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Ensaios de Monitoramento da Qualidade de Medicamentos

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Ensaios de Monitoramento da 
Qualidade de Medicamentos 
 
Sérgio Fernando de Oliveira Gomes 
 
Laboratório de ensaios farmacêuticos 
Introdução 
 O controle de qualidade de preparações magistrais é 
normatizado pela Resolução da Diretoria Colegiada - 
RDC nº 67, de 08 de outubro de 2007. Ementa: 
Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de 
Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano 
em Farmácias. 
 Esta Resolução foi revisada pela RDC nº 87, de 21 de 
novembro de 2008. Ementa: Altera o Regulamento 
Técnico sobre as Boas Práticas de Manipulação em 
Farmácias. 
 
Controle de Qualidade das Preparações 
Magistrais e Oficinais 
 9.1.1. Devem ser realizados, no mínimo, os seguintes ensaios, de 
acordo com a Farmacopéia Brasileira ou outro Compendio Oficial 
reconhecido pela ANVISA, em todas as preparações magistrais e 
oficinais 
Descrição, aspecto, caracteres organolépticos, pH 
(quando aplicável), peso ou volume antes do envase. 
Líquidas não- 
estéreis 
Descrição, aspecto, caracteres organolépticos, pH 
(quando aplicável), peso. 
Semi-sólidas 
Descrição, aspecto, caracteres organolépticos, peso 
médio. 
Sólidas 
Ensaios Preparações 
(RDC nº 67/2007) 
Controle de Qualidade das Preparações 
Magistrais e Oficinais 
 9.1.2. Os resultados dos ensaios devem ser registrados na 
ordem de manipulação, junto com as demais informações 
da preparação manipulada. O farmacêutico deve avaliar os 
resultados, aprovando ou não a preparação para 
dispensação. 
 9.1.3. Quando realizado o ensaio de peso médio, devem 
ser calculados também, o desvio padrão e o coeficiente de 
variação em relação ao peso médio. 
(RDC nº 67/2007) 
Monitoramento do Processo Magistral 
 9.2.1. O estabelecimento que manipular formas farmacêuticas 
sólidas deve monitorar o processo de manipulação. 
 9.2.3. Devem ser realizadas análises de teor e uniformidade 
de conteúdo do princípio ativo, de fórmulas cuja unidade 
farmacotécnica contenha fármaco(s) em quantidade igual ou 
inferior a vinte e cinco miligramas, dando prioridade àquelas 
que contenham fármacos em quantidade igual ou inferior a 
cinco miligramas. 
 
(RDC nº 67/2007) 
Monitoramento do Processo Magistral 
 9.2.3.1. A farmácia deve realizar a análise de no mínimo 
uma fórmula a cada dois meses. O número de unidades 
para compor a amostra deve ser suficiente para a 
realização das análises de que trata o item 9.2.3. 
 9.2.4. As análises das fórmulas devem ser realizadas em 
laboratório analítico próprio ou terceirizado 
(preferencialmente da Rede Brasileira de Laboratórios 
em Saúde - REBLAS). 
 9.2.5. As amostras de que tratam os itens 9.2.2. e 9.2.3. 
devem contemplar diferentes manipuladores, fármacos e 
dosagens/concentrações, sendo adotado sistema de 
rodízio. 
(RDC nº 67/2007) 
Controle de Qualidade do Estoque 
Mínimo 
 11.2. A farmácia deve possuir procedimentos 
operacionais escritos e estar devidamente equipada 
para realizar análise lote a lote dos produtos de 
estoque mínimo, conforme os itens abaixo 
relacionados, quando aplicáveis, mantendo os 
registros dos resultados: 
(RDC nº 67/2007) 
a) caracteres organolépticos; 
b) pH; 
c) peso médio; 
d) viscosidade; 
e) grau ou teor alcoólico; 
f) densidade; 
g) volume; 
h) teor do princípio ativo; 
i) dissolução; 
j) pureza microbiológica. 
Controle de Qualidade do Estoque 
Mínimo 
(RDC nº 67/2007) 
 11.2.1. As análises descritas no item 11.2 devem ser 
realizadas conforme metodologia oficial e em 
amostragem estatisticamente representativa do tamanho 
do lote. 
 11.2.2. A farmácia deve dispor de laboratório de controle 
de qualidade capacitado para realização de controle em 
processo e análise da preparação manipulada do estoque 
mínimo, referidos nas letras “a” a “g” do item 11.2. 
 11.2.3. É facultado à farmácia terceirizar o controle de 
qualidade de preparações manipuladas do estoque 
mínimo, em laboratórios tecnicamente capacitados para 
este fim, mediante contrato formal, para a realização dos 
itens “h”,“i” e “j” acima referidos. 
 
Controle de Qualidade do Estoque 
Mínimo 
(RDC nº 67/2007) 
 11.2.4. No caso das bases galênicas, a avaliação da pureza 
microbiológica (letra “j” do item 11.2) poderá ser realizada 
por meio de monitoramento. Este monitoramento consiste 
na realização de análise mensal de pelo menos uma base ou 
produto acabado que fora feito a partir de base galênica, 
devendo ser adotado sistema de rodízio considerando o tipo 
de base, produto e manipulador. 
 
Controle de Qualidade do Estoque 
Mínimo 
(RDC nº 67/2007) 
Objetivos 
 Objetivo Geral 
 
 Avaliação da qualidade das cápsulas manipuladas de 
carbonato de cálcio 400mg e colecalciferol 250UI. 
 
 Objetivo Específico 
 
 Realização dos ensaios de peso médio, identificação e 
doseamento do carbonato de cálcio, identificação e 
doseamento do colecalciferol. 
 
 
 
 
Metodologia 
 Monografia adaptada do produto Calcium and 
Colecalciferol Tablets (British Pharmacopoeia). 
 Na ausência de monografia oficial de matéria-
prima, formas farmacêuticas, correlatos e métodos 
gerais na quinta edição da Farmacopeia Brasileira, 
para o controle de insumos e produtos 
farmacêuticos admitir-se-á a adoção de monografia 
oficial, em sua última edição, de códigos 
farmacêuticos estrangeiros, na forma disposta em 
normas específicas. 
 
 
(RDC Nº. 49/2010) 
Desenvolvimento 
DEFINITION 
 
 Calcium and Colecalciferol Tablets contain Calcium Carbonate 
and Colecalciferol. 
 
 The tablets comply with the requirements stated under Tablets 
and with the following requirements. 
 
 Content of calcium 
 85.0 to 115.0% of the stated amount. 
 Content of colecalciferol, C
27
H
44
O 
 90.0 to 120.0% of the stated amount. 
(British Pharm., 2012) 
Desenvolvimento 
 IDENTIFICATION 
 
A. Carry out the method for liquid chromatography, using the 
following solutions. 
 
 (1) Shake a quantity of the powdered tablets containing 
20 µg of colecalciferol with 20 mL of the mobile phase with 
the aid of ultrasound for 15 minutes, cool to room 
temperature, centrifuge and use the supernatant liquid. 
 (2) 0.0001% w/v each of colecalciferol BPCRS and 
ergocalciferol BPCRS in the mobile phase. 
 (3) 0.0001% w/v of colecalciferol BPCRS in the mobile 
phase. 
(British Pharm., 2012) 
Desenvolvimento 
 Uniformity of content 
 
 Tablets containing less than 2 mg and/or less than 2% w/w 
of Colecalciferol comply with the requirements stated under 
Tablets, with respect to the content of Colecalciferol, using 
the following method of analysis. Carry out the following 
procedure protected from light. Carry out the method for 
liquid chromatography, 
(British Pharm., 2012) 
Desenvolvimento 
 Assay for calcium 
 Weigh and powder 20 tablets. To a 
quantity of the powder containing the 
equivalent of 50 mg of calcium add 50 mL 
of water and 5 mL of hydrochloric acid. 
Heat the dispersion gently to boiling and 
continue to boil for about 2 minutes. Allow 
to cool and add 50 mL of 0.05M disodium 
edetate VS. Neutralise the solution using 2M 
sodium hydroxide, add 10 mL of ammonia 
buffer pH 10.9 and 50 mL of water. Titrate 
the excess of disodium edetate with 0.05M 
zinc chloride VS using mordant black II 
solution as indicator. Each mL of 0.05M 
disodium edetate VS is equivalent to 2.004 
mg of Ca. 
(British Pharm., 2012)Desenvolvimento 
 Assay for colecalciferol 
 Weigh and powder 20 tablets. Carry out 
the method for liquid chromatography, 
protect from light throughout the 
procedure and using the following 
solutions. 
 (1) Shake a quantity of the powdered 
tablets containing 0.1 mg of 
Colecalciferol with about 170 mL of 
methanol (90%) for 5 minutes and then 
mix with ultrasound for 5 minutes, 
dilute to 200 mL with methanol (90%), 
mix, centrifuge and filter through a glass-
fibre filter. 
 (2) 0.00005% w/v of colecalciferol 
BPCRS in methanol . 
(British Pharm., 2012) 
Resultados 
(Farm. Bras. 5ª ed., 2010) 
Aprovação pelo 
CV e diferença 
percentual 
unitária em 
relação a média. 
20 cápsulas do produto acabado Pesagem 
Média das cápsulas 
Determinação de Peso 
Resultados 
(Farm. Bras. 5ª ed., 2010) 
Resultados 
Resultados 
Resultados 
Conclusão 
 O ensaio de peso médio das cápsulas manipuladas de 
carbonato de cálcio 400mg e colecalciferol 250UI cumpre 
o teste, de acordo com as especificações da Farmacopéia 
Brasileira 5ª edição. 
 As cápsulas apresentaram identificação positiva para os 
fármacos carbonato de cálcio e colecalciferol. 
Conclusão 
 O ensaio de doseamento do fármaco carbonato de cálcio 
apresentou resultado de 101,71%, dentro do limite 
preconizado de 85,0 a 115,0% em relação ao valor 
rotulado. 
 Entretanto, o ensaio de doseamento do fármaco 
colecalciferol apresentou resultado de 106.319%, o que 
corresponde a 265.798 UI/cápsula, muito acima do limite 
preconizado de 90,0 a 120,0% em relação ao valor 
rotulado. 
 O resultado encontrado indica que as cápsulas estão em 
desacordo com as especificações da British 
Pharmacopoeia. 
Referências 
 FARMACOPÉIA Brasileira 5. ed., Fiocruz Editora: 
Comissão Farmacopeia. Anvisa, 2 v., 1452 p., 2010. 
 
 BRITISH Pharmacopoeia, London: Pharmacopoeia 
Commission British, 5v, 2012. 
 
 
 
 
 
Sérgio Fernando de Oliveira Gomes 
e-mail: sergio@analisesfarma.com.br 
Fone: 31. 2531.2648

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