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Unidade I 
 
 
 
GÊNEROS TEXTUAIS 
 
 
 
 
Profa. Ana Lúcia Machado da Silva 
Objetivos 
 Observar e analisar as estruturas e os 
processos linguísticos em textos de 
diferentes tipologias. 
 Reconhecer os diferentes gêneros 
textuais e discursivos, justificando 
teoricamente as diferenças linguísticas e 
estruturais. 
 Desenvolver uma metodologia de ensino 
da língua que considere a análise, 
recepção e produção de texto. 
Situação comunicativa 
 Possibilidades de nos expressarmos de 
acordo com a situação comunicativa em 
que nos encontramos se quisermos ser 
aceitos socialmente e, portanto, 
realizarmos um ato comunicativo 
 
 gêneros 
 
 textos – orais e escritos - que fazem 
parte do contexto social, e os quais 
utilizamos conforme as nossas 
intenções comunicativas e necessidades 
de interação. 
 forma de ação social. 
 
Classificação dos gêneros 
Gêneros primários: 
 São os gêneros que conhecemos na 
primeira relação social que 
estabelecemos com o semelhante. 
Podemos citar, dentre muitos, um 
bilhete, uma receita, um diálogo, enfim, 
toda forma de comunicação que 
utilizamos no nosso dia a dia, de acordo 
com a nossa rotina. 
Classificação dos gêneros 
Gêneros secundários: 
 Texto mais complexo, isto é, a textos 
mais elaborados e que exigem 
desenvolvimento e ampliação de nossos 
conhecimentos, de convívio cultural 
mais complexo e relativamente mais 
desenvolvido e organizado. É o caso dos 
romances, dos artigos científicos, entre 
outros. 
 
 
 
Gêneros 
Três características: 
1. o conteúdo temático; 
2. o estilo; 
3. a construção composicional. 
 
 
 estabilidade aos gêneros 
 
 Bakhtin 
 
1. conteúdo temático 
 Conteúdo que é característico de um 
gênero. 
Exemplo: 
 Num texto denominado artigo científico, 
o tema tratado deve estar relacionado ao 
meio científico, isto é, deve ser 
pertinente a uma área da ciência e, 
portanto, não pode tratar de temas 
relativos ao cotidiano, por exemplo (que 
poderiam ser tratados em outro tipo de 
texto, como a crônica). 
2. estilo 
 “Modo de dizer”, ou seja, os recursos 
utilizados pelo produtor do texto, de 
acordo com a coerção genérica. 
 Se tomarmos o mesmo exemplo anterior, 
pressupomos uma linguagem formal, o 
uso da terceira pessoa do singular ou da 
primeira pessoa do plural para criar 
efeito de objetividade, de distanciamento 
do sujeito enunciador. 
 Esses detalhes estão relacionados ao 
estilo de cada gênero. 
 
3. construção composicional 
 Relaciona-se à forma, à estrutura do 
texto que se estabelece de acordo com o 
gênero. 
 Em um texto jornalístico, podemos 
encontrar manchete, lead, divisão do 
texto em colunas, entre outras 
características que diferenciam este de 
outros textos e que o caracterizam como 
jornalístico pela sua forma de 
construção, de organização. 
 
Regras e flexibilidade 
 “coerção genérica”: estabelecimento de 
padrões para a elaboração de textos que 
circulam na sociedade. 
 
 Estilos individuais. 
Um jornalista A pode tratar do mesmo fato, 
no mesmo gênero, diferentemente do 
jornalista B. 
 
Gêneros são formas mais ou menos fixas, 
pois, essas formas sofrem transformações 
ao longo do tempo. 
 
 
Mudança 
Por exemplo: e-mail. 
 Gênero emergente que tem se 
estabelecido no meio eletrônico, 
considerado inovador, mas que tem 
como gêneros preexistentes a carta 
(pessoal, comercial etc.) e o bilhete. 
Interatividade 
Considerando que gênero é relacionado à 
sociedade, a alternativa correta é: 
a) Os gêneros desprezam as temáticas do 
cotidiano. 
b) Apenas as pessoas conectadas à 
Internet podem criar gêneros, como por 
exemplo o e-mail. 
c) O romance é um gênero secundário pela 
sua complexidade e relaciona-se a um 
grupo social leitor. 
d) Adotam linguagem subjetiva em todas as 
suas manifestações. 
e) Os únicos gêneros textuais são 
o romance e o e-mail. 
Tecnologias e gêneros 
Fala: 
 Gêneros: conversação, conto, música, 
poemas, epopeia. 
Revoluções tecnológicas na nossa área: 
Escrita: 
 Gêneros: poema, epopeia, tratados 
filosóficos, cartas. 
Imprensa de Gutenberg: 
 Gêneros: notícia, editorial, romance. 
Internet: 
 Gêneros: e-mail, msn, orkut. 
Hibridismo 
 Gêneros que mesclam outros gêneros, 
constituindo um terceiro, fruto dessa 
transformação. 
 
Tipos textuais X Gêneros textuais 
Tipos textuais: 
1. Constructos teóricos definidos por 
propriedades linguísticas intrínsecas. 
Gêneros textuais: 
1. Realizações linguísticas concretas 
definidas por propriedades 
sociocomunicativas. 
Tipos textuais: 
2. Constituem sequências linguísticas ou 
sequências de enunciados no interior dos 
gêneros e não são textos empíricos. 
Gêneros textuais: 
2. Constituem textos empiricamente 
realizados cumprindo funções 
em situações comunicativas. 
Tipos textuais X Gêneros textuais 
Tipos textuais: 
3. Sua nomeação abrange um conjunto 
limitado de categorias teóricas 
determinadas por aspectos lexicais, 
sintáticos, relações lógicas, tempo 
verbal. 
Gêneros textuais: 
3. Sua nomeação abrange um conjunto 
aberto e praticamente ilimitado de 
designações concretas determinadas 
pelo canal, estilo, conteúdo, pela 
composição e função. 
 
Tipos textuais X Gêneros textuais 
Tipos textuais: 
4. Designações teóricas dos tipos: narração, 
argumentação, descrição, injunção e 
exposição. 
Gêneros textuais: 
4. Exemplos de gêneros: telefonema, 
sermão, carta comercial, carta pessoal, 
romance, bilhete, aula expositiva, reunião 
de condomínio, horóscopo, receita 
culinária, bula de remédio, lista de 
compras, cardápio, instruções de uso, 
outdoor, inquérito policial, resenha, edital 
de concurso, piada, conversação 
espontânea, conferência, carta eletrônica, 
bate-papo virtual, aulas virtuais etc. 
Discurso 
 Para a seleção de um gênero ou tipo de 
texto, consideramos o domínio 
discursivo, que corresponde a uma 
esfera comunicativa, isto é, a uma 
instância de produção discursiva. 
 Exemplo: discurso científico, discurso 
jornalístico, discurso religioso. 
 Cada uma dessas esferas propicia a 
existência de uma diversidade de 
gêneros. 
Tipos textuais: base 
 Narrativa: define-se por uma sequência 
temporal. 
 Descritiva: é definida pela sequência de 
localização. 
 Expositiva: apresenta sequências 
analíticas ou explicativas. 
 Argumentativa: tem sequências 
contrastivas explícitas. 
 Injuntiva: apresenta predomínio de 
sequências imperativas. 
 
 
Discurso literário 
Gêneros: Tipologia textual: 
Poema/ poesia narrativa 
Crônica argumentativa 
Conto 
Epopeia 
Romance 
 
 
Gênero poema 
Quadrilha, Carlos Drummond de Andrade: 
 “João amava Teresa que amava 
Raimundo 
que amava Maria que amava Joaquim 
que amava Lili 
que não amava ninguém. 
 João foi para os Estados Unidos, Teresa 
para o convento, 
Raimundo morreu de desastre, Maria 
ficou para tia, 
Joaquim suicidou-se e Lili casou com 
J. Pinto Fernandes 
que não tinha entrado na história.” 
 Base narrativa 
Gênero poema 
 “Amor é fogo que arde sem se ver; 
É ferida que dói e não se sente; 
É um contentamento descontente; 
É dor que desatina sem doer. 
 É um não querer mais que bem querer;É um andar solitário entre a gente; 
É nunca contentar-se de contente; 
É um cuidar que se ganha em se perder. 
 É querer estar preso por vontade 
É servir a quem vence o vencedor, 
É ter com quem nos mata lealdade. 
 Mas como causar pode seu favor 
Nos corações humanos amizade; 
Se tão contrário a si é o mesmo amor” 
 Base argumentativa 
Interatividade 
Sobre o famoso slogan “Beba Coca-Cola”, 
podemos considerar que: 
a) Faz parte do gênero anúncio. 
b) Seu contexto é o discurso publicitário. 
c) Pelo uso do verbo no imperativo vemos 
o tipo de texto injuntivo. 
d) Aparece em diversos suportes materiais 
como outdoor e revista. 
e) Todas as alternativas anteriores estão 
corretas. 
Discurso jornalístico 
Gêneros: 
 Editorial. 
 Carta do leitor. 
 Notícia. 
 Reportagem. 
 Resenha etc. 
Suporte material: 
 Jornal. 
Suportes materiais X gêneros 
Suportes Gêneros 
Jornal notícia, charge, editorial 
Revista notícia, reportagem 
Livro romance, autoajuda 
Gibi HQ, tirinha 
Computador e-mail, 
Dicionário verbete 
Telefone conversação 
Caderno texto didático, recado 
Corpo etc. frase, marca de tinta, 
 marca a ferro 
Ensino-aprendizagem 
 Desenvolver competência comunicativa. 
 Desenvolver competência discursiva. 
 Estudar o texto em seu funcionamento e 
em seu contexto de produção e leitura. 
(situações de produção e de circulação 
dos textos) 
 
 aspecto social 
 
 
Aspecto social, gênero e suporte 
Suporte material: revista. 
Gêneros: notícia, reportagem, horóscopo… 
 
 
Conteúdo: seleção (política da revista). 
 Participantes: nível social, formação 
educacional, faixa etária, sexo etc. 
 Nível de linguagem: (in)formal, culta, 
técnica etc. 
Ensino anterior e atual 
 Texto: narrativo, descritivo, dissertativo. 
 Gênero: literário (épico, poético, 
dramático). 
PCN: 
 Tipologia textual: narrativo, descritivo, 
injuntivo, expositivo, argumentativo. 
 Gênero: expansão a qualquer 
manifestação textual. 
Uso do gênero 
 No cotidiano, usamos muitos gêneros 
orais (falados e/ou ouvidos), como 
conversas formais e informais, 
conversas telefônicas, entrevistas, 
comentários sobre assuntos gerais, 
propagandas de rádio, aulas, debates e 
outros mais. 
 As diferentes situações sociais das 
quais participamos - como indivíduos e 
cidadãos - exigem práticas de linguagem 
organizadas em diferentes gêneros 
textuais. 
 
Gêneros orais 
Conversas públicas 
Conversa telefônica 
Conversa espontânea 
Inquérito 
Reportagem ao vivo 
Entrevistas 
Debate 
Noticiário 
Relato 
Narrativas 
Piadas 
Conferência 
Discursos oficiais 
Mais informal para o mais formal 
Gêneros escritos 
Inscrições em parede 
Bilhetes 
Outdoors 
Cartas pessoais 
Notícia 
Formulários 
Convocação 
Anúncios 
Narrativas 
Atas 
Divulgação científica 
Instrução, bula, receita 
Artigos científicos 
Leis 
Mais informal para o mais formal 
Enfoque multimodal 
Texto apresenta três dimensões: 
1) A primeira dimensão se encontra no 
nível do texto singular – individualizado 
por meio das suas características de 
produção. 
2) A segunda dimensão se encontra no 
nível da teoria textual – que estuda as 
estruturas (ou fixidez) que constituem os 
gêneros “mobilizados” pelo texto-
produto. 
3) A terceira dimensão se encontra no nível 
da discursividade – que se refere às 
ações que convergem para a 
manifestação no texto. 
Esquema 
 
 GÊNEROS 
 Prática social 
 
 
 Discurso = prática social 
 
 
 Texto - manifestação em 
 língua do discurso 
Ensino 
 Necessário e urgente contemplar, na 
prática pedagógica, a diversidade de 
textos e gêneros, e não apenas em 
função de seu uso social, mas também 
pelo fato de que textos pertencentes a 
diferentes gêneros são organizados de 
diferentes formas. 
 
Interatividade 
Os gêneros textuais são orais e escritos e 
variam em grau de (in)formalidade. Qual 
proximidade pelo grau de (in)formalidade 
não forma par adequado? 
a) Aviso x conversa. 
b) Resumo x relato. 
c) Carta do leitor x debate. 
d) Leis x entrevista. 
e) Editorial x aulas. 
Agrupamentos de gêneros 
 Gêneros da ordem do narrar. 
 Gêneros da ordem do relatar. 
 Gêneros da ordem do argumentar. 
 Gêneros da ordem do expor. 
 Gêneros da ordem do instruir ou do 
prescrever. 
Agrupamentos de gêneros 
 Gêneros da ordem do narrar: cujo 
domínio social é o da cultura literária 
ficcional. Exemplos: contos de fadas, 
narrativas de suspense, aventura, ficção 
científica, fábulas, crônica literária etc. 
 Gêneros da ordem do relatar: cujo 
domínio social é o da representação, 
pelo discurso, de experiências vividas, 
situadas no tempo. Exemplos: diários, 
autobiografias, biografias, notícia etc. 
Agrupamentos de gêneros 
 Gêneros da ordem do argumentar: cujo 
domínio social de comunicação é o da 
discussão de questões sociais 
controversas, visando a um 
posicionamento diante deles. 
 Exemplos: carta de leitor, carta de 
reclamação, editorial, debate regrado, 
resenhas críticas etc. 
Agrupamentos de gêneros 
 Gêneros da ordem do expor: cujo 
domínio social é expor o conhecimento 
mais sistematizado que é transmitido 
culturalmente, ou seja, apresenta 
textualmente diferentes saberes. 
 Exemplo: texto explicativo, verbete de 
dicionário, relato de experiência 
científica etc. 
Agrupamentos de gêneros 
 Gêneros da ordem do instruir ou do 
prescrever: cujo domínio social engloba 
textos variados de instrução, regras e 
normas visando à regulação mútua de 
ações. 
 Exemplos: manuais explicativos, bulas, 
regras de jogos, regulamentos, receitas 
etc. 
Uso 
 Apropriar-se de um gênero e relacioná-lo 
a seus contextos de produção é garantir 
grande parte do caminho andado na 
direção do domínio de seu uso, seja para 
atividades de compreensão, produção 
ou, ainda, análise linguística. 
 
Ensino 
 Colocar os alunos em situações de 
comunicação o mais próximas possível 
de verdadeiras situações de interação 
comunicativa, garantindo que as 
situações façam sentido para eles, e, 
assim, possam melhor dominá-las como 
realmente são, mesmo reconhecendo 
que o trabalho com um gênero qualquer 
na escola faz dele um gênero escolar. 
 
Proposta para o ensino de gêneros 
 Mais variadas ocasiões de escrita e de 
fala oferecidas aos alunos não se 
transformarem, com o tempo e o 
despreparo de professores, num objeto 
de ensino sistemático. 
 Criar contextos de produção precisos, 
bem como elaborar atividades ou 
exercícios variados, permitirá que os 
alunos se apropriem das noções, das 
técnicas e dos instrumentos necessários 
ao desenvolvimento de suas 
capacidades de expressão oral e escrita, 
em situações de comunicação diversas. 
 
 
Interatividade 
O ensino atual de Língua Portuguesa leva 
em consideração: 
a) Apenas a tipologia textual, em especial a 
narrativa e a descritiva. 
b) A noção de gênero relacionada 
exclusivamente à literatura. 
c) O uso da língua como manifestação 
social e comunicativa em forma degênero. 
d) Entre as diversas situações de 
comunicação, a situação unicamente 
escolar. 
e) A noção de gênero, desconsiderando os 
tipos de texto. 
 
 
 
 
ATÉ A PRÓXIMA!

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