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História dos povos indígenas e afrodescendentes revisão

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História dos povos indígenas e afrodescendentes
Aula 1 - O Impacto Cultural Entre Europeus E Índios. O Século XVI
Os Jesuítas tiveram fundamental importância na aculturação dos povos indígenas, ensinando lhes a língua, a religião bem como toda a moral do dominador europeu.
Entre 1500 e 1530 Portugal não demonstrou muito interesse pelo Brasil, a Carta de Caminha não mencionava a existência de ouro ou prata. Neste período, chamado de Pré Colonial, o comércio realizava-se através da troca direta ou escambo.
Segundo Pero Vaz de Caminha ao invés de acharem ouro e prata que sonharam nas Américas acabaram por encontrar homens e mulheres pardos que não cobriam suas vergonhas
Um dos povos tapuias mais estudados é o aimoré devido à frequente resistência imposta ao aldeamento e catequese portuguesa. Pertencentes ao grupo etnográfico jê, os aimorés, também conhecidos como botocudos, habitavam o que hoje é o estado do Espírito Santo e o Sul da Bahia, eram os grandes parceiros comerciais dos portugueses, capturando os demais índios para a escravidão.
Os indígenas colaboraram com os portugueses no início da colonização, trocando sua mão de obra por artigos de pouco valor para os europeus. Eles tinham uma concepção de valor diferente; o que não tinha valor para os europeus, para eles, era útil.
A colaboração dos indígenas com os europeus baseada na troca de produtos por serviços ficou conhecida sob o nome de escambo.
As aldeias tupinambás eram divididas em unidades familiares que viviam em até oito malocas. As unidades familiares, por sua vez, estavam estruturadas pelo parentesco familiar e obedeciam à divisão sexual do trabalho: grosso modo, aos homens cabiam às atividades de caça, pesca e de guerra, e às mulheres o cuidado com a agricultura e com a casa. Era itinerante e utilizavam a coivara.
Aula 2 - O impacto cultural do contato entre europeus e índios: o apresamento indígena
A ocupação do interior da colônia brasileira aconteceu irregularmente, conforme o desenvolvimento das atividades econômicas. Uma das principais atividades empreendidas pelas bandeiras era a procura de metais preciosos e a escravização dos indígenas; 
A partir de 1530, a concorrência do comércio do Índico trouxe inúmeros prejuízos aos portugueses, que também começavam a ter suas terras americanas invadidas por outras nações europeias. Era preciso efetivar a presença da Coroa lusitana no outro lado do Atlântico a fim de garantir a posse de suas terras e de conseguir tirar mais proveito da recente aquisição. A primeira medida da coroa foi a criação de capitanias hereditárias.
Durante o período colonial, o Estado português deu suporte legal a guerras contra povos indígenas do Brasil, sob diversas alegações; derivou daí a guerra justa, que fundamentou: a escravização dos índios, pois, desde a antiguidade, reconhecia-se o direito de matar o prisioneiro de guerra, ou escravizá-lo;
Fruto de uma importante discussão teológica em 1570 a Coroa Portuguesa: proibiu a escravização dos gentios.
O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pela utilização dos índios denominados "negros da terra" como mão de obra;
Na escravização indígena no sudeste do Brasil, os colonos tiveram um difícil adversário, os padres jesuítas.
No início do Século XVI os europeus descreviam os índios como ingênuos, páginas em branco, porque eles não possuíam fé, rei ou lei e porque as populações litorâneas aceitaram ser utilizadas como mão de obra na extração do Pau Brasil. No final do Século, com a implantação da plantation, a resistência indígena aumentou e passaram a ser chamados de traiçoeiros, canibais e infiéis;
Aula 3 Mão de obra indígena e africana e a formação do sistema escravista
Sobre a rota de tráfico negreiro para o Brasil podemos fazer as assertivas abaixo:
Após a longa travessia, quando finalmente desembarcavam nos portos da América portuguesa, a situação de boa parte dos africanos era péssima. Nesses locais eles recebiam uma alimentação especial para recuperar suas forças o mais rápido possível. Os africanos mais fragilizados, principalmente aqueles que haviam contraído escorbuto, passavam por um processo de quarentena em galpões localizados na região portuária.
Assim que estivessem mais fortes, eram levados para os mercados onde seriam comprados. A partir de então, o destino desses africanos estava atrelado a de seu senhor e, em muitos casos, eles tinham que continuar a viagem, só que agora pelo interior do Brasil.
Os portugueses, no início da colonização, utilizaram quase que exclusivamente a mão de obra indígena. Essa postura vai ser mudada ainda no século XVI, com a introdução do escravo de origem africana nas plantações de cana de açúcar. Foi diminuindo nas áreas voltadas para a exportação, mas continuou maciça em áreas ligadas à produção interna.
A produção açucareira no Brasil se concentrou mais na região nordeste e o seu trabalho no século XVI era principalmente indígena, sob o regime de trabalho escravista.
Os indígenas foram usados como mão de obra, sobretudo, nas pequenas e médias propriedades que tinham como objetivo produzir para a subsistência da Colônia.
A substituição da mão de obra indígena pela africana ocorreu, sobretudo, ao(s) seguinte(s) fator (res):
- Falta de adaptação do indígena ao conceito de produção com intuito de acumulação. 
- Decréscimo populacional indígena em virtude de epidemias e extermínios associados aos europeus.
Aula 4 - A resistência à escravidão – religiosidade
Muitos senhores e a própria Igreja Católica viam com bons olhos a formação das irmandades negras, pois: acreditavam que essa era mais uma forma de controlar a população escrava e liberta, já que esses homens negros passariam a compartilhar a mesma religião que seus proprietários ou ex-senhores.
Mais do que ampliar as redes de parentesco, as irmandades negras tiveram papel importante na luta pela liberdade de muitos escravos, graças à poupança feita por seus irmãos de credo, que tinham como fim comprar a alforria de um membro.
A Igreja Católica era uma das instituições mais importantes da colônia brasileira. Sobre a sua relação com os negros podemos lembrar que os africanos recém-chegados eram batizados e recebiam um nome cristão que deveria levar até sua morte.
As irmandades negras, criadas desde o período colonial, seguiam os mesmos preceitos religiosos das demais: todos os membros deveriam efetuar o pagamento da taxa anual ― dinheiro que seria revertido em festas, rituais fúnebres e missas das igrejas. A grande diferença dessas irmandades estava na condição de seus membros (a maioria eram escravos e/ou libertos) e o fato delas adorarem santos negros foram, portanto, importantes formas de resistência.
A resistência foi uma constante na vida de índios escravizados. Como exemplos de resistência indígena podem citar isolamento, antropofagia e fugas.
A combinação de crenças dos tupinambás no paraíso terrestre, com a hierarquia e os símbolos do cristianismo deu origem ao movimento de resistência chamado santidade.
Aula 5 - Formas De Resistência Ao Poder Escravista
A história da colonização portuguesa na América foi marcada pela escravidão negra e indígena. Se por um lado, a colonização portuguesa combateu os movimentos indígenas e africanos de resistência à escravidão, também buscou negociar e pactuar acordos de convivência com esses elementos.
Houve a tentativa constante do governo e da sociedade branca de combater os quilombos.
José do Patrocínio foi um dos principais líderes abolicionistas.
Entre 1554 e 1567, ocorreu uma revolta dos tupinambás contra a escravização, esse movimento ficou conhecido como Confederação dos Tamoios.
A resistência foi uma constante na vida de índios e africanos escravizados. Ainda que as formas, tidas como clássicas, de resistir à escravidão passem pela luta aberta ― que muitas vezes levavam ao embate físico. Podem ser consideradas formas de resistência às assertivas abaixo:
- A luta aberta
- As irmandades eclesiásticas
- A formação dos quilombos
- O isolamento, se afastandocom o contato com os brancos.
A Lei Eusébio de Queirós visava, a partir de 1850: extinguir o tráfico negreiro.
Aula 6 - Teorias raciais e interpretações sobre o Brasil
Gilberto Freyre e Arthur Ramos - pensadores brasileiros que se dedicaram ao tema da miscigenação.
A definição científica de raça e os ideais igualitários herdados da Revolução Francesa acabaram reacendendo os debates sobre a origem, ou origens da humanidade. O principal embate se dava entre monogenistas e poligenistas. A vertente poligenista possibilitou, ainda no século XIX, o fortalecimento de disciplinas baseadas no discurso científico, são elas:
Antropologia criminal - que considerava a criminalidade algo genético; Frenologia e antropometria - que calculavam a capacidade humana de acordo com o estudo do tamanho do cérebro de indivíduos dos diferentes grupos humanos; Craniologia, estudo do crânio;
De acordo com Gilberto Freyre, os principais grupos (ou matrizes) raciais que compõem o "brasileiro" são: Português, indígena e negro.
Gilberto Freyre e Nina Rodrigues - se dedicaram a refletir sobre a presença da cultura africana na identidade social brasileira.
Gilberto Freyre no livro "Casa Grande e Senzala" analisou a formação do Brasil como o Equilíbrio de Antagonismos.
Florestan Fernandes - analisou a inserção do negro na sociedade capitalista.
Aula 7 - Mestiçagem como saída?
Arthur Ramos repudiou as explicações meramente biologizantes dos comportamentos sociais assim, publicou O negro do Brasil no qual demonstrou a grande importância do negro na formação da sociedade brasileira, dando especial relevo à mestiçagem e ao sincretismo religioso;
Antes de Gilberto Freyre, Manoel Bonfim defendeu a miscigenação brasileira, ele afirmava que inferioridade de raças não existia e que o progresso brasileiro só viria com a universalização da educação.
"Nos anos 1930, há um ponto de viragem no pensamento nacional, no qual a temática racial não deixa de ser central, mas é reconfigurada. (...) A mestiçagem passa a ser eleita como expressão nacional e, nesta interpretação, a obra Casa-Grande & Senzala de Gilberto Freyre é dotada de importância simbólica fundamental, valorizando as influências africanas, indígenas e portuguesas na consolidação de uma ideia de brasilidade singular e positivada." A teoria que se origina nesse momento, baseada na obra de Freyre é a Democracia racial.
De acordo com Oracy Nogueira: A "cor branca facilita a ascensão social, porém, não a garante, por si mesma; de outro lado, a cor escura implica antes numa preterição social que numa exclusão incondicional de seu portador." (NOGUEIRA, 1988). Ou seja, segundo o autor A cor da pele influencia o desempenho socioeconômico dos indivíduos;
Manoel Bonfim - defendeu a mestiçagem como umas formas de promover o progresso do Brasil.
No século XIX, alguns cientistas consideravam a miscigenação um erro. Dentre os cientistas que defendem esta ideia, podemos destacar Gobineau.
Aula 8 - Herança Indígena e a sua inserção efetiva no Brasil contemporâneo
Embora a presença indígena e o legado por eles deixado na história e nos costumes dos brasileiros sejam cada vez mais reconhecidos, ainda falta muito para que sua integração seja feita de forma efetiva, levando em consideração não só os interesses da União, mas a diversidade indígena em suas múltiplas facetas.
Na legislação brasileira terra indígena é "a terra tradicionalmente ocupada pelos índios, por eles habitada em caráter permanente, utilizada para as suas atividades produtivas, imprescindível à preservação dos recursos ambientais necessários ao seu bem-estar e para à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições."
O movimento negro unificado sofreu influencias, sobretudo, do movimento negro norte americano.
O Movimento negro unificado se posicionou contra as teorias de branqueamento, social e culturalmente, defendendo a valorização das tradições de origem africana.
No tocante a questão indígena, a Constituição Brasileira propôs diversas inovações, dentre as quais podemos citar o reconhecimento da diversidade cultural indígena e do direito a preservação de suas tradições.
A criação da FUNAI é um ato político que visava naquele momento estabelecer políticas públicas direcionadas as populações de origem indígena. O primeiro grupo falava de integração, levar a civilização aos indígenas; vai ser enfrentada pelos movimentos antropologistas que defendem o direito a organização de uma cultura própria.
Aula 9 - Movimento Negro e a Busca de Outra Memória Afrodescendente
Os ideais e as práticas abolicionistas no Brasil eram propagados através de associações abolicionistas e de jornais.
O Brasil ainda não conseguiu extinguir o trabalho em condições de escravidão, pois ainda existem muitos trabalhadores nessa situação. As relações entre os trabalhadores e seus empregadores marcam-se pela informalidade e pelas crescentes dívidas feitas pelos trabalhadores nos armazéns dos empregadores, aumentando a dependência financeira para com eles. Geralmente, os trabalhadores são atraídos de regiões distantes do local de trabalho, com a promessa de bons salários, mas as situações de trabalho envolvem condições insalubres e extenuantes.
Mesmo com todo o tipo de repressão a que estavam sujeitos, os africanos escravizados ainda buscaram manter vivas suas tradições culturais religiosas.
Antes da abolição, intelectuais se engajaram na luta pela liberdade, e o número de associações abolicionistas crescia. Estas associações buscaram formas diferenciadas de lutar contra a escravidão tais como A Publicação de periódicos como A gazeta da Tarde.
Segundo a Lei do Ventre Livre, todos os senhores deveriam ficar com os recém-nascidos até eles completarem oito anos de idade.
Após a abolição, alguns periódicos da chamada Imprensa Negra tinham como principais objetivos denunciar situações de preconceito racial, ajudar na educação e aumentar a autovalorização da população negra e mestiça;
Aula 10 - Somos Racistas?
Durante e depois da escravidão, a religião possibilitou a preservação da memória histórica dos grupos africanos no Brasil.
Dentre as políticas públicas adotadas e apoiadas pelo governo brasileiro a partir da década de 90, que visavam atender a demandas específicas do movimento negro estão:
	A 3ª Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, sob os auspícios da ONU, realizada em Durban, África do Sul.
	
	O Grupo de Trabalho Interministerial GTI (colegiado composto por oito integrantes da sociedade civil e dez representantes governamentais)
	
	A instituição de cotas raciais em universidades estaduais.
	
	A realização do1º Seminário Nacional de Saúde da População Negra, realizado em agosto de 2004, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi instalado o Comitê Técnico de Saúde da População Negra do Ministério da Saúde.
	
	A constituição de uma sociedade brasileira mestiça e multiétnica foi resultado das relações estabelecidas entre índios, africanos e brancos e, posteriormente, asiáticos, ao longo da história do Brasil.
A Constituição de 1988 foi a primeira a citar em seu texto o repúdio a qualquer prática racista ocorrida no Brasil.
"O combate ao racismo e à desigualdade racial no país tem tido, como principal ferramenta de enfrentamento, a instituição de políticas públicas específicas, direcionadas à população negra do país e orientadas pelo princípio da equidade a partir de ações afirmativas, reparatórias e compensatórias." Ou seja, cotas e campanhas de valorização da pessoa negra e de enfrentamento ao racismo;
Apesar de políticas afirmativas direcionadas à população negra, esse público ainda é minoria nas universidades federais. Estudo realizado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) sobre o perfil dos estudantes de graduação mostra que 8,72% deles são negros. Os brancos são 53,9%, os pardos 32% e os indígenas menos de 1%. Como política afirmativa quevisa corrigir essa disparidade existe, portanto, cotas para afrodescendentes e indígenas.
Sem negar que diferentes culturas deram origem ao brasileiro é, entretanto, necessário perceber que as relações entre esses diferentes povos não foi pacífica, conflitos, hierarquizações, desigualdades, injustiças e discriminações ocorreram.

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