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ACOES CONSTITUCIONIAIS

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AÇÕES CONSTITUCIONAIS 
 
Geraldo Andrade1 
 
 
 As ações constitucionais ou remédios constitucionais são instrumentos à 
disposição do operador do Direito para garantir a aplicação da lei. A Constituição trouxe 
ao todo seis ações constitucionais: o mandando de segurança, o mandado de injunção, o 
Habeas data, a ação popular, o Habeas corpus e a ação civil pública. A partir de agora, 
em breves palavras, discorreremos sobre cada ação. 
 
1. MANDADO DE SEGURANÇA 
 
 O mandado de segurança é uma ação constitucional que visa especificamente 
proteger direito líquido e certo, individual ou coletivo, violado ou ameaçado de violação 
por ato ou omissão de autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica de direito 
privado no exercício de atribuições públicas, praticado ilegalmente ou com abuso de 
poder. 
 O mandado de segurança foi introduzido no ordenamento jurídico 
constitucional em 1934. 
 Atualmente o mandado de segurança está expresso no art. 5.º, incisos LXIX e 
LXX e regulamentado pela Lei 12.016/2009. O inciso LXIX aduz que conceder-se-á 
mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-
corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for 
 
1 Advogado Especialista em Direito Público, Mestrando em Direito, Planejamento e Sustentabilidade 
(ESDHC), Pós-Graduado lato sensu em História e Culturas Políticas (UFMG), Pós-Graduado em Direito 
Processual Civil (CEAJUFE) e Pós-Graduado em Direito Público (CEAJUFE). Bacharel em Direito e 
Licenciado em História (UFMG), membro da Comissão de Estudos de Direito Constitucional da OAB, 
pesquisador-bolsista do projeto de pesquisa em Meio Ambiente Urbano: harmonia entre o plano diretor 
municipal e a agenda 21 ambiental. Professor de História Geral e do Brasil, Professor de Atualidades, 
Professor Universitário e Professor de Direito Constitucional do curso Pleno e Monitor de Direito 
Constitucional do Pro Labore. 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder 
Público. 
 O mandado de segurança pode ser individual ou coletivo. O mandado de 
segurança individual é aquele impetrado por pessoas físicas ou jurídicas, na defesa de 
seus respectivos direitos individuais, isoladamente ou em litisconsórcio ativo. A Lei 
12.016/2009 assim dispõe: 
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso 
de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de 
sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as 
funções que exerça. 
Já o mandado de segurança coletivo, criado pela Constituição de 1988, é uma 
ação pela qual um sujeito legitimado, em nome próprio, defende direitos coletivos. A 
citada Lei 12.016/2009 assim dispõe no artigo 21: o mandado de segurança coletivo 
pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na 
defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, 
ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e 
em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos 
da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos 
e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização 
especial. No parágrafo único aduz que os direitos protegidos pelo mandado de 
segurança coletivo podem ser: coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os 
transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de 
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; 
individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de 
origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos 
associados ou membros do impetrante. 
 São legitimados para a propositura do mandado se segurança coletivo, conforme 
art. 5.º, inciso LXX da Constituição: partidos políticos com representação no Congresso 
Nacional; organizações sindicais; entidades de classe; associações legalmente 
constituídas e em funcionamento há pelo menos um ano. 
 
1.1. Direito Líquido e Certo 
 
O mandado de segurança tem por objeto a proteção de direitos líquidos e 
certos, individuais ou coletivos, não amparados por habeas corpus e habeas data. O 
direito líquido e certo é aquele direito provado de plano, via prova documental. Por isso 
não se admite dilação probatória. A expressão direito líquido e certo está consagrado 
pela Constituição, pelas leis, pela doutrina e pela jurisprudência nacionais. 
 O mandado de segurança exige a prova pré-constituída. Caso a impetração do 
mandamus ocorra sem a existência da prova pré-constituída, a petição inicial será desde 
logo indeferida. 
1.2. Autoridade Coatora 
 
 A autoridade coatora é aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual 
emane a ordem para a sua prática. Equiparam-se à autoridade os representantes ou 
órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os 
dirigentes de pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público. 
1.3. Prazo para impetração 
 
 O direito de requerer mandado de segurança repressivo extingue se decorridos 
120 dias contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado, conforme art. 23 da 
citada lei. A contagem do prazo não se sujeita à suspensão ou à interrupção. Assim, 
conclui-se que trata de prazo decadencial, ou seja, o transcurso do prazo não extingue o 
direito material que poderá ser defendido por ação ordinária. 
 
2. MANDADO DE INJUNÇÃO 
 
 O mandado de injunção visa assegurar o exercício de um direito quando ainda 
carente de regulamentação. A Constituição em muitos artigos dispôs sobre o direito, 
mas assegurou que caberia a lei regulamentar. Ocorre que, por razões diversas, nem 
sempre o legislador conseguiu regulamentar aqueles dispositivos. Quando estudamos a 
eficácia das normas constitucionais, conforme classificação de José Afonso da Silva, a 
norma de eficácia limitada é carecedora de regulamentação. Assim o mandado de 
injunção refere-se exatamente a essas normas. Dessa feita preceitua o art. 5º, LXXI - 
conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne 
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. O mando de injunção visa 
assegurar o direito em caso de falta de norma regulamentadora. 
 
2.1. Legitimidade do Mandado de Injunção 
 
 A legitimidade ativa pode ser pessoa física, pessoa jurídica, associação, 
entidade de classe ou o Ministério Público. Esse último, conforme Lei Complementar 
75/93. A legitimidade passiva é o órgão ou entidade pública encarregada da produção 
normativa ou o Presidente da República. O Governador de Estado ou a Assembleia 
Legislativa também podem figurar no polo passivo, desde que o mandado de injunção 
refira-se a matéria de competência dos estados e tenha previsão na Constituição do 
respectivo estado. 
 
2.2. Procedimento e competência do Mandado de Injunção 
 
 O art. 24, parágrafo único da Lei 8.038/90 assegura que se aplica ao mandado de 
injunção o procedimento do mandado de segurança enquanto não editado legislação 
específica. Assim, além do art. 5º, LXXI, da Constituição, aplica-se a Lei 12.016/09. 
 Um erro muito comum dos alunos ao preparar para a prova prática da segunda 
fase da Ordem em Direito Constitucional ou Administrativo é pedir liminar em 
mandado de injunção. Então que fique claro: o mandado de injunção não cabe liminar. 
 Os recursos da decisão demandado de injunção são: embargos de declaração, 
apelação, recurso ordinário para o Supremo, conforme art. 102, II, a, recurso especial 
(art. 102, III) e o recurso especial (105, III). É importante frisar que não cabe recurso 
ordinário para o Superior Tribunal de Justiça em mandado de injunção. 
 A competência para julgar o mandado de injunção é definida na Constituição 
que pode ser do Supremo (art. 102, I, q), do Superior Tribunal de Justiça (105, I, h), da 
Justiça Federal (art. 109, I) e do Tribunal Superior Eleitoral (art. 121, § 4º ,V). 
 
2.3. Efeitos no Mandado de Injunção 
 
 A doutrina e a jurisprudência são fartas ao elaborar teorias para dar efeitos ao 
mandado de injunção. Podemos afirmar que são pelo menos duas teses que explicam os 
efeitos. 
1ª) Tese não concretista: essa apenas reconhece a inércia do Poder Legislativo. Essa 
tese, segundo Barbosa Moreira, é um sino sem badalo. Essa tese apenas reconhece a 
inércia e não pode fazer nada, assim torna-se inócua. Até 2007 foi adotada pelo 
Supremo Tribunal Federal. 
2ª) Tese concretista: essa tese pode ser dividida em geral e individual. A concretista 
geral concede o efeito erga omnes a todas as decisões. Entre os mandados de injunção 
concedidos pelo Supremo Tribunal Federal podemos citar os de número 670, 708 e 712. 
Já a tese concretista individual pode ser divida em direta e intermediária. A direta, 
defendida pelo Ministro Marco Aurélio de Mello, implementa de forma imediata a 
injunção. A intermediária, defendida pelo Ex Ministro Nery da Silveira, fixa um prazo 
para a elaboração da lei. Se descumprido o prazo concede a injunção. Os mandados de 
injunção concedidos pelo Supremo com base nessa tese são: MI 721, 758. 
Exercícios de Fixação: 
 
01) Ação cujo objetivo é sanar a omissão inconstitucional é: 
a) A ação declaratória de constitucionalidade 
b) A ação direta de inconstitucionalidade em face de ato normativo 
c) A representação de inconstitucionalidade 
d) O mandado de injunção 
 
Resposta: D 
 
3. HABEAS DATA 
 
 O Habeas data é uma ação constitucional de natureza civil, gratuita, que 
pretende viabilizar o acesso, a retificação ou anotação de informação da pessoa do 
impetrante constante em bancos de dados públicos ou privados de caráter público. O 
banco de dados de interesse público pode ser transferido a terceiros e não restrito ao 
órgão que o detém. O Habeas data tem caráter personalíssimo, porém comporta exceção 
no direito sucessório. 
 O art. 5º, inciso LXXII da Constituição, regulado pela Lei 9.507/97, regulamenta 
o Habeas data. Assim dispõe o citado inciso: conceder-se-á Habeas data para assegurar 
o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros 
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, para a 
retificação de dados quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo. 
 
3.1. Legitimidade do Habeas Data 
 
 As pessoas físicas, as pessoas jurídicas, os órgão públicos despersonalizados 
(mesa da Câmara, mesa do Senado) são legitimados ativos para interpor Habeas data. 
As pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado com caráter público, órgão 
público despersonalizados são os legitimados passivos. 
 
 
3.2. Procedimento e competência do Habeas Data 
 
 A súmula dois (2) do Superior Tribunal de Justiça assegura que não cabe Habeas 
data se não houver recusa de informações por parte da autoridade administrativa. O 
procedimento do Habeas data é dividido em duas fases: administrativa e judicial. O 
certo é que na fase judicial exige-se necessariamente que a informação personalíssima 
tenha sido negada. Os recursos cabíveis são: apelação, recurso ordinário no STF, 
recurso extraordinário e o recurso especial. O Ministério Público possui legitimidade 
recursal, conforme súmula 99 do STJ. Mais uma vez cabe ressaltar que não cabe recurso 
ordinário constitucional para o Superior Tribunal de Justiça em Habeas data. 
 A competência para julgar o Habeas data está disposta na Constituição e pode 
ser do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, d), Superior Tribunal de Justiça (105, I, b), 
do Tribunal Regional Federal (108, I, c), da Justiça Federal (109, VIII), da Justiça do 
Trabalho (114, IV) e do Tribunal Superior Eleitoral (121, § 4º, V). 
 É cabível liminar em Habeas data. Se a decisão denegatória não apreciar o 
mérito, o pedido poderá ser renovado, ou seja, a ação pode ser ajuizada novamente. 
 
 
Exercício: 
 
01) (OAB:2011.2) O habeas data não pode ser impetrado em favor de terceiro 
PORQUE 
I) visa tutelar direito à informação relativa à pessoa do impetrante. 
 
II) A respeito do enunciado acima é correto afirmar que: 
 
a) ambas as afirmativas são falsas. 
b) a primeira afirmativa é falsa, e a segunda é verdadeira. 
c) a primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa. 
d) ambas as afirmativas são verdadeiras, e a primeira justifica a segunda. 
 
Habeas Data 
 
 Art. 5.º, LXXII 
 Conhecimento de 
informações, 
retificação e 
anotação de dados. 
Direito Geral de Informação 
 
 Art. 5º, XXXIII 
 Informação de interesse 
particular, coletivo e 
geral, salvo se sigilo do 
Estado e da sociedade. 
 Cabível MS 
Direito de Certidão 
 
 Art. 5º, XXXIV 
 Cabível MS 
Resposta: D 
 
 
 
4. AÇÃO POPULAR 
 
 A ação popular é uma ação constitucional, gratuita, salvo má-fé, de natureza 
cível que visa anular ato ou contrato lesivo ao patrimônio público ou ainda a moralidade 
administrativa, ao meio ambiente ou ao patrimônio histórico cultural. O patrimônio 
público pode ser material ou imaterial, ou seja, tanto uma lesão ao erário ou não. A ação 
popular pode ser preventiva ou repressiva. A lei 4.717/65 e o art. 5.º, inciso LXXIII, da 
Constituição regulamentam a citada ação. Assim diz o inciso LXXIII: qualquer cidadão 
é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio 
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, 
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
4.1. Legitimidade da Ação Popular 
 
 O legitimado ativo da ação popular é o cidadão, portanto, aquele que é dotado 
de Direitos Políticos. A legitimidade independe de circunscrição eleitoral, assim o 
eleitor de Belo Horizonte pode propor uma ação popular em Contagem. O menor entre 
16 e 18 anos, desde que tenha título eleitoral, pode ajuizar ação popular. O português 
equiparado é o único estrangeiro legitimado para propor a ação. A pessoa jurídica, o 
Ministério Público e quem têm os direitos políticos suspensos não podem interpor a 
ação popular. A legitimidade passiva fica por conta das pessoas jurídicas de direito 
público, as autoridades administrativas e os beneficiários diretos. Os beneficiários 
indiretos (de boa-fé) não podem estar no polo passivo. 
 
 
 
4.2. Competência da Ação Popular 
 
 A ação popular não possui foro por exercício de função. A competência é da 
primeira instância. A exceção ocorre quando tratar de conflito federativo e intervenção 
da União. Nesse caso haverá prerrogativa de função. 
Sugestão! Gostaríamos de sugerir aos alunos que entrem no site do Supremo leiam a 
reclamação 3331. Essa reclamação refere-se à Raposa Terra do Sol (Roraima). 
 
4.3. Efeitos da Ação Popular 
 
 Os efeitos mais conhecidos da decisão da ação popular são: 
 Invalidar o ato lesivo ao patrimônio público; 
 Condenação das autoridades administrativas, funcionários ou beneficiários 
diretos (mitigação do princípio da congruência ou da adstrição do juiz ao 
pedido); 
 Condenação das autoridades administrativas, funcionários ou beneficiários à 
custa e honorários; 
 Efeitoerga omnes (se a ação popular for improcedente por insuficiência de 
prova, o pedido pode ser renovado. Coisa julgada secundum eventum probatione 
ou eventum litis); 
 
4.4. Considerações finais da Ação Popular 
 
 A ação popular possui prazo prescricional de cinco anos contados da lesão ao 
patrimônio público. A condenação pode ser diferenciada para cada litisconsorte e exige 
reexame necessário, salvo no caso de improcedência. Não é cabível a ação popular 
contra: ato de natureza político; contra decisão judicial; contra ato normativo em tese 
nos moldes da súmula 266, STF, exceto se o ato normativo for de efeito concreto. 
Exercício: 
 
01) “Qualquer cidadão, no pleno gozo de sues direitos políticos, pode invalidar atos ou 
contratos administrativos ilegais ou lesivos ao patrimônio da União, Distrito Federal e 
Municípios”. 
Essa afirmação refere-se a 
a) Mandado de Segurança 
b) Habeas Data 
c) Ação popular 
d) Ação de improbidade administrativa 
 
Resposta: C 
 
5. HABEAS CORPUS 
 
 O Habeas corpus surgiu no Brasil com a Constituição de 1891. É um remédio 
voltado para a garantia da liberdade física de locomoção. É uma ação que assegura ao 
indivíduo o direito de não sofrer constrição ilegal ou abusiva em seu direito de ir, vir e 
permanecer. 
 O Habeas corpus pode ser preventivo, com o objetivo de impedir a perpetração 
da violência ou coação ilegal, ou suspensiva, utilizada com o propósito de liberar o 
paciente quando já consumada a coação. Esse remédio está previsto no art. 5.º 
inciso LXVIII que assim aduz: conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém 
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. O Código de Processo Penal nos art. 647 
a 667 regulamenta o citado instituto. 
 
5.1. Legitimidade 
 
 A impetração do Habeas corpus pode ser feita por qualquer pessoa física, em seu 
favor ou de outrem, e pelo Ministério Público. Pode ainda ser concedido de ofício por 
qualquer juiz ou tribunal se verificada a ilegalidade. O citado remédio não exige 
capacidade postulatória, portanto qualquer pessoa, mesmo sem advogado, poderá 
impetrá-lo. Até mesmo um civilmente incapaz ou um analfabeto pode requerê-lo. A 
justificativa seria que a liberdade de locomoção é um bem tão valioso que não pode ser 
cerceamento por mero procedimento formal. 
 A legitimidade passiva pode ser qualquer pessoa, até mesmo um particular, 
desde que o constrangimento seja decorrente da função por ele exercida. Todavia, a 
Constituição no art. 142, § 2º assegura que não é cabível Habeas corpus em relação a 
punições disciplinares militares. 
 
5.2. Objetivo 
 
 O Habeas corpus tem como objetivo proteger a liberdade de locomoção ou 
qualquer cerceamento ilegal praticado com abuso de poder. A ilegalidade seria uma 
afronta direta à lei. O STF também tem admitido o remédio para trancar ação penal 
quando houver ausência de justa causa. No entanto, essa medida é considerada como de 
caráter excepcional, não se aplicando quando houver indícios de autoria e materialidade 
do fato criminoso. 
Exercícios de Fixação 
01) O remédio constitucional voltado à proteção de direito liquido e certo referente à 
liberdade de locomoção é: 
a) A Ação Civil Pública 
b) A Ação Popular 
c) O Habeas Corpus 
d) O Mandado de Segurança 
Resposta: C 
 
6. AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
 
 A ação civil pública é um dos meios mais significativos de efetivação das 
normas constitucionais na defesa coletiva dos direitos fundamentais. Essa ação foi 
criada pela Lei 7.347/85 que fixou a disciplina da responsabilidade por danos causados 
ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico e a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. 
 O Código de Defesa do Consumidor trouxe contornos mais precisos e teve o seu 
objeto ampliado para abranger, muito além dos interesses e direitos difusos e coletivos, 
a categoria dos direitos individuais homogêneos. Assim, o novo sistema da ação civil 
pública tem por finalidade a tutela jurídica de todos os interesses e direitos difusos, 
coletivos e individuais homogêneos. A citada ação tem por objeto a condenação em 
dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. O art. 129, inciso III 
assegura que são funções institucionais do Ministério Público promover o inquérito civil 
e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente 
e de outros interesses difusos e coletivos. E o art. 5º da citada Lei 7.347/85 trouxe os 
legitimados ativos para a propositura da ação: o Ministério Público, a Defensoria 
Pública, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a autarquia, empresa 
pública, a fundação ou sociedade de economia mista e a associação que esteja 
constituída há pelo menos um ano e inclua entre suas finalidades a proteção ao meio 
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
A Lei n° 7.347/85 deu legitimidade ativa ao Ministério Público e às pessoas 
jurídicas estatais, autárquicas e paraestatais, assim como às associações destinadas à 
proteção do meio ambiente ou à defesa do consumidor, para proporem a Ação Civil 
Pública nas condições que especifica (art. 5°). Evidente que o Ministério Público está 
em melhor posição para o ajuizamento dessa ação, por sua independência institucional e 
atribuições funcionais. Há a possibilidade de concomitância de ajuizamento de ação 
civil pública e ação popular. 
É o inquérito civil procedimento meramente administrativo, de caráter pré-
processual, que se realiza extrajudicialmente. De instauração facultativa, desempenha 
relevante função instrumental. Os titulares da ação civil pública, as associações 
inclusive, possuem legitimidade e autonomia para o ajuizamento da ação antes do 
Ministério Público, ou mesmo durante a tramitação do inquérito civil, ou após seu 
arquivamento. 
Ajuizada a ação dela não pode desistir o Ministério Público, por ser indisponível 
o seu objeto, mas, a final, diante das provas produzidas, poderá opinar pela sua 
procedência ou improcedência, como faz nas ações populares, cabendo ao Juiz acolher 
ou não sua manifestação. Se a associação autora desistir ou abandonar a ação, o 
Ministério Público assumirá a titularidade ativa (art. 5°, δ 3°). 
A Ação Civil Pública e as respectivas medidas cautelares deverão ser propostas 
no foro do local onde ocorrer o dano. O processo dessa ação é o ordinário, comum, do 
Código de Processo Civil, com a peculiaridade de admitir medida liminar suspensiva da 
atividade do réu, quando pedida na inicial. O juiz poderá conferir efeito suspensivo a 
qualquer recurso, para evitar dano irreparável ao recorrente. Sendo a União, suas 
autarquias e empresas públicas interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou 
opoentes, a causa correrá perante os juízes federais e o foro será o do Distrito Federal ou 
da capital do Estado. Sendo o Estado, suas autarquias ou entidades paraestatais 
interessados na causa, mesmo que lei estadual lhes dê Vara Privativa na Capital, ainda 
assim prevalece o foro do local do dano. 
O réu na Ação Civil Pública tem responsabilidade objetiva pelos danos 
causados ao meio ambiente, por isso mesmo o autor não precisa demonstrar culpa ou 
dolo na sua conduta, bastando evidenciar o nexo de causalidade entre a ação ou omissão 
e o dano decorrente. Essa responsabilidade objetiva específica provém da Lei n° 
6.938/81, art. 14, § 1°. A mesma situação processual ocorre quando a ação visa à 
proteção do consumidor.

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