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BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 1 Branding e portfólio de produtos Apostila BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 2 ÍNDICE APRESENTAÇÃO 4 AULA 1: INTRODUÇÃO AO BRANDING 5 INTRODUÇÃO 5 CONTEÚDO 5 O DESAFIO DO BRANDING 5 MARCA 6 DESAFIOS 6 NOVA MARCA 10 BONS NOMES DE MARCA 10 EXTENSÃO DE LINHA 11 EXTENSÃO DE MARCA 11 POSICIONAMENTO DOS PRODUTOS 12 APRENDA MAIS 14 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 14 REFERÊNCIAS 16 AULA 2: BRANDING - AMPLITUDE E IDENTIDADE 17 INTRODUÇÃO 17 CONTEÚDO 18 A AMPLITUDE DO BRANDING 18 IDENTIDADE DE MARCA 21 ARQUITETURA DE MARCA 26 APRENDA MAIS 28 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 28 REFERÊNCIAS 30 AULA 3: O PODER DO CLIENTE 31 INTRODUÇÃO 31 CONTEÚDO 31 INTRODUÇÃO 31 INTERNET E RELAÇÕES DE CONSUMO 37 BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 3 REDES SOCIAIS 39 APRENDA MAIS 40 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 40 REFERÊNCIAS 42 AULA 4: DIALOGANDO COM O CLIENTE 43 INTRODUÇÃO 43 CONTEÚDO 43 REDES SOCIAIS E REPUTAÇÃO 43 BRAND BOOK 51 APRENDA MAIS 54 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 54 REFERÊNCIAS 55 CHAVES DE RESPOSTA 57 AULA 1 57 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 57 AULA 2 57 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 57 AULA 3 57 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 57 AULA 4 58 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 58 CONTEUDISTA 59 BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 4 Branding e portfólio de produtos - Apostila Apresentação Você sabe como se constrói e se administra uma marca no mercado? Através da técnica de branding: uma forma sólida de diferenciação do produto ou da empresa. Quando essa tarefa é realizada com sucesso, há uma forte identificação por parte do consumidor com relação à marca. Isso a torna, muitas vezes, mais valiosa do que os ativos tangíveis da empresa ou converte o produto em algo menos importante do que o significado da marca para o cliente. Nesta aula, você verá o branding como um método de trabalho transversal a toda a empresa. Embora a área de comunicação de marketing tenha mais visibilidade dentro das organizações, essa nova prática, que se inicia através de ações internas, reforça a identidade da empresa projetada para o posicionamento desejado. Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: Ampliar a capacidade de gerenciamento de marcas; Definir os conceitos fundamentais de branding; Debater sobre a administração de marcas diante do cenário de clientes empoderados do século XXI. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 5 Aula 1: Introdução ao branding Introdução Você sabe quanto vale a Microsoft, a Coca-Cola ou o Google? Se modificássemos o nome de um desses produtos ou serviços, eles teriam o mesmo valor? Certamente, NÃO! Imagine que um cliente passa em uma gôndola de supermercado e se depara com um produto de limpeza novo. A hesitação é o esperado. Afinal, diante do novo, precisamos de referências que nos dê a segurança dos benefícios do produto. O mesmo ocorre em um Shopping Center. Se observarmos ambos os ambientes, perceberemos como as pessoas se comportam diante dos produtos e como as empresas se posicionam perante seu cliente. Nesta aula, você verá como as estratégias associadas à identidade da marca influenciam a percepção do produto pelo consumidor e lhe atribuem valor, convertendo-o em diferencial no mercado. Objetivos Definir os conceitos fundamentais de branding; Identificar o valor financeiro de uma marca. Conteúdo O desafio do Branding Como escapar da guerra de preços? “O produto é algo feito na fábrica; a marca é algo que é comprado pelo consumidor. O produto pode ser copiado pelo BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 6 concorrente; a marca é única. Produto pode ficar ultrapassado rapidamente; a marca bem-sucedida é eterna.” Stephen King - Grupo WPP, Londres Marca Como o próprio nome diz, é algo que se destaca; que “marca”. É a construção de uma diferenciação mais sólida que um benefício fácil de ser copiado. Imagine um carro reconhecido por ser o mais rápido. Basta alguém produzir um carro mais rápido que a vantagem que o outro possuía, desaparece. A ideia de marca é a ideia de diferença, de reconhecimento de algum atributo que é transferido para o produto detentor da marca. É um valor adicional que se atribui a algum produto. Desafios Ter ou não marca? Pelo que já vimos, ter uma marca forte parece ser o caminho de todas as empresas, certo? Não necessariamente. Imagine que alguns consumidores são sensíveis a preço para alguns produtos. Isso abre um mercado que pode ser promissor. São os produtos “sem logo”. Quer um exemplo? Basta passear por lojas de produtos baratos. Muitos produtos chineses são assim. Patrimônio de marca ou Brand Equity Muitas marcas valem mais do que um patrimônio físico em si. É um importante ativo intangível. O brand equity pode influenciar na forma como o consumidor pensa, sente e age em relação à marca, assim como nos preços, na parcela de mercado e na lucratividade proporcionada pela marca à empresa. Representa um importante ativo intangível que corresponde a um valor psicológico e financeiro da organização. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 7 Benefícios Proteção legal para os aspectos exclusivos do produto; Aumento da lealdade do cliente; Segmentação: linhas com várias marcas e fórmulas exclusivas. Atente para o fato de que mesmo com as vantagens acima, os olhos de muitos empresários se voltam para o valor gerado para a sua marca. Veja o ranking das marcas mais valiosas no Brasil. Destaque-se que nos primeiros lugares estão bancos, que não exatamente empresas muito admirada. Observe apenas que o valor da marca é a tradução da sua capacidade de gerar riqueza para o acionista. Claro que empresas que “maltratam” clientes põem a sua marca em risco, mas esse é o retrato do mercado. Empresas mais valiosas do Brasil em 2013: Posição Marca Valor em R$ bilhões 01 22,2 02 15,1 03 12,2 04 10,6 05 8,4 BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 8 06 7,3 07 5,44 08 2,47 09 2,12 10 2,1 Fonte: http://cbnewsplus.com/empresas-mais-valiosas-do-brasil-2013-ranking- interbrand/35658/ Agora veja o ranking da Interbrand com as variações ao longo da última década. Isso dá um bom panorama da evolução dos mercados. Faça um exercício de análise das mudanças. Lembre-se que por trás de cada de cada número existem diferentes razões que explicam as performances das marcas. Atente para o fato de que a Coca-Cola se mantém como a marca mais valiosa do mundo. A Coca-Cola inventou a categoria e a lidera de forma inteligente, associando o consumo ao cotidiano das pessoas. Ao criar vínculos, criando um estilo de vida, isso certamente se refletirá no valor da sua marca. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 9 Ranking – Interbrand – variação desde 2001 Fonte: http://desmistificandomarketing.blogspot.com.br/2013/03/ranking-das-marcas-mais- valiosas.html Estratégia de marca Uma vez definida a necessidade de ter uma marca, pode-se pensar em uma estratégia que defina o nome a ser utilizado (que será a marcaem si), que determinará o futuro do produto. As opções que a figura abaixo apresenta, trazem, como tudo na vida, vantagens e desvantagens. Vamos a elas. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 10 Nova marca Ao optar por uma nova marca, um novo nome, um gestor terá que ter a consciência de que pode construir uma ideia totalmente nova. Se seguirmos a linha de alguns autores, esse é o caminho ideal. Isso porque cada produto teria uma identidade única e um fracasso, ou o problema com o produto não afetaria nada além do produto. No entanto, isso é bem mais caro que as outras opções. Se o produto não é conhecido, o investimento em comunicação terá que ser forte para superar esse obstáculo. Bons nomes de marca A figura abaixo traz as características que devem ser observadas ao escolher o nome de uma marca. Características de bons nomes de marca Fonte: KOTLER (2009) BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 11 Um gestor também pode aproveitar alguma marca já existente em seu portfólio para nomear um novo produto. Veja as opções a seguir. Extensão de linha Aqui, a marca é estendida para outro produto, mas em uma categoria já existente. Por exemplo: São produtos diferentes que levam a mesma marca: Maguary. Extensão de marca Aqui, a marca é estendida para outro produto, mas em uma categoria nova. Por exemplo: Automóvel Ferrari Perfume Ferrari BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 12 Em ambos os casos (extensão de linha e marca), existe o desejo de transferir a qualidade da marca existente para o novo produto. Isso é bom porque o consumidor reconhece a marca e transfere o valor automaticamente. É ainda mais barato porque o esforço de comunicação para tornar o produto conhecido passa a ser menor. Contudo, um problema com algum produto á automaticamente transferido para todos. A extensão de marca tem um problema adicional. Como a categoria é diferente, corre-se o risco de confundir o cliente e não haver a transferência de valor ou mesmo a sua diluição. Já imaginou? Processador Intel Desodorante Intel O que se deve ter atenção é aos motivos de compra e associações da marca. Quanto mais distante das associações anteriores, maiores as chances do fracasso bater à porta. Posicionamento dos produtos Os significados mais permanentes de uma marca são seus valores, cultura e personalidade. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 13 Eles definem a sua essência: um Mercedes representa alta tecnologia, desempenho e sucesso. Ela deve resistir à ideia de fazer algo diferente disso, para não destruir o que conquistou durante tantos anos. Por isso o posicionamento é importante. Uma empresa deve estar constantemente buscando um posicionamento adequado para o seu produto, diferenciando-o da concorrência. Isso não significa que vai mudar a todo instante, certo? Uma vez encontrado o posicionamento, apenas pequenos ajustes serão feitos. O “famoso” reposicionamento não é algo desejado ou procurado. Ele ocorre porque o seu posicionamento atual está fracassando. São três etapas para a criação de uma proposta de valor: 1. Definição do modelo de valor para o cliente; Estabelecer todos os fatores de produtos e serviços que podem influenciar a percepção de valor do cliente. 2. Estabelecer uma hierarquia de valor para o cliente; Básico, esperado, potencial etc. 3. Decisão sobre o pacote de valores para o cliente. Combinar itens tangíveis e intangíveis e experiências para superar o desempenho dos concorrentes e fidelizar clientes. O posicionamento é a parcela da identidade da marca que deve ser ativamente comunicada ao público-alvo, e demonstrar uma vantagem em relação às marcas concorrentes. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 14 Aprenda Mais Assista à Entrevista de David Aaker à HSM disponível em nossa Galeria de vídeos. David Aaker é especialista em marca e professor Haas School of Business, escola de Administração de Empresas da University of California de Berkeley, na Califórnia, EUA Leia o trabalho de Teresa Ruão sobre marcas e valor da imagem. Exercícios de fixação Questão 1 A extensão de linha é uma estratégia comum hoje em dia. Empresas como e Unilever, Nestle, Coca Cola, entre tantas outras utilizam essa estratégia com sucesso. Qual a principal vantagem dessa opção? a) Fazer com que os clientes valorizem o produto novo. b) Gerenciar portfólio de marcas. c) Desenvolver o relacionamento com o cliente. d) Mais fácil de gerenciar. e) Tornar uma marca pública. Questão 2 Florianópolis está entre os principais destinos a receber eventos internacionais no Brasil. Com isso o turismo de negócios tem se fortalecido na região e gerado um crescimento expressivo no número de feiras, convenções e eventos esportivos sediados na ilha e adjacências. Um dos maiores complexos disponíveis para eventos e hospedagem na região, respeitado por seus serviços e estável no mercado, Golden Executive Hotel, criou uma nova marca e mudou o seu posicionamento, buscando uma fatia BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 15 maior de mercado. Qual o erro grave cometido por muitos profissionais e descrito no texto acima? a) O Golden Executive Hotel criou nova marca; b) O Golden Executive Hotel mudou o seu posicionamento; c) O Golden Executive Hotel criou nova marca e mudou o seu posicionamento; d) O Golden Executive Hotel criou nova marca buscando uma fatia maior de mercado; e) O Golden Executive Hotel mudou o seu posicionamento, buscando uma fatia maior de mercado. Questão 3 A identidade de marca é composta por: a) Valores, cultura e personalidade. b) Missão, visão e valores. c) Marca, personalidade e identidade. d) Cultura, identidade e valores. e) Identidade, personalidade e caráter. Questão 4 Sobre a identidade de marca: I. Deve ser desenvolvida para estabelecer um posicionamento sólido; II. Tem aspectos que não são controlados pelo gerente de produto; III. Deve ter muitas características, pelo menos 10, para compor uma identidade sólida e que não possa ser copiada; IV. É desenvolvida no plano estratégico. a) I e IV estão erradas b) II e IV estão erradas BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 16 c) I e II estão corretas d) I, II, III e IV estão corretas e) I, II, III estão corretas Questão 5 A marca é o bem mais valioso que uma empresa pode ter. O Brand equity é o ponto que diferencia as grandes empresas. O que é Brand equity? a) É um ativo tangível. b) É a sua missão, visão e valores. c) É a marca em si. d) Patrimônio de marca. e) É a identidade de marca. Referências KOTLER, Philip. Administração de marketing. 10ª edição. São Paulo: Prentice Hall, 2009. AAKER, David, Joachimstaller, Eric. Construindo Marcas Líderes. São Paulo: Campus, 2007. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 17 Aula 2: Branding - amplitude e identidade Introdução A técnica de branding auxilia as empresas a posicionarem suas marcas ou seus produtos em lugar de destaque no mercado. Trata-se de uma forma de ampliar conceitos já consolidados. Como outros beneficiários do branding,podemos citar: pessoas e lugares. Artistas ou indivíduos comuns são beneficiados por um bom planejamento de marketing e podem se fortalecer gerenciando a sua marca. Assim como lugares. Para regiões, países, cidades entre outros, uma boa imagem é útil para atrair turistas, investidores, empresas, o que for importante para o “lugar”. Vamos ver ainda que a identidade de uma marca é o coração do posicionamento. Em verdade, tudo está entrelaçado: o posicionamento é a expressão de uma identidade compreendida pelo mercado-alvo. Por fim, a arquitetura da marca será, também, tratada. Esse conceito tão importante é a forma como uma empresa dá nome às suas marcas e como todos esses nomes se relacionam uns com os outros, se fortalecendo mutuamente. Nada disso é tão simples assim. São muitos os problemas provocados pela ignorância, preguiça, orçamento baixo, concorrência ou simples tropeços de consumidores, empresas etc. Objetivos: Conhecer a amplitude do gerenciamento de marcas Compreender os conceitos de identidade e arquitetura de marca. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 18 Conteúdo A amplitude do branding Pessoas Branding pode ser aplicado, praticado também em pessoas. A ideia central para um produto é gerar uma diferença sustentável, que seja difícil de ser copiada. Para um indivíduo, o processo não é diferente. Há que se perguntar qual é o objetivo. Assim pode-se pensar em possibilidades. Artistas são mais fáceis de visualizarmos como branding pode ser útil. São considerados “produtos” por excelência. Têm mercado, concorrência, público- alvo etc. Com atletas é a mesma coisa. É muito importante para conquistar a simpatia do público, patrocínios, eventos. Vamos pensar em alguém que não seja exatamente um produto. Pode ser você, por exemplo. Uma boa imagem e o gerenciamento dela podem ser determinantes para a sua ascensão profissional. A ideia desse curso não é apontar como “trabalhar o branding” com pessoas ou lugares, mas alguns aspectos são claros e cristalinos: Não há branding sem objetivo BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 19 Não há branding sem público-alvo Não há branding sem produto No mundo atual altamente competitivo, ter uma marca pessoal forte pode ser a diferença para ser bem sucedido. Já não é mais suficiente ter as competências e habilidades. Você tem que superar a concorrência, ou melhor, os outros por aí que dizem a mesma coisa sobre si mesmos. São muitos os casos de pessoas que são competentes no que fazem e não evoluem na empresa. Dependendo da posição almejada, o perfil desejado pode ser de alguém mais “sério” ou ainda alguém “multitarefa”. Enfim, independente do perfil desejado, ele não pode ser diferente do que você é. São apenas destaques a serem dados e trabalhados para que a sua imagem seja consolidada e propagada da maneira adequada. Não vai adiantar vender uma imagem que não seja verdadeira. Uma mentira nunca vai muito longe. Lugares O mundo encurtou. Isso é muito evidente para quem acompanha o mercado e as implicações são as mais diversas. No campo dos negócios a concorrência aumentou e com isso, os lugares (comunidades, cidades, regiões, estados) do mundo inteiro competem na capacidade de atrair investimentos, negócios e turistas. Mais uma vez, depende do objetivo desejado para um bom planejamento. De qualquer forma, podemos avaliar por uma outra perspectiva: a do “consumidor”. Imagine você comprando uma garrafa de vinho com o rótulo made in Zâmbia. Nada contra Zâmbia, mas qual é a tradição do país em produção e vinho? Qual é a imagem do país? Fica por conta do “cliente”, ou melhor, de como quem pega a garrafa irá interpretar. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 20 Para produtos tecnológicos, ainda assim dependendo do produto, pode-se considerar que os rótulos made in Germany ou made in Japan são de alta qualidade devido à reputação construída há décadas. E o turismo? Place branding tem enorme aplicação para o turismo. A maneira como o país ou região é percebida pode ser decisiva para atrair visitantes. O posicionamento é a parte mais complicada porque irá depender de recursos, do produto em si e da concorrência para não cair no mar opções com mesmo “cheiro, sabor e cor”. Al Ries costuma dizer que a proposta tem que ser única, inédita. Basta procurar um espaço não ocupado ou mal ocupado. Desde que não seja pouco eficaz, simplório ou “risível”. O branding aplicado a lugares é projeto de longo prazo para desenvolver estratégias de crescimento e poder desenvolver visando a um futuro de prosperidade. Não pode ser reduzido a programa de algum político eleito e desfeito na eleição seguinte. Demora-se para posicionar uma imagem. Não é tarefa simples, tampouco barata para ser conduzido de maneira irresponsável. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 21 Identidade de marca A identidade de marca proporciona sentido, finalidade e significado a sua marca. É um conjunto exclusivo de associações com a marca que se ambiciona criar ou manter. Essas associações representam aquilo que a marca pretende realizar e implicam uma promessa aos clientes feita pelos membros da organização. Ela deve ajudar a estabelecer um relacionamento entre a marca e o cliente por meio de uma proposta de valor envolvendo benefícios funcionais, emocionais ou de auto expressão. O modelo que estudaremos foi baseado no desenvolvido por David Aaker, autor recomendado na bibliografia. Consiste em 12 dimensões organizadas ao redor de quatro perspectivas: A marca como produto - âmbito, atributos, qualidade/valor, usos, usuários e pais de origem do produto; A marca como organização - atributos organizacionais, local versus global; A marca como pessoa - personalidade da marca, relacionamento marca- cliente; A marca como símbolo - imagens visuais/metáforas tradição de marca. Problemas Inúmeras vezes o desenvolvimento de uma marca se revela traiçoeiro, fazendo surgir situações em que o resultado alcançado e uma percepção distorcida do valor planejado. O exame das armadilhas da identidade demonstra o valor da expansão do conceito de uma marca e proporciona uma percepção do que é não é uma identidade da marca. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 22 São quatro as armadilhas que representam abordagens limitadoras ou táticas para a criação de uma identidade que podem levar a estratégias desastrosas. A armadilha da imagem da marca O conhecimento de como os clientes e as demais pessoas percebem a marca é uma informação útil e necessária para se desenvolver a identidade de marca. Neste contexto, ela se converte na identidade ao invés de ser considerada como um elemento a ser levado em conta. Um exemplo de problema desta ordem é quando o cliente determina o que ela deve ser, ou seja, quando a orientação dos clientes é usada de forma descontrolada. A criação da identidade de marca é mais do que descobrir o que os clientes dizem querer. Ela deve espelhar o espírito e a visão da marca, aquilo que se deseja alcançar. Em suma, a imagem não é a identidade, por mais tênue que possa ser a fronteira. A imagem representa uma consequência da experiência do cliente, a sua percepção de uma ação passada. Ela deve espelhar o futuro, nas associações que se pretende conseguir para a marca. A armadilha da posição da marca A posição da marcaé a parcela da identidade e da proposta de valor da marca que deve ser comunicada ao público-alvo. Esta armadilha ocorre quando a busca por uma identidade se converte na busca por um posicionamento, estimulada pela necessidade de proporcionar objetivos às pessoas que desenvolvem programas de comunicação. Corre o risco de se tornar um slogan, não em uma identidade de marca. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 23 Esta armadilha inibe a evolução de uma identidade plenamente porque os estrategistas eliminam os aspectos que acham que não vale a pena comunicar. Com isso, intensifica-se a tendência a concentração nos atributos do produto não na personalidade da marca, nas associações organizacionais ou símbolos, porque estão restritos a uma frase. A armadilha da perspectiva externa Esta ocorre quando as empresas deixam de reconhecer o papel que a identidade de marca pode desempenhar para ajudar uma organização a compreender seus valores e sua finalidade básica. Já que uma identidade eficiente é em parte baseada em um esforço disciplinado para especificar as potencialidades, valores e a visão de uma marca, ela pode oferecer um veículo para comunicar internamente o que a marca pretende. É inútil esperar que os funcionários façam uma visão se concretizar se não compreenderem e assumirem essa visão. A armadilha da fixação nos atributos do produto Essa é a mais comum de todas. Ocorre quando o gerenciamento da marca concentra-se com exclusividade nos atributos do produto. É a incapacidade de distinguir um produto de uma marca. Quando nos baseamos na construção da identidade de uma marca de forma adequada, transformando-a em mais do que um produto, simplificadamente, estamos construindo valor para o cliente. Quando este adquire o produto a que a marca está vinculada, está expressando o seu valor tanto para si quanto para terceiros. Apesar da obviedade, este tipo de equívoco é repetido com regularidade. Principalmente porque é mais fácil explicar a compra de algo racionalmente. Aí os atributos do produto se tornam relevantes BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 24 para uma explicação. Eles oferecem uma resposta que pode ser mais facilmente controlada, pois pode ser prevista, já que é racional. Quando baseamos a identidade nos atributos do produto aparecem limitações importantes com base para sua identidade: Fracassam na diferenciação Um atributo de produto pode ser muito importante para o cliente, contudo, se as outras marcas também se enquadrarem nesses atributos, ele não diferenciará uma da outra. São fáceis de copiar Benefícios voltados para o produto são mais fáceis de copiar, mesmo que esteja continuamente evoluindo. Em algum instante poderá ser superado e nessa hora ainda poderá ter a sua marca associada a idéia de que é inferior por ter sido superada. Presumem um consumidor racional Pesquisas sobre atributos do produto e as estratégias resultantes dela, em geral, presumem que os clientes obedecem a um modelo racional de tomada de decisões. Este modelo sugere que os clientes coletam informações sobre os atributos do produto, analisam e fazem uma avaliação ponderada. A verdade é que os clientes experimentam desconfiança, impaciência, ou confusão na maioria dos contextos. Não procuram e nem processam informações objetivas sobre marcas na categoria. Limitam as estratégias de expansão da marca Uma identidade baseada em associações intangíveis ou na personalidade de marca proporciona a esta maior âmbito estratégico. Reduzem a flexibilidade estratégica BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 25 Se a marca estiver associada a algum atributo isolado, a capacidade de ajuste da marca ficará prejudicada quando a relevância desse atributo declinar. Fornecendo uma proposta de valor A proposta de valor de uma marca é uma afirmação dos benefícios funcionais, emocionais e de auto expressão oferecidos pela marca que proporcionam valor ao cliente. Uma proposta de valor eficiente deverá conduzir a um relacionamento marca-cliente e impulsionar as decisões de compra. As marcas nem sempre precisam impulsionar a decisão de compra. Ocasionalmente elas desempenham um papel de endossante, cujo principal papel é dar credibilidade. Ainda assim, voltamos a questão da geração de valor para o cliente. E fundamental estabelecer que o relacionamento marca-cliente pode e deve ser baseado em uma proposta de valor. Muitos relacionamentos marca-cliente emergem quando a marca é considerada como organização ou pessoa, em vez de como produto. Um exemplo disso e que as associações organizacionais, como a preocupação com os clientes ou o ambiente, podem se traduzir no respeito ou apreço que forma a base de um relacionamento e estes podem ser baseados em uma série de sensações positivas, como admiração, amizade, diversão. Isso traz um enorme valor a marca e se reflete, evidentemente, em seu consumo. A identidade de uma marca também pode ser tão persuasiva e universal que em alguns casos funcionará em todos os mercados. A possibilidade de uma identidade comum em todos os mercados favorece economias de escala e evita inconsistências. Na maioria dos casos, entretanto, a identidade da marca precisará ser adaptada aos diferentes contextos de mercado ou produto. Todas essas considerações demonstram o quanto o tema é complexo e o quanto é importante. Apesar de estarmos lidando com inúmeras variáveis difíceis de controlar e organizar para um bom planejamento, conseguimos BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 26 gerar conceitos e organizar praticas que nos permitem depender cada vez menos do acaso. Estabelecer as bases para o desenvolvimento de uma marca é estrategicamente criar o elo que une consumidor e produto. E a diferença entre sucesso e fracasso. Arquitetura de marca A arquitetura de marca define o grau de proximidade ou distância entre as marcas e as regras para gestão de portfólio. A questão é gerenciar esses “signos”, tanto sob a perspectiva visual, como (e principalmente por isso) sob a perspectiva do valor oferecido. A ideia é “sincronizar” os esforços de cada marca. Empresas com muitos produtos tendem a ter muitas marcas, nem sempre com ofertas de valor harmoniosas. Cada produto exige um esforço que torna a operação muito cara. Os produtos podem ser organizados de maneira que coletivamente emane uma imagem que alimente e fortaleça o portfólio da empresa. São três os tipos de arquitetura conhecidos: Monolítica Não existe diferença entre a marca corporativa e a marca de produto Não tem foco no produto. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 27 Endossada Aqui a empresa “endossa”, assina o produto. Assim ela transfere um pouco de sua credibilidade. Independente Também chamada de casa de marcas. Cada marca tem um público e oferta de valor definida. Isto tem um alto investimento BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 28 Aprenda Mais Leia a entrevista de Aaker à HSM sobre o ABC do valor da marca. Leia o artigo Identidade e imagem da Agência de Informação Odisseu. Exercícios de fixação Questão 1 O Endosso é uma estratégia cada vez mais comum hoje em dia. Empresas como e Unilever, Nestle, Coca Cola, Accor, entre tantas outras utilizam essa estratégia com sucesso. Qual a importância de endossar um produto? a) Fazer com que os clientesvalorizem o produto b) Gerenciar portfólio de marcas c) Desenvolver o relacionamento com o cliente d) Mais barato e fácil de gerenciar e) Tornar uma marca pública BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 29 Questão 2 O que é identidade de marca? Assinale a única resposta errada. a) A identidade de marca proporciona sentido, finalidade e significado a sua marca. b) É um conjunto exclusivo de associações com a marca que se ambiciona criar ou manter. c) É um conjunto exclusivo de associações com a marca, que representa aquilo que a marca pretende realizar. d) É um conjunto exclusivo de associações com a marca, que implica uma promessa aos clientes feita pelos membros da organização. e) Ela deve ajudar a estabelecer um relacionamento entre a marca e o cliente por meio de uma proposta de valor envolvendo benefícios funcionais, emocionais ou de auto expressão. f) Ela deve ajudar a estabelecer um relacionamento entre a marca e o meio ambiente por meio de uma proposta de valor envolvendo benefícios funcionais e de auto expressão. Questão 3 A marca é o bem mais valioso que uma empresa pode ter. O Brand equity é o ponto que diferencia as grandes empresas. O que é Brand equity? a) É um ativo tangível b) É a sua missão, visão e valores c) É a marca em si d) Patrimônio de marca e) É a identidade de marca Questão 4 Qual a relação entre identidade e imagem? BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 30 a) A imagem é a construção da identidade na mente do cliente b) A identidade é a construção da imagem na mente do cliente c) Não se relacionam diretamente d) A identidade é a parte tangível da marca e) A imagem não tem referência na identidade, mas a identidade tem referência na marca. Questão 5 Qual a relação entre place branding e place marketing? a) Place branding é a construção do place marketing para produtos b) Place branding é a construção do place marketing para serviços c) Se relacionam indiretamente, mas sem consequências significativas d) Place branding é a parte intangível da marca e) Place branding é a consequência de um trabalho de place marketing Referências KELLER, Kevin Lane. Gestão estratégica de marcas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. AAKER, David, Joachimstaller, Eric. Construindo Marcas Líderes. São Paulo: Campus, 2007. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 31 Aula 3: O poder do cliente Introdução Qual a relação entre branding e o grau de consciência das pessoas? Muita. Em geral as preocupações do mercado se voltavam menos para o cliente e mais para o produto. O cliente era um “estorvo” necessário. Afinal, alguém precisava pagar as contas da empresa. Com o passar do tempo, os mercados foram se desenvolvendo, o mundo encurtando (graças às novas tecnologias de comunicação), a concorrência aumentando, as ideias circulando e, obviamente, tudo isso impactando na maneira como os indivíduos passaram a observar e lidar com o Estado e o Mercado. Nada disso é tão simples assim. Nem foi tão rápido. Foi, ou melhor, esse está sendo um momento privilegiado de crescimento para ambas as partes. Se por um lado a sociedade se conscientiza, por outro o empresário aprende a lidar com essa variável incontrolável: o cliente. Objetivos: Conhecer as mudanças no comportamento do consumidor ocorridas nas últimas décadas. Compreender como branding pode contribuir para o sucesso da empresa neste momento de mudança. Conteúdo Introdução O processo de globalização intenso experimentado desde o final da Segunda Guerra Mundial colaborou para intensificar mudanças na maneira como as pessoas, o Estado e as empresas se comportavam. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 32 A globalização não exportava apenas ideias, exportava empresas e produtos também, aumentando vertiginosamente a concorrência. Isso influenciou muito o comportamento do consumidor. O raciocínio é bem simples: na ausência de concorrência o consumidor perde importância. É só observar o tratamento dado ao cliente por empresas em mercados monopolizados, cartelizados ou oligopolizados. Na presença da concorrência, o consumidor tem outras opções. Com opções, a escolha será feita com os critérios que o juízo conceder, ou seja, não sabemos. Pode ser preço, cor, leveza, identificação com o estilo e mesmo irritação com a empresa. Como dito antes, não só produtos viajavam, mas também as ideias. Em linhas gerais, as comunicações se tornaram mais acessíveis. Imagine a seguinte fórmula: Opções na prateleira do mercado + comunicação barata + ideias novas = questionamentos BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 33 Não é objeto dessa aula debater mais essa dinâmica, mas entender objetivamente porque o cliente mudou, qual o impacto que isso tem nas estratégias empresariais e como branding pode contribuir. Dessa forma, o cliente mudava o seu olhar. Mais opções, opções melhores, mais baratas....os conceitos de gestão de negócios se transformariam. Se no passado o foco era no produto, lentamente ele se deslocava para o mercado, BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 34 ou seja, o consumidor que vinha descobrindo a sua força e se organizando para buscar uma posição mais confortável na balança dos negócios. A pressão era por uma relação melhor. Segundo COSTA (2010), foi uma enorme mudança no relacionamento consumidor-empresa. Daí surgiu o Procon (1976), a lei 8078 (Código de defesa do consumidor) e um “efeito cascata” criador de entidades civis que passaram a atuar na proteção e defesa dos interesses de associados.” COSTA (2010) nos mostra ainda que, “esse cenário permitiu o desenvolvimento das estratégias de marketing visando a ganhar diferenciais competitivos. O foco volta-se para o mercado. Daí a importância de identificar o que o consumidor pensa, em como ele se comporta, o que é valor para ele. Se esse consumidor valoriza o atendimento, é isso que vai ser trabalhado.” E se esse consumidor também valorizar a empresa que não polui? As empresas têm que estar preparadas para isso. Em outras palavras, elas devem fazer o investimento necessário que atenda aos anseios e os transforme em um diferencial competitivo. É aqui que branding entra. Lembra da identidade de marca? Existem vários caminhos para trilhar, mas vamos pensar em duas alternativas simples: 1. A empresa investe em uma identidade criando uma relação afetiva ou de sentimento de pertencer a um estilo ou grupo social. Isto faz com que o consumidor evite deixar de consumir o produto. Ele tem uma identificação forte que faz com essa relação de consumo seja constante e sem abalos 2. A empresa constrói uma reputação de “cuidados e preocupações” com a sociedade e o meio ambiente. Surge então uma imagem de empresa do “bem” que cria uma camada de proteção importante em casos de crise ou denúncias BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 35 de qualquer natureza. Especialmente se a empresa tiver negócios “sujos” (altamente poluidores como mineração, petróleo etc.). Veja o caso abaixo da BP destacado por COSTA (2010), “Ainda em 2000, a British Petroleum passa a sua marca para BP (beyond petroleum) em uma tentativa de mudar a forma como o seu negócio é percebido pelos consumidores. Mais tarde seria seguida pela Petrobras, que se definiria como umaempresa de “energia”. Ambas se envolveriam em muitos acidentes provocando grande insatisfação e danos ao meio ambiente (Baía de Guanabara e rio Iguaçu, P-36, P-7 e Golfo do México)”. Não dá para ignorar o transtorno criado por um acidente. Pior ainda se for por negligência. É aqui que a imagem da empresa tem que defendê-la. Fez um bom trabalho de branding? Fez as associações adequadas? Relacionou-se bem com a sociedade? Foi transparente? Monitora como a sociedade enxerga a empresa? Se fizer o dever de casa, os problemas certamente serão menores. FURTADO (2007), traz mais um exemplo para refletirmos apontando possíveis formas de ação via pressão nos consumidores e mobilização pública, forma predileta de ação do Greenpeace. “Recentemente fizemos uma grande ação contra as plantações de soja que estão destruindo a Amazônia.” A soja plantada aqui por empresas como a Cargill serve de ração para gado e frango que abastecem as gôndolas de BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 36 supermercados e as redes de fast-food mundo afora. Ou seja, essas redes também estão devorando uma parte da floresta. Quem foi nosso alvo estratégico? O McDonald´s, na Europa. Diante da pressão e da repercussão das manifestações do Greenpeace, o McDonald´s decidiu dialogar e concordou em procurar a Cargill – o fornecedor da soja que alimenta os frangos que servem de matéria-prima para os produtos de sua rede de lanchonetes –, exigindo que essa multinacional parasse o avanço da fronteira da soja na Amazônia. Do contrário, a rede de fast-food deixaria de adquirir produtos da Cargill e se comprometeria a comprar soja de um fornecedor que não operasse dentro do bioma amazônico. Legenda: deforest, displace, mislead (desfloresta, desloca, engana) Por causa disso e de uma ação que fizemos no Porto de Santarém (PA), a Cargill sentou-se à mesa de negociação.” Não dá para ignorar, certo? O mundo mudou e vai mudar ainda mais. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 37 Internet e relações de consumo A internet é um meio de comunicação poderoso demais. O salto do email para o e-commerce não demorou. Pode-se dizer que houve uma revolução na maneira como passamos a conduzir nossos contatos pessoais, profissionais e de compra. O aumento dos negócios feitos na web impressiona. Evidentemente que as empresas perceberam as vantagens e, na medida do possível, vêm migrando os negócios para a rede. E onde o branding aparece nessa situação? Se avaliarmos com carinho, veremos que as empresas migraram para web, mas cabeça ficou no modelo antigo de negócio. Em choque com a realidade da sociedade em geral, que vinha mudando muito. Fica nítido que o conflito seria inevitável e isso nos interessa. Branding abarca múltiplas dimensões. Sua responsabilidade passa desde a logomarca, passando pela embalagem, ponto de venda, uniforme, perfil de funcionários, até a imagem percebida pelo cliente. Conheceremos na próxima aula o Brand book, que é uma ferramenta bem interessante para nortear o gestor. Ora, como se pode ver no quadro abaixo, há uma explosão do e-commerce e a consolidação das compras via internet já é fato consumado. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 38 Segundo o Consumidor Moderno (http://consumidormoderno.uol.com.br, 05 de abril de 2012), “Os consumidores estão cada vez mais realizando compras pela internet, é o que revela o estudo Winning over the Empowered Consumers, realizados pela IBM. A pesquisa foi feita com 28 mil consumidores em 15 países (incluindo 1,8 mil brasileiros) e mostra que mais de 50% dos consumidores no Brasil preferem as compras pela internet, pois acreditam que a as opções de produtos e condições de preços são melhores no comércio eletrônico.” Panorama Brasileiro 9 milhões de consumidores fizeram primeira compra online em 2011. Destes novos compradores, 61% representam a nova classe C. Entre as categorias mais procuradas estão a de eletrodomésticos, com 15%; informática, com 12%; e eletrônicos, com 8%. Mais de 50% dos consumidores brasileiros preferem comprar pela internet. 84% das mulheres já compraram éla web. Maior atividade do brasileiro na internet é compra. Brasil é o 3º país onde se faz mais compras pela internet. Fonte: http://consumidormoderno.uol.com.br/images/stories/tabelaecommerce.jpg A maior atividade do brasileiro é a compra! Imagine... é nesse campo que as empresas decidirão se duelarão ou negociarão com seus clientes. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 39 Redes sociais Uma geração de consumidores influenciados por redes sociais terá destaque nos padrões de consumo. Já vimos isso antes. Começa comunicando, termina vendendo. Óbvio. A questão é como o consumidor se comporta nesse meio. Como que ele conduz a relação do compra. E, o que nos interessa muito, o que ele fala dos produtos, das empresas. Veja o que o estudo do banco Barclays, realizado no Reino Unido diz: Em 2021, o levantamento prevê que 41% dos consumidores serão influenciados pelas redes sociais, ou deverão usá-las para realizar compras. As vendas no modelo social commerce duplicararão nos próximos cinco anos, alcançando mais de 3,3 bilhões de libras, ou 4,1 bilhões de euros, estima o banco. Na faixa etária dos 25 aos 34 anos o número de consumidores adeptos do social commerce deverá subir, de acordo com um comunicado da instituição. O estudo do Barclays prevê que esse indicador atinja os 73% em 2021. Perto de 70% dos compradores online no Reino Unido, por exemplo, já são usuários ativos de redes sociais. O número de pessoas que compram por meio de sites como Facebook, Twitter e Pintesest crescerá, desempenhando um papel mais forte enquanto agentes influenciadores e integradores de múltiplos canais. Ainda sobre a pesquisa, outro dado importante: “os consumidores estão receptivos a novas ideias, sugestões e recomendações nas redes sociais. Assim, o banco espera que nos próximos cinco anos as vendas influenciadas pelas redes sociais dupliquem de 1,7 bilhão de euros para 4,1 bilhões de euros”. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 40 Não é de se espantar. Se os jornais vendem anúncios porque pessoas leem suas matérias, as redes sociais receberiam anúncios fatalmente. No entanto, é muito pobre explorar apenas esta faceta de anúncios. A mídia em si oferece muitas possibilidades além do anúncio, além da venda. Esse é um lugar de relacionamento por excelência. A questão é: as empresas estão preparadas para isto? “Quando alguém conhecido, em quem confiamos, nos recomenda algum produto, essa indicação ganha uma credibilidade enorme. E os consumidores não têm medo de expressar a opinião nas redes sociais, o quanto gostam ou não de um determinado produto ou serviço. Por sua vez, essa opinião cria uma espiral de opiniões sobre um produto ou marca”, explica Richard Lowe, líder de operações retalhistas no Barclays. As empresas têm que se preparar para dialogar com o cliente. Nada de “disque 1, disque 9 ou “Claro, senhor. Eu compreendo.” É nesse novo campo que as empresas atuarão e terão que explorar meios de chegar às comunidades nas redes sociais, de forma a criar experiências de valor para o cliente. É nesse campo que a imagem da empresa do séc. XXI será construída. Aprenda Mais Leia o capitulo 6 do livro - Marketing de Servicos: a empresa com foco no cliente. Exercíciosde fixação Questão 1 O que é a Identidade Corporativa? a) São os documentos identificativos de uma empresa/marca. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 41 b) É o resultado da imagem na mente de um cliente. c) São os elementos comunicacionais de uma marca. d) É como a empresa deseja ser percebida pelas pessoas. e) É a mesma coisa que imagem corporativa. Questão 2 Quais os elementos constituintes da identidade corporativa? a) A logomarca, cor e os elementos comunicacionais/ferramentas de comunicação. b) uniformes de funcionários, discursos/scripts e materiais impressos. c) a logomarca, a apresentação de funcionários e a personalidade de marca. d) A marca gráfica, o atendimento que dá ao cliente e o treinamento de seus funcionários. e) Tudo aquilo que for necessário para alimentar o sistema identifica a marca, menos aspectos gráficos. Questão 3 Qual a diferença entre place branding e place marketing? a) Nenhuma. Representam a mesma coisa b) Abordam target diferente c) Place branding trabalha lugares. Place marketing trabalha com produtos. d) Place branding é para mercados turísticos. Place marketing para os demais produtos e) Place branding concentra-se em gerenciar marcas de lugares. Está inserido no place marketing. Questão 4 O que é a Gestão de Marca/Branding? BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 42 a) O gerenciamento do orçamento de marketing. b) É a criação, planejamento e execução de todos os aspectos gráficos de uma marca. c) É a criação, planejamento, execução e avaliação de todos os aspectos gráficos de uma marca. d) É o gerenciamento de todos os aspectos comunicacionais de um produto. e) É o gerenciamento dos ativos intangíveis de um produto. Questão 5 O que é o brand book? a) É o gerenciamento da marca. b) B) É a maneira como a empresa organiza a sua marca. c) É a criação, planejamento, execução e avaliação de todos os aspectos gráficos de uma marca. d) É o gerenciamento de todos os aspectos comunicacionais de um produto. e) É a fonte de como a empresa irá gerenciar a sua marca. Referência fundamental para o sucesso de um bom branding. Referências COSTA, Eduardo A. R. Homem da. Fundamentos de Responsabilidade Social Empresarial. IVentura: Rio de Janeiro, 2010. AAKER, David, Joachimstaller, Eric. Construindo Marcas Líderes. São Paulo: Campus, 2007 BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 43 Aula 4: Dialogando com o cliente Introdução As empresas em geral cada vez mais optam por estarem presentes em redes sociais como forma de se relacionar com o seu mercado. No entanto, será que estão preparadas para isso? A palavra-chave é interação. Mas as empresas estão preparadas para se relacionar de maneira direta com os seus clientes? Estão preparadas para esta interatividade? Objetivos: Compreender a importância de se relacionar com os stakeholders através de mídias sociais. Conhecer a importância ser rígido no controle da identidade e evitar mudanças drásticas no posicionamento. Conteúdo Redes sociais e reputação Por conta da importância que as redes sociais vêm assumindo na vida das pessoas, esses veículos têm chamado a atenção de gestores. A princípio, como um ponto de comunicação. Quando começaram a perceber que as pessoas não apenas falavam bem, mas mal, recomendando que não se usasse ou comprasse algum produto, muito ficaram atônitos. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 44 Se você estiver no trabalho reclamando com algum amigo de uma empresa, isto provavelmente terá um impacto ínfimo. Se você puder falar com todos os seus amigos, conhecidos e amigos dos seus amigos com pouco esforço, isso terá que ser mais bem avaliado. No mundo real a sua capacidade de espalhar uma notícia (sem o apoio de TV ou rádio, claro) está limitada ao boca-a-boca, que fisicamente está repleto de limitações. No mundo virtual essa capacidade é explosivamente maior. Se um cidadão comum tiver 1000 amigos, com um clique ele fala o que deseja. Em que condições ele conseguiria isso falando pessoalmente ou por telefone? Leve em consideração a comunicação em tempo real e bidirecional, aliás, multidirecional. Considere ainda a capacidade de interessados no tema repassarem ou assumirem para si o tema, entre seus amigos. É extraordinária. Não é fácil avaliar o impacto disso na imagem de uma empresa. Alguns analistas acreditam que é muito blá-blá-blá de gente que nem é cliente. Isto então não teria impacto. Sim. Pode ser que sim, pode ser que não. É verdade que sempre haverá alguém reclamando, criticando. Não existe unanimidade e os gestores tem que aprender a conviver com isso. As marcas não serão destruídas em redes sociais. Isso acontecerá se a crítica ou debate em questão não tiver legitimidade, força ou impacto de nenhuma outra natureza. O gestor tem que estar preparado para medir ou pelo menos avaliar o estrago que isso pode trazer. Frases como “nem é meu cliente” são meio simplórias demais. É coisa de gestor preocupado com o presente, de olho no fluxo de caixa. Afetou a venda? É um problema. Não afetou? Ignore. Estamos debatendo sobre branding. Não sobre vendas. Vimos que a imagem constrói valor para a empresa de diversas formas, inclusive a de dinheiro de BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 45 fato em uma provável venda. Se o valor dessa imagem é afetado e a sua credibilidade idem, obviamente que é dinheiro jogado perdido. A opinião pública é importante. Veja o caso da Vale. Você compra minério em seu supermercado? Você é cliente da Vale? Então porque ela vem para os jornais, revistas, tv entre outros, falar que investe no Brasil e é importante para geração de riqueza? Ela está jogando dinheiro fora? E a Arezzo? Decidiu recolher produtos com pele de animais após ser criticada por internautas. Não são poucos os exemplos, mas paremos por aqui para pensar em como lidar com isso. Não existe receita de sucesso, mas posturas de sucesso. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 46 Eis um bom resumo do que pode ser feito (adaptado de matéria no IG. A íntegra pode ser encontrada aqui: http://economia.ig.com.br/empresas/comercioservicos/como-gerenciar-crises- de-imagens-em-redes-sociais/n1300083372999.html). Monitoramento 24 horas Se uma empresa decide criar perfis em redes sociais, ela deve se preparar para administrar este canal de comunicação. A presença de uma empresa nas redes sociais requer uma equipe para produzir conteúdo interessante e monitorar os perfis sociais por 24 horas. Identificar o problema As empresas podem usar softwares especializados em monitorar as mensagens postadas pelos internautas, que identificam conteúdos negativos ou positivos. Esses sistemas também conseguem calcular o impacto das mensagens na rede de amigos ou seguidores do internauta que critica uma empresa BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 47 Avaliar teor dos comentários Nas redes sociais, nem todos os comentários têm algum tipo de fundamento. Ao responder a afirmações sem legitimidade, a empresa poderá validar uma discussão sem sentido. No entanto, comentários negativos com fundamento não podem ser ignorados. A empresa que responde às críticas transmite a mensagem de que respeita o cliente. Tentar reverteras críticas Críticas leves podem ser avaliadas positivamente, pois geram exposição de uma marca. Algumas empresas fazem campanhas inusitadas para provocar intencionalmente uma polêmica, como fez a cervejaria Schincariol ao escolher a cantora Sandy como garota-propaganda para a marca Devassa. Nos casos de polêmicas mais sérias, como ocorreu com a Arezzo, a companhia poderia minimizar o impacto com um pedido de desculpas seguido de uma campanha de proteção aos animais, por exemplo. Muitas pessoas que fizeram posts criticando a coleção de peles da grife provavelmente divulgaria também a ação. Foi o que fez Electronic Arts quando um defeito do game “Tiger Woods 2008” foi exposto nas mídias sociais. No game, o jogador de golfe americano podia caminhar e dar tacadas em cima de um lago. A empresa lançou uma campanha que repetia a cena criada pela falha do jogo e trazia a frase: “não era problema. Ele é bom mesmo”. A repercussão da propaganda nas mídias sociais superou a que apontou o defeito do jogo. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 48 Gestão de crise é multimídia Não adianta apenas responder às críticas dos internautas nas redes sociais. Redes como o Twitter e o Facebook são estruturadas para que os usuários recebam mensagens apenas de pessoas cujo perfil eles acompanham. Assim, alguém pode ter acesso a um comentário negativo de um amigo, mas, se não seguir a empresa acusada, não receberá o seu posicionamento. A solução é emitir comunicados sobre o tema em todos os canais de comunicação da empresa. Twitter não é SAC Além das críticas a campanhas das empresas, muitos consumidores têm usado as redes sociais para tornar pública sua insatisfação com produtos ou serviços. Tentar solucionar questões individuais no Twitter ou no Facebook é um erro comum das empresas. As companhias que utilizam essa estratégia passam ao cliente a imagem de que seus problemas se resolverão nas mídias sociais, o que incentiva novas reclamações. A tendência das empresas que atuam desta forma é que seus perfis em redes sociais se tornem um canal do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), o que tende a afastar o cliente que segue o Twitter da empresa para se informar sobre novidades. Tirar a discussão da rede As empresas não devem ignorar o cliente que reclama de falhas em produtos e serviços. Mas a resposta, preferencialmente, dever ser feita fora das redes sociais. As companhias podem formar uma equipe para identificar e contatar esses clientes por telefone ou e-mail. A estratégia visa atender o cliente sem que o problema seja divulgado para outros consumidores que seguem a empresa nas mídias sociais. Quando a empresa não localiza um contato do cliente, deve responder na própria rede social onde foi criticado. A recomendação é encaminhar uma BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 49 mensagem sucinta, sem relatar o problema, com a indicação de um canal de atendimento para o cliente entrar em contato. O problema é off-line Se o canal de atendimento ao consumidor da companhia for ineficiente, a eficácia de uma boa gestão das redes sociais é limitada. O cliente que reclama no SAC e não é bem atendido tende a voltar a usar as mídias sociais para dar continuidade à sua reclamação. Assim, a primeira lição é conquistar a eficiência off-line. Posicionamento, reposicionamento etc. Palavra mágica adorada por qualquer um que estude marketing. É impressionante como o interesse por isso é sempre forte. Na prática, o reposicionamento é uma mudança crítica. Imagine que você tem uma identidade construída e agora irá reconstruir essa identidade. Não é fácil. É arriscado e perigoso. Imagine se deslocar para um mercado e não ser percebido? A empresa comunica e o cliente potencial não percebe/aceita aquilo como sendo para ele. Seja está acima de suas condições. São inúmeros os casos de fracassos de sub ou super posicionamento. Mudar o posicionamento é mudar de público. Se der certo, parabéns. Se não der certo, negócio no lixo. No lixo porque não funcionou a mudança e o que você irá fazer? Outra mudança? E a marca ali, sendo moída. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 50 Veja o caso da Granado. Fabricante tradicional de produtos de higiene, empresa centenária, decidiu modernizar a sua marca. Rejuvenescer. Era a palavra-chave. O que aconteceu? Os clientes antigos se afastaram. Não reconheciam mais o produto. Tudo terminou bem, pois a empresa retomou a logo antiga, modernizou com cores mais fortes que as anteriores e buscou um ar retrô. O risco foi enorme de jogar fora o que já fora construído. Veja o caso da Dove. Sem abandonar sua associação direta com a ideia de hidratação, Dove começou a se posicionar, num conceito mais amplo, como marca completa para a beleza da mulher. A empresa relançou toda a sua linha de xampus e produtos para cabelos com o nome Therapy, seguindo posicionamento global da marca. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 51 Veja a Petrobras. “O nosso negócio é energia”. Abandona o negócio “sujo” ao meio ambiente para uma percepção de valor mais ampla: energia. “Como o nosso negócio é energia, corremos em paralelo com pesquisas e desenvolvimento de novas fontes, como o biodiesel.” Fonte: http://www.petrobras.com.br/pt/quem-somos/perfil/atividades. Pesquisado em 05/07/2013 Brand book O que é um brand book? Por que eu preciso de um? Provavelmente você já passou por isso. Você entra em um site de uma empresa e depois quando a visita pessoalmente tem a sensação de que é outra. Pega os materiais de comunicação e parecem diferentes. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 52 Situações como esta nos fazem entender a importância de ter uma identidade de marca. Certificar-se de que o seu site, cartões de visita, entre outros têm a mesma aparência geral, não só reforça a sua credibilidade com seus clientes, mas também faz você se destacar da multidão. Como ter certeza que sua marca tem essa consistência? Aqui o brand book entra em cena. Em sua essência, um brand book é uma ferramenta essencial para que uma marca se desenvolva dentro do planejado ou desejado. Você pode conhecê-lo ainda por outros nomes: Diretrizes da Marca, Diretrizes da Identidade Corporativa, Brand Bible e outros menos comuns. Embora seja verdade que um brand book possa ser tedioso (e trabalhoso), os benefícios geralmente superam os custos de produzir e seguir fielmente um. Certo. Mas qual seria a sua função mesmo? Ele tem como função informar a correta comunicação do conceito e essência da marca, fazendo com que os envolvidos conheçam e percebam isto. Perceber a marca é fundamental, porque não se trata apenas de aplicações de logo, mas de afirmações de identidade. É um manual que fala até qual deve ser o tom de voz da comunicação, passando pela decoração, uniforme e perfil de funcionários. É um guia para ajudar manter ou construir os ativos da marca. O que tem dentro de um brand book? Deve conter aspectos e cuidados de tudo que fizer referência à logomarca: design, cores, tamanhos etc. Deve conter ainda aspectos que não são gráficos, como a posição em um folheto, o tipo de associação desejada, por exemplo. Não existe um padrão do conteúdo, mas ele é O LIVRO DA MARCA. Ou seja, é a referência para quem deseja gerenciar uma marca. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA53 As regras de marca estabelecidas devem ter flexibilidade para não serem engessadas e rigidez suficiente para não flexibilizar e perder a identidade. Entendeu? Dito de outra forma, existem aspectos que não podem ser mudados, caso contrário, as referências desejadas são perdidas. Normalmente qualquer coisa que afaste do posicionamento. Lembre-se que a ideia central é adicionar profundidade e ressonância à sua posição de marca, garantindo seu alinhamento com a sua estratégia de negócios. Mas o que poderia sair errado? O uso inadequado de seu logotipo e slogan, uso incorreto usado de cores, fontes e elementos de design. Essa falta de coesão no tratamento do logotipo e design em geral pode deixar uma aparência de confusão ou desleixo. Lembre-se ainda que mensagens inconsistentes podem terminar em venda baixas. Existem vários pela internet. Esse do Carrefour está bem completo: http://logobr.org/branding/carrefour-manual-e-aplicacoes/ BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 54 Aprenda Mais Leia o artigo Redes sociais: empresas, internet e administração publicado na Atile branding. Visite o site da Global Brands pelo endereço http://www.globalbrands.com.br. Exercícios de fixação Questão 1 Do que consistem as atividades de branding? a) Naming, design, impressão de materiais, atendimento à mídia; b) Naming, pesquisas de mercado, controle de como é aplicada a marca. c) De tudo que for criação, planejamento, execução e avaliação de todos os aspectos gráficos de uma marca. d) De todos o gerenciamento dos aspectos comunicacionais de um produto. e) Controle do brand equity. Questão 2 O que é o brand equity? a) Conjunto de ativos e de passivos ligados à marca. b) Conjunto de ativos e de passivos ligados à marca que subtraem valor. c) Conjunto de ativos e de passivos ligados à marca que adicionam valor. d) É o gerenciamento de todos os aspectos comunicacionais de uma marca. e) É o gerenciamento dos ativos tangíveis de um produto. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 55 Questão 3 O que vem antes? O posicionamento ou a identidade? a) Posicionamento, desde que a identidade seja o desdobramento dele. b) A identidade. c) Eles são planejados em conjunto. d) Posicionamento. e) A identidade, se incluirmos a personalidade de marca. Questão 4 O que é o brand book? a) É a maneira como a empresa conduzirá o marketing. b) É como a empresa irá gerenciar o branding. c) É a referência para a empresa gerenciar a marca. d) É o gerenciamento de todos os aspectos gráficos de uma marca. e) É o gerenciamento dos ativos tangíveis da marca. Questão 5 Quais os significados mais importantes de uma marca? a) Valores, cultura e personalidade. b) Valores, cultura, identidade e personalidade. c) Valores, identidade e personalidade. d) Cultura, identidade e personalidade e) Personalidade, identidade e reconhecimento. Referências STRAUSS, Judy. E-marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 56 AAKER, David, Joachimstaller, Eric. Construindo Marcas Líderes. São Paulo: Campus, 2007. BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 57 Chaves de resposta Aula 1 Exercícios de fixação Questão 1 – A Questão 2 – C Questão 3 – A Questão 4 – E Questão 5 – D Aula 2 Exercícios de fixação Questão 1 – A Questão 2 – F Questão 3 – D Questão 4 – A Questão 5 – E Aula 3 Exercícios de fixação Questão 1 – D Questão 2 – Questão 3 – Questão 4 – Questão 5 – BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 58 Aula 4 Exercícios de fixação Questão 1 – B Questão 2 – A Questão 3 – D Questão 4 – C Questão 5 – A BRANDING E GERENCIAMENTO DE PORTFOLIO DE PRODUTOS - APOSTILA 59 Conteudista Eduardo Homem da Costa Consultor de negócios. Mestrando em Sistemas de Gestão (Latec/UFF), graduado em Relações Internacionais (Unesa), História (UFRJ) e MBA em Marketing pela ESPM-RJ. Professor da Universidade Estácio de Sá. Foi Superintendente da Cruzada do Menor e Gerente Regional do Grupo Aduaneiras. Autor dos livros Fundamentos de Responsabilidade Social e Responsabilidade Social: conceitos e casos. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3419603284610627 Atualizado em: 23 de Outubro de 2013
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