Buscar

material leitura modulo VII HIPERTENSÃO 13112017 v002

Prévia do material em texto

unidade VII
Hipertensão
unidade VII
Hipertensão
UNIDADE VII - CUIDADOS E ORIENTAÇÕES ALIMENTARES: HIPERTENSÃO
Objetivos específicos: 
• Apresentar o conceito de hipertensão arterial, os dados epidemiológicos, os principais fatores de risco, 
bem como o rastreamento, o diagnóstico e a classificação da doença. 
• Apresentar informações sobre o tratamento não medicamentoso da hipertensão arterial, as 
recomendações nutricionais, as estratégias para redução do sódio e o papel da Atenção Primária à 
Saúde (APS) no manejo e tratamento hipertensão arterial sistêmica (HAS).
Introdução
 O aumento da pressão arterial é o principal fator de risco para a carga global de doenças. A HAS é a 
condição mais comum observada na APS e, se não for detectada precocemente e tratada adequadamente, 
pode levar ao infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência renal e morte. Níveis normais 
de pressão arterial sistólica e diastólica são particularmente importantes para a função eficiente dos órgãos 
vitais (SOCIEDADE BRAILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016; BRASIL, 2013). 
 No país, a HAS atinge em média 32% da população adulta e mais de 60% de idosos (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2016). De acordo com dados do Vigitel 2016, a frequência de diagnóstico de 
HAS passou de 22,5% no ano de 2006 para 25,7% em 2016 (BRASIL, 2017). Cerca de 27,5% das mulheres 
tiveram diagnóstico de HAS em 2016, enquanto que nos homens esse dado esteve em 23,6%, ou seja, 
mulheres têm mais diagnóstico de hipertensão em relação aos homens (BRASIL, 2017). A crescente 
prevalência de hipertensão arterial é atribuída ao crescimento populacional, ao envelhecimento e aos 
fatores de risco comportamentais: alimentação não saudável, uso nocivo de álcool, falta de atividade física, 
excesso de peso e exposição ao estresse persistente (WOLD HEALTH ORGANIZATION, 2013).
 Os fatores de risco para HAS podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis. Os não 
modificáveis incluem a idade, a genética, o sexo e a raça. E os fatores modificáveis são o excesso de peso, 
consumo de alimentos com alto teor de sódio e gordura, baixo consumo de frutas e vegetais, consumo 
excessivo de álcool, sedentarismo e estresse (SOCIEDADE BRAILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).
Rastreamento e Diagnóstico
 Quando se faz detecção precoce, tratamento e controle adequado da HAS, há muitos benefícios para 
a saúde e para a economia do sistema de saúde público. No entanto, como a HAS raramente causa sintomas 
nos estágios iniciais, muitas pessoas não são diagnosticadas (WOLD HEALTH ORGANIZATION, 2013). O 
diagnóstico não requer tecnologia sofisticada e a doença pode ser tratada e controlada com mudanças 
no estilo de vida, com medicamentos de baixo custo e de poucos efeitos colaterais, comprovadamente 
eficazes e de fácil aplicabilidade na Atenção Primária (BRASIL, 2013).
 As medições da pressão arterial (PA) devem ser registadas durante vários dias antes de se poder fazer 
um diagnóstico de hipertensão. O diagnóstico é feito através do valor médio da PA de três dias diferentes 
no intervalo de uma semana, quando o valor encontrado é maior ou igual a 140 mmHg (sistólica) e/ou 
maior ou igual a 90 mmHg (diastólica). A pessoa diagnosticada deverá ser agendada para consulta médica 
para iniciar o tratamento e o acompanhamento (BRASIL, 2013). 
unidade VII
Hipertensão
 O profissional de saúde deve verificar e registrar a pressão arterial de todos a partir de 18 anos 
que visitarem a Unidade Básica de Saúde (UBS) e não tiverem registro de ao menos uma verificação da 
PA nos últimos dois anos. De acordo com o valor obtido, algumas características devem ser consideradas, 
como por exemplo o efeito do avental branco, que pode ocasionar diferença de pressão entre as medidas 
obtidas no consultório e fora dele, desde que essa diferença seja igual ou superior a 20 mmHg na PAS e/
ou 10 mmHg na PAD e mesmo que não altere o diagnóstico pode dar a falsa impressão de necessidade 
de adequações no tratamento (SOCIEDADE BRAILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). É importante que o 
profissional de saúde tenha o cuidado de realizar o diagnóstico correto da HAS, considerando que se trata 
de uma doença crônica que acompanhará o paciente pela vida toda (BRASIL, 2013).
 Na tabela 1 é possível verificar a classificação da PA de acordo com a medição, casual ou no 
consultório, para pessoas a partir de 18 anos de idade.
Tabela 1 - Classificação da PA de acordo com valores de medição
Classificação PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA PRESSÃO ARTERIAL DIÁSTÓLICA
Normal ≤ 120 ≤ 80
Pré-hipertensão 121 –139 81– 89
Hipertensão estágio 1 140 – 159 90 – 99
Hipertensão estágio 2 160 – 179 100 – 109
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110
Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90
Quando uma das pressões situa-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação da PA.
Fonte: Adaptado de SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (2014) e SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010).
 Além da confirmação do diagnóstico de HAS, a avaliação clínica, que consiste na anamnese, 
exame físico, investigação laboratorial com avaliação de lesões subclínicas e clínicas em órgãos-alvo é 
importante na identificação de fatores de risco e doenças associadas, assim como na estratificação do risco 
cardiovascular global (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2014). 
Tratamento não medicamentoso
 Assim como o diagnóstico precoce, o acompanhamento efetivo dos casos pelas equipes da 
APS é imprescindível, pois o controle da PA reduz complicações relacionadas à doença (BRASIL, 2013). 
O tratamento da HAS inclui medidas medicamentosas e não medicamentosas que devem ser definidas 
de acordo com o estágio e as características individuais de cada paciente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
CARDIOLOGIA, 2014). 
 O objetivo do tratamento é a manutenção da pressão em níveis adequados com a finalidade de 
reduzir a morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos (BRASIL, 2010). O tratamento 
não medicamentoso envolve mudanças de hábitos que acompanharão o paciente por toda a sua vida.
Tabagismo
 Embora não haja evidência de que a cessação do tabagismo seja benéfica no controle da PA 
unidade VII
Hipertensão
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; BRASIL, 2013), esse hábito é um fator de risco para 
doenças cardiovasculares (BRASIL, 2009). O tabagismo aumenta o risco para mais de 25 doenças, dentre 
elas as doenças cardiovasculares (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016), além de aumentar a 
resistência às drogas anti-hipertensivas, reduzindo seu funcionamento pleno (BRASIL, 2013). Dessa forma, 
a cessação do tabagismo é medida fundamental na prevenção primária e secundária, tanto das doenças 
cardiovasculares, como de diversas outras doenças (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
Estresse
 O estresse participa do processo de desencadeamento da HAS e pode ser uma barreira no tratamento 
do paciente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). Como uma técnica de meditação, o yoga, 
reúne flexibilidade, movimento e controle da respiração e tem seus benefícios comprovados na redução 
da pressão arterial (BRASIL, 2016a).
Álcool
 O consumo crônico e excessivo de bebidas alcoólicas tem relação com o aumento da PA de 
forma consistente e mortalidade cardiovascular em geral (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 
2016; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). Recomenda-se moderação no consumo de 
álcool, limitando o consumo a 30 g/dia de etanol para os homens e 15 g/dia para mulheres (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
Peso corporal
 O aumento de peso está diretamente relacionado com o aumento da pressão arterial. A perda de 
peso e da circunferência abdominal apresentam correlação com redução da PA e melhora metabólica 
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
A mudança comportamental e a adesão à alimentação saudável sãofatores que levam ao sucesso do 
tratamento. Nos casos indicados, a cirurgia bariátrica pode ser uma aliada na redução de mortalidade e 
controle da HAS (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
Recomendações nutricionais
 É importante preconizar e encorajar mudanças no comportamento alimentar, incluindo redução 
da ingestão diária de sódio e a adoção de uma alimentação adequada baseada no consumo de alimentos 
naturais ou minimamente processados. Para diminuir a desigualdade no acesso a uma alimentação 
saudável, são necessárias estratégias que viabilizem o consumo de alimentos in natura, como a 
implementação de hortas comunitárias, além de campanhas educativas que preconizem a substituição 
de itens frequentemente presentes na cesta básica, como salsichas e alimentos industrializados ricos em 
carboidratos, como biscoitos recheados, por alimentos in natura (BRASIL, 2016a). 
• Dieta Dash
 A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) é considerada um avanço importante 
unidade VII
Hipertensão
na ciência nutricional. Há 20 anos, vários estudos demonstram que ela consistentemente reduz a pressão 
arterial em uma gama diversificada de pacientes com hipertensão e pré-hipertensão (STEINBERG, BENNETT, 
SVETKEY, 2017). A dieta DASH prioriza o consumo de frutas, hortaliças, cereais integrais e laticínios com 
baixo teor de gordura (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
CARDIOLOGIA, 2016). Inclui a ingestão de frango, peixe e oleaginosas, além de baixa ingestão de carne 
vermelha, doces e bebidas com açúcar (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). A redução 
da PA tem sido associada ao alto consumo de potássio, magnésio e cálcio, provenientes desse padrão 
alimentar. Além disso, a dieta DASH auxilia nas orientações nutricionais para emagrecimento e redução de 
biomarcadores de risco cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). Abaixo, algumas 
características mais específicas da dieta DASH, baseada em uma dieta de 2.000 calorias por dia (U.S. 
DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES, 2003):
• Escolher alimentos com pouca gordura saturada, colesterol e gordura total, como carne magra, 
aves e peixes, utilizando-os em pequena quantidade;
• Comer muitas frutas e hortaliças, aproximadamente de oito a dez porções por dia (uma porção 
é igual a uma concha média);
• Incluir duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados por dia;
• Preferir os alimentos integrais, como pão, cereais e massas integrais ou de trigo integral;
• Comer oleaginosas (castanhas), sementes e grãos, de quatro a cinco porções por semana (uma 
porção é igual a 1/3 de xícara ou 40 gramas de castanhas, duas colheres de sopa ou 14 gramas 
de sementes, ou 1/2 xícara de feijões ou ervilhas cozidas e secas);
• Reduzir a adição de gorduras;
• Evitar a adição de sal aos alimentos, assim como uso de molhos e caldos prontos, além de outros 
produtos industrializados. 
• Diminuir ou evitar a o consumo de doces e bebidas com açúcar.
 Em 2015, o TelessaúdeRS-UFRGS lançou o aplicativo gratuito, Dieta Dash . A ferramenta fornece 
informações qualitativas em relação à melhor escolha dos alimentos para prevenção e controle da HAS. No 
aplicativo é possível avaliar as refeições do paciente e visualizar sugestões para cada refeição importante 
do dia, verificar sugestões de receitas saudáveis e buscar orientações gerais para hipertensão. O aplicativo 
tem como objetivo auxiliar o profissional de saúde na tomada de decisão clínica terapêutica. Sua utilização, 
no entanto, não substitui a avaliação clínica. O aplicativo está disponível para download no Google Play e 
na Apple Store.
• Sódio
 O alto consumo de sódio eleva a pressão arterial tanto em pessoas com pressão arterial normal 
como naquelas cuja pressão arterial já está elevada. Mais de 2 gramas de sódio por dia contribui para 
a pressão arterial elevada e aumenta o risco de DCV (WORLD HEATLH ORGANIZATION, 2016). O teor de 
sódio é elevado em alimentos processados, como por exemplo o pão (≈250 mg/100 g), carnes processadas 
como bacon (≈1500 mg/100 g), sopas industrializadas e pipoca de micro-ondas (1500 mg/100 g), 
unidade VII
Hipertensão
condimentos como molho de soja (7000 mg/100 g) e temperos em cubo (20000 mg/100 g) (WORLD 
HEATLH ORGANIZATION, 2013). Quando consumido de acordo com a recomendação, o sódio exerce 
função importante para a saúde. É um nutriente necessário para a manutenção do volume do plasma, 
do equilíbrio ácido-base, da transmissão de impulsos nervosos e do funcionamento das células (RAMOS, 
2017). É importante ressaltar que o sal e o sódio não são exatamente a mesma coisa. O sódio é um mineral 
que pode estar presente naturalmente em alimentos e/ou ser adicionado durante a fabricação. O sal é uma 
combinação de dois minerais: sódio (Na) e cloro (Cl). Cerca de 90% do sódio que comemos está na forma 
de sal. Uma colher de chá de sal contém cerca de 2.300 mg de sódio - acima do limite recomendado para 
adultos (WORLD HEATLH ORGANIZATION, 2016). 
 O sal é adicionado a alimentos processados por uma variedade de razões, mas principalmente 
porque é uma maneira barata de adicionar sabor a outros alimentos. Quando os alimentos com alto teor 
de sal são consistentemente consumidos, os receptores do seu sabor são suprimidos, promovendo o 
hábito de consumir alimentos mais salgados. Contudo, é possível fazer reduções significativas (40-50%) no 
teor de sal de uma série de produtos sem que os consumidores percebam (KLOSS et al., 2015). À medida 
que a ingestão de sal diminui, os receptores específicos do sabor do sal tornam-se muito mais sensíveis 
a concentrações mais baixas de sal, e este ajuste leva apenas de 1-2 meses (HE, CAMPBELL, MACGREGOR, 
2012).
 Redução na ingestão de sal é uma das intervenções mais rentáveis para reduzir DCV em todo o 
mundo. O consumo médio do brasileiro corresponde 11,06 g por dia, mais do que o dobro recomendado 
pela OMS, que é no máximo 5 g por dia (WORLD HEATLH ORGANIZATION, 2016). Vários métodos dietéticos 
podem ser usados para identificar as principais fontes de sal na alimentação. Dentre eles, estão disponíveis 
para a Atenção Primária no Brasil os marcadores de consumo alimentar, que permitem estimar a quantidade 
de sódio na alimentação em todas as faixas etárias (BRASIL, 2015). 
 Muitas pessoas não estão plenamente conscientes dos riscos do consumo de sal e da ligação com 
a pressão arterial elevada. Muitas vezes também não estão cientes da quantidade de sal consumido e as 
principais fontes de sal em sua alimentação. Aumentar a consciência do impacto do consumo de sal e das 
principais fontes ajudará a influenciar o comportamento alimentar. As estratégias que visam a mudança de 
comportamento podem então ser usadas para capacitar as pessoas a melhorar sua alimentação (WORLD 
HEATLH ORGANIZATION, 2016). 
Tipos de sal
 Há grande variedade de tipos de sal à venda. Esses produtos têm em sua composição diferentes 
quantidades de sódio, além de outros minerais. Entre os vários tipos existentes é possível encontrar o sal 
refinado (400 mg de sódio por grama de sal), o sal light (191 mg de sódio por grama de sal), o sal marinho 
(390 mg de sódio por grama de sal), sal líquido (110 mg de sódio por grama de sal), etc (RAMOS, 2017).
 A informação sobre a quantidade de sódio presente em cada tipo de sal é importante. No entanto, 
o controle da quantidade de sal adicionado às preparações e o consumo moderado de alimentos 
industrializados podem ser estratégias mais eficientes para controlar a ingestão de sódio do que a simples 
troca do tipo de sal. Deve-se levar em consideração a relação de custo-benefício e as preferências alimentares 
unidade VII
Hipertensão
(por exemplo, alguns indivíduos só consomem vegetais com sal, os demais podem ser consumidos sem 
sal adicionado), a fim de estabelecer metas factíveis para a mudança de comportamentos.Substituir o sal 
refinado por outro com outras propriedades nutricionais não é o método mais efetivo para controle do 
consumo de sódio. Hábitos saudáveis, como a redução do consumo de alimentos industrializados ricos em 
sódio e a redução no acréscimo de sal refinado na comida são mudanças comportamentais mais saudáveis. 
Estratégias para redução de sódio
• moderar o uso de sal no preparo da comida;
• evitar o uso de alimentos com alto teor de sódio, como enlatados, embutidos, conservas, molhos 
prontos, molho de soja (shoyo), macarrão instantâneo, caldos de carnes, temperos prontos, 
carnes conservadas no sal e refeições prontas;
• utilizar temperos naturais para substituir o sal (ver no quadro a seguir sobre temperos naturais ). 
O uso de temperos naturais realça o gosto dos alimentos e contribui para redução de sal;
• evitar deixar o saleiro à mesa;
• orientar a leitura dos rótulos dos alimentos industrializados, observando a presença e a 
quantidade de sódio contidas neles, inclusive os alimentos diet e light, que podem ser ricos em 
sal. a tabela de informação nutricional disponibiliza a informação de sódio e a conversão sal-
sódio é feita da seguinte forma: 1 g de sal contém 0,4 g (ou 400 mg) de sódio; 
• estar atento para o aditivo glutamato monossódico, utilizado em alguns condimentos e nas 
sopas industrializadas, pois esses alimentos contêm muito sódio.
Temperos naturais
 Além de realçar o gosto dos alimentos e ajudar na redução do uso de sal, os temperos naturais trazem 
muitos benefícios, considerando as características antioxidantes e anti-inflamatórias, por exemplo (BRASIL, 
2016). Para a compra e armazenamento correto dos temperos são importantes algumas orientações. Entre 
elas, a de evitar compras de temperos em grandes quantidades, pois, com o tempo, perdem o sabor e o 
aroma. Deve-se dar preferência às especiarias moídas na hora, em moedor ou pilão, e às ervas frescas, pois 
soltam o aroma durante o cozimento. As especiarias devem ser guardadas em vidros bem fechados, longe 
do calor e do excesso de luz. Para o congelamento, é possível tirar as folhas dos talos e picá-las, exceto 
louro, alecrim, sálvia e tomilho, que não devem ser picados, somente mantidos com o talo curto. Colocar as 
ervas picadas em formas de gelo, cobrir com água gelada e congelar. Quando os cubos tiverem formados, 
tirar das formas e guardar em sacos plásticos no freezer. Elas têm uma durabilidade maior e assim você 
pode ter sempre temperos em sua casa (BRASIL, 2016b).
Quadro 1 - Modo de uso dos principais temperos naturais
Tempero Onde usar Imagem
Alecrim
Pratos como carne suína, frango e peixe. 
Após concluir a preparação é mais inte-
ressante retirar o tempero. Foto: Devanath via Pixabay, 2016
unidade VII
Hipertensão
Alho poró Sopas, saladas e ensopados. Sabor pareci-do com cebola.
Coentro Preparações como peixes assados, fran-gos, churrascos e sopas.
Curry Frangos, carnes, peixes e molhos.
Louro Molhos, ensopados, conservas, feijão, sopas e chás.
Manjericão Para temperar carnes, molhos, sopas, peixes e pizzas.
Orégano Molhos, bifes, pão, pizzas e para temperar queijos para aperitivo.
Páprica Ensopados, patês, saladas, carnes e aves.
Fonte: BRASIL, 2016b.
 O sal de ervas é uma opção que pode auxiliar na redução do consumo de sal. Pode ser utilizado em 
substituição do sal de adição na mesma proporção do sal normal. Para sua elaboração são empregadas 
diversas ervas e sal. Os temperos industrializados não são recomendados, pois têm alto conteúdo de 
gorduras e sódio (KOPKO, 2017). 
Foto: Aromaengel via Pixabay, 2015
Foto: Tlarussa via Pixabay, 2016
Foto: Lívia Ramirez via VisualHunt.com, 2014
Foto: Kropekk_pl via Pixabay, 2014
Foto: Webandi via Pixabay, 2017
Foto: Airesa66 via Pixabay, 2014
Foto: Devanath via Pixabay, 2016
Receita: Sal de ervas
Ingredientes
½ xícara de sal 
½ xícara de manjericão
½ xícara de orégano
½ xícara de alecrim
½ xícara de salsinha 
Modo de Preparo
Bater todos os ingredientes no liquidificador ou 
processador, guardar em um pote de vidro bem 
fechado. Guardar em lugar seco e arejado.
Fonte: KOPKO, 2017.
unidade VII
Hipertensão
Potássio
 Alimentos ricos em potássio ajudam a reduzir a pressão arterial (HE; CAMPBELL; MACGREGOR, 
2012). Adultos devem consumir pelo menos 3.510 mg de potássio por dia. Os alimentos ricos em potássio 
incluem leguminosas, nozes, espinafre, couve, salsa e banana. Entretanto, o processamento reduz a 
quantidade de potássio em muitos produtos alimentares (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2013).
Dez passos para uma alimentação saudável para pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica 
(UFMG, 2012)
1. Recomenda-se o uso de 4 g de sal por dia (uma colher de chá), considerando todas as refeições.
2. Evite deixar o saleiro na mesa. A comida já contém o sal necessário.
3. Leia sempre o rótulo dos alimentos e verifique a quantidade de sódio presente (limite diário: 2.000 mg 
de sódio).
4. Prefira temperos naturais, evite o uso de temperos prontos, como caldos de carnes e de legumes, e 
sopas industrializadas.
5. Evite o consumo de alimentos industrializados, como embutidos, enlatados, molhos e carnes salgadas 
porque são ricos em gordura e sal.
6. Diminua o consumo de gordura. Use óleo vegetal com moderação e dê preferência aos alimentos 
cozidos, assados ou grelhados.
7. Procure evitar a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e o uso de cigarros, pois contribuem para a 
elevação da pressão arterial.
8. Consuma diariamente pelo menos três porções de frutas e três porções de hortaliças.
9. Procure fazer atividade física com orientação de um profissional capacitado.
10. O excesso de peso contribui para o desenvolvimento da hipertensão arterial. Procure manter um peso 
saudável.
O papel da Atenção Primária à Saúde
 Os profissionais da APS têm papel fundamental nas estratégias de prevenção, diagnóstico e 
controle da HAS. É importante que tenham sempre em foco o princípio fundamental da prática com 
centralização no indivíduo, mas sempre buscando envolver a família, cuidadores e a comunidade na 
definição e implementação de estratégias de controle à hipertensão (BRASIL, 2013).
 Quando se trata de HAS, o objetivo da atenção ao paciente deve ser o diagnóstico precoce, 
o tratamento contínuo e correto para o controle da PA e de fatores de risco associados, através de 
modificações no estilo de vida e, quando necessário, o uso regular de medicamentos (BRASIL, 2013). Para 
tanto, é fundamental usar os protocolos de gestão da doença para atender às metas de tratamento (WORLD 
HEATLH ORGANIZATION, 2016b). Além disso, é importante promover grupos e oficinas ou consultas 
coletivas sobre alimentação saudável para preconizar e encorajar mudanças no comportamento alimentar 
de pessoas com HAS e da população em geral, assim como programas de atividades físicas e técnicas de 
relaxamento, como yoga, com orientação profissional. Para a realização dessas ações podem ser usados 
espaços públicos, como escolas, praças e academias de saúde (BRASIL, 2016a). A promoção de espaços 
unidade VII
Hipertensão
para criação de hortas comunitárias, políticas de apoio aos pequenos mercados do bairro, realização de 
oficinas sobre rótulos de alimentos e sobre receitas culinárias também podem promover mudanças de 
comportamento alimentar (WORLD HEATLH ORGANIZATION, 2016a). 
 Os serviços de saúde devem realizar o monitoramento e a avaliação dos resultados através do 
controle da PA dos pacientes, assim como através da avaliação da mudança do comportamento alimentar, 
que pode ser realizado pelo Sistema De Vigilância Alimentar Nutricional (SISVAN).
unidade VII
Hipertensão
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão 
arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, 37). Disponível em:<http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cab37>. Acesso em: 6 set. 
2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações para avaliação de marcadores de consumo alimentar na 
atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: 
<http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/marcadores_consumo_
alimentar_atencao_basica>. Acesso em: 6 set. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Rastreamento. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. (Cadernos de Atenção 
Básica, 29). Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/
cab29>. Acesso em: 6 set. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Síntese de evidências para políticas de saúde: prevenção e controle da 
hipertensão arterial em sistemas locais de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2016a. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sintese_evidencias_politicas_hipertensao_arterial.pdf>. 
Acesso em: 6 set. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade Federal de Minas Gerais. Na cozinha com as frutas, legumes 
e verduras. Brasília: Ministério da Saúde, 2016b. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/cozinha_frutas_legumes_verduras.pdf>. Acesso em: 6 set. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças 
crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em:
<http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/junho/07/vigitel_2016_jun17.pdf>. Acesso em: 6 
set. 2017.
HE, F. J.; CAMPBELL, N. R. C.; MACGREGOR, G. A. Reducing salt intake to prevent hypertension and 
cardiovascular disease. Revista Panamericana de Salud Publica, Washington, D.C, v. 32, n. 4, p. 293-300, 
2012. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23299291>. Acesso em: 6 set. 2017.
KLOSS, L. et al. Sodium intake and its reduction by food reformulation in the European Union – a review. 
NFS Journal, Amsterdam, v. 1, p. 9-19, 2015. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/
article/pii/S2352364615000024>. Acesso em: 6 set. 2017.
unidade VII
Hipertensão
KOPKO, G. Blog da Saúde. A melhor opção é escolher não exagerar no sal [Internet]. Brasília: Ministério 
da Saúde, 2017. Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/52500-a-
melhor-opcao-e-escolher-nao-exagerar-no-sal>. Acesso em: 6 set. 2017.
RAMOS, S. Sociedade Brasileira de Diabetes. Tipos de sal e suas diferenças [Internet]. São Paulo: SBD, 
2017. Disponível em: <http://www.diabetes.org.br/publico/noticias-nutricao/1313-tipos-de-sal-e-suas-
diferencas>. Acesso em: 6 set. 2017.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos 
Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 107, n. 3, supl.3, 2016. Disponível em: <http://publicacoes.
cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf>. Acesso em: 6 set. 2017.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Jornal Brasileiro 
de Nefrologia, São Paulo, v. 32, supl. 1, set. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2010001700001>. Acesso em: 6 set. 2017.
STEINBERG, D.; BENNETT, G. G.; SVETKEY, L. The DASH Diet, 20 Years Later. Journal of the American 
Medical Association, Chicago, v. 317, n. 15, p. 1529-1530, 2017. 
U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES. National Institutes of Health. Your guide to 
lowering blood pressure. Bethesda, MD: NIH, 2003. Disponível em: <https://www.nhlbi.nih.gov/files/
docs/public/heart/hbp_low.pdf>. Acesso em: 6 set. 2017.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Dez passos para alimentação saudável para pessoas com 
HAS. Belo Horizonte: UFMG, 2012.
WORLD HEATLH ORGANIZATION. A global brief on hypertension: Silent killer, global public health crisis. 
Geneva: WHO, 2013. Disponível em: <http://www.who.int/cardiovascular_diseases/publications/global_
brief_hypertension/en/>. Acesso em: 6 set. 2017.
WORLD HEATLH ORGANIZATION. Hearts: technical package for cardiovascular disease management 
in primary health care. Geneva: WHO, 2016a. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/bitstre
am/10665/252661/1/9789241511377-eng.pdf?ua=1>. Acesso em: 6 set. 2017.
WORLD HEATLH ORGANIZATION. SHAKE the salt habit The SHAKE technical package for salt 
reduction. WHO 2016b. Disponível em: 
<http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/250135/1/9789241511346-eng.pdf>. Acesso em: 6 set. 2017.
unidade VII
Hipertensão
TelessaúdeRS-UFRGS 
Coordenação Geral
Marcelo Rodrigues Gonçalves
Roberto Nunes Umpierre
Coordenação da Teleducação
Roberto Nunes Umpierre 
Ana Paula Borngräber Corrêa
Conteudistas
Andreza de Oliveira Vasconcelos
Angélica Dias Pinheiro
Raísa Vieira Homem
Verônica Lucas de Olivera Guattini
Ylana Elias Rodrigues
Revisores
Annia Rossini
Cynthia Goulart Molina-Bastos
Gabriela Monteiro Grendene
Gabriela Corrêa Souza
Rosely de Andrade Vargas
Sabrina Dalbosco Gadenz
Projeto Gráfico
Carolyne Cabral
Diagramação e Ilustração 
Angélica Dias Pinheiro
Carolyne Vasques Cabral
Edição/Filmagem/Animação
Bruno Tavares Rocha
Diego Santos Madia
Luís Gustavo Ruwer da Silva
Rafael Fernandes Krug 
Rafael Martins Alves
Divulgação
Camila Hofstetter Camini 
Guilherme Fonseca Ribeiro 
Vitória Oliveira Pacheco
Design Instrucional
Ana Paula Borngräber Corrêa
Equipe de Teleducação
Andreza de Oliveira Vasconcelos
Angélica Dias Pinheiro
Cynthia Goulart Molina-Bastos 
Francine Borba
Luís Gustavo Ruwer da Silva
Rosely de Andrade Vargas 
Ylana Elias Rodrigues
Dúvidas e informações sobre o curso
Site: www.telessauders.ufrgs.br
E-mail: ead@telessauders.ufrgs.br 
Telefone: 51 33082098
Equipe Responsável
A Equipe de coordenação, suporte e acompanhamento do Curso é formada por integrantes 
do Núcleo de Telessaúde do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS).

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes