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RESUMO DE DIREITO TRIBUTÁRIO A

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RESUMO DE DIREITO TRIBUTÁRIO A - 1ª PARTE
ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO 
É composta por receitas públicas, créditos públicos, despesas públicas, orçamentos públicos e gestão de patrimônio. Dentro do conceito de receitas públicas, temos as receitas ordinárias e as extraordinárias. Dentro das ordinárias, temos as originais, que são receitas que decorrem do próprio patrimônio público, e as DERIVADAS, que decorrem do patrimônio privado e são coercitivas, denominando-se TRIBUTOS.
Direito Tributário é, assim, o ramo do direito público que trata da relação entre o fisco e o contribuinte, no que se refere a obtenção de receitas , destinadas a manter a atividade financeira do Estado e que seja procedente dos tributos.
Já o sistema tributário nacional é um conjunto ordenado de tributos com diferentes competências e finalidades, sendo um sistema rígido, que garante pouquíssima capacidade legislativa, posto já ter sido quase totalmente suprida pelo legislador superior. Além disso, é um sistema racional, que nasce pronto, ao contrário da CLT, que decorre de um processo histórico.
CRIAÇÃO DO CTN
O Código Tributário Nacional (CTN) foi criado pela EC 18/65, referente à Constituição de 46. Em 1967, a Constituição criou o instituo da Lei Complementar, e recepcionou o CTN como tal. Em 1969, a EC 01/69 alterou toda a Constituição de 1967, e recepcionou o CTN igualmente como Lei Complementar, o mesmo se dando na Constituição de 1988. Portanto, o CTN é Lei Complementar, e apenas por essa espécie legislativa pode ser alterado ( deve-se lembrar que para alteração de lei complementar , o quórum é de maioria absoluta do Congresso Nacional).
CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
Os tributos são basicamente seis: impostos, taxas, empréstimos compulsórios, contribuições de melhoria, contribuições especiais (sociais, econômicas e profissionais) e contribuição de iluminação pública. Os impostos não geram uma contraprestação específica ao cidadão que o pagou, nem está afetado ao financiamento de determinada atividade estatal, sendo o tributo que faz com que o governo “sobreviva”. Já as taxas, ao contrário , geram uma contraprestação específica ao contribuinte, e são afetadas diretamente a determinado serviço público ou determinado ação do poder de polícia da Administração.
O empréstimo compulsório é de cobrança privativa da União, e só poderá ser cobrado em casos de guerra, calamidade pública nacional e obras de grande porte, de influência nacional também. São, portanto, muito difíceis de existirem, neste momento não existindo nenhum.
As contribuições especiais nada têm de especiais. As contribuições sociais (COFINS, por exemplo) custeiam ações de saúde, educação, assistência e previdência social. As contribuições econômicas (CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) ajudam a regular o mercado, sobretaxando produtos que estão sendo lançados no mercado por grandes companhias, que fazem dumping com empresas concorrentes de menor porte. As contribuições profissionais são aquelas que decorrem do exercício de uma profissão regulamentada (CRM, CREA, etc.).
As contribuições de melhoria pressupõe a execução de obras pública, com subsequente valorização dos imóveis em seu entorno. Ex: asfaltamento de via pública.
As contribuições para a iluminação pública são de cobrança privativa dos municípios e só servem para custear a iluminação de vias públicas, e não de prédios públicos.
SISTEMA DE DISCRIMINAÇÃO DE RENDAS.
O Sistema de Discriminação de Rendas, também chamado de Federalismo Fiscal, se dá através de dois critérios: o critério de fontes e o critério de solidariedade.
Pelo critério de fontes, os tributos são classificados em de competência privativa, de competência comum e de competência residual. Os tributos que são de competência privativa de um ente federado são os impostos (U/E/M/DF, cada um com seus impostos privativos), o empréstimo compulsório (privativo da U), as contribuições especiais (competência privativa da União, à exceção da contribuição para o custeio da previdência dos servidores , que é comum) e a contribuição de iluminação pública (privativa dos municípios). Já nas competências comuns temos os tributos que podem ser cobrados indistintamente por todos os entes federados, sendo eles as taxas e as contribuições de melhoria. 
Já os tributos residuais são aqueles criados pela União, que detém a competência constitucional exclusiva para legislar sobre os mesmos. Porém, é muito difícil criar novos impostos, pois os mesmo não poderiam ser cumulativos com outros impostos, não poderiam ter a mesma base de cálculo ou fato gerador de outros impostos, e além disso, ainda deveria ser aprovado no Congresso mediante Lei Complementar, o que torna a criação de novos impostos praticamente impossível. Todavia, a União tem a prerrogativa de, em caso de guerra, criar novos impostos com a mesma base de cálculo dos anteriores, sem respeitar repartição de competências, e mediante Medida Provisória. Poderia, neste caso existir dois IPTUs, por exemplo . O imposto assim criado seria GRADUALMENTE extinto conforme cessasse o evento que lhe deu causa. Os impostos são, normalmente, não cumulativos, principalmente os que são pagos em “cadeia”, como o ICMS. Neste caso, o sistema de créditos e débitos da cadeia de produção e circulação faz com que o consumidor final pague menos imposto do que pagaria se o mesmo imposto fosse cumulativo.
A União também pode criar outras fontes para manutenção e expansão da seguridade social, conforme determina o artigo 195 da CF, § 4º, combinado com o artigo 154,I do mesmo diploma legal.
Os impostos são assim distribuídos, conforme sua competência:
Competência da União (art. 153, CF/88): Imposto de Renda (IR), Imposto Territorial Rural (ITR), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Importação, Imposto sobre Exportação, e um virtual imposto sobre grandes fortunas.
Competência dos Estados (art.155,CF/88) : Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações ( ITMCD), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Competência dos Municípios (art.156,CF/88): Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e Imposto sobre Serviços (ISS).
Compete também à União, a destinação dos impostos arrecadados nos Territórios, caso existam. Ao DF competem impostos estaduais e municipais.
Outro critério que compõe o Sistema de Discriminação de Rendas é o critério de solidariedade, em que ocorrem repasses de recursos entre os entes federativos, a saber: da União para Estados e Municípios, e dos Estados para os municípios, que por sua vez não repassam para ninguém. Alguns municípios , inclusive, sobrevivem apenas com estes repasses , sem criar seus próprios impostos, haja vista que cobrança de impostos é competência, não obrigação.
 A repartição é assim realizada:
1) Os impostos residuais , quando existirem , terão 20% do seu total destinado aos Estados;
2) O ITR é 50% destinado para os municípios. Como este não é imposto que interesse à União, em virtude da dificuldade de exercer a fiscalização, o município pode, mediante assinatura de convênio com a União, ficar com 100% deste imposto , desde que fiscalize sua arrecadação;
3) O Imposto de Renda retido na fonte do servidor público , fica 100% para o Estado ou município que arrecadou , mas em caso de restituição de Imposto de Renda , o servidor recebe a devolução da União;
4) A soma do IPI e do IR gera um montante , onde 48% do mesmo será destinado da seguinte forma:
 a) 21,5% para o fundo de participação dos Estados. Deste montante, 15% seguirá para os Estados das regiões S e SE, e os outros 85% para os Estados das regiões N,NE e CO, sempre distribuído de acordo com o critério do número de habitantes.
 b) 23,5% para o fundo de participação dos Municípios. Estes também receberão os repasses de acordo com o número de habitantes, mas capitais e cidades com mais de um milhãode habitantes receberão mais;
c) 3% para os bancos da região N e NE, a fim de fomentar o desenvolvimento regional, com preferência para a região do semiárido.
5) do IPI, ainda sai 10% para os Estados exportadores, e deste montante, 25% para os municípios exportadores;
6) a CIDE combustível é repassada para os Estados na proporção de 29% do seu total , e do Estado , 25% segue para os municípios.
7) o IOF sobre ouro ( papéis) fica 70% para o município que o emitiu e 30% para o Estado;
8) O IPVA é repassado em 50% para o município emplacador , e o ICMS é repassado em 25% para os municípios do Estado arrecadador. (O ICMS é o imposto mais importante dos Estados , e geram aquelas campanhas de shopping centers , que sorteiam automóveis se trocar sua nota fiscal por cupom para o sorteio... é uma forma de fiscalizar a arrecadação do imposto , e também do shopping de fiscalizar o pagamento do aluguel ... o carro sai baratinho...).
Os entes federados arrecadam, mas a competência legislativa é da União...
Teoricamente, o governador poderia deixar de comprar IPVA no Estado, e os municípios não poderiam reclamar, pois a competência para arrecadar é do Estado.
 TRIBUTO
É definido pelo artigo 3º do CTN: é a prestação pecuniária, compulsória, prevista em lei, expressa e moeda corrente e não decorrente de sanção. O fato de ser prestação remete ao estabelecimento de um a obrigação de dar quantia certa estabelecida entre o polo ativo (fisco) e o polo passivo (contribuinte), e por ser obrigação é, por isso mesmo, compulsória. É expressa em moeda corrente, e pode ser paga em dinheiro, cheque ou débito em conta. Ela não é decorrente de sanção, e dever ser “ex lege” ou seja, seguir o princípio da estrita legalidade, pois não há tributo sem lei anterior que o defina. O artigo 9º da Lei 4320/04 agrega o conceito que é receita derivada proveniente de U,E,M ou DF , e portanto exclui o pedágio do conceito de tributo , posto que este é receita originária . A atividade ADMINISTRATIVA que gera o pagamento de tributos é vinculada, mas assinala-se para que se tenha cuidado com a definição de VINCULAÇÃO do Direito Tributário, que não é a mesma do Direito Administrativo. No Direito Tributário, o conceito de vínculo se dá no sentido de haver ou não uma contraprestação estatal. Portanto, são tributos vinculados as taxas e as contribuições de melhoria. São tributos não vinculados os impostos, o empréstimo compulsório, as contribuições especiais (note-se que algumas são vinculadas, outras não) e as contribuições de iluminação pública (eu pessoalmente acho que é vinculada à iluminação pública em si, mas a classificação estava assim...).
Quanto às espécies, os tributos podem ser indiscutíveis ou discutíveis. Os indiscutíveis são os assinalados no artigo 5º do CTN, a saber: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Já os discutíveis são assim considerados pelo simples fato de não estarem no artigo 5º do CTN. São eles: o empréstimo compulsório (a Súmula 418 /64 do STF disse que empréstimo compulsório não era tributo, porém a EC 18/65, em seu artigo 4º declara claramente que o empréstimo compulsório é tributo), as contribuições especiais, descritas no artigo 217 do CTN, e as contribuições para o custeio de iluminação pública, instituídas pela EC 39/2002, e que deu origem ao artigo 149-A.
Conforme a finalidade, os tributos podem ainda ser classificados em fiscais, extrafiscais e parafiscais. Os fiscais têm finalidade meramente arrecadatória e não incentivam comportamentos. São eles as taxas, o empréstimo compulsório, as contribuições de melhoria, as contribuições especiais e a contribuição de iluminação pública. Os extrafiscais têm finalidade de estimular comportamentos sociais ou econômicos, que sejam de interesse para o momento político do Governo. São eles os impostos (se quero incentivar o consumo de carros, baixo o IPI) e a CIDE (se quero impedir que uma grande empresa faça dumping com uma pequena , aumento a CIDE sobre o produto desta empresa, a fim de diminuir sua competitividade e proteger a empresa menor). Já as parafiscais são oriundas da Administração Pública Indireta, e só mantém as autarquias que as geraram, não sendo repassadas à União. Finalmente , os tributos também podem ser classificados de acordo com a autoridade que os recolhe , sendo então classificados como federais, estaduais ou municipais.
 IMPOSTOS
Conforme descrito no artigo 16 do CTN, “imposto é a obrigação que tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte.”. Está, portanto, desvinculada de qualquer contraprestação individual ao contribuinte, e desafetada de atribuição orçamentária específica. É elencado na Constituição Federal em rol taxativo, o que fez com que alguns impostos constantes do CTN não fossem recepcionados no novo ordenamento de 88. São eles o IST (imposto sobre transportes e comunicações) , que foi revogado com a revogação dos artigo 68 e 69 do CTN , e o IUM ( sobre minérios), extinto com a revogação tácita dos artigos 74 e 75 do CTN. Ambos passaram a integrar o novo imposto chamado ICMS (o antigo era o ICM, que recebera regulamentação não por Lei Complementar, mas por decreto-lei gerado pelo AI-5). O ICMS recebeu regulamentação por Lei Complementar em 96, e o ISS em 2003, através da mesma espécie legislativa.
Os impostos são classificados em impostos de comércio exterior ( imposto de importação, e imposto de exportação), de patrimônio e renda ( IR, ITBI, ITCMD,IPVA , IPTU , ITBI e Grandes Fortunas) , e de circulação e serviços ( ICMS, IPI, IOF e ISS). Há também os especiais , existentes em períodos de guerra.
Há impostos constantes no CTN mas que já foram extintos ( o IMCM foi extinto dois meses depois da promulgação do CTN) , e alguns que não constam no CTN mas constam na CF , e por isso são também válidos , como por exemplo o IPVA. 
Os impostos também pode ser classificados de acordo com a matéria tributável e o contribuinte . Desta forma podem ser pessoais ou reais, e diretos ou indiretos. Os pessoais incidem sobre a pessoa (IR), têm a característica da progressividade, ou seja, são estabelecidas alíquotas diferenciadas sobre a faixa de renda, sendo que quem ganha mais paga mais. Este sistema é mais justo. Já os impostos reais incidem sobre as coisas que deam causa ao fato gerador , tendo inerente a ele o princípio da regressividade ( ICMS, por exemplo) , pois o imposto incide com alíquota única, sem levar em conta a capacidade contributiva de cada um . Desta forma , quem ganha menos paga mais , o que é injusto. Para tentar minorar os impactos deste tipo de tributação, há o princípio da seletividade , que tributa com alíquotas menores os produtos considerados essenciais. Ocorre que, como não há definição sobre o que é essencial ou não , os produtos com menor tributação são geralmente os de qualidade inferior , e os produtos de mesmo tipo , mas linhagem top, têm alíquotas maiores, e então situam-se num patamar mais distante, em termos aquisitivos, das classes menos favorecidas , aumentando o abismo social . O exemplo que o professor foi do papel higiênico “lixa” x papel higiênico macio.
Os impostos diretos são pagos diretamente pelo contribuinte–fim: IR, IPTU, IPVA, etc. e os indiretos são decorrentes de uma cadeia contributiva, como por exemplo o ICMS, onde quem primeiro paga é o contribuinte de direito , pois deu causa ao fato gerador, e o último da cadeia é o contribuinte de fato , que é quem vai pagar por toda a cadeia.
Portanto , o IR é um imposto pessoal e direto, o IPTU e o IPVA são reais e diretos , e o ICMS é real e indireto. Pessoal e direto não existe!
 By Elaine Fulfule em abril de 2015.

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