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O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO

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RESENHA 
 
 
Artigo resenhado: NETTO, José Paulo. O movimento de reconceituação 40 anos 
depois. Buenos Aires. Serviço Social e Sociedade, novembro, 2005, 05-20. 
 
Autora: Fabiane Pereira Prestes 
O artigo “O Movimento de Reconceituação 40 anos depois” de José 
Paulo Netto comenta sobre a profissionalização do Serviço Social antes 
da Reconceituação, a emergência de recriá-lo tornando-o mais crítico, 
além de apresentar as conquistas e a estagnação desse movimento. 
Diz o artigo, que no ano de 1960 o cenário era de um Serviço Social já 
profissionalizado e suas práticas tradicionais estavam orientadas por uma 
ética liberal-burguesa que começaram a ser combatidas entre 1960 e 
1970. Em 1965, eclode o Movimento de Reconceituação, com 
características contraditórias e iniciando uma crítica ao “Serviço Social 
tradicional”, crítica essa gerada por uma crise capitalista. Considero que 
esse movimento fez-se necessário a fim de quebrar paradigmas 
construídos pela burguesia e Igreja e visava uma divulgação mundial. 
Assistentes sociais com um desejo de revolução foram quem primeiro 
uniram-se e comandaram o movimento, também estudantes de Serviço 
Social e algumas outras áreas que identificavam-se com a profissão 
participaram do mesmo. O que pairava nesse momento eram as 
ditaduras, que ao mesmo tempo em que oprimiam, geravam indagações e 
despertavam o desejo de mudança principalmente nos jovens. Era 
necessário transformar o Serviço Social e os participantes do movimento 
uniram-se e construíram duas propostas para essas mudanças, uma com 
a intenção de modernizar o Serviço Social e uní-lo aos projetos de 
desenvolvimento social e a outra vinculada aos projetos que visavam 
acabar com a exploração e dominação. Porém, em 1972, os profissionais 
que antes estavam unidos em um grande bloco, dividiram-se em 
reformistas-democratas e radical-democratas. 
Como em qualquer resultado de uma ditadura, muitos protagonistas do 
movimento experimentaram o cárcere e o exílio, muitos até continuam 
desaparecidos, isso fez com que o pensamento crítico fosse prejudicado, 
resultando em uma estagnação do movimento. Embora seu ápice tenha 
sido em 1970, momento em que foram reformuladas as bases da 
profissão, obtiveram quatro conquistas, dentre elas uma unificação dos 
problemas latino-americanos para que tivessem uma articulação e uma 
maior dimensão política para as intervenções. Os profissionais estavam 
mais ligados às ciências sociais, tendo assim um maior conhecimento a 
respeito das problemáticas enfrentadas pela profissão, após todo o 
movimento, a principal recusa dos profissionais foi a de ser um mero 
executor das políticas sociais. 
Os protagonistas revolucionários, mesmo inseridos nesse contexto não 
se calaram e graças a isso, apesar de encontrar-se sem muitas mudanças 
em meados da década de 70, conseguiram manter-se engajados. A partir 
da década de 80 voltaram a encontrar-se através do CELATS e a 
promover seminários com psicólogos, educadores e sociólogos. Ainda 
hoje, vivemos na profissão as mudanças conquistadas pela 
Reconceituação, nossa própria identidade, crítica, um envolvimento mais 
elaborado com as políticas públicas e um caráter interventivo. 
Pelo que conhecemos da história do Serviço Social, seu início e suas 
raízes alienantes, é possível concluir que o Movimento de 
Reconceituação ajudou também a romper com as amarras da alienação e 
orientação burguesa vivenciada por muito tempo na profissão. Concluí 
que as novas bases construídas tenham sido mais fortemente fixadas no 
marxismo, o tratamento da questão social, as políticas públicas e sociais. 
Embora Faleiros (2005), diga que o “novo” Serviço Social teve “olhares 
distintos dentro do marxismo e também olhares (...) sem aderir ao 
marxismo”, concordo com a ideia expressa por Helena Junqueira (1980) 
que diz que “se as ideias não se concretizam, permanece-se no 
“idealismo”, o que é oposto a uma das linhas mestras do pensamento 
marxista, inspirador de várias ideias do movimento”.

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