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Aciaria elétrica Tendência

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Centro de Gestão e Estudos Estratégicos
Ciência, Tecnologia e Inovação
 
 
 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 
 
 
 
Fase I – Panorama Setorial 
 
TR - 24 
 
Tema: Aciaria Elétrica – Situação Atual e 
Tendência 2025 
 
 
 
Rio de Janeiro 
17/11/2008 
Contrato nº 236/2008 
 
 
 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 2 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 3
 
Sumário 
 
Item Assunto Página 
 Resumo executivo 3 
 Desenvolvimento 
1 Perfil brasileiro da produção de aço atual e projetado 8 
1.1 Distribuição da produção por processo – LD + EOF e FEA 9 
1.2 Conseqüências desta distribuição de produção até 2025. 10 
2.2 Distribuição dos Custos de uma Aciaria Elétrica 12 
2.2.1 A carga metálica 13 
2.2.1.1 Sucatas 13 
2.2.1.2 O gusa sólido como componente da carga metálica 15 
2.2.1.3 O Ferro Esponja como componente da carga metálica. 16 
2.2.2 Energia Elétrica 16 
2.2.3 Combustíveis fósseis para o FEA. 16 
2.2.4 Eletrodos de Grafite. 16 
3 Rotas de Produção via LD e via FEA. 17 
 Glossário 19 
 Referências bibliográficas 10 
 
 
 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 4 
Resumo Executivo 
Conforme projetado a produção de aço deverá evoluir da capacidade 
instalada atual de 37 milhões de toneladas para cerca de 70 milhões em 2015. 
A distribuição entre os diversos processos produtivos mostra o processo LD + 
EOF (EOF – Energy Optmizing Furnace), responderá por 90% do total, contra 
10% de FEA (FEA – Forno Elétrico a Arco). Atualmente temos ao longo dos anos 
aproximadamente 80% de LD + EOF. 
Este fato acarreta uma situação muito interessante para o Brasil, pois permite 
uma continuidade tranqüila da produção de aços via FEA, sem a necessidade de 
se importar sucata para tal. 
Esta acertiva se deve principalmente ao fato que o aumento da produção de aço 
cria uma maior industrialização do país, como a conseqüente geração de sucata. 
É este um dos pontos críticos no processo de fabricação de aços via FEA no 
Brasil, onde a geração de sucata, dentre outros é um aspecto crítico de sucesso 
do processo. 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 5
 
No entanto considerando que em 2025 o Brasil venha a produzir 78 milhões de 
toneladas, a tabela mostra que os FEAs, teriam uma participação de 16% 
CAPACIDADES DAS ACIARIAS ELÉTRICAS NO BRASIL ATÉ 2025 
ESTA TABELA FOI OBTIDA DE DADOS DE ARQUIVO DO AUTOR E DE DADOS DE PUBLICAÇÕES DE ENTIDADES 
COMO A ABM E IBS, BEM COMO DE CONTATOS PESSOAIS. ASSIM NÃO TEM CARÁTER OFICIAL E DEVE SER 
USADA COM AS DEVIDAS RESERVAS. 
 
Capacidade Projeção Projeção 
Nominal para 2012 para 2015 # Controlador/Denominação 
(1000 t/ano) (1000 t/ano) (1000 t/ano) 
1 Grupo Gerdau - Cearense 140 140 140 
2 Grupo Gerdau - Açonorte 350 350 350 
3 Grupo Gerdau - Usiba 600 600 600 
4 Grupo Gerdau - Cosígua 1.100 1400 1400 
6 Grupo Gerdau - Vibasa 800 800 800 
7 Grupo Gerdau – Villares Mogi 500 500 500 
8 Grupo Gerdau – São Paulo 900 1100 1100 
9 Grupo Gerdau – Guaíra 500 700 800 
10 
Grupo Gerdau – 
Riograndense 500 500 500 
11 Grupo Gerdau – Piratini 500 500 500 
Sub-Total Grupo Gerdau 5.890 6.590 6.690 
Capacidade Projeção Projeção 
Nominal para 2012 para 2015 # Controlador/Denominação 
(1000 t/ano) (1000 t/ano) (1000 t/ano) 
12 ArcelorMittal – Juiz de Fora 1.100 1200 1200 
13 ArcelorMittal – Cariacica 600 600 600 
14 ArcelorMittal – Piracicaba 1.100 1.100 1.100 
14 ArcelorMittal – Inox do Brasil 400 400 400 
Sub-Total Grupo ArcelorMittal 3.200 3.300 3.300 
15 Votorantim – Barra Mansa 700 700 700 
16 Votorantim – Rezende 1.000 1000 1000 
Sub-Total Grupo Votorantim 1.700 1700 1700 
17 Sinobras – Marabá - PA 400 400 400 
18 CSN – Volta Redonda 500 500 500 
19 Villares Metals - 120 120 120 
Fundições 500 500 500 
Total de Capacidade em FEAs 12.310 13.110 13.210 
 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 6 
De tudo o que foi exposto nesta nota técnica, os seguintes pontos merecem 
destaque: 
� DISPONIBILIDADE DE SUCATA PARA FORNOS ELÉTRICOS. 
A constante evolução do rendimento produto final/aço líquido das Usinas 
Siderúrgicas e também do usuário final, cria um quadro de carência de 
sucatas internas (gerada na Usina) e de sucata de indústria. Atualmente as 
necessidades das aciarias Elétricas e também as de LD+EOF, são 
cobertas e assim o serão por sucatas de obsolescência e ferro gusa 
produzidas principalmente por Altos Fornos a carvão vegetal. 
� O FERRO ESPONJA (DRI – DIRECT REDUED IRON) COMO 
COMPONENTE DA CARGA METÁLICA PARA FEAs. 
Pelo menos no atual cenário, a disponibilidade/preço do gás natural não 
permite a produção econômica de Ferro Esponja, que é um produto 
metálico obtido diretamente da redução do minério de ferro, principalmente 
por meio de gás natural. Existem outros métodos de redução direta, mas o 
principal é através de gás natural. Além do mais, o consumo de energia 
elétrica com ferro esponja é substancialmente maior do que com 
sucata+gusa. 
� O FERRO GUSA PRODUZIDO COM CARVÃO VEGETAL COMO 
COMPONENTE DAS CARGAS DOS FEAs. 
Neste particular, o Brasil desponta com avançada tecnologia de operação 
de FEAs com gusa sólido e agora também com gusa líquido. A 
problemática é que quase a totalidade deste gusa é produzida com carvão 
vegetal, e sem dúvida é esta uma das ameaças ao processo, pois; 
• As florestas artificiais de eucalipto são insuficientes para ao Altos 
Fornos 
• A frente de carvoejamento avança sobre a floresta nativa criando um 
passivo ambiental de difícil solução. Esta situação perdura por 
décadas. 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 7
 
� ENERGIA ELÉTRICA 
O consumo de energia elétrica nos FEAs varia em função basicamente de: 
• Processo de fabricação 
• Tipo de aço 
• Participação de energias alternativas. 
Em uma visão otimista, não faltará energia elétrica para os FEAs. No 
entanto a questão do flicker, que é a variação de tensão na rede, 
provocada por equipamentos como FEAs de corrente alternada é um fator 
crítico, pois limita a localização de FEAs perto de grandes centros. 
� PREÇO DAS MATÉRIAS PRIMAS – CARGA METÁLICA, LIGAS, ETC. 
• Os relevantes em termos de custo de matéria prima é em geral a 
carga metálica com a sucata e o gusa, participando com 70-80 % do 
custo do aço líquido. 
• As demais matérias primas, portanto não são significativas no custo. 
� INVESTIMENTOS EM PLANTAS DE FEA E DE LD. 
De uma maneira geral, podemos dizer que os investimentos em uma usina 
a base de LD outra a base de FEA, são significativamente diferentes. A 
diferença chega a ser de 3 vezes. 
� Por exemplo, de 800 USD/t ano para LD 
� 300 USD/t ano 
Uma aciaria LD, até a obtenção do aço líquido, significa a implantação dos 
seguintes equipamentos fundamentais: 
� Obtenção do gusa líquido 
� Sistema de recebimento de minério de ferro 
� Pátio de minério e blendagem 
� Sistema de recebimento de carvão mineral 
� Pátios de estocagem e blendagem 
� Sinterização 
 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 8 
� Coqueria 
� Pátio de estocagem de sinter e coque 
� Alto forno 
� Carro torpedo 
� Sistemas caros de controle do meio ambiente 
� Obtenção do Aço Líquido 
� LD 
� Sistema de despoeiramento do LD 
� Silos de estocagem de ligas e fundentes 
� Pátio de ligas e fundentes 
� Pátio de sucata 
� Fábrica de oxigênio� Sistema de escória 
� Panelas de aço 
� Potes de escória 
� Utilidades 
� Controle do meio ambiente. 
 
Uma Aciaria Elétrica é muito mais simples, e para fins didáticos vamos usar 
a matriz do LD eliminando os equipamentos desnecessários: 
� Obtenção do gusa líquido 
� Sistema de recebimento de minério de ferro 
� Pátio de minério e blendagem 
� Sistema de recebimento de carvão mineral 
� Pátios de estocagem e blendagem 
� Sinterização 
� Coqueria 
� Pátio de estocagem de sinter e coque 
� Alto forno 
� Carro torpedo 
� Sistemas caros de controle do meio ambiente 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 9
Obtenção do Aço Líquido 
� FEA 
� Sistema de despoeiramento do FEA 
� Silos de estocagem de ligas e fundentes 
� Pátio de ligas e fundentes 
� Pátio de sucata 
� Fábrica de oxigênio 
� Sistema de escória 
� Panelas de aço 
� Potes de escoria 
� Utilidades 
� Sistemas de despoeiramento 
 
 
 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 10 
DESENVOLVIMENTO 
1 – Perfil da Produção de Aço Atual e Projetado 
Novamente nos referimos à tabela de dados dos FEAs no Brasil. 
CAPACIDADES DAS ACIARIAS ELÉTRICAS NO BRASIL ATÉ 2025 
ESTA TABELA FOI OBTIDA DE DADOS DE ARQUIVO DO AUTOR E DE DADOS DE PUBLICAÇÕES DE ENTIDADES 
COMO A ABM E IBS, BEM COMO DE CONTATOS PESSOAIS. ASSIM NÃO TEM CARÁTER OFICIAL E DEVE SER 
USADA COM AS DEVIDAS RESERVAS. 
 
Capacidade Projeção Projeção 
Nominal para 2012 para 2015 # Controlador/Denominação 
(1000 t/ano) (1000 t/ano) (1000 t/ano) 
1 Grupo Gerdau - Cearense 140 140 140 
2 Grupo Gerdau - Açonorte 350 350 350 
3 Grupo Gerdau - Usiba 600 600 600 
4 Grupo Gerdau - Cosígua 1.100 1400 1400 
6 Grupo Gerdau - Vibasa 800 800 800 
7 Grupo Gerdau – Villares Mogi 500 500 500 
8 Grupo Gerdau – São Paulo 900 1100 1100 
9 Grupo Gerdau – Guaíra 500 700 800 
10 
Grupo Gerdau – 
Riograndense 500 500 500 
11 Grupo Gerdau – Piratini 500 500 500 
Sub-Total Grupo Gerdau 5.890 6.590 6.690 
Capacidade Projeção Projeção 
Nominal para 2012 para 2015 # Controlador/Denominação 
(1000 t/ano) (1000 t/ano) (1000 t/ano) 
12 ArcelorMittal – Juiz de Fora 1.100 1200 1200 
13 ArcelorMittal – Cariacica 600 600 600 
14 ArcelorMittal – Piracicaba 1.100 1.100 1.100 
14 ArcelorMittal – Inox do Brasil 400 400 400 
Sub-Total Grupo ArcelorMittal 3.200 3.300 3.300 
15 Votorantim – Barra Mansa 700 700 700 
16 Votorantim – Rezende 1.000 1000 1000 
Sub-Total Grupo Votorantim 1.700 1700 1700 
17 Sinobras – Marabá - PA 400 400 400 
18 CSN – Volta Redonda 500 500 500 
19 Villares Metals - 120 120 120 
Fundições 500 500 500 
Total de Capacidade em FEAs 12.310 13.110 13.210 
 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 11 
1.1 – Produção por Processo – LD + EOF e FEA 
Em 2007, para a capacidade instalada de produção de aço bruto de 37 milhões 
de toneladas aproximadamente, produzimos: 
• Aço Líquido Bruto – 33,782 milhões de toneladas 
o Aço Líquido via LD + EOF – 80% aproximadamente 
o Aço Líquido Bruto via FEA – 20% aproximadamente 
• Produtos Laminados Planos – 15,7 milhões de toneladas = 61% 
• Produtos Laminados Não Planos – 9,85 milhões de toneladas = 31% 
Esta proporção de 80% de produção via LD, para 20% da produção via FEA, vem 
se mantendo desde os anos 80 aproximadamente, mas mudará substancialmente 
com as projeções da evolução da produção de aços no Brasil 
Assim, para a previsão da capacidade instalada de 78 milhões de toneladas de 
aço líquido em 2015, teremos 90% de LD + EOF e 10% de FEA. Esta projeção é 
fundamental para a geração de sucatas no mercado nacional necessárias para a 
produção dos FEAs. 
A nível mundial temos o seguinte quadro: 
 
 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 12 
Da análise deste quadro, sob o ponto de vista da distribuição da produção por LD 
e FEA, projetado para 2025, inclusive para o Brasil podemos dizer: 
� O Brasil e China seguem e seguirão a mesma tendência de tecnologias de 
produção com o LD representando 90% da produção de aço líquido, devido 
aos seus fatores característicos: 
� Disponibilidade de energia elétrica 
� Disponibilidade de sucata 
� O Brasil não é mostrado no quadro, devido ao seu atual nível de produção. 
� Se observarmos os USA, veremos a forte migração para a produção via 
FEA, por: 
� Os USA geram sucata em quantidades exportáveis 
� Tem boa estrutura de energia elétrica 
� Problemas ambientais são críticos, na produção via LD. 
� O observado nos USA, é válido para os chamados países desenvolvidos. 
1.2 – Conseqüências desta Distribuição de Produção até 2025. 
Devido à abundância de minério de ferro de alta qualidade, localizadas 
principalmente em Minas Gerais e na Amazônia, parece lógica a tendência de 
crescimento da produção brasileira pela rota Alto-Forno, apesar da inexistência de 
carvão mineral coqueificável. Além do mais, possuímos uma das melhores 
tecnologias do mundo na operação de Altos-Fornos a coque e a melhor na 
operação com carvão vegetal. 
A tendência dos países desenvolvidos como USA é migrar a produção para FEAs 
substituindo os LDs por razões ambientais. Isto se deve a que: 
- a operação de Alto Forno a coque exige a existência da coqueria, que é 
uma atividade poluidora na maioria dos casos. A não ser as coquerias 
chamadas de “non recovery” como a SOL instalada na CST – Serra – ES. 
- a produção pela rota Alto Forno – LD, gera cerca de 1.800 kg de CO2 /t da 
aço líquido, contra cerca de 500 kg de CO2 /t da aço líquido pela rota 
sucata - FEA 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 13 
Este fato está criando uma escassez de sucata no mercado mundial, aumentando 
o seu preço. Vamos ver que de certa forma isto também afeta o Brasil, mas não 
muito, pelo nosso perfil particular de metálicos para FEA. 
O forno elétrico apresentou e apresenta ao longo do tempo uma excepcional 
evolução tecnológica saindo de um tempo de corrida de denominada “Tap to Tap” 
na linguagem dos aciaristas, de 180 minutos nos anos 60 para até cerca de 35 
minutos quando os equipamentos são projetados pata tal. 
Isto se deveu a uma série de tecnologias que foram desenvolvidas e 
disseminadas ao longo tempo, gerando muitas oportunidades de crescimento. 
O parque siderúrgico brasileiro rapidamente absorveu estas tecnologias. As mais 
importantes são: 
1. Utilização de grandes volumes de oxigênio e suas tecnologias de uso 
avançadas por sistemas denominados jato coerente. 
2. Metalurgia de panela 
3. Uso de painéis refrigerados 
4. Tecnologia de Ultra-Alta-Potência 
5. Controle digita;l 
6. Escória espumante 
7. Queimadores a gás natural com oxigênio 
8. O Forno Panela 
9. O sistema EBT para vazamento do FEA 
Poderíamos continuar, com outros, no entanto vamos destacar o uso de gusa 
líquido como uma das oportunidades que existe a longo tempo mas agora está se 
tornando muito mais industrial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 15 
2.2 – Distribuição dos Custos de uma Aciaria Elétrica 
A tabela abaixo mostra como se comportam os custos percentuais em uma 
Aciaria Elétrica de alta desempenho. 
 
Tabela de custos percentuais de um FEA de 100 t de alta performance – Julho/08 
# Item Custo % 
Faixa de 
variação 
1 Carga Metálica 83 75 - 90 
2 Energia Elétrica 0403 - 06 
3 Eletrodos 01 01 - 03 
 Mão de Obra 01 01 - 02 
 Refratários 02 01 - 03 
 Manutenção 02 01 - 04 
 Combustíveis 01 0,50 – 1,50 
 Oxigênio 01 0,50 – 2,50 
 Outros 05 01 - 08 
TOTAL 100 
 
Como pode ser visto, dados reais de um FEA de alto desempenho mostram que a 
carga metálica responde por cerca de 80% do custo do aço líquido produzido no 
FEA. 
Alguns destes itens de custo fazem parte da análise neste trabalho. 
 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 16 
2.2.1 – A Carga Metálica 
O Brasil pelo seu perfil de consumo de aço, em qualquer dos segmentos, 
consome pouco, ao longo dos anos entre 80/90 kg per capita. 
Assim também geramos pouca sucata e nossa siderurgia elétrica está estruturada 
para consumidor a seguinte carga básica de metálicos: 
• Gusa sólido – cerca de 25% 
• Sucatas de aço e de ferro fundido – 75% 
• Ferro esponja – DRI – não considerado. Somente a USIBA 
produz e consome cerca de 500.000 t/ano. 
Desta maneira, o ferro gusa é e será um importante componente da carga 
metálica para as Aciaria Elétricas. A ArcelorMittal – unidade de Juiz de Fora, já 
opera carregando cerca de 30% de gusa líquido na carga de seu FEA de 110 
t/corrida. Isto corresponde a um consumo da ordem de 1.200 t/gusa líquido por 
dia, produzidos por 2 modernos Altos-Fornos a carvão vegetal, fornecido 
principalmente por produção própria do grupo ArcelorMittal. Estes são Altos-
Fornos de 250 m3 de volume, com capacidade nominal de 600 t/gusa/dia. Os 
efeitos no FEA são: 
• Aumento da produção por redução no tempo de corrida 
• Redução no consumo de energia de cerca de 2,2 kWh/1% de gusa líquido 
adicionado 
2.2.1.1 – Sucatas 
Como conseqüência, sobre a importante Carga Metálica para FEA, nossos 
cálculos indicam (Trabalho ABM – Carga Metálica – 2008 - 2020, a ser 
apresentado no 40º Seminário de Aciaria – Internacional, em Maio de 2009 – 
Autores Lauro Chevrand e Fernando Souza Cândido), fundamentalmente que: 
1. Existe sucata de obsolescência acumulada no país para suportar o 
crescimento da produção de aço via FEA dos atuais 8 milhões de 
toneladas para os projetados 10 milhões aproximadamente em 
2015, considerados neste estudo. 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 17 
2. A projeção é feita em base científica em modelo semelhante ao 
desenvolvido pelo WSD nos anos 90. Assim a falta de sucatas 
industrializadas vai sendo coberta pela sucata de obsolescência 
existente. 
3. Quanto mais se necessita de sucata de obsolescência maior a 
necessidade de se incentivar a “catação” desta por meio de 
aumento de preços. 
4. Mesmo dentro das incertezas que acompanham as projeções de 
brasileiras de aumento de produção, esta considerações são 
verdadeiras 
5. Não consideramos o Ferro Esponja – DRI em nenhum momento 
como componente da carga metálica de FEAs no Brasil, a menos 
das mencionados 500 mil t/ano da GERDAU – USIBA. 
De uma maneira concisa, podemos dizer: 
� Tradicional preponderância da rota integrada, não fomentou condições 
para o desenvolvimento de um forte mercado sucateiro independente; 
� Nos últimos 12 meses produziu 35,232 Mt de aço bruto, dos quais 8,392 
Mt foram através do processo de Forno Elétrico, consumindo na ordem de 
9,536 Mt de sucata. 
� Praticamente, toda a sucata consumida no país é proveniente do território 
nacional. 
� O Mercado é caracterizado por baixos níveis de organização e 
transparência. 
� Os sucateiros em geral são poucos capitalizados e apenas 
responsabilizam pela coleta. Atuando pouco no 
beneficiamento/industrialização; 
� Desde modo os maiores consumidores acabaram desenvolvendo redes de 
fornecimento e atuam diretamente no beneficiamento garantindo o 
suprimento necessário 
 
TR-24 - Aciaria Elétrica – Situação Atual e Tendência 2025 
Consultor - Lauro Chevrand 18 
� Crescimento da produção siderúrgica em conseqüência da recuperação 
econômica da Ásia e do Leste Europeu; 
� Prevê-se uma crescimento maior na Ásia e na América Latina; 
� Elevação da produção mundial de aço bruto para níveis próximos a 1,6 
bilhões de toneladas / ano; 
� Confirmando a continuidade das Mini-mills. A 31 % da produção mundial 
está sendo alavancada por Aciarias Elétricas que crescem na ordem de 4% 
ao ano e de 2005 para 2006 cresceu 7%, chegando a 393,115 Mt/a que 
gerou uma necessidade de sucatas da ordem de 446 Mt/ano; 
� Crescimento da demanda do ferro-gusa, denominado substitutos, mas que 
na verdade atuam como complementares à sucata no FEA; 
� Enobrecimento dos produtos siderúrgicos ofertados pelas usinas simi-
integradas; 
� Quanto ao ferro-gusa, observa que ganha maior atratividade na siderurgia 
FEA quando o preço da sucata fica elevado; 
2.2.1.2 – O Gusa Sólido como Carga Metálica. 
Diferentemente do que se passa em outros países, o gusa sólido é de 
fundamental importância na carga dos Fornos Elétricos brasileiros. Isto se deve à 
nossa história carência de sucatas, devido ao baixo consumo per capita de aço 
verificado ao longo de décadas, aonde não chegamos a 100 kg/por habitante. 
Assim desenvolvemos e aperfeiçoamos o uso do gusa sólido, como componente 
de cerca de 30% da carga dos FEAs e que apresenta muitas propriedades 
importantes para a produção de aços onde destacamos: 
1. É um produto industrializado, com características físicas e químicas 
adequadas. 
2. É um produto isento de elementos contaminantes, como o Cu, Cr, Sn, Ni, 
Mo, etc., que afetam a qualidade dos aços. 
3. Funciona como elemento diluidor de contaminantes do aço, permitindo ao 
FEA fabricar aços de alta qualidade. 
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4. Contem o Carbono sob a forma de Fe3C, o que é altamente positivo sob o 
ponto de vista energético. 
Sua produção no entanto é feita no Brasil fundamentalmente por meio de carvão 
vegetal, muitas vezes oriundo de florestas nativas. Atualmente, os produtores se 
conscientizam da necessidade de ter florestas artificiais de eucalipto como fonte 
de carvão vegetal. No entanto esta situação é uma ameaça para o sistema. 
Tendência – No Brasil seguiremos utilizando o gusa líquido ou solido como parte 
importante da carga metálica. 
2.2.1.3 - O Ferro Esponja como componente da Carga 
Metálica. 
A inexistência de gás natural (GN) em volume e preços competitivos, não permitiu 
o desenvolvimento desta tecnologia no Brasil. Apenas a Gerdau – USIBA na 
Bahia utiliza ferro esponja na carga. 
Tendência/Oportunidade - A descoberta anunciada de grandes reservas de GN, 
pode mudar o quadro, fazendo com que o Brasil seja 
no futuro um produtor de ferro esponja. 
2.2.2 – Energia Elétrica 
Neste documento não vamos analisar a disponibilidade de energia elétrica para 
FEAs. Apesar de eletro-intensivo os FEAs representam pouco no consumo e 
demanda do país. Assim consideramos que a energia elétrica necessária para os 
FEAs, não constituem empecilho para seu crescimento. 
2.2.3 – Combustíveis Fósseis para o FEA. 
Dentre os combustíveis fósseis existentes, o gás natural interessa particularmente 
ao FEA, pois permite a operação adequada do FEA, melhorando a situação dos 
chamados “pontos frios” dentro do forno além de contribuir diretamente para 
substituição da energia elétrica por energia fóssil, com vantagens operacionais 
importantes. Atualmente a maioria dos FEAs no Brasil usam o GN no processo. 
 
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2.2.4 – ELETRODOS DE GRAFITE. 
Eletrodos são um item fundamental no processo de FEA. No Brasil existe fábrica 
e ainda facilidades de importação do produto. 
 
 
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3 – Rotas de Produção – Via LD e Via FEA. 
Plantas Integradas
 
 
Plantas semi-integradas
 
ROTA ALTO-FORNO -� LD 
ROTA SUCATA � FEA 
 
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Flujograma de la Metalurgia Primaria
 
ROTA COMPLETA, INCLUSIVE DRI 
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GLOSSÁRIO 
1 – LD – abreviatura, de Linz e Donavitz, cidades austríacas onde o processo foi 
desenvolvid0. 
2 – FEA – abreviatura de Forno Elétrico a Arco. 
3 – DRI/HBI – designação, em inglês, dos produtos da redução direta; DRI - direct 
reduced iron / HBI - hot briquetted iron. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1 – Dados de publicação mensal do IBS 
2 – Dados da Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, publicados na 
revista Metalurgia mensalmente. 
3 – Contatos do autor com especialistas.

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