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3 COBERTURA DE SOLOS E ADUBAÇÃO VERDE

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ 
ESCOLA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINÁRIA 
CURSO DE AGRONOMIA 
 
IBRAIN ALVES PIRES 
JOÃO FRANCISCO KOLACHINSKI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COBERTURA DE SOLOS E ADUBAÇÃO VERDE: UTILIZAÇÃO, TECNOLOGIA E 
PLANTAS MAIS UTILIZADAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2014
 
 
IBRAIN ALVES PIRES 
JOÃO FRANCISCO KOLACHINSKI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COBERTURA DE SOLOS E ADUBAÇÃO VERDE: UTILIZAÇÃO, TECNOLOGIA E 
PLANTAS MAIS UTILIZADAS 
 
Trabalho apresentado à disciplina Manejo e 
Conservação do Solo e da Água do Curso de 
Graduação em Agronomia da Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná. 
Prof.Carlos Augusto Petersen Parchen. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2014 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 
2. COBERTURA DO SOLO ......................................................................................... 6 
3. ADUBAÇAO VERDE ............................................................................................... 7 
3.1. ESPECIES MAIS ULTILIZADAS PARA ADUBAÇÃO VERDE ............................ 8 
3.1.1. Espécies de verão: ............................................................................................ 8 
3.1.2. Espécies de inverno ........................................................................................ 12 
4. CONSORCIAÇÃO DE ESPÉCIES ........................................................................ 14 
5. TECNICAS DE MANEJO DE PLANTAS DE COBERTURA E DE ADUBACAO 
VERDE. ..................................................................................................................... 15 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 16 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 17 
 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A exploração dos recursos naturais vem crescendo cada vez mais para 
buscar rentabilidade a quem dele depende como meio de sobrevivência, mas 
também de maneira geral para atender a demanda da produção de alimentos em 
demanda mundial. Durante muito tempo o solo foi explorado com um pensamento 
de que ele era uma fonte inesgotável, o pensamento era de retirar a vegetação 
original e cultivar ao máximo a produção de cereais e outros produtos. Porém esta 
ideologia foi mudando ao perceber que o solo é recurso que se desgasta e sua má 
conservação acarreta em danos em sua composição e principalmente no que ele 
sustenta - as plantas. 
Com a vegetação que recobria o solo ele se mantinha protegido, 
principalmente da incidência da chuva sobre ele, porém com a exploração agrícola 
novos campos tiveram de ser desbravados. Esta técnica apesar de maléfica a 
conservação de solos, faz-se necessária para atender a demanda mundial da 
produção de alimentos. 
Com o tempo, novas técnicas foram difundidas para o aumento de 
produtividades aliadas a conservação dos solos, uma delas é o emprego da 
adubação verde, em que com uma série de técnicas atende aos pré-requisitos de 
incremento de produtividade e conservação dos solos, que vem aliada a outras 
técnicas como o sistema de plantio direto na palha e a rotação de culturas. 
A adubação verde aliada com a cobertura do solo tem como princípio manter 
o solo coberto com material orgânico, que estará protegendo o solo das chuvas e 
erosão e que ao decompor-se irá aumentar a fertilidade dos solos, além de melhorar 
a estrutura do solo, aumentando sua porosidade e consequentemente a infiltração, 
aproveitando mais a água da chuva. 
Estudos feitos na UFRRJ sobre perdas de solo e plantas de cobertura na 
erosão hídrica, apontaram uma significativa preservação do solo com diferentes 
tratamentos. Com o plantio de milho, as perdas de solo foram de 3,88 ton/ha, 
enquanto com o milho consorciado com crotalária as perdas caíram para 1,86 
ton/ha, sendo que com o solo exposto sem nenhuma cobertura as perdas foram de 
mais de 7 ton/ha. (CRUZ, 2006). 
Porém ao pensar-se em adubação verde uma série de fatores sobre o 
material a utilizar antes do cultivo ou em consórcio deve ser analisada para escolher 
5 
 
a cultura que venha trazer as melhores produtividades, isso se deve a fatores como 
alelopatia e nutrientes demandados pelas culturas. PRIMAVESI (1999) demonstra 
diferentes produtividades de milho cultivados após diversas culturas, sendo o milho 
cultivado após: milho (2.100 kg/ha), guandu (3.000 kg/ha), mucuna (4.500 kg/ha) e 
feijão de porco (5.800 kg/ha). 
O presente trabalho tem por objetivo esclarecer a importância da cobertura do 
solo e da adubação verde como ferramenta aliada com a conservação do solo e 
produtividade agrícola, bem como demonstrar consorciações que trazem benefícios 
e quais cultivos devem ser evitados. 
 
 
6 
 
2. COBERTURA DO SOLO 
 
A cobertura do solo consiste em manter a superfície do solo revestida com 
material orgânico, impedindo a sua exposição a diversos fatores que prejudiquem 
sua estrutura física e seus componentes químicos e biológicos. O solo quando 
coberto é protegido principalmente do impacto da gota da chuva, que se dispersa 
em partículas menores quando em contato com a vegetação que recobre o solo, 
impedindo que a energia que é carregada pela gota da chuva incida sobre o solo e 
desencadeie uma rede de processos que levam a erosão como a destruição dos 
agregados, a obstrução dos poros e o selamento superficial, desta maneira 
favorecendo a infiltração. 
Quanto maior a cobertura do solo, mais protegido ele estará da incidência de 
raios solares, o que irá controlar oscilações excessivas de temperaturas na 
superfície do solo, que é onde se encontram os microorganismos responsáveis pela 
decomposição da matéria orgânica e disponibilização de nutrientes as plantas. Com 
a retirada da vegetação ocorre a incidência direta da radiação solar sobre a sua 
superfície, resultando na destruição da matéria orgânica do solo e dos 
microrganismos dentro de uma camada de 5cm (PRUSKI, 2009). 
A planta de cobertura protege igualmente a micro, meso e macrofauna do solo, 
que em sua maioria não consegue sobreviver sobre o solo insolado. Portanto 
contribui para o equilíbrio biológico no solo, colaborando eficazmente no controle de 
algumas pragas e pestes (PRIMAVESI, 1999). 
O produtor que deseja proteger o solo e melhorar as suas propriedades físicas, 
hídricas, químico e biológico pode optar pelo manejo de cobertura do solo e ou por 
adubos verdes, usados diretamente como manejo no sistema de plantio direto. O 
uso desse sistema consiste em um manejo conservacionista junto a rotação de 
culturas e empregos de plantas de cobertura e adubação verde, que resulta em 
benefícios como a redução da erosão pela ação de cobertura e agregação do solo, 
incrementos de nitrogênios por meio de fixação biológicas, incorporação da 
biomassa do solo, maior eficiência na ciclagem de nutrientes, menor assoreamento 
de mananciais hídricos, flexibilidade nas operações de semeadura (segurando por 
mais tempo umidade no solo) e de colheita, redução no uso de fertilizantes e 
herbicidas, menor risco a ao meio ambiente e maior lucratividade para o produtor. 
 
7 
 
3. ADUBAÇAO VERDE 
 
A adubação verde basicamente é o meio para se manter o solo coberto, para 
se buscar os benefícios trazidos, principalmente na parte de proteção e conservação 
dos solos. Consiste no cultivo de culturas com grandeprodução de fitomassa, para 
que após o seu ciclo estas fiquem sobre o solo tornando-se matéria orgânica e 
futuramente palhada, favorecendo o cultivo de grandes culturas, quando bem 
manejadas. 
Com o crescimento das atividades agrícolas, várias técnicas foram adotadas 
para o incremento de produtividade, porém poucas visam um bom manejo e 
conservação dos solos. Uma técnica que vem sendo difundida é o sistema de plantio 
direto na palha em que tem por pilares a mobilização do solo apenas na linha de 
semeadura, a manutenção dos resíduos culturais na superfície do solo e a 
diversificação das espécies cultivadas. 
A adubação verde atualmente consiste nos cultivos entressafra e entrelinhas 
que devem proteger o solo cultivável em culturas anuais quanto nos campos, como 
nos pomares, cafezais, seringais, entre outros. 
Uma prática que se faz importante quanto à disponibilidade de nutrientes para 
os cultivos, buscando-se altas produções e ao mesmo tempo conservando 
enriquecendo o solo é a rotação de culturas, em que busca a diversificação de 
espécies cultivadas, buscando trazer benefícios ao solo. A principal linha de rotação 
que se faz é entre Fabaceae e Poaceae. É pela inclusão de mais de uma cultura, 
que com a adubação verde quebra-se a monotonia das monoculturas, enriquecendo 
o solo com diversos materiais orgânicos, contribuindo para a diversificação da vida 
do solo e melhorando as condições para a cultura principal. 
A adubação verde consiste no cultivo de espécies de verão e inverno conforme 
a sua região e rotação da cultura principal, tem objetivo de melhorar a propriedade 
física, química e biológica do solo estimulando a atividade microbiana e 
proporcionando redução do potencial de inoculo de agentes patogênicos que vivem 
no solo, como fungos bactérias e nematóides, fazendo uma quebra do ciclo 
vegetativo que compõe a vegetação espontânea controlando por si mesma 
infestação de plantas concorrentes no plantio da cultura subsequente. Sendo o 
melhor recurso para implantação do cultivo e manejo de plantio direto. 
 
8 
 
 
3.1. ESPECIES MAIS ULTILIZADAS PARA ADUBAÇÃO VERDE 
 
 Existem inúmeras espécies que podem ser utilizadas como adubo verde no 
solo, de diversas características, vantagens e desvantagens. Uma forma de dividi-
las é conforme o sua época de cultivo, que é o que o principal fator de escolha de 
implantação quando se tem culturas pré-determinadas para a produção. 
 
3.1.1. Espécies de verão: 
 Dentre as culturas cultivadas para adubação verde, as leguminosas de 
primavera/verão geralmente são as que produzem maiores quantidades de 
fitomassa e acumulam maiores quantidades de nitrogênio, ao compará-las não 
apenas a outras famílias, mas também aos cultivos de leguminosas de 
outono/inverno. Porém, o fator limitante é que esse cultivo é competitivo com a área 
da produção agrícola de maior rentabilidade para os agricultores, por ser esta a 
época do cultivo da maioria dos cereais de grandes culturas. 
 Oliveira et al. (2002) em estudos buscou demonstrar dados obtidos no cultivo 
de algumas espécies de verão, como a matéria seca obtida, o nitrogênio acumulado 
como reserva para o próximo cultivoe a relação C/N dos resíduos, que afeta a 
decomposição desse material (Tabela 1). O autor também analisou as quantidades 
dos demais macronutrientes na parte aérea das leguminosas de verão mais 
empregadas na prática de adubação verde (Tabela 2) 
 SILVA (1995) estudou os macronutrientes incorporados ao solo pelas 
leguminosas após 4 anos de cultivo incorporado a citros e obteve resultados 
positivos que demostraram que várias espécies disponibilizam nutrientes para o solo 
(Tabela 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Tabela 1: Rendimento de matéria seca, nitrogênio acumulado e relaçãoC/N 
da parte aérea de diversas plantas de cobertura do solo. 
 
Fonte: Médias compiladas de diversos autores por Oliveira et al. (2002). 
 
Tabela 2: Quantidades de P, K, Ca e Mg acumuladas pela parte aérea de algumas 
das leguminosas de verão com maior potencial para inclusão em sistemas de 
culturas. Resultados médios obtidos em diferentes condições edafoclimáticas. 
 
Fonte: Adaptado de Aitaet al. (2002), citando dados de vários autores. 
10 
 
Tabela 3: Quantidades médias de nutrientes incorporadas ao solo pelas 
leguminosas após quatro anos de semeadura intercalar ao citros. Obs: Quantidade 
de nutrientes considerando plantio em área total; para área de citros, considerar 
50% dos valores. 
 
Fonte: SILVA (1995). 
 
Em seguida serão citadas algumas das principais culturas empregadas para a 
adubação verde com suas peculiaridades. 
 
-SOJA PERENE-Glycine wightii 
Família: leguminosas Climas: subtropical e tropical 
De crescimento inicial lento, produz de 20 a 40 t/ha/ano de massa verde, com boa 
capacidade de fixar nitrogênio. É recomendada como cobertura permanente 
intercalada a culturas perenes. Mas exige solos com boa fertilidade. 
Outros usos: forrageiras (consorcio com Gramíneas) 
 
-CALOPOGONIO-Calopogonium mucunoides: 
Família: leguminosas-Clima: Tropical 
Muito rústica, tem crescimento inicial lento, mas após cinco meses, desenvolve uma 
camada vegetal de 30 a 60 centímetros de altura. Fixa de 370 a 450 quilos de 
nitrogênio por hectare/ano. Incorporação no florescimento, por aração ou aplicação 
de herbicidas. 
 
-Crotalaria-grotalaria juncea 
Família: leguminosas Clima: tropical e subtropical 
11 
 
Tem rápido crescimento inicial e impede o desenvolvimento de invasoras. A planta 
chega a mais de 2 metros de altura e as raízes atingem 3 metros de profundidade 
ate o florescimento (de 110 a 140 dias após o plantio). Outros usos: produção de 
fibra e alimento animal. 
 
-GAUNDU OU ANDU-Cajanus cajan 
Família: leguminosas Clima: tropical e subtropical 
E pouco exigente quanto a fertilidade do solo. Suas raízes penetram em solos 
compactos e adequados e tem grande capacidade de reciclar nutrientes, alem de 
liberar um acido que facilita a absorção de fósforo pelas plantas. Outros usos: 
forrageira e alimento humano (grãos). 
 
-LABE-LAB - Dolichos lablab 
Família: leguminosas Clima: tropical e subtropical 
Produz em media 40 t de massa verde por há. Uma tonelada de matéria seca conte 
18 kg de nitrogênio. Em 150 dias, suas raízes chegam a 3, 4 metros de 
profundidade. O manejo ou incorporação devem ser feitos no florescimento (140 a 
180 dias do plantio). Outros usos: Alimento animal 
 
-MUCUNA ANÃ - Stizolobium deeringiana 
Famila:leguminosas Climas: tropical e subtropical 
Produz menos massa que as mucunas cinza (St. Cinereum) ou preta e, por isso, ‘e 
recomendada para plantio entre fileiras de culturas perenes e mesmo anuías como o 
milho. Tem a vantagem do ciclo curto, com corte ou incorporação em 90 dias após a 
semeada. 
Outros usos: Alimento animal 
 
-MUCUNA PRETA – Stizolobium aterrimum 
Família: Leguminosas; Clima tropical e subtraopical 
Muito rústica cresce bem em solos ácidos e pobres em fertilidade. Em áreas dos 
cerrados chega a produzir 40 toneladas por hectare de massa verde, com uma 
composição rica e variada de nutrientes. Impede a multiplicação da população de 
nematóides. Outros usos: Alimento animal 
 
12 
 
3.1.2. Espécies de inverno 
 As espécies de inverno, de maneira geral, não são tão produtivas quanto as 
de verão, porém são mais viáveis ao produtor, pois podem ser utilizadas na entre 
safra do cultivo principal. DERPSCH (1984) analisou a produtividade do feijão em 
decorrência da adubação verde feita anterior do plantio durante o inverno demostrou 
que não são as leguminosas que trazem as melhores produtividades(pois o feijão 
pertence a esta família) mas sim espécies de outras famílias como a aveia-preta, o 
nabo-forrageiro e o tremoço branco (Gráfico 4) 
 
Gráfico 4: Efeito residual de diferentes coberturas verdes de inverno sobre o 
rendimento do feijão carioca. 
Cobertura verde com 
Rendimento do Feijão 
(kg/ha) 
Tremoço-branco 700 
ervilhaca-peluda 600 
chícaro 520 
centeio 570 
aveia-preta 800 
trigo 510 
nabo-forrageiro 830 
girassol 490 
pousio de inverno 470 
Fonte: DERPSCH (1984); adaptado de PRIMAVESI (1999). 
 
 Dentre as principais espécies de inverno cultivadas, citam-se: 
 
-AVEIA PRETA – Avena strigosa Schieb 
Família: gramíneas, climas: temperado e subtropical 
Rústica produz grandes quantidades de massa verde em solos pobres. Muito 
eficiente na reciclagem de nutrientes. Diminui presença de patogenos no solo e 
melhorao rendimento especialmente da soja e do feijão. Outros usos: alimento 
anima (forragem e feno) 
 
 
13 
 
-AZEVEM- Lollium multiflorumlam: 
Família: gramínea- Clima temperado e subtropical 
Exige temperaturas frias no outono e inverno. A incorporação de massa verde ou 
aplicação de herbicida deve ser feita na floração, 130 a 170 dias após a semeadura, 
produz 20 a 30 toneladas de massa verde e de 2 a 6 toneladas de matéria seca por 
hectare. Outro uso: forrageira e pastagem. 
 
-Ervilha forrageira - Pisum sativum: 
Família: leguminosas Clima: temperado e subtropical 
Seu crescimento e rápido e em 60 dias chega a cobrir 70% da superfície do solo. É 
uma fonte de nitrogênio aproveitado especialmente por gramíneas como milho e 
arroz. Plantio pode ainda ser intercalado a culturas perenes. Outros usos: Alimento 
animal (forragem, silagem, feno) 
 
-ERVILHACA - Vicia sativa 
Família: Leguminosas Clima: temperado e subtropical 
Possibilita a incorporação de 108 kg de nitrogênio por hectare ao ano em media, e 
tem grande capacidade de reciclar outros nutrientes. Outra espécie, a ervilhaca 
peluda(Vicia vil/asa) e mais rústica e precoce, e, por isso vem sendo bastante 
utilizada. Outros usos: forrageira. 
 
-GIRASSOL - Helianthus annuus L. 
Família: compostas Clima: temperado e subtropical 
Excelente para a sanidade do solo em rotação ou consorciação de culturas. Muito 
resistente a seca e suporta temperaturas elevadas. Apresenta desenvolvimento 
inicial rápido e inibe o desenvolvimento de invasoras. Outros usos: industrial, 
alimentação humana e animal. 
 
-NABO FORRAGEIRO-Raphanus sativus L. 
Família: crucíferas Climas: temperado e subtraopical 
Rústica, tem crescimento rápido e dificulta a infestação de invasoras. Tem raiz 
pivotantes profunda e grande capacidade de reciclagem de nutrientes, 
especialmente nitrogênio e fósforo, favorecendo a cultura posterior, principalmente o 
milho e o feijão. Outros usos: alimento animal. 
14 
 
4. CONSORCIAÇÃO DE ESPÉCIES 
 
Tendo em vista a perda de um cultivo lucrativo com a adoção da adubação 
verde, pode se adotar a prática da consorciação de espécies, em que pode-se ter 
uma cultura principal com o foco de produção e venda dos produtos consorciada a 
uma planta para a manutenção da cobertura do solo. Dentre diversos exemplos de 
consorciação de culturas pode-se citar: trevo com algodão; feijão-de-porco com 
milho; feijão-fradinho; Crotalaria juncea com cana-de-açúcar; cravo de defunto com 
tomate; erva-de-Santa-Maria com cebola; e beldroega com soja. 
Para a consorciação é importante saber se as culturas a serem consorciadas 
não apresentam nenhum tipo de alelopatia entre si, sendo que se houver, estas não 
podem entrar em rotação com as plantas que prejudicam e muito menos serem 
consorciadas. São exemplos de plantas alelopáticas entre si: linho e alfafa; gergelim 
e sorgo; capim-marmelada ou sorgo com aveia-preta; trigo e sorgo; batatinha e 
girassol. 
As plantas que beneficiadas com a consorciação são denominadas de 
“companheiras”. Essas plantas mantem o solo coberto, sombreado e mais fresco, ao 
mesmo tempo em que beneficiam a cultura principal. 
A escolha da planta adequada deverá ser de acordo com o fim almejado. A 
adubação além de fornecer nitrogênio e proteger o solo, também pode mobilizar 
outros nutrientes, quebrar lajes, combater invasoras e até mesmo melhorar a 
estrutura do solo. Critérios devem ser observados na escolha da cultura utilizada 
como adubação visando a cultura com foco de produção. As gramíneas atuam mais 
na estruturação do solo e fornecimento de matéria orgânica; e as leguminosas são 
fundamentais na disponibilização de nutrientes. 
 
 
 
15 
 
5. TECNICAS DE MANEJO DE PLANTAS DE COBERTURA E DE ADUBACAO 
VERDE. 
Ao introduzir cultivos de plantas para cobertura do solo e adubação verde no 
sistema de produção, o produtor deve atentar para algumas recomendações a fim 
de buscar os benefícios da praticada a ser adotada. Assim se o produtor detectar a 
presença de nematóides no solo que estejam limitando e dificultando a produção da 
cultura comercial a escolha devera ser em espécies capazes de reduzir o inoculo 
desse micro-organismo no solo, se a intenção do produtor é elevar a disponibilidade 
de nitrogênio no solo, como as leguminosas, capaz de incorporar elevadas 
quantidades de nitrogênio através da fixação de biológica. Ao contrario se o solo 
estiver elevado ao teor de nitrogênio, por residual de adubações pesadas com esse 
nutriente deve-se preferir o cultivo de espécies da família das gramíneas, pois a 
palhada produzida tem maior capacidade de promover à imobilização de parte desse 
nutriente livre e que pode trazer problemas a produtividade da cultura comercial. 
- A espécie escolhida deve ser apta ao cultivo na época em que o produtor 
normalmente deixa suas terras em pousio. 
-A espécie escolhida não deve ser da mesma família das espécies econômicas 
que o produtor normalmente cultiva. Isso evita a disseminação de pragas e doenças 
cujos agentes podem sobreviver no solo. 
- A espécie escolhida deve ser capaz de se adaptar as condições de fertilidade 
das terras, a fim de potencializar a produção de massa vegetal. 
- espécies de adubos verdes são cultivadas para serem decepatas, incorporadas 
ou não ao solo, antes de serem capazes de produzir e jogar ao solo sementes 
viáveis, evitando que se propaguem, dificultando o seu controle. 
-A espécie de adubo verde deve concorrer minimamente em luz, água e 
nutrientes com a espécie comercial cultivada, procurando-se, assim, manter a 
produtividade da cultura. 
Em casos de plantio consorciado, a espécie de adubo verde escolhida não deve 
ser trepadeira, já que, ao ganhar altura, dificultara os tratos culturais e promovera 
redução da área fotossintética da cultura comercial, reduzindo a sua produtividade. 
 
 
16 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 De maneira geral, a cobertura do solo e adubação verde são processos que 
atuam em conjunto trazendo benefícios para agricultura em seus aspectos de 
produtividade e conservação do solo, como em seus aspectos físicos, biológicos e 
químicos, generalizando ao produtor uma economia sustentável com maior 
produtividade, utilizada de recurso natural. É de extrema importância adotar esses 
recursos de manejo e conservação para que não venha ocorrer degradação do solo 
e conseqüências na sua estrutura com resistências de plantas invasoras, incidência 
de patógenos e perda na produção da cultura comercial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
REFERÊNCIAS 
 
BERTONI, J., LOMBARDI NETO, F. Conservação do Solo. São Paulo: 8ª 
Ed. Ícone Editora, 2012. 360p. 
 
CRUZ, E. S. da; Influência do Preparo do solo ede plantas de cobertura 
na erosão hídrica de um argissolo vermelho-amarelo. Dissertação: UFRRJ, 
Saperódica – RJ. 2006. 67p. 
 
ESPÍNDOLA, J.A.A. GUERRA, J.G; ALMEIDA, D.L. de adubação verde: 
estratégias para uma agricultura sustentável. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 
1997.20p. 
 
 LOPES, A. S., et al.Sistema plantio direto: Bases para o manejo da 
fertilidade no solo. São Paulo, ANDA – Agência Nacional para Difusão de Adubos, 
2009. 115p. 
 
OLIVEIRA, F.H.T.; NOVAIS, R.F.; ALVAREZ V., V.H.; CANTARUTTI, R.B.e 
BARROS, N.F. Fertilidade do solo no sistema plantio direto. Tópicos em Ciência 
do Solo, Viçosa, v. 2, p.393-486, 2002. 
 
SILVA, J. A. A. da. Consorciação de adubos verdes na cultura de citros 
em formação. Tese (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 
USP, Piracicaba, 1995. 116 p. 
 
PRIMAVESI, A. Manejo Ecológico do Solo: A agricultura em regiões 
tropicais. São Paulo: Ed. Nobel, 1999, 550p.

Outros materiais