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princípios de direito penal (teoria e questões de provas anteriores) - CESPE

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Aula 00
Direito Penal e Processual Penal p/ STM (Analista Jud - Área Judiciária e Execução de
Mandados)
Professor: Renan Araujo
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D. PENAL E PROCESSO PENAL P/ STM Ð AJAJ 
Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 
 
AULA DEMONSTRATIVA 
PRINCêPIOS DO DIREITO PENAL. CONCEITO E FONTES. 
DISPOSI‚ÍES CONSTITUCIONAIS APLICçVEIS. 
SUMçRIO 
 
1. PRINCêPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL ........................................... 6 
1.1 Princ’pio da legalidade ........................................................................................... 6 
1.1.1 Princ’pio da Reserva Legal .................................................................................. 7 
1.1.2 Princ’pio da anterioridade da Lei penal ................................................................. 9 
1.2 Princ’pio da individualiza‹o da pena ..................................................................... 11 
1.3 Princ’pio da intranscendncia da pena ................................................................... 11 
1.4 Princ’pio da limita‹o das penas ou da humanidade ................................................. 12 
1.5 Princ’pio da presun‹o de inocncia ou presun‹o de n‹o culpabilidade ...................... 13 
1.6 Disposi›es constitucionais relevantes ................................................................... 16 
1.6.1 Veda›es constitucionais aplic‡veis a crimes graves ............................................. 16 
1.6.2 Tribunal do Jœri ............................................................................................... 17 
1.6.3 Menoridade Penal ............................................................................................ 18 
2 OUTROS PRINCêPIOS DO DIREITO PENAL .......................................................... 18 
2.1 Princ’pio da ofensividade ..................................................................................... 18 
2.2 Princ’pio da alteridade (ou lesividade) ................................................................... 18 
2.3 Princ’pio da Adequa‹o social ............................................................................... 19 
2.4 Princ’pio da Fragmentariedade do Direito Penal ....................................................... 19 
2.5 Princ’pio da Subsidiariedade do Direito Penal .......................................................... 19 
2.6 Princ’pio da Interven‹o m’nima (ou Ultima Ratio) .................................................. 20 
2.7 Princ’pio do ne bis in idem ................................................................................... 20 
2.8 Princ’pio da proporcionalidade .............................................................................. 22 
2.9 Princ’pio da confiana .......................................................................................... 22 
2.10 Princ’pio da insignific‰ncia (ou da bagatela) ........................................................... 22 
3 CONCEITO E FONTES DO DIREITO PENAL ........................................................... 25 
3.1 Conceito ............................................................................................................ 25 
3.2 Fontes .............................................................................................................. 25 
4 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 26 
4.1 Sœmulas do STJ .................................................................................................. 26 
5 RESUMO .............................................................................................................. 27 
6 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 32 
7 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 38 
8 GABARITO .......................................................................................................... 53 
 
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Teoria e quest›es 
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Ol‡, meus amigos! 
 
ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA 
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova‹o de 
vocs no concurso do SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR (STM). N—s vamos 
estudar teoria e comentar exerc’cios sobre DIREITO PENAL E PROCESSO 
PENAL, para o cargo de ANALISTA JUDICIçRIO Ð çREA JUDICIçRIA. 
E a’, povo, preparados para a maratona? 
O edital acabou de ser publicado, e a Banca ser‡ o CESPE! As provas 
est‹o agendadas para o dia 04.03.2018. 
Bom, est‡ na hora de me apresentar a vocs, n‹o Ž? 
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico 
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro, 
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes, 
porŽm, fui servidor da Justia Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de 
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho. 
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos. 
Desde o comeo da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha 
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferena! Algumas pessoas me perguntam 
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco + 
Fora de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente 
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso 
funciona! 
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro, 
poder colaborar para a aprova‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu 
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova‹oÓ, n‹o estou falando apenas 
por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova‹o 
em todos os concursos! 
Neste curso vocs receber‹o todas as informa›es necess‡rias para que 
possam ter sucesso na prova do STM. Acreditem, vocs n‹o v‹o se arrepender! 
O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua aprova‹o, com sua 
vaga, ou seja, com voc! 
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc ainda 
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor 
escolha. Eu entendo voc, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil 
escolher o melhor material para sua prepara‹o. Contudo, alguns colegas de 
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse: 
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Esse print screen acima foi retirado da p‡gina de avalia‹o do curso. De 
um curso elaborado para um concurso bastante concorrido (Delegado da 
PC-PE). Vejam que, dos 62 alunos que avaliaram o curso, 61 o aprovaram. Um 
percentual de 98,39%. 
Ainda n‹o est‡ convencido? Continuo te entendendo. Voc acha que 
pode estar dentro daqueles 1,61%. Em raz‹o disso, disponibilizamos 
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc possa analisar o 
material, ver se a abordagem te agrada, etc. 
Acha que a aula demonstrativa Ž pouco para testar o material? Pois 
bem, o EstratŽgia concursos d‡ a voc o prazo de 30 DIAS para testar o 
material. Isso mesmo, voc pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente 
o material e, se n‹o gostar, devolvemos seudinheiro. 
Sabem porque o EstratŽgia Concursos d‡ ao aluno 30 dias para 
pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso n‹o vai acontecer! N‹o 
temos medo de dar a voc essa liberdade. 
Neste curso estudaremos todo o conteœdo de Direito Penal previsto no 
Edital. Estudaremos teoria e vamos trabalhar tambŽm com exerc’cios 
comentados. 
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo: 
!
AULA CONTEòDO DATA 
Aula 00 
Aspectos introdut—rios ao estudo do 
Direito Penal. Princ’pios do Direito 
Penal. Disposi›es constitucionais 
aplic‡veis. Conceito e fontes. 
J‡ 
dispon’vel 
Aula 01 
Aplica‹o da Lei Penal. Infra‹o 
penal. Disposi›es preliminares do 
CP. Interpreta‹o e integra‹o da 
Lei penal. 
J‡ 
dispon’vel 
Aula 02 Do Crime (parte I) J‡ dispon’vel 
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Aula 03 Do Crime (parte II). Erro. J‡ dispon’vel 
Aula 04 Concurso de pessoas J‡ dispon’vel 
Aula 05 Punibilidade e Extin‹o da punibilidade. 
J‡ 
dispon’vel 
Aula 06 
Crimes praticados por funcion‡rio 
pœblico contra a administra‹o em 
geral 
J‡ 
dispon’vel 
Aula 07 Crimes praticados por particular contra a administra‹o em geral 
J‡ 
dispon’vel 
Aula 08 
Crimes contra a administra‹o 
pœblica estrangeira. Crimes contra 
a administra‹o da Justia. Crimes 
contra as finanas pœblicas. 
J‡ 
dispon’vel 
Aula 09 Abuso de autoridade (Lei 4.898/65) 
J‡ 
dispon’vel 
Aula 10 Princ’pios do processo penal 
J‡ 
dispon’vel 
 
As aulas ser‹o disponibilizadas no site conforme o cronograma 
apresentado. Em cada aula eu trarei algumas quest›es que foram cobradas 
em concursos pœblicos, para fixarmos o entendimento sobre a matŽria. 
Sempre que poss’vel, trabalharemos com quest›es do pr—prio CESPE. 
Mais de 95% de nossas quest›es ser‹o do CESPE! 
AlŽm da teoria e das quest›es, vocs ter‹o acesso a duas ferramentas 
muito importantes: 
¥! RESUMOS Ð Cada aula ter‡ um resumo daquilo que foi estudado, 
variando de 03 a 10 p‡ginas (a depender do tema), indo direto ao 
ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal para quem est‡ sem 
muito tempo. 
¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: basta 
perguntar ao professor Vinicius Silva, que Ž o respons‡vel pelo 
F—rum de Dœvidas, exclusivo para os alunos do curso. 
 
Outro diferencial importante Ž que nosso curso em PDF ser‡ 
complementado por videoaulas. Nas videoaulas ser‹o apresentados 
alguns pontos considerados mais relevantes da matŽria, seja atravŽs da 
apresenta‹o da teoria seja atravŽs da resolu‹o de exerc’cios anteriores, como 
forma de ajudar na assimila‹o da matŽria. 
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No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 E-mail: profrenanaraujo@gmail.com 
 Periscope: @profrenanaraujo 
Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia 
Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br 
Youtube: 
www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ 
 
Observa‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a 
legisla‹o sobre direitos autorais e d‡ outras providncias. 
 
Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos. ;-) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 1.! PRINCêPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL 
 
 Os princ’pios constitucionais do Direito Penal s‹o normas que, extra’das 
da Constitui‹o Federal, servem como base interpretativa para todas as 
outras normas de Direito Penal do sistema jur’dico brasileiro. Entretanto, 
n‹o possuem somente fun‹o informativa, n‹o servem somente para auxiliar na 
interpreta‹o de outras normas. Os princ’pios constitucionais, na atual 
interpreta‹o constitucional, possuem fora normativa, devendo ser 
respeitados, sob pena de inconstitucionalidade da norma que os contrariar. 
 No que tange ao Direito Penal, a Constitui‹o Federal traz alguns princ’pios 
aplic‡veis a este ramo do Direito. Vamos analis‡-los um a um. 
 
1.1!Princ’pio da legalidade 
O princ’pio da legalidade est‡ previsto no art. 5¡, XXXIX da Constitui‹o 
Federal: 
Art. 5¼ (...) XXXIX - n‹o h‡ crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prŽvia 
comina‹o legal; 
Entretanto, ele TAMBƒM est‡ previsto no C—digo Penal, em seu art. 1¡: 
Art. 1¼ - N‹o h‡ crime sem lei anterior que o defina. N‹o h‡ pena sem prŽvia 
comina‹o legal. 
 
Nas palavras de Cezar Roberto Bitencourt: 
Òpelo princ’pio da legalidade, a elabora‹o de normas incriminadoras Ž fun‹o 
exclusiva da lei, isto Ž, nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma pena 
criminal pode ser aplicada sem que antes da ocorrncia deste fato exista uma lei 
definindo-o como crime e cominando-lhe a san‹o correspondente.Ó1 
 
Este princ’pio, quem vem do latim (Nullum crimen sine praevia lege), 
estabelece que uma conduta n‹o pode ser considerada criminosa se antes de sua 
pr‡tica n‹o havia lei nesse sentido2. Trata-se de uma exigncia de segurana 
jur’dica: imaginem se pudŽssemos responder criminalmente por uma conduta 
que, quando praticamos, n‹o era crime? Simplesmente n‹o far’amos mais nada, 
com medo de que, futuramente, a conduta fosse criminalizada e pudŽssemos 
responder pelo delito! 
Entretanto, o Princ’pio da Legalidade se divide em dois outros princ’pios, o 
da Reserva Legal e o da Anterioridade da Lei Penal. Desta forma, vamos 
estud‡-los em t—picos distintos. 
 
 
1 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Ð Parte Geral. Ed. Saraiva, 21¼ edi‹o. S‹o Paulo, 
2015, p. 51 
2 BITENCOURT, Op. cit., P. 51 
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 1.1.1!Princ’pio da Reserva Legal 
O princ’pio da Reserva Legal estabelece que SOMENTE LEI (EM SENTIDO 
ESTRITO) pode definir condutas criminosas e estabelecer san›es penais (penas 
e medidas de segurana).3 
Assim, somente a Lei (editada pelo Poder Legislativo) pode definir crimes e 
cominar penas. Logo, Medidas Provis—rias, Decretos, e demais diplomas 
legislativos4 NÌO PODEM ESTABELECER CONDUTAS CRIMINOSAS NEM 
COMINAR SAN‚ÍES. 
CUIDADO! H‡ FORTE divergncia a respeito da possibilidade de Medida 
Provis—ria tratar sobre matŽria penal, havendo duas correntes. 
§! Primeira corrente Ð N‹o pode, pois a CF/88 veda a utiliza‹o de MP 
em matŽria penal. 
§! Segunda corrente Ð Pode, desde que seja matŽria favor‡vel ao rŽu 
(descriminaliza‹o de condutas, por exemplo). Prevalece esta 
corrente no STF.5 
 
Assim, Ž poss’vel que haja viola‹o ao Princ’pio da legalidade sem que haja 
viola‹o ˆ reserva legal. Entretanto, havendo viola‹o ˆ reserva legal, isso 
implica necessariamente em viola‹o ao princ’pio da legalidade, pois aquele Ž 
parte deste. Lembrem-se: Legalidade = Reserva legal + Anterioridadeda 
lei penal. 
O princ’pio da reserva legal implica a proibi‹o da edi‹o de leis vagas, com 
conteœdo impreciso. Isso porque a existncia de leis cujo conteœdo n‹o seja claro, 
que n‹o se sabe ao certo qual conduta est‡ sendo criminalizada, acaba por retirar 
toda a fun‹o do princ’pio da reserva legal, que Ž dar segurana jur’dica ˆs 
pessoas, para que estas saibam exatamente se as condutas por elas praticadas 
s‹o, ou n‹o, crime. Por exemplo: 
Imagine que a Lei X considere como criminosas as condutas que 
atentem contra os bons costumes. Ora, alguŽm sabe definir o que s‹o bons 
costumes? N‹o, pois se trata de um termo muito vago, muito genŽrico, que pode 
abranger uma infinidade de condutas. Assim, n‹o basta que se trate de lei em 
sentido estrito (Lei formal), esta lei tem que estabelecer precisamente a conduta 
que est‡ sendo criminalizada, sob pena de ofensa ao princ’pio da legalidade. 
Trata-se do princ’pio da taxatividade da lei penal.6 
Entretanto, fiquem atentos! Existem as chamadas NORMAS PENAIS EM 
BRANCO. As normas penais em branco s‹o aquelas que dependem de outra 
norma para que sua aplica‹o seja poss’vel. Por exemplo: A Lei de Drogas (Lei 
11.343/06) estabelece diversas condutas criminosas referentes ˆ 
 
3 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 66 
4 Inclusive os tratados internacionais, que devem ser incorporados ao nosso ordenamento jur’dico por meio 
de Lei. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 67 
5 STF, RE 254.818-PR. 
6 Ou, para alguns, a garantia da lex certa. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 68 
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 comercializa‹o, transporte, posse, etc., de subst‰ncia entorpecente. Mas quais 
seriam as subst‰ncias entorpecentes proibidas? As subst‰ncias 
entorpecentes proibidas est‹o descritas em uma portaria expedida pela ANVISA. 
Assim, as normas penais em branco s‹o legais, n‹o violam o princ’pio da reserva 
legal, mas sua aplica‹o depende da an‡lise de outra norma jur’dica. 
Mas a portaria da ANVISA n‹o seria uma viola‹o ˆ reserva legal, por 
se tratar de criminaliza‹o de conduta por portaria? N‹o, pois a portaria 
estabelece quais s‹o as subst‰ncias entorpecentes em raz‹o de ter sido assim 
determinado por lei, no caso, pela pr—pria lei de drogas, que em seu art. 66, 
estabelece como subst‰ncias entorpecentes aquelas previstas na Portaria 
SVS/MS n¡344/98. 
A Doutrina divide, ainda, as normas penais em branco7 em: 
¥! Homogneas (norma penal em branco em sentido amplo) Ð A 
complementa‹o Ž realizada por uma fonte hom—loga, ou seja, pelo 
mesmo —rg‹o que produziu a norma penal em branco. 
¥! Heterogneas (norma penal em branco em sentido estrito) Ð A 
complementa‹o Ž realizada por fonte heter—loga, ou seja, por —rg‹o 
diverso daquele que produziu a norma penal em branco. 
 
AlŽm disso, em raz‹o da reserva legal, em Direito Penal Ž proibida a 
analogia in malam partem8, que Ž a analogia em desfavor do rŽu. Assim, n‹o 
pode o Juiz criar uma conduta criminosa n‹o prevista em lei, com base na 
analogia. 
EXEMPLO: Jo‹o agride seu parceiro homossexual, Alberto. Nesse caso, 
houve a pr‡tica do crime de les‹o corporal (art. 129 do C—digo Penal). 
N‹o pode o Juiz querer enquadr‡-lo no conceito da Lei Maria da Penha, 
pois esta Lei Ž clara ao afirmar que s— se aplica nos casos de 
agress‹o contra a mulher. Aplicar a lei neste caso seria fazer uma 
analogia desfavor‡vel ao rŽu, pois a Lei Maria da Penha estabelece 
puni›es mais gravosas que o art. 129 do C—digo Penal. Isso Ž vedado! 
 
Com rela‹o ˆ interpreta‹o extensiva, parte da Doutrina entende que Ž 
poss’vel, outra parte entende que, ˆ semelhana da analogia in malam 
partem, n‹o Ž admiss’vel. A interpreta‹o extensiva difere da analogia, pois 
naquela a previs‹o legal existe, mas est‡ impl’cita. Nesta, a previs‹o legal n‹o 
existe, mas o Juiz entende que por ser semelhante a uma hip—tese existente, 
deva ser assim enquadrada. Cuidado com essa diferena! 
Entretanto, em prova objetiva, o que fazer? Nesse caso, sugiro adotar 
o entendimento de que Ž poss’vel a interpreta‹o extensiva, mesmo que 
 
7 BITENCOURT, Op. cit., p. 201/202. 
8 BITENCOURT, Op. cit., p. 199/200. No mesmo sentido, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 
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 prejudicial ao rŽu, pois este foi o entendimento adotado pelo STF (ainda que n‹o 
haja uma jurisprudncia s—lida nesse sentido).9 
 
1.1.2!Princ’pio da anterioridade da Lei penal 
O princ’pio da anterioridade da lei penal estabelece que n‹o basta que a 
criminaliza‹o de uma conduta se d por meio de Lei em sentido estrito, mas 
que esta lei seja anterior ao fato, ˆ pr‡tica da conduta. 
EXEMPLO: Pedro dirige seu carro embriagado no dia 20/05/2010, 
tendo sido abordado em blitz e multado. Nesta data, n‹o h‡ lei que 
criminalize esta conduta. Em 26/05/2010 Ž publicada uma Lei 
criminalizando o ato de dirigir embriagado. O —rg‹o que aplicou a multa 
remete os autos do processo administrativa da Multa ao MP, que oferece 
denœncia pelo crime de dirigir alcoolizado. A conduta do MP foi correta? 
N‹o! Pois embora Pedro tivesse cometido uma infra‹o de tr‰nsito, na 
data do fato a conduta n‹o era considerada crime. 
 
Houve viola‹o ao princ’pio da reserva legal? N‹o, pois a criminaliza‹o 
da conduta se deu por meio de lei formal. Houve viola‹o ao princ’pio da 
anterioridade da lei penal? Sim, e essa viola‹o se deu pelo MP, que ofereceu 
denœncia sobre um fato acontecido antes da vigncia da lei incriminadora. 
Percebam que a viola‹o ˆ anterioridade, neste caso, se deu pelo MP. Mas 
nada impede, no entanto, que essa viola‹o se d pela pr—pria lei penal 
incriminadora. Imaginem que a Lei que criminalizou a conduta de Pedro 
estabelecesse que todos aqueles que tenham sido flagrados dirigindo alcoolizados 
nos œltimos dois anos responderiam pelo crime nela previstos. Essa lei seria 
inconstitucional nesta parte! Pois violaria flagrantemente o princ’pio 
constitucional da anterioridade da lei penal, previsto no art. 5¡, XXXIX da 
Constitui‹o Federal. 
O princ’pio da anterioridade da lei penal culmina no princ’pio da 
irretroatividade da lei penal. Pode-se dizer, inclusive, que s‹o sin™nimos. 
Entretanto, a lei penal pode retroagir. Como assim? Quando ela beneficia o rŽu, 
estabelecendo uma san‹o menos gravosa para o crime ou quando deixa de 
considerar a conduta como criminosa. Nesse caso, estamos haver‡ retroatividade 
da lei penal, pois ela alcanar‡ fatos ocorridos ANTES DE SUA VIGæNCIA. 
EXEMPLO: Imagine que Maria seja acusada em processo criminal por um 
determinado crime ÒXÓ, fato cometido em 20.04.2005. A pena para este 
crime varia de um a quatro anos. Se uma lei for editada posteriormente, 
estabelecendo que a pena para este crime ser‡ de dois a seis MESES, essa 
lei Ž favor‡vel ˆ Maria, devendo ser aplicada ao seu caso, mesmo que j‡ 
tenha sido condenada. 
 
 
9 RHC 106481/MS - STF 
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 Essa previs‹o se encontra no art. 5¡, XL da Constitui‹o: 
Art. 5¼ (...) XL - a lei penal n‹o retroagir‡,salvo para beneficiar o rŽu; 
 
Mas e se Maria j‡ tiver sido condenada a dois anos de pris‹o e esteja 
cumprindo pena h‡ mais de um ano? Nesse caso, Maria dever‡ ser colocada 
em liberdade, pois se sua condena‹o fosse hoje, n‹o poderia superar o limite de 
seis meses. Como j‡ cumpriu mais de seis meses, sua pena est‡ extinta. 
Obviamente, se a lei nova, ao invŽs de estabelecer uma pena mais branda, 
estabelece que a conduta deixa de ser crime (O que chamamos de abolitio 
criminis), TAMBƒM SERç APLICADA AOS FATOS OCORRIDOS ANTES DE 
SUA VIGæNCIA, POR SER MAIS BENƒFICA AO RƒU. 
N‹o se trata de um Òbenef’cioÓ criminoso. Trata-se de uma quest‹o de l—gica: 
Se o Estado considera, hoje, que uma determinada conduta n‹o pode ser crime, 
n‹o faz sentido manter preso, ou dar sequncia a um processo pela pr‡tica deste 
fato que n‹o Ž mais crime, pois o pr—prio Estado n‹o considera mais a conduta 
como t‹o grave a ponto de merecer uma puni‹o criminal. 
ATEN‚ÌO! No caso das Leis tempor‡rias, a lei continuar‡ a 
produzir seus efeitos mesmo ap—s o tŽrmino de sua vigncia, caso contr‡rio, 
perderia sua raz‹o de ser. O caso mais cl‡ssico Ž o da lei seca para o dia das 
elei›es. Nesse dia, o consumo de bebida alco—lica Ž proibido durante certo 
hor‡rio. Ap—s o tŽrmino das elei›es, a ingest‹o de bebida alco—lica passa a n‹o 
ser mais crime novamente. Entretanto, n‹o houve abolitio criminis, houve 
apenas o tŽrmino do lapso temporal em que a proibi‹o vigora. Somente 
haveria abolitio criminis caso a lei que pro’be a ingest‹o de bebidas alco—licas 
no dia da elei‹o fosse revogada, o que n‹o ocorreu! 
 
A legalidade (reserva legal e anterioridade) s‹o garantias para os cidad‹os, 
pois visam a impedir que o Estado os surpreenda com a criminaliza‹o de uma 
conduta ap—s a pr‡tica do ato. Pensem como seria nossa vida se pudŽssemos, 
amanh‹, sermos punidos pela pr‡tica de um ato que, hoje, n‹o Ž considerado 
crime? Como poder’amos viver sem saber se amanh‹ ou depois aquela conduta 
seria considerada crime n—s poder’amos ser condenados e punidos por ela? 
Imposs’vel viver assim. 
Assim: 
Legalidade = Anterioridade + Reserva Legal 
 
NÌO SE ESQUE‚AM: Trata-se de um princ’pio com duas vertentes! 
 
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 1.2!Princ’pio da individualiza‹o da pena 
A Constitui‹o Federal estabelece, em seu art. 5¡, XLVI: 
XLVI - a lei regular‡ a individualiza‹o da pena e adotar‡, entre outras, as seguintes: 
 
A individualiza‹o da pena Ž feita em trs fases distintas: Legislativa, 
judicial e administrativa.10 
Na esfera legislativa, a individualiza‹o da pena se d‡ atravŽs da 
comina‹o de puni›es proporcionais ˆ gravidade dos crimes, e com o 
estabelecimento de penas m’nimas e m‡ximas, a serem aplicadas pelo Judici‡rio, 
considerando as circunst‰ncias do fato e as caracter’sticas do criminoso. 
Na fase judicial, a individualiza‹o da pena Ž feita com base na an‡lise, pelo 
magistrado, das circunst‰ncias do crime, dos antecedentes do rŽu, etc. Nessa 
fase, a individualiza‹o da pena sai do plano meramente abstrato e vai para o 
plano concreto, devendo o Juiz fixar a pena de acordo com as peculiaridades do 
caso (Tipo de pena a ser aplicada, quantifica‹o da pena, forma de cumprimento, 
etc.), tudo para que ela seja a mais apropriada para cada rŽu, de forma a cumprir 
seu papel ressocializador-educativo e punitivo. 
Na terceira e œltima fase, a individualiza‹o Ž feita na execu‹o da pena, 
a parte administrativa. Assim, quest›es como progress‹o de regime, concess‹o 
de sa’das eventuais do local de cumprimento da pena e outras, ser‹o decididas 
pelo Juiz da execu‹o penal tambŽm de forma individual, de acordo com as 
peculiaridades de cada detento. 
Por esta raz‹o, em 2006, o STF declarou a inconstitucionalidade do artigo da 
Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) que previa a impossibilidade de 
progress‹o de regime nesses casos, nos quais o rŽu deveria cumprir a pena em 
regime integralmente fechado. O STF entendeu que a terceira fase de 
individualiza‹o da pena havia sido suprimida, violando o princ’pio constitucional. 
Outra indica‹o clara de individualiza‹o da pena na fase de execu‹o est‡ 
no artigo 5¡, XLVIII da Constitui‹o, que estabelece o cumprimento da pena em 
estabelecimentos distintos, de acordo com as caracter’sticas do preso. Vejamos: 
Art. 5¼ (...) XLVIII - a pena ser‡ cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo 
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; 
 
1.3!Princ’pio da intranscendncia da pena11 
Este princ’pio constitucional do Direito Penal est‡ previsto no art. 5¡, XLV da 
Constitui‹o Federal: 
XLV - nenhuma pena passar‡ da pessoa do condenado, podendo a obriga‹o de 
reparar o dano e a decreta‹o do perdimento de bens ser, nos termos da lei, 
 
10 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 76 
11 TambŽm chamado de princ’pio da personifica‹o da pena, ou princ’pio da responsabilidade pessoal da 
pena, ou princ’pio da pessoalidade da pena. 
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 estendidas aos sucessores e contra eles executadas, atŽ o limite do valor do 
patrim™nio transferido; (grifo nosso) 
Esse princ’pio impede que a pena ultrapasse a pessoa do infrator. 
EXEMPLO: Se Paulo comete um crime, e morre em seguida, est‡ 
extinta a punibilidade, ou seja, o Estado n‹o pode mais punir em raz‹o 
do crime praticado, pois a morte do infrator Ž uma das causas de 
extin‹o do poder punitivo do Estado. 
 
Entretanto, como vocs podem extrair da pr—pria reda‹o do dispositivo 
constitucional, isso n‹o impede que os sucessores do condenado falecido sejam 
obrigados a reparar os danos civis causados pelo fato. Explico: 
EXEMPLO: Roberto mata Maur’cio, cometendo o crime previsto no art. 
121 do C—digo Penal (Homic’dio). Roberto Ž condenado a 15 anos de 
pris‹o, e na esfera c’vel Ž condenado ao pagamento de R$ 
100.000,00 (Cem mil reais) a t’tulo de indeniza‹o ao filho de 
Maur’cio. Durante a execu‹o da pena criminal, Roberto vem a falecer. 
Embora a pena privativa de liberdade esteja extinta, pela morte do 
infrator, a obriga‹o de reparar o dano poder‡ ser repassada aos 
herdeiros, atŽ o limite do patrim™nio deixado pelo infrator 
falecido. Assim, se Roberto deixou um patrim™nio de R$ 500.000,00 
(Quinhentos mil reais), desse valor, que j‡ pertence aos herdeiros (pelo 
princ’pio da saisine, do Direito das Sucess›es), poder‡ ser debitado os 
R$ 100.000,00 (cem mil reais) que Roberto foi condenado a pagar ao 
filho de Maur’cio. Se, porŽm, o patrim™nio deixado por Roberto Ž de 
apenas R$ 30.000,00 (Trinta mil reais), esse Ž o limite ao qual os 
herdeiros est‹o obrigados. 
 
Desta forma, tecnicamente falando, os herdeiros n‹o s‹o 
responsabilizados pelo crime de Roberto, pois n‹o respondem com seu 
pr—prio patrim™nio, apenas com o patrim™nio eventualmente deixado pelo de 
cujus. 
CUIDADO! A multa n‹o Ž Òobriga‹o de reparar o danoÓ, pois n‹o se 
destina ˆ v’tima. A multa Ž espŽcie de PENA e, portanto, n‹o pode ser executada 
em face dos herdeiros, ainda que haja transferncia de patrim™nio. Neste caso, 
com a morte do infrator, extingue-se a punibilidade, n‹o podendo ser 
executada a pena de multa. 
 
1.4!Princ’pio da limita‹o das penas ou da humanidade 
A Constitui‹o Federal estabelece em seu art. 5¡, XLVII, que: 
Art. 5¼ (...) XLVII - n‹o haver‡ penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,nos termos do art. 84, XIX; 
b) de car‡ter perpŽtuo; 
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 c) de trabalhos forados; 
d) de banimento; 
e) cruŽis; 
 
Podemos perceber, caros concurseiros, que determinados tipos de pena 
s‹o terminantemente proibidos pela Constitui‹o Federal. 
No caso da pena de morte, a Constitui‹o estabelece uma œnica 
exce‹o: No caso de guerra declarada, Ž poss’vel a aplica‹o de pena de morte 
por crimes cometidos em raz‹o da guerra! Isso n‹o quer dizer que basta que o 
pa’s esteja em guerra para que se viabilize a aplica‹o da pena de morte em 
qualquer caso. N‹o pode o legislador, por exemplo, editar uma lei estabelecendo 
que os furtos cometidos durante estado de guerra ser‹o punidos com pena de 
morte, pois isso n‹o guarda qualquer razoabilidade. Esta ressalva Ž direcionada 
precipuamente aos crimes militares. 
A veda‹o ˆ pena de trabalhos forados impede, por exemplo, que o preso 
seja obrigado a trabalhar sem remunera‹o. Assim, ao preso que trabalha no 
estabelecimento prisional Ž garantida remunera‹o mensal e abatimento no 
tempo de cumprimento da pena. 
A pris‹o perpŽtua tambŽm Ž inadmiss’vel no Direito brasileiro. Em 
raz‹o disso, uma lei que preveja a pena m’nima para um crime em 60 anos, por 
exemplo, estaria violando o princ’pio da veda‹o ˆ pris‹o perpŽtua, por se tratar 
de uma burla ao princ’pio, j‡ que a idade m’nima para aplica‹o da pena Ž 18 
anos. Logo, se o preso tiver que ficar, no m’nimo, 60 anos preso, ele ficar‡ atŽ 
os 78 anos preso, o que significa, na pr‡tica, pris‹o perpŽtua. 
CUIDADO! Esta veda‹o Ž cl‡usula pŽtrea! Trata-se de 
direitos fundamentais do cidad‹o, que n‹o podem ser restringidos ou abolidos 
por emenda constitucional. Desta forma, apenas com o advento de uma nova 
Constitui‹o seria poss’vel falarmos em aplica‹o destas penas no Brasil. 
 
1.5!Princ’pio da presun‹o de inocncia ou presun‹o de n‹o 
culpabilidade 
A Presun‹o de inocncia Ž o maior pilar de um Estado Democr‡tico de 
Direito, pois, segundo este princ’pio, nenhuma pessoa pode ser considerada 
culpada (e sofrer as consequncias disto) antes do tr‰nsito em julgado se 
sentena penal condenat—ria. Nos termos do art. 5¡, LVII da CRFB/88: 
LVII - ninguŽm ser‡ considerado culpado atŽ o tr‰nsito em julgado de sentena penal 
condenat—ria; 
 
O que Ž tr‰nsito em julgado de sentena penal condenat—ria? ƒ a 
situa‹o na qual a sentena proferida no processo criminal, condenando o rŽu, 
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 n‹o pode mais ser modificada atravŽs de recurso. Assim, enquanto n‹o houver 
uma sentena criminal condenat—ria irrecorr’vel, o acusado n‹o pode ser 
considerado culpado e, portanto, n‹o pode sofrer as consequncias da 
condena‹o. 
Este princ’pio pode ser considerado: 
⇒! Uma regra probat—ria (regra de julgamento) - Deste princ’pio decorre 
que o ™nus (obriga‹o) da prova cabe ao acusador (MP ou ofendido, 
conforme o caso). O rŽu Ž, desde o comeo, inocente, atŽ que o acusador prove 
sua culpa. Assim, temos o princ’pio do in dubio pro reo ou favor rei, segundo o 
qual, durante o processo (inclusive na sentena), havendo dœvidas acerca da 
culpa ou n‹o do acusado, dever‡ o Juiz decidir em favor deste, pois sua culpa 
n‹o foi cabalmente comprovada. 
 
CUIDADO: Existem hip—teses em que o Juiz n‹o decidir‡ de acordo com 
princ’pio do in dubio pro reo, mas pelo princ’pio do in dubio pro societate. Por 
exemplo, nas decis›es de recebimento de denœncia ou queixa e na decis‹o de 
pronœncia, no processo de competncia do Jœri, o Juiz decide contrariamente 
ao rŽu (recebe a denœncia ou queixa no primeiro caso, e pronuncia o rŽu no 
segundo) com base apenas em ind’cios de autoria e prova da materialidade. Ou 
seja, nesses casos, mesmo o Juiz tendo dœvidas quanto ˆ culpabilidade do rŽu, 
dever‡ decidir contrariamente a ele, e em favor da sociedade, pois destas 
decis›es n‹o h‡ consequncias para o rŽu, permitindo-se, apenas, que seja 
iniciado o processo ou a fase processual, na qual ser‹o produzidas as provas 
necess‡rias ˆ elucida‹o dos fatos. 
 
⇒! Uma regra de tratamento - Deste princ’pio decorre, ainda, que o rŽu 
deve ser, a todo momento, tratado como inocente. E isso tem uma dimens‹o 
interna e uma dimens‹o externa: 
a)!Dimens‹o interna Ð O agente deve ser tratado, dentro do processo, como 
inocente. Ex.: O Juiz n‹o pode decretar a pris‹o preventiva do acusado 
pelo simples fato de o rŽu estar sendo processado, caso contr‡rio, estaria 
presumindo a culpa do acusado. 
b)!Dimens‹o externa Ð O agente deve ser tratado como inocente FORA do 
processo, ou seja, o fato de estar sendo processado n‹o pode gerar reflexos 
negativos na vida do rŽu. Ex.: O rŽu n‹o pode ser eliminado de um concurso 
pœblico porque est‡ respondendo a um processo criminal (pois isso seria 
presumir a culpa do rŽu). 
 
Desta maneira, sendo este um princ’pio de ordem Constitucional, 
deve a legisla‹o infraconstitucional (especialmente o CP e o CPP) 
respeit‡-lo, sob pena de viola‹o ˆ Constitui‹o. Portanto, uma lei que 
dissesse, por exemplo, que o cumprimento de pena se daria a partir da sentena 
em primeira inst‰ncia seria inconstitucional, pois a Constitui‹o afirma que o 
acusado ainda n‹o Ž considerado culpado nessa hip—tese. 
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CUIDADO! A existncia de pris›es provis—rias (pris›es 
decretadas no curso do processo) n‹o ofende a presun‹o de inocncia, 
pois nesse caso n‹o se trata de uma pris‹o como cumprimento de pena, mas 
sim de uma pris‹o cautelar, ou seja, para garantir que o processo penal seja 
devidamente instru’do ou eventual sentena condenat—ria seja cumprida. Por 
exemplo: Se o rŽu est‡ dando sinais de que vai fugir (tirou passaporte 
recentemente), e o Juiz decreta sua pris‹o preventiva, o faz n‹o por consider‡-
lo culpado, mas para garantir que, caso seja condenado, cumpra a pena. Vocs 
ver‹o mais sobre isso na aula sobre Pris‹o e Liberdade Provis—ria! J 
Ou seja, a pris‹o cautelar, quando devidamente fundamentada na 
necessidade de evitar a ocorrncia de algum preju’zo (risco para a instru‹o ou 
para o processo, por exemplo), Ž v‡lida. O que n‹o se pode admitir Ž a 
utiliza‹o da pris‹o cautelar como Òantecipa‹o de penaÓ. 
 
Vou transcrever para vocs agora alguns pontos que s‹o polmicos e a 
respectiva posi‹o dos Tribunais Superiores, pois isto Ž importante. 
¥! Processos criminais em curso e inquŽritos policiais em face do 
acusado podem ser considerados maus antecedentes? Segundo 
o STJ e o STF n‹o, pois em nenhum deles o acusado foi condenado de 
maneira irrecorr’vel, logo, n‹o pode ser considerado culpado nem 
sofrer qualquer consequncia em rela‹o a eles (sœmula 444 do 
STJ). 
¥! Regress‹o de regime de cumprimento da pena Ð O STJ e o STF 
entendem que NÌO Hç NECESSIDADE DE CONDENA‚ÌO PENAL 
TRANSITADA EM JULGADO para que o preso sofra a regress‹o do 
regime de cumprimento de pena mais brando para o mais severo (do 
semiaberto para o fechado, por exemplo). Nesses casos, basta que o 
preso tenha cometido novo crime doloso ou falta grave, durante 
o cumprimento da pena pelo crime antigo, para que haja a regress‹o, 
nos termos do art. 118, I da Lei 7.210/84 (Lei de Execu›es Penais), 
n‹o havendo necessidade,sequer, de que tenha havido condena‹o 
criminal ou administrativa. A Jurisprudncia entende que esse artigo 
da LEP n‹o ofende a Constitui‹o. 
¥! Revoga‹o do benef’cio da suspens‹o condicional do processo 
em raz‹o do cometimento de crime Ð Prev a Lei 9.099/95 que em 
determinados crimes, de menor potencial ofensivo, pode ser o 
processo criminal suspenso por determinado, devendo o rŽu cumprir 
algumas obriga›es durante este prazo (dentre elas, n‹o cometer novo 
crime), findo o qual estar‡ extinta sua punibilidade. Nesse caso, o STF 
e o STJ entendem que, descoberta a pr‡tica de crime pelo acusado 
beneficiado com a suspens‹o do processo, este benef’cio deve ser 
revogado, por ter sido descumprida uma das condi›es, n‹o havendo 
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 necessidade de tr‰nsito em julgado da sentena condenat—ria 
do crime novo. 
 
CUIDADO MASTER! Recentemente, no julgamento do HC 126.292 o STF 
decidiu (entendimento confirmado posteriormente) que o cumprimento da 
pena pode se iniciar com a mera condena‹o em segunda inst‰ncia por 
um —rg‹o colegiado (TJ, TRF, etc.). Isso significa que o STF relativizou o 
princ’pio da presun‹o de inocncia, admitindo que a ÒculpaÓ (para fins de 
cumprimento da pena) j‡ estaria formada nesse momento (embora a CF/88 
seja expressa em sentido contr‡rio). Isso significa que, possivelmente, teremos 
(num futuro breve) altera‹o na jurisprudncia consolidada do STF e do STJ, de 
forma que a›es penais em curso passem a poder ser consideradas como maus 
antecedentes, desde que haja, pelo menos, condena‹o em segunda inst‰ncia 
por —rg‹o colegiado (mesmo sem tr‰nsito em julgado), alŽm de outros reflexos 
que tal relativiza‹o provoca (HC 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 
17.2.2016). 
 
1.6!Disposi›es constitucionais relevantes 
Vamos sintetizar, neste t—pico algumas disposi›es constitucionais relativas 
ao Direito Penal que s‹o relevantes, embora n‹o possam ser consideradas 
princ’pios. 
 
1.6.1!Veda›es constitucionais aplic‡veis a crimes graves 
A CRFB/88 prev uma sŽrie de veda›es (imprescritibilidade, 
inafianabilidade, etc.) que s‹o aplic‡veis a determinados crimes, por sua 
especial gravidade. 
Vejamos o que consta no art. 5¼, XLII a XLIV: 
Art. 5¼ (...) 
XLII - a pr‡tica do racismo constitui crime inafian‡vel e imprescrit’vel, sujeito ˆ pena 
de reclus‹o, nos termos da lei; 
XLIII - a lei considerar‡ crimes inafian‡veis e insuscet’veis de graa ou anistia a 
pr‡tica da tortura, o tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os 
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores 
e os que, podendo evit‡-los, se omitirem; 
XLIV - constitui crime inafian‡vel e imprescrit’vel a a‹o de grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democr‡tico; 
 
VEDA‚ÍES CONSTITUCIONAIS APLICçVEIS A CRIMES GRAVES 
IMPRESCRITIBILIDADE INAFIAN‚ABILIDADE VEDA‚ÌO DE GRA‚A E 
ANISTIA 
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 ¥! Racismo 
¥! A‹o de grupos 
armados, civis ou 
militares, contra a 
ordem constitucional e 
o Estado Democr‡tico. 
¥!Racismo 
¥! A‹o de grupos 
armados, civis ou 
militares, contra a 
ordem constitucional e 
o Estado Democr‡tico. 
¥! Tortura 
¥! Tr‡fico de Drogas 
¥! Terrorismo 
¥! Crimes hediondos 
¥! Tortura 
¥! Tr‡fico de Drogas 
¥! Terrorismo 
¥! Crimes hediondos 
 
Assim: 
¥! INAFIAN‚ABILIDADE Ð Todos 
¥! IMPRESCRITIBILIDADE Ð Somente RA‚ÌO (Racismo + A‚ÌO de 
grupos armados) 
¥! INSUSCETIBILIDADE GRA‚A E ANISTIA Ð TTTH (Tortura, 
Terrorismo, Tr‡fico e Hediondos) 
 
1.6.2!Tribunal do Jœri 
A Constitui‹o Federal reconhece a institui‹o do Jœri, e estabelece algumas 
regrinhas. Vejamos: 
Art. 5¼ (...) 
XXXVIII - Ž reconhecida a institui‹o do jœri, com a organiza‹o que lhe der a lei, 
assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das vota›es; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
Sem maiores considera›es a respeito deste tema, apenas ressaltando que 
o STF entende que em havendo choque entre a competncia do Jœri e uma 
competncia de foro por prerrogativa de fun‹o prevista na Constitui‹o, 
prevalece a œltima. 
EXEMPLO: JosŽ, Deputado Federal, pratica crime doloso contra a vida 
em face de Mariana. Neste caso, h‡ um aparente conflito entre a 
competncia prevista para o Jœri (crime doloso contra a vida) e a 
competncia do STF (crime praticado por deputado federal). Neste caso, 
o STF entende que prevalece a competncia por prerrogativa de fun‹o, 
sendo competente, portanto, o pr—prio STF. 
 
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 1.6.3!Menoridade Penal 
A Constitui‹o prev, ainda, que os menores de 18 anos s‹o inimput‡veis. 
Vejamos: 
Art. 228. S‹o penalmente inimput‡veis os menores de dezoito anos, sujeitos ˆs 
normas da legisla‹o especial. 
 
Isso quer dizer que eles n‹o respondem penalmente, estando sujeitos ˆs 
normas do ESTATUTO DA CRIAN‚A E DO ADOLESCENTE. 
 
2! OUTROS PRINCêPIOS DO DIREITO PENAL 
 
2.1!Princ’pio da ofensividade 
O princ’pio da ofensividade estabelece que n‹o basta que o fato seja 
formalmente t’pico (tenha previs‹o legal como crime) para que possa ser 
considerado crime. ƒ necess‡rio que este fato ofenda (por meio de uma les‹o ou 
exposi‹o a risco de les‹o), de maneira grave, o bem jur’dico pretensamente 
protegido pela norma penal. 
Assim, condutas que n‹o s‹o capazes de afetar o bem jur’dico s‹o 
desprovidas de ofensividade e, portanto, n‹o podem ser consideradas criminosas. 
EXEMPLO: Imaginemos que surja uma lei criminalizando a conduta de 
cuspir na rua. Essa norma criminaliza uma conduta que n‹o ofende, de 
maneira significativa, qualquer bem jur’dico relevante para a sociedade, 
embora possa ser reprovada moralmente, pelas regras de etiqueta, etc. 
 
Assim, somente as condutas capazes de ofender significativamente um bem 
jur’dico podem ser validamente criminalizadas, sob pena de viola‹o ao princ’pio 
da ofensividade.12 
 
2.2!Princ’pio da alteridade (ou lesividade) 
Este princ’pio preconiza que o fato, para ser MATERIALMENTE crime, ou seja, 
para que possa ser considerado crime em sua essncia, deve causar les‹o a um 
bem jur’dico de terceiro. 
Desse princ’pio decorre que o DIREITO PENAL NÌO PUNE A AUTOLESÌO. 
Assim, aquele que destr—i o pr—prio patrim™nio n‹o pratica crime de dano, aquele 
que se lesiona fisicamente n‹o pratica o crime de les›es corporais, etc. 
 
12 DÕçVILA, F‡bio Roberto. Ofensividade em Direito Penal: Escritos sobre a teoria do crime como ofensa a 
bens jur’dicos. Porto Alegre: Ed. Livraria do Advogado, 2009. p. 67. 
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 A ofensa a bem jur’dico pr—prio n‹o Ž conduta capaz de desafiar a 
interven‹o do Direito Penal, por ser incapaz de abalar a paz social, ou seja, n‹o 
se trata de uma conduta capaz de afetar a sociedadede maneira t‹o grave a 
ponto de merecer a repress‹o pelo Direito Penal, exatamente pelo fato de ofender 
apenas o pr—prio agente, e n‹o outras pessoas. 
 
2.3!Princ’pio da Adequa‹o social 
Este princ’pio prega que uma conduta, ainda quando tipificada em Lei como 
criminosa, quando n‹o for capaz de afrontar o sentimento social de Justia, 
n‹o seria considerada crime, em sentido material, por possuir adequa‹o social 
(aceita‹o pela sociedade). 
ƒ o que acontece, por exemplo, com o crime de adultŽrio, que foi revogado 
h‡ alguns anos. Atualmente a sociedade n‹o entende mais o adultŽrio como um 
fato criminoso, mas algo que deva ser resolvido entre os particulares envolvidos. 
Antes da revoga‹o do crime de adultŽrio, por exemplo, a sociedade, j‡ h‡ 
algumas dŽcadas, n‹o via o adultŽrio como uma conduta criminosa, n‹o via o 
adœltero como alguŽm que devesse ser considerado um criminoso. O adultŽrio 
poderia ser reprov‡vel moralmente, religiosamente, etc., mas j‡ n‹o 
gozava mais, perante a sociedade, do status de crime, embora assim fosse 
considerado pela Lei Penal. Desta forma, um Juiz poderia absolver alguŽm pela 
pr‡tica do crime de adultŽrio, mesmo quando ainda era considerada uma conduta 
criminosa, alegando haver adequa‹o social da conduta. 
 
2.4!Princ’pio da Fragmentariedade do Direito Penal 
Estabelece que nem todos os fatos considerados il’citos pelo Direito devam 
ser considerados como infra‹o penal, mas somente aqueles que atentem 
contra bens jur’dicos EXTREMAMENTE RELEVANTES. Ou seja, o Direito Penal 
s— deve tutelar bens jur’dicos de grande relev‰ncia social.13 
O Direito Penal, portanto, n‹o deve se ocupar da prote‹o de bens jur’dicos 
de menor relevo, exatamente porque o Direito Penal Ž o instrumento mais 
invasivo de que disp›e o Estado para intervir na vida em sociedade, de maneira 
que sua utiliza‹o para prote‹o de todo e qualquer bem jur’dico demonstraria 
certa desproporcionalidade, alŽm de contribuir para a banaliza‹o do Direito 
Penal. 
 
2.5!Princ’pio da Subsidiariedade do Direito Penal 
Estabelece que o Direito Penal n‹o deve ser usado a todo momento, como 
regra geral, e sim como uma ferramenta subsidi‡ria, ou seja, dever‡ ser 
 
13 BECHARA, Ana Elisa Liberatore Silva. Bem jur’dico-penal. Ed. Quartier Latin. S‹o Paulo, 2014, p. 77. 
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 utilizado apenas quando os demais ramos do Direito n‹o puderem tutelar 
satisfatoriamente o bem jur’dico que se busca proteger.14 
Tal princ’pio parte da compreens‹o de que o controle social Ž realizado de 
maneira ampla, pelas mais diversas maneiras (moral, costumes, diversos ramos 
do Direito, etc.), o que implica a necessidade de racionalizar a utiliza‹o do Direito 
Penal, reservando-o n‹o s— ˆ prote‹o dos bens mais relevantes, exigindo-se 
ainda que a prote‹o destes bens relevantes n‹o possa ser feita por outras 
formas. 
EXEMPLO: O patrim™nio Ž um bem jur’dico relevante, disso ninguŽm 
duvida. Todavia, nem toda les‹o ao patrim™nio ser‡ digna de prote‹o pelo 
Direito Penal, podendo ser protegida por outras searas, como o Direito Civil, 
por exemplo. Assim, o n‹o pagamento de uma d’vida n‹o gera, a princ’pio, 
a interven‹o do Direito Penal, configurando mero il’cito civil, pois embora 
gere les‹o ao patrim™nio do credor, tal problema pode ser resolvido por 
outros ramos do Direito. 
 
2.6!Princ’pio da Interven‹o m’nima (ou Ultima Ratio) 
Este princ’pio decorre do car‡ter fragment‡rio e subsidi‡rio do Direito Penal. 
Este Ž um princ’pio limitador do poder punitivo estatal, que estabelece uma regra 
a ser seguida para conter poss’veis arb’trios do Estado. 
Assim, por fora deste princ’pio, num sistema punitivo, como Ž o Direito 
Penal, a criminaliza‹o de condutas s— deve ocorrer quando se caracterizar 
como meio absolutamente necess‡rio ˆ prote‹o de bens jur’dicos ou ˆ 
defesa de interesses cuja prote‹o, pelo Direito Penal, seja absolutamente 
indispens‡vel ˆ coexistncia harm™nica e pac’fica da sociedade. 
Embora n‹o esteja previsto na Constitui‹o, nem na legisla‹o 
infraconstitucional, decorre da pr—pria l—gica do sistema jur’dico-penal. 
Tem como principais destinat‡rios o legislador e, subsidiariamente, o 
operador do Direito. O primeiro Ž instado a n‹o criminalizar condutas que possam 
ser resolvidas pelos demais ramos do Direito (Menos dr‡sticos). O operador do 
Direito, por sua vez, Ž incumbido da tarefa de, no caso concreto, deixar de realizar 
o ju’zo de tipicidade material. Resumindo: O Direito Penal Ž a œltima op‹o para 
um problema (Ultima ratio).15 
 
2.7!Princ’pio do ne bis in idem 
Por este princ’pio entende-se que uma pessoa n‹o pode ser punida 
duplamente pelo mesmo fato. AlŽm disso, estabelece que uma pessoa n‹o possa, 
sequer, ser processada duas vezes pelo mesmo fato. Da’ podermos dizer que n‹o 
h‡, no processo penal, a chamada Òrevis‹o pro societateÓ. 
 
14 ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 65. 
15 TOLEDO, Francisco de Assis. Princ’pios b‡sicos de Direito Penal. S‹o Paulo: Ed. Saraiva, 1994. p. 13-14. 
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EXEMPLO: JosŽ foi processado pelo crime X. Todavia, como n‹o havia provas, 
foi absolvido. Tal decis‹o transitou em julgado, tornando-se imut‡vel. Todavia, 
dois meses depois, surgiram provas da culpa de JosŽ. Neste caso, JosŽ n‹o 
poder‡ ser processado novamente. 
 
CUIDADO! Uma pessoa n‹o pode ser duplamente processada pelo mesmo fato 
quando j‡ houve decis‹o capaz de produzir coisa julgada material, ou seja, a 
imutabilidade da decis‹o (condena‹o, absolvi‹o, extin‹o da punibilidade, 
etc.). Quando a decis‹o n‹o faz coisa julgada material, Ž poss’vel novo 
processo (Ex.: Extin‹o do processo pela rejei‹o da denœncia, em raz‹o do 
descumprimento de uma mera formalidade processual). 
 
Tal princ’pio veda, ainda, que um mesmo fato, condi‹o ou circunst‰ncia 
seja duplamente considerado para fins de fixa‹o da pena. 
EXEMPLO: JosŽ est‡ sendo processado pelo crime de homic’dio qualificado 
pelo motivo torpe. JosŽ Ž condenado pelo jœri e, na fixa‹o da pena, o Juiz 
aplica a agravante genŽrica prevista no art. 61, II, a do CP, cab’vel quando 
o crime Ž praticado por motivo torpe. Todavia, neste caso, o Òmotivo torpeÓ 
j‡ foi considerado como qualificadora (tornando a pena mais gravosa Ð de 
06 a 20 anos para 12 a 30 anos), ent‹o n‹o pode ser novamente considerada 
no mesmo caso. Ou seja, como tal circunst‰ncia (motivo torpe) j‡ qualifica 
o delito, n‹o pode tambŽm servir como circunst‰ncia agravante, sob pena 
de o agente ser duplamente punido pela mesma circunst‰ncia. 
 
Assim: 
 
 
NON	BIS IN	IDEM
VEDAÇÃO	À	DUPLA CONDENAÇÃO	
PELO	MESMO	FATO
VEDAÇÃO	AO	DUPLO	PROCESSO	
PELO	MESMO	FATO
VEDAÇÃO	À	DUPLA
CONSIDERAÇÃO	DO	MESMO	
FATO/CONDIÇÃO/CIRCUNSTÂNCIA	
NA	DOSIMETRIA	DA	PENA
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2.8!Princ’pio da proporcionalidade 
Este princ’pio determina que as penas devem ser aplicadas de maneira 
proporcional ˆ gravidade do fato. Mais que isso: Estabelece que as penas devem 
ser COMINADAS (previstas) de forma a dar ao infrator uma san‹o proporcionalao fato abstratamente previsto. 
Assim, se o CP previsse que o crime de homic’dio teria como pena m‡xima 
dois anos de reclus‹o, e que o crime de furto teria como pena m‡xima quatro 
anos de reclus‹o, estaria, claramente, violado o princ’pio da proporcionalidade. 
 
2.9!Princ’pio da confiana 
Este princ’pio nem sempre Ž citado pela Doutrina. Prega que todos possuem 
o direito de atuar acreditando que as demais pessoas ir‹o agir de acordo com as 
normas que disciplinam a vida em sociedade. 
Assim, exemplificativamente, quando alguŽm ultrapassa um sinal VERDE e 
acaba colidindo lateralmente com outro ve’culo que avanou o sinal VERMELHO, 
aquele que ultrapassou o sinal verde agiu amparado pelo princ’pio da confiana, 
n‹o tendo culpa, j‡ que dirigia na expectativa de que os demais respeitariam as 
regras de sinaliza‹o. 
 
2.10! Princ’pio da insignific‰ncia (ou da bagatela) 
As condutas que ofendam minimamente os bens jur’dico-penais tutelados 
n‹o podem ser consideradas crimes, pois n‹o s‹o capazes de lesionar de maneira 
eficaz o sentimento social de paz16. Imagine um furto de um pote de manteiga, 
dentro de um supermercado. Nesse caso, a les‹o Ž insignificante, devendo a 
quest‹o ser resolvida no ‰mbito civil (dever de pagar pelo produto furtado). Agora 
imagine o furto de um sandu’che que era de propriedade de um morador de rua, 
seu œnico alimento. Nesse caso, a les‹o Ž grave, embora o bem seja do mesmo 
valor que anterior. Tudo deve ser avaliado no caso concreto. Para o STF, os 
requisitos OBJETIVOS para a aplica‹o deste princ’pio s‹o: 
⇒!M’nima ofensividade da conduta 
⇒! Ausncia de periculosidade social da a‹o 
⇒! Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento 
⇒! Inexpressividade da les‹o jur’dica 
 
O STJ, no entanto, entende que, alŽm destes, existem ainda requisitos de 
ordem subjetiva: 
⇒! Import‰ncia do objeto material do crime para a v’tima, de forma a 
verificar se, no caso concreto, houve ou n‹o, de fato, les‹o 
 
16 BITENCOURT, Op. cit., p. 60 
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 Na verdade, esse requisito n‹o passa de uma an‡lise mais aprofundada do 
œltimo dos requisitos objetivos estabelecidos pelo STF. 
Sendo aplicado este princ’pio17, n‹o h‡ tipicidade, eis que ausente um dos 
elementos da tipicidade, que Ž a TIPICIDADE MATERIAL, consistente no real 
potencial de que a conduta produza alguma les‹o ao bem jur’dico tutelado. Resta, 
portanto, somente a tipicidade formal (subsun‹o entre a conduta e a previs‹o 
contida na lei), o que Ž insuficiente. 
Este princ’pio, em tese, possui aplica‹o a todo e qualquer delito, e n‹o 
somente aos de ’ndole patrimonial. Contudo, a jurisprudncia firmou 
entendimento no sentido de ser incab’vel tal princ’pio em rela‹o aos seguintes 
delitos: 
Ø! Furto qualificado 
Ø! Moeda falsa 
Ø! Tr‡fico de drogas 
Ø! Roubo (ou qualquer crime cometido com violncia ou grave ameaa ˆ 
pessoa) 18 
Ø! Crimes contra a administra‹o pœblica19 
 
Podemos resumir o entendimento Jurisprudencial no seguinte quadro: 
 
 
 
 
 
PRINCêPIO DA 
INSIGNIFICåNCIA 
(Requisitos) 
M’nima ofensividade 
da conduta 
OBS.: N‹o cabe para: 
Ø! Furto qualificado 
Ø! Moeda falsa 
Ø! Tr‡fico de drogas 
Ø! Roubo (ou 
qualquer crime 
cometido com 
violncia ou 
grave ameaa ˆ 
pessoa) 
Ausncia de 
periculosidade social 
da a‹o 
Reduzido grau de 
reprovabilidade da 
conduta 
Inexpressividade da 
les‹o jur’dica 
 
17 Este princ’pio (princ’pio da bagatela) n‹o pode ser confundido com o princ’pio da bagatela impr—pria. 
A infra‹o bagatelar impr—pria Ž aquela na qual se verifica que, apesar de a conduta nascer t’pica (formal e 
materialmente t’pica), fatores outros, ocorridos ap—s a pr‡tica do delito, levam ˆ conclus‹o de que a pena Ž 
desnecess‡ria no caso concreto 
Ex.: O agente pratica um furto de um bem cujo valor n‹o Ž insignificante. Todavia, logo ap—s, se arrepende, 
procura a v’tima, repara o dano e passa a manter boa rela‹o com a v’tima. Trata-se de agente prim‡rio e 
de bons antecedentes, que n‹o mais praticou qualquer infra‹o penal. Neste caso, o Juiz poderia, por este 
princ’pio, deixar de aplicar a pena, ante a desnecessidade da san‹o penal. 
18 STF, RHC 106.360/DF, Rel. Ministra ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 3/10/2012 
19 Embora o STJ entenda n‹o se aplicar aos crimes contra a administra‹o pœblica, por se resguardar 
n‹o s— o patrim™nio, mas a moralidade administrativa, o STF n‹o rechaa absolutamente a hip—tese, 
havendo decis›es nas quais se admitiu a aplica‹o deste princ’pio ainda quando se trate de 
crimes contra a administra‹o pœblica, desde que presentes os requisitos citados (HC 107370, 
Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 26/04/2011, DIVULG 21-06-2011 PUBLIC 
22-06-2011). 
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 Ø! Crimes contra a 
administra‹o 
pœblica 
OBS.2: O STJ 
entende que n‹o se 
aplica aos crimes 
contra a 
administra‹o 
pœblica. H‡ decis›es 
no STF em sentido 
contr‡rio. 
Import‰ncia do 
objeto material para 
a v’tima* 
SOMENTE PARA O 
STJ 
 
CUIDADO! Em rela‹o ao crime de descaminho h‡ um entendimento 
pr—prio, no sentido de que Ž CABêVEL o princ’pio da insignific‰ncia, pois 
apesar de se encontrar entre os crimes contra a administra‹o pœblica, 
trata-se de crime contra a ordem tribut‡ria. Qual o patamar 
considerado para fins de insignific‰ncia em rela‹o a tal delito? O 
STJ entende que Ž R$ 10.000,00, enquanto o STF sustenta que Ž R$ 
20.000,00. 
 
CUIDADO MASTER! A reincidncia Ž uma circunst‰ncia que pode 
afastar a aplica‹o do princ’pio da insignific‰ncia. Contudo, esse 
afastamento Ž discutido na jurisprudncia. A QUINTA TURMA do STJ 
possui entendimento no sentido de que n‹o cabe aplica‹o deste princ’pio 
se o rŽu Ž reincidente (RHC 48.510/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA 
TURMA, julgado em 07/10/2014, DJe 15/10/2014). A SEXTA TURMA 
entende que a reincidncia, por si s—, n‹o Ž apta a afastar a aplica‹o do 
princ’pio (AgRg no AREsp 490.599/RS, Rel. Ministro SEBASTIÌO REIS JòNIOR, 
SEXTA TURMA, julgado em 23/09/2014, DJe 10/10/2014), havendo decis›es, 
contudo, no sentido de que a reincidncia espec’fica (ou seja, reincidncia 
em crimes contra o patrim™nio) afastaria a aplica‹o do princ’pio (RHC 
43.864/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
julgado em 07/10/2014, DJe 17/10/2014). 
O STF, por sua vez, firmou entendimento no sentido de que somente a 
reincidncia espec’fica (pr‡tica reiterada de crimes da mesma 
espŽcie) afastaria a aplica‹o do princ’pio da insignific‰ncia: 
(...) Afirmou, ademais, que, considerada a teoria da reitera‹o n‹o cumulativa de 
condutas de gneros distintos, a contum‡cia de infra›es penais que n‹o tm o 
patrim™nio como bem jur’dico tutelado pela norma penal (a exemplo da les‹o corporal) 
n‹o poderia ser valorada como fator impeditivo ˆ aplica‹o do princ’pio da insignific‰ncia, 
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 porque ausente a sŽria les‹o ˆ propriedade alheia. HC 114723/MG, rel. Min. Teori 
Zavascki, 26.8.2014. (HC-114723) Ð Informativo 756 do STF20 
Objetivamente, sugiroadotar o entendimento do STF: apenas a 
reincidncia espec’fica Ž capaz de afastar a aplica‹o do princ’pio da 
insignific‰ncia.21 
 
3! CONCEITO E FONTES DO DIREITO PENAL 
3.1!Conceito 
O Direito Penal pode ser conceituado como o ramo do Direito Pœblico cuja 
fun‹o Ž selecionar os bens jur’dicos mais importantes para a sociedade e buscar 
protege-los, por meio da cria‹o de normas de conduta que, uma vez violadas, 
constituem crimes, sob ameaa de aplica‹o de uma pena. 
Nas palavras de CAPEZ22: 
ÒO Direito Penal Ž o segumento do ordenamento jur’dico que detŽm a fun‹o de 
selecionar os comportamentos humanos mais graves e perniciosos ˆ coletividade, 
capazes de colocar em risco valores fundamentais para a convivncia social, e 
decrev-los como infra›es penais, cominando-lhes, em conseqŸncia, as respectivas 
san›es, alŽm de estabelecer todas as regras complementares e gerais necess‡rias ˆ 
sua correta e justa aplica‹o" 
 
3.2!Fontes 
As fontes do Direito Penal s‹o de duas ordens: material e formal. 
As fontes materiais (substanciais) s‹o os —rg‹os encarregados de 
produzir o Direito Penal. No caso brasileiro, a Uni‹o (Pois somente a Uni‹o 
pode legislar sobre Direito Penal, embora possa conferir aos estados-membros, 
por meio de Lei Complementar, o poder de legislar sobre quest›es espec’ficas 
sobre Direito Penal, de interesse estritamente local, nos termos do ¤ œnico do 
art. 22 da Constitui‹o) Ž o Ente respons‡vel pela Òcria‹oÓ das normas de Direito 
Penal, nos termos do art. 22 da Constitui‹o. Vejamos: 
Art. 22. Compete privativamente ˆ Uni‹o legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agr‡rio, mar’timo, aeron‡utico, 
espacial e do trabalho; 
 
 
20 Embora este tenha sido o entendimento firmado, h‡ decis›es no sentido de que a reincidncia, seja de 
que natureza for, NÌO PODE impedir a caracteriza‹o do princ’pio da insignific‰ncia, por uma quest‹o l—gica: 
A insignific‰ncia Ž analisada na TIPICIDADE (tipicidade material), de maneira que, nesta fase, n‹o se procede 
ˆ nenhuma an‡lise da pessoa do agente. 
21 Existem decis›es recentes do STF no sentido de que cabe ao Juiz de primeira inst‰ncia analisar, caso a 
caso, a pertinncia da aplica‹o do princ’pio. Como s‹o decis›es muito recentes, ainda n‹o Ž poss’vel afirmar 
que forma uma nova jurisprudncia, de forma que Ž mais prudente aguardar a consolida‹o deste 
entendimento. 
22 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal, parte geral, volume 1, editora Saraiva, 2005, p. 1 
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 As fontes formais (tambŽm chamadas de cognitivas ou fontes de 
conhecimento), por sua vez, s‹o os meios pelos quais o Direito Penal se 
exterioriza, ou seja, os meios pelos quais ele se apresenta ao mundo jur’dico. 
Podem ser IMEDIATAS ou MEDIATAS. 
As fontes formais imediatas s‹o aquelas que apresentam o Direito Penal de 
forma direta, sendo fruto dos —rg‹os respons‡veis pela sua cria‹o. No caso do 
Brasil, a œnica fonte formal imediata do Direito Penal Ž a LEI, Lei em sentido 
estrito, como sin™nimo de diploma normativo oriundo do Poder Legislativo 
Federal, mais especificamente a LEI ORDINçRIA. 
As fontes formais mediatas (tambŽm chamadas de secund‡rias) s‹o aquelas 
que ajudam a formar o Direito Penal, de forma perifŽrica, como os costumes, os 
atos administrativos e os princ’pios gerais do Direito. 
Assim, podemos esquematizar da seguinte forma: 
 
4! SòMULAS PERTINENTES 
 
4.1! Sœmulas do STJ 
ÄSœmula n¼ 09 do STJ Ð Assentava a ausncia de viola‹o ao princ’pio da 
presun‹o de inocncia no que toca ˆ exigncia de pris‹o cautelar (recolhimento 
ˆ pris‹o) para apelar. Encontra-se SUPERADA. Hoje n‹o se exige mais o 
recolhimento ˆ pris‹o como requisito de admissibilidade recursal. 
Fontes	do	Direito	
Penal
Formais
Imediatas
Lei	em	sentido	estrito	
(a	Medida	Provisória,	
por	exemplo,	não	entra	
aqui)
Mediatas
Costumes,	princípios	
gerais	do	Direito	e	
atos	administrativos
Materiais
União
(Excepcionalmente	os	
estados-membros)
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 Sœmula n¼ 09 do STJ - A EXIGENCIA DA PRISÌO PROVISORIA, PARA APELAR, NÌO 
OFENDE A GARANTIA CONSTITUCIONAL DA PRESUN‚ÌO DE INOCENCIA. 
 
ÄSœmula n¼ 444 do STJ Ð Em homenagem ao princ’pio da presun‹o de 
inocncia (ou presun‹o de n‹o culpabilidade), o STJ sumulou entendimento no 
sentido de que inquŽritos policiais e a›es penais em curso n‹o podem ser 
utilizados para agravar a pena base (circunst‰ncias judiciais desfavor‡veis), j‡ 
que ainda n‹o h‡ tr‰nsito em julgado de sentena penal condenat—ria. Este 
entendimento fica prejudicado pelo novo entendimento adotado pelo STF no 
julgamento do HC 126.292 (no qual se entendeu que a presun‹o de inocncia 
fica afastada a partir de condena‹o em segunda inst‰ncia). 
Sœmula n¼ 444 do STJ - ƒ VEDADA A UTILIZA‚ÌO DE INQUƒRITOS POLICIAIS E 
A‚ÍES PENAIS EM CURSO PARA AGRAVAR A PENA-BASE. 
 
ÄSœmula n¼ 492 do STJ Ð Trata-se de sœmula que visa a privilegiar o princ’pio 
da individualiza‹o da pena. Por certo, a medida socioeducativa n‹o Ž pena. 
Contudo, se o princ’pio da individualiza‹o se imp›e em rela‹o aos imput‡veis, 
no que tange ˆ pena aplic‡vel, com muito mais raz‹o dever‡ ser aplic‡vel aos 
inimput‡veis em decorrncia da menoridade, a quem se aplica medida 
socioeducativa. 
Sœmula 492 do STJ - O ATO INFRACIONAL ANçLOGO AO TRçFICO DE DROGAS, POR 
SI Sî, NÌO CONDUZ OBRIGATORIAMENTE Ë IMPOSI‚ÌO DE MEDIDA 
SOCIOEDUCATIVA DE INTERNA‚ÌO DO ADOLESCENTE. 
 
ÄSœmula n¼ 502 do STJ Ð Trata-se de enunciado de sœmula por meio do qual 
o STJ afasta por completo a possibilidade de aplica‹o do princ’pio da 
adequa‹o social ˆ conduta de expor ˆ venda CDs e DVDs pirateados. Trata-se 
de conduta t’pica, prevista no art. 184, ¤¤ 1¼ e 2¼ do CP. 
Sœmula 502 do STJ - PRESENTES A MATERIALIDADE E A AUTORIA, AFIGURA-SE 
TêPICA, EM RELA‚ÌO AO CRIME PREVISTO NO ART. 184, ¤ 2¼, DO CP, A CONDUTA 
DE EXPOR Ë VENDA CDS E DVDS PIRATAS. 
 
5! RESUMO 
Para finalizar o estudo da matŽria, trazemos um resumo dos 
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa 
sugest‹o Ž a de que esse resumo seja estudado sempre 
previamente ao in’cio da aula seguinte, como forma de 
ÒrefrescarÓ a mem—ria. AlŽm disso, segundo a organiza‹o 
de estudos de vocs, a cada ciclo de estudos Ž fundamental 
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em 
compreender alguma informa‹o, n‹o deixem de retornar ˆ 
aula. 
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 Conceito 
Normas que, extra’das da Constitui‹o Federal, servem como base interpretativa 
para todas as outras normas de Direito Penal do sistema jur’dico brasileiro. 
Possuem fora normativa, devendo ser respeitados, sob pena de 
inconstitucionalidade da norma que os contrariar. Em resumo: 
 
Legalidade - Uma conduta n‹o pode ser considerada criminosa se antes de sua 
pr‡tica (anterioridade) n‹o havia lei formal (reserva legal) nesse sentido. Pontos 
importantes: 
 
Ø! O princ’pio da legalidade se divide em Òreserva legalÓ (necessidade de Lei 
formal) e ÒanterioridadeÓ (necessidade de que a Lei seja anterior ao fatocriminoso) 
Ø! Normas penais em branco n‹o violam tal princ’pio 
Ø! Lei penal n‹o pode retroagir, sob pena de viola‹o ˆ anterioridade. 
EXCE‚ÌO: poder‡ retroagir para beneficiar o rŽu. 
Ø! Somente Lei formal pode criar condutas criminosas e cominar penas. OBS.: 
Medida Provis—ria pode descriminalizar condutas e tratar de temas 
favor‡veis ao rŽu (h‡ divergncias, mas isto Ž o que prevalece no 
STF). 
 
Individualiza‹o da pena Ð Ocorre em trs esferas: 
Ø! Legislativa - Comina‹o de puni›es proporcionais ˆ gravidade dos 
crimes, e com o estabelecimento de penas m’nimas e m‡ximas. 
Ø! Judicial - An‡lise, pelo magistrado, das circunst‰ncias do crime, dos 
antecedentes do rŽu, etc. 
Ø! Administrativa Ð Ocorre na fase de execu‹o penal, oportunidade na 
qual ser‹o analisadas quest›es como progress‹o de regime, livramento 
condicional e outras. 
 
Intranscendncia da pena Ð NinguŽm pode ser processado e punido por fato 
criminoso praticado por outra pessoa. Isso n‹o impede que os sucessores do 
condenado falecido sejam obrigados a reparar os danos civis causados 
pelo fato. 
OBS.: A multa n‹o Ž Òobriga‹o de reparar o danoÓ, pois n‹o se destina ˆ v’tima. 
A multa Ž espŽcie de PENA, e n‹o pode ser executada contra os sucessores. 
 
Limita‹o das penas (ou humanidade) Ð Determinadas espŽcies de san‹o 
penal s‹o vedadas. S‹o elas: 
Ø! Pena de morte. EXCE‚ÌO: No caso de guerra declarada (crimes militares). 
Ø! Pena de car‡ter perpŽtuo 
Ø! Pena de trabalhos forados 
Ø! Pena de banimento 
Ø! Penas cruŽis 
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D. PENAL E PROCESSO PENAL P/ STM Ð AJAJ 
Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 OBS.: Trata-se de cl‡usula pŽtrea. 
 
Presun‹o de inocncia (ou presun‹o de n‹o culpabilidade) Ð NinguŽm 
pode ser considerado culpado se ainda n‹o h‡ sentena penal condenat—ria 
transitada em julgado. 
⇒! Uma regra probat—ria (regra de julgamento) - Deste princ’pio decorre 
que o ™nus (obriga‹o) da prova cabe ao acusador (MP ou ofendido, 
conforme o caso). 
⇒! Uma regra de tratamento - Deste princ’pio decorre, ainda, que o rŽu 
deve ser, a todo momento, tratado como inocente. 
Dimens‹o interna Ð O agente deve ser tratado, dentro do processo, como 
inocente. 
Dimens‹o externa Ð O agente deve ser tratado como inocente FORA do 
processo, ou seja, o fato de estar sendo processado n‹o pode gerar reflexos 
negativos na vida do rŽu. 
 
OBS.: O STF decidiu, recentemente, que o cumprimento da pena pode se iniciar 
com a mera condena‹o em segunda inst‰ncia por um —rg‹o colegiado 
(TJ, TRF, etc.), relativizando o princ’pio da presun‹o de inocncia (HC 
126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 17.2.2016). 
Desse princ’pio decorre que o ™nus da prova cabe ao acusador. O rŽu Ž, desde o 
comeo, inocente, atŽ que o acusador prove sua culpa. 
Pontos importantes: 
Ø! A existncia de pris›es provis—rias (pris›es decretadas no curso do 
processo) n‹o ofende a presun‹o de inocncia 
Ø! Processos criminais em curso e inquŽritos policiais em face do acusado NÌO 
podem ser considerados maus antecedentes (nem circunst‰ncias judiciais 
desfavor‡veis) Ð Sœmula 442 do STJ 
Ø! N‹o se exige sentena transitada em julgado (pelo novo crime) para que o 
condenado sofra regress‹o de regime (pela pr‡tica de novo crime) 
Ø! N‹o se exige sentena transitada em julgado (pelo novo crime) para que 
haja revoga‹o da suspens‹o condicional do processo. 
 
OUTROS PRINCêPIOS DO DIREITO PENAL 
 
Princ’pio da alteridade (ou lesividade) - O fato deve causar les‹o a um bem 
jur’dico de terceiro. Desse princ’pio decorre que o DIREITO PENAL NÌO PUNE A 
AUTOLESÌO. 
 
Princ’pio da ofensividade - N‹o basta que o fato seja formalmente t’pico. ƒ 
necess‡rio que este fato ofenda, de maneira grave, o bem jur’dico pretensamente 
protegido pela norma penal. 
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Princ’pio da Adequa‹o social Ð Uma conduta, ainda quando tipificada em Lei 
como crime, quando n‹o afrontar o sentimento social de Justia, n‹o seria crime 
(em sentido material). 
 
Princ’pio da Fragmentariedade do Direito Penal - Nem todos os fatos 
considerados il’citos pelo Direito devam ser considerados como infra‹o penal, 
mas somente aqueles que atentem contra bens jur’dicos EXTREMAMENTE 
RELEVANTES. 
 
Princ’pio da Subsidiariedade do Direito Penal - O Direito Penal n‹o deve ser 
usado a todo momento, mas apenas como uma ferramenta subsidi‡ria, quando 
os demais ramos do Direito se mostrarem insuficientes. 
 
Princ’pio da Interven‹o m’nima (ou Ultima Ratio) - Decorre do car‡ter 
fragment‡rio e subsidi‡rio do Direito Penal. A criminaliza‹o de condutas s— deve 
ocorrer quando se caracterizar como meio absolutamente necess‡rio ˆ prote‹o 
de bens jur’dicos ou ˆ defesa de interesses cuja prote‹o, pelo Direito Penal, seja 
absolutamente indispens‡vel ˆ coexistncia harm™nica e pac’fica da sociedade. 
 
Princ’pio do ne bis in idem Ð NinguŽm pode ser punido duplamente pelo 
mesmo fato. NinguŽm poder‡, sequer, ser processado duas vezes pelo mesmo 
fato. N‹o se pode, ainda, utilizar o mesmo fato, condi‹o ou circunst‰ncia duas 
vezes (como qualificadora e como agravante, por ex.). 
 
Princ’pio da proporcionalidade - As penas devem ser aplicadas de maneira 
proporcional ˆ gravidade do fato. AlŽm disso, as penas devem ser cominadas de 
forma a dar ao infrator uma san‹o proporcional ao fato abstratamente previsto. 
 
Princ’pio da confiana - Todos possuem o direito de atuar acreditando que as 
demais pessoas ir‹o agir de acordo com as normas que disciplinam a vida em 
sociedade. NinguŽm pode ser punido por agir com essa expectativa. 
 
Princ’pio da insignific‰ncia (ou da bagatela) - As condutas que n‹o ofendam 
significativamente os bens jur’dico-penais tutelados n‹o podem ser consideradas 
crimes (em sentido material). A aplica‹o de tal princ’pio afasta a tipicidade 
MATERIAL da conduta. 
Quadro-resumo: 
 M’nima ofensividade 
da conduta 
OBS.: N‹o cabe para: 
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PRINCêPIO DA 
INSIGNIFICåNCIA 
(Requisitos) 
Ausncia de 
periculosidade social 
da a‹o 
Ø! Furto qualificado 
Ø! Moeda falsa 
Ø! Tr‡fico de drogas 
Ø! Roubo (ou 
qualquer crime 
cometido com 
violncia ou 
grave ameaa ˆ 
pessoa) 
Ø! Crimes contra a 
administra‹o 
pœblica 
OBS.2: O STJ 
entende que n‹o se 
aplica aos crimes 
contra a 
administra‹o 
pœblica. H‡ decis›es 
no STF em sentido 
contr‡rio. 
Reduzido grau de 
reprovabilidade da 
conduta 
Inexpressividade da 
les‹o jur’dica 
Import‰ncia do 
objeto material para 
a v’tima* 
SOMENTE PARA O 
STJ 
 
Pontos importantes: 
 
Ø! Descaminho Ð Cabe aplica‹o do princ’pio da insignific‰ncia. PATAMAR: O 
STJ entende que Ž R$ 10.000,00, enquanto o STF sustenta que Ž R$ 
20.000,00. 
 
Ø! Reincidncia Ð H‡ divergncia jurisprudencial. STF: apenas a 
reincidncia espec’fica Ž capaz de afastar a aplica‹o do princ’pio da 
insignific‰ncia (h‡ decis›es em sentido contr‡rio). 
 
CONCEITO E FONTES DO DIREITO PENAL 
 
Conceito - Ramo do Direito Pœblico cuja fun‹o Ž selecionar os bens jur’dicos 
mais importantes para a sociedade e buscar protege-los, por meio da cria‹o de 
normas de conduta que, uma vez violadas,

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