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07 Economia Interna de Escala e Concorrencia Imperfeita

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Economias internas de escala, diferenciação
de produto e de desempenho e integração
econômica
Introdução
Nesta aula, continuaremos avaliando como as economias de escala afetam a especialização e o
comércio internacional. Dessa forma, destacamos os seguintes fatos:
1. Economias internas de escala significam que o custo médio de produção de uma empresa cai
à medida que sua produção aumenta;
2. A concorrência perfeita, esse custo médio decrescente será inferior ao custo marginal,
forçando a saída de algumas empresas até que seja atingido um novo equilíbrio em
concorrência imperfeita;
3. Em concorrência imperfeita, podemos introduzir duas características observadas no mundo
real:
• Na maioria dos setores, as empresas produzem mercadorias diferenciadas uma das outras; e
• As medidas de desempenho variam amplamente entre as empresas.
Introdução
o Visando facilitar a exposição, começaremos assumindo que não há diferenciação quanto ao
desempenho, apenas no produto.
o Posteriormente, avaliaremos como as diferenças entre empresas a diferentes repostas às forças
internacionais. Gerando tanto “perdedores” quanto “ganhadores” entre os diferentes tipos
(quanto ao desempenho) de empresas.
o Veremos como, adicional ao ganho de comércio, a produção mundial se concentrará nas
empresas de maior desempenho, aumentando a eficiência global.
o Por fim, estudaremos o incentivo maior às empresas mais eficientes a entrarem em comércio
internacional, seja pela exportação, terceirização de alguns processos de produção imediatos ou
tornando-se multinacionais operando em vários países.
Teoria da Concorrência Imperfeita
Em mercados competitivos, há vários compradores e vendedores de tal forma que todos sejam
tomadores de preço, ou seja, nenhuma ação individual afetará o preço.
Todavia, em concorrência imperfeita, há agentes (compradores ou vendedores) capazes de
influenciar individualmente os preços. Assim, por exemplo, uma empresa tal com poder de
influencia no mercado pode reduzir suas vendas visando aumentar o preço de venda para
aumentar seu lucro. Na ótica dos produtores, podemos destacar duas razões para tal capacidade
dessas empresas:
• O mercado de um determinado bem é composto por poucas, mas grandes, empresas
(monopólios ou oligopólios por exemplo); ou
• O produto de certa empresa é diferenciado (aos olhos dos consumidores) em relação ao
produzido por uma rival.
Em economias internas de escalas, o número de empresas irá reduzir e/ou as sobreviventes serão
forçadas a produzir produtos diferenciados.
Teoria da Concorrência Imperfeita
Monopólios
Enquanto em concorrência perfeita a curva de Receita Marginal da
empresa é idêntica à de Demanda (pois 𝑅𝑀𝑔 = 𝑝∗ , constante
resultante do equilíbrio em concorrência perfeita), a curva de
Receita Marginal de um monopolista é 𝑅𝑀𝑔 = 𝑝′(𝑞) ∙ 𝑞 + 𝑝(𝑞),
onde 𝑝′ 𝑞 < 0. Logo, a curva de RM do monopolista se encontra
abaixo da curva de Demanda.
Por sua vez, a maximização do lucro do monopolista é dada por pelo
ponto 𝑞𝑚, 𝑝𝑚 tal que 𝑅𝑀𝑔 = 𝐶𝑀𝑔. Nesse ponto, o lucro do
monopolista será 𝑝𝑚 − 𝐶𝑀é𝑑(𝑞𝑚) ∙ 𝑞𝑚 > 0, chamado de lucro de
monopólio (além do mark up da economia).
Teoria da Concorrência Imperfeita
Monopólios
Observem que 𝐶𝑀é𝑑′ 𝑞 =
𝐶(𝑞)
𝑞
′
=
𝐶′(𝑞)∙𝑞−𝐶(𝑞)
𝑞2
=
1
𝑞
𝐶′(𝑞) − 𝐶𝑀é𝑑(𝑞) . Logo, se 𝐶𝑀é𝑑′ 𝑞 < 0 , então
𝐶′ 𝑞 < 𝐶𝑀é𝑑(𝑞).
No exemplo ao lado, temos 𝐶 𝑞 = 5 + 𝑞, logo 𝐶𝑀𝑔 𝑞 =
1 para qualquer 𝑞 e 𝐶𝑀é𝑑 10 =
5+10
10
= 1,5. Nesse caso,
temos um custo variável linear 𝐶𝑉 = 𝑞 e, portanto, a
economia de escala decorre sobre o custo fixo médio
decrescente
5
𝑞
.
Teoria da Concorrência Imperfeita
Concorrência Monopolística
Situações de monopólios puros, como a anterior, são raras, pois a existência de lucros extras
atraem competidores. Um caso intermediário, entre o monopólio puro e a concorrência perfeita
é o oligopólio, onde cada empresa ainda possui certo poder de mercado capaz de auferir lucros
extras, caso que não abordaremos no momento (as implicações são similares).
Por outro lado, é comum a concorrência vender produtos similares mas não idênticos
(substitutos próximos), seja por razões legais (patentes, por exemplo) ou tecnológicas. Assim,
mesmo havendo um gama grande de produtores em certo mercado, cada empresa pode ditar os
preços dentro da sua variedade de produto individual ou marca.
Em particular, o modelo de concorrência perfeita considera que o número de empresas que
compõem o mercado é grande o suficiente para que nenhuma delas afete as condições de
demanda e de oferta agregada. Assim, cada empresa toma os preços dos concorrentes como
dado e define seu preço sem observar o impacto do mesmo sobre os demais, apenas o impacto
da elasticidade cruzada sobre a sua curva de demanda.
Teoria da Concorrência Imperfeita
Concorrência Monopolística
Nesse modelo, a indústria
possui lucro zero, mas as
empresas individualmente
podem ter lucros ou
prejuízos.
Assim, caso haja lucro (ou
prejuízos) no curto prazo,
haverá a entrada (ou saída)
de firmas do mercado,
induzido o mercado a ser
formado por n empresas no
longo prazo, tal que
tenhamos lucro-zero nessa
indústria.
Concorrência monopolística e comércio
Seguindo a lógica do modelo de concorrência monopolística, o comércio internacional aumenta
o tamanho do mercado, permitindo uma escala maior de produção (gerando ganhos de escala) e
permitindo a entrada de um número maior de produtores de bens diferenciados (substitutos
imperfeitos).
Logo, “o modelo de concorrência monopolística pode ser usado para mostrar como o comércio
melhora o trade-off entre escala e variedade que as nações individuais enfrentam”.
Assim, integrar mercados por meio do comércio internacional tem os mesmo efeitos do
crescimento de um mercado dentro de um mesmo país. Vejamos isso a seguir.
Concorrência monopolística e comércio
Concorrência monopolística e comércio
Um exemplo numérico (vide Krugman (2010) para as especificações do mesmo) dos ganhos 
produzidos pelo mercado integrado é fornecido abaixo:
Concorrência monopolística e comércio
Este exemplo numérico mostrou duas novas características do comercio com concorrência
monopolística em relação aos modelos baseados em vantagem comparativa:
 A diferenciação de produto e economias internas de escala levam a um comércio entre países
similares sem diferenças de vantagem comparativa entre eles (a Doméstica importará alguns
tipos de modelos enquanto a Estrangeira importará os demais, ou seja, há um comércio
interindustriais, a troca mútua de mercadorias similares); e
 Há dois canais de benefícios de bem estar ao entrar em comércio para ambos os países, há
uma variedade maior de bens similares (no exemplo, o número de modelos de automóveis
aumentou para 10) e a redução do preço (no exemplo caindo para US$ 8.000,00) decorrente do
ganhos de escala.
Concorrência monopolística e comércio
O comércio intraindústria depende de um sistema
de classificação de mercadorias em diferentes
industrias. Todavia, ele é responsável por parcela
significativa do comercio internacional.
Vencedores, perdedores e desempenho 
da indústria em comercio internacional
No exemplo numérico, vimos que somente 10 das 14 empresas existentes inicialmente
sobreviveram, porém a produção das empresas restantes aumentou. Nesse exemplo, as
empresas foram tratadas como simétricas, logo não havia diferença em qual empresa saiu ou
continuou.
No mundo real, o aumento da concorrência tende prejudica mais as empresas com pior
desempenho, pois essas são forçadas a sair do mercado. Por outro lado, as empresas mais
eficientes se expandirão ainda mais. Logo, o desempenho global da indústria irá melhorar com o
comércio internacional associado a um processo de seleção.
Vencedores, perdedores e desempenhoda indústria em comercio internacional
Suponha, agora, que as empresas
não sejam simétricas,
apresentando curvas de custo
diferentes e, ainda, a mesma curva
de demanda (exemplo ao lado).
Vemos que ambas as empresas
terão lucro, pois 𝑝1 − 𝑐1 > 0 e
𝑝2 − 𝑐2 > 0 (desde que 𝑐 > 𝑐
∗ ,
isso ocorrerá).
Ainda, a empresa 1 irá definir um
preço menor mas terá um lucro
maior (área sombreada).
Nesse caso, a entrada de empresas
ocorrerá até que todas tenham
lucro esperado igual a zero.
Vencedores, perdedores e desempenho 
da indústria em comercio internacional
Com o comércio internacional:
 A curva de demanda “gira”,
induzindo maior concorrência
especialmente para as empresas
piores e aumentando a demanda
total especialmente para as
empresas melhores.
 A diminuição na demanda para
empresas piores é traduzida pela
redução em 𝑐∗ o custo marginal
de corte (para a empresa ainda
ter lucro)
Custos do comércio e decisão de importação
Na realidade, raramente a internacionalização integra
completamente o mercado entre os países pois, apesar
de reduzir o custo de comércio entre os países eles
ainda não desaparecem.
Os custos de comércio associados com essa passagem de
fronteira também são uma característica notável dos
padrões de comércio no nível de empresa. Veja, ao lado,
como é baixo o percentual das vendas totais feitas por
empresas manufatureiras americanas para outros países.
Temos duas razões para tanto:
• O comércio corta a quantidade de empresas dispostas
ou capazes de alcançar consumidores através da
fronteira; e
• Os custos de comércio em si reduzem as vendas de
exportação das empresas que alcançam consumidores
através da fronteira.
Custos do comércio e decisão de importação
Assim, quando introduzimos o
problema de custo de comércio, as
empresas passam a considerar a
localização de seus consumidores,
as vezes optando por não alcançar
consumidores em outro país.
Seja 𝑐∗ o limiar de custo marginal
acima do qual não é lucrativo para
a empresa operar. Se adicionamos
um custo unitário adicional de 𝑡,
veja ao lado como poderá ser
inviável para algumas empresas se
manter no mercado.
Custos de Comércio - Dumping
Considere uma empresa com custo marginal 𝑐 e custo marginal 𝑐 + 𝑡 no mercado exterior. Ela
poderá definir um preço 𝑝𝑋 no exterior diferente de 𝑝𝐷, o qual ela aplica no seu mercado. Uma
vez que uma empresa com custo marginal escolherá uma margem de lucro menor, no mercado
estrangeiro essa empresa irá firmar 𝑝𝑋 − 𝑐 + 𝑡 < 𝑝𝐷 − 𝑐 com uma margem menor do que no
seu mercado.
Logo, ela estará fixando preço de exportação menor que seu preço 𝑝𝑋 − 𝑡 < 𝑝𝐷, prática
conhecida como dumping, prática considerada injusta em muitos países.
Multinacionais
Nas estatísticas norte-americanas, uma
empresa é considerada multinacional
quando uma estrangeira adquiri ao
menos 10% de uma empresa
estadunidense ou a segunda adquire ao
menos 10% de uma empresa
estrangeira.
Quando uma empresa norte –
americana compra mais que 10% de
uma empresa no exterior ou quando
ela constrói uma instalação produtiva
no exterior, temos o chamado
investimento estrangeiro direto (IED).
Multinacionais
As atividades de produção que uma empresa afiliada no exterior executam podem ser
categorizadas em uma das duas seguintes:
1. O afiliado repete o processo produtivo em outro lugar do mundo;
2. A cadeia de produção é quebrada e partes do processo são transferidas para a localidade
afiliada.
No primeiro caso teremos o chamado IED horizontal, cuja principal motivação é locar a base
produtiva perto dom mercado consumidor, reduzindo custos de comércio e de transporte. A IED
horizontal é dominada pelos fluxos entre países desenvolvidos.
Já no segundo teremos o IED vertical, o qual é guiado pelas diferenças de custo de produção
entre os países (vantagem comparativa). Esse tipo de IED está por trás do grande aumento de
fluxo para países em desenvolvimento.
Multinacionais
Multinacionais
Ainda que a IED horizonte reduza os custos de comércio e de transação, ela implica em perda
parte do ganho de escala associado a concentração da produção. Logo, a decisão da empresa
em exportar ou investir numa nova unidade de produção no exterior passa pela ponderação
entre esses custos (se ela apenas exporta, há custo de comércio e de transação, mas se ela
produz no exterior, ela perde parte do ganho de escala além de ter que investir em uma nova
unidade fabril).
No caso da IED vertical, a escolha passa por ponderar o custo do novo investimento, além da
perda de ganho de escala, contra a diferença nos custos de produção em cada localidade.
Por fim, ainda que haja vantagem comparativa ou custo de transporte alto, o investimento em
linhas produtivas no exterior só será realizado caso a escala de produção nessa nova unidade
compense o custo fixo de implementação das mesmas.
Multinacionais e Terceirização
Até este ponto, consideramos apenas a decisão da empresa em adquirir uma estrangeira ou
realizar um investimento no exterior. Contudo, em alternativa à IED horizontal, ela pode licenciar
um produtor externo.
Por outro lado, em alternativa à IED vertical ela pode contratar uma empresa externa
independente, a chamada terceirização estrangeira.
A realocação de partes da cadeia de produção no exterior, seja pela terceirização estrangeira ou
pela IED vertical, é chamada de offshoring. Em geral, a principal razão para uma empresa não
adota-la é a combinação de alto custo fixo com baixo custo de produção, exigindo assim que a
empresa tenha um alto nível de escala para viabilizar o offshoring.
Multinacionais e Terceirização
Consequências de multinacionais e 
terceirização estrangeira
 Realocar a produção propicia ganhos globais decorrentes do melhor aproveitamento nas 
diferenças de custos. Porém gera efeitos sobre a renda, alguns melhoram e outros pioram.
 Alguns tipos de empresas iram expandir o emprego, outras podem reduzi-lo.
 Os trabalhadores com características similares serão afetados pelos deslocamentos ligados ao 
offshoring.

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