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História, Cultura e Literatura de Angola
Angola, assim como a maioria dos países da África, que já são independentes, é multicultural. Isso significa dizer que seu território abrange várias culturas, línguas, costumes, etc. Além do Português, que é sua língua oficial, Angola tem muito mais idiomas. De colonização por exploração à tráfego de escravos, Angola foi perdendo seu território para os portugueses e, aos poucos, sua autonomia. Sua divisão político-administrativa foi fixada pelos povos colonizadores e, em seu território, encontramos diversos povos de etnias distintas. Angola chegou a ser a colônia mais importante de Portugal, após a perda do Brasil e, no século XIX, alcançou em algumas cidades um parco desenvolvimento, necessário aos habitantes descendentes de portugueses que habitavam a colônia. Com o crescimento, ainda que tímido, de uma classe média citadina composta de pequenos comerciantes, funcionários públicos, oficiais etc., a vida na colônia se alterava substancialmente e apareciam os primeiros jornais com notícias da colônia e da cultura local. E, com a Conferência de Berlim, que teve como objetivo organizar, na forma de regras, a ocupação da África pelas potências coloniais resultou em uma divisão que não respeitou nem a história, nem as relações étnicas e mesmo familiares dos povos do continente. 
Embora fosse um país multicultural, não era isso que os colonizadores afirmavam. Dizer que não tinham cultura era uma forma de justificar a dominação e a opressão e, com isso, impuseram o seu próprio sistema cultural e linguístico, o que era completamente inviável para o angolano, já que foram forçados a mudar de oralidade para escrita e ainda no próprio idioma do colonizador e, mesmo que o fizessem, não havia quem lesse. Hoje, pode-se ver o quanto que a cultura de Angola é diversificada, e presente em muitas culturas, inclusive a nossa, brasileira. A riqueza cultural de Angola manifesta-se em diferentes áreas: no artesanato, destaca-se a variedade de materiais utilizados. Através de estatuetas em madeira, instrumentos musicais, máscaras para danças rituais, objetos de uso comum, ricamente ornamentados, pinturas a óleo e areia, é comprovada a qualidade artística angolana. Associado às festas tradicionais promovidas por etnias locais está também um grande valor cultural. A presença constante da dança no dia a dia é produto de um contexto cultural apelativo para a interiorização de estruturas rítmicas desde cedo. Iniciando-se pelo estreito contato da criança com os movimentos da mãe (às costas da qual é transportada), esta ligação é fortalecida através da participação dos jovens nas diferentes celebrações sociais (os jovens são os que mais se envolvem), onde a dança se revela determinante enquanto fator de integração e preservação da identidade e do sentimento comunitário.
 Em Angola, logo após a Conferência de Berlim, a atividade literária era estimulada pela própria atividade jornalística. E é ali que surge o primeiro grande nome da literatura Angolana, Assis Júnior, e foi no jornal que sua primeira obra foi lançada. As principais necessidades dos autores angolanos era a de entender que país era esse que se formava sob a imposição geográfica, política e cultural do império colonial. Assis Junior criou o primeiro dicionário kimbundu-português, o que o levou a conhecer as expressões nativas. Em 1929, a Liga Angolana, da qual Assis Júnior havia sido um dos fundadores, transforma-se em Liga Nacional Africana. Isso é um importante indício de junção das influências do pensamento pan-africanista.Outro autor importante, além de, Assis Júnior, é Castro Soromenho. Os dois autores buscam mostrar um projeto de libertação das convenções literárias do colonizador, ou seja, os autores começam a procurar uma identidade própria, e essa busca se reflete com a influência cada vez maior da oralidade marcante da cultura local e do questionamento acerca da colonização, evidenciando o sofrimento e a injustiça da escravidão.
Angola, hoje, é um país independente, com sua própria economia que é ligada diretamente à produção primária, onde é um grande destaque na produção de café, cana-de-açúcar, sisal, milho, coco e amendoim, entre outros. Embora tenha conseguido sua autonomia, ainda não usufrui de paz por causa de divergências políticas.

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