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Capítulo 3

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO TECNOLÓGICO
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE CONCRETO ARMADO 
Capítulo III – Método de Dimensionamento 
 MAYRA PERLINGEIRO, LEONARDO VALLS, BERNARDO ROCHA e EDUARDO VALERIANO pág. 40 
 
 
 
 
 
III.1 A FILOSOFIA DO DIMENSIONAMENTO 
 A conversão das ações externas de uma construção, em tensões internas(i, j) 
nas tênues fibras(i, j) dimensionantes, de suas mais solicitadas seções (h), dos seus 
elementos(h) representativos que estruturam os diferentes grupos, níveis, planos e 
partes, da estrutura(g) que sustentará esta construção, possui um só fim: Dimensionar, 
com segurança, contenção de recursos e desempenho qualificado, as construções da 
Engenharia Estrutural. Esta, já não mais restrita às barragens, pontes e prédios da 
Engenharia Civil, destaca-se ainda na Indústria Aeroespacial e Naval. 
 Transformar carregamentos da construção, em tensões atuantes nas suas 
infinitesimais fibras, configura êxito de secular trajetória que consumiu esforço de 
muitos. Originando-se nos trabalhos de Leonardo da Vinci(a), Galileu Galilei(b) e seu 
estudo de viga(c); impulsionados por Robert Hooke(?d), Daniel Bernoulli(e), Claude 
Navier(f) e vários outros, constituiu-se ao fim a moderna Mecânica dos Sólidos e a 
Análise Estrutural(g) com seus evoluídos recursos atuais. 
 Dimensionar uma seção de um elemento estrutural é, em essência, comparar 
as tensões atuantes obtidas pela Análise Estrutural, com as que o material demonstra, 
em ensaios prévios de laboratório, ser capaz de resistir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – A Formação da Filosofia do Dimensionamento 
a b 
c 
d 
e 
f 
g h i j 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO TECNOLÓGICO
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE CONCRETO ARMADO 
Capítulo III – Método de Dimensionamento 
 MAYRA PERLINGEIRO, LEONARDO VALLS, BERNARDO ROCHA e EDUARDO VALERIANO pág. 41 
 O resultado da comparação por meio das inequações abaixo, estas calibradas 
por coeficientes de segurança normalizados, aponta para a ratificação da seção 
(inequação 1); a inevitabilidade (2); ou a conveniência (3) do ajuste de suas 
características. Após eventuais ajustes no elemento e seu grupo, encerra-se então o 
dimensionamento com seções seguras e comprovadas, que traduzem a ponderação 
das duas exigências fundamentais para a estrutura: Segurança com economia. 
 
oração
resistente
ensaios
majoração
atuante
seção
min
 
 seção segura e econômica (1) 
oração
resistente
ensaios
majoração
atuante
seção
min
 
 seção insegura (2) 
oração
resistente
ensaios
majoração
atuante
seção
min
 
 seção segura e antieconômica (3) 
 
 A evolução e aplicação desta filosofia de fundo cartesiano, em que se fragmenta 
o problema global (ação externa na estrutura projetada) sucessivamente, até sua 
menor parte (fibras da seção do elemento), para que então sua solução (obtenção de 
tensões atuantes) abra caminho para resolução do todo, acomodou-se bem ao 
dimensionamento de estruturas em aço, material homogêneo cujo emprego precedeu 
e se superpõe ao do concreto armado. 
 Métodos assim formulados são denominados “Clássicos” ou das “Tensões 
Admissíveis” e, simplificadamente, o nível de segurança das estruturas por meio deles 
alcançada, poderia ser avaliado pelo produto dos coeficientes “g” aplicados nos dois 
membros da inequação. Este produto mediria o afastamento da estrutura carregada, 
de seu provável colapso. 
 
oraçãomajoraçãoSegurançadeQuantidade min  (4) 
 
 A heterogeneidade do concreto armado, composto por materiais tão distintos 
em suas resistências e módulos de deformação, torna inadequada a comparação de 
tensões. Assim, impôs-se gradativamente o desenvolvimento de uma filosofia 
específica para dimensionamento do concreto armado. A partir de ensaios de 
laboratório e com abordagem semi-probabilística são obtidas as solicitações 
resistentes (no instante da ruptura), em lugar das tensões resistentes oriundas de 
ensaios. 
 Formou-se assim o “Método dos Estados Limites” no qual, basicamente, se 
mantiveram os procedimentos apresentados, com exceção da utilização de tensões, 
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PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE CONCRETO ARMADO 
Capítulo III – Método de Dimensionamento 
 MAYRA PERLINGEIRO, LEONARDO VALLS, BERNARDO ROCHA e EDUARDO VALERIANO pág. 42 
que foram substituídas por seus entes precedentes no processo de fragmentação; as 
solicitações. Além disto, desenvolveu-se um meio de adicionar “qualidades” a 
“quantidade” de segurança. Desta forma, a estrutura além de “segura sem excesso” é 
estudada para ser adequada (“qualificada”) no desempenho de suas funções em 
serviço. 
 Os desafios dessa filosofia passam então a ser a realização de ensaios em 
elementos de concreto armado e, mais especificamente, a formação de modelos de 
dimensionamento, associados à construção de ferramentas de cálculo, para que sejam 
determinadas as solicitações resistentes em seções. 
 
oração
resistente
elos
majoração
atuante
seção
S
S
min
mod
 
 seção segura e econômica (5) 
oração
resistente
elos
majoração
atuante
seção
S
S
min
mod
 
 seção insegura (6) 
oração
resistente
elos
majoração
atuante
seção
S
S
min
mod
 
 seção segura e antieconômica (7) 
 
Quadro1- Métodos de Dimensionamento das Seções 
Etapas Principais dos Métodos de Dimensionamento para Materiais Homogêneos 
1 2 3 4 5 6 7 
A Análise 
Estrutural 
fornece 
A Resistência 
dos Materiais 
fornece 
Obtém-se 
as razões 
Especifica-se 
o material 
A normalização 
prescreve 
Obtém-se 
a razão 
Comparam-se 
Solicitações 
atuantes: 
Características 
Mecânicas 
Tensões 
atuantes 
Tensões 
características 
Coeficientes 
de Segurança 
Tensões 
admissíveis 
Tensões 
Atuan. x Adm. 
S A J Cg Ws Wi  = S / (A,W) k  adm = k /    adm 
 
Etapas Principais dos Métodos de Dimensionamento para Materiais Não Homogêneos 
1 2 3 4 5 6 7 
A Análise 
Estrutural 
fornece 
A Normalização 
prescreve 
Obtém-se 
o produto 
Especifica-se 
o material 
A 
Normalização 
prescreve 
Obtém-se 
a razão 
Usando-se dim 
impõe-se 
a igualdade 
Solicitações 
Características 
Coeficientes 
de Majoração 
de Solicitações 
Solicitações 
de Dimensiona-
mento 
Tensões 
Características 
Coeficientes 
de Minoração 
de Resistência 
Tensões de 
Dimensiona-
mento 
Resistências de 
Dimensionamen
-to na Ruptura 
Sk maj Sd = maj x S k min dim=k /min Rd= Sd 
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Capítulo III – Método de Dimensionamento 
 MAYRA PERLINGEIRO, LEONARDO VALLS, BERNARDO ROCHA e EDUARDO VALERIANO pág. 43 
III.2 O MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES 
III.2.1 – Objetivos e Delineamento do Método 
 
 O Método dos Estados Limites objetiva proporcionar segurança qualificada às 
estruturas de concreto por meio dele dimensionadas, dotando-as de três requisitos: 
 
1º. Segurança (econômica) à ruptura. 
2º. Desempenho adequado em serviço. 
3º. Durabilidade em vida útil. 
 
 O primeiro requisito se atinge por técnicas (modelos e ferramentas de cálculo)de dimensionamentos à ruptura; o segundo via técnicas (idem) de verificações em 
serviço e o terceiro por especificações apropriadas do concreto e cobrimentos de 
armações, face à agressividade do ambiente. Na fase de detalhamento das armaduras 
estes requisitos, já garantidos em seções, são então estendidos para os elementos 
estruturais às quais estas pertencem e daí, para a estrutura em sua totalidade. 
 Os dimensionamentos na ruptura, que garantem a segurança, se fazem por 
esgotamento da capacidade resistente das seções, colocando-as em condições limites 
que lhes conduzem à ruptura técnica por um de seus dois componentes, aço ou 
concreto, e daí afastando-as por meio de coeficientes de segurança apropriados. 
Estas condições limites são denominadas “Estados Limites Últimos” (ELUs). As 
verificações das condições de serviço, que garantem desempenho adequado às 
seções e capacidade de servir apropriadamente as suas finalidades, também são 
feitas em limites; os “Estados limites de Serviço” (ELSs). 
 Os Estados Limites a seguir definidos são fronteiras que, atingidas, tornam 
seções, elementos e estruturas inseguras ou inadequadas. Os ELUs podem levar 
efetivamente o elemento ou a estrutura ao colapso de fato. Já os ELSs, embora 
possam com o tempo, não a levam em princípio. A vantagem de se dimensionar e 
verificar estruturas nestes limites decorre do fato, de que os coeficientes de segurança 
que daí as afastam podem ser calibrados para afastamento ponderado (sem excesso). 
 
 ELUs: São 6 vias pelas quais seções ou elementos atingem a ruptura técnica 
ou o colapso de fato. 
 ELSs: São 3 vias pelas quais seções, elementos ou a própria estrutura 
deixam de apresentar desempenho adequado ao uso, por motivos de 
funcionalidade, conforto ou estéticos. 
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Capítulo III – Método de Dimensionamento 
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 Em termos gerais, os ELUs são mais graves e os ELSs mais brandos. Os 
coeficientes de segurança que separam as condições de ruptura ou inadeqüabilidade 
das estruturas, de seu funcionamento seguro e qualificado, refletem tais intensidades; 
ou seja, coeficientes mais rigorosos aplicam-se aos ELUs e mais leves aos ELSs. 
 Estatisticamente, de forma contrária à abordagem determinística dos métodos 
clássicos, adota-se no MEL tratamento semi-probabilístico no qual, simplificações dos 
modelos da análise estrutural, dimensões dos elementos, ações que geram 
solicitações e resistências dos materiais, são admitidas como variáveis dentro de certa 
faixa de valores e tolerâncias. Fixam-se para estas, valores característicos com o 
mesmo princípio probabilístico já exposto na definição estatística de fck. Ponderando 
segurança e economia, os valores fixados pela NBR6118 estão essencialmente 
ligados a cada categoria de Estados Limites. Assim, seguindo a divisão dos grupos de 
estados limites, os coeficientes de ponderação também são divididos em duas 
categorias 
 
 Coeficientes dos ELUs: Constituídos de valores mais severos, já que sua 
função principal é a de evitar a ruptura da estrutura. 
 Coeficientes dos ELSs: Constituídos de valores mais brandos, já que não 
se relacionam, em princípio, com o colapso da estrutura. 
 
 Os grupos de coeficientes de ponderação subdividem-se em três classes: 
 
o gf -Coeficientes de ponderação de ações e solicitações: Cobrem incertezas 
quanto às aproximações da análise estrutural e tolerâncias de execução. 
Abrem-se em quatro tipos, função da origem da solicitação: Ações 
permanentes, variáveis, protensão e deformações impostas. 
o Ψi -Coeficientes redutores de combinações: Cobrem incertezas quanto à 
dispersão de ações, simultaneidade de ocorrência. Desdobram-se em 
três níveis em função da origem das combinações de ações variáveis 
que minoram: Ações acidentais, vento e temperatura. 
o gm -Coeficientes de ponderação de resistência de materiais: Cobrem 
incertezas quanto às condições de fabricação, diferenças entre 
resistências medidas em ensaios e reais; imprecisões em suas 
correlações. Minoram ou mantém as resistências dos dois materiais. 
Desdobram-se em dois tipos: coeficientes do concreto e do aço. 
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Capítulo III – Método de Dimensionamento 
 MAYRA PERLINGEIRO, LEONARDO VALLS, BERNARDO ROCHA e EDUARDO VALERIANO pág. 45 
 Os coeficientes de ponderação foram estatisticamente estudados para 
proporcionar balanceamento apropriado entre os objetivos concorrentes que se 
encontram presentes: Segurança e economia. Na medida em que se maximiza um, 
minimiza-se outro. Ambos são necessários e prioriza-se a segurança, sem, entretanto, 
buscá-la de forma absoluta e total. Assume-se então um risco calculado por 
tratamento semi-probabilístico, no qual a economia exerce certo peso. Os valores dos 
coeficientes fixados pela NBR6118 proporcionam baixa probabilidade de ocorrência de 
ruptura ou inadequabilidade estrutural, com custos adequados à realidade nacional. 
 
Quadro 2- Princípios do Dimensionamento do Concreto Armado 
 
Método dos Estados Limites 
1 2 3 4 5 6 7 
A Análise 
Estrutural 
fornece 
A NBR-6118 
prescreve 
Obtém-se 
o produto 
Especifica-se 
Concreto e Aço 
A NBR-6118 
prescreve 
Obtém-se 
a razão 
Usando-se fcd 
e fyd impõe-se 
a igualdade 
Solicitações 
em Serviço: 
Sk 
Coeficientes 
de Ponderação 
de Solicitações 
Solicitações 
de Dimensiona-
mento 
Tensões 
Características 
Coeficientes 
de Ponderação 
de 
Resistências 
Tensões 
de Dimensiona-
mento 
Solicitações 
Últimas 
na Ruptura: 
Sr 
Mk 
Nk 
Vk 
Tk 
f 
Msd=f x Mk 
Nsd=f x Nk 
Vsd=f x Vk 
Tsd=f x Tk 
fck 
fyk 
c 
s 
fcd= fck /c 
fyd= fyk /s 
Mrd= Msd 
Nrd= Nsd 
Vrd= Vsd 
Trd= Tsd 
 
 Nos ELUs as solicitações de dimensionamento são obtidas por 3 combinações 
denominadas normais, construtivas ou excepcionais e seus coeficientes de 
ponderação retratam estas condições. Nos ELSs, as solicitações para verificações se 
obtêm também em 3 diferentes combinações; quase permanentes, frequentes e 
raras; com coeficientes cujas intensidades também buscam refletir estas situações. 
 As divisões, desdobramentos e subdivisões dos coeficientes de segurança 
permitem impor uma dosagem afinada e ponderada às necessidades do binômio 
segurança-economia. Como exemplo, verifica-se que a divisão dos coeficientes 
redutores das combinações em três tipos, possui, dentre outras, a função de minimizar 
para os ELSs as solicitações variáveis de diferentes origens, buscando simular a baixa 
probabilidade de ocorrência simultânea destas em seus valores extremos. 
 Ainda como exemplo, cita-se o desdobramento dos coeficientes de ponderação 
dos materiais, que permitem dispensar tratamento diferenciado aos dois componentes 
do concreto armado. Ao aço, por sua ductilidade e melhores condições de controle, 
aplica-se minoração mais leve que a imposta ao concreto, por sua ruptura frágil e 
condições de fabricação. 
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Capítulo III – Método de Dimensionamento 
 MAYRA PERLINGEIRO, LEONARDO VALLS, BERNARDO ROCHA e EDUARDO VALERIANO pág. 46 
 Existem duas maneiras de se estudarem seções de elementos estruturais. Uma 
é denominada dimensionamento e outra verificação. As seções de concreto armado 
são dimensionadas nosELUs e posteriormente verificadas para os ELSs. O 
dimensionamento de uma seção parte do conhecimento prévio de três características 
pré-definidas nas etapas de Concepção e Análise Estrutural: 
 
1º. Dimensões da seção: larguras (mesa, alma), alturas, diâmetros etc. 
2º. Especificação dos materiais envolvidos: concreto (fck) e aço (fyk) 
3º. Solicitações atuantes máximas na seção: Sk 
 
 Este procedimento segue então com 3 objetivos distintos e encadeados: 
 
1º. Confirmar ou alterar (majorando ou minorando) as dimensões pré-fixadas. 
2º. Confirmar ou alterar a especificação dos materiais envolvidos; fck; fyk. 
3º. Calcular a quantidade de aço necessária ao funcionamento da seção: As. 
 
 Já as verificações partem em geral de seções já dimensionadas (As conhecidos) 
ou de seções nas quais sejam estimadas as quantidades de aço. Estas verificações 
permitem confirmar ou alterar os 3 dados supra, e em especial ratificam ou modificam 
o 3º, as quantidades de aço obtidas pelo dimensionamento, definindo detalhadamente 
suas características: bitola, espaçamento, cobrimento, tensão e posicionamento. 
III.2.2 – Os Dimensionamentos de Segurança (Econômica) 
 
 A segurança da estrutura e seus elementos é alcançada ao se dimensionar 
suas seções, impondo-se pela inequação 8, sua ruptura por um dos ELUs abaixo, e 
deles afastando-as por coeficientes de ponderação das funções 9 e 10, indicados nas 
tabelas 1, 2, 3 e 4. 
 
1º. Ruptura da seção por compressão do concreto. 
2º. Ruptura da seção por deformação da armadura de tração. 
3º. Ruptura da seção por fadiga (principalmente da armadura). 
4º. Ruptura do elemento estrutural por instabilidade elástica. 
5º. Desequilíbrio da estrutura como corpo rígido. 
6º. Colapso progressivo da estrutura. 
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Capítulo III – Método de Dimensionamento 
 MAYRA PERLINGEIRO, LEONARDO VALLS, BERNARDO ROCHA e EDUARDO VALERIANO pág. 47 
 Tecnicamente, o concreto rompe à compressão com tensão 0,85fcd e 
deformação correspondente de 3,50/00. O aço rompe, tecnicamente, por alongamento 
excessivo em 10 0/00 de deformação e tensão correspondente de fyd. Estas duas 
formas de ruptura são as possíveis e devem ser examinadas no dimensionamento de 
solicitações de flexão (lajes, vigas, sapatas, blocos), de cortante (vigas) e torsor 
(vigas), bem como suas combinações (flexo-compressão: pilares, estacas). 
 Como o aço suporta, sem romper, alongamentos de 5 (CA60) a 18 (CA25) 
vezes maiores que 10 0/00, o ELU por sua deformação pode ser considerado, de fato, 
uma ruptura por incapacidade do concreto, frágil, de acompanhar alongamentos 
superiores sem fissurar-se de forma exagerada e nociva ao próprio aço. Este estado 
limite configura, portanto, um primeiro passo no controle da fissuração do concreto. 
 A ruptura por fadiga decorre da modificação progressiva do material por 
oscilação de tensões produzidas por ações dinâmicas repetidas e deve ser verificada 
em elementos sob tensões cíclicas advindas de ações repetitivas. É controlada pela 
redução das tensões no aço. Como se vê na figura 2 o fenômeno é expresso por 
curvas(i, j) de número de ciclos e tensões de ruptura. 
 Tecnicamente, a ruptura por instabilidade elástica ocorre em elementos 
comprimidos axial ou excentricamente(m) por efeito de 2ª ordem. Pode acontecer, e 
deve ser examinada, em pilares e pórticos. Garantida a estabilidade do elemento, sua 
ruptura recai em uma das duas anteriores. 
 O desequilíbrio da estrutura como corpo rígido(h) é provocado por ações 
externas desestabilizantes e deve ser dimensionada para tombamento (contenções), 
deslizamento (contenções) ou flutuação (lajes de sub-pressão). O colapso 
progressivo(o, q) é desencadeado em um elemento pelo colapso real de outro. 
 Falhas graves de projeto, materiais, construção, uso, conservação(k) ou fatores 
excepcionais(p, r) e mesmo naturais(a), isolada ou acumuladamente, podem reduzir 
resistências ou amplificar ações e solicitações em uma estrutura, invadir e exceder sua 
faixa de risco, consumir suas reservas de segurança, comprometer sua durabilidade e 
conduzi-la ao colapso real por uma das 6 vias descritas. Desencadeiam-se então, 
desde acidentes de pouco alcance, à desastres e tragédias de severas proporções(k, r). 
 Algumas formas de colapso exibem antecipadamente sintomas que os 
prenunciam. Providências podem então ser tomadas em tempo hábil, de forma que 
vidas, bens materiais e a própria construção sejam salvas de um acidente “avisado”. A 
ruptura por alongamento excessivo da armadura de flexão, normalmente precedida de 
deslocamentos (flechas) significativos e fissuração exagerada exemplifica este caso. 
 Outros tipos de colapso, em especial a ruptura do concreto por compressão(b, g) 
e a fadiga do aço, normalmente não emitem sinais prévios, configurando assim maior 
perigo. O dimensionamento de vigas no ELU de compressão, mesmo não proibido, é 
usualmente evitado por técnica de armadura dupla e prescrições de norma (caso de 
cortante e torsor). A ruptura real por fadiga do aço se dá por trincas que se iniciam e 
propagam quando a quantidade de ciclos de tensão supera seu limite de resistência. 
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Figura 2 – ELUs e Colapsos Reais 
d 
b 
 
c 
e 
f g 
h 
i j k 
l 
m n 
o p q r 
 
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 Todo o mecanismo de dimensionamento depende essencialmente da 
determinação de solicitações resistentes (últimas) Rd de ruptura das seções. Para o 
cálculo das resistências de dimensionamento na ruptura, Rd, em seções de elementos 
estruturais de materiais não homogêneos como o concreto armado, tornam-se, como 
já visto, inaplicáveis as técnicas oferecidas pela Resistência dos Materiais. 
 A inequação 8 parte das solicitações seccionais características obtidas pela 
Análise Estrutural, majorando-as com coeficientes de segurança de solicitações. Estas 
solicitações majoradas são então denominadas solicitações de dimensionamento Sd 
(Nsdnormal, Msdflexão, Vsdcortante e Tsd torção). 
 
dd RS 
 seção segura e econômica (8) 
  kredutor scombinaçõemajoraçãoforçasd SfS .)(,)(  
 (9) 
koração
materiais
d RfR .
1
min


















 (10) 
 
 Impõe-se então que estas seções sob dimensionamento sejam capazes de 
resistir às solicitações resistentes Rd (Nrd; Mrd; Vrd; Trd), não menores que as 
anteriores. Estas solicitações resistentes são obtidas minorando-se as resistências dos 
materiais com coeficientes de segurança adequados a cada material. 
 Na inequação 8 apresentada pela NBR 6118, (análoga à 5) os coeficientes de 
majoração de forças, redutores de combinações e minoração de resistências de 
materiais, são introduzidos já no desenvolvimento de cálculo dos dois membros das 
solicitações de comparação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 – ELUs: Curvas de Distribuição Normal de Probabilidades de Sd e Rd 
 
Solicitações 
de Ruptura 
Resistências 
da SeçãoSd=Rd 
 
Rm Rk Sk Sm 
faixa de risco 
de segurança 
região de 
segurança 
forças 
freqüência 
de 
ocorrência 
região de 
segurança 
γf γm 
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Tabela 1 - Coeficientes de Ponderação de Ações ou Solicitações dos ELUs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 2 - Coeficientes de Ponderação de Ações ou Solicitações para ELUs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 3 - Coeficientes Redutores de Combinações para ELUs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 4 - Coeficientes de Minoração de Resistências dos Materiais para ELUs 
 
 
 
 
 
 
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CURSO DE CONCRETO ARMADO 
Capítulo III – Método de Dimensionamento 
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III.2.3 – As Verificações de Desempenho 
 
 Em seguida, como objetivo complementar, o método “qualifica” por meio de 
verificações o desempenho das seções e elementos já dimensionados, para que 
respeitem, não ultrapassando, 3 condições limites denominadas Estados Limites de 
Serviço (ELSs). O princípio da inequação permanece o mesmo, mas para “efeitos”. 
 
1º. Inadequação da seção por abertura descontrolada de fissuras 
2º. Inadequação do elemento por deslocamentos excessivos 
3º. Inadequação da estrutura por vibração inaceitável 
 
dd RS 
 desempenho adequado(11) 
  kredutor scombinaçõemajoraçãoforçasd SfS .)(,)0,1(  
 (12) 
  koraçãomateriaisd RfR .)0,1( min  
 (13) 
 
 A abertura de fissuras acima do permitido viola a terceira propriedade 
fundamental do concreto armado e abre caminho para que agentes atmosféricos ou 
água iniciem o processo de corrosão da armadura, comprometendo a estética, a 
durabilidade da estrutura e, se providências não são adotadas, a progressão do 
fenômeno termina por comprometer sua própria segurança e estabilidade, podendo 
mesmo levá-la ao colapso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 – A Formação da Filosofia do Dimensionamento 
 
Rm Sm 
área de risco de 
inadequabilidade 
região de 
adequabilidbe 
forças 
freqüência 
de 
ocorrência 
Sk= Rk 
região de 
adequabilidade 
Resistências 
Ações 
 
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Tabela 5 - Coeficientes de Ponderação de Ações ou Solicitações dos ELSs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 6 - Coeficientes de Ponderação de Ações ou Solicitações para ELSs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1,0 
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Tabela 7 - Coeficientes Redutores de Combinações para ELSs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 8 - Coeficientes de Minoração de Resistências dos Materiais para ELSs 
 
 
 
 
 
 
 
 O deslocamento excessivo (flechas inaceitáveis) em elementos fletidos pode 
prejudicar revestimentos, provocar sensação de insegurança e a NBR 6118 especifica 
os limites toleráveis para seus valores. 
 A vibração exagerada ou imprópria configura situação a partir da qual a 
amplitude das vibrações pode produzir desconforto ao usuário ou gerar ressonância da 
estrutura por ações de vento, carga móvel ou operação de máquinas. 
 A figura 5 ilustra ELSs que ultrapassados e não corrigidos em tempo (nem 
sempre possível(e, f, g)), conduziram estruturas ao colapso(a, b, g). O ELSs de fissuração, 
dependendo dos vínculos da estrutura(c) e da posição da armadura(c) em corrosão, 
apresenta casos desta natureza. 
 
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Figura 5 – ELSs, Inadequações, Colapsos Reais e Durabilidade 
Anodo 
Catodo 
Aço 
a 
b 
c 
d 
e f 
g 
h 
i j 
k 
l 
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 Acima dos limites estabelecidos a fissuração é nociva à armadura e deflagra o 
processo de corrosão(d) do aço, que se torna cíclico a partir da expansão que as 
superfícies das barras experimentam pelo aumento de volume do material oxidado. 
Esta expansão provoca fissuras na interface aço-concreto e o avanço da corrosão 
amplia as fissuras até que o concreto adjacente se separa inteiramente da barra, 
destacando-se do conjunto, expondo-a ainda mais aos agentes corrosivos e formando 
o ciclo que, se não interrompido, pode conduzir a estrutura à completa ruína. 
 
III.2.4 – As Especificações para Durabilidade 
 
 Garantidos os estados limites que dotam a estrutura de segurança à ruptura e 
bom desempenho em serviço, resta ainda assegurar-lhe durabilidade, para resistir ao 
longo de sua vida útil, às ações do ambiente no qual será inserida. 
 Em função da agressividade do ambiente, a correta especificação do concreto 
(classe e fator água-cimento), a adoção de cobrimentos apropriados para a armadura, 
bem como a garantia destes durante as operações de concretagem, evitam a 
deterioração do concreto e do aço. 
 A figura 5 apresenta exemplos de estruturas cuja durabilidade foi comprometida 
pelos mecanismos(h, i) de degradação(j, k, l) de seus materiais. 
 
Tabela 9 – Classes de Agressividade Ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 10 – Correspondência entre Classe de Agressividade Ambiental e 
Qualidade do Concreto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 11 - Correspondência entre Classe de Agressividade Ambiental e 
Cobrimento Nominal para Δc=10mm

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