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26 Curso Terapias alternativas no controle do Tabagismo MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. MÓDULO II Evolução e legislações para o controle do tabagismo no Brasil Seções de estudo Seção 1: Evolução do controle do tabagismo no Brasil Seção 2: Legislação federal de controle do tabaco no Brasil Seção 3: Programa de controle do tabagismo (PCT) Seção 1 – Evolução do controle no tabagismo no Brasil Segundo a OMS, o tabagismo é uma doença crônica que ocorre por dependência da nicotina. Sua Classificação Internacional de Doenças (CID) é o código CID 10. Esta dependência caracteriza-se quando nos últimos doze meses, o fumante apresente três ou mais sintomas, tais como: forte desejo de fumar; dificuldade de controlar o uso do cigarro; reações físicas em razão ao estado de abstinência; consumo aumentado de cigarro; interesses alternativos em favor do uso da nicotina e persistência do uso da nicotina, apesar da evidência clara de consequências nocivas à saúde. (BRASIL, 2004). O MS aponta a indústria do cigarro como uma das principais inimigas da saúde pública. Os derivados do tabaco são os únicos bens de consumo, legalmente disponíveis, “que matam se usados como indicados pela propaganda”. (MORAES, 27 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 28 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2006). A epígrafe da indústria ilustra esta visão: “Nicotina causa dependência. Nosso negócio (indústria), então, é a venda de uma droga”. (SOUZA, 2003). Conforme Azevedo et al. (2008), se o padrão de consumo não for revertido, estima-se que poderá alcançar cerca de 10 milhões de mortes anuais até 2020 e o número de fumantes crescerá para 1,6 bilhões até 2030. Vale lembrar que, 70% das mortes ocorrerão em países em desenvolvimento. Os problemas associados ao tabagismo dividirão cenário com problemas básicos como: desnutrição, saneamento básico, doenças infectocontagiosas ainda não controladas segundo OMS. Além de agravar a fome, a pobreza, representa uma barreira ao desenvolvimento sustentável, por comprometer a renda familiar. (MORAES, 2006). O tabagismo resulta numa perda mundial de 2 bilhões de dólares/ano. Estes gastos estão relacionados a incapacitações, adoecimentos, aposentadorias por invalidez, auxílio doença, pensão por viuvez, ausência e acidentes do trabalho, à degradação ambiental, a incêndios, segundo o Banco Mundial (1999). “O fumo é o principal poluente de recinto fechado conhecido em todo o mundo”. Pesquisas indicam que “20% dos incêndios ocorridos nas florestas são em virtude de fósforos e cigarros acesos lançados nas matas, às margens das estradas ou próximos às residências de zonas rurais em todo mundo”. (MORAES, 2006) Segundo o autor, para cada hectare de terra cultivada com tabaco, estima- se a destruição de um hectare de floresta. A área brasileira destinada à plantação de fumo ocupa cerca de 250 mil hectares, onde trabalham aproximadamente 140 mil pequenos produtores de fumo, sendo 40% no Estado do Rio Grande do Sul, outros 40% em Santa Catarina, 10% no Paraná e os restantes 10% Alagoas, Bahia e outras regiões brasileiras menores. Em função deste cenário, os mais diversos programas de intervenção vêm sendo implantados e visam reduzir a prevalência de fumantes, à prevenção do uso do cigarro entre crianças e adolescentes e o controle da poluição ambiental tabagística (PUSKA et al., 1983; CAWSTON; MCEWEN, 1994; OSLER, 1993). Atualmente, verifica-se um crescente número de empresas, consciente de sua responsabilidade quanto à qualidade de vida de seus colaboradores, buscando a implantação de programas de promoção da saúde. O ambiente de trabalho é 29 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores “favorável para modificar hábitos, pois nestes, os colaboradores passam a maior parte do dia, proporcionando excelentes oportunidades para ações educativas, o que permite reduzir assim, o número de absenteísmo e gastos com doenças”. Medidas como esta, têm incentivado a redução do número de cigarros fumados entre os trabalhadores (GRIEP et al. 1998). A promoção da saúde representa uma estratégia esperançosa para afrontar os diversos problemas de saúde da população. (AZEVEDO, et al. 2008, p. 1). As manifestações para o controle do tabagismo no Brasil dão-se na década de 70, primeiramente, por iniciativa de profissionais isolados, associações médicas, religiosas e algumas ONGs, sem apoio governamental. A partir da década de 90, o Ministério da Saúde iniciou a organização de ações sistemáticas, continuada e abrangente, por intermédio do INCA, no sentido de socializar os conhecimentos sobre a cessação de fumar para que os profissionais da saúde possam oferecer uma abordagem eficaz aos fumantes. O Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) foi construído por meio de parcerias, sendo os objetivos: “prevenção da iniciação do tabagismo com foco em crianças e adolescente e incentivo aos fumantes a cessação do hábito de fumar.” (BRASIL, 2001). Portanto, faz-se necessário ressaltar as palavras do diretor da OMS em 1993 no Dia Mundial Sem Tabaco, que “as instituições de saúde devem ser vistas como uma janela para um mundo livre do tabaco, nas quais os profissionais de saúde devem servir de exemplo e modelo à população”. “Instituição de saúde sem cigarro é uma questão de coerência, pois, o fumo e a saúde jamais podem caminhar juntos”. Os profissionais de saúde, muitas vezes, são considerados modelo de comportamento para as pessoas em geral, logo, devem dar o exemplo, evitando fumar. Porque se reconhece o poder de persuasão destes profissionais sobre os pacientes. O aconselhamento tem sido uma das mais efetivas intervenções para o abandono do tabagismo. (MORAES, 2006). Porém, os pais e os professores também contribuem para que o vício de fumar enraíze-se na juventude (2,7 milhões de adolescentes entre 10 e 19 anos). (MALCON, MENEZES; CHATKIN, 2003), dando o triste exemplo, fumando na 30 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores presença dos mesmos. Logo, que valor terá para os jovens as suas palavras de advertência, quando estes quiserem ensinar-lhes que fumar é coisa prejudicial? “Que os pais e professores façam o que dizem, e as suas palavras terão poder convincentes”. Segundo Halal et al. (1993) existe uma maior probabilidade dos filhos de pais fumantes tornarem-se também fumantes, principalmente em relação ao tabagismo da mãe. Assim, filhas de mães fumantes apresentarão risco 28% maior de fumarem. Seção 2: Legislação federal de controle do tabaco no Brasil Moraes (2006, p. 137) relata que “a legislação sobre o controle do tabagismo constitui-se um componente fundamental para o alcance do sucesso do PCT. Constitui a base de um controle eficaz do consumo do cigarro,pois ela expressa valores enraizados na sociedade, institucionaliza o compromisso de um país, centra as atividades e regula o comportamento privado. Segundo o autor, para um eficiente controle do tabagismo, o fundamental é o grau de aplicação das medidas legislativas. Portanto, a sociedade deve cobrar, estimular e pressionar as esferas responsáveis pela legislação, com o objetivo de criar e fazer cumprir leis que resultem em mudanças políticas, ambientais e econômicas capazes de reforçar a redução do tabagismo, tais como: informação sobre os riscos do consumo do tabaco; redução da poluição ambiental do tabaco; proibição da publicidade que induz ao consumo; aumento do preço desses produtos para dificultar o acesso dos jovens e controle do contrabando do cigarro. (MORAES, 206). Dentre as legislações brasileiras podemos citar: Proteção contra os riscos da exposição à poluição ambiental do tabaco ? Lei n.º 9.294, 15 de julho de 1996: proíbe o uso de cigarros e derivados do tabaco, em recinto coletivo, privado ou público, exceto em fumódromo (área destinada exclusivamente ao tabagismo, devidamente isolada e com arejamento conveniente). Exemplos de programas ambientes livres do cigarro: Fonte: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/eventos/2a_mostra/programa_nacional_controle_tabagismo.pdf ? Portaria nº 1.498, 22 de agosto de 2002: recomenda às instituições de saúde e de ensino a propagarem programas de ambientes livres da exposição ambiental do tabaco. ? Portaria nº 300, 9 de fevereiro de 2006: institui o programa “Ministério da Saúde Livre do Tabaco”. Proíbe fumar em todas as dependências do Ministério da Saúde em todas as sedes. Controle e fiscalização dos produtos derivados do tabaco ? Resolução n.º 46, 28 de março de 2001: estabelece os teores máximos permitidos de alcatrão, nicotina e monóxido de carbono presentes na fumaça dos cigarros comercializados no País. Proíbe a utilização, em embalagens ou material publicitário, de descritores, tais como, classes: ultrabaixos teores, baixos teores, suave, light, soft, leve, teores moderados, altos teores. Publicidade, promoção e patrocínio do tabaco ? Lei n.º 10.167, 27 de dezembro de 2000: regulamenta a publicidade restrita à parte interna dos locais de venda, por meio de pôsteres, painéis e cartazes. Exemplo de patrocínios de eventos culturais: 31 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fonte: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/eventos/2a_mostra/programa_nacional_controle_tabagismo.pdf ? Resolução nº 15, 17 de janeiro de 2003: proíbe a venda de produtos derivados do tabaco na Internet. ? Portaria nº 477, 24 de março de 1995: recomenda às emissoras de televisão que evitem a transmissão de imagens em que apareçam personalidades conhecidas do público fumando. Proteção à criança e jovens ? Lei n.º 8.069, 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente): proíbe vender, fornecer ou entregar, à criança ou ao adolescente, produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica. ? Resolução nº 304, 7 de novembro de 2002: proíbe o uso de embalagens de alimentos que simulem as embalagens de cigarros. Exemplo de venda com menores em produtos na forma de cigarro: 32 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fonte: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/eventos/2a_mostra/programa_nacional_controle_tabagismo.pdf Ações de conscientização da população ? Lei n.º 7.488, 11 de junho de 1986: cria o Dia Nacional de Combate ao Fumo: dia 29 de agosto em todo o território nacional. ? Portaria nº 3.257, 22 de setembro de 1988: confere certificados de honra ao mérito às empresas que se destacarem em campanhas para o controle do tabagismo. ? Resolução nº 335, 21 de novembro de 2003: determina a impressão da seguinte frase nas embalagens: “Venda proibida a menores de 18 anos” (Lei 8.069/1990 e Lei 10.702/2003), proíbe o uso de frases como “Somente para adultos” e “Produto para maiores de 18 anos”. Determina a impressão da seguinte informação nas embalagens de cigarros: "Este produto contem mais de 4.700 substâncias tóxicas, e nicotina que causa dependência física ou psíquica. Não existem níveis seguros para consumo destas substâncias". 33 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Exemplos de advertências das embalagens dos cigarros: Fonte: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/eventos/2a_mostra/programa_nacional_controle_tabagismo.pdf ? Resolução nº 10, 15 de fevereiro de 2007: serviço Disque Pare de Fumar, impressos na propaganda e nas embalagens dos produtos. Telefone do serviço Disque Saúde (0800-61-1997) Tratamento e apoio ao fumante ? Portaria n.º 1.035, 31 de maio de 2004: amplia o acesso à abordagem e tratamento do tabagismo para a rede de atenção básica e de média complexidade do SUS. ? Portaria n.º 442, 13 de agosto de 2004: aprova o Plano para Implantação da Abordagem e Tratamento do Tabagismo no SUS e o Protocolo Clínico e, Diretrizes Terapêuticas – Dependência à Nicotina. 34 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 35 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Seção 3 - Programa de Controle do Tabagismo (PCT) no SUS Questões legais Segundo Portaria n º 442/2004, para implantar PCT a unidade deve cumprir os seguintes requisitos: Em relação aos profissionais da saúde: A abordagem cognitiva comportamental pode ser realizada por uma pessoa ou equipe multidisciplinar de profissionais da saúde integrantes da ESF, com nível superior, capacitados segundo o modelo preconizado pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo do INCA/MS; com conhecimento do processo da nicotino- dependência, comportamentos, situações de risco e reforçar a autoconfiança e a motivação para que alcance seu objetivo. Segundo o artigo 4º da Portaria 442/04, as atividades profissionais autorizadas a realizar esta abordagem cognitiva comportamental ao fumante são: enfermagem (01); assistente social (02); alergia/imunologia (04); angiologia (07); cardiologia (09); cirurgia cardiovascular (10); cirurgia geral (11); cirurgia vascular (14); medicina, interna/clínica geral (15); dermatologia (16); oncologia cirúrgica (18); endocrinologia/metabologia (19); fisiatria (20); gastroenterologia (21); nefrologia (26); neurocirurgia (27); neurologia (28); odontologia (30); oncologia clínica (32); ortopedia/traumatologia (33); pneumologia (37); proctologia (38); psiquiatria (39); reumatologia (41); geriatria (44); homeopatia (45); urologia (46); medicina do trabalho (50); hansenologia (51); fonoaudiologia (54); fisioterapeuta (55); mastologia (56); terapeuta ocupacional (57); médico do ESF (59); enfermeira do ESF (60); psicólogo (62); infectologia (63); ginecologia/obstetrícia (73); medicina geral comunitária (74); enfermeira de PACS (76); medicina sanitária (83); acupuntura – médico (94) e foniatria (98): As consultas para avaliaçãoclínica do fumante podem ser realizadas segundo artigo 3 da Portaria 442/04 por: enfermagem (01); alergia/imunologia (04); 36 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores angiologia (07); cardiologia (09); cirurgia cardiovascular (10); cirurgia geral (11); cirurgia vascular (14); medicina interna/clínica geral (15); dermatologia (16); oncologia cirúrgica (18); endocrinologia/metabologia (19); fisiatria (20); gastroenterologia (21); ginecologia (22) nefrologia (26); neurocirurgia (27); neurologia (28); oncologia clínica (32); ortopedia/traumatologia (33), pediatria (36) pneumologia (37); proctologia (38); psiquiatria (39); reumatologia (41); geriatria (44); homeopatia (45); urologia (46); medicina do trabalho (50); hansenologia (51); mastologia (56); médico do ESF (59); enfermeira do ESF (60); infectologia (63); ginecologia/obstetrícia (73); medicina geral comunitária (74); enfermeira de PACS (76); medicina sanitária (83); acupuntura – médico (94). Em relação ao credenciamento da unidade de saúde: As unidades aptas ao credenciamento do PCT são: a) Unidade de saúde, ambulatorial ou hospitalar, integrante do SUS, b) As credenciadas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e que não permitam fumar no interior da unidade; c) Contar com, no mínimo, um profissional de saúde de nível superior das categorias profissionais autorizadas pela portaria em questão. d) Ter a cópia do certificado de capacitação dos profissionais; d) Dispor de locais para atendimento individual e sessões de grupo; e) Garantir equipamentos e recursos necessários como tensiômetro, estetoscópio e balança antropométrica, para avaliação clínica do fumante. Bem como, a realização de exames para apoio diagnóstico dos pacientes que necessitarem de avaliação complementar. Em relação ao usuário: a) Todo fumante que demonstre interesse em parar de fumar, deve estar cadastrado na unidade de saúde; b) Preencher a ficha de cadastro com os profissionais responsáveis pelo atendimento; d) No caso de fumantes que apresentem depressão, alcoolismo, uso de outras drogas, esquizofrenia e outras psicoses, necessita-se de encaminhamento médico, devendo a equipe de a unidade básica acompanhar o tratamento; e) No caso do fumante necessitar de indicação de uso do medicamento deve-se cadastrar para realizar a ação. Em relação ao material de apoio: Os materiais de apoio: “Deixando de fumar sem mistérios” utilizados durante as sessões, individual ou em grupo, são: • Manual do coordenador: contém orientações sobre a condução dos temas; Fonte: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/eventos/2a_mostra/programa_nacional_controle_tabagismo.pdf • Manual do participante: contém informações e estratégias necessárias para apoio para deixar de fumar e na prevenção da recaída; 37 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 38 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fonte: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/eventos/2a_mostra/programa_nacional_controle_tabagismo.pdf A elaboração e reprodução dos materiais acima referidos estarão sob a responsabilidade da Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde (ASCOM). São adquiridos pelo MS e enviados, periodicamente, aos municípios que tenham unidades de saúde credenciadas. Para receber o material de apoio é necessário: a) Enviar uma estimativa de fumantes a serem atendidos, à Coordenação Estadual ou do Distrito Federal do PCT. b) A continuidade do recebimento do material está vinculada ao envio periódico de informações para a Coordenação Nacional do Programa, sobre os atendimentos realizados pelas unidades de saúde, só as unidades de saúde credenciadas; c) O quantitativo dos insumos a serem enviados a cada município será calculado pela Coordenação Nacional e repassado aos departamentos do MS, a partir das informações enviadas pelas Coordenações Estaduais e do Distrito Federal Avaliação Os relatórios devem ser organizados em planilhas e devem conter as informações: Avaliação da unidade de saúde para a Secretaria Municipal de Saúde a) Nº de pacientes atendidos na 1ª consulta de avaliação clínica b) Nº de participantes na 1ª sessão c) Nº de participantes na 4ª sessão d) Nº de participantes na 4ª sessão que pararam de fumar e) Nº de participantes que necessitaram de adesivo transdérmico de nicotina f) Nº de participantes que necessitaram de goma de mascar de nicotina g) Nº de participantes que necessitaram de cloridrato de bupropiona Fonte: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/eventos/2a_mostra/programa_nacional_controle_tabagismo.pdf Fonte: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/eventos/2a_mostra/programa_nacional_controle_tabagismo.pdf Avaliação da Secretaria Municipal de Saúde a Secretaria de Estado da Saúde (SES) a) Consolidado das informações das unidades de saúde b) Nº de unidades de saúde com profissionais capacitados c) Nº de unidades de saúde com profissionais capacitados que estão realizando atendimento Avaliação da SES para o Instituto Nacional de Câncer-INCA/MS a) Consolidado das informações das unidades de saúde por município b) Nº de unidades com profissionais capacitados por município 39 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 40 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores c) Nº de unidades com profissionais capacitados que estão realizando atendimento por município. Coordenações estaduais O quadro abaixo traz a lista de coordenações estaduais cadastradas no site do INCA no ano de 2008 e os respectivos contatos: ESTADO Contato ACRE Coordenadora atual: Silene Nunes Secretaria Estadual de Saúde Acre - Endereço: Rua José de Melo 187 – Bosque Rio Branco - AC - CEP: 69908-330 Tel.: (68) 3224-0993 Fax: (68) 3224-0993 ALAGOAS Coordenadora atual: Vetrúcia Teixeira Costa Secretaria Estadual de Saúde Alagoas - Núcleo de Prevenção e Controle do Câncer Endereço: Av. da Paz, 1174 – Ed. Santa Ana – Jaraguá Maceió - AL - CEP : 57025-050 Tel.: (55) (82) 3315-1475 e-mail: ppcan@saude.al.gov.br AMAPÁ Coordenador atual: Florinaldo Carreteiro Pantoja Secretaria Estadual de Saúde Amapá, Endereço: Av. Mendonça Furtado, 1266 – Centro Macapá - AP - CEP: 68906- 350 Tel.: (55) (96) 3212 – 6194 Fax: (55) (96) 3212-6194 e-mail: tabagismoap@oi.com.br AMAZONAS Coordenador atual: Aristóteles Conte de Alencar Filho Fundação Centro de Controle de Oncologia Endereço: Av. Francisco Orellana, 215 – Planalto Manaus - AM - CEP: 69040-010 Tel.: (55) (92) 3655-4604 / 4603 Fax: (55) (92) 3656-4604 e-mail: dpccfcecon@yahoo.com.br 41 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores BAHIA Coordenadora atual: Teresinha Regina Carneiro Paim Secretaria Estadual de Saúde Bahia Endereço: R. Pedro Lessa, 123 – Canela Salvador - BA - CEP: 40110-050 Tel.: (55) (71) 3336-1580 Telefax: (55) (71) 3336-1580 e-mail:tabagis@saude.ba.gov.br CEARÁ Coordenadora atual: Maria Imaculada Ferreira da Fonseca Secretaria Estadual de Saúde Ceará – NUAP Endereço: Av. Almirante Barroso, 600 - Bloco B - Sala 8 - Praia de Iracema Fortaleza - CE - CEP: 60060-440 Tel.: (55) (85)3101- 5265/5198/5191 Fax: (55) (85) 3101-5265 e-mail: imaculada@saude.ce.gov.br DISTRITO FEDERAL Coordenador atual: Celso Antônio Rodrigues da Silva Secretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal Endereço: SEPS 712/912 SUL DISAT – Asa Sul, Brasília - DF - CEP: 70390-125 Tel.: (55) (61) 3346-6257/5770 Fax: (55) (61) 3346-5770 e-mail: controletabagismo@yahoo.com.br GOIÁS Coordenadora atual: Selma Alves Tavares de Oliveira Superintendência de Políticas e Atenção Integral à Saúde – SPAIS - Secretaria Estadual de Saúde de Goiás Endereço: Av. Anhanguera, 5195 - Setor Coimbra Goiânia - GO - CEP: 74043- 011 Tel.: (55) (62) 3201-4546 Fax: (55) (62) 3201-4545 e-mail: gve@saude.go.gov.br/spais.dnt@saude.go.gov.br MARANHÃO Coordenadora atual: Maria Tereza Pereira de Carvalho Secretaria Estadual de Saúde Maranhão Endereço: Av. Carlos Cunha, s/nº - Calhau São Luis - MA - CEP 65076-820 Tel.: (55) (98) 3218- 2337 Fax: (55) (98) 3218-8709 MATO GROSSO Coordenador atual: Aracy Assunção e Silva Superintendência de Atenção Integral a Saúde/Gerência de 42 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Programas Estratégicos - Prédio Principal Endereço: Rua D – Quadra 12 – Lote 02 – Bloco 5 – Palácio Paiaguais Cuiabá - MT - CEP: 78050-970 Tel.: (55) (65) 3613-5359/5477 (65) 3613-5477 e-mail: copcca@ses.mt.gov.br MATO GROSSO DO SUL Coordenadora atual: Albertina Martins de Carvalho Secretaria Estadual de Saúde Mato Grosso do Sul - Coord. de Atenção Básica- Parque dos CEPS Endereço: Poderes, s/nº - 1° andar Bloco 7 - Jardim Veraneio Campo Grande - MS - CEP: 79031-902 Tel.: (55) (67) 3318-1764 / 1704 Fax: (55) (67) 3318- 1764/1763 e-mail: prevprim@saude.ms.gov.br/preprimses@gmail.com /prevprimses@hotmail.com MINAS GERAIS Coordenador atual: Edílson Corrêa de Moura Secretaria Estadual de Saúde Minas Gerais Endereço: Av. Afonso Pena, 2300 - 8o. Andar – Funcionários Belo Horizonte - MG - CEP: 30130-007 Tel.: (55) (31) 3215-7316 ou (31) 3215- 7317 e-mail: prevpri@saude.mg.gov.br PARÁ Coordenadora atual: Raquel Conceição dos Anjos Secretaria Estadual de Saúde Pará Endereço: Rua Presidente Pernambuco, 489 - Batista Campos Belém - PA - CEP: 66015-200 Tel.: (55) (91)4006- 4294/4006-4293 Fax: (55) (91) 4006-4289 / 4271 e-mail: tabagismo_sespa@hotmail.com PARAÍBA Coordenadora atual: Lourdes de Fátima Souza Núcleo de Doenças e Agravos não Transmissíveis Endereço: Av. Dom Pedro II, 1826 – Torre João Pessoa - PB - CEP: 58040-403 Tel.: (55) (83) 3218-7324/3218-7439 Fax: (55) (83) 3218-7439 e- mail: ndcd@saude.pb.gov.br PERNAMBUCO Coordenadora atual: Maria das Graças Galvão Maciel Secretaria Estadual de Saúde Pernambuco Endereço: Praça Osvaldo Cruz, s/nº - Boa Vista Recife – PE – CEP: 50050-210 43 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Tel.: (55) (81) 3181-6390 Fax: (55) (81) 3181-6183/3412-6366 e- mail: mgalvao@saude.pe.gov.br PIAUÍ Coordenadora atual: Norma Sueli Marques da Costa Alberto Secretaria Estadual de Saúde Piauí - Coordenação de Atenção a Saúde do adulto e Idoso Endereço: Av. Pedro Freitas, s/nº, Centro Administrativo, Bloco A - São Pedro Teresina - PI - CEP: 64018-200 Tel.: (55) (86) 3216-3565/3568 Fax: (55) (86) 3216-3568 e-mail: casai@saude.pi.gov.br ESPÍRITO SANTO Coordenadora atual: Cremilda Maria de Mello Silva Secretaria Estadual de Saúde Endereço: Av. Marechal Mascarenhas Moraes, 2025 - 3º andar - Bento Ferreira Vitória - ES - CEP: 29050-121 Tel.: (55) (27) 3137-2480/2473 Fax: (55) (27) 3137-2473 e-mail: tabagismo@saude.es.gov.br PARANÁ Coordenadora atual: Teresinha Jensen Secretaria Estadual de Saúde Paraná Endereço: R. Piquiri, 170 – Rebouças Curitiba - PR - CEP: 80230-140 Tel.: (55) (41) 3330-4573 Fax: (55) (41) 3330-4485 e-mail: tjensen@pr.gov.br RIO DE JANEIRO Coordenadora atual: Mariza Grimmer de Almeida Rondon Secretaria Estadual de Saúde Rio de Janeiro Endereço: Rua México, 128 - 4º andar - sala 406 – Centro Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20031-142 Tel.: (55) (21) 2299-9767/2299-9768 Fax: (55) (21) 2299-9767 e-mail: coestapp-rj@saude.rj.gov RIO GRANDE DO NORTE Coordenadora atual: Maria Suêly Lopes Corrêa Pereira Coordenadoria de Promoção à Saúde - Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica Grupo de Doenças e Agravos não Transmissíveis Endereço: Av. Marechal Deodoro - 730 – Centro Natal - RN - CEP: 59025-600 Tel.: (55) (84) 3232-2581 Fax: (55) (84) 3232-2581 e-mail: cronicodegenerativasrn@bol.com.br RIO GRANDE DO SUL Coordenadora atual: Anna Elizabeth de Miranda Secretaria Estadual de Saúde Rio Grande do Sul Endereço: Av. Borges de Medeiros, 1501, 5º andar – sala 6 – Centro Porto 44 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Alegre - RS - CEP: 90110-150 Tel.: (55) (51) 3288-5907/3286- 6944 Fax : (55) (51) 3286-6944 e-mail: tabagismo@saude.rs.gov.br RONDÔNIA Coordenadora atual: Dioneia Martins Marinho Secretaria Estadual de Saúde Rondônia Endereço: Rua Padre Ângelo Cerri/Esplanada das Secretarias, s/nº - Pedrinhas Porto Velho - RO - CEP: 78903-940 Tel.: (55) (69) 3216- 7388/5284/5255 Fax: (55) (69) 3216-5284 RORAIMA Coordenadora atual: Maria Liduina Camelo de Melo Secretaria Estadual de Saúde Roraima Endereço: Rua Madri, s/n° - Campus Paricarana Boa Vista - RR - CEP: 69304-650 Tel.: (55) (95) 3624- 1871 Fax: (55) (95) 3624-1871 e-mail: tabagismo.rr@zipmail.com.br SANTA CATARINA Coordenadora atual: Berenice Cuneo Pimpão Diretoria de Vigilância Epidemiológica Endereço: Rua Felipe Schmidt - n° 774 - CentroFlorianópolis - SC - CEP: 88010-002 Tel.: (45) 3221-8400/8433Fax: (45) 3221-8448 e-mail: tabagismodiv@saude.sc.gov.br SÃO PAULO Coordenador atual: Luizemir Wolney Carvalho Logo Centro de Referência de Álcool, tabaco e outras drogas CRATOD Endereço: Rua Prates, 165 - Bom Retiro São Paulo - SP - CEP: 01121-000 Tel.: (55) (11) 3329-4467 / 4468 Fax: (55) (11) 3329-4468 e-mail: cratod@saude.sp.gov.br SERGIPE Coordenadora atual: Lívia Angélica da Silva Secretaria Estadual de Saúde Sergipe - Coord. Estadual do Tabagismo de Vigilância Epidemiológica / Gerência do Tabagismo Endereço: Ed. Estado de Sergipe - 17º andar - 45 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Travessa Baltazar Gós - 86 – Centro Aracajú - SE - CEP: 49010- 500 Tel.: (55) (79) 3226-8321 Fax: (55) (79) 3226-8308 e-mail: livia.silva@saude.se.gov.br TOCANTINS Coordenadora atual: Morgana Martins dos Santos Secretaria Estadual de Saúde - Coordenadoria de Controle Oncológico e Fatores de Risco Tocantins Endereço: Esplanada das Secretarias - s/n - Praça dos Girassóis Palmas - TO - CEP: 77015-007 Tel.: (55) (63) 3218-1796 /1754/6238 Fax: (55) (63) 3218-1796 email: cancer@saude.to.gov.br / tabagismo.to@saude.to.gov.br Fonte: http://www.inca.gov.br/tabagismo/frameset.asp?item=publicacoes&link=indice.htm Seção2. Métodos eficazes para a cessação de fumar: O Consenso de abordagem e tratamento do fumante do MS/INCA (2001) preconiza que os métodos utilizados para cessação de fumar são divididos em dois grupos: a) métodos para os quais existem evidências atuais sobre sua eficácia na cessação de fumar e; b) métodos embora preconizados para cessação de fumar ainda necessitem de evidências científicas sobre sua eficácia para cessação de fumar 2.1 Métodos com eficácia comprovada Este grupo inclui duas grandes abordagens: a abordagem cognitiva comportamental e a abordagem medicamentosa. 46 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.1.1 Abordagem cognitiva comportamental Bueno (2000, p. 174) define cognição: (...) conhecimento, compreensão, deste modo, pode-se conceituar cognição como o conjunto de pensamentos e atitudes que governam as ações e os comportamentos. Abordagem cognitiva: “é aquela que procura esclarecer esses pensamentos, essas atitudes, mas sem a pretensão de interpretar o inconsciente”. Abordagem cognitiva comportamental é sua essência uma abordagem que envolve o estímulo ao autoconhecimento, autocontrole ou automanejo para que o paciente possa aprender como esquivar do ciclo vicioso da dependência, podendo contribuir com sua mudança de estilo de vida. O objetivo principal deste modelo de abordagem é que a mudança de comportamento, que utiliza diversos níveis de motivação. (SOUZA, 2003) Para o Ministério da Saúde apud SOUZA, 2003, deixar de fumar é um processo de mudança no comportamento, logo, o método comportamental é a estratégia indicada para ajudar na cessação do tabagismo. 2.1.1.1 Classificação da abordagem proposta pelo Consenso Abordagem breve/mínima (PAAP): consiste em perguntar e avaliar, aconselhar e preparar o fumante para que deixe de fumar, sem, no entanto, acompanhá-lo neste processo. Pode ser feito por qualquer profissional da saúde durante a rotina de consulta, com duração de 3 minutos. Abordagem básica (PAAPA): consiste em perguntar, avaliar, aconselhar, preparar e acompanhar o fumante para que pare de fumar. Com duração de no mínimo 3 minutos e no máximo 5 minutos, em média, em cada contato com o paciente durante a consulta de rotina. É mais recomendada para os fumantes porque prevê o acompanhamento do paciente na fase crítica de abstinência, considerada uma importante estratégia de saúde pública e de baixo custo. 47 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Abordagem específica/intensiva: abordagem em ambulatório específico para atender os fumantes que querem deixar de fumar. Pode ser feita individualmente ou em grupo. É indicada para pessoas motivadas a parar de fumar, mas não alcançaram sucesso, ou para aqueles que procuraram diretamente os profissionais para esse tipo de apoio. Essa abordagem se diferencia das anteriores, é organizada em quatro sessões semanais com um tempo total de contato nas quatro primeiras sessões de pelo menos 90 minutos. Sugere-se um cronograma de acompanhamento após as quatro primeiras sessões, tanto em grupo como individual: 15 dias; 30 dias; 60 dias; 90 dias; 180 dias e 12 meses. Componentes das abordagens: Perguntar e avaliar (PA) Conforme Consenso (2001) as perguntas recomendadas para avaliar o fumante quanto à sua dependência de nicotina, e seu grau de motivação para deixar de fumar, são: Perguntas básicas Avaliação das respostas 1. Você fuma? Há quanto tempo? Diferencia a experimentação do uso regular; por exemplo, se o fumante diz fumar 5 cigarros por dia e ter começado a fumar há 15 dias, de acordo com a OMS ele ainda não é um fumante regular e encontra-se em fase de experimentação 2. Quantos cigarros fuma por dia? Pacientes que fumam 20 ou mais cigarros por dia provavelmente terão uma maior chance de desenvolverem fortes sintomas de síndrome de abstinência na cessação de fumar 3. Quanto tempo após acordar acende o 1º cigarro? Pacientes que fumam nos primeiros 30 minutos após acordar, provavelmente terão uma 48 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores maior chance de desenvolverem fortes sintomas de síndrome de abstinência na cessação de fumar 4. O que você acha de marcar uma data para deixar de fumar? Em caso de resposta afirmativa, perguntar: Quando? Permite avaliar se o fumante está pronto para iniciar o processo de cessação de fumar. 5. Já tentou parar? Se a resposta for afirmativa, fazer a pergunta 6. 6. O que aconteceu? Permite identificar o que ajudou e o que atrapalhou a deixar de fumar, para que esses dados sejam trabalhados na próxima tentativa Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Abordagem e Tratamento do Fumante: Consenso 2001. Rio de Janeiro: INCA, 2001, 38p. Conforme Consenso 2001, o grau de dependência de nicotina do paciente pode ser avaliado por meio do Teste de Fagerström. Para cada alternativa das seis questões do teste, existe uma pontuação ao lado (o número entre parênteses). Após a aplicação do teste, a soma dos pontos de cada alternativa escolhida pelo fumante permitirá a avaliação do seu grau de dependência de nicotina. Fonte: Consenso (2001) Aconselhar e preparar Com base nas respostas às perguntas acima, aconselha-se o fumante a parar de fumar, adequando as informações ao perfil do fumante (sexo, idade, existência de doenças associadas ao tabagismo, etc.). O procedimento deve estar 49 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores de acordo com o interesse do fumante em deixar de fumar, ou não, no momento da consulta. Os fumantes que não estiverem dispostos a parar nos próximos 30 dias, são estimulados a pensar sobre o assunto e convidá-los para um próximo contato. Enquanto os interessados em parar de fumar, sugere-se que DEFINA UMA DATA para abandonar o vício. Nesta fase são informados os sintomas da abstinência e sugerem-se estratégias para controlar a vontade de fumar (tomar água, chupar balas, mascar chicletes, gengibre, etc.), e para quebrar os estímulos associados ao fumar (restringir o uso de café e bebidas alcoólicas, desfazer-se de isqueiros, evitarem ambientes ou situações que estimulem o fumar, aprender a lidar com situações de estresse, etc.). O ato de parar de fumar não é uma simples decisão brusca de um “fumante regular” em um “não fumante”. Até que a pessoa verdadeiramente resolva parar de fumar, ele percorre um caminho repleto de idas e vindas. Segundo Prochaska e Di Clemente (apud LARANJEIRA; GIGLIOTTI, 2008) este processo chama-se “estágios de mudança”, ilustrado pela figura abaixo: Fonte: http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/atu1_02.htm ? Estágio pré-contemplativo: a pessoa não pretende parar de fumar nos próximos seis meses. São aqueles que negam os malefícios dos derivados do tabaco à saúde; 50 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ? Estágio contemplativo: pretende com seriedade parar de fumar nos próximos seismeses, mas, em caso de dúvida, não para; ? Preparação para ação: pretende parar durante o próximo mês. Já pensa em mudanças comportamentais para livrar-se do cigarro. Fez pelo menos uma tentativa de parar de fumar no último ano; ? Ação: a pessoa parou de fumar; ? Manutenção: até seis meses após a pessoa ter parado de fumar. Neste momento, as pessoas tendem a alterar seus hábitos rotineiros, por exemplo, passar a não tomar mais café, utilizar balas, chicletes para adaptar-se ao meio sem cigarro, Segundo o autor, as pessoas no processo inicial de mudança necessitam de programas menos intensivos e mais extensivos, para que os incentive a parar de fumar e alcançar o sucesso até o estágio de ação. Logo, o fluxograma abaixo, ilustra um cronograma das atividades que podem ser desenvolvidas pelo profissional de saúde: Fonte: http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/atu1_02.htm 51 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 52 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Acompanhar Os fumantes devem ser acompanhados para garantir um apoio na fase inicial da abstinência em que os riscos de recaída são maiores. Recomenda-se que o paciente retorne para acompanhamento pelo menos três vezes durante os seis meses após ter parado de fumar. Esses retornos podem acontecer, de acordo com a avaliação do profissional de saúde, nos 1º, 3º e 6º meses. 2.1.2 Abordagem medicamentosa Conforme Consenso (2001) existe, no momento, algumas medicações de eficácia comprovada na cessação do fumar, divididos em duas categorias: a) Medicamentos nicotínicos: chamados de terapia de reposição de nicotina (TRN) apresentam-se nas formas de adesivo, goma de mascar, inalador e aerossol. O objetivo é oferecer ao fumante apenas nicotina, sem os demais elementos tóxicos do cigarro, diminuindo a exacerbação dos sintomas físicos da síndrome de abstinência. b) Medicamentos não-nicotínicos: os antidepressivos: Bupropiona. O uso de adesivo, goma de mascar e o antidepressivo são considerados medicamentos de primeira linha, e são indicados preferencialmente na terapia de reposição de nicotina. Para o MS (1997) o tratamento de reposição e nicotina só alcançará seu objetivo, se junto a ele houver um comprometimento do profissional de saúde no aconselhamento, acompanhamento, motivação para parar de fumar e a prevenção de recaídas ao fumante. A tabela abaixo demonstra as vantagens e desvantagens dos tratamentos farmacológicos para deixar de fumar Vantagens Desvantagens Liberação de nicotina Adesivo Dose única diária Não há alívio em situações de emergência Liberação lenta de nicotina 53 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Goma de mascar Alívio em situações de emergência A utilização inadequada reduz a eficácia Liberação lenta de nicotina Spray nasal Nicotina mais rápida, em níveis mais elevados Apresentam efeitos colaterais desconfortáveis Liberação rápida de nicotina Inalador Simula o ritual comportamental Baixos níveis de nicotina Liberação rápida de nicotina Goma + adesivo Aumenta “compliance” + alívio em emergência Preço Liberação lenta de nicotina Bupropiona HCl Sem nicotina. Contraindicado em convulsões – maior perfil de efeitos colaterais Sem nicotina Fonte: http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/atu1_02.htm Critérios para utilização da farmacoterapia: Conforme Consenso (2001) sugere-se critérios na prescrição de medicamentos. Aconselha-se avaliar o escore do Teste de Fagerstrõm: a) Os que fumam 20 ou mais cigarros por dia, b) Os que fumam o 1º cigarro até 30 minutos após acordar c) Os que fumam no mínimo 10 cigarros por dia; d) Com escore do teste de Fagerström, igual ou maior do que 5, e) Os que já tentaram parar de fumar e não há contraindicações clínicas. 54 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Medicações de Primeira Linha: Conforme consenso do MS/INCA de 2001 as medicações, suas apresentações e dosagens foram preconizadas em: Apresentações e dosagens: 1. Adesivo de nicotina 21 mg, 14 mg e 7 mg. 2. Goma de mascar de nicotina 2 mg 3. Goma de mascar de 4 mg 4. Inalador de nicotina 4 mg * 5. Bupropiona comprimidos de 150 mg Posologia, forma de uso, contraindicações e precauções: Goma de mascar de nicotina: A dose máxima recomendada é de 15 gomas por dia. Recomenda-se aos pacientes que fumam até 20 cigarros por dia e fumam seu 1º cigarro nos primeiros 30 minutos após acordar, utilizar goma de mascar conforme preconizado no Consenso (2001): • semana 1 a 4: 1 tablete a cada 1 a 2 horas • semana 5 a 8: 1 tablete a cada 2 a 4 horas • semana 19 a 12: 1 tablete a cada 4 a 8 horas Para os pacientes que fumam mais de 20 cigarros por dia, utilizar: • semana 1 a 4: 1 tablete de 4 mg a cada 1 a 2 horas. • semana 5 a 8: 1 tablete de 2 mg a cada 2 a 4 horas • semana 9 a 12: 1 tablete de 2 mg a cada 4 a 8 horas 55 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Forma de uso: deve ser mastigada com força algumas vezes, até sentir formigamento, ou o sabor da nicotina. Deve-se parar de mastigar e repousar a goma entre a bochecha e a gengiva, até o formigamento passar. Após, voltar a mastigar com força e repetir a operação por 30 minutos, finalizando o período jogar fora a goma de mascar. Durante o uso da goma não se pode beber nenhum líquido, mesmo que seja água. Contraindicações: incapacidade de mascar, úlcera péptica, período de 15 dias após episódio de infarto agudo do miocárdio. Precauções: gestantes ou mulheres em fase de amamentação, deve-se considerar o uso da goma de mascar, em situações em que o risco de continuar fumando é maior do que o da goma. Adesivo de nicotina: O Consenso (2001) em casos especiais, pode-se utilizar dois adesivos de 21 mg, concomitantes, perfazendo o total de 42 mg, desde que não haja contraindicações. Recomenda-se que pare de fumar ao iniciar o medicamento. Assim, para pacientes com escore do teste de Fagerström entre 8 a 10, e/ou fumante de mais de 20 cigarros por dia, utilizar o seguinte esquema: • semana 1 a 4: adesivo de 21 mg a cada 24 horas • semana 5 a 8: adesivo de 14 mg a cada 24 horas • semana 9 a 12: adesivo de 7 mg a cada 24 horas Já para os pacientes com escore entre 5 a 7, e/ou fumante de 10 a 20 cigarros por dia e fumam seu 1º cigarro nos primeiros 30 minutos após acordar, utilizar: • semana 1 a 4: adesivo de 14 mg a cada 24 horas • semana 5 a 8: adesivo de 7 mg a cada 24 horas Forma de uso: ser aplicado apenas na região do tronco ou braços, alternando o local da aplicação a cada 24 horas. Protegida a área do sol, porém, não há restrição quanto ao uso na água. 56 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Contraindicações: doenças dermatológicas que impossibilitam a aplicação do adesivo, período de 15 dias apósepisódio de infarto agudo do miocárdio, gestante e amamentação. Bupropiona HCL: A dose máxima de bupropiona recomendada é de 300 mg por dia. A bupropriona é um medicamento sob controle especial, que deve ser prescrito por médico conforme a Portaria 344/98. Conforme Consenso (2001) deve- se parar de fumar no 8º dia, após início da medicação. A seguinte dosagem, podendo ser ajustada, de acordo com critério médico: • 1 comprimido de 150 mg pela manhã por 3 dias, • 1 comprimido de 150 mg pela manhã e outro comprimido de 150 mg, 8 horas após, a partir do 4º dia até completar 12 semanas. Contraindicações: risco de convulsão, epilepsia, alcoolismo; uso de benzodiazepínico, carbamazepina, cimetidina, barbitúricos, fenitoína, antipsicóticos, antidepressivos, teofilina, corticoesteroides sistêmicos, pseudoefedrina, diabetes melitus; hipertensão não-controlada, doença cerebrovascular, tumor de SNC, bulimia, anorexia nervosa e uso de inibidor da MAO há menos de 15 dias; Precauções: A pressão arterial deve ser monitorada como rotina. Métodos de eficácia não-comprovada Vários métodos vêm sendo preconizados para a cessação de fumar, tais como: acupuntura, homeopatia, aromaterapia, plantas medicinais entre outros. No entanto, até o momento atual, algumas destas práticas complementares em saúde não apresentam evidências científicas suficientes para comprovar a eficácia desses métodos. Ainda são necessárias pesquisas utilizando metodologia dentro do rigor científico que avaliem a eficácia, a viabilidade, assim como o custo benefício dos métodos (SOUZA, 2003) No entanto, esses métodos poderão ser usados caso 57 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores sejam de escolha dos pacientes e desde que não existam contraindicações para o seu uso. (BRASIL, 2001). No módulo três serão abordadas algumas práticas alternativas que podem ser complementadas no controle do tabagismo no PCT. --------------------- FIM DO MÓDULO II --------------------- Seções de estudo
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