não imputação objetiva, afasta-se o fato típico. 3º Concausas a) Conceito Concausas são uma pluralidade de causas concorrendo para o mesmo evento. b) Espécies 1º Concausas absolutamente independentes: a causa efetiva não se origina da causa paralela, vindo a ocorrer independente dela. As concausas absolutamente independentes podem ser: https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ a) Preexistentes: a causa efetiva é anterior a causa paralela. Aqui, a concausa paralela será imputada como tentativa. b) Concomitante: a causa efetiva é simultânea à causa paralela. Novamente, a causa paralela será considerada como uma tentativa. c) Superveniente: a causa efetiva é posterior a causa paralela. Novamente, a causa paralela é considerada como uma tentativa. 2º Concausas relativamente independentes: são aquelas em que a causa efetiva se origina da causa paralela, havendo, assim, uma relação de dependência. As causas relativamente independentes podem ser: a) Preexistentes: a causa efetiva é anterior a causa paralela. Em regra, o agente responde por crime consumado. A jurisprudência, nos casos de doenças preexistentes, oriente a necessidade de se analisar se o agente possuía ou não conhecimento dela, evitando a responsabilidade penal objetiva. Neste caso, sabendo o agente da doença, responderá porcrime consumado. b) Concomitante: a causa efetiva é simultânea à causa paralela, punindo- se o agente pelo crime consumado. c) Superveniente: Art. 13. (…) § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. a causa efetiva é posterior à causa paralela. As concausas relativamente independentes supervenientes estão previstas no art. 13, §1º, do CP e possuem duas espécies: https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ 1º relativamente independente superveniente que, por si só, produziu o resultado: aqui, o resultado sai da linha de desdobramento normal da conduta paralela (A causa efetiva é um acontecimento imprevisível). Assim, o resultado não pode ser imputado ao agente, que vai responder pela tentativa. 2º Relativamente independente superveniente que não por si só produziu o resultado: Aqui, o resultado está na linha de desdobramento causal normal da conduta paralela (a causa efetiva é um evento previsível). Assim, o resultado deve ser imputado a causa paralela, respondendo o agente por crime consumado. Na concausa absolutamente independente o CP trabalha com causalidade simples. Na concausa relativamente independente preexistente e concomitante também se trabalha com causalidade simples. Já na concausa relativamente independente superveniente, o art. 13, §1º trabalha com a chamada teoria da causalidade adequada. 4º Causalidade na omissão a) Causalidade na omissão própria No crime omissivo próprio há somente um dever de agir, imposto normativamente, dispensando relação de causalidade naturalística (são delitos de mera atividade). b) Causalidade na omissão própria No crime omissivo impróprio o dever de agir é para evitar um resultado concreto. Assim, estamos diante de um crime de resultado material, exigindo, consequentemente, um nexo causal entre a ação omitida e o resultado. Este nexo, contudo, não é naturalístico (do nada, nada surge). Na verdade, o vínculo é jurídico, é dizer, o sujeito não causou, mas como não impediu o resultado, é equiparado ao verdadeiro causador (nexo de não impedimento). https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Tipicidade 1º Evolução da tipicidade a) teoria tradicional Para essa teoria, fato típico é constituído de conduta, resultado, nexo e tipicidade penal. A tipicidade penal, contudo, era sinônimo de tipicidade formal (mero ajuste entre o fato e o tipo penal). b) Teoria moderna Aqui, fato típico contínua sendo constituído de conduta, resultado, nexo e tipicidade penal. Porém, a teoria moderna enriqueceu a tipicidade, na medida que ela passou a ser a soma da tipicidade formal (mero ajuste entre o fato e a conduta) com a tipicidade material (relevância da lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico). c) Teoria da tipicidade conglobante Aqui, novamente o fato típico continua sendo formado de conduta, resultado, nexo e tipicidade penal. A novidade é que para essa teoria, a tipicidade é formada pela soma da tipicidade formal com a tipicidade conglobante. 2º Tipicidade conglobante a) Conceito Trata-se de um corretivo da tipicidade penal. Tem como requisitos a tipicidade material (relevância da lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico) e a antinormatividade do ato (ato não determinado ou incentivado por lei). De acordo com Zaffaroni, espera-se de um ordenamento jurídico “ordem”, é dizer, os vários ramos do direito determinando e incentivando os mesmos comportamentos. É uma incoerência o Direito Penal considerar típico comportamentos que os outros ramos do direito determinam ou incentivam. b) Consequências https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ A consequência de se adotar a teoria conglobante é que o estrito cumprimento de um dever legal e o exercício regular de um direito deixam de excluir a ilicitude e passam a excluir a própria tipicidade, uma vez que em ambos os casos o agente pratica um ato permitido pela legislação. A legítima defesa e o estado de necessidade não migram para a tipicidade porque, apesar de permitidos por lei, não são determinados ou incentivados por ela, de forma que continuam a ser atos antinormativos. 3º Espécies de tipicidade formal a) Adequação típica direta ou indireta O fato se ajusta ao tipo penal sem necessidade de dispositivo complementar. b) Adequação típica indireta ou mediata O fato se ajusta ao tipo penal com o auxílio de dispositivo complementar. O dispositivo que serve para complementar a adequação do ajuste é chamado de norma de extensão (Ex: Art. 14, II – norma de extensão temporal, que amplia a incriminação a fatos praticados antes da consumação. Art. 29 – norma de extensão pessoal, amplia a incriminação para alcançar quem não praticou o tipo. Art. 13,§2º – norma de extensão causal). https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Ilicitude ou antijuridicidade 1º Conceito a) Conceito analítico: ilicitude é o segundo substrato do crime. b) Conceito material: por ilicitude entende-se a relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico como um todo, inexistindo qualquer exceção determinando, fomentando ou permitindo a conduta típica. Em suma, trata-se de conduta típica não justificada. 2º Relação entre tipicidade e ilicitude 1ª Corrente – Teoria da autonomia ou absoluta independência Aqui, tipicidade não tem qualquer relação com ilicitude (Beling – 1906). Fato típico é analisado de forma autônoma da ilicitude. A legítima defesa é um fato típico justificado. 2ª Corrente – Teoria da indiciariedade ou “Ratio Cogniscendi” (Majoritária) A tipicidade presume a ilicitude, que deverá ser afastada mediante prova em contrário (Mayer – 1915). Aqui, o fato típico gera indícios de ilicitude. A legítima defesa é um típico justificado. O ônus da prova da discriminante é da defesa. Aplica-se o princípio do “in dubio pro societate”. 3ª Corrente – teoria da absoluta dependência ou “ratio essendi” A ilicitude é a essência da tipicidade. Não havendo ilicitude, o fato não será típico (Mezzer – 1930). É aqui que surge o chamado “tipo total do injusto”, formado pela união do fato típico com ilicitude. A legítima defesa é um fato justificado (não chega a ser nem típico, já que não é ilícito). https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ O ônus da discriminante deixa de ser da defesa. 4ª Corrente – Teoria dos elementos negativos do tipo Esta teoria chega a mesma conclusão da teoria da “ratio essendi”, mas por caminhos diversos. Aqui, o tipo penal é composto por: a) elemento positivo: são aqueles que devem ocorrer para o fato ser típico. b) elemento negativo: são aqueles que não devem ocorrer para o fato ser típico (causas excludentes da ilicitude). Conclusão: prevalece na doutrina a teoria da indiciaridade, é dizer, o fato típico presume a ilicitude. Assim, o ônus da prova da discriminante é da defesa. Contudo, após a Lei 11.690/08, o CPP, em seu art. 386, VI, relativizou o ônus da prova, de forma que havendo dúvida razoável da presença da discriminante, o juiz deverá absolver o réu. 3º Causas excludentes da ilicitude ou discriminantes ou justificantes Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo As causas de exclusão da ilicitude estão previstas no art. 23 do CP (Parte Geral), na parte especial (Art. 128), na legislação especial (Lei 9.605/98), existindo, ainda, discriminante supralegal (não prevista em lei),consistente no consentimento do ofendido. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ a) Estado de necessidade 1º Conceito Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços Considera-se em estado de necessidade quem pratica um fato típico, sacrificando um bem jurídico, para salvar de perigo atual direito próprio ou de terceiro, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. Se há dois bens em perigo de lesão, o Estado permite (tolera) que seja sacrificado um deles, pois, diante do caso concreto, a tutela penal não pode salvaguardar ambos. 2º Requisitos a) O perigo deve ser atual O perigo pode ser gerado por fato humano, comportamento de um animal ou fato da natureza. Além disso, o perigo atual não tem destinatário certo (principal diferença para a ampla defesa). Finalmente, para a maioria da doutrina o estado de necessidade não abrange o perigo iminente (aquele que está prestes a ocorrer. É um perigo do perigo). Para eles, se a lei quisesse permitir o perigo iminente, ela o teria feito de forma expressa, tal como na legítima defesa. b) Que a situação de perigo não tenha sido causada voluntariamente pelo agente https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Se o agente foi o causador voluntário do perigo, ele não poderá alegar o estado de necessidade. Sobre a definição de causador voluntário, existem duas correntes: 1ª Corrente: causador voluntário é quem age com dolo, assim, quem age com culpa poderia alegar o estado de necessidade. Essa é a corrente que prevalece. 2ª Corrente: Causador voluntário é quem age com dolo ou culpa. Esta corrente fundamenta-se no art. 13, §2º, alínea “c”, do CP. c) Salvar direito próprio ou alheio Se o agente age para salvar direito próprio, ocorre o chamado Estado de Necessidade Próprio. Se age para salvar direito alheio, há o Estado de Necessidade de Terceiro. No caso de estado de necessidade de terceiro, a doutrina controverte-se sobre a necessidade ou não consentimento ou ratificação do terceiro para configurar o estado de necessidade. Sobre o tema há duas correntes: 1ª Corrente: no estado de necessidade de terceiro, o agente não depende de autorização daquele ou posterior ratificação. Essa é a corrente que prevalece. 2ª Corrente: tratando-se de bem disponível ameaçado de perigo, o agente depende de autorização do terceiro ou da sua posterior ratificação. Aqui, somente se o bem for indisponível poderá o agente agir sem autorização posterior ou ratificação do terceiro. d) Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo Se o agente tem o dever legal de enfrentar o perigo (Ex: bombeiros), não pode alegar o estado de necessidade, enquanto o perigo comportar enfrentamento. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ O dever legal de agir é daquele que tem por lei a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância (Art. 13, §2º, alínea “a”) Pode alegar estado de necessidade quem está nas alíneas “b” e “c” do art. 13? 1ª Corrente: o dever legal só abrange o art. 13, §2º, alínea “a”, ou seja, os demais garantidores poderão alegar estado de necessidade. 2ª Corrente: apesar de a lei só se referir a dever legal na alínea “a”, ela quis abranger todas as alíneas. Assim, nenhum garantidor poderá alegar estado de necessidade. Fundamenta-se na exposição de motivos do CP. e) Inevitabilidade do comportamento lesivo Significa que o único meio para o agente salvar o direito próprio ou alheio é sacrificando bem jurídico de terceiro. f) Inexigibilidade do sacrifício do direito ameaçado Para esse sexo requisito deverá haver uma proporcionalidade entre o bem protegido e o bem lesado, sacrificado. Sobre o tema há duas correntes: 1ª Corrente (teoria diferenciadora): para essa teoria, há duas espécies de estado de necessidade: a) Estado de necessidade justificante (exclui a ilicitude): quando bem protegido vale mais (vida) do que o bem sacrificado (patrimônio). b) Estado de necessidade exculpante (exclui a culpabilidade): quando o bem protegido vale menos ou igual ao bem sacrificado (Vida X Vida). 2ª Corrente (teoria unitária): aqui, há somente um tipo de estado de necessidade, que é o estado de necessidade justificante. Para eles, o estado de necessidade justificante é aquele que ocorre quando o bem protegido vale mais ou igual ao bem sacrificado (exclui a ilicitude). Aqui, se o bem https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ protegido vale menos que o sacrificado ocorre uma hipótese de redução de pena. O Código Penal adotou a teoria unitária (Art. 24, §2º, CP). O Código Penal Militar adotou a teoria diferenciadora (Art. 39). g) Conhecimento da situação de fato justificante (requisito subjetivo) O estado de necessidade deve ser objetivamente necessário e subjetivamente conduzido pela vontade do salvamento (o agente deve saber que se encontra em perigo atual e que o comportamento lesivo era inevitável). É possível estado de necessidade em crime habitual ou permanente? Não é possível. Exigindo a lei como requisito a inevitabilidade do perigo, referindo-se as circunstâncias do fato, não se tem admitido o estado de necessidade nos referidos delitos. Furto famélico pode configurar estado de necessidade? Sim, desde que presente os seguintes requisitos: a) O fato seja praticado para mitigar a fome; b) que seja o único e derradeiro recurso do agente (inevitabilidade do comportamento lesivo) c) Que haja subtração de coisa capaz de diretamente contornar a emergência d) Insuficiência dos recursos adquiridos pelo agente ou impossibilidade de trabalhar. 3º Espécies a) Quanto a titularidade 1º Próprio: o agente atua protegendo bem jurídico próprio. 2º de Terceiro: o agente protege bem jurídico de terceiro. b) Quanto ao elemento subjetivo do agente https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ 1º Real: existe efetivamente a situação de perigo (exclui a ilicitude); 2º Putativo: o agente age em face de perigo imaginário (não exclui a ilicitude. Poderá excluir a tipicidade a culpabilidade). c) Quanto ao terceiro que sofre a ofensa 1º Defensivo: o agente sacrifica bem jurídico do próprio causado do perigo (não há necessidade de esperar o dano) 2º Agressivo: o agente sacrifica bem jurídico de pessoa alheia à provocação do perigo (haverá necessidade de reparar o dano na ordem civil). b) Legítima Defesa Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 1º Conceito Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 2º Legítima defesa X Estado de necessidade Legítima defesa Estado de necessidade Há ameaça ou ataque a um bem jurídico. Há conflito entre vários bens jurídicos diante de uma situação de perigo. Trata-se de agressão injusta (ação humana). O perigo decorre de fato humano, natural ou comportamento animal. A agressão tem destinatário certo. O perigo não tem destinatário certo. O interesse do agressor é ilegítimo. Os interesses em conflito são https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ legítimos. Não é possível legítima defesa (real) X legítima defesa (real) É possível estado de necessidade (real) X estado de necessidade (real). É possível haver legítimadefesa real de legítima defesa putativa (imaginária) e, portanto, injusta. É possível, ainda, legítima defesa putativa de legítima defesa putativa. Como ambas são injustas, não haverá exclusão da ilicitude. 3º Requisitos a) Agressão injusta É a conduta humana que ataca ou coloca em perigo bem jurídico alheio, contrariando o direito. Como tratar um ataque de animal? Se o ataque for espontâneo, o animal configura um perigo atual e gera um estado de necessidade; se, ao contrário, o ataque for provocado, configura-se uma agressão injusta, sendo o animal um mero instrumento da agressão, gerando uma legítima defesa. É possível legítima defesa de omissão? Sim, a injustiça da conduta poderá ser por ação ou omissão (Ex: o agente penitenciário que se recusa a cumprir alvará de soltura). É possível haver legítima defesa em face da agressão de inimputável? Sim, uma vez que quem deve ter conhecimento da injustiça da agressão é o agredido, pouco importando a consciência do agressor. Assim, é possível legítima defesa em face de enfermo mental. A agressão injusta necessariamente corresponde a um fato típico? https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Não. É possível legítima defesa de fato atípico (Ex: repelir furto de uso). b) Agressão atual ou iminente Agressão atual é a presente; iminente é aquele que está prestes a ocorrer. Se a agressão for passada, haverá vingança; se for futura, haverá mera suposição. c) Reação usando moderadamente os meios necessários Por meios necessários, entende-se o menos lesivo dentre os meios a disposição do agredido, porém capaz de repelir a injusta agressão. Lembra Nelson Hungria que o meio necessário não se pesa em “balança de farmácia”, mas se conclui diante do caso concreto. d) Proteção do direito próprio ou de outrem Se houver proteção de direito próprio, haverá a chamada legítima defesa própria; se a proteção for a direito de outrem, haverá a legítima defesa de terceiro. e) Reconhecimento da situação de fato justificante (requisito subjetivo) O que ocorre ao agente que, ao repelir uma injusta agressão, acaba acertando o bem jurídico de um inocente? Para uma primeira corrente, o caso será de estado de necessidade, pois falta à violação o caráter de reação contra agressão injusta. Para uma segunda corrente (majoritária), a repulsa configura uma legítima defesa, caso de “aberratio ictus”. Considera-se que o agente atingiu o agressor. 4º Espécies de legítima defesa a) Agressiva: a reação constitui um fato típico (Ex: matar o agressor) https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ b) Defensiva: a reação sequer constitui fato típico (Ex: imobilizar o agressor). c) Subjetiva: trata-se do excesso exculpável na legítima defesa, pois qualquer pessoa, nas mesmas condições, se excederia (exclui a culpabilidade – caso de inexigibilidade de conduta diversa). d) Sucessiva: ocorre na repulsa conta excesso abusivo do agente (há duas legítimas defesas, uma após a outra). Não é possível legítima defesa simultânea (ao mesmo tempo), mas é possível a sucessiva (uma depois da outra). c) Estrito cumprimento do dever legal 1º Conceito Os agentes públicos, no desempenho de suas atividades, não raras vezes devem agir interferindo na esfera privada dos cidadãos, exatamente para assegurar o cumprimento da lei (em sentido amplo). Essa intervenção redunda em agressão a bens jurídicos. Dentro de limites aceitáveis (proporcionalidade e razoabilidade) tal intervenção é justificada pelo estrito cumprimento de um dever legal. As obrigações de natureza social, moral ou religiosa, não determinadas por lei, não se incluem na justificativa. Aqui, o agente também deve ter conhecimento da situação de fato justificante (requisito subjetivo). Ressalta-se que para a teoria da tipicidade conglobante, o estrito cumprimento do dever legal é um ato normativo (determinado por lei), não excluindo a ilicitude, mas a própria tipicidade. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ d) Exercício regular de um direito 1º Conceito O exercício regular de um direito compreende ações do cidadão comum autorizadas pela existência de um direito definido em lei e condicionadas à regularidade do seu exercício, hoje limitada a duas hipóteses: a) Exercício regular de um direito “pro magistratu”: são situações em que o Estado não pode estar presente para evitar a lesão a um bem jurídico ou recompor a ordem pública (Ex: Art. 1.210, §1º, do CC – Desforço Imediato). b) direito de castigo: decorrente do poder familiar, direcionado a educação. Seu exercício deve ser moderado. 2º Requisitos a) Indispensabilidade (impossibilidade de recurso útil aos meios coercitivos normais). b) proporcionalidade. c) Conhecimento da situação de fato justificante (requisito subjetivo) Adotando a teoria da tipicidade conglobante, o exercício regular de um direito deixa de configurar discriminante, para adquirir natureza jurídica de uma causa de atipicidade, pois ato normativo. e) Ofendículo 1º Conceito Trata-se de um aparato preordenado para a defesa do patrimônio (Ex: cerca elétrica). 2º Natureza jurídica 1ª Corrente: tem natureza de legítima defesa (legítima defesa preordenada). https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ 2ª Corrente: o ofendículo, acionado ou não, configura exercício regular de um direito. 3ª Corrente: o ofendículo, enquanto não acionado, configura exercício regular de um direito; quando acionado, repele injusta agressão ao patrimônio, configurando legítima defesa. É a corrente que prevalece. 4ª Corrente: diferencia ofendículo de defesa mecânica predisposta. O ofendículo é o aparato visível, configurando exercício regular de um direito. Já a defesa mecânica predisposta é um aparato oculto, que se acionado configura legítima defesa. O ofendículo, independente de ser legítima defesa ou exercício regular de um direito, para se configurar como excludente deve obedecer aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade. O animal pode servir como ofendículo? Sim, o animal colocado para a defesa do patrimônio pode ser considerado um ofendículo. f) Causa supralegal de exclusão da ilicitude: o consentimento do ofendido 1º Conceito Trata-se da renúncia do titular do direito tutelado a essa mesma tutela. 2º Requisitos a) O não consentimento do ofendido não pode integrar o tipo Se o dissentimento é elementar do tipo, o consentimento da vítima exclui a tipicidade. b) O ofendido deve ser pessoa capaz c) Consentimento válido https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Para o consentimento ser válido, além do agente dever ser capaz, é preciso que o consentimento seja livre e consciente. d) O bem renunciado deve ser disponível Não há discriminante se o bem renunciado for indisponível. A integridade física é um bem disponível? Atualmente, prevalece o entendimento que ela é um bem relativamente disponível, desde que a lesão seja leve e não contrarie a moral ou os bons costumes. Fundamenta-se no art. 88 da Lei 9.099/95, que afirma que nos casos de lesão leve a ação penal só se processa mediante representação do ofendido. A questão do transexual? Aqui, não se aplica o consentimento do ofendido (em virtude da lesão não ser leve), mas outra hipótese de discriminante, como o exercício regular de um direito. e) Deve se tratar de bem próprio Não é possível consentir na lesão de bem alheio. f) O consentimento deve ser manifestado antes ou durante a lesão Se o consentimento foi dado depois, poderá configurar causa de extinção da punibilidade (renúncia ou perdão do ofendido – Art. 107, V, do CP). g) O consentimento deve ser expresso A doutrina mais moderna, contudo, vem admitindo o consentimento tácito.h) Ciência do consentimento da vítima É o requisito subjetivo. 4º excesso nas discriminantes https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo a) Espécies 1ª Excesso crasso: ocorre quando o agente desde o princípio já atua completamente fora dos limites legais (Ex: matar uma criança que furta uma fruta). 2ª Excesso extensivo ou na causa: ocorre quando o agente reage antes da efetiva agressão, futura, mas esperada. Não exclui a ilicitude (que exige agressão atual ou iminente), mas pode, conforme o caso, excluir a culpabilidade (pode configurar um caso de inexigibilidade de conduta diversa). 3ª Excesso intensivo: ocorre quando o agente, que inicialmente agia dentro do direito, diante de uma situação fática agressiva, intensifica a ação justificada e ultrapassa os limites permitidos (de reação moderada, passa para imoderada). Se o agente agiu com dolo, responderá por dolo; se agiu com culpa, responderá por crime culposo. Quando o agente passa do moderado para o imoderado sem agir com dolo ou culpa, ocorre o chamado excesso exculpante (erro inevitável). A doutrina considera que isso exclui a culpabilidade (inexigibilidade de conduta diversa). Contudo, o mais correto é dizer que, sem dolo ou culpa, exclui-se a tipicidade. 4ª Excesso acidental: ocorre quando o agente, ao reagir moderadamente, por força de acidente, causa lesão além da reação moderada (hipótese de caso fortuito ou força maior). 5º Discriminantes putativas a) conceito Discriminante é uma causa de exclusão da ilicitude. Putativo é, por sua vez, uma situação imaginária. Assim, discriminante putativa é aquela que o https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ agente supõe, imagina agir sob uma discriminante. São causas de excludentes de ilicitude que aparentam está presente em uma determinada situação, quando, na verdade, não estão. Apesar de discriminante significar excludente de ilicitude, quando associadas a putatividade, como se verá, excluirá ora a tipicidade ora a culpabilidade. b) espécies 1º O agente imagina situação justificante em razão de erro quanto a existência ou limites da discriminante Aqui, não há qualquer equívoco com relação a situação de fato. O agente sabe o que faz, mas imagina está autorizado a agir (erro de proibição indireto ou erro de permissão). 2º O agente engana-se quanto aos pressupostos fáticos do evento Aqui, há equívoco quanto a situação fática. O agente não sabe o que faz, ou seja, desconhece pressupostos fáticos. Nesta hipótese, a doutrina se divide quanto a sua natureza jurídica: a) teoria extremada da culpabilidade: afirma que o equívoco quanto aos pressupostos fáticos deve se tratado como erro de proibição. Se o era inevitável, isenta o agente de pena; se era evitável, haverá mera diminuição de pena. b) teoria limitada da culpabilidade: afirma que o equívoco quanto aos pressupostos fáticos deve ser tratado como erro de tipo. Se o erro era inevitável, exclui dolo e culpa; se era evitável, exclui-se o dolo, respondendo o agente a título de culpa. De acordo com LFG, o art. 20, §1º, adotou a chamada teoria extremada “sui generis”, punindo o erro evitável não com mera diminuição de pena, mas a título de culpa, por razões de política criminal. Prevalece, contudo, https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ que o Código Penal adotou a chamada teoria limitada, pelos seguintes motivos: 1) A expressão “isento de pena”, também é consequência da exclusão do dolo e da culpa, fruto do erro de tipo evitável. 2) A discriminante putativa, sobre pressupostos fáticos encontra-se no §1º do art. 20, que, por sua vez, trata-se de erro de tipo. 3) A exposição de motivos do Código Penal, que afirma que adotamos a teoria da limitada da culpabilidade. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ Culpabilidade 1º Conceito 1ª Corrente: a culpabilidade não integra o crime, para os adeptos da teoria bipartiti. Objetivamente, para a existência do crime, é dispensável a culpabilidade. O crime existe, por si só, mesmo tendo por elementos o fato típico e a ilicitude. O crime, contudo, só será ligado ao agente se este for culpado. Então, para essa corrente, a culpabilidade é mero pressuposto de aplicação da pena, juízo de reprovação e censurabilidade. 2ª Corrente: a culpabilidade é o terceiro substrato do crime, juízo de reprovação extraído da análise como o sujeito ativo se posicionou, pelo seu conhecimento e querer, diante do episódio com o qual se envolveu. Para eles, a tipicidade, a ilicitude e a culpabilidade são pressupostos de aplicação da pena (teoria tripartiti). Essa é a corrente que prevalece na doutrina. 2º Teorias da culpabilidade a) teoria psicológica: a teoria psicológica da culpabilidade tem base causalista. Para eles, a culpabilidade tem espécies: haveria, assim, uma culpabilidade dolo (quando o agente age com dolo) e uma culpabilidade culpa (quando o agente age com culpa). Além das espécies, ela só possuiria um elemento: a imputabilidade do agente. b) teoria psicológica normativa: a teoria psicológica normativa tem base neokantista. Assim, para eles, a culpabilidade não se divide em espécie e tem como elementos a imputabilidade, a exigibilidade de conduta diversa, o dolo e a culpa. O dolo e a culpa deixaram de ser espécies de culpabilidade e passam a ser elementos. Para essa corrente, o dolo era composto pela consciência, vontade e consciência atual da ilicitude. É o chamado dolo normativo. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ c) Teoria extremada ou normativa pura: essa teoria tem base finalista. A culpabilidade, aqui, tem como elementos a imputabilidade, a exigibilidade de conduta diversa e a potencial consciência da ilicitude. Culpa e dolo deixam de integrar a culpabilidade e migram para a tipicidade. Além disso, o dolo deixa de ser normativo e passa a ser natural (consciência e vontade). A consciência atual da ilicitude mudou para a culpabilidade, transformando-se em (“potencial consciência da ilicitude”). d) Teoria limitada culpabilidade: essa teoria tem, também, base finalista. A culpabilidade, para eles, tem como elementos a imputabilidade, a exigibilidade de conduta diversa e a potencial consciência da ilicitude. A única diferença entre a teoria extremada e a limitada reside na natureza jurídica do art. 20, §1°: a) para a teoria extremada, trata-se de erro de proibição; b) para a teoria limitada, trata-se de erro de tipo. Prevalece na doutrina a teoria limitada da culpabilidade. 3º Elementos da culpabilidade São três os elementos da culpabilidade: a) imputabilidade; b) exigibilidade de conduta diversa; e c) potencial consciência da ilicitude. A culpabilidade é objetiva ou subjetiva, a culpabilidade é do fato ou do agente? (Defensoria Pública de São Paulo). Para Luis Flávio Gomes, a culpabilidade é objetiva, pressuposto de um direito penal do fato. Para o mencionado autor, culpabilidade subjetiva é inerente ao direito penal do autor. Para a doutrina majoritária, contudo, a culpabilidade é subjetiva, pois seus elementos estão ligados ao agente do fato, e não ao fato do agente. Essa conclusão não significa dizer que há direito penal do autor. O direito penal permanece sendo do fato (incrimina-se condutas e não pessoas), mas a reprovação recai sobre a pessoa do fato. https://www.instagram.com/direitodiretoblog/ a) imputabilidade É a capacidade de imputação. É o conjunto de condições pessoais que conferem ao sujeito ativo a capacidade de discernimentos e compreensão para entender seus atos e determinar-se
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