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MEDRESUMO 2016 - FARMACOLOGIA - 17 - ANTICONVULSIVANTES

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● FARMACOLOGIA 
1 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
ANTICONVULSIVANTES (ANTIEPILÉTICOS) 
 
 Um fármaco anticonvulsivo (também chamado de anticonvulsivante ou antiepiléptico) representa uma classe 
de fármacos utilizada para a prevenção e tratamento das epilpesias. 
Por definição, epilepsia corresponde a uma descarga elétrica anormal no córtex cerebral, que pode ser restrita a 
uma determinada área (crises focais) ou disseminada/difusa por todo o cérebro (crises generalizadas). A epilepsia é 
clinicamente definida pela ocorrência de duas ou mais crises características não provocadas, ou seja, não 
desencadeadas por febre, infecção no SNC, anormalidades eletrolíticas, glicêmicas ou hipóxicas, em um período maior 
que 24 horas. 
 
 
TIPOS DE CRISES EPILÉPTICAS 
 As crises epilépticas podem ser classificadas quanto ao seu mecanismo fisiopatológico da seguinte maneira: 
 Crises parciais: envolvem apenas uma região do cérebro, tendo efeito em apenas uma parte do corpo, sem que 
necessariamente o paciente perca a consciência. Dependendo da área cerebral afetada, a pessoa não entra em 
convulsão, mas experimenta outras reações. Pode ser de três subtipos: 
o Parcial simples: o paciente apresenta mais comumente como distúrbios motores, com movimentos 
tônicos ou clônicos envolvendo face, pescoço ou extremidades de um lado apenas, mas sem perder a 
consciência. Uma aura é uma sensação que pode preceder a crise parcial motora, e geralmente consiste 
em cefaleia e, as vezes, desconforto torácico. 
o Parcial complexa: o indivíduo tende a perder a consciência baseada em uma amnésia anterógrada. O 
quadro clínico pode ser de difícil reconhecimento. A alteração da consciência é exemplificada por uma 
criança estática, que interrompe de maneira súbita suas atividades e torna-se não responsiva a 
estímulos externos. 
o Parcial com ataques secundários tônico-clônicos generalizados 
 
 Crises generalizadas: ocorrem quando a disseminação do potencial elétrico anormal é difusa e bilateral, 
atingindo ambos os hemisférios cerebrais e, desta forma, manifestando sinais em todo o corpo. Os principais 
tipos de crises generalizadas são: 
o Crise de ausência: indivíduo passa por um estado catatônico (não responde a estímulos do meio, mas 
não perde a sensibilidade), sendo este estado caracterizado pela parada repentina na atividade motora e 
na fala, olhar vago, piscamento palpebral (mioclonias palpebrais) e fácies inexpressiva. Alguns 
automatismos de mãos podem estar presentes. Era antigamente chamada de pequeno mal. 
o Ataque mioclônico: mioclonias são definidas como contrações musculares simétricas e breves, com 
perda do tono muscular e quedas ou projeção do corpo do paciente para frente, causando, muitas vezes, 
traumatismo de face. Podem se assemelhar a “choques”. 
o Ataque tônico-clônico: antigamente chamada de grande mal, as crises tônico-clônicas são as mais 
comumente encontradas na prática clínica. Nesta desordem, o paciente perde a consciência de maneira 
súbita, apresenta um movimento típico para trás do globo ocular e toda a sua musculatura apresenta 
contração tônica, o que leva invariavelmente à apneia e cianose. A fase clônica tem como características 
as contrações rítmicas seguidas de relaxamento de todos os grupamentos musculares. Durante a crise, 
o paciente pode morder a língua, raramente vomita, e o relaxamento esfincteriano (bexiga mais 
comumente) acontece. 
 
OBS
1
: Vale salientar que o termo convulsão não é, necessariamente, um sinônimo de epilepsia. Convulsões são 
contrações involuntárias dos músculos de inicio súbito, gerada por descargas elétricas desordenadas dos neurônios. 
Desta forma, as convulsões caracterizam sinais da crise epiléptica generalizada do tipo tônico-clônica. As drogas 
anticonvulsivantes tem, portanto, um papel fundamental no bloqueio de transportadores de íons responsáveis por 
propagar os impulsos epilépticos. 
OBS
2
: É fundamental, também, estabelecer a diferença entre convulsão febril e crises epilépticas em vigência de febre. 
Na primeira situação, temos uma condição benigna, autolimitada, que não evolui com anormalidades neurológicas e 
déficit cognitivo ao longo do tempo (após os 5 anos, a criança não volta a recorrer em crises e não se transforma, 
necessariamente, em um indivíduo epiléptico no futuro). A epilepsia é uma doença crônica, caracterizada pela 
recorrência (mais de uma crise em um intervalo maior que 24h) de crises convulsivas de natureza afebril, na grande 
parte dos casos. 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto. 
FARMACOLOGIA 2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● FARMACOLOGIA 
2 
 
www.medresumos.com.br 
FATORES ETIOLÓGICOS QUE CONTRIBUEM PARA EPILEPSIA 
 Dano cerebral relacionado ao nascimento 
 Anomalia cerebral congênita 
 Predisposição genética, hereditariedade 
 Infecções, tumores, lesões cerebrais 
 Anomalias nos vasos sanguíneos cerebrais 
 Uso de drogas de abuso, álcool 
 Exposição a gases tóxicos 
 Hipoglicemia 
 
 
ETAPAS DA CONVULSÃO 
O processo convulsivo envolve, em geral, três etapas: (1) Desequilíbrio na proporção de moléculas excitatórias 
(sódio, glutamato, cálcio) e inibitórias (GABA, cloreto, potássio) no cérebro; (2) Os neurônios começam a transmitir 
informações desorganizadamente. Essas mensagens chegam à medula; (3) Neurônios na medula passam as "ordens" 
de contração desordenada para os músculos, gerando a convulsão. 
As consequências mais evidentes após uma crise epiléptica são: dores musculares; mal-estar; dor de cabeça; 
dificuldade de concentração; sonolência; em alguns casos há fraturas por causa da contração muscular. 
 
 
FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES 
 De uma forma geral, o tratamento das epilepsias não é só farmacológico: também pode ser conservador ou 
cirúrgico. No que diz respeito as principais classes de anticonvulsivantes, podemos citar: 
 Barbitúricos: podem ser utilizados tanto como anticonvulsivante, quanto anestésicos gerais venosos. Ex: 
Fenobarbital (Gardenal®, Barbitron®); Mefobarbital; Primidona (Primid®); Tiopental (Thiopentax®); Tiamilal; 
Metohexital; Secobarbital; Pentobarbital. 
 Benzodiazepínicos: grupo de fármacos ansiolíticos utilizados no tratamento sintomático da ansiedade e insônia, 
mas também comumente utilizado como anticonvulsivantes, chando a substituir os barbitúricos, por serem muito 
menos tóxicos (os barbitúricos podem matar por parada cardiorespiratória, por exemplo). São comumente 
utilizados como ansiolíticos para o pré-operatório, visando diminuir a ansiedade de pacientes antes de cirurgias. 
Ex: Diazepam (Dienpax®, Valium®); Clonazepam (Rivotril®, Epileptil®); Clorazepato; Lorazepam (Lorax®, 
Ansirax®); Midazolam (Dormonid®, Dormium®); Nitrazepam (Sonebom®). 
 Hidantoínas: são fármacos utilizados para o tratamento de acessos tônico-clônicos generalizados e acessos 
focais. Ex: Fenitoína (Fenital®, Hidantal®); Etotoína, Fosfenitoína. 
 Oxazolinodionas: não são efetivos para o grande “mal” (convulsão tônico-clônica), mas podem ser utilizados no 
tratamento de crises de ausência. Seu mecanismo de ação não é esclarecido. Ex: Trimetadiona. 
 Carboxamidas: são fármacos efetivos, bastante utilizados como terapia inicial ou suplementar (monoterapia). 
Ex: Carbamazepina (Tegretol®, Tegrex®), Oxacarbazepina. 
 
 Succinimidas: são fármacos que foram desenvolvidos na busca por fármacos menos tóxicos que as 
oxazolidinodionas. Ex: Etosuccimida (Etoxim®). 
 Outros: Valproato (Ácido Valproico), Felbamato, etc. 
 
OBS
3
: Enquanto que os barbitúricos e benzodiazepínicos podem ser utilizados não só como anticonvulsivantes, mas 
como uma vastidão de outras ações, os demais fármacos pré-citados (hidantoínas, oxazolinodionas, carboxamidas, 
succinimidas, etc) são utilizados exclusivamente como anticonvulsivantes. Exceção feita à Carbamazepina e ao 
Valproato, que são fármacos comumente utilizados pela psiquiatria como estabilizadores do humor no tratamento do 
transtorno de humor bipolar.BARBITÚRICOS 
Os barbitúricos são fármacos amplamente utilizados como hipnóticos, sedativos, ansiolíticos e 
anticonvulsivantes. Barbitúrico é o nome dado a um composto químico orgânico sintético derivado do "ácido 
barbitúrico". 
Os barbitúricos provocam dependência física e psicológica, diminuição em várias áreas do cérebro, depressão 
na respiração e no sistema nervoso central, depressão na medula, depressão do centro do hipotálamo, vertigem, 
redução da urina, espasmo da laringe, crise de soluço, sedação, alteração motora, causam dependência, 
desenvolvimento de tolerância e síndrome de abstinência. Por este motivo, vêm sendo amplamente substituídos por 
benzodiazepínicos. 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
Os barbutúricos atuam em canais gabaérgicos, aumentando o influxo de cloreto (Cl
-
), simulando a atividade do 
GABA endógeno sem a necessidade da presença deste neurotransmissor inibitório. Ao se ligar aos receptores 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ansiedade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ins%C3%B3nia
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● FARMACOLOGIA 
3 
 
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gabaérgicos, os barbitúricos abrem canais de Cl
-
, íon responsável por hiperpolarizar a célula e dificultar a sua 
despolarização, inibindo, assim, a propagação do impulso nervoso. 
Portanto, de maneira semelhante aos benzodiazepínicos, os barbitúricos aumentam a ação do GABA, via de 
regra, um neurotransmissor inibitórico do SNC; esse aumento é feito por uma ligação em sítio específico do receptor de 
GABA tipo A, porém em local diferente dos benzodiazepínicos, com ação menos específica. Na verdade, esses 
receptores nada mais são que canais iônicos de cloreto. 
Os barbitúricos intensificam uma variedade de sistemas sinápticos mediados pelo GABA, envolvendo inibição 
tanto pré-sináptica quanto pós-sináptica. Não interferem na Glicina e Glutamato. 
 
REPRESENTANTES 
 Fenobarbital: antiepiléptico protótipo da classe dos barbitúricos. Primeiramente comercializada como Luminal® 
por Farbwerke Fr. Bayer & Co., em 1902, é também conhecido sob o nome comercial Gardenal®. Participa da 
ativação de receptores GABA-A, o que leva a um aumento do fluxo de Cl
-
 para dentrio das células, 
hiperpolarizando-as e promovendo diminuição do impulso nervoso, estabelecendo, assim, seu efeito sedativo. é 
uma substância barbitúrica usada como medicamento anticonvulsivante, hipnótico e sedativo. Foi utilizado como 
sedante e hipnótico até 1950, quando apareceram as benzodiazepinas. É considerado o anticonvulsivante de 
escolha para crianças com menos de 2 meses de vida. 
 Mefobarbital: é uma pró-droga. Não existem muitos dados sobre esta na literatura. 
 Primidona: é um anticonvulsivo da classe da Pirimidina muito utilizada em associações com outros 
anticonvulsivantes. 
 Tiopental: conhecido também como tiopentato de sódio, é um barbitúrico de ação rápida, depressor do 
sistema nervoso central, utilizado principalmente em anestesia e hipnose. É também conhecido popularmente 
como um soro da verdade. É um barbiturato administrado intravenosamente para a indução de anestesia geral 
ou para a produção de anestesia completa de curta duração. Também é usado para hipnose, para o controle de 
estados convulsivos e é um dos fármacos usados na injeção letal. Tem sido usado em pacientes neurocirúrgicos 
para reduzir a pressão intracraniana aumentada. Não possui efeitos de analgesia. 
 Metohexital: também chamada de methohexitone, é uma droga derivada de barbitúricos. É classificada como 
uma droga de curta duração, e tem um rápido início de ação. É semelhante em seus efeitos para tiopental 
sódico, uma droga com a qual competiu no mercado de anestésicos. 
 Secobarbital: é fármaco utilizado em medicamentos sedativos, hipnóticos e anestésicos sob forma do seu sal 
de sódio. Seus usos terapêuticos incluem tratamento da insônia, sedação pré-operatória e convulsões.
 
Foi 
sintetizado em 1928 na Alemanha. 
 Pentobarbital: é um barbitúrico sintético comumente empregado como sedativo, hipnótico e antiespasmódico na 
forma de seus sais de sódio ou cálcio. Foram indentificados os seguintes sintomas em alguns casos de uso do 
pentobarbital destacando: redução da pressão intracraniana em pacientes com síndrome de Reye's, traumas e 
lesões cerebrais e indução ao coma em pacientes com isquemia. Pentobarbital é também usado por suicídas em 
casos de morte assistida. Pentobarbital foi usado no norte da Austrália, posteriormente tornando-se ilegal. 
 
EFEITOS ADVERSOS 
De um modo genérico, os barbitúricos estão relacionados, principalmente, com os seguintes fenômenos 
indesejados: 
 Causam morte por depressão cardiorrespiratória; 
 Induzem Citocromos P450 (enzima importante na biotransformação de drogas lipossolúveis: o próprio tempo de 
meia vida do barbitúrico é diminuído pela sua existência, sendo necessário então, um ajuste posológico inicial na 
sua administração); 
 Dependência e Tolerância também são observadas. 
 
 
BENZODIAZEPÍNICOS 
As benzodiazepinas são um grupo de fármacos ansiolíticos utilizados como sedativos, hipnóticos, relaxantes 
musculares, para amnésia anterógrada e atividade anticonvulsionante. A capacidade de causar depressão no SNC deste 
grupo de fármacos é limitada, todavia, em doses altas podem levar ao coma. Não possuem capacidade de induzir 
anestesia, caso utilizados isoladamente. 
Eles substituiram largamente os barbitúricos nas suas utilizações em muitas áreas. Ao contrário deles, os 
benzodiazepínicos não têm ação depressora do centro respiratório, apresentando, por isso, um uso mais seguro, além 
de terem maior especificidade sobre a sintomatologia ansiosa. 
Mecanismo de ação. 
Os benzodiazepínicos atuam sobre receptores benzodiazepínicos acoplados aos receptores GABA-A; 
entretanto, diferentemente dos barbitúricos, eles atuam favorecendo e facilitando o acoplamento do neurotransmissor 
GABA ao seu receptor, aumentando, desta forma, o influxo de cloreto e a atividade do GABA endógeno. Promovem, 
portanto, acentuação da atividade gabaérgica sem abrir, por conta própria, os canais de cloreto. 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● FARMACOLOGIA 
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OBS
4
: Note que há uma diferença básica entre o mecanismo de ação dos barbitúricos e dos benzodiazepínicos: estes 
deflagram a entrada de cloro na célula excitando o receptor gabaérgico, o qual, mesmo em pequenas concentrações de 
GABA, é excitado; já os barbitúricos, que se ligam em um outro sítio no receptores gabaérgicos, são responsáveis por 
desencadear a abertura dos canais de cloro por si só, sem que seja necessário a ligação do GABA nestes receptores. 
 
PRINCIPAIS REPRESENTANTES 
 Diazepam: é um sedativo de ação longa (mas sem ação analgésica), ansiolítico e anticonvulsivante (é, inclusive, 
o anticonvulsivante de escolha nas emergências em qualquer tipo de crise convulsiva como alternativa ao bolo 
de midazolam). Indicado para o tratamento da convulsões e espasmos musculares, além da insônia, também se 
usa antes dalguns procedimentos clínicos ou exames, como a endoscopia e tomografia, para reduzir ansiedade 
no paciente, e antes de procedimentos cirúrgicos, para induzir amnésia anterógrada. Na psiquiatria, é 
comumente usado para transtornos no pânico, ansiedade generalizada, sintomas de abstinência alcoólica, 
relaxante músculo-esquelético, estado de mal epiléptico e no distúrbio neurovegetativo (DNV, conhecido 
popularmente como “piti”). É o fármaco de escolha para o tratamento do estado epiléptico. 
 Alprazolam: é um ansiolítico benzodiazepínico de ação sedativa, com pico em 1-2horas. Pode ser utilizado para 
tratamento do transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico com ou sem agorafobia, ansiedade 
aguda situacional. 
 Midazolam: é um benzodiazepínico de ação rápida e curta, funcionando como sedativo, hipnótico, 
anticonvulsivante. Seu efeito, quando feito em regime endovenoso, tem início em 1 a 5 minutos (com duração de 
1 a 5 horas). É utilizado para tratar insônia,sedação pós-procedimentos cirúrgicos e diagnósticos, indução e 
manutenção da anestesia, sedação prolongada em CTI, estado de mal epiléptico. 
 Nitrazepam e Flunitrazepam: são benzodiazepínicos utilizados para tratar insônia e crise epiléptica mioclônica. 
Seus efeitos anticonvulsivantes são mais explorados do que os ansiolíticos, assim como o Clonazepam. 
 Clonazepam: é um benzodiazepínico de ação prolongada, útil em todas as epilepsias resistentes. Serve como 
profilático para as crises mioclônicas ou atônicas ou epilepsias fotossensíveis e as crises de ausência típicas 
(pequeno mal) e atípicas, como o espasmo infantil (síndrome de West) e a síndrome de Lennox-Gastaut. Na 
psiquiatria, pode ser utilizado para o tratamento do transtorno do pânico, fobia social, mania aguda, acatasia 
induzida por neuroléptico, ansiedade generalizada, insônia, etc. 
 
INDICAÇÕES 
 Como antiepilépticos, os benzodiazepínicos são largamente utilizados no tratamento das crises parciais tônico-
clônico, sendo eles mais seguros em relação aos barbitúricos. São ainda utilizados como drogas ansiolíticas e indutoras 
do sono. Modificam a percepção da dor e do perigo, não afetando a condução dos estímulos, mas relativizando-os 
emocionalmente (o doente sente a dor ou perigo, mas já não o incomodam). 
 
EFEITOS ADVERSOS 
 Sedação 
 Podem ser potencializadas por etanol (ou por qualquer droga de ação central), sob pena de favorecer a parada 
cardiorrespiratória. 
 Alguma euforia e alucinações 
 Amnésia 
 Indiferença e má avaliação do perigo. Tendem a responder mais a agressões por outros indíviduos. 
 Hipotermia 
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 Dependência 
 Aumento da hostilidade 
 Ataxia 
 Anemia hemolítica 
 
HIDANTOÍNAS 
As hidantoínas e seus derivados são uma classe de substâncias que despertam grande interesse, por 
apresentarem importantes atividades farmacológicas, tais como anticonvulsivante, antiarrítmico e no tratamento de 
complicações diabéticas crônicas. Estes compostos também promoveram agregação de plaquetas e inibição da aldose 
redutase. 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
De um modo geral, as hidantoínas se ligam em canais de Na+, estabilizando-os em sua forma inativa, 
promovendo a inibição do espalhamento da atividade convulsivante. Por esta razão, são fármacos utilizados para o 
tratamento de acessos tônico-clônicos generalizados e acessos focais. 
 
PRINCIPAIS REPRESENTANTES 
 Fenitoína: tem baixa hidrossolubilidade e baixo índice terapêutico. Quanto ao seu mecanismo de ação, ela inibe 
os canais de sódio, potássio e cálcio, existentes na membrana dos neurônios, imediatamente antes. Altera 
concentrações locais de neurotransmissores como GABA, noradrenalina e acetilcolina. Diminui a excitação 
neuronal em geral. É mais eficaz por ter uma menor incidência de efeitos colaterais (escolhido para o uso de 
monoterapia inicial). 
 Fosfenitoína: é um pró-fármaco de uso I.M. e I.V. devido aos problemas de solubilidade e pH. 
 Etotoína: menos tóxico, menos efetivo e mais sedativo. 
 
EFEITOS ADVERSOS 
 Hiperplasia gengival (Fenitoína > Etotoína); 
 Hirsutismo; 
 Hiperatividade. 
 
 
SUCCINIMIDAS 
As succinimidas são fármacos anticonvulsivantes obtidos durante a busca por drogas efetivas, mas menos 
tóxicas que as oxazolidinodionas. Seu mecanismo de ação está relacionado com o decréscimo na atividade de canais de 
Ca
+2
: estes fármacos ligam-se aos canais de cálcio e diminuem a sua atividade. 
Seu principal representante é a Etosuccimida, uma droga bastante efetiva e pouco tóxica, utilizada no 
tratamento de ataques de crises de ausências; pode causar, entretanto, sonolência, ataxia, rashes, disfunção renal ou 
hepática. Outros representantes são a Fensuccimida e a Metosuccimida. 
 
 
OXAZOLIDINODIONAS 
São fármacos pouco efetivos para quadros de convulsão tônico-clônica (“grande mal”), mas são bastante 
utilizados no tratamento de crises de ausência. Seu mecanismo de ação não é bem esclarecido. 
Seu principal representante é a Trimetadiona (Dimetadiona), que pode ser uma opção para pacientes com 
intolerância a succinimidas ou ao ácido valproico. Seu uso, entretanto, pode estar relacionado com: nefrose, anemia 
aplásica e depressão da medula óssea; fotofobia, sonolência, mal-formação fetal. 
 
OBS
5
: A Etosuccimida e a Trimetadiona são utilizadas exclusivamente no tratamento das crises de ausência (“pequeno 
mal”), ao passo em que o ácido valproico pode ser também administrado para o mesmo uso, mas também pode ser 
usado para outros fins. De fato, as drogas de primeira escolha para a síndrome de ausência ou é a etosuccimida ou o 
ácido valproico. 
 
 
CARBOXAMIDAS 
As carboxamidas, que apresentam a carbamazepina como protótipo, são drogas bastante utilizadas para o 
tratamento anticonvulsivante. Seu mecanismo de ação está relacionado com a sua ligação aos canais de sódio-voltagem 
dependentes, bloqueando-os e impedindo a dispersão das ondas elétricas. Seus principais representantes são: 
 Carbamazepina: atuam em canais de Na
+ 
voltagem-dependentes, bloqueando-os e prevenindo a dispersão das 
ondas elétricas (inibindo, assim, os ataques epilépticos). Pode ser utilizada em associação a hidantoínas (como 
a Fenitoína), agindo, assim, como fármacos tradicionais e mais seguros. Estabelecem uma terapia inicial ou 
suplementar (monoterapia) segura. Entretanto, seu metabolismo é inibido por antibióticos macrolídicos, 
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formando metabólitos epóxidos mais ativo, porém muito tóxicos. Na psiquiatria, é largamente utilizada como um 
estabilizador do humor para pacientes com transtorno bipolar que não respondem bem ao Lítio. 
 Oxacarbazepina: é menos potente que a carbamezepina, mas apresentando melhor absorção por via oral. 
Sofrem menos metabolismo hepático (não forma epóxido), mas apresentam efeitos colaterais no SNC 
importantes. Apresentam atividade antipsicótica (benzazepinas). 
 
 
ÁCIDO VALPROICO 
O Valproato, também conhecido como Ácido Valproico, é um dos antiepilépticos de eleição tanto nas crises 
generalizadas, como nas crises focais ou nas crises secundariamente generalizadas. Pode ser de liberação gástrica 
(ácido valproico – Depakene®) ou entérica (divalproato – Depakote®), que é melhor tolerada. Para a psiquiatria, é tão 
eficaz quanto o Lítio no tratamento da mania e mais eficaz em cicladores rápidos e mania disfórica. 
Tal como a Fenitoína e a Carbamazepina, o valproato bloqueia as descargas repetidas e prolongadas dos 
neurônios, que estão por trás de uma crise epiléptica. Estes efeitos devem-se, em doses terapêuticas, à diminuição da 
condutância dos canais de sódio voltagem-dependentes. 
Suas principais características são: 
 Fármaco de 1ª escolha na crise de ausência (alguns autores optam por etosuccimida) 
 Baixa toxicidade: irritação gástrica 
 Descoberto por acaso: uso como solvente em estudos de novos anticonvulsivantes 
 Mecanismo de ação: inibição do espalhamento da atividade convulsivante. 
 
Relativamente aos seus efeitos secundários, os agudos incluem nauseas, vômitos, dor abdominal, aumento de 
peso e alopécia. Em termos de toxicidade idiossincrática, há que considerar a hepatotoxicidade e a trombocitopenia. 
 
 
FÁRMACOS ANTIEPILÉTICOS RECENTES 
 Vigabatrina: inibe GABA-transaminase. 
 Lamotrigina: inibe canais de sódio. 
 Felbamato: mecanismo desconhecido. 
 Gabapentina: mecanismo desconhecido. 
 Tiagabina: inibidor da captura de GABA. 
 Topiramato: potencializa canais de Cloro 
 
 
VISÃO GERAL DO TRATAMENTO DAS EPILEPSIAS 
Na maioria das vezes, não é 
necessário tratar crise isoladas. Para 
pacientes epilépticos, fármacos que inibem a 
atividade cerebral têm eficácia em 75% dos 
casos. Em alguns casos, é possível a 
realização de cirurgia, removendo a região 
desencadeadora do sinal epiléptico. 
Uma vez feito o diagnóstico, devemos 
diferenciar se a crise é focal, focal 
secundariamentegeneralizadas ou 
generalizadas. No tratamento da epilepsia, 
qualquer que seja a forma, existem fármacos 
de “primeira escolha”, que são os que 
proporcionam melhora da crise em 75% dos 
casos e, de “segunda escolha”, que propõe 
remissão nos 25% dos casos, em associação 
com a de primeira escolha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CRISES PARCIAIS 
Nas crises focais, a droga de primeira escolha é a carbamazepina ou oxcarbazepina (pelos menores efeitos 
colaterais), ocorrendo remissão da crise em 75% dos pacientes. 
 Primeira escolha: Carmbamazepina. 
 Segunda escolha: Fenitoína; Fenobarbital; Gabapentina; Iamotregina; Levetiracetam; Oxcarbazepina; 
Topirumato; Valproato; Vigabatrina. 
 
 
CRISES PARCIAIS SECUNDARIAMENTE GENERALIZADAS 
 Nas crises focais secundariamente generalizadas, a droga de primeira escolha é a mesma das crises focais, 
carbamazepina (Tegretol®) ou oxcarbazepina. 
 Primeira escolha: Carmbamazepina. 
 Segunda escolha: Fenitoína; Fenobarbital; Iamotregina; Levetiracetam; Oxcarbazepina; Topirumato; 
Vigabatrina. 
 
 
CRISES GENERALIZADAS 
As crises generalizadas apresentam tratamento de acordo com o padrão da crise, já adiantando, o valproato 
(Depakote®) é a droga-padrão para tratar todas as formas das crises generalizadas; as tônico-clônicas são tratadas com 
valproato; as de ausência, deverá associar com o valproato a etosuccimida (Etoxim®); nas mioclônicas, o valproato e o 
clonazepam são as drogas de escolha; nas atônicas/tônicas, o valproato é utilizado. 
 
Crises Generalizadas 
Tônico-clônicas Ausências Mioclônicas Atônicas/tônicas 
Primeira 
escolha 
Segunda 
escolha 
Primeira 
escolha 
Segunda 
escolha 
Primeira 
escolha 
Segunda 
escolha 
Primeira 
escolha 
Segunda 
escolha 
Valproato Carbamazepina 
Fenitoína 
Fenobarbital 
Iamotrigina 
Levetiracetam 
Oxcarbazepina 
Topiromato 
Valproato/ 
etosuccimida 
Clonazepam 
Iamotrigina 
Topiromato 
Valproato/ 
Clonazepam 
Fenobarbital 
Iamotrigina 
Levetiracetam 
Topiramato 
Valproato Clonazepam 
Nitrazepam 
Iamotrigina 
Levetiracetam 
topiramato 
 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
 A cirurgia é um recurso terapêutico para crianças com crises intratáveis, com bons resultados quando foco 
epileptogênico é localizado com precisão por exames complementares (RNM funcional, PET, EEG, etc.).

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