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Universidade Federal de Goiás Campus Catalão Curso de História Disciplina: História do Brasil I Docente: Dr. Getúlio Nascentes da Cunha Resenha Os Índios antes do Brasil – Fausto Carlos Discente: Dienes Januário de Souza (125065) Catalão, 22 de Maio de 2013. FAUSTO, Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000. 95 p. Muitos questionamentos são feitos acerca da História dos Indígenas nas Américas, visto que antes da chegada de Cabral, os registros são apenas arqueológicos, os quais não são suficientes para sanar toda a curiosidade da comunidade em geral. Infelizmente o sistema Educacional Brasileiro, reporta que em tal período, existiam apenas selvagens, sem quaisquer tipos de organização, seja política, religiosa e/ou social. O livro Os índios antes do Brasil, de Carlos Fausto, faz parte da Coleção Descobrindo o Brasil, da Editora Zahar, o qual permite ao leitor, fazer uma viagem para a América antes da chegada dos colonizadores, vivenciando aspectos relevantes da sociedade existente. (Cf. p. 7) Carlos Fausto partindo de ideias já consolidadas do antropólogo norte-americano Julian Steward, publicadas em 1940, com a publicação do Handbook of South American Indians, propõe as suas hipóteses sobre a História dos Índios do Baixo Continente. Nas análises de Fausto, o proposto por Steward em suas publicações, é uma generalização baseada no inatingível Império Inca, o que desta forma, remove os demais povos então existentes. Carlos Fausto divide a obra em uma expedição com várias escalas, até o Oceano Atlântico, ou seja, partindo da esquerda para a direita no mapa da América do Sul, ao contrário do se aprende na escola de que Cabral “descobre” os índios no litoral. Desta forma, é possível perceber algumas paradas relevantes para a construção da ideia principal do livro. A jornada inicia-se nas regiões Andinas, no Império Inca, posteriormente, o leitor faz um mergulho na densa floresta Amazônia, chegando à Ilha do Marajó, na região do Xingu. Em sequência, o cerrado foi sendo explorado, porém tinha-se o conceito de que “os povos do sertão Tapuia era gente Bárbara” (p. 62), e também que “Steward via o cerrado como um ambiente ainda mais improdutivo que a floresta e, portanto, como repositório de culturas marginalizadas” (p.63), mais adiante há o encontro com os Tupi-Guarani e com as embarcações portuguesas. O autor reafirma sua perspectiva citando pesquisas como de Meggers, onde escavações comprovaram que a floresta tropical era o hábitat de sociedades simples e pequenas, completando a opinião de que os povos aqui existentes se diferenciam mais do que pareciam com os Incas. Logo, é importante ressaltar que se a civilização aqui existente fosse de fato Inca, os recursos naturais haviam se esgotado com a grande densidade demográfica, o que não aconteceu. (Cf. p. 25) Outra pesquisa relevante foi a de Anna Roosevelt, nos anos de 1980, nessas escavações, encontrou-se “a magnífica cerâmica marajoara, cujo refinamento e sofisticação não tem paralelo contemporâneo na Amazônia indígena (embora o tenha com outras cerâmicas pré-coloniais, como a da chamada cultura Santarém) (p. 27). Interessante foi a descoberta de uma urna funerária contendo restos humanos preservados, o significado de tal ainda é incerto. É importante salientar que o autor, apesar de demonstrar estudos contrapostos, cria uma espécie de sequência nas ideias propostas pelos autores citados, portanto, não demonstra o conceito de pesquisas como uma algo fixa, mas sim como sugestões, como por exemplo, cita o proposto por Anna Roosevelt de que em torno de 1000 d.C. as tribos começaram a organizar em territórios estratificadas com centralização política, os cacicados, não criticando dessa forma o modelo oposto sugerido por Steward. (Cf. p. 34) Carlos Fausto é bacharel em Ciências Sociais pela USP (1985), mestre em Antropologia Social pela UFRJ (1991), e doutor em Antropologia pela UFRJ (1997), atualmente é professor da UFRJ, publicou vários livros e artigos sobre povos indígenas, em especial sobre guerra, xamanismo, etnohistória, arqueologia, ritual e arte. Contudo, pode-se concluir que em proporcionar uma expedição ao leitor, Carlos Fausto cita vários autores, várias tribos e regiões da América do Sul, principalmente no território Brasileiro. O texto é transmitido não apenas com letras, mas também com diversas imagens e mapas, tornando mais fácil a interpretação e entendimento de que o lê. Logo, o texto torna-se interessante além de transmitir de maneira suscita o grande conteúdo abordado. Referências Currículo Lattes - Carlos Fausto. Disponível em: < http://buscatextual.cnpq.br /buscatextual/visualizacv.do?id=K4785821Y3 >. Acesso em 01/05/2013. Coleção Descobrindo o Brasil – Editora Zahar. Disponível em:< http://www.dotlib. com.br/editoras.php?id=61 >. Acesso em 01/05/2013.
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