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Reações do Compostos Carbonilados III Reações no carbono α Reações de Compostos Orgânicos α,β- insaturados Vimos que o principal centro de reatividade dos compostos carbonilados é o carbono carbonílico o qual póssui caráter parcial positivo,e portanto, tende a sofrer ataques por nucleófilos. R C O Y Aldeídos, cetonas, ésteres e amidas N,N-dissubstituídas possuem um segundo sítio de reatividade. Um hidrogênio ligado a um carbono adjacente ao carbono carbonílico é mais ácido que os hidrogênios ligados a um carbono com hibrididzação sp3, portanto ao ser desprotonado o carbono α à carbonila torna-se um nucleófilo que sofrerá reações de substituição eletrofílica e condensação. Acidez do carbono α de compostos carbonilados O Hidrogênio a é Ácido O ânion é estabilizado por ressonância Um carbono em uma substância que contém um hidrogênio relativamente ácido ligado a um carbono com hibridização sp3 é denominado carbono ácido. A acidez dos hidrogênios a é atribuída à estabilização da carga por ressonância. Tautomerismo Ceto–Enol Uma cetona existe em equilíbrio com seu tautômero enol. Tautômeros são isômeros que estão em equilíbrio. Os tautômeros ceto- enólicos diferem na localização de uma ligação dupla e um hidrogênio. O tautômero ENOL é bem menos estável que o tautômero CETO. A interconversão ceto-enol é também chamada tautomerização ceto-enol ou enolização, pode ser catalisada por ácidos ou por bases. O tautômero enol pode ser estabilizado por ligação hidrogênio intramolecular. No fenol, o tautômero enol é aromático. Tautomerismo Ceto–Enol Tautomerismo Ceto–Enol Um Enol é um Nucleófilo Melhor do que um Alceno As substâncias carboniladas que formam enóis sofrem reações de substituição no carbono a: uma reação de substituição a. A ligação dupla carbono-carbono de um enol sugere que ele seja um nucleófilo – como um alceno. Um enol é mais rico em elétrons do que um alceno porque o átomo de oxigênio doa elétrons por ressonância. Um enol, portanto, é um melhor nucleófilo que um alceno. Um Enol é um Nucleófilo Melhor do que um Alceno Uma Reação de Substituição a Catalisada por Ácido As substâncias carboniladas que formam enóis sofrem reações de substituição no carbono α. Quando uma reação de substituição α ocorre em condições ácidas, a água remove um próton do carbono α da substância carbonílica protonada. O enol nucleofílico formado reage então com o eletrófilo. A reação global é uma reação de substituição α um H+ é substituído por um eletrófilo E+. Uma Reação de Substituição a Catalisada por Base Quando uma reação de substituição α ocorre em condições básicas, uma base remove um próton do carbono α e o íon enolato nucleofílico reage então com um eletrófilo. Os íons enolato são nucleófilos muito melhores do que os enóis porque são carregados negativamente. As formas de ressonância do íon enolato mostram que ele tem dois sítios ricos em elétrons: o carbono α e o oxigênio. O íon enolato é um nucleófilo ambidentado, possui dois sítios ativos “C” ou “O” reage dependendo do eletrófilo e das condições reacionais. O Íon Enolato é um Nucleófilo Ambidentado A protonação ocorre preferencialmente no oxigênio, entretanto, o carbono é provavelmente o nucleófilo. Todas as reações seguem basicamente o mesmo mecanismo: uma base remove um próton de um carbono α e o enol ou enolato resultantes reagem com o eletrófilo. As reações diferem apenas na natureza da base e do eletrófilo – e no caso de serem realizadas em condições ácidas ou básicas. 1. Halogenação no Carbono α de Aldeídos e Cetonas Catalisada por Ácidos – 1.1.Halogenação promovida por ácido Sob condições ácidas, um hidrogênio a é substituído por um bromo. Em meio ácido oxigênio da carbonila é protonado e a água abstrai um próton do carbono α formando um ENOL, o enol que é um bom nucleófilo reage (ataca) o bromo eletrofílico através da deslocalização dos elétrons não-ligantes do oxigênio e conjugação com a dupla, o resultado é uma cetona α-halogenada protonada, que após uma etapa de desprotonação rende o produto neutro halogenado no carbono α. 1.2.Halogenação Promovida por Base Sob condições básicas, todos os hidrogênios a são substituídos por bromo. Sob condições básicas o íon enolato é formado na primeira etapa da reação com a participação da base que retira o próton ácido, o nucleófilo formado ataca o bromo eletrofílico ocorrendo a primeira halogenação, em seguida uma nova desprotonação do carbono α ocorre, formando um outro íon enolato que reage com um segundo equivalente de bromo gerando um produto di-halogenado. 2. Conversão de uma Metil Cetona em um Ácido Carboxílico – Reação do Halofórmio A reação do halofórmio, foi antes do advento da espectroscopia, uma útil ferramenta para a caracterização de metilcetonas, a presença de uma metilcetona é indicada pela formação do halofórmio, uma substância amarelo-clara. Nesse tipo de reação a cetona em estudo tem seus 3 hidrogênios α substituídos por átomos de halogênio e é então clivada pela base, os produtos são ácido carboxílico mais um halofórmio, formados pela adição de Iodo (iodofórmio- CI3) ou Bromo (bromofórmio- CBr3). Observe que a segunda etapa da reação é uma substituição nucleofílica do grupamento acila de CX3 pelo –OH. Isto é, um carbânion atua como um grupo de saída. 3. Halogenação do Carbono a de Ácidos Carboxílicos A princípio o ácido carboxílico não sofre reação no carbono α porque a base removerá o hidrogênio da hidroxila, que é mais ácido, bem mais rápido que o hidrogênio α. Se for tratado primeiramente com PBr3 e convertido à BROMETO DE ACILA a reação ocorrerá sem problemas, essa reação é chamada REAÇÃO DE HELL-VOLHARD-ZELINSKI (HVZ) Quando o carbono a é halogenado, torna-se eletrofílico. Uma eliminação E2 ocorrerá se uma base volumosa for usada. 4. LDA para formação de um Enolato O LDA (diisopropilamideto de lítio) é utilizado para formar um enolato em reações nas quais há necessidade de que o carbono carbonílico seja completamente convertido em enolatdo antes de reagir com um eletrófilo. LDA CH3 CH CH3 N CH CH3 CH3 Li + 4. Alquilação de Substâncias Carbonílicas no Carbono a A alquilação de carbono α de uma substância carbonilada é uma reação muito importante porque nos fornece outro meio de formar ligações carbono-carbono. Como a alquilação é uma reação Sn2, ela ocorre melhor com haletos de metila e haletos de alquila primários. Dois produtos diferentes podem ser formados quando a cetona não é simétrica. As enaminas reagem com eletrófilos da mesma maneira que os enolatos, ou seja, através da conjugação do par de elétrons livres do Nitrogênio e a dupla no carbono α. 5. Alquilação de carbonos α via intermediário enamina A etapa de alquilação é uma reação SN2. Alquilação direta de uma substância carbonilada forma diversos produtos. Em comparação, alquilação de um aldeído ou uma cetona usando uma enamina intermediária forma o produto monoalquilado. Uma molécula de uma substância carbonilada reage como um nucleófilo e a outra substância carbonilada reage como um eletrófilo. 6. Adição aldólica de dois aldeídos, duas cetonas, ou um aldeído e uma cetona 6. Adição aldólica de dois aldeídos, duas cetonas, ou um aldeído e uma cetona As cetonas são menos suscetíveis a ataques nucleofílicos que os aldeídos. Um produto de adição aldólica perde água para formarum produto de condensação aldólica. 7. Condensação aldólica: Desidratação de produtos de uma adição aldólica 8. Adição Aldólica Mista Um produto será formado se uma das substâncias carboniladas não tiver um hidrogênio a. 8. Adição Aldólica Mista Inicialmente um produto aldólico pode ser obtido se LDA for usado para desprotonar uma das substâncias carboniladas. 9. Condensação de Duas Moléculas de Éster – Condensação de Claisen Uma condensação de Claisen necessita de um éster com dois hidrogênios α e uma quantidade equivalente de base. A reação de condensação pode ser direcionada a uma complexação, se um próton for removido do b-cetoéster 10. Condensação de Claisen Mista – Condensação de uma cetona e um éster Devido à diferença de acidez dos hidrogênios a das duas substâncias carboniladas, primariamente um produto é obtido.
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