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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO TECNOLÓGICO
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE CONCRETO ARMADO 
 Capítulo I – Introdução e Evolução 
 MAYRA PERLINGEIRO, LEONARDO VALLS e EDUARDO VALERIANO pág. 1 
 
● ● 
 
 
 
I.1 ESCOPO e OBJETIVOS do CURSO 
 O projeto de estruturas em concreto armado desenvolve-se nas cinco etapas 
interligadas, delineadas no quadro 1. Desenhos de forma e de detalhamento das 
armações representam suas partes principais, indispensáveis à execução da 
construção. O “Curso de Concreto Armado” concentra-se nas etapas 3ª, 4ª e 5ª do 
projeto estrutural, tendo como objetivos, capacitar o estudante à: 1º Dimensionar pelo 
Método dos Estados Limites, seções de elementos estruturais (vigas, lajes, pilares, 
sapatas, blocos, estacas, tubulões, contenções e outros) sujeitas às solicitações de 
flexão, cortante, normal e suas combinações; 2º Detalhar, de acordo com técnicas 
atuais e com as prescrições da norma ABNT NBR 6118:2014, elementos fundamentais 
em concreto armado. 
 O projeto parte da Concepção Estrutural, na qual se elabora uma “forma” da 
estrutura, onde em essência são posicionados os apoios, definidos os vãos e pré-
estabelecidas as dimensões das seções transversais dos elementos estruturais que a 
constituem. 
 Em uma segunda etapa, designada Análise Estrutural, a forma concebida é 
modelada para ser submetida aos carregamentos que atuam sobre a construção. 
Assim, com recursos da Mecânica dos Sólidos, da Estática e programas calcados no 
método da rigidez, são obtidas as solicitações (flexão, cortante, normal, torsor) e 
deslocamentos das seções principais. 
 A partir das solicitações, faz-se então o Dimensionamento das principais 
seções transversais dos elementos estruturais representativos do conjunto. Para 
estruturas em concreto armado são então selecionadas as resistências do concreto 
(classe) e do aço (categoria) a serem utilizados. Empregando-se o Método dos 
Estados Limites (M.E.L.), são então ratificadas ou modificadas as dimensões pré-
estabelecidas para as seções na etapa de concepção e calculadas as quantidades de 
aço necessárias ao funcionamento seguro destas seções dimensionadas. 
 Em geral, na etapa subseqüente, denominada Verificação, ainda com base nas 
diretrizes do Método dos Estados Limites, convertem-se as quantidades de aço 
obtidas no dimensionamento em número exato de barras, com bitolas definidas e pré-
dispostas nas seções estruturais estudadas. 
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 Capítulo I – Introdução e Evolução 
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 O Detalhamento de Armaduras consiste em uma série de técnicas e 
prescrições, finalizando o quadro de etapas que integram a realização do projeto de 
estruturas em concreto armado. Nesta etapa final, os três requisitos que formam a 
meta essencial do MEL, ou seja; segurança à ruptura, desempenho adequado em 
serviço e durabilidade, alcançados nas duas etapas anteriores para as seções 
estudadas, são então estendidos integralmente para seus elementos e destes para a 
estrutura como um todo. 
 
Quadro 1 - Projeto de Estruturas de Concreto Armado 
 
 
ETAPAS 
 
 
DEFINIÇÕES 
 
RECURSOS 
& 
OBJETIVOS 
1ª 
CONCEPÇÃO 
ESTRUTURAL 
1. Materiais estruturais 
2. Sistema estrutural 
3. Posicionamento de apoios 
4. Processo executivo 
5. Modulação de vãos 
6. Pré-dimensionamento de seções 
Experiência 
profissional 
acumulada 
2ª 
ANÁLISE 
da 
ESTRUTURA 
7. Reações 
8. Solicitações 
9. Tensões 
10. Deslocamentos 
11. Deformações 
Sistemas Computacionais 
Método da Rigidez 
Modelagem Estrutural 
Carregamentos Normalizados 
3ª 
 DIMENSIONAMENTO 
das SEÇÕES dos 
ELEMENTOS 
ESTRUTURAIS 
12. Re-ratificação das dimensões pré-definidas 
na 1ª Etapa 
13. Áreas de aço 
NBR 6118: M.E.L. 
Segurança à Ruptura e 
Durabilidade 
4ª 
VERIFICAÇÃO 
das SEÇÕES dos 
ELEMENTOS 
ESTRUTURAIS 
14. Re-ratificação das áreas de aço 
dimensionadas da 3ª etapa 
15. Bitolas das armaduras 
NBR 6118: M.E.L. 
Adequação de 
Desempenho e Durabilidade 
5ª 
DETALHAMENTO 
dos 
ELEMENTOS 
ESTRUTURAIS 
16. Forma beneficiada de barras 
17. Comprimento das barras/fios 
18. Posição longitudinal das barras/fios 
NBR-6118: Prescrições 
Segurança, 
Desempenho e Durabilidade 
 
 O curso visa ainda prover conhecimentos para apoio à temas do Setor de 
Estruturas, nos quais se prossegue tratando do projeto e execução de pontes, 
edificações, fundações e outras estruturas. O dimensionamento e detalhamento de 
elementos submetidos à torção, assim como abordagem de demais aspectos ligados à 
execução das obras em concreto armado, são examinados posteriormente. 
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I.2 CONCEITOS e DEFINIÇÕES GERAIS 
 Aglomerantes ativos ou ligantes são produtos reagentes, cuja propriedade 
principal é a de solidificar ao reagir quimicamente com ar ou água, podendo aglutinar 
outros materiais, ditos agregados, partículas minerais quimicamente inertes que 
aumentam o volume da mistura reduzindo seu custo. Podem ser orgânicos (à base de 
carbono) ou inorgânicos. 
 Como se vê no quadro 2 e na figura 1, o cimento Portland comum é um 
aglomerante hidráulico seco, em pó, à base de cálcio, silício e alumínio, 
predominantemente em forma de silicato tricálcico {(CaO)3SiO2 =C3S=alita(≈50%)}; 
silicato dicálcico {(CaO)2SiO2=C2S=belita (≈25%)} e aluminato tricálcico {(CaO)3Al2O3= 
C3A=(≈12%)}, que resultam da pulverização conjunta de gesso (≈3%, para estender o 
tempo de pega) e clínquer (≈97%). Este, em corpos de aspecto esférico, essência do 
cimento moderno, resulta do processo industrial de calcinação-sinterização conjunta 
de ≈90% calcário {CaO} em pedra britada com ≈10% argila-saibro-minério {filito=Al2O3} / 
{quartzito=SiO3} / {magnetita=Fe2O3}, à 1450ºC. À mistura clínquer-gesso podem ser 
adicionados ainda um dos materiais para moagem: Pozolanas (cinzas), escória de alto 
forno ou pó calcáreo (filler). Estas adições modificam química e mecânicamente as 
propriedades do produto final e geram os cimentos Portland compostos 
apresentados no quadro 3. 
 
Quadro 2 – Aglomerantes: O Cimento Portland 
 
 
 
 
 
 
 
 Seu contato com água forma uma pasta fluida e desencadeia instantânea 
reação química exotérmica, denominada hidratação. Esta reação prossegue com o 
fenômeno denominado “pega”, que se inicia com o aumento súbito da viscosidade e 
liberação de calor, fazendo com que a pasta perca gradativamente sua fluidez, até se 
solidificar após algumas horas (poucos minutos na pega rápida até 10 horas na lenta). 
Ao final da pega a pasta não se decompõe em contato com água ou ar. A reação 
estende-se em nova fase, a de “cura / endurecimento”, na qual a pasta adquire 
continuamente resistência mecânica, estabilizando-se ao final de anos. Adicionando-
se o agregado fino (em geral areia: 0,075mm< Φ < 4,8mm)à pasta forma-se uma 
argamassa também rígida e resistente. 
cimento 
água calor 
cristais agulhas 
agulhas aglomeram-se por hidratação 
 
 Téchne 
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Figura 1 – Fabricação do Clínquer e do Cimento Portland 
 
Quadro 3 – Composições e Principais Tipos de Cimento Portland 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gesso 
Calcário 
 
COMUNS 
 
COMPOSTOS 
ALTO FORNO 
POZOLÂNICO 
ALTA R. INICIAL 
RES. à SULFATOS 
COMPOSIÇÃO MÉDIA 
Tricalcium Silicate
(50%)
Dicalcium Silicate
(25%)
Tricalcium Aluminate
(12%)
Tetracalcium Aluminoferrite
(8%)
Gypsum
(3.5%) Other
(1.5%)
BELITA 
≈ 25% 
 
ALITA 
≈ 50% 
 
ALUMINATO 
TRICÁLCICO 
≈ 12% 
 
≈ 50% 
 
OUTROS 
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 Etimologicamente, o termo concreto deriva do latim “concretus”, particípio de 
“concrescere”, verbo que se traduz por “crescer junto”, significando “consolidar”. Tal 
consolidação configura o efeito mecânico produzido pela reação química entre um 
aglomerante ativo, nesse caso o cimento, (também do latim “cæmentu”) e a água. 
 O concreto simples, como indicado na figura 2, é obtido acrescentando-se 
agregados graúdos (geralmente brita: Φ ≥ 4,8mm) à argamassa, responsável por sua 
coesão. A dosagem representa a proporção exata da mistura cimento-agregados e 
água, da qual resulta o conglomerado sintético viscosco, que após pega e 
endurecimento, forma o material pétreo com elevada resistência à compressão. É 
comum ainda a incorporação opcional de aditivos em sua produção, tendo por fim a 
obtenção de propriedades específicas da mistura, tais como maior fluidez, aceleração 
ou retardo de “pega” e outras mais. Ainda que bem variável, a faixa de sua 
composição é indicada na figura 2. 
 Embora o concreto simples resista bem às tensões compressivas, sua 
resistência às tensões trativas, da ordem de 10 % da anterior, é extremamente 
reduzida. Na atualidade, esta característica restringe acentuadamente seu uso como 
material estrutural isolado. 
 O aço é um produto siderúrgico estrutural, com elevada resistência tanto à 
tração como a compressão. Exposto isolada ou desprotegidamente aos agentes 
atmosféricos, oxida-se aceleradamente face às dimensões usuais de seus elementos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 – Composição do Cimento e dos Concretos 
CLÍNQUER 
AR:1 à 8% 
CIMENTO 
7 à 15% 
BRITAS 
31 à 51% 
AREIA 
24 à 30% 
ÁGUA 
14 à 21% 
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 O concreto armado resulta da associação tecnicamente dimensionada, do 
concreto simples à armadura passiva (≈100 kgf/m3 de concreto), geralmente constituída 
por barras de aço, e assim denominada por não ser tensionada antes da estrutura 
entrar em carga. Os dois materiais resistem solidariamente aos esforços solicitantes e, 
com seu trabalho conjunto, as deficiências de cada um são supridas pela presença de 
atributos do outro, de tal forma que, o aço trabalhe nas regiões tracionadas dos 
elementos estruturais, enquanto o concreto trabalha bem à compressão e o protege 
dos agentes atmosféricos. No concreto protendido, introduz-se ainda a armadura 
denominada ativa ou de protensão (≈30 kgf/m3 de concreto), previamente tensionada, 
para melhorar o comportamento final da estrutura, quando nela são aplicados os 
carregamentos aos quais se destina. 
I.3 Da ARGILA ao CONCRETO: AVALIAÇÃO de uma TRAJETÓRIA 
I.3.1 – A Argila e os Primeiros Aglomerantes 
 
 No barro, a argila solidifica com seus demais componentes por secagem, com a 
evaporação da água, e não por reação química desta, como nos aglomerantes ativos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 – A Argila: Construções na Natureza 
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Enquanto nestes a hidratação fixa parte da água, transformando-a em outras 
substâncias, no primeiro ela se evapora, deixando um composto pouco resistente, 
inclusive à ação da própria água. Ainda assim, isto não impediu que argilas fossem e 
ainda sejam usadas como aglomerantes naturais, como se vê na figura 3. Seu uso 
animal, para formação de conglomerados com funções estruturais, precede bastante o 
do próprio ser humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 – Formações Naturais e Argilas: Conceitos e Materiais nas Construções 
Tibete América Síria 
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 Na Antropologia, supõe-se que homem primitivo já teria tido contato com outros 
materiais aglomerantes, além de argilas. Ao acenderem fogueiras junto a pedras 
calcárias ou gesso, estes ativavam-se formando pós, que hidratados por chuva ou 
sereno, convertiam-se novamente em pedra. Extraindo da natureza tanto os conceitos 
como os materiais, as primeiras culturas usaram conglomerados à base de argilas, 
pedras e suas combinações, para construir habitações em paredes verticais ou 
arqueadas, semelhantes às cavernas e aos arcos naturais (fig. 4). 
 No Antigo Egito, já se utilizavam argamassas à base dos aglomerantes ativos 
cal e gesso, porém sem destaque nas maciças construções (fig. 5) que os 
distinguiram. Na Grécia Antiga (≈ 650a.C.) o uso de aglomerantes era também 
obscurecido, frente ao uso de blocos de pedra cortadas para as arquitraves e colunas 
que notabilizaram as construções clássicas (fig. 6). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – A Pedra nas Construções Maciças 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 – A Pedra em Arquitraves e Colunas 
 
 Em seu consagrado texto (≈25a.D.), o construtor romano Vitruvius (fig.7n), 
atesta que na Grécia, já se conhecia a “pozzolana”, que misturada (1/3 à 2/3) ao 
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calcário hidratado (2/3 à 1/3), ambos não hidráulicos, produzia um aglomerante 
cimentíceo e, portanto, dotado de hidraulicidade, com as propriedades já descritas. 
 
I.3.2 – A Pozolana e o Concreto Romano (Fig. 7) 
 
 Após sua origem, em vinte e três séculos o Império Romano(f) dilatou-se no 
tempo e em seu espaço geográfico para enfim declinar e sucumbir. A queda de suas 
capitais, Roma e Constantinopla, pautou a periodização da História encerrando a 
Antiguidade, delimitando a Idade Média e iniciando a Era Moderna. Em seu apogeu 
impôs e consolidou sua presença em três continentes, por meios militares e civis. Suas 
construções e seu concreto pozolânico exerceram papel fundamental nessa trajetória. 
 Construíram em vasta escala, sem o foco no refinamento estético que marcara 
as edificações helênicas: Templos, anfiteatros e estádios, redes de abastecimento, 
aquedutos e ampla rede de estradas com suas pontes. Conjugaram dois princípios 
construtivos; o da arquitrave-coluna assimilado dos gregos e o do arco semicircular 
etrusco(k); com dois materiais distintos; os blocos de pedra e o concreto pozolânico. Os 
efeitos dessa conjugação bastaram para estruturar toda a base física que viabilizou a 
grandiosidade superlativa de seu Império. 
 Pozolanas naturais(g,h), nome derivado de Pozzuoli, vila da encosta do 
Vesúvio(a,d) na Baía de Nápoles(e), são cinzas arenosas de origem vulcânica, ricas em 
silicatos e aluminatos. A Geologia aponta que de 1.282 vulcões ativos nos últimos 100 
séculos, apenas três expeliram pozolanas de alta qualidade. Um recentemente no 
Pacífico e dois outros no sul da Europa. O primeiro (≈1.500a.C.), Santorini(b) na 
Grécia(c) e Vesúvio (79a.D.) o segundo. No presente, cinzas de várias origens, (carvão 
mineral, etc.) mas semelhantes propriedades, são denominadas pozolanas e usadas 
atualmente como aditivos. 
 A partir de 150a.D., o desenvolvimento do concreto pozolânico foi o fulcro de 
uma revolução nas construções civis e militares romanas. Pouco plástico (adensado 
em camadas), não fluia nas formas; lento em seu endurecimento, porém muito 
resistente e durável, o concreto pozolânico romano, ainda que rudimentar, possuía 
qualidades equivalentes as do concreto de cimento Portland, com durabilidade, 
atestada em várias de suas construções, ainda em uso após quase vinte séculos. 
 Gradativamente, de argamassa auxiliar, à associado da pedra e, finalmente dela 
liberado ao estruturar isoladamente arcos e abóbadas, o concreto, nessa trajetória, 
impulsionou várias construções: No Anfiteatro de Pompéia(m) (paredes: 75a.C.), no 
Coliseu(j) (fundações e paredes internas: 80a.D.), no Aqueduto “Pont du Gard”(o) em 
Nimes (no canal e cantarias: 150a.D.) e nas Termas de Caracalla(i) (arcos: 215a.D). 
Enfim, a moldabilidade do aglomerante potencializou e expandiu tridimensionalmente a 
lógica de funcionamento do arco em pedra, tendo sido intensamente explorada, até 
culminar no “domus” do Panteon de Adriano (fig. 8). 
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Figura 7 – Pedra e Concreto Pozolânico na Consolidação do Império Romano 
i 
k 
b 
a 
j 
f 
c 
d e 
h 
g 
l 
o p m n 
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Figura 8 – O Panteon Romano e sua Influência no Ocidente 
Adriano 
Florença 
Vaticano 
Washington Washington 
Madrid Londres Copenhague 
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 No Panteon, a Engenharia Romana atingiu seu máximo brilho e capacidade, ao 
aplicar o concreto pozolânico, isoladamente, para vencer o vão de 43 metros de seu 
“domus” hemisférico, inclusive explorando agregados leves. 
 Templo dedicado a todos (“pan”) os deuses (“theo”), concluído em 125a.D. pelo 
Imperador Adriano, convertido em igreja no século VII, usado como mausoléu desde a 
Renascença e atualmente ponto turístico de Roma, foi, por mais de 17 séculos, o 
maior domo no mundo e, até o presente, ainda o maior em concreto simples. 
 Esta construção singular e inexcedível, bem à frente de seu próprio tempo, 
imprimiu por séculos forte influência em diversas (fig. 8) das mais destacadas 
construções ocidentais e marcou o concreto e a História das construções. 
 
I.3.3 – O Cimento Portland 
 
 Ao final da Antiguidade, a tecnologia do concreto pozolânico praticamente se 
perde e o papel do aglomerante torna-se secundário, ou mesmo ausente durante a 
Idade Média. As catedrais góticas (fig. 9), grandes realizações desta época, foram 
estruturadas exclusivamente em pedra com seus arcos ogivais. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9 – A Tecnologia do Concreto Pozolânico se Apaga na Idade Média 
 
 Antes e até por algum tempo após a invenção do cimento atual(fig.10 i), usou-se 
um tipo de cimento chamado “natural” (ou até erroneamente de romano), proveniente 
da queima de misturas naturais de calcário e argila. Suas propriedades variavam tanto 
quanto as fontes de seus recursos. 
 Grande esforço foi empreendido na Europa nos séculos XVIII e XIX para se 
“redescobrir” um novo tipo de aglomerante hidráulico. As investigações e experimentos 
que desembocaram no cimento moderno, à base de calcário e argila, ocorreram em 
aproximadamente seis décadas na Inglaterra e França (fig. 10). Em 1812, realizando 
testes(b) para construção de uma ponte, Louis Vicat(a) registra, que um cimento 
hidráulico artificial, poderia ser produzido pela calcinação de uma mistura 
proporcionada de calcário e argila. 
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 Em 1824, Joseph Aspdin(c) obtém patente do cimento obtido por calcinação 
proporcionada de rochas calcárias moídas, argila e carvão. Nomeou-o de Portland, 
ilha(d) inglesa da qual se extraiam pedras(e) de cor acinzentada para construção. Em 
1885, Frederick Ransome patenteia o forno rotativo(f,g), levemente inclinado, que reduz 
o custo, uniformiza sua produção e substitui os modelos em “garrafa” (h). 
 No Brasil a produção de cimento teve início em 1926, sendo até então um 
produto importado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 – A Evolução do Cimento Portland 
a b 
c d e 
f 
g 
h 
i 
cimento 
natural 
cimento 
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I.3.4 – O Ferro e o Aço 
 
 Os metais ferrosos são ligas à base de ferro e carbono, podendo conter ainda 
silício, manganês, fósforo, enxofre e outros elementos químicos. De seu amplo 
espectro, cabe aqui destacar o ferro fundido o ferro laminado e o aço, sendo este 
último, o único atualmente empregado como material estrutural da Engenharia Civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 – A Evolução dos Metais Ferrosos: Do Ferro ao Aço 
 
 Ao final do século XVIII, com o advento da Revolução Industrial, o ferro fundido 
e o ferro laminado tornaram-se materiais estruturais atraentes, uma vez que puderam 
ser submetidos à padronização e pré-fabricação. Tal fato permitiu que estes materiais, 
e posteriormente o aço, produzidos em escala industrial, viessem gradativamente a 
substituir a pedra e o tijolo cerâmico como principais materiais estruturais usados ao 
longo dos séculos anteriores. 
 Em 1779, na Ponte de Coalbrookdale(a), Inglaterra, utiliza-se pela primeira vez 
como material estrutural um produto siderúrgico, o ferro fundido. Em 1826 é construída 
a Ponte pênsil de Menai (d), em Gales, Inglaterra, com 175 metros de vão, empregando 
barras de ferro laminado. Em 1860, Henry Bessemer(c) desenvolve na Inglaterra um 
forno conversor(e) que possibilita a produção do aço em larga escala. Em 1874, a 
Ponte de Eades(b), sobre o Rio Mississipi nos Estados Unidos é a primeira na qual se 
emprega o aço como material estrutural (fig. 11). 
a b 
e d c 
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Figura 12 – A Produção dos Metais Ferrosos: Ferro e Aço 
hematita ferro pirita coque calcário 
a 
d 
c b 
e f g h 
i j 
l m 
n 
o p 
escória 
gusa 
k1 k2 
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 Com mais de 10.000 anos, a Metalurgia abrange a tecnologia da extração e 
purificação de metais, bem como da geração de suas ligas, nas quais algumas 
propriedades superam as de suas bases. A siderurgia é seu ramo dedicado à 
produção do ferro e do aço. 
 O ferro da crosta terrestre não se encontra em estado puro, pois se oxida 
rapidamente em presença da umidade e do oxigênio do ar, tornando-se pó. Só é 
encontrado combinado com o próprio oxigênio ou enxofre, sendo a hematita (Fe2O3) e 
a pirita (FeS2) seus minérios mais comuns. 
 Já que o ferro se funde a ≈1500ºC, sua purificação foi mais difícil e posterior a 
do cobre (≈1000ºC) e estanho (≈200ºC), com origem provável na Anatólia, atual Pérsia 
≈6.500a.C. 
 Para se obter ferro puro, o oxigênio ou o enxofre devem ser removidos por 
redução química pelo carbono. Como em estado puro o ferro é relativamente macio, 
sua evolução como material estrutural se deu pela ligação reduzida e controlada com o 
carbono, que o endurece, formando as ligas ferro-carbono, com amplo espectro de 
tipos e propósitos. A figura 12 ilustra o fluxo(o) de produção do aço, que ocorre em 5 
etapas(p). Na primeira, denominada preparo da carga, faz-se a mistura dos seus 
componentes. A segunda, denominada redução, se dá no alto-forno(a), construção 
metálica revestida internamente em material refratário, que recebe em seu topo(b) a 
carga proporcionada (ou sinter), de minério, coque (carvão betuminoso aquecido sem 
combustão, em recipiente fechado) e calcário. Por baixo é soprado(b) ar pré-aquecido a 
1000°C e o combustível coque, em contato com o oxigênio, produz calor(c) fundindo(b) 
assim a carga metálica, reduzindo (eliminação de O2) o minério e transformando-o em 
metal líquido(d), que ao resfriar forma um produto intermediário, o ferro-gusa(e), liga 
com alta concentração de carbono (6%), quebradiça e destinada a ser refundida para 
obtenção do aço. 
 Na Aciaria, a etapa seguinte, o refino do gusa líquido (ou sólido) e sucata(f) 
processada(g) (de ferro e aço) ocorre em conversores à oxigênio(j) (45 min. refinam 400 
tf.) ou fornos elétricos(i) à arco e se dá por meio da injeção de oxigênio(h) na massa 
fundida a 1700 ºC, que remove as substâncias que o efraquecem (sílica, fósforo e 
enxofre > eliminados como escória) e oxida (extrai) o excesso de carbono (escapa 
como CO), reduzindo-o à faixa de 0,05% a 0,08%. (aços: 0,02≤%C≤2,04, ferros: 
2,04≤%C≤6,70), convertendo-a em aço líquido(i, j), cuja maior parte é vazada em 
lingoteiras(k1, k2), ainda em estado rubro (1200ºC) e solidifica(k1, k2) na forma de lingotes(l) 
em seção quadrada, com 15 metros de comprimento. 
 Na etapa seguinte, os equipamentos de lingotamento contínuo dão forma aos 
produtos semi-acabados, blocos e lingotes que seguem para diferentes linhas finais de 
acabamento (aços longos e aços planos). 
 Na etapa final, a de laminação, os semi-acabados, lingotes e blocos são 
processados por equipamentos chamados laminadores(m) e transformados em diversos 
produtos siderúrgicos(n), dentre os quais os que se destinam ao concreto armado. 
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 Capítulo I – Introdução e Evolução 
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I.3.5 – A Associação do Concreto ao Aço (Fig. 13). 
 
 A associação de elementos pétreos à metálicos, já precariamente praticada na 
Antiguidade (concreto pozolânico e bronze), foi explorada com singularidade no 
Pantheon de Paris(a), (ex-igreja de Santa Genoveva) em 1770. A necessidade decorreu 
do maior espaçamento adotado entre colunas, segundo a concepção(c) de Souffllot e 
Rondelet. As pedras lavradas e artesanalmente furadas foram unidas às barras(b) de 
ferro e os espaços preenchidos com argamassa de cal. A “invenção” do cimento foi o 
passo necessário para inversão do processo e a preservação do conceito, produzindo-
se primeiro a armação, com a “pedra artificial fluida” envolvendo-a à “posteriori”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 – O Concreto e o Aço: O Desenvolvimento do Concreto Armado 
 
 O primeiro registro da associação de argamassa ao ferro foi na Exposição de 
Paris de 1855, com Jean-Louis Lambot(f) apresentando um barco(d) de “cimento 
armado”, no qual foram unidos os materiais, formando um novo produto denominado 
“fer-cimento”. Esta vertente naval, mesmo sem ênfase, segue sendo explorada até os 
dias atuais. 
a b 
c 
d 
e 
f g h i 
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 Capítulo I – Introdução e EvoluçãoMAYRA PERLINGEIRO, LEONARDO VALLS e EDUARDO VALERIANO pág. 18 
 Entre 1861 e 1878, Joseph Monier(g), comerciante e horticultor, tendo 
participado da Exposição de Paris, dá início a fabricação e venda de artefatos de 
“cimento armado”, passando sucessivamente à produção de reservatórios, tubos, lajes 
e finalmente à construção de uma ponte(e) com 17 metros de vão. Trabalhando 
empiricamente, obtém patente para seus produtos. 
 Em 1884, as empresas alemãs “Freytag & Heidschuch” e “Martenstein & 
Josseaux” obtém de Monier o direito de patente e garantem a transferência da 
tecnologia para toda Alemanha, permitindo seu desenvolvimento de forma acelerada. 
 Entre 1900 e 1902, Mörsch(h) desenvolve para o concreto armado a primeira 
teoria científica consistente, comprovada experimentalmente, e a publica. O trabalho 
por ele desenvolvido constituiu por muitas décadas, em todo mundo, os fundamentos 
de uma original “Teoria do Concreto Armado” e são ainda parcialmente válidos, após 
décadas de intensas pesquisas, utilização e evolução deste material. 
 No Brasil, as primeiras realizações datam de 1904, com a construção de casas 
e prédios em Copacabana. Entre 1912 e 1943, o Engenheiro brasileiro de ascendência 
germânica, Emílio Baumgart(i), fluente no idioma alemão, promove enorme 
transferência para o Brasil da tecnologia do concreto armado, então em intensa 
evolução na Alemanha. 
 
I.3.6– O Desenvolvimento da Normalização Brasileira 
 
 No Brasil a “Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT” é o órgão 
legalmente constituído como fórum nacional de normalização, responsável pela 
elaboração e atualização das normas nacionais científicas, técnicas, industriais, 
comerciais e agrícolas. 
 Em 1930 a criação do periódico técnico “Cimento Armado” aglutinava 
profissionais da área, dando origem a ABC, sendo um de seus objetivos a elaboração 
de um regulamento que se basearia nas “Determinações Alemãs”. 
 Em 1940 é criada a ABNT, sendo a “NB1-1940: Cálculo e Execução de Obras 
de Concreto Armado” a primeira norma oficialmente aplicada em todo país. Com 
relação à evolução desta norma em si, fez-se sua primeira revisão em 1960, a 
segunda em 1978 e, finalmente, em 2003, homologou-se a versão atual que difere 
bastante da anterior, pelo fato de abraçar todo espectro relacionado ao projeto de 
obras em concreto: Simples, armado e protendido. 
 A normalização exerce papel importante no desenvolvimento nacional, fixando 
procedimentos e referenciais da produção com base tecnológica, lastreando atividades 
econômicas, trocas comerciais e, em particular, as atividades da Engenharia Civil. A 
normalização e sua aplicação conduzem ao registro do conhecimento tecnológico, uso 
adequado de recursos e do tempo, disciplina, segurança, controle no trabalho e na 
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produção. As normas especificam materiais, padronizam componentes, equipamentos, 
procedimentos de cálculos e projetos, por meio de informações codificadas. É 
fundamental que sejam estudadas e interpretadas, para que adequadamente sejam 
aplicadas. O quadro 4 apresenta as principais normas ligadas ao concreto armado. 
 
Quadro 4 – Normas Técnicas Citadas na ABNT NBR 6118 
 
ABNT NBR DENOMINAÇÂO 
6118: 2014 Projeto de estruturas de concreto - Procedimento 
5738:1994 Moldagem e cura de corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto 
- Procedimento 
5739: 1994 Concreto - Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos - Método 
de ensaio 
6120:1980 Cargas para o cálculo de estruturas de edificações - Procedimento 
6122:1996 Projeto e execução de fundações - Procedimento 
6123:1988 Forças devidas ao vento em edificações - Procedimento 
7480:1996 Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado - 
Especificação 
7481:1990 Tela de aço soldada - Armadura para concreto - Especificação 
8522:1984 Concreto - Determinação do módulo de deformação estática e diagrama 
tensão deformação - Método de ensaio 
8548:1984 Barras de aço destinadas a armaduras para concreto armado com emenda 
mecânica ou por solda - Determinação da resistência à tração - Método de 
ensaio 
8681:2003 Ações e segurança nas estruturas - Procedimento 
8953:1992 Concreto para fins estruturais - Classificação por grupos de resistência - 
Classificação 
9062:2001 Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado - Procedimento 
12654:1992 Controle tecnológico de materiais componentes do concreto - Procedimento 
12655:1996 Concreto - Preparo, controle e recebimento - Procedimento 
14931:2004 Execução de estruturas de concreto - Procedimento

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