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GESTÃO SECRETARIAL: 
CONSULTORIA E 
DESENVOLVIMENTO 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Fabricio Stocker 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
 Iniciamos com esta rota de aprendizagem a apresentação dos pontos 
chave que nortearão a disciplina de gestão secretarial em consultoria e 
desenvolvimento. O objetivo desta aula é proporcionar um aprendizado sobre o 
atual contexto da consultoria organizacional e apresentar como se deu a 
evolução histórica da consultoria empresarial. Para isso, estruturamos a aula 
da seguinte forma: o ambiente da consultoria, evolução histórica, conceitos de 
consultoria, motivação e oportunidades de consultoria e segmentos de atuação 
da consultoria. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
 “Um grupo de empresas tradicionais em uma determinada região, da 
área de gastronomia, vem enfrentando alguns problemas em razão do aumento 
da concorrência de redes de restaurantes estrangeiros e também vem sofrendo 
grandes perdas financeiras por conta de problemas de compras, estoque e 
gerenciamentos internos. Durante uma reunião entre os gerentes e 
proprietários do grupo, decidiram que a empresa precisava se reorganizar, 
traçar um novo planejamento e se adequar às novas exigências do mercado. 
Porém, nenhum dos gerentes ou dos diretores, desempenhando suas funções, 
conseguiria ir atrás de conhecer novas soluções e ser responsável pela 
mudança geral na empresa. Em razão disso, uma empresa de consultoria 
especializada em gestão de empreendimentos gastronômicos foi contatada 
para fazer uma análise preliminar e fazer uma proposta de consultoria.” 
 Perceba nessa situação que houveram alguns motivos explícitos para a 
procura da empresa de consultoria, e também, em razão da própria análise da 
organização, alguns setores precisariam de mais atenção durante o trabalho da 
consultoria! 
 
TEMA 1: O AMBIENTE DA CONSULTORIA 
 Com o advento da internet e o fenômeno da globalização, a 
intensificação dos negócios tem demandado um maior desenvolvimento das 
organizações e um aprimoramento dos seus serviços e produtos. 
 
 
 
3 
 Análise do mercado, acompanhamento da concorrência, melhoria no 
fluxo interno de processos e informações, são exemplos de atividades cada vez 
mais importantes que as empresas têm realizado para poderem se manter 
competitivas e sustentáveis em seus negócios. É nesse ambiente, turbulento e 
inconstante, que o trabalho da consultoria vem se intensificando. Cada vez 
mais empresas e profissionais estão recorrendo aos consultores empresariais 
para melhorar suas capacidades internas e conseguirem enfrentar as 
demandas do mercado. 
 Poucos anos atrás, entre os anos 80 e 90 e até início dos anos 2000, as 
empresas estavam vivendo um ambiente de plena expansão, crescimento dos 
centros urbanos, desenvolvimento das áreas agrícolas, e assim cada vez mais 
empresas e empregos foram surgindo. Ainda que no Brasil essa expansão 
tenha sido um pouco mais demorada em razão das políticas protecionistas que 
dominaram o Governo por um bom tempo, não houve como ficar de fora desse 
ambiente altamente mutável. 
 Principalmente nos últimos anos, o Brasil começou a receber 
subsidiárias e filiais de multinacionais que viram aqui um grande mercado a ser 
explorado. Mas o que isso tem a ver com as empresas brasileiras? Tudo! 
 A medida que novas empresas começam a operar no cenário nacional o 
ambiente competitivo se transforma e muitas vezes força as empresas de 
origem local a se adaptar a essas pressões ou então a vender seus espaços 
para esses novos concorrentes entrantes no mercado. 
 Isso aconteceu com uma série de empresas, como por exemplo, quando 
grandes grupos de mercados como Wal-Mart e Carrefour começaram a operar 
no Brasil, muitos mercados de atuação local ou regional tiveram que melhorar 
sua estrutura, qualificar seus funcionários, operar de forma mais eficaz e com 
mais competência para poderem se manter competitivos com essas empresas 
estrangeiras. Por vezes, os pequenos e médios negócios eram comprados e 
acabavam por ser “vencidos” por grandes conglomerados comerciais. 
 Outro fator muito importante a se considerar ao falarmos sobre o atual 
ambiente dos negócios se refere ao avanço da tecnologia e aos efeitos da 
globalização. 
 
 
 
 
4 
 Não se discute mais sobre os efeitos positivos que as novas ferramentas 
tecnológicas e a própria internet trouxeram para o desenvolvimento das 
organizações, porém deve-se reconhecer que esse aumento desenfreado de 
avanços e novas soluções tecnológicas não são acompanhados pelas 
organizações. 
 Ou seja, temos muito mais soluções disponíveis do que tempo e 
recursos para ajustar os negócios a cada melhoria ou avanço que ocorre com a 
tecnologia. Ainda que algumas empresas consigam permanecer utilizando seus 
modelos de negócios tradicionais, convencionais e sem tanta automação, 
podemos dizer que isso é a exceção à regra. Hoje, os SIG (sistemas de 
informações gerenciais) e os SAD (sistemas de apoio a decisão) estão 
presentes em diferentes tipos e tamanhos de empresas. 
 É nesse ambiente, cada vez mais competitivo, inovador e turbulento que 
a consultoria vem desempenhando seu papel na sociedade. Os consultores 
(sejam internos ou externos) surgem e se solidificam como importantes peças 
para agregar conhecimento às empresas, apresentar soluções e propor 
melhorias em seus procedimentos internos, além de facilitar os momentos de 
mudanças e crise nas empresas. 
 
Sugestão de vídeo 
 Quando nos referimos à globalização devemos pensar de forma crítica 
sobre a influência que esse fenômeno causou e ainda vem causando em todo 
o mundo, devemos analisar quais as vantagens e as desvantagens em curto e 
longo prazo para a sustentabilidade do planeta e para os negócios. Separei um 
vídeo bem simples, mas que retrata de forma coerente esses aspectos. Acesse 
o link e assista: 
https://www.youtube.com/watch?v=MVf6g8U0bMA 
 
TEMA 2: EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONSULTORIA EMPRESARIAL 
 Embora o termo "consultoria organizacional" venha sendo utilizado a 
poucos anos, a origem dessa profissão é tão antiga quanto as demais 
profissões. Desde os primórdios da civilização o homem ao se preocupar com 
a sua organização familiar e da sua comunidade iniciou um processo de divisão 
de tarefas e especialização de cada uma das atividades. 
 
 
 
5 
 O antigo escriba, título dado às pessoas que desempenhavam as 
funções de registro de informação, escrita, contabilidade, e demais atividades 
burocráticas, é talvez um dos símbolos mais utilizados para retratar o 
surgimento da profissão de Administrador, Contador, Economista e Secretário 
Executivo. Outro personagem histórico também faz referência ao surgimento e 
evolução da profissão de consultoria – os gurus, pessoas que serviam como 
conselheiros e ajudavam a guiar as decisões que os antigos reis e pessoas 
poderosas tomavam. 
 No entanto, a medida em que as sociedades foram evoluindo e as 
organizações se desenvolvendo, pessoas com competências características 
(técnicas e comportamentais) tomaram esse espaço de prestar serviços de 
aconselhamento e mentoring a esses grandes profissionais, como no caso dos 
grandes empresários nos dias de hoje. 
 Com o aumento da complexidade das atividades e o maior número de 
divisões de trabalho e especializações, as atividades se tornaram desconexas, 
sendo necessário, assim, um profissional mais generalista que consiga ter uma 
visão holística sobre a organização e auxiliar em decisões e processos de 
melhoria. 
 Como já sabemos isso muito se aproxima com o perfil do profissional de 
Secretariado Executivo, vistoque hoje em algumas situações e empresas o 
profissional faz atividades de recepção, administrativo, financeiro e funções 
estratégicas, isso os dá uma carga generalista para entender melhor sobre 
todo o funcionamento da empresa. Porém, isso acarreta algumas 
desvantagens quando processos muito específicos precisam ser melhorados, 
necessidade assim de um consultor organizacional, seja da própria empresa ou 
externo. 
 Nesse momento conseguimos visualizar em que fase o consultor 
organizacional se insere, porém, nem sempre foi da forma como o trabalho é 
realizado hoje. Relatos de empresas tradicionais e mais antigas no ramo de 
consultoria informam que antes o profissional consultor era quem realmente 
colocava a mão na massa e tinha que participar de todos os processos da 
empresa. 
 
 
 
 
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 Esse profissional consultor ainda era visto como fiel, quando desenvolvia 
um tipo de trabalho para apenas uma empresa no mesmo ramo, principalmente 
pelos problemas de espionagem e sabotagem que muitas empresas viviam, de 
forma mais crítica nos períodos do pós-guerra e revolução industrial-
tecnológica. 
 Hoje a consultoria organizacional vem sofrendo as mesmas pressões de 
ambiente e de mercado que as próprias organizações sofrem, com isso, a 
própria profissão tem evoluído com o tempo (Cunha, 2013). 
 
Saiba mais 
 Além do vídeo do professor falando sobre a linha do tempo com a 
evolução histórica da consultoria, você também pode acessar os links abaixo e 
conhecer um pouco mais sobre um breve histórico da consultoria empresarial. 
Lembre-se que dependendo dos autores cada um dá ênfase para um momento 
histórico especial para refletir sobre a evolução da profissão. Tente analisar de 
forma geral essas visões sobre a evolução histórica e visualizar como elas 
podem acrescentar o seu entendimento. 
 
Acesse os links e saiba mais: 
http://www.consultoriaempresarial.com.br/blog/historia-da-consultoria-
empresarial/ 
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/consultoria-empresarial-
evolucao-dentro-da-administracao-moderna/12497/ 
 
TEMA 3: CONCEITOS DE CONSULTORIA 
 Peter Block, renomado consultor norte-americano e autor de diversos 
livros de consultoria, faz uma referência às diversas facetas da consultoria, 
ainda que assim não fosse chamada. Por exemplo: se alguém te pede alguma 
informação e você utiliza do seu tempo e seu conhecimento para repassar essa 
informação e ajudar a outra pessoa a alcançar e chegar onde ela gostaria, você 
estará desempenhando o seu papel de consultor. 
 Há vários pesquisadores e profissionais que utilizam diferentes 
definições para a palavra "consultoria". Por exemplo, o próprio Peter Block 
afirma que: 
 
 
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O consultor é uma pessoa que está em posição de exercer alguma 
influência sobre um indivíduo, grupo ou organização, mas que não 
tem poder direto para produzir mudanças ou programas de 
implementação. (Block, 2001, p. 2) 
 
Nesse sentido, voltando ao exemplo dado acima, você dando uma 
informação a outra pessoa estaria indicando um caminho ou dando uma 
direção para a ação, porém a pessoa é independente de seguir sua indicação. 
Ou seja, você não possui domínio sobre a situação. 
 Seguindo o mesmo pressuposto, o professor Djalma de Pinho Rebouças 
de Oliveira, importante consultor e professor da área no Brasil, complementa 
essa visão ao afirmar que: 
a consultoria empresarial é um processo interativo de um agente de 
mudanças externo à empresa, o qual assume a responsabilidade de 
auxiliar os executivos e profissionais da referida empresa nas tomadas 
de decisões, não tendo, entretanto, controle direto da situação. 
(Oliveira, 2007, p.4) 
 
O autor, ao se referir a consultoria empresarial como sendo um processo 
interativo, dimensiona o processo da consultoria para um processo sequencial 
e evolutivo. Para esse autor, o conceito de consultoria empresarial ainda está 
ligado a um agente de mudanças externo a empresa, ou seja, alguém 
contratado que vem de fora para auxiliar na resolução de determinados 
problemas. 
 Nesse sentido, o próprio autor complementa essa visão ao concordar 
que em algumas circunstâncias o agente de mudanças – consultor – pode 
também ser interno, ou seja, pertencer a empresa, desde que não esteja 
envolvido nos processos e no setor onde a consultoria estará trabalhando. 
 Outro ponto relevante no conceito apresentado por Oliveira (2007) é a 
responsabilidade de auxiliar as pessoas, ou seja, o consultor assume o papel 
de parceiro do negócio (business partner), mesmo que as ações estejam 
direcionadas ao alto escalão da empresa ou para os demais funcionários. Essa 
visão de ter o consultor como parceiro é fundamental durante os procedimentos 
da consultoria, na análise preliminar, na coleta de dados e até no engajamento 
do projeto. 
 Os conceitos comumente posicionam a consultoria dentro dos cenários 
de tomadas de decisão, ou seja, o consultor é o agente que vem a facilitar o 
 
 
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processo decisório da empresa, muitas vezes fornecendo mais informações, 
gerando novas alternativas e auxiliando aos tomadores de decisão sobre o 
aspecto da sua racionalidade limitada. 
 Ainda, conforme é destacado por Oliveira (2007) e Block (2001), 
além de outros autores, o consultor não tem controle direto sobre a situação, 
em outras palavras, o consultor não assume o papel do executivo da empresa; 
o trabalho da consultoria é dar a direção, mostrar os caminhos e delinear os 
passos para melhorar o processo da empresa, porém as decisões, assim como 
o “de acordo” final é e deverá ser do responsável pela empresa. 
 Em complemento aos conceitos apresentados e explorados até aqui, 
Crocco e Guttmann (2007), autores e especialistas em consultoria no mercado 
brasileiro, afirmam que: 
A Consultoria é um processo interativo, executado por uma ou mais 
pessoas, independentes e externas ao problema em análise, com o 
objetivo de fornecer aos executivos da empresa-cliente um ou mais 
conjuntos de opções de mudanças que proporcionem a tomada de 
decisão mais adequada ao atendimento das necessidades da 
organização. (Crocco e Guttmann, 2007, p. 8). 
 
Outros conceitos são encontrados e são importantes para o entendimento 
da consultoria organizacional, conforme podemos ver no quadro abaixo. 
 
Figura 1: Conceitos de consultoria organizacional 
Instituto Brasileiro de 
Consultores de Organização 
- IBCO 
 
“Consultoria é a atividade que visa investigar, identificar, 
estudar e solucionar problemas de organizações sejam 
gerais ou parciais, de estrutura, funcionamento e 
administração, de empresas privadas ou estatais, com a 
indicação de métodos e soluções a serem adotados criando 
condições para a implantação nas organizações 
assessoradas” 
Instituto de Consultores em 
Gestão (IMC) Londres-UK. 
 
 
“O serviço prestado por uma pessoa ou grupo de pessoas, 
independentes e qualificadas para identificação e 
investigação de problemas que digam respeito a política, 
organização, procedimentos e métodos, de forma a 
recomendarem a ação adequada e proporcionarem auxílio na 
implementação dessas recomendações” 
 
 Com base nos conceitos apresentados, podemos ver que há certo 
consenso entre os autores, ao argumentarem que o papel da consultoria 
 
 
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organizacional está intimamente ligado ao desenvolvimento da organização, 
seja na melhoria de seus processos, escopo de trabalho, desenvolvimento dos 
seus produtos e serviços. Em tese, a consultoria se refere ao serviço de 
aconselhamento, porém de uma forma em que haja engajamento do consultor. 
É também realizado o acompanhamento durante todo o trabalhoe assim até a 
fase de conclusão, podendo em alguns casos, ser um trabalho contínuo. 
 
Leitura obrigatória 
Livro Base – Consultoria Organizacional - Capítulo 1 – Conceito, história 
e tendências da consultoria organizacional - Para retomar questões referentes 
ao conceito e evolução histórica da consultoria organizacional, além do atual 
estágio do mercado e suas perspectivas. 
 
TEMA 4: MOTIVAÇÃO E OPORTUNIDADES DE CONSULTORIA 
 Agora que aprofundamos um pouco mais sobre o contexto da 
consultoria, você deve estar se perguntando, mas o que leva uma empresa ou 
um profissional a procurar os serviços de consultoria? Há diversas motivações 
e fatores que influenciam essa busca pelos serviços de consultoria. 
Discutiremos com maior ênfase três motivos para contratação da consultoria. 
 
1 - Necessidade de maior conhecimento 
 Em razão do ambiente turbulento e em constantes mudanças, os 
profissionais não conseguem acompanhar tudo o que acontece a sua volta e 
ainda não conseguem assimilar o número de informações que recebem no dia-
a-dia. 
 Nesse sentido, vale retomar um aspecto sobre a racionalidade humana, 
não conseguimos prever todas as possibilidades, temos conhecimento limitado 
sobre os fatos e, por isso, muitos autores usam a expressão “racionalidade 
limitada” durante o processo decisório nas organizações. 
 Ou seja, uma pessoa sozinha não consegue coletar todos os dados 
importantes, assimilar essa informação, gerar as próprias alternativas e prever 
as soluções mais adequadas. 
 Ainda que consiga fazer isso demandaria muito tempo, e, por isso, 
muitas decisões nas empresas são tomadas com base em um conjunto 
 
 
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limitado de informações, influenciado por inúmeros vieses e, dessa forma, 
algumas vezes não conseguem alcançar os resultados esperados. 
 Esse é um motivo simples que leva as empresas a procurarem os 
serviços de consultoria, ou seja, a empresa reconhece que precisa de um 
contingente de profissionais mais especializados para pensar sobre seus 
processos e então propor melhorias para o desempenho de suas atividades. 
 Crocco e Guttman (2007) sintetizam a motivação de contratação de 
consultoria por necessidade de mais conhecimentos, utilizando quatro 
premissas: 
 
Figura 2 
 
Fonte: Crocco e Guttman, 2007. 
 
 
 Ou seja, há diferentes situações dentro dessa dimensão que pode 
motivar a empresa a procurar a consultoria, seja por ela não saber nem por 
onde começar, não ter o conhecimento necessário, ter esse conhecimento mas 
não ter a competência, ou seja, como fazer para por em prática, ou ainda não 
tem como administrar todo o processo entre saber e executar o projeto 
necessário. 
 
2 – Administração do tempo 
 Quando nos referimos à capacidade de gerenciar o conhecimento 
recaímos sobre outro fator decisivo nas organizações, a capacidade de 
administrar o seu tempo. Nesse sentido, percebe-se que muitas empresas já 
possuem profissionais qualificados e que poderiam trabalhar no projeto da 
consultoria, porém falta tempo. 
 
 
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 Por vezes, a falta de tempo pode estar relacionada ao desempenho de 
suas funções, geralmente profissionais sobrecarregados, ou ainda, com 
problemas da administração do tempo. Relatos de consultores organizacionais 
provam que grande parte dos problemas das empresas poderiam ser 
resolvidos pelos próprios executivos ou profissionais da empresa, mas, para 
isso, as rotinas de trabalho precisariam ser flexibilizadas e esses profissionais 
precisariam gastar mais tempo pensando nos fluxos da organização ao invés 
de ficar executando suas tarefas diárias. 
 Assim, a consultoria organizacional surge para suprir essa falta de 
tempo nas organizações, trabalhando com toda a coleta de dados, diagnóstico 
da empresa e propondo as melhorias possíveis para a resolução dos 
problemas. 
 
 3 - Política empresarial 
 Outro fator que pode motivar a contratação da consultoria é a própria 
política empresarial de algumas organizações. Essas empresas têm como 
regra antes de tomar decisões importantes e estratégicas se aconselhar com 
um profissional consultor experiente. 
 Um caso parecido com essa política empresarial são as instituições 
públicas, que antes de deliberar suas decisões e “bater o martelo” sobre o que 
será feito precisam passar por comissões, conselhos e até ter seus 
procedimentos aprovados por outro órgão – exemplo: câmara dos deputados e 
senadores. 
 Nesse sentido, empresas que não possuem conselhos deliberativos ou 
conselheiros de administração precisam contar com a visão experiente de uma 
empresa de consultoria. 
 
 TEMA 5: SEGMENTOS DE ATUAÇÃO DA CONSULTORIA 
 Assim como temos os mais variados tipos de organizações (indústria, 
comércio, serviços, instituições públicas ou privadas) também temos os mais 
variados segmentos de atuação da consultoria. Alguns segmentos, como é o 
caso da área da administração - finanças, administrativo, planejamento 
estratégico, gestão, marketing - têm um destaque maior visto que grande parte 
das empresas possuem esses processos e indiferente da sua atuação 
 
 
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precisam sempre estar atentas a essas atividades para que consigam 
prosperar e se sustentar no negócio. 
 Alguns segmentos de consultoria organizacional vêm recebendo mais 
atenção nos últimos tempos, vamos explorar cada um deles a seguir: 
Planejamento estratégico: independente da atuação, porte e localização da 
empresa, o planejamento estratégico deve existir e não apenas de maneira 
pró-forme, ou seja, de nada adianta ter um documento formal ou fazer uma 
reunião no início do ano para determinar os passos da empresa se todos os 
envolvidos não compartilharem desta visão e estiverem engajados no 
cumprimento deste plano estratégico. 
 Muitos consultores especializados têm ajudado as empresas com o 
delineamento de seus planos estratégicos, realizando previsões futuras e 
auxiliando no estabelecimento de metas. Ou seja, a consultoria ajuda a dar a 
direção que a empresa precisa seguir para alcançar os resultados esperados. 
Comunicação organizacional: embora algumas empresas não deem tanta 
atenção para essa temática, a gestão do conhecimento é alicerçada por uma 
boa comunicação empresarial. 
 Como vimos antes, nas empresas os setores têm ficado mais 
especializados e as unidades da empresa dificilmente tem interagido entre si, 
isso pode gerar grandes problemas para a organização, visto que o 
conhecimento e as informações não fluem de forma natural. 
 As empresas precisam investir em novas ferramentas tecnológicas e 
melhorar seus procedimentos de comunicação para garantir a qualidade de 
seus produtos e serviços, nesse sentido, algumas empresas de consultoria 
vêm atuando exclusivamente em melhorias dos processos de comunicação, 
inclusão de sistemas e ferramentas digitais e outras soluções para melhorar a 
comunicação organizacional. 
Monitoramento e avaliação dos resultados: indicadores financeiros, 
demonstrações financeiras e índices de rentabilidade não podem ser os únicos 
meios de avaliar os resultados da empresa. Ainda que esses indicadores 
sirvam de parâmetro para se conhecer a saúde financeira da empresa e 
também a sua lucratividade, outros fatores precisam ser monitorados, como a 
qualidade dos serviços e produtos, a relação com os fornecedores e clientes e 
outros indicadores operacionais da empresa. Isto permite que a empresa 
monitore seu desempenho bem como sua imagem no mercado, e havendo 
 
 
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problemas pode realizar alterações imediatas, sem que surjam efeitos 
financeiros no resultado da empresa. 
Inovações tecnológicas: mais do que nunca as empresas estãoimersas em 
infinitas possibilidades de automação, seja na parte industrial ou até mesmo 
nos escritórios. Na medida em que os negócios se tornam complexos e 
competitivos, novas ferramentas tecnológicas surgem para melhorar os 
processos da empresa, possibilitando que ela seja eficiente e rápida. 
 Nesse segmento, a empresa de consultoria especializada em inovações 
tecnológicas tem despertado grande atenção dos gestores e dirigentes das 
empresas. A consultoria pode mapear e sugerir implementações desde os 
processos de produção até mesmo nos seus processos operacionais, 
fornecendo ferramentas digitais e tecnológicas para as melhorias. 
Terceirização: em busca de melhorar suas operações, muitas empresas têm 
passado por fortes reestruturações e mudanças no seu desenho 
organizacional. Uma alternativa, muitas vezes viável para o negócio, é a 
terceirização de algumas atividades. 
 Essa escolha estratégica tem a ver com a redução de custos, aumento 
de produtividade e melhora nos processos de transação da empresa. 
 Como por exemplo: uma indústria de confecção pode terceirizar algumas 
atividades, como: distribuição de suas peças, atividades de marketing e 
merchandising, serviços financeiros e cobrança, atendimento ao consumidor. 
Ou seja, sua atividade principal, que é criar e produzir as peças de vestuário é 
mantida na empresa, porém outras atividades podem ser terceirizadas para 
empresas que tenham maior know-how e uma melhor estrutura para 
desempenhar essas funções. 
 A consultoria pode identificar quais atividades e setores da empresa 
estão demandando muitos recursos e não estão tendo muito impacto sobre a 
lucratividade da empresa, assim, pode direcionar e assessorar a empresa 
nesse processo de terceirização de suas atividades. 
 Essas são algumas das possibilidades de atuação de consultoria. 
Conforme foi apresentado no início deste tema, a área de administração geral é 
muito ampla e permite variados tipos de consultoria. Basta ter um nicho e uma 
oportunidade de negócio e aí pode surgir um trabalho de consultoria. 
 
 
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Leitura complementar 
 O artigo “Consultoria Secretarial: uma nova área de atuação do 
Secretário Executivo” investiga em quais áreas o profissional de Secretariado 
Executivo pode desenvolver projetos de consultoria e quais as principais 
demandas das empresas para essa área. 
Acesse o link e saiba mais: 
http://www.abpsec.com.br/abpsec/index.php/a-
pesquisa/repository/Artigo/CONSULTORIA-SECRETARIAL-UMA-NOVA-
%C3%81REA-DE-ATUA%C3%87%C3%83O-DO-SECRET%C3%81RIO-
EXECUTIVO/ 
 
TROCANDO IDEIAS 
 Discutimos nesta aula a evolução histórica da consultoria organizacional 
e, ao final da aula, (com o vídeo do professor e a leitura complementar) 
apresentamos alguns segmentos de atuação do profissional de Secretariado na 
atividade de consultoria. Em um fórum, apresente sua opinião de que forma a 
evolução da própria profissão de secretariado tem contribuído para a sua 
inserção como profissional consultor nas empresas. 
 Você pode embasar a sua resposta com alguma notícia, trecho de algum 
blog especializado, argumento de algum artigo científico. 
 
NA PRÁTICA 
Estudo de caso: 
 A EXECUT é uma multinacional brasileira que, dentre outras coisas, 
atua no segmento de projetos e construção de empreendimentos imobiliários. 
Com escritórios em mais de 10 países e com cerca de 18 mil funcionários, a 
empresa tem repensado em seus processos administrativos e decidiu que irá 
contratar uma empresa de consultoria para fazer um diagnóstico organizacional 
e propor possíveis melhorias nas suas operações. 
 Diante desse contexto, e com outras situações e informações que você 
julgar válidas, escreva um pequeno texto identificando quais seriam os 
possíveis fatores motivadores pelo qual a empresa EXECUT decidiu procurar 
os serviços de consultoria e também defina algumas possíveis áreas que o 
profissional de Secretariado poderia atuar como consultor nessa empresa. 
 
 
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Protocolo de resolução: 
 Em termos de atendimento à proposta, espera-se que o estudante leia 
atentamente o caso, identifique o que está sendo solicitado, retome o material 
da disciplina e de forma analítica escreva um texto abordando os seguintes 
itens: 
I) Motivações para contratação da consultoria: necessidade de maior 
conhecimento, falta de tempo, política empresarial entre outros 
motivos; 
II) Áreas de atuação do profissional de Secretariado no processo de 
consultoria desta empresa (comunicação empresarial, treinamento e 
desenvolvimento, gestão e rotinas de escritórios, gestão de 
documentos e informação). 
 
SÍNTESE 
 Essa aula teve como objetivo introduzir a temática da consultoria no 
desenvolvimento das organizações. Para tanto, exploramos o atual ambiente 
da consultoria, cada vez mais instável e altamente inovador, retomamos a 
evolução histórica da consultoria organizacional e vimos também os conceitos 
e pressupostos básicos sobre a consultoria. 
 Vale enfatizar que, conforme vimos, a consultoria é um processo que 
promove mudanças na empresa, podendo ser guiado por um profissional 
consultor externo ou interno à organização, mas que não tem poder de decisão 
na empresa, apenas possui o poder de influenciar e guiar as decisões. A 
consultoria por conceito se refere também às etapas de diagnóstico, 
planejamento e implementação das melhorias necessárias ao desempenho da 
empresa. 
 Vimos ainda as motivações principais pelas quais as empresas buscam 
os serviços de consultoria, seja por necessidade de aumentar o seu 
conhecimento, pela falta de tempo ou outros fatores que demandam um 
profissional externo para pensar sobre as atividades da empresa, e exploramos 
também alguns segmentos de atuação da consultoria organizacional, dando 
ênfase maior na área de Administração e para o profissional de Secretariado. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BLOCK, P. Consultoria: o desafio da liberdade. Um guia para colocar em 
prática todo seu conhecimento. São Paulo: Makron Books, 2001. 
CROCCO, L.; GUTTMANN, E. Consultoria empresarial. São Paulo: Saraiva, 
2005. 
CUNHA, J. L. L. Consultoria organizacional. Curitiba: Intersaberes, 2013. 
OLIVEIRA, D. P. R. Manual de consultoria empresarial: conceitos, 
metodologia, prática. São Paulo: Atlas, 2007.