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Comentário Capítulo 4 do livro "Cultura, Saúde e Doença" de Cecil G. Helman

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Isabella de Oliveira
COMENTÁRIO CRÍTICO DO CAPÍTULO 4 DO LIVRO “CULTURA, SAÚDE E DOENÇA” DE CECIL G. HELMAN: “TRATAMENTO E CURA: AS ALTERNATIVAS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE˜ 
 
	Como analisado nos capítulos anteriores, a doença e a saúde são fortemente influenciadas pela cultura. O sistema médico de uma sociedade não pode ser estudado isoladamente, deve-se, portanto, ter uma visão holística da situação buscando compreensão da organização social, religiosa, política e econômica que encontra-se o indivíduo.
	Landy infere que o sistema médico possui dois aspectos que relacionam-se entre si: cultural e social. O aspecto cultural diz respeito a conceitos básicos, teorias, práticas normativas e formas comuns de percepção. Já o aspecto social inclui uma organização em papéis específicos, a exemplo dos papéis "médico" e "paciente". 
	Em uma sociedade sempre existe um método de assistência à saúde entre todos que recebe mais atenção e é visto com mais credibilidade. Entre os métodos em questão possíveis estão o descanso ou alimentação, remédios caseiros como os chás de folhas de determinadas árvores, as "benzedeiras", apoio de um amigo ou familiar, consultar um pastor ou líder religioso ou submeter-se a rituais religiosos, busca da cura através de magia e misticismo ou ir ao médico. 
	Para o homem ocidental, a opção ir ao médico é notoriamente a mais aconselhável, e essa escolha não se deve apenas ao nosso comportamento e ao ciclo percepção da doença-médico-tratamento-cura, muitas vezes implícito e imposto pela sociedade, mas leva-se em conta os anos de estudo que o profissional da saúde dedicou-se à compreensão do corpo humano e suas patologias. Sendo assim, logicamente, ir ao médico devido à uma doença é o mais aconselhável pois a eficácia do tratamento é comprovada cientificamente. 
	Porém, existe um grupo de pessoas que acredita em tratamentos alternativos e não medicinais, chamadas de subculturas médicas - homeopatia, herbalismo, cura espiritual, por exemplo -, que possuem altos índices de melhora do paciente. Essas alternativas podem ser auxiliares, acontecendo paralelamente a um tratamento "regular" ou podem ser o único tratamento buscado pelo doente. 
	As alternativas de assistência à saúde são buscadas devido aos problemas que existem com as consultas médicas "convencionais". Podem ser considerados: disponibilidade de profissionais, custo e duração das consultas, caráter formal ou informal das consultas e quem participa das mesmas. 
	Além dos fatores supracitados, ainda é questionada a natureza dos dados considerados relevantes na consulta e seu caráter privado ou público. A maneira como o profissional conduz o tratamento e realiza o diagnóstico deve ser levada em conta, uma vez que a relação médico-paciente deve ser de respeito e confiança de ambas partes. Um dos fatores mais relevantes é a eficácia do tratamento, tanto de doenças (illness) como de enfermidades (disease). 
	O tipo de orientação que o paciente se baseou antes de consultar um profissional da saúde é tão importante quanto a consulta em si. Nos casos em que a orientação solicitada não foi profissional, deve-se atentar para os porquês e quais as vantagens desse tipo de orientação sobre a profissional. Da mesma forma, se a orientação foi profissional, por que foi consultada e não uma orientação não profissional? Por fim, deve ser analisado se foi benéfica ou prejudicial para a saúde, em ambas orientações. 
	Na sociedade em que vivo, podem ser identificadas algumas alternativas de assistência à saúde como as "bruxas" de Florianópolis que curam através de poções que muitas vezes trazem ervas medicinais em sua composição. O curioso desse conhecimento das "bruxas" é que, mesmo sem conhecer a ciência das ervas e como elas podem ajudar em uma enfermidade, as poções são feitas com receitas passadas por outras gerações e que através da observação notou-se que algumas plantas têm características medicinais de fato. Dessa mesma forma, existem os curandeiras, as "benzedeiras" e as "pessoas sábias". 
	Um indivíduo torna-se curandeiro a partir do momento em que dissemina-se pela sociedade a sua capacidade de curar, geralmente após sucesso em outros "pacientes". Usualmente, são pessoas mais velhas, conhecidas na comunidade, com fortes ligações com uma religião ou crença ou que ainda pratique sincretismo religioso. Essas pessoas possuem o respeito da sociedade e sua credibilidade é reconhecida de maneira geral.

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