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Direitos Políticos Arts. 14 ao 17 da CF/88 Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 1 1 O que são Direitos Políticos? Conjunto de regras destinadas ao exercício da soberania popular. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 2 O que são Direitos Políticos? Os Direitos Políticos envolvem três aspectos: direito de conhecer, manifestar e decidir sobre as questões políticas do Estado; a organização do Direito Eleitoral e a regulamentação dos partidos políticos. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 3 O que é soberania popular? A soberania popular é o exercício da autoridade que reside num povo e que se exerce por intermédio dos seus órgãos constitucionais representativos. O povo é soberano (J.J. Rosseau). Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 4 Art. 1º, parágrafo único, da CF/88 “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 5 O que é soberania popular? “Todo poder emana do povo...” Titularidade do Poder: Povo Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 6 O que é soberania popular? “...que o exerce por meio de representantes eleitos...” Exercício do Poder: Representantes Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 7 O que é soberania popular? “...ou diretamente, nos termos desta Constituição” Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 8 O que é soberania popular? O texto constitucional adota a chamada democracia semidireta ou participativa, um sistema misto com características de democracia representativa, mas com a participação direta do povo, desde que prevista constitucionalmente. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 9 O que é soberania popular? Normalmente, quem exerce o poder, em nome do povo, são os representantes. Entretanto o povo também exerce diretamente seu poder, mas nos termos do texto constitucional. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 10 Quando o povo exerce o poder diretamente? Voto; Plebiscito; Referendo; Iniciativa Popular; Ação Popular; Elegibilidade. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 11 Art. 14, caput da CF/88 “ A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal...” A Constituição Federal de 1988 nos remete ao sufrágio. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 12 O que é o sufrágio? No sentido amplo da palavra, é o direito público subjetivo de natureza política no qual o cidadão pode eleger, ser eleito e participar do governo. Pode ser quanto à extensão – universal ou restrito e quanto à igualdade - igual ou desigual. no Brasil contemporâneo o sufrágio é universal. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 13 O que é o sufrágio? Sufrágio, no sentido restrito a palavra, pode ser usado no sentido de voto. O voto representa a expressão máxima do sufrágio (sentido amplo) Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 14 O que é o voto? É a manifestação do sufrágio no plano prático, é o ato político que materializa o direito de votar, Seu resultado reflete a vontade real do povo e deve ser acatado na sua totalidade. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 15 O que é o voto? O voto tem uma natureza dúplice, pois tanto é político como jurídico. É político porque configura uma das formas de participação do indivíduo no poder, escolhendo seus representantes. Mas também é ato jurídico, porque, regulamentado pelo Direito Eleitoral, é gerador de direitos e obrigações. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 16 O que é o voto? “O voto é uma fração da soberania popular” (José de Alencar - 1868) Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 17 Características do Voto O voto caracteriza-se como secreto, igual, livre, pessoal, universal, obrigatório, periódico e direto. A obrigatoriedade de voto limita-se aos brasileiros alfabetizados, entre 18 e 70 anos. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 18 Plebiscito Consulta prévia que a Casa Legislativa faz ao povo. O termo “povo” deve ser entendido com eleitor. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 19 Momento da consulta A consulta é feita antes do ato político ou do ato legislativo, ou seja, o povo é primeiramente consultado pelos representantes (que haviam sido eleitos). Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 20 Quem faz a consulta? A Casa Legislativa que faz a consulta pode ser Congresso Nacional, Assembleia Legislativa ou Câmara de Vereadores, dependendo da esfera da consulta. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 21 Criação de Estados-membros e Municípios No Título III – Organização do Estado - a Constituição determina a consulta através de plebiscito para a criação de novos estados e municípios (art. 18, §§ 3º e 4º da CF/88). Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 22 Exemplo Um exemplo de plebiscito foi o ocorrido em dezembro 2011 no estado do Pará. Os eleitores foram consultados sobre a criação de dois novos estados: Carajás e Tapajós. A resposta dos eleitores foi pela manutenção territorial do estado do Pará e a decisão popular foi acatada. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 23 Referendo Consulta posterior que a Casa Legislativa faz ao povo. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 24 Momento da consulta A casa legislativa realiza a consulta depois do ato político ou legislativo. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 25 Quem faz a consulta? A Casa Legislativa que faz a consulta pode ser Congresso Nacional, Assembleia Legislativa ou Câmara de Vereadores, dependendo da esfera da consulta. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 26 Exemplo Um exemplo de referendo foi o ocorrido em 2005, sobre o comércio de armas no Brasil. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 27 Iniciativa Popular Apesar do Texto Constitucional não citar expressamente que esta é a Iniciativa Popular de Lei, a doutrina majoritária interpreta-a desta forma. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 28 Iniciativa Popular de Lei A iniciativa popular de Lei Federal está prevista no art. 61, §2º da CF/88 no qual determina que 1% do eleitorado brasileiro, distribuídos em pelo menos 5 estados brasileiros, com não menos de 0,3% de cada estado, poderá subscrever um projeto de lei federal. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 29 Iniciativa Popular de Lei O projeto de Lei de iniciativa popular (ordinária ou complementar) pode ser proposto, desde que a iniciativa não seja privativa de outra autoridade ou órgão. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 30 Iniciativa Popular de Lei O projeto de Lei de iniciativa popular deverá ser apresentado a Câmara de Deputados Federais que encaminhará para a tramitação legislativa. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 31 Iniciativa Popular de Lei A Constituição também disciplina a iniciativa de lei municipal, no art. 29, XIII da CF/88, que prevê a possibilidade de 5% do eleitorado do Município subscrever projeto de lei de interesse do município, distrito ou bairro. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 32 Iniciativa Popular de Lei No caso de iniciativa popular de lei estadual, cabe a cada Estado-membro determinar, através de sua Constituição Estadual e leis próprias, a iniciativa popular de lei estadual. “Art. 27, § 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.” Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 33 Iniciativa Popular Uma doutrina minoritária acrescenta que além da Iniciativa Popular de Lei, temos a Iniciativa Popular propriamente dita que seria definida como qualquer manifestação lícita e espontânea do povo acerca de assuntos políticos como, por exemplo, uma passeata, um abaixo-assinado, um manifesto de protesto. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 34 Ação Popular A ação popular é um remédio constitucional, está prevista no art. 5º, LXXIII da CF/88 e disciplinada pela Lei 4.717/65. É meio constitucional útil para anular atos lesivos ao patrimônio público, patrimônio histórico e cultural, meio ambiente e moralidade administrativa. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 35 Ação Popular Para ajuizar uma Ação Popular o impetrante deverá ser cidadão e estar no gozo dos direitos políticos. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 36 Elegibilidade É o exercício da capacidade eleitoral passiva, ou seja, de ser votado, concorrendo a cargo público eletivo. A CF/88 elenca as condições de elegibilidade, no art. 14, §3º. Vejamos: Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 37 Art. 14, § 3º da CF/88 § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 38 Art. 14, § 3º da CF/88 VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 39 Inelegibilidade É a incapacidade ou impossibilidade de exercer a capacidade eleitoral passiva, ou seja, de ser votado e consequentemente eleito. As inelegibilidades também podem ser chamadas de direitos políticos negativos (juntamente com os casos de perda ou suspensão dos direitos políticos). Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 40 Inelegibilidade As inelegibilidades podem ser classificadas como inelegibilidade absoluta (Art. 14, §4º) e inelegibilidades relativas (art. 14 (§§ 5º ao 9º). Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 41 Inelegibilidade Absoluta Ocorre quando o indivíduo não pode concorrer a nenhum cargo eletivo, devido apresentar um impedimento. Caso se livre deste impedimento poderá concorrer a cargos eletivos. O único caso de inelegibilidade absoluta está prescrito no texto constitucional. Vejamos: Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 42 Inelegibilidade Absoluta Art. 14, § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 43 Quem são os inalistáveis? Os estrangeiros e os conscritos. Vejamos: Art. 14, § 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 44 Quem são os inalistáveis? Os estrangeiros não tem vínculo jurídico-político com o Estado brasileiro, portanto não podem exercer nem a capacidade eleitoral ativa, nem a passiva, a não ser que adquiram a nacionalidade brasileira, através da naturalização. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 45 Quem são os inalistáveis? Já o conscrito é aquele que está cumprindo o serviço militar obrigatório, após ser alistado e convocado pelas Forças Armadas, e somente após o cumprimento do período obrigatório poderá exercer sua capacidade eleitoral ativa e passiva. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 46 Inelegibilidade Absoluta Importante destacar que o analfabeto pode se alistar como eleitor e votar facultativamente, mas está impedido de exercer a capacidade passiva, salvo se for alfabetizado. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 47 Inelegibilidade Absoluta Concluímos então que são dois os inalistáveis (estrangeiros e conscritos) e três os inelegíveis (estrangeiros, conscritos e analfabetos). Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 48 Inelegibilidade Relativa Ocorre quando o indivíduo (cidadão) está impedido de se eleger para um determinado cargo, ou para cargos de uma determinada circunscrição, ou precisa se desincompatibilizar para livrar-se da inelegibilidade. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 49 Inelegibilidade Relativa Os casos de inelegibilidade relativa, previstos na CF/88, estão listados exemplificativamente. Outros casos de inelegibilidade relativa estão previstos em leis complementares. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 50 Inelegibilidade Relativa Art. 14, § 5º - O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 51 Exemplo Determinado Governador de Estado, cumprindo seu segundo mandato eletivo, pretende concorrer a nova eleição. Ele pode concorrer a um terceiro mandato consecutivo? Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 52 Exemplo E a um terceiro mandato não consecutivo? É possível a candidatura? Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 53 Inelegibilidade Relativa Art. 14, § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 54 Exemplo Caso o mesmo Governador de Estado queira concorrer a um cargo de Senado da República. É possível a candidatura? Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 55 Qual a exigência constitucional? Faz diferença se ele está no primeiro ou no segundo mandato como Governador de Estado? Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 56 Inelegibilidade Relativa Art. 14, § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 57 Súmula Vinculante nº 18 “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da CF.” Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 58 Exemplo O pai do Prefeito de determinado Município pretende concorre, pela primeira vez, ao cargo de vereador na mesma circunscrição onde o filho é Prefeito. Ele é elegível? Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 59 Exemplo E se o pai do Prefeito já fosse vereador e candidato a reeleição? Seria elegível? E se ele quisesse concorrer a cargo eletivo em outro Município? Seria possível a candidatura? Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 60 Inelegibilidade Relativa § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 61 Exemplo Determinado militar da ativa, não conscrito, pretende concorrer às eleições. Ocorre que ele conta com 6 anos de atividade militar. Deve ocorrer seu afastamento temporário ou definitivo? Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 62 Inelegibilidade Relativa § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 63 Inelegibilidade Relativa Por permissão constitucional, somente leis complementares poderão estabelecer outros casos de inelegibilidade relativa, observando os seguintes critérios: Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 64 Inelegibilidade Relativa proteção da probidade administrativa; moralidade para o exercício do mandato; observância da vida pregressa do candidato; Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 65 Inelegibilidade Relativa normalidade e legitimidade das eleições; proibição de influência econômica; proibição do abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração pública direta ou indireta. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 66 Inelegibilidade Relativa São exemplos de Leis Complementares que prescrevem casos inelegibilidade relativa as seguintes: LC 64/1990, LC 81/1994, LC 135/2010. Professora Karina Jaques - OAB e Concursos 67
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