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WEB AULA 2 PARTE 1

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WEB 2: A formação do pensamento ocidental
UNIDADE 1: O pensamento mitológico
Vamos partir da frase a seguir:
O homem sempre tentou dar sentido às coisas e colocar ordem no seu mundo para que pudesse saber como agir no seu cotidiano. “O  espírito do homem não  suporta a desordem porque não pode  pensá-la”.
(ARAGON, 1996, p. 215 )
Mas, como organizar a realidade? A humanidade seguiu por dois caminhos diferentes: 
  
1. Fabulação: mitos
 
2. Razão: filosofia
Na busca de explicar e ordenar o mundo estão presentes tanto o mito, que utiliza a representação do pensamento por meio de figuras quanto à racionalidade que se empenha em pensar por conceitos.
Desde os inicio, os fenômenos do dia a dia instigaram a curiosidade do ser humano a encontrar explicações para as diversas situações. Como a ciência ainda era inexistente, a alternativa para entender o mundo foi durante muito tempo o conhecimento mitológico (ou cosmogonia). Dessa forma, temos o conhecimento mitológico como uma das primeiras formas de organizar um conhecimento sobre a realidade. 
Mas o que é o conhecimento mitológico?
São características do pensamento mítico: uso do sobrenatural, do símbolo, na explicação das coisas, como a origem do universo, da natureza e dos valores. É crença sem fundamento justificável, com a utilização de representações simbólicas para a transmissão de suas idéias. Pertence à tradição cultural e representa a visão de mundo de determinada sociedade, sendo aceita e interiorizado pelo povo.
O mito grego de Hélios conta que esse deus tinha a função de trazer luz e calor aos homens. Percorria o céu num carro de fogo puxado por 4 cavalos brancos, soltando fogo por suas narinas. Todas as manhãs, depois que a Aurora aparecia de madrugada no horizonte no seu carro dourado, Hélios saia do Oriente com seu carro e subia até o ponto mais alto do Meio-Dia. Então começava a descer para o Ocidente e mergulhava no oceano ou descansava atrás das montanhas.
Então com o vídeo que você acabou de assistir, fica fácil entender a função e a linguagem que caracterizam  o mito, não é mesmo?
Mas vamos saber um pouco mais.
Mitos (mithos) - palavra grega que significa contar, falar alguma coisa para os outros. Mitos são explicações descomprometidas com a racionalidade que usam do fabuloso, da simbologia para explicar as coisas e os eventos no mundo.
Segundo Mircea Eliade, pode-se  definir mito como:
O mito é uma realidade cultural extremamente complexa, que pode ser abordada e interpretada em perspectivas múltiplas e complementares [...] o mito conta uma história sagrada, relata um acontecimento que teve lugar no tempo primordial, o tempo fabuloso dos começos...O mito conta graças aos feitos dos seres sobrenaturais, uma realidade que passou a existir, quer seja uma realidade tetal, o Cosmos, quer apenas um fragmento, uma ilha, uma espécie vegetal, um comportamento humano, é sempre, portanto uma narração de uma criação descreve-se como uma coisa foi produzida, como começou a existir...
(ELIADE,M 1992).
O mito foi o primeiro passo que o homem deu para conhecer a si mesmo e o meio em que vivia. Ele traduzia não apenas as forças da natureza como a chuva, o dia e a noite, as secas, mas também questões de ordem humana, vida e morte, dor, angústia, felicidade.  O homem primitivo enxergava a si mesmo (enquanto pessoa) no mundo, e assim atribuía alma às coisas do mundo. Deuses foram criados com a dualidade pertinente aos seres humanos, ou seja, possuíam defeitos e virtudes.
Zeus (mitologia grega) é conhecido como o deus dos raios. É casado com a deusa Hera, mas teve diversos casos extraconjugais que resultaram no nascimento de filhos bastardos. Sua constante infidelidade fazia com que sua esposa, enfurecida,  se vingasse das amantes.
Loki é o deus do fogo da mitologia nórdica. É conhecido por ser mentiroso, traiçoeiro e de pouca confiança.
Outra característica do conhecimento mitológico é seu caráter dogmático. Não há necessidade de comprovar sua veracidade, não pode ser contestado, basta apenas que o indivíduo creia na sua explicação.
Funções do mito
De acordo com Chauí, o mito tem três frentes de funções: explicar, organizar e compensar(CHAUÍ,1995).
1. Mito com função de explicar: O mito tem por função explicar a realidade de maneira a tranquilizar o homem em um mundo assustador.
Exemplo disso é o mito de Perséfone, que tem por característica explicar o surgimento das estações do ano como você pode ver no vídeo a seguir.
O mito de Perséfone simboliza a divisão das estações do ano. Nos seis meses em que Perséfone está com sua mãe, se faz na terra primavera - verão, é o tempo de felicidade pra terra, as flores nascem à paisagem se enfeita, e quando está com seu marido, se faz outono - inverno, a terra fica triste, gelada e sem emoção.
2. Mito com função de organização - Determina o que pode ou não pode ser feito nas relações entre as pessoas. Como exemplo o mito de Édipo com a explicitação da proibição do incesto nas relações sociais,que você já aprendeu na webaula 1.
3. Mito com função compensatória - Segundo Chauí (1995),o mito com função compensatória narra uma situação passada, que é a negação  do presente e que serve tanto para compensar os humanos de alguma perda como para garantir-lhes que um erro passado foi corrigido no presente, de modo a oferecer uma visão estabilizada e regularizada da Natureza e da vida comunitária.” (CHAUÍ, 1995).
Como exemplo, entre os mitos gregos, encontra-se o da origem do fogo, que Prometeu roubou do Olimpo para entregar aos mortais e permitir-lhes o desenvolvimento das técnicas. Numa das versões desse mito, narra-se que Prometeu disse aos homens que se protegessem da cólera de Zeus realizando o sacrifício de um boi, mas que se mostrassem mais astutos do que esse deus, comendo as carnes e enviando-lhe as tripas e gorduras. Zeus descobriu a artimanha e os homens seriam punidos com a perda do fogo se Prometeu não lhes ensinasse uma nova artimanha: colocar perfumes e incenso nas partes dedicadas ao deus.
Com esse mito, narra-se o modo como os humanos se apropriaram de algo divino (o fogo) e criaram um ritual (o sacrifício de um animal com perfumes e incenso) para conservar o que haviam roubado dos deuses.
Agora vamos iniciar uma nova reflexão, buscando ampliar seu conhecimento. 
 
Quais são as diferenças entre Filosofia e mito?
Podemos apontar três como as mais importantes: 
  
O mito se preocupava em narrar histórias de um tempo passado que não era possível precisar a época,  sem explicar o  presente. A Filosofia, diferentemente, procura explicar  como e por que, no passado, no presente e no futuro as coisas são como são.
O mito narrava a origem através de genealogias conflitos ou acordos entre deuses, já a filosofia se preocupa em explicações com bases racionais.
O fabuloso, o contraditório são características do mito, sendo a autoridade do  narrador inquestionável, pois acreditava-se que era escolhido dos deuses para transmitir os mitos às pessoas. Já a  Filosofia tem como princípio as explicações coerentes, racionais, não abrindo espaço para a fabulação. Não há autoridade divinamente estabelecida.
Continuando nosso percurso sobre os mitos vamos juntos entender  um pouco mais sobre  sua finalidade.
Como o mito narra a origem do mundo e de tudo o que nele existe? De três maneiras principais:
1. O principio de todas as coisas -  toda existência é oriunda das relações sexuais entre os deuses e destes com humanos, surgindo os titãs (seres semi-humanos e semidivinos), os heróis (filhos de um deus com uma humana ou de uma deusa com um humano), os humanos, e a natureza.
Exemplos: 
Sobre a origem do amor, deus do amor, Eros (Cupido) há o seguinte relato, exemplo extraído doBanquete 203a, de Platão, após a observação das atitudes de uma pessoa apaixonada, sempre insegura, ansiosa e disposta a tudo para conseguir seu intento.
Houve uma grande festa entre os deuses. Todos foram convidados, menos a deusa Penúria, sempre miserável e faminta. Quandoa festa acabou, Penúria veio, comeu os restos e dormiu com o deus Poros (o astuto engenhoso). Dessa relação sexual, nasceu Eros (ou Cupido), que, como sua mãe, está sempre faminto, sedento e miserável, mas, como seu pai, tem mil astúcias para se satisfazer e se fazer amado. Por isso, quando Eros fere alguém com sua flecha, esse alguém se apaixona e logo se sente faminto e sedento de amor, inventa astúcias para ser amado e satisfeito, ficando ora maltrapilho e semimorto, ora rico e cheio de vida.” 
 
Disponível em: http://people.tribe.net/71246863-4184-4906-8732-d4b755d29f94/photos/7bfb1dc7-4b5d-4c0f-8baf-8dc96c39f6fb 
  
 
2. A a guerra de Tróia. Justifica o motivo pelo qual  em certas batalhas, os troianos eram vitoriosos e, em outras, a vitória cabia aos gregos. Havia  divisão entre os deuses e na medida que Zeus se unia a um grupo de deuses ou outro, determinava na terra quem vencia a batalha. 
Já de início, a guerra começou em função de rivalidade entre as deusas. Por disputa do titulo de mais bela aparecem em sonho para o príncipe troiano Paris, oferecendo a ele seus dons e ele escolheu a  Afrodite. Isso gerou ciúmes nas outras deusas, o fizeram raptar a grega Helena, mulher do general grego Menelau, promovendo a guerra. 
3. Exigência de submissão:  recompensas ou castigos que os deuses dão a quem os desobedece ou a quem os obedece. 
 
A explicação para a origem mal no mundo: a caixa de Pandora    
Prometeu, com pena dos homens que passavam necessidades, resolveu furtar uma centelha de fogo dos deuses e doa-la aos homens juntamente com a orientação de como acendê-lo.Zeus ficou furioso com essa atitude de Prometeu pois, o fogo deveria ser um segredo mantido entre os deuses. Por essa razão acorrenta prometeu numa montanha e todos os dias uma águia vinha devorar-lhe o fígado que, durante a noite se reconstituís para ser novamente devorado pela manhã. Aos homens detrminou outra punição. 
  
Disponível em: http://mundodaslendasgregas.blogspot.com.br/2010/08/o-ladrao-do-fogo-sagrado.html  
 
Ordenou a  Hefesto, que criasse uma mulher  perfeita, e que a levasse à reunião dos deuses. Hefesto a conduziu pessoalmente aos deuses, e todos ficaram admirados; cada um lhe deu um dom particular: 
  
Atena, a deusa da sabedoria e da guerra, vestiu essa mulher ricamente e  enfeitou sua cabeça com uma guirlanda de flores, montada sobre uma coroa de ouro. Atena lhe ensinou as artes das mulheres como a arte de tecer; Afrodite lhe deu o encanto, que despertaria o desejo dos homens; As Cárites, deusas da beleza, e a deusa da persuasão ornaram seu pescoço com colares de ouro; Hermes, o mensageiro dos deuses além de lhe dar o dom da fala  de falar, ensinou-lhe  a arte de seduzir os corações por meio de palavras insinuantes. 
  
Ela recebeu o nome de Pandora, que em grego quer dizer "todos os dons".  Zeus lhe entregou uma caixa fechada, e mandou que ela a levasse como presente a Prometeu. Ele porém, não quis receber nem Pandora, nem a caixa, e recomendou a seu irmão, Epimeteu, que também não aceitasse nada vindo de Zeus. Mas  Epimeteu, ficou encantado com a beleza de Pandora e casou-se com ela. 
  
Pandora não resistindo à curiosidade abre a caixa  de lá escaparam  todos os males que afligem a humanidade:  Loucura,  Doença,  Inveja,  Paixão,  Vício,  Praga,  Fome e todos os outros males, que se espalharam pelo mundo e tomaram miserável a existência dos homens a partir de então. Epimeteu tentou fechá-la, mas só restou dentro a Esperança, e é graças a ela que os homens conseguem diante dos sofrimentos não desistem de viver. 
Hesíodo conta duas vezes o mito de Pandora; na Teogonia  não lhe dá nome, mas diz (590-93): 
  
Dela vem a raça das mulheres e do gênero feminino: 
  
dela vem a corrida mortal das mulheres 
que trazem problemas aos homens mortais entre os quais vivem, 
nunca companheiras na pobreza odiosa, mas apenas na riqueza. 
  
Hesíodo segue lamentando que aqueles que tentam evitar o mal das mulheres evitando o casamento não se sairão melhor (604-7): 
  
Ele chega a velhice mortal sem ninguém para cuidar de seus anos, 
e, embora, pelo menos, não sinta falta de meios de subsistência enquanto ele vive, 
ainda, quando ele está morto, seus parentes dividem suas posses entre eles. 
Hesíodo admite que, ocasionalmente, um homem encontra uma mulher boa, mas ainda assim o "mal rivaliza com o bem." 
Você já participou de um rito?  
   
O rito é a linguagem em ação do mito. Considera  os opostos como a possibilidade mudança de condição.  De acordo com a crença mitológica, para que algo novo seja construído é preciso que haja uma destruição da forma anterior. A morte, por exemplo, seria uma eterna condição de renascimento.  
   
Para ligar os humanos aos deuses, organizando o espaço e o tempo, são criados os ritos. Lévi - Strauss diz que o ritual coloca em prática o mito, não se tratando apenas de formalidades. O seu estudo permite melhor compreensão da sociedade.  
  
Quando o missionário e etnólogo Strehlow perguntava aos arunta por que celebravam determinadas cerimônias, obtinha invariavelmente a mesma resposta: "Porque os ancestrais assim o prescreveram". 
  
Essa é também a justificativa invocada pelos teólogos e ritualistas hindus: "Devemos fazer o que os deuses fizeram no princípio"; "Assim fizeram os deuses, assim fazem os homens". 
 
Veja o filme : Fúria de titãs  que é uma grande oportunidade para entender melhor os conceitos. 
Nas famílias cristãs, católicos, e evangélicos existe o momento de repetir o gesto de Cristo na última ceia. Os alimentos são consagrados e portanto fazem parte de um mundo simbólico em que representam o próprio Cristo.  
A religião sacraliza o espaço e o tempo, seres e objetos do  mundo, que se tornam símbolos de algum fato religioso.  
Cheios de carga simbólica, os objetos são retirados de seu  lugar habitual, passando a ter novo sentido  para toda a comunidade - protetor, perseguidor, benfeitor, ameaçador. Sobre esse ser ou objeto recai a noção de  tabu (palavra polinésia que significa  intocável): é um interdito, ou seja, não pode ser tocado nem manipulado por ninguém  que não esteja religiosamente autorizado para isso. É assim, por exemplo, que certos animais se tornam sagrados ou tabus, como a vaca na  Índia, o tucano para a nação tucana, do Brasil.
É assim, por exemplo, que certos objetos se tornam sagrados ou  tabus, como o pão e o vinho consagrados pelo padre cristão, durante o ritual da missa.  
A figuração do sagrado se faz por emblemas: assim, por exemplo, o emblema da deusa  Fortuna era uma roda, e uma cornucópia; o da deusa Atena, o  capacete e a espada.   
Ex.: Tipos de ritos.
Ritos de passagem -  estes relacionados às mudanças mais significativas pelas quais passamos em nossas vidas: nascimento, entrada na vida adulta, casamento, morte. Estes quatro acontecimentos são marcados por rituais em quase todas as culturas e, num certo sentido, “simbolizam uma iniciação”, nas palavras dos autores. 
fenômeno natural' (a vida - ou a alma - abandonando o corpo ), mas também de uma mudança de regime ao mesmo tempo ontológico e social: o defunto deve afrontar certas provas que interessam ao seu próprio destino post-mortem,mas deve também ser reconhecido pela comunidade dos mortos e aceito entre eles"'.  
São exemplos de ritos, o casamento, o batizado , entre tantas outras cerimônias que ocorrem em nosso dia a dia. 
  
Sem os ritos, é como se os fatos naturais descritos não pudessem se concretizar de fato. Hoje, a televisão, o cinema e a internet são os divulgadores de mitos. Embora sejam as histórias de sempre, aparecem com a roupagem que essa geração se identifica. Narcisos, apaixonados por si mesmo, Cinderelas, esperando um bom casamento, e tantos outros quanto nos mitos antigos. 
A atualidade dos mitos  
 
Hoje, buscamos os heróis, da mesma forma que nossos antepassados.
Shakespeare, diz que heróis são pessoas que fizeram o que era preciso ser feito e pagaram o preço essa escolha. 
Morin parte da idéia deque o cinema é o atual difusor de mitologias. Ao cinema agregamos a televisão e a internet. Se na antiguidade os mitos eram narrados pessoalmente, hoje a distancia foi desconsiderada frente a internet.

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