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FIGUEIREDO, Luciano. Mulher e Família na América Portuguesa.

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Universidade Federal de Goiás
Campus Catalão
Curso de História
Disciplina: História do Brasil I
 Docente: Dr. Getúlio Nascentes da Cunha
Resenha
Mulher e família na América Portuguesa
Discente: Dienes Januário de Souza (125065)
 
Catalão, agosto de 2013.
FIGUEIREDO, Luciano. Mulher e Família na América Portuguesa. Discutindo a História do Brasil. São Paulo: Atual, 2004.
	No Brasil Colônia o padrão inserido para relações afetivas, principalmente pela Igreja Católica, era baseado na submissão da mulher ao marido. Sobretudo as meninas eram forçadas a casamentos prematuros, que na maioria visavam interesse financeiro, o que trazia pedidos de anulação matrimonial, por parte da mulher, causados principalmente por violência e adultério. O Livro Mulher e família na América portuguesa, de Luciano Figueiredo, faz parte da Coleção Discutindo o Brasil, da Editora Atual, a qual apresenta ao leitor um amplo conhecimento sobre o passado do país, discutindo vários temas de grande importância para a construção de um pensamento crítico acerca da sociedade passada e atual. (Cf. p 14)
	O autor dividiu a obra em seis capítulos para descrever o papel da mulher no período Colonial. Inicialmente o autor retrata na miscigenação racial ocorrida entre as famílias, o contato dos portugueses com os indígenas e posteriormente com os africano. Logo, o contato sexual entre diferentes povos foi grande visto que portugueses viviam de maneira marital com índias, senhores de engenho mantinham relações com escravas negras, mineradores se relacionavam com as mais varias mulheres ali existentes, dentre outros. Porém com o matrimônio apresentam caráter aristocrático, a Igreja Católica buscou implementar um casamento oficializado na Colônia, visando o controle das condutas afetivas e transmissão de heranças, como existente na Idade Média, por toda a Europa.
	Propôs-se como idade mínima para o casamento de 14 anos para homens e 12 anos para mulheres, católicos não podiam casara-se com judeus e/ou muçulmanos, o casamento deveria ser autorizado pelo padre, o qual anunciava a união durante três domingos, para garantir que não houvesse impedimentos. (Cf. p. 18)
 	A moral e ética dos relacionamentos era mantida pela Igreja, a qual dizia que “o homem não poderia mais separar o que Deus havia unido” (p. 17). Porém tal intervenção não foi forte o suficiente para impedir o adultério, o que ocasionou diversos pedidos de separação ao vigário-geral.
	Mesmo descentralizada a Inquisição Portuguesa, realizava pequenos tribunais para julgar aqueles que eram denunciados de comportamento impróprio ao casamento. Visando a moral comportamentos como amancebamento, incesto, adultério e prostituição eram considerados crimes, e a pena era do réu se redimir diante da sociedade e viver de acordo com as leis cristãs. (Cf. p. 22)
	Infelizmente e talvez até os dias atuais, a união entre duas pessoas não está necessariamente vinculado ao amor, ao afeto e carinho, mas sim a afirmação social, consolidação do patrimônio. 
	Os bispados combatiam as relações de concubinato, em diferentes locais do país. Onde “pecado grave é que qualquer solteiro tenha concubinas; mas [é] gravíssimo [...] viverem também os casados neste estado de condenação [...] (p. 26).
	No segundo capítulo o autor critica a formação da sociedade, afirmando que a forma que o Brasil foi colonizado influenciou na formação de diferentes laços afetivos, visto que a maioria dos viajantes que aportavam no país vinham desprovidos de suas famílias.
A mulher começou a desenvolver novos papeis, visto que a Coroa Portuguesa começou a enviar mulheres órfãs e famílias católicas, então aumentou a quantidade de mulheres cristãs no novo continente. Porém a mulher começou a ter papeis importantes, como inclusive a administração de capitanias hereditárias.
Com o passar dos tempos o caráter de família medieval começou a ser extinto, aproximando do conhecido atualmente, sendo baseado em relações afetivas e de intimidade.
Em Portugal lares para órfãos existia desde o século XII, porém fora adotado no Brasil a partir do século XVIII, as Santas Casas de Misericórdia, para acolhimento de menores abandonados. 
No terceiro capítulo o autor descreve a conceito familiar como mosaico, ou seja casamentos por interesse começaram a dar espaço a matrimônios afetivos, porém iniciaram diversas praticas conjugais, que variaram desde a poligamia a relações consensuais, com total liberdade.
	Nas casas de engenho a situação familiar era ainda mais peculiar, visto que os senhores de engenho copulavam com as escravas gerando bastardos, os quais sofriam grande preconceito da Casa-grande. 
Os portugueses discriminavam os indígenas também pelo seu costume de oferecer aos visitantes, comida, rede e sua própria mulher, com isso foram chamados de bárbaros, e forçados a catequese. As comunidades indígenas sofreram muito com os portugueses, fato este que desencadeava conflitos terríveis. 
A condição feminina também foi reportada pelo autor, ele conta que viajantes europeus registravam a sedução das mulheres aqui existentes, tal sedução foi confundida várias vezes com a magia desenvolvida por mulheres em vilas.
Maria Graham esteve no Brasil entre 1821 e 1823, e disse que o envelhecimento precoce das mulheres estava relacionado com o desleixo das mesmas com o seu corpo, como disse Maurício de Nassau, moças ainda novas perdiam os dentes, e por permanecerem muito tempo sentadas, quando andavam é como se arrastassem correntes. (Cf. p. 71)
Além disso, as mulheres podiam ser mais cruéis que homens, como disse Victor-Athanase Gendrin, em 1817, pois elas espancavam negros e negras pelas menores falhas.
O corpo da mulher estava sempre em destaque naquela sociedade, sendo comparado inclusive como obra do diabo. Logo, a mulher era considerava por vezes como ameaça, pois temia-se que o útero feminino, fosse um poço de feitiço e veneno.
A respeito da educação, dizia-se que as mulheres não detinham tal merecimento, visto que a educação feminina era voltada somente para o seu papel de mãe e esposa, bem diferente do que era ensinado aos meninos.
É importante salientar que desde o inicio a mulher teve papel importante no trabalho, seja como domésticas, rendeiras, costureiras, cozinheiras ou parceiras sexuais dos senhores de engenho. Mulheres estiveram presentes inclusive na mineração no séculos XVIII, no comando de vastas propriedades rurais, na criação de gado, na agricultura e na produção de diversos alimentos.
Para finalizar a sua viagem ao Brasil Colônia o autor traz a precariedade da sociedade, demonstrando como várias mulheres viviam no sistema de escravidão. E nessa face o autor cita com desprezo a mais perversa forma de escravidão feminina, o cativeiro das amas-de-leite, obrigadas a alimentar filhos de outras mulheres.
Luciano Figueiredo é licenciado em História pela PUC-RJ (1982), mestre (1989) e doutor (1996) em História Social pela USP. Nos últimos anos concentrou seus estudos na história das lutas políticas na Época moderna, na Europa e na América. Foi editor da Revista Acervo (Arquivo Nacional), fundador e editor da Revista Nossa História e da Revista de História da Biblioteca Nacional, publicações voltadas para a popularização da disciplina. A experiência com este tipo de trabalho e a coordenação de inúmeros projetos desde 2003 ampliaram seu interesse nos temas relacionados à divulgação científica e História. Atualmente é editor da Revista TEMPO, do Departamento e Programa de Pós-graduação de História da UFF.
Contudo, pode-se concluir que a raiz da sociedade hoje existente encontra-se no Período Colonial, seja por meio da miscigenação étnica ou mesmo pela mulher ter assumido e continuar assumindo papéis tão importantes no cotidiano.
Referências
Currículo Lattes – Luciano Raposo de Almeida Figueiredo. Disponível em: < http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788480Y9 >. Acesso em 05/07/2013.
Coleção Discutindo a História do Brasil. Disponível em:< http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/455981/cultura-e-sociedade-no-brasil-colonia-col-discutindo-a-historia-do-brasil>. Acesso em 04/07/2013.

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