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A servidão Moderna

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CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX
ESPAÇO E ECONOMIA 
PROFESSOR: RENATO BARBOSA FONTES
ALUNAS: ISADORA SANTOS E SABRINA ANDRADE
TURMA: NOTURNO I – 2º PERÍODO
Resenha “A Servidão Moderna”
A escravidão moderna é uma servidão voluntária e oculta comandada pela alienação do trabalhador que perdeu a incapacidade de perceber que é explorado. O escravo social é levado a acreditar que está sendo privilegiado apesar das condições a que é submetido. A sociedade atual é orientada pelo capitalismo desenfreado, onde o fator determinante da felicidade humana são os bens que possui, no entanto são esses bens que acabam por possuí-lo. “O explorado dos tempos modernos deve pagar por sua jaula”. A sociedade espetáculo, conceito criado por Guy Debord aponta que a sociedade atual é caracterizada pela imagem da realidade manipulada pelas mídias, transformando desse modo a vida em um espetáculo, tomada pelos valores do capitalismo e mostrando uma falsa realidade. Isso ocorre, por exemplo, quando as pessoas vão às compras simplesmente para relaxar e preencher algum tipo de vazio emocional. Essas necessidades consideradas vitais para a felicidade humana baseada na apropriação de mercadorias afasta cada vez mais o homem de si mesmo e modificam as relações humanas. “Já não é mais a demanda que condiciona a oferta, mas a oferta determina a demanda.”
A segregação urbana através da apropriação exclusiva do solo e utilização de morros, barreiras e fronteiras caracterizam um roubo social e levam à marginalização e periferização de determinadas pessoas ou grupos sociais por fatores econômicos. Essa divisão é outra consequência sofrida pelos escravos modernos que são obrigados a aceitar tudo que lhes é submetido sem contestar.
A sociedade da falsa abundância é comandada principalmente pela indústria agroquímica, que se desenvolveu a partir do momento que o homem começa a não ter mais tempo para preparar aquilo que consome. Agrotóxicos, conservantes, colorantes, um prazer imediato, porém momentâneo baseado na generalização das usinas de concentração e exterminação massiva e bárbara das espécies que servem de alimentos aos “escravos”. A exploração dos recursos da natureza, produção de energia e mercadorias, resíduos do consumo ostentoso acabam com a possibilidade de sobrevivência do planeta e das espécies. Porém, essa fome jamais desaparecerá. O crescimento econômico, no entanto nunca deve parar, e esse capitalismo selvagem é comandado por aqueles que destroem e são vistos como heróis.
“Trabalho, do latim tri palium: três paus, instrumento de tortura”. A sociedade atual baseada no capitalismo deve vender-se através do trabalho para pagar uma vida miserável. Dessa exploração surgem os males do escravo moderno, o stress causado pelas condições de trabalho e conjunto de vida social. A “mutilação” é a única cura para essa condição: cirurgias, remédios, antibióticos, quimioterapias são soluções encontradas pela medicina mercantil para resolver esses problemas que são considerados o “mal do século”. O sistema fez do nosso corpo uma mercadoria e este não nos pertence mais.
A obediência se tornou algo automático. O escravo moderno tem medo da desobediência, já que estaria arriscando, fazendo algo novo. "De tanto obedecer, adquirimos reflexos de submissão". Obedecer, produzir e consumir são as três coisas que o ser social é criado para fazer. Isso acaba por nos tornar dependentes do poder que nos criou. Todo ato de desobediência está ligado a um desvio, o que causa repressão da parte dominante. Não há espaços para se levantar questionamentos contra o domínio. A repressão faz com que o mundo se vale diante seus dominadores.
Neste mundo mercantilista que vivemos, Deus é o novo dinheiro. É em nome dele que estudamos, trabalhamos e nos sujeitamos à escravidão em que vivemos. O ser social tem a ilusão de que o dinheiro é a maneira de se livrar dos problemas em sua vida. O escravo moderno está alienado, e crê que não há outra forma de vida além da que estamos vivendo. Sua imaginação não é estimulada, pelo contrário, ela é dominada. O ser como um todo é dominado e se acomoda com a vida que leva. E os que ainda ousam visar um novo mundo, são considerados loucos.
A dominação acontece desde que somos pequenos. A criança já é induzida a crescer como um escravo da modernidade. A liberdade de reflexão dos menores são retiradas desde muito cedo, através da venda de imagens e formas de vida, que são interessantes para a classe dominante, e apenas para ela. A venda de imagens, porém, não para na infância. Existem propagandas para todas as idades, e por trás de todas elas, há um poder tentando controlar pessoas de todas as idades. Agora não só tentando, e sim conseguindo o controle da massa. Os pais são os coniventes com a transformação de seus filhos em escravos. A mulher é vendida como produto por toda a parte. Vender é o que importa, não interessando como, quem ou o quê.
"Nós acreditamos que dominamos as palavras, mas as palavras é que nos dominam." Alain Rey.
Existem formas de controlar os escravos modernos, e uma delas é o controle da consciência a partir da mídia. O poder difunde a ideia mercantil ao atribuir o significado que mais lhe favorece às palavras. A utilização viciada da linguagem da classe dominante. As palavras (mídia), sendo dominadas por esse poder, acabam se distorcendo, muitas vezes absurdamente, da realidade.
Outra forma de controle é nos levar a pensar que temos o direito de decidir quem sobe ao poder, que temos escolha quando na verdade as opções são todas iguais. Os diferentes partidos defendem a mesma ideia, de um mundo capitalista/mercantilista. Todos os representantes defendem o sistema da forma que ele é hoje. É o mesmo que escolher quem será nosso senhor, pois qualquer escolha que façamos, continuaremos escravos modernos, do mercantilismo, do sistema. Vivemos um mercantilismo totalitário, que conseguiu o que nenhum outro regime totalitário pensou em conseguir: a unificação do mundo em uma única forma de exercer poder.
"A natureza não criou amos, nem escravos, eu não quero dar nem receber leis." Denis Diderot.

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